CORRETA Ação Indenizatória

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...

VARA DA FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA DE ... DO ESTADO ALFA

MARIA DA SILVA, nacionalidade..., estado civil..., profissão, inscrita no CPF n°..., RG....,
residente e domiciliada em..., vem, através de seu procurador anexado, endereço profissional em...,
propõe, com base no artigo 5º, inciso V, da Constituição Federal e nos artigos 303 e 319, ambos do
Código de Processo Civil, a seguinte

AÇÃO INDENIZATÓRIA

em face do ESTADO ALFA, sujeito de direito público, inscrito no Ministério da Fazenda,


CNPJ nº..., endereço eletrônico..., com sede em..., pelas razões de fato e de direito que ora
evidenciam:

I– DOS FATOS

Maria da Silva, mãe de Apolônio Silva, presa há três anos, por ter cometido o crime de lesão
corporal seguida de morte, conforme artigo 129, §3°, do Código Penal, em razão de sentença
definitiva e decisão penal sem recurso proferida pelo tribunal de justiça do Estado Alfa, que o
condenou a doze anos de prisão. Apesar dos esforços da Defensoria Pública para obter uma ordem
de soltura, Apolônio permaneceu encarcerado até que, este ano, foi morto durante uma rebelião na
prisão. Durante a mesma rebelião, muitos presidiários foram mortos e é certo que armas foram
trazidas ao local em troca de suborno aos funcionários penitenciários.

II– DAS PRELIMINARES

a- DA JUSTIÇA GRATUITA

O autor não poderá arcar com os custos do procedimento e despesas sem comprometer sua
vida e tratamento de saúde. Nessa perspectiva, solicita a destinação dos benefícios da Justiça
Gratuita, conforme previsto no artigo 98 do Código de Processo Civil e no artigo 5º, inciso LXXIV,
da Constituição Federal.

b- DA TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA
Devido à idade avançada do autor e seus problemas de saúde, faz-se necessário o tratamento
prioritário deste caso, conforme previsto no artigo 71 da Lei 10.741/2003 (Estatuto do Idoso).

III – DO MÉRITO

a- Responsabilidade Objetiva

A segurança pública é um direito fundamental garantido pela Constituição da República, no


seu artigo. 5º, artigo De acordo com o artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, o Estado é
objetivamente responsável pelos danos causados a terceiros por seus agentes. Neste caso, as falhas
na segurança pública e a corrupção entre os funcionários penitenciários destacam o dever de
compensação do Estado.
O artigo 37 da Constituição da República define vários princípios que devem ser respeitados
pela Administração Pública, entre os quais se destaca a eficiência. A falha do Estado em garantir a
segurança pública é amplamente reconhecida, mas o réu, por omissão/comissão e com a intenção de
ineficácia iminente, permitiu armas em seu estabelecimento correcional. O comportamento dos
funcionários penitenciários não só pode ser tratado como uma ofensa grave, quando aceitam
subornos para permitir a entrada de armas em troca de suborno, mas sim como um crime. O artigo
5º, inciso XLIX, da Constituição Federal garante a integridade física e moral dos presos. O ocorrido
demonstra uma grave violação do dever de preservação da integridade física e moral do preso.
O Estado é responsável pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, de acordo com a
teoria do risco administrativo, prevista no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, bem como nos
artigos. Os artigos 43 e 186 do Código Civil confirmam a responsabilidade civil do Estado,
comprovando que este deve sofrer prejuízos, materiais e morais, em razão das ações praticadas por
seus agentes, aceitando o direito de restituição. Neste caso, o nexo de causalidade entre o dano
moral sofrido pelo autor, que não viu apenas morrer seu único filho, e o dano material, que deve ser
ressaltado, tendo em vista que o autor era dependente financeiramente do falecido, aqui, em razão
de velhice e problemas de saúde, teve que usar as últimas economias para garantir ao filho um
enterro digno, que também deve ser respeitado nos termos do artigo. 948, I, do Código Civil da
necessidade de indenizar o autor.

b- Dano Moral, Material e Ressarcimento com as Despesas do Funeral

A morte do filho do autor envolve danos morais in re ipsa, uma vez que a dor e o sofrimento
causados pela perda de um ente querido são evidentes e não necessitam de provas adicionais. Maria
da Silva dependia financeiramente do falecido para o seu sustento. Portanto, a pensão é necessária,
conforme previsto no artigo 948, inciso II, do Código Civil. O requerente deverá ser reembolsado
das despesas de funeral, nos termos do artigo 948.º, ponto I, do Código Civil.

IV – DOS PEDIDOS

a) Prestar justiça gratuita ao requerente, nas condições do artigo. 98 do CPC;


b) Condenar o Estado Alfa ao pagamento de indenização por danos morais;
c) Reembolso das despesas com funeral de Apolônio Silva;
d) Pensão do autor, por dependência financeira do falecido;
e) Apresentação de todas as provas legalmente aceites que comprovem a veracidade dos factos
alegados, incluindo declarações pessoais, depoimentos, peritos e documentos;
f) Condenar o arguido ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios; e
g) Possibilidade de realização de sessão de conciliação ou mediação.

Dá-se à causa o valor de R$ ...;

Nestes termos,
Em que pede deferimento.
Local …, data…

Advogado…
OAB nº…

Você também pode gostar