Efeito de Vento em Torres de Telecomunicaes
Efeito de Vento em Torres de Telecomunicaes
Efeito de Vento em Torres de Telecomunicaes
CURITIBA
2002
LUIZ BORTOLAN NETO
CURITIBA
2002
Dedico este trabalho a Kathiucia Pâmela
Ghellere, cuja companhia abdiquei em muitos momentos
durante a elaboração deste trabalho, e, a meus pais, Gabriel
Bortolan e Rita de Cássia Bevervanso Bortolan, os quais
sempre me apoiaram em minhas decisões. Meu amor
incondicional a vocês, e obrigado!
Agradeço ao Professor Marcos Arndt pelo
tempo, atenção e orientação dedicados, sem os quais seria
impossível a conclusão deste trabalho.
iv
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 60
ANEXO............................................................................................................................... 63
v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
vi
FIGURA 6.13 – SEGUNDO MODO DE VIBRAÇÃO .................................................. 55
FIGURA 6.14 – TERCEIRO MODO DE VIBRAÇÃO .................................................. 56
FIGURA 6.15 – QUARTO MODO DE VIBRAÇÃO .................................................... 56
FIGURA 6.16 – QUINTO MODO DE VIBRAÇÃO ...................................................... 57
LISTA DE TABELAS
vii
TABELA 6.11 – FORÇA DE ARRASTO ...................................................................... 39
TABELA 6.12 – FORÇA DE ARRASTO NA ANTENA E NAS PLATAFORMAS ... 39
TABELA 6.13 – FORÇA DE ARRASTO TOTAL EM CADA MÓDULO DA
TORRE .................................................................................................. 39
TABELA 6.14 – FORÇAS RESULTANTES NAS FACES DA TORRE (CASO A)..... 41
TABELA 6.15 – FORÇAS RESULTANTES NAS FACES DA TORRE (CASO B) .... 41
TABELA 6.16 – FORÇAS RESULTANTES NAS FACES DA TORRE (CASO C) .... 42
TABELA 6.17 – FORÇA DO VENTO EM CADA NÓ DA ESTRUTURA (CASO A) 43
TABELA 6.18 – FORÇA DO VENTO EM CADA NÓ DA ESTRUTURA (CASO B) 43
TABELA 6.19 – FORÇA DO VENTO EM CADA NÓ DA ESTRUTURA (CASO C) 44
TABELA 6.21 – REAÇÕES DE APOIO (CASO A) ...................................................... 46
TABELA 6.22 – REAÇÕES DE APOIO (CASO B) ...................................................... 47
TABELA 6.23 – REAÇÕES DE APOIO (CASO C) ...................................................... 47
TABELA 6.24 – DESLOCAMENTOS NODAIS NO TOPO DA TORRE (CASO A) . 48
TABELA 6.25 – DESLOCAMENTOS NODAIS NO TOPO DA TORRE (CASO B) . 48
TABELA 6.26 – DESLOCAMENTOS NODAIS NO TOPO DA TORRE (CASO C) . 48
TABELA 6.27 – ESFORÇOS MÁXIMOS NAS BARRAS (CASO A) ......................... 50
TABELA 6.28 – ESFORÇOS MÁXIMOS NAS BARRAS (CASO B) ......................... 51
TABELA 6.29 – ESFORÇOS MÁXIMOS NAS BARRAS (CASO C) ......................... 51
TABELA 6.30 – CASOS COM OS ESFORÇOS MÁXIMOS ....................................... 51
TABELA 6.31– FREQÜÊNCIA E PERÍODOS NATURAIS DO MODELO ............... 52
viii
LISTA DE SÍMBOLOS
Romanas maiúsculas
Romanas minúsculas
ix
p – expoente da lei potencial de variação de S2
q – pressão dinâmica do vento
t – tempo
– componente da força de arrasto paralela a face da torre
x – deslocamento
z – altura medida a partir da superfície do terreno no ponto considerado
zg – altura gradiente: altura da camada limite atmosférica
Gregas maiúsculas
∅ – diâmetro do tubo
Gregas minúsculas
α − ângulo de incidência
γa – peso específico do aço
δx – deslocamento infinitesimal na direção x
η − fator de proteção
φ − índice de área exposta
θ – ângulo de inclinação do talude/morro
Matrizes e vetores
x
RESUMO
Este trabalho utiliza o Método dos Elementos Finitos (MEF) aplicado à análise de
vibrações mecânicas em torres de telecomunicações devidas a um carregamento dinâmico
de vento. Geralmente, nos projetos destas torres este carregamento é considerado estático.
Este trabalho visa realizar uma análise estática com três casos de carregamento de vento e
verificar a necessidade de análise dinâmica em uma torre de telecomunicações para sistema
móvel celular de 30 metros de altura, com seção transversal triangular eqüilátera, a qual
fora dimensionada anteriormente considerando o vento como carga estática. Os resultados
obtidos em cada caso de carregamento são analisados e comparados, e, por fim, verifica-se
a não necessidade de realização de uma análise dinâmica para a torre objeto de estudo.
xi
1
1 INTRODUÇÃO
Seccional Brasil S/A, considerando o vento como carga estática. Para tanto foi utilizado o
software ANSYS 5.6, versão educacional, o qual auxiliou na análise estática e análise
modal, com base nas especificações da norma ABNT NBR 6123 (1987), para utilização do
carregamento de vento.
Este trabalho está dividido em seis partes distintas, além desta introdutória. No
capítulo 2 faz-se uma breve revisão da literatura das obras relacionadas ao tema deste
trabalho. O capítulo 3 trata das vibrações mecânicas, as quais são muito comuns em
estruturas que sofrem ação de cargas dinâmicas. O vento, como já dito anteriormente, é o
principal responsável pelo carregamento em torres altas, e é abordado de forma bastante
detalhada no capítulo 4. O programa computacional ANSYS 5.6, versão educacional,
utiliza o método dos elementos finitos, portanto, coube uma breve introdução sobre este
tema no capítulo 5. O capítulo 6 traz a aplicação de toda a teoria apresentada até então para
a análise de uma torre autoportante metálica de telecomunicações com 30 metros de altura,
e, finalmente, o capítulo 7 traz as conclusões obtidas com esta análise.
3
2 REVISÃO DA LITERATURA
conseguiram estimar o tempo de vida útil para algumas torres metálicas existentes no
território da antiga União Soviética.
Baranov e Zevin (1998) descrevem um sistema aplicado para o dimensionamento
de torres metálicas de linhas de transmissão utilizando um programa computacional e uma
base de dados.
Labegalini (1992) indica tipos estruturais e tipos construtivos de fundações para
torres de transmissão, os quais podem ser utilizados no projeto das torres de
telecomunicações, por terem projetos semelhantes.
A norma NBR 6123 (1987) apresenta as condições exigíveis para a consideração
das forças devidas à ação estática e dinâmica do vento em edificações.
A norma NBR 8800 (1986) baseia-se no método dos estados limites para o
dimensionamento de estrutura metálica e fixa as condições exigíveis que o projeto deve
obedecer.
Pfeil e Pfeil (2000) e Andrade (2000) fornecem as bases para o entendimento dos
fenômenos envolvidos para correta aplicação dos critérios de projeto pertinentes a
estruturas de aço, focalizando a norma brasileira.
6
3 VIBRAÇÕES MECÂNICAS
O sistema da figura 3.2-a está sujeito a uma vibração livre não amortecida,
resultando em f(t) = 0 e c = 0. A equação 3.2 descreve o equilíbrio do bloco, cujas forças
atuantes são representadas na figura 3.2-b.
m&x&(t) + kx(t) = 0 (3.2)
9
As forças atuantes neste sistema não amortecido estão representadas na figura 3.3-
b, e seu equilíbrio é representado, para um sistema com n graus de liberdade, na forma
matricial, conforme a equação 3.3.
10
onde:
[M ] : matriz das massas;
[K] : matriz de rigidez;
{&x&} : vetor coluna das acelerações;
{x} : vetor coluna dos deslocamentos;
{f (t )} : vetor coluna das forças.
Para oscilações livres não amortecidas tem-se {f(t)} = {0}, resultando na equação
3.4.
4 VENTO
está fora da camada limite e a sua velocidade é constante. Estruturas em geral estão na
faixa de velocidade variável, sofrendo ação da turbulência e do perfil de velocidade do
vento, que são função, principalmente, da rugosidade do terreno.
De acordo com a norma NBR 6123 (1987), a velocidade básica do vento (V0 ),
adequada ao local onde a estrutura será construída, é a velocidade de uma rajada de 3
segundos, excedida ao menos uma vez em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em
campo aberto e plano. Portanto esta velocidade varia conforme a região de estudo. Admite-
se ainda que o vento básico pode soprar de qualquer direção horizontal.
A figura 4.1 mostra a variação de V0 para as diferentes regiões do Brasil, através
das isopletas da velocidade básica do vento. As isopletas são linhas sobre as quais admite-
se que o vento possui a mesma velocidade básica. Para determinar a velocidade básica do
vento entre as isopletas, faz-se uma interpolação.
A velocidade característica (Vk ) do vento para uma região específica é obtida ao
multiplicar-se V0 pelo fator topográfico (S1 ), pelo fator de rugosidade do terreno (S2 ) e
pelo fator estatístico (S3 ), resultando na equação 4.1. Estes fatores permitem a correção da
velocidade básica em função da topografia, rugosidade e grau de importância reais
relacionadas à estrutura e ao terreno onde ela será implantada.
Vk = V0 S1S 2 S 3 (4.1)
13
O fator S1 considera as variações do relevo do terreno. Este fator é igual a 1,0 para
terrenos planos ou fracamente acidentados, e igual a 0,9 para vales profundos, protegidos
de ventos de qualquer direção. Quando a edificação se localizar no topo de taludes ou de
morros, conforme o ponto B da figura 4.2, o fator topográfico será função da altura da
edificação (z) e da diferença de nível entre a base e o topo do talude/morro (d). Se o ângulo
14
de inclinação do talude/morro (θ) for superior a 3º, S1 será calculado conforme a tabela 4.1.
Se o ângulo de inclinação do talude/morro for igual ou inferior a 3º, o fator S1 será igual a
1,0.
FIGURA 4.2 – FATOR TOPOGRÁFICO
θ ≤ 3º S1 (z) = 1,0
O fator S2 é obtido através da expressão 4.2, a qual é válida até a altura gradiente
(zg), sendo z a altura, em metros, medida a partir da superfície do terreno no ponto
considerado. O parâmetro meteorológico (b) e o expoente da lei potencial de variação de
S2 (p) são relativos à categoria de rugosidade do terreno e à classe da edificação e são
fornecidos na tabela 4.4. O fator de rajada (Fr) depende apenas da classe da edificação e é
fornecido na tabela 4.3.
p
S2 = bFr
z
(4.2)
10
A soma vetorial das forças do vento que atuam sobre uma edificação é denominada
força global (F). De um modo geral, uma componente qualquer da força global é obtida,
em N, ao multiplicar-se o coeficiente de força (C f) pela área de referência (A) e pela
pressão dinâmica (q). Assim sendo, a componente da força global na direção do vento é
denominada força de arrasto (Fa), e é obtida ao se multiplicar o coeficiente de arrasto (C a)
pela área frontal efetiva de uma das faces da torre (Ae) e pela pressão dinâmica (q),
resultando na expressão 4.4.
18
Fa = C a qA e (4.4)
A área frontal efetiva (Ae) é a área da projeção ortogonal das barras de uma das
faces da torre reticulada sobre um plano paralelo a esta face. O coeficiente de arrasto, para
torres reticuladas compostas por barras prismáticas de seção circular, é obtido através dos
ábacos das figuras 4.3, 4.4 e 4.5 em função do número de Reynolds (Re), o qual é
calculado através da equação 4.5.
Re = 70000Vk d (4.5)
onde:
Vk = velocidade característica do vento (m/s);
d = diâmetro das barras da treliça (m).
Para torres reticuladas constituídas por barras prismáticas de faces planas, com
cantos vivos ou levemente arredondados, os coeficientes de arrasto (C a) são dados pelo
gráfico da figura 4.6. Este ábaco supõe o vento incidindo perpendicularmente a uma das
faces, em torres de seção quadrada mas, caso o vento não incida perpendicularmente, é
apresentado um fator de correção (kα). Para torres de seção triangular eqüilátera não existe
qualquer limitação quanto à direção do vento.
A partir da figura 4.6 foram obtidas relações lineares entre o coeficiente de arrasto e
o índice de área exposta (φ), cujas expressões estão relacionadas nas tabelas 4.6 e 4.7.
21
II III
I
t 0,00 0,00 0,00 0,00
III
As forças do vento nas partes protegidas dos reticulados devem ser multiplicadas
pelo fator de proteção (η), o qual depende do índice de área exposta do reticulado situado
imediatamente a barlavento1 do reticulado em estudo, e do respectivo afastamento relativo
(e/n). Este fator é obtido com o auxílio da figura 4.7.
1
Região de onde sopra o vento, em relação à edificação.
24
A força devida ao vento quando atinge uma edificação gera vibrações na estrutura.
As mais comuns são: vibrações causadas pela energia cinética das rajadas, martelamento,
vibrações por desprendimento dos vórtices e instabilidade aerodinâmica por galope.
Estes efeitos não foram considerados na torre objeto de estudo porque não houve o
intuito de realizar nenhum tipo de análise dinâmica.
4.2.2 Martelamento
2
Região oposta àquela de onde sopra o vento, em relação à edificação.
26
O Método dos Elementos Finitos surgiu como uma nova possibilidade para resolver
problemas da teoria da elasticidade. Muitos dos problemas e dificuldades apresentados
pelos métodos Rayleigh-Ritz, Galerkin, diferenças finitas, resíduos ponderados e outros,
foram superadas.
Segundo Assan (1999), o Método dos Elementos Finitos prevê a divisão do
domínio de integração, contínuo, em um número finito de pequenas regiões. Estas regiões
são denominadas elementos finitos e transformam o meio contínuo em um meio discreto,
conforme a figura 5.1.
6 APLICAÇÃO
Os montantes até a altura de 6 metros desta torre são em tubos cônicos e os demais
montantes são em tubos cilíndricos. Ambos os tubos são compostos por aço de alta
resistência mecânica (limite de escoamento igual a 373 MPa) e à corrosão. As treliças são
em perfis tipo cantoneira, em aço ASTM A36, com um limite de escoamento igual a 250
MPa.
Esta torre foi projetada pela Seccional Brasil S/A para uma região com os seguintes
parâmetros: vento operacional de 100 km/h, velocidade básica do vento de 30 m/s, fator S1
igual a 1,10, fator S2 para rugosidade do terreno de categoria II e edificação de classe B,
fator S3 igual a 1,10 e um coeficiente de arrasto da estrutura igual a 1,6.
Os carregamentos considerados para a torre foram: pesos de pessoal e
equipamentos de montagem, situados na cota de 30 m, igual a 430 kgf, antenas situadas na
cota de 30 m, com área de 4,08 m2 e peso de 300 kgf, três plataformas com área de 0,30 m2
e com pesos de 60 kgf situadas nas cotas de 30 m, 25 m e 18 m, e, escadas, esteiras e cabos
com área de 0,25 m2 /m e peso igual a 26 kgf/m.
Com base na região de projeto e nos carregamentos considerados, os seguintes
resultados foram apresentados pela empresa: esforço de tração máximo igual a 144,0 kN,
esforço de compressão máximo igual a 170,4 kN, esforço horizontal máximo igual a 9,0
kN e peso total igual a 32,1 kN.
Os fatores para cálculo do esforço devido à ação do vento utilizados nesta aplicação
são diferentes dos utilizados pelo projeto original da torre, porque não se pretende
comparar os resultados obtidos neste trabalho com os fornecidos pelo fabricante, mas
verificar os diferentes esforços que a torre sofre com a mudança de direção do vento.
A torre em estudo sofrerá ao longo de sua vida útil basicamente dois tipos de
carregamento: causado pelo vento e causado pelo peso próprio da estrutura. Outros
carregamentos, como por exemplo, o causado por pessoal e equipamentos de montagem,
podem ocorrer, mas não serão considerados nesta análise do modelo porque dificilmente o
carregamento máximo devido ao vento ocorrerá durante a instalação dos equipamentos ou
durante a manutenção da torre de telecomunicações.
34
A torre foi dividida em cinco módulos (conforme figura 6.4 e anexo), pois as peças
metálicas utilizadas não possuem as mesmas dimensões ao longo de toda estrutura. Cada
módulo possui 6 metros de altura. A tabela 6.1 apresenta as dimensões dos tubos
cilíndricos cônicos utilizados nos montantes da torre em cada módulo e a tabela 6.2
apresenta as dimensões das cantoneiras utilizadas nas treliças de cada módulo.
tubos cilíndricos cônicos e para o peso das cantoneiras são apresentados, respectivamente,
nas tabelas 6.3 e 6.4.
A soma dos valores da última coluna da tabela 6.5 resulta em 25,95 kN. Esta
diferença com o valor informado pelo fabricante (32,10 kN) ocorre devido a não
consideração do peso de pessoal e equipamentos de montagem (4,30 kN) e de um
coeficiente de 7% sobre o peso da estrutura devido à galvanização da estrutura.
O peso próprio total da estrutura foi distribuído nos nós da estrutura. A tabela 6.6
traz a parcela do peso próprio que cada nó deve suportar.
Para a torre alvo deste estudo, admitiu-se uma região hipotética coberta por
obstáculos numerosos e pouco espaçados em zona urbanizada e considerou-se que a ruína
total ou parcial possa afetar a segurança ou a possibilidade de socorro a pessoas após uma
tempestade destrutiva. Estes dados resultaram em um fator estatístico (S3 ) igual a 1,10 e
em uma edificação de categoria IV e classe B diferente dos utilizados no projeto original.
Geralmente, adota-se um fator topográfico (S1 ) igual a 1,10 para torres. Admitiu-se ainda
uma velocidade básica do vento (V0 ) igual a 45 m/s para uma região no oeste do estado de
Santa Catarina.
37
onde:
AeL = área frontal efetiva das cantoneiras (m2 );
Aem = área frontal efetiva dos montantes (m2 ).
A empresa adotou um coeficiente de arrasto único para toda estrutura igual a 1,6.
Os valores obtidos seguindo-se as recomendações da norma NBR 6123 (1987), apontaram
dois valores superiores aos utilizados pela empresa.
A força de arrasto (Fa) é calculada conforme a equação 4.4. A tabela 6.11 apresenta
os valores da Fa obtidos para cada módulo da torre.
Os vértices da torre estão dispostos conforme a figura 6.3. A partir da obtenção das
forças resultantes nestes vértices, foi possível determinar a parcela de força a ser aplicada
em cada nó do modelo.
6.2 MODELO
rotações sobre as coordenadas x, y, e z. Este elemento foi utilizado apenas porque permite
uma seção variável.
Mass21 é um elemento nodal que tem até seis graus de liberdade: translações nas
coordenadas x, y e z e rotações sobre as coordenadas x, y, e z. Na forma como foi
utilizado, este elemento apenas possuía massa.
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 5
46
O modelo é formado por uma treliça espacial composta pelo elemento link8. A
exceção são as colunas do módulo 5, as quais são compostas pelo elemento beam44. O
elemento mass21 foi utilizado na análise modal para representar as massas da antena e das
plataformas.
Para o material componente da estrutura, considerou-se o módulo de elasticidade
longitudinal ou módulo de Young (E) apresentado por Arndt (2002), o qual é igual a 2,05 ×
1011 N/m2 .
Com o modelo carregado no ANSYS, foram realizadas a análise estática linear e a
análise modal da torre.
30 31
15
13 17
24
9 53
96
4 58
86
1 61
90
NOTA: Apenas os principais nós foram numerados a fim de não carregar demais a figura.
47
As tabelas 6.20, 6.21 e 6.22 apresentam as reações de apoio obtidas para o vento
incidindo de acordo com a figura 6.2.
6.3.2 Deformações
DSCA=2.256
XV =-.866025
YV =.5
*DIST=16.375
*XF =1752
*YF =3034
*ZF =15.005
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
DSCA=2.259
YV =-.965926
ZV =-.258819
*DIST=16.635
*XF =1752
*YF =3034
*ZF =15.32
A-ZS=180
Z-BUFFER
DSCA=2.269
XV =-.866025
YV =-.5
*DIST=16.442
*XF =1752
*YF =3034
*ZF =15.025
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
A tabela 6.30 mostra como cada caso de carregamento da estrutura exige desta uma
resposta de forma diferente, sendo impraticável o seu dimensionamento para apenas um
tipo de carregamento de vento.
software ANSYS 5.6, versão educacional, através desta análise, fornece a freqüência
natural (f), em Hz, de cada modo de vibração do modelo. O período natural (T) da
edificação é o inverso da freqüência natural de cada modo, conforme a equação 6.2. A
tabela 6.31 apresenta as 10 primeiras freqüências e períodos naturais obtidos.
1
f = (6.2)
T
DSCA=39.062
XV =-.866025
YV =-.5
DIST=16.527
XF =1752
YF =3034
ZF =15.024
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
DSCA=39.091
XV =-.866025
YV =-.5
DIST=16.509
XF =1752
YF =3034
ZF =15.009
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
56
DSCA=42.146
XV =-.866025
YV =-.5
DIST=16.619
XF =1752
YF =3034
ZF =15.108
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
DSCA=44.387
XV =-.866025
YV =-.5
DIST=16.647
XF =1752
YF =3034
ZF =15.134
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
57
DSCA=29.794
XV =-.866025
YV =-.5
DIST=16.507
XF =1752
YF =3034
ZF =15.007
A-ZS=.854E-06
Z-BUFFER
58
7 CONCLUSÃO
Toda e qualquer vibração é gerada por uma força excitante, a qual faz com que um
sistema seja deslocado de sua posição de equilíbrio, resultando em uma vibração mecânica.
Em estruturas altas a principal força excitante é o carregamento causado pelo vento. Este
carregamento gera efeitos dinâmicos. Os principais são: vibrações causadas pela energia
cinética das rajadas, martelamento, vibrações por desprendimento dos vórtices e
instabilidade aerodinâmica por galope.
Com a análise modal da torre, verificaram-se períodos naturais de vibração bastante
inferiores a 1 segundo, portanto, de acordo com a norma NBR 6123 (1987), torna-se
desnecessária a realização de uma análise dinâmica para esta torre.
Analisando-se as deformações originadas em cada situação de incidência de vento,
verifica-se uma variação média 0,8% entre o maior e o menor deslocamento no topo da
torre. Como a variação é pequena, conclui-se que a mudança na direção de incidência do
vento pouco influi nas deformações da estrutura.
Comparando-se os carregamentos provenientes dos casos analisados, percebe-se
uma variação média de 95% no esforço de compressão dos montantes da torre entre o caso
mais solicitante (Caso A) e o menos solicitante (Caso C) e uma variação média de 104%
entre a situação mais solicitante (Caso C) e a menos solicitante (Caso A) para a tração dos
montantes. Para a compressão das treliças, nota-se uma variação de 22% entre os casos
mais solicitantes (Caso A para os módulos 1 e 2 e Caso B para os módulos 3, 4 e 5) e o
menos solicitante (Caso C) e uma variação de 20% entre as situações mais solicitantes
(Caso C para os módulos 1 e 2 e Caso B para os módulos 3, 4 e 5) e o menos solicitante
(Caso A).
Concluí-se então, que a direção de incidência do vento na torre altera a intensidade
dos esforços em algumas regiões da estrutura e a negligência de qualquer um dos casos
analisados, quando se estiver dimensionando uma estrutura como esta, para resistir ao
carregamento de vento, pode ocasionar em uma solicitação da estrutura superior à
estimada, ou até mesmo, no colapso desta.
Salienta-se que para estas analises não foi considerado o peso devido à
galvanização da estrutura e não foi utilizado nenhum coeficiente de segurança para os
59
carregamentos de vento obtido, porque o objetivo deste trabalho era apenas verificar a
mudança de esforços na estrutura com a mudança de direção do vento.
Novas considerações poderiam ser apresentadas, ao se comparar os resultados
obtidos entre a análise estática e análises dinâmicas. Para análise do efeito dinâmico, a
aplicação do método de simulação de Monte Carlo seria uma opção. A verificação do
efeito causado pelas mudanças na geometria ao longo da torre e a análise da torre
considerada como pórtico espacial, ao invés de treliça, também poderiam ser consideradas
em novos trabalhos.
60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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transmission lines. Journal Construct. Steel Res, St. Petersburg, v. 46, n. 1-3, p. 468-469,
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BEER, F.P.; JOHNSTON, E.R. Jr. Cinemática e Dinâmica. In: _____. Mecânica vetorial
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BLEVINS, R.D. Flow induced vibration. New York: Van Nostrand Reinhold Company,
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HECKE, M.B.; ARNDT, M. Mecânica das estruturas. Curitiba: UFPR, 2001. Notas de
aula.
LABEGALINI, P.R. et al. Projetos mecânicos das linhas aéreas de transmissão. São
Paulo: Edgard Blücher, 1992.
62
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action of wind vibrations. Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics,
Kiev, n. 74-76, p. 1091-1100, 1998.
PFEIL, W.; PFEIL, M.. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 7. ed. Rio de
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QU, W.L.; CHEN, Z.H.; XU, Y.L. Dynamic analysis of wind-excited truss tower with
friction dampers. Computers and Structures. Wuhan, v. 79, p. 2817-2831, 2001.
RAUSCH, E. Einwirkung von Windstössen auf hohe Bauwerke. Zeitschrift dês Vereines
Deutscher Ingenieure, n. 17, 29 April 1933.
ANEXO
64
Carregamentos:
Pesos de pessoal e equipamentos de montagem h=30m – 430kg
Antenas: h=30m – Área de 4,08m2 e Peso de 300kg
Plataformas: h=30m – Área de 0,3m2 e Peso de 60kg
h=25m – Área de 0,3m2 e Peso de 60kg
h=18m – Área de 0,3m2 e Peso de 60kg
Escada/Esteiras/cabos − Área de 0,25m2 /m e peso de 26kg/m