Plano Diretor de Uberlândia - MG
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O PREFEITO MUNICIPAL, Faço saber que a Câmara Municipal de Uberlândia decreta, e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
TÍTULO I
DA CONCEITUAÇÃO, DAS PREMISSAS E DOS OBJETIVOS GERAIS
Art. 1º Esta Lei Complementar aprova o Plano Diretor do Município de Uberlândia e regulamenta os princípios básicos e as
diretrizes para sua implantação.
Parágrafo Único - O Plano Diretor do Município de Uberlândia advém da revisão daquele instituído pela Lei Complementar nº
078 de 27 de abril de 1994, e tem por fundamento a Constituição Federal, a Lei Federal nº 10.257 de 10 de julho de 2001 - Estatuto
da Cidade, a Constituição do Estado de Minas Gerais e a Lei Orgânica do Município de Uberlândia.
Art. 2º O Plano Diretor é o principal instrumento da política de desenvolvimento urbano e ambiental de Uberlândia, tendo por
objetivo orientar a atuação do Poder Público e da iniciativa privada, bem como atender às aspirações da comunidade, constituindo-
se na principal referência normativa das relações entre o cidadão, as instituições e o meio físico.
Art. 3º As políticas, diretrizes, normas, planos, programas e orçamentos anuais e plurianuais do Município de Uberlândia deverão
atender ao estabelecido nesta Lei e na legislação que vier a regulamentá-la.
Art. 4º Todos os instrumentos legais complementares necessários à implantação das diretrizes de desenvolvimento estabelecidas
no Plano Diretor deverão ser revistos e atualizados no prazo máximo de quatro anos, em especial:
IV - Código de Posturas;
V - Código Tributário;
§ 2º Os processos de elaboração das leis mencionadas no caput desse artigo e de produção dos diagnósticos e planos setoriais
de implantação do Plano Diretor serão acompanhados pelo Conselho Municipal do Plano Diretor, instituído pela presente Lei.
I - resguardar a função social da cidade e garantir ao cidadão o pleno exercício dos direitos à terra, aos meios de subsistência,
ao trabalho, à saúde, à educação, à cultura, à moradia, à proteção social, à segurança, ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, ao saneamento, ao lazer, à informação e demais direitos assegurados pela legislação vigente;
Art. 6º Os princípios gerais do Plano Diretor visam à sustentabilidade municipal, entendida como o desenvolvimento local
equilibrado, nas dimensões sociais, econômica e ambiental, para a garantia da melhoria contínua da qualidade de vida das
gerações presentes e futuras, especialmente pelo seguinte:
I - melhoria da infra-estrutura municipal no que diz respeito à saúde, à educação, às condições habitacionais e aos demais
serviços públicos, de forma a promover a inclusão social e a reduzir as desigualdades sociais;
III - recuperação, proteção, conservação e preservação dos ambientes natural e construído, incluindo-se o patrimônio cultural,
histórico, artístico, arqueológico e paisagístico;
VI - promoção de um sistema de ampla comunicação, para implantação e manutenção de bancos de dados, cadastros
urbanos, parâmetros e indicadores que permitam o monitoramento e a avaliação sistemática do desenvolvimento urbano e rural, a
fim de se garantir plena acessibilidade desses dados a toda população;
VII - favorecer o acesso à habitação a todos os munícipes, para estimular os mercados acessíveis aos segmentos da população
de baixa renda;
VIII - incorporar o componente ambiental na definição dos critérios e parâmetros de uso e ocupação do solo, sobretudo para
proteção de mananciais e recursos hídricos, recuperação de áreas degradadas, tratamento de áreas públicas e expansão dos
serviços de saneamento básico;
IX - promover o desenvolvimento econômico, tendo como referência a qualidade ambiental e a redução das desigualdades
que atingem diferentes camadas da população em regiões do Município;
XI - promover o aumento da eficiência econômica do Município, de forma a ampliar os benefícios sociais e reduzir os custos
operacionais para os setores público e privado;
XII - valorizar as funções de planejamento, articulação e controle, inclusive, mediante o aperfeiçoamento administrativo.
TÍTULO II
DAS DIRETRIZES E AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I
DO DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL
Art. 7º A consecução do Plano Diretor dar-se-á pela implementação de políticas e diretrizes setoriais integradas, que atendam aos
eixos territorial, institucional, ambiental, social, econômico e de infra-estrutura e serviços, nas escalas municipal e regional.
Parágrafo Único - As diretrizes estabelecidas nesta Lei deverão ser observadas, de forma integrada e simultânea, pelo Poder
Público Municipal, visando garantir a sustentabilidade do Município.
CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Art. 8º O Município de Uberlândia deve promover e participar do planejamento e desenvolvimento regional, em ação conjunta
com os demais Municípios da região, com o objetivo de:
I - definir suporte físico necessário às atividades do Município e da região, dentro de um projeto de desenvolvimento baseado
no aproveitamento racional dos recursos naturais e do patrimônio ecológico;
II - compatibilizar em conjunto com os diversos municípios da região, a legislação de uso do solo urbano e rural com o
planejamento regional;
III - dinamizar economicamente a área rural, a fim de aumentar a oferta de emprego e de serviço no campo;
IV - articular, com os diversos municípios da região, a distribuição equilibrada, das funções urbanas.
Art. 9º Para desempenhar seu papel de cidade-pólo na região, na busca da convivência harmônica entre os municípios, Uberlândia
deverá:
I - apoiar associações microrregionais de municípios para que estas exercitem, conjuntamente, o planejamento regional e
reivindicar recursos estaduais e federais para promoção do desenvolvimento integrado e equilibrado da região;
II - desenvolver convênios com os municípios vizinhos, particularmente nas áreas de saneamento, proteção de mananciais,
abastecimento de água e meio ambiente;
III - promover ações conjuntas que visem a integração dos sistemas rodoviário, ferroviário, hidroviário e aeroviário na região;
V - incentivar a formação de cinturão de produção de hortifrutigranjeiros na região para abastecimento local e comercialização
dos excedentes, bem como a criação de cooperativas regionais;
VI - apoiar os municípios da região na reivindicação de recursos federais e estaduais para projetos de habitação, saúde,
educação, saneamento, segurança e cultura, dentre outros.
CAPÍTULO III
DO MEIO AMBIENTE
Art. 10 Todas as ações contempladas nesta Lei têm como pressuposto a sustentabilidade ambiental, de acordo com o artigo 225
da Constituição da Federal de 1988 e com as políticas estaduais e federais de proteção ao meio ambiente, e objetivam assegurar a
preservação dos recursos naturais básicos do Município de Uberlândia, necessários à qualidade de vida das populações atuais e
futuras.
Art. 11 É dever do Poder Público e da comunidade zelar pela proteção ambiental em todo o território do Município, de acordo
com as disposições da Legislação Municipal e das normas adotadas pelo Estado de Minas Gerais e pela União Federal.
Art. 12 São elementos referenciais para o saneamento ambiental de Uberlândia, com o fim de melhorar as condições de vida da
população no Município e impedir a degradação dos seus recursos naturais, os seguintes sistemas:
I - abastecimento de água;
II - esgotamento sanitário;
Art. 13 A implantação de qualquer projeto público ou privado, no Município, deverá obedecer às disposições e aos parâmetros
urbanísticos e ambientais estabelecidos na legislação municipal vigente.
II - recuperar os fundos de vales, nascentes e córregos das áreas urbana e rural, implantar ou adequar sistemas de dissipação
nos lançamentos das águas pluviais, para possibilitar a recuperação das áreas de preservação e criação de parques lineares e
unidades de conservação;
III - garantir a proteção dos recursos hídricos e vegetais, a redução dos problemas de drenagem e a criação de áreas para lazer
na concepção dos parques, áreas de preservação e unidades de conservação;
IV - viabilizar a criação do parque de uso múltiplo, na cratera da pedreira São Salvador e Cachoeira dos Dias, tornando-o uma
extensão do Parque Linear do Rio Uberabinha;
VIII - conter o crescimento da área urbana no setor nordeste, em direção ao Rio Araguari;
IX - requalificar as praças existentes e implantar outras em áreas já designadas para esse fim;
X - criar mecanismos facilitadores para adoção por pessoas físicas ou jurídicas de praças e áreas verdes municipais;
XI - elaborar projetos de lazer e turismo, visando a interligação de parques, praças e áreas de potencialidades ambientais, com
ciclovias e paisagismo;
XII - fortalecer programas de educação ambiental, nas áreas rural e urbana, com vistas à participação popular no
monitoramento e na fiscalização;
XIII - promover estudos visando a implantação do Centro de Excelência ambiental, com vistas a contemplação do processo de
descentralização dos órgãos ambientais do Estado de Minas Gerais;
XV - elaborar o Plano Diretor de Drenagem, com cadastro técnico do sistema, compatibilizado com as obras existentes, para
possibilitar investimentos de forma racional;
XVI - implementar o Plano Diretor de Gestão Estratégica de Água e Esgoto.
II - elaborar projeto de requalificação do complexo do Parque do Sabiá, a fim de priorizar o meio ambiente natural e
contemplar, de forma equilibrada, usos diversos como lazer, esporte, cultura, educação e turismo;
III - promover estudos para integrar as áreas dos Parques Luizote e Mansour, com ampliação para toda área do conjunto dos
braços do Córrego do Óleo, formando um grande parque linear;
IV - promover estudos para ampliação do Parque Siquierolli, de modo que todas as áreas de preservação permanente dos
Córregos Liso, Lobo, Buritizinho, Carvão, Parque do Distrito Industrial e a área da Chácara Metálica sejam abrangidas;
V - promover estudos para ampliação do Parque Santa Luzia, para englobar as áreas de preservação permanente dos Córregos
Lagoinha e Mogi, bem como as áreas de recreação e institucionais adjacentes;
VII - elaborar projetos de compostagem, entulhos da construção civil, resíduos de serviços de saúde e industriais, coleta
seletiva e educação ambiental;
IX - garantir a coleta de resíduos sólidos, o tratamento, o controle e a destinação final adequados aos padrões sanitários
vigentes;
X - segregar os resíduos sólidos urbanos coletados e a viabilização de sua reciclagem com disposição final adequada;
XII - estabelecer convênios e ajustes de cooperação com o Município de Uberaba, visando ações comuns para a proteção
dentro de seu território, das nascentes e margens do Rio Uberabinha;
CAPÍTULO IV
DA ZONA RURAL
I - elaborar planejamento ambiental do Município e de suas bacias hidrográficas, de acordo com a legislação pertinente;
II - empreender esforços para a criação de Área de Proteção Ambiental - APA - estadual junto às Bacias dos Rios Uberabinha e
Bom Jardim;
III - adotar o uso de indicadores ambientais para monitorar e fiscalizar a qualidade ambiental das áreas rurais e criar um
Sistema de Informações que será alimentado e acompanhado, de forma conjunta, pelos órgãos municipais competentes;
IV - estabelecer políticas municipais de fomento e aplicação de tecnologias orientadas ao uso racional e à proteção dos
recursos naturais no meio rural;
V - promover campanhas educativas e políticas públicas que visem contribuir com a redução, reutilização e a reciclagem do
lixo, no meio rural;
VI - criar programas de incentivo à preservação e recuperação das matas ciliares e das áreas de reserva legal;
VII - identificar as áreas com riscos geológicos, a fim de minimizar as inundações, processos erosivos, contaminações do lençol
freático, entre outros;
VIII - identificar áreas rurais de interesse público para proteção ambiental e preservação do patrimônio histórico, cultural,
arqueológico ou paisagístico;
IX - promover programa integrado de assistência técnica para proprietários rurais que recuperem e mantenham as áreas de
preservação permanente e de reserva legal conservadas;
X - instituir instrumentos de avaliação ambiental, para monitorar e definir as políticas de manutenção da qualidade da água;
XI - garantir a participação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural na definição das prioridades do município, junto
à área rural;
XII - adotar o macrozoneamento do Município, que integra este Plano Diretor, como diretriz para as ações públicas na área
rural, sobretudo, no que diz respeito à fiscalização e monitoramento;
XIII - definir o perímetro dos distritos, a partir das propriedades ocupadas e que componham a sede de cada um deles, cuja
ampliação será permitida de acordo com o parcelamento ou ocupação, somente de forma contígua ao perímetro definido;
XIV - valorizar o patrimônio natural, edificado e cultural, mediante elaboração de diagnósticos desses potenciais e de
legislação de uso do solo que os preservem;
XV - promover estudos visando a implantação de um centro difusor de técnicas adequadas de produção e qualificação de
mão-de-obra rural;
XVI - promover a ampliação das alternativas econômicas e educação ambiental, com geração de renda e qualidade de vida
para o produtor rural, no sentido de valorizar as riquezas naturais, a vocação e o potencial do município;
XVII - estimular a adoção de práticas de sanidade agropecuária, que garantam a saúde dos animais, dos vegetais e a segurança
alimentar;
XVIII - apoiar programas que permitam a comercialização direta com o consumidor, de produtos provenientes da agricultura
familiar e da industrialização rural.
I - estabelecer programa municipal de microbacias hidrográficas, cuja finalidade será assistência técnica gratuita para
recuperação, manutenção e conservação de nascentes;
III - valorizar a diversidade ambiental com potencialidade turística, paisagística, arqueológica e biológica e, deste modo,
evidenciar exemplares expressivos do ecossistema do cerrado;
IV - promover a articulação com municípios vizinhos para que possam desenvolver programas de interesse comum, por meio
de mecanismos de controle ambiental, de normas técnicas e de compensação por danos causados pela poluição e degradação do
meio ambiente, nas bacias divisórias dos municípios;
VI - viabilizar a implantação de equipamentos públicos com programas para atrair a diversidade de usos nos distritos,
potencializando suas identidades;
VII - incentivar a implantação de atividades econômicas estratégicas que possam gerar processo de requalificação dos
distritos, atrair pessoas e fomentar comércio de diversos tipos, para todas as classes sociais, com o fim de promover o
desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda para seus moradores;
VIII - integrar às escolas municipais rurais conteúdos complementares específicos voltados à educação sócio-ambiental,
práticas agropecuárias e implantação de hortas escolares com finalidade didática;
IX - integrar o setor agropecuário à Prefeitura, aos órgãos de pesquisa e às instituições de ensino, com implantação e
disseminação de novas tecnologias;
CAPÍTULO V
DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 18 A política de uso e ocupação do solo no Município de Uberlândia deverá garantir a justa distribuição dos benefícios e ônus
decorrentes do processo de urbanização, recuperar e transferir para a coletividade a valorização imobiliária decorrente da ação do
Poder Público.
Seção I
Das Diretrizes e Ações
Art. 19 São diretrizes da política de uso e ocupação do solo, no Município de Uberlândia, a serem observadas na legislação
urbanística que regulamenta o presente Plano Diretor:
I - adequar o adensamento à capacidade de suporte do meio físico, potencializar a utilização das áreas bem providas de infra-
estrutura e evitar a sobrecarga nas redes instaladas;
II - elaborar inventário arquitetônico e cultural do Bairro Patrimônio para definir ações de preservação;
IV - detalhar a legislação de uso do solo, para os sub-centros e desenvolver projetos urbanísticos para sua valorização;
V - proibir o parcelamento, para fins de loteamento ou de condomínios, de novas áreas, quando não contíguas à mancha
urbana já parcelada, salvo para estabelecimento, pelo Poder Público, de Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS, autorizadas em
leis específicas ;
VII - atualizar a Planta de Valores Imobiliários, para servir de apoio às decisões do Conselho Municipal do Plano Diretor, para
aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade;
VIII - revisar, quando necessário, o perímetro urbano vigente, visando manter o controle do crescimento da cidade;
IX - promover a adequação e o acompanhamento da densidade de ocupação desejada para cada zona do Município,
observado o disposto no art. 24 desta Lei Complementar;
X - incentivar a implantação de atividades econômicas estratégicas que possam gerar um processo de renovação e
requalificação da Área Central, atraindo pessoas e comércio de diversos tipos e classes sociais, resguardado o carater democrático
e popular, para fins de atendimento da função social da propriedade;
XI - descaracterizar a Área Central e o Bairro Fundinho como corredor estrutural do transporte coletivo e recuperar sua
qualidade de vida urbana;
XII - promover a requalificação urbana da Área Central a partir de projetos de paisagismo, alargamento e readequação de
calçadas, definção do mobiliário urbano, arborização adequada, segurança, uso diversificado, dentre outros;
XIII - constituir a Zona Cultural do Fundinho - ZCF, com parâmetros urbanísticos que lhe garantam especificidade cultural tendo
como referência o documento Inventário de Diretrizes Especiais de Uso e Ocupação do Solo do Bairro Fundinho, elaborado pela
Universidade Federal de Uberlândia;
XV - proibir a verticalização e o alargamento ou abertura de novas vias na futura Zona Cultural do Fundinho - ZCF;
XVI - consolidar, requalificar e diversificar os sub-centros, no sentido de preservar as peculiaridades locais, e vinculá-los aos
terminais de transporte e ao Segundo Anel;
XVII - formar pólos de serviços e comércio nos terminais de transporte urbano e seus entornos, inclusive pela implantação de
serviços públicos;
XVIII - incentivar centros de serviços e comércio nos núcleos de vizinhança, entre os Segundo e Terceiro Anéis, com destaque
para as modalidades de deslocamento de pedestres e ciclistas;
XIX - viabilizar a implantação de equipamentos públicos nos bairros, com programas para atrair a diversidade de usos nas
áreas periféricas, potencializando as peculiaridades locais.
I - elaborar projetos urbanísticos para os subcentros dos Bairros Luizote de Freitas, Tibery, Planalto, São Jorge, Santa Mônica,
Santa Luzia, Tubalina e Presidente Roosevelt;
III - elaborar projeto de requalificação do Bairro Fundinho, tendo como referência seu Inventário de Diretrizes Especiais de Uso
e Ocupação do Solo.
Seção II
Do Macrozoneamento
Art. 21 O ordenamento territorial, no Município de Uberlândia, tem como objetivo a gestão eficiente e sustentável do uso do
território, segundo o:
II - Zoneamento urbano que defina e delimite zonas urbanas, de acordo com o grau de urbanização e o seu padrão de uso e
ocupação desejável.
Art. 22 Para fins de uso e ocupação do solo o macrozoneamento do Município de Uberlândia será dividido na forma do Anexo I
desta Lei Complementar, com o seguinte detalhamento:
I - Macrozona de Proteção das Áreas dos Mananciais - MZP: esta Zona contempla áreas da micro bacia do Rio Uberabinha e do
Ribeirão Bom Jardim, com o intuito de proteger essas microbacias à montante das captações;
II - Macrozona de Transição - MZT: esta zona compreende as áreas contíguas ao Distrito Sede, com distâncias entre 5 km e 11
km, com o objetivo de proteger os pontos de captação de água do Ribeirão Bom Jardim e do Rio Uberabinha, os Córregos
Marimbondo e Terra Branca, à jusante do perímetro urbano e faixas de futura expansão urbana;
III - Macrozona de Turismo e Lazer - MZTL: áreas localizadas nos entornos das Represas Capim Branco I e II, de Miranda e Rio
Uberabinha à jusante do do perímetro urbano; visando o desenvolvimento das atividades voltadas ao turismo e ao lazer e a
proteção dos patrimônios naturais e edificados;
IV - Macrozona de Controle Específico - MZCE: essa zona visa proteger as áreas com fragilidades ambientais tais como: as
Unidades de Conservação Terra Branca e Panga, as áreas com processos erosivos, com vegetação nativa e áreas com grande
declividades junto ao rio Araguari;
V - Macrozona Rural Sudoeste - MZS: constituem as áreas entre o sul e o oeste do Município, onde encontram-se as grandes
propriedades rurais e atividades voltadas às monoculturas;
VI - Macrozona Rural Nordeste - MZN: constituem as áreas entre o norte e o leste do Município, onde encontram-se pequenas
e médias propriedades rurais e atividades de produção hortifrutigranjeira e leite;
VII - Macrozona Urbana - MZU: contempla as áreas urbanas do Distrito Sede do Município;
VIII - Macrozona dos Distritos Rurais - MDR: contempla as áreas urbanas dos Distritos de Miraporanga, Tapuirama, Cruzeiros
dos Peixotos e Martinésia.
Art. 23 O macrozoneamento do Distrito Sede será dividido na forma do Anexo II desta Lei Complementar, com o seguinte
detalhamento:
a) compreende a área entre as avenidas Rondon Pacheco, parte da sobreposição das Rodovias BR-050/BR-365/BR-452 e parte
do Rio Uberabinha;
b) essa área encontra-se na região central consolidada, adensada, com infra-estrutura otimizada e conta com a presença do
terminal central de transporte coletivo;
c) deverá ser priorizada a requalificação da área central e do Fundinho;
a)compreende a região entre o 2º e 3º anéis. O 3º anel é compreendido pelos limites do perímetro urbano;
b) essa região apresenta concentração de bairros periféricos, áreas não-parceladas e grandes indústrias e serviços e será
incentivada a criação de núcleos de vizinhança, a implantação de zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS e a consolidação do anel
de serviço (logística).
Art. 24 A Lei Municipal de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, ao definir os critérios para ocupação ordenada e sustentável da
área urbana da cidade, deverá observar a classificação de densidade baixa, média ou alta, pertinente a cada zona urbana.
§ 1º São classificadas como regiões de alta densidade a Zona Central, a Zona Estrutural e a área de suporte dos subcentros e
terminais.
§ 2º São classificadas como de média densidade, as regiões paralelas à Zona Estrutural, de modo a criar paisagem de
escalonamento em relação às zonas de alta densidade.
§ 4º Poderão ser criadas exceções aos critérios de densidade acima referidos, de acordo com o que vier a ser regulamentado
em revisão da Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.
CAPITULO VI
DA MOBILIDADE
I - elaborar o Plano de Mobilidade Urbana e Rural que dê prioridade aos transportes não motorizados e coletivo;
II - consolidar o Sistema Integrado de Transporte - SIT, com a criação da rede integrada de transporte coletivo;
IV - humanizar os trechos rodoviários que cortam a malha urbana, por meio de adequação urbanística, sobretudo nas
travessias de pedestres;
V - elaborar projetos visando a implantação de ciclovias nos fundos de vale e a implementação de rede cicloviária integrada,
contemplando o deslocamento casa-trabalho e inter-modalidade;
VI - elaborar o Plano de Gestão de Pavimentos Urbanos voltados principalmente para as linhas de transporte coletivo.
Art. 26. São ações de desenvolvimento da política de mobilidade urbana e rural no Município de Uberlândia:
I - fortalecer as ligações viárias entre distritos e a área urbana do Município, para adequar os acessos aos locais voltados para
o turismo e lazer;
II - promover estudos visando a criação entre a Sede e os Distritos de Cruzeiro dos Peixotos e Martinésia de uma ciclovia
paralela à rodovia;
III - viabilizar a implantação dos terminais do transporte coletivo nos setores Sul, Sudoeste, Noroeste e Leste;
IV - promover estudos visando a criação de anel pericentral para circulação do transporte coletivo, com o fim de consolidar a
integração física e temporal no Setor Central;
VIII - implementar a integração intermodal de bens e mercadorias e estabelecer rotas para o tráfego na área urbana;
IX - viabilizar parcerias com o Departamento Nacional de Infra-estrutura em Transportes - DNIT e Departamento Estadual de
Estradas e Rodagem - DER, para elaboração de projetos urbanísticos e paisagísticos nas margens das rodovias que estão dentro do
perímetro urbano;
CAPÍTULO VII
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TURISMO
I - elaborar Estratégia Regional de Desenvolvimento Sustentável em articulação com os demais Municípios do Triângulo
Mineiro, que contribua para a gestão integrada dos recursos e desenvolva projetos para captação de investimentos institucionais e
privados;
II - induzir atividades produtivas que tenham sinergia com a rede instalada de logística, informações e conhecimento e dos
recursos naturais, para fortalecer as micro, pequenas, médias e grandes empresas, face à posição estratégica do município;
III - incentivar projetos e parcerias, com atividades pró-ativas, para a efetiva interação entre o conhecimento científico e
tecnológico e a permanente inovação dos processos ao longo das cadeias produtivas;
IV - promover ações para tornar Uberlândia um centro nacional de excelência em Turismo de Negócios nos âmbitos local e
regional;
V - incentivar e participar de ações para a dinamização do Circuito Turístico do Triângulo Mineiro, em ações conjuntas com os
demais municípios, fomentando o turismo regional como importante vetor de desenvolvimento.
II - fomentar e apoiar convênios, linhas de financiamento e instituições de microcrédito com ênfase em sua divulgação;
III - apoiar e incentivar a implantação de Arranjos Produtivos Locais - APLs, e outras formas de cooperativismo como solução
moderna de atividades geradoras de emprego e renda;
IV - incentivar projetos que visem à interação com órgãos e entidades para a capacitação dos agentes de toda a cadeia
produtiva;
V - promover iniciativas conjuntas visando à modernização das vias de acesso e sistemas de logística, atuando na integração
dos modais rodoviário, ferroviário, aeroviário e hidroviário da região;
VI - atuar, junto aos órgãos de governo e iniciativa privada, com o objetivo de consolidar o Município de Uberlândia e região
como pólo energético com a utilização de recursos hídricos e fontes renováveis, em sintonia com as tendências mundiais de
desenvolvimento sustentável;
VII - apoiar a participação na elaboração de políticas e ações de fomento que visem à maior competitividade na captação e
retenção de investimentos em Minas Gerais, com destaque para as potencialidades e características do Município;
VIII - incentivar atividades que gerem produtos e serviços de alto valor agregado;
IX - atuar em conjunto com entidades acadêmicas, públicas e privadas, em projetos que proporcionem apoio às iniciativas
inovadoras, e capacitação de empreendedores;
X - incentivar e apoiar as atividades que promovam o desenvolvimento do setor de serviços, no sentido de consolidar a
vocação de Uberlândia como pólo de excelência na geração de capital intelectual;
XI - desenvolver projetos que visem à eleição e priorização de áreas dirigidas à implantação dos equipamentos turísticos nos
segmentos de hospedagem, entretenimento, lazer e infra-estrutura para a realização de eventos, de forma que se instalem e
otimizem seu aproveitamento e funcionamento;
XII - avaliar a viabilidade de incentivar as atividades turísticas e de lazer com o aproveitamento do potencial paisagístico às
margens dos reservatórios das Usinas de Capim Branco I e II e Miranda, e definir padrões e regras para uma convivência harmônica
entre lazer e meio ambiente;
XIII - aproveitar o potencial turístico das cachoeiras e dos rios do Município, com a integração e exploração das
potencialidades do turismo rural, ecológico e de aventura;
XIV - estabelecer critérios e linhas urbanas onde possa operar o transporte especial de turistas, visando à valorização e
integração dos monumentos históricos, atrações culturais e os equipamentos turísticos;
Seção I
Da Educação
I - incrementar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, possibilitar a qualificação dos profissionais com programação
de Cursos de Formação Continuada e adequar a estrutura, com a aquisição de equipamentos e materiais pedagógicos;
II - promover estudos para construção, reforma e ampliação da rede física em conformidade com os padrões da legislação
específica e das necessidades de demanda;
III - propiciar atenção integral à criança, mediante a implementação da Diretriz Curricular nas Escolas de Educação Infantil e a
universalização do Ensino Fundamental de nove anos;
IV - desenvolver e estimular projetos educacionais integrados com a participação de órgãos municipais, comunidade e
entidades voltadas para a formação da cidadania.
Art. 30 Constitui ação de desenvolvimento da política educacional, no Município de Uberlândia a adequação das unidades
escolares, de acordo com a legislação pertinente, com o objetivo de atender às necessidades de cada faixa etária, inclusive dos
alunos portadores de necessidades especiais.
Seção II
Da Saúde
I - ampliar e incrementar a acessibilidade ao Sistema Único de Saúde, no sentido de assegurar a Vigilância em Saúde na zona
urbana e rural, com implementação de política de recursos humanos e novos métodos de gestão e regulação, que promovam a
responsabilização, a eficácia e, sobretudo, a garantia da melhoria contínua da qualidade da prestação de serviços de saúde;
II - promover a melhoria constante da infra-estrutura pública dos serviços de saúde, inclusive a implantação do Hospital e
Maternidade Municipal;
III - criar, na Secretaria Municipal de Saúde, um núcleo de tecnologia da informação para desenvolver e dar suporte aos
equipamentos e aplicativos necessários para gestão de saúde Municipal;
I - resgatar a Atenção Básica em saúde, embasada em indicadores epidemiológicos, nos aspectos de promoção, proteção,
recuperação da saúde, educativos e informativos, com inclusão dos programas e as ações de saúde escolar como estratégias
importantes;
II - consolidar as Unidades Básicas de Saúde como porta de entrada do Sistema de Saúde Municipal;
III - implementar a estrutura de atendimento do Programa Saúde da Família, promovendo a expansão da equipe de Saúde
Bucal;
IV - implementar o atendimento das áreas não contempladas pelo Programa Saúde da Família e readequar as Unidades
Básicas de Saúde com o perfil epidemiológico;
V - reorganizar o serviço das Unidades de Atendimento Integrado, para atender referência secundária e de pronto socorro;
VI - implementar os sistemas de gestão e regulação dos serviços próprios e conveniados ao Sistema Único de Saúde - SUS;
VIII - implantar o controle sobre os resíduos dos serviços de saúde, adequar a coleta e destinação final da parte contaminada,
inclusive o lixo radioativo, consoante as normas do Conselho Nacional de Energia Nuclear - CNEN;
XI - promover estudos visando a implantação da sede própria da Vigilância Epidemiológica e ampliação da área física do
Centro de Controle de Zoonoses;
XII - elaborar projetos relativos a informatização da rede municipal de saúde com tecnologia adequada;
XIV - estimular a criação e funcionamento ininterrupto de cursos de capacitação de instrutores de prevenção ao uso indevido
de drogas, sob a supervisão do Município;
XV - estabelecer e disciplinar o ressarcimento por atendimentos a pessoas de outros municípios que, dentro de políticas de
regionalização da saúde, sejam feitos no Município de Uberlândia;
XVI - estabelecer e disciplinar o ressarcimento ao SUS municipal de atendimentos cobertos pelo Sistema de Saúde
Suplementar e seguros privados;
XVII - estimular a participação de instituições privadas de forma complementar no Sistema Único de Saúde - SUS na forma do
art. 199, § 1º da Constituição Federal.
Seção III
Da Defesa Social
I - promover esforços junto aos governos estadual e federal para a alocação de recursos materiais e humanos destinados à
segurança pública municipal;
II - atuar conjuntamente com os órgãos que compõem o sistema de defesa social e a sociedade civil organizada, a fim de
reduzir os índices de violência e criminalidade;
V - promover, estimular e apoiar estudos e pesquisas, em matéria de violência e criminalidade que possibilitem a otimizar a
atuação integrada com as polícias Militar e Civil.
IV - implantar o projeto de video-monitoramento de Uberlândia nos centros comerciais dos bairros e regiões da cidade,
mediante parcerias com a iniciativa pública e privada;
V - realizar estudos sobre a implantação da guarda municipal, atendidos os critérios de necessidade, conveniência e
oportunidade.
Seção IV
Da Cultura
I - incentivar as atividades culturais, inclusive na zona rural, de forma que atendam as diversidades culturais da população;
II - criar mecanismos de proteção, promoção e recuperação das memórias, da história, do patrimônio material e imaterial do
município;
III - viabilizar a construção ou reforma de teatros para atender as demandas dos diversos segmentos artísticos e de espaços
apropriados para a guarda e preservação de acervos documentais e bibliográficos importantes da cidade;
IV - implementar programas de descentralização de acervos bibliográficos, viabilizando seu maior acesso ao cidadão;
V - manter o Fundo Municipal de Cultura e o COMPHAC - Conselho Municipal de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico
e Cultural;
VI - implementar o sistema integrado de arquivos corrente, intermediário e permanente da documentação gerada pelo Poder
Público, e viabilizar o recolhimento ao Arquivo Histórico da documentação de caráter permanente.
I - viabilizar a manutenção do convênio com o Estado e assegurar a parceria para a utilização do Teatro Rondon Pacheco;
II - promover estudos visando a realização de obras de restauro da Casa da Cultura e envidar esforços para a abertura de
novos espaços para as apresentações artísticas;
III - implementar projetos para a captação de recursos destinados a reiniciar os trabalhos de construção do Teatro Municipal e
reforma do Teatro Grande Otelo;
IV - empreender esforços para construção ou aquisição de espaços para abrigar a Biblioteca Pública e o Arquivo Público
Municipal;
V - incentivar, por meio de doações, a abertura de bibliotecas comunitárias e/ou salas de leitura integradas à Biblioteca
Pública nos bairros, viabilizando o acesso da comunidade em geral.
Seção V
Esporte e Lazer
Art. 37 São diretrizes do esporte e do lazer:
I - possibilitar e ampliar o acesso da comunidade à prática de atividade física e ao lazer, a fim de melhorar a qualidade de vida
da população, na zona urbana e rural;
II - proporcionar, à comunidade, a oportunidade de competir, com qualidade, nas várias modalidades do esporte olímpico e
para-olímpico;
III - criar meios para sediar competições regionais, estaduais e nacionais, nas várias categorias e modalidades esportivas;
IV - promover estudos para construção de um centro de treinamento olímpico e paraolímpico, uma arena multi-uso e
melhorar a infra-estrutura esportiva do Complexo do Parque do Sabiá.
I - promover estudos visando a construção de poliesportivos, bem como a melhoria da infra-estrutura dos existentes;
II - intensificar a realização do Programa "Ruas de Lazer" nos bairros e distritos não contemplados com poliesportivos.
Seção VI
Da Assistência Social
I - implementar e manter a rede de serviços socio-assistenciais de proteção básica e especial, além de adequá-las às novas
diretrizes do Sistema Único de Assistência Social - SUAS;
II - ampliar a cobertura de famílias atendidas pelos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e priorizar atendimento
a crianças, adolescentes, idosos e deficientes em equipamentos sociais específicos;
III - implementar programa de educação profissional, ampliar e diversificar cursos de formação profissional, adequados às
necessidades do mercado, fixos e itinerantes, em parcerias a serem realizadas entre os setores governamentais e não
governamentais;
IV - desenvolver e implementar políticas públicas de inclusão social nas zonas urbana e rural, com articulação intersetorial,
ações continuadas e ênfase nas famílias em situação de vulnerabilidade social.
I - buscar captação de recursos estadual, federal e da sociedade civil para implantação e expansão de programas sociais;
II - manter parcerias com organizações não governamentais, com recursos do município para manutenção da rede de proteção
social, submetidos à fiscalização e controle de sua aplicação;
III - administrar os recursos oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, direcionando-os para programas sociais
específicos de acordo com as demandas diagnosticadas pelo município;
IV - atender crianças e adolescentes na faixa etária de 06 a 16 anos, através de atividades que visem a sua proteção e
socialização em instituições governamentais e não governamentais;
V - atender e acompanhar em parceria com os Conselhos Tutelares e Vara da Infância e da Juventude crianças e adolescentes
vítimas de abandono e violência, adolescentes submetidos ao cumprimento de Medidas Sócio-educativas e suas respectivas
famílias;
VI - promover atividades para a terceira idade nas áreas de lazer, saúde, cultura e esporte, de forma permanente e integrada;
VII - orientar e encaminhar às unidades especializadas pessoas com deficiência para que possam receber atendimento clínico,
sócio-educacional e de capacitação para sua independência pessoal e social;
VIII - promover ações que possam garantir o atendimento emergencial à pessoas com deficiência e idosas, em situação de
dependência econômica ou submetidas a situação de negligência e desrespeito familiar, discriminação, violência e opressão social,
assegurando-lhes a defesa dos seus direitos;
IX - propiciar atendimento emergencial à população em situação de vulnerabilidade social, bem como atender ao migrante e
população de rua, mediante o encaminhamento aos recursos da comunidade que formam a rede de proteção social do município;
X - estimular a capacitação dos recursos humanos para atender às exigências do SUAS, assim como as demais áreas que
envolvem mão-de-obra especializada e operativa, incluindo situações emergenciais e de calamidade pública;
XI - estruturar e ampliar os CRAS - Centros de Referência da Assistência Social em conformidade com as diretrizes
estabelecidas pelo SUAS quanto aos serviços assistenciais de proteção básica, por meio de ações descentralizadas de atendimento
à família;
XII - promover estudos para construção de equipamentos sociais voltados para o atendimento à infância, adolescência e
terceira idade;
XIII - fomentar projetos e incentivar convênios com empresas privadas e parcerias entre os vários setores de produção para a
formação de mão-de-obra por meio de cursos de qualificação e requalificação profissional;
XIV - realizar cursos, oficinas e palestras itinerantes nos bairros e distritos, de forma a ampliar os canais de informação e
formação para a população jovem e adulta;
XVI - buscar parcerias com organizações governamentais e não governamentais para implementar ações contínuas e
visibilidade social de apoio à mulher, ao jovem, aos trabalhadores e às organizações comunitárias;
XVII - promover e apoiar eventos acerca dos direitos sociais que envolvem os vários segmentos da sociedade: mulher, criança,
adolescente, pessoa deficiente, idoso, jovem e demais situações de exploração e segregação;
XVIII - promover ações voltadas para a juventude que envolvam áreas de lazer, cultura, esporte e trabalho, de acordo com as
demandas e anseios, que valorizem o protagonismo juvenil, mediante parcerias com organizações governamentais e não
governamentais;
XIX - desenvolver programas em cooperação com regiões e municípios vizinhos, visando estabelecer o atendimento de
necessidades de populações carentes em seus locais de moradia.
Seção VII
Da Habitação
I - facilitar a obtenção de moradia para famílias em diferentes situações sócio-econômicas, com prioridade àquelas que
mantenham pessoas com deficiência, idosos ou aposentados, filhos menores ou dependentes, mulheres chefes de família, com a
garantia de acesso aos programas de pós-ocupação;
II - efetivar convênios e parcerias com instituições públicas e privadas, de forma a dinamizar alternativas de acesso à moradia
para a população que dela necessite, em conformidade aos critérios estabelecidos na legislação pertinente;
III - estruturar o Fundo Municipal da Habitação e destinar seus recursos para programas de interesse social;
IV - viabilizar parcerias de assistência técnica gratuita com entidades para o desenvolvimento de programas de interesse
social, auto-construção e regularização;
V - propor diversidade de tipologias arquitetônicas, tecnológicas, urbanísticas, visando melhor qualidade de vizinhança e
redução dos custos das áreas urbanizadas.
I - buscar adequação de prestações compatíveis com a renda dos beneficiários mediante enquadramento em Programas
Habitacionais;
II - estudar áreas para a construção de habitação de interesse social, mediante enquadramento nos programas vigentes;
III - propor alternativas de infra-estrutura e sistemas construtivos, assim como de equipamentos sociais e urbanos que
venham a atender, em sua área de abrangência, às famílias contempladas pelos programas habitacionais;
IV - promover e manter parcerias com os programas habitacionais desenvolvidos pela Caixa Econômica Federal, órgãos e
entidades governamentais e não governamentais, desde que em consonância com o Programa Municipal de Habitação;
V - promover a integração dos programas habitacionais nos âmbitos municipal, estadual e federal, com vistas a unir esforços
para minimizar o déficit;
VI - destinar os recursos oriundos do Fundo Municipal de Habitação para a implementação de programas habitacionais para
populações de baixa renda;
VII - concentrar esforços no atendimento aos segmentos da população cuja renda não permita acesso de financiamento em
outras instâncias;
IX - propor nos projetos habitacionais a variação de tipologias arquitetônicas e urbanísticas, de acordo com as parcerias e
convênios realizados, de modo a integrar a implantação ao perfil e às características naturais de cada área;
XI - estabelecer programas com os municípios da região, visando estabelecer políticas de ação comum para instalação, nos
respectivos territórios, de populações carentes e diminuição de fluxos migratórios desordenados.
TÍTULO III
DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE GESTÃO MUNICIPAL
Art. 43 O Município de Uberlândia por intermédio do órgão municipal de planejamento urbano, manterá permanentemente
atualizado o Sistema de Informação de Gestão Municipal, no que tange as informações sociais, culturais, econômicas, financeiras,
ambientais, imobiliárias, patrimoniais, administrativas, físico-territoriais, inclusive cartográficas e geológicas e outras de relevante
interesse para o Município, progressivamente georreferenciadas e em meio digital.
§ 1º A divulgação dos dados do Sistema de Informação de Gestão Municipal será realizada no endereço eletrônico do
Município de Uberlândia ou junto ao órgão municipal de planejamento urbano.
§ 2º O sistema a que se refere esse artigo deve atender aos princípios da simplicidade, economicidade, eficácia, clareza,
precisão e segurança, evitando a duplicação de meios e instrumentos para fins idênticos.
§ 5º O sistema de Informação de Gestão Municipal deverá fornecer dados para o planejamento, o monitoramento, a
implementação e a avaliação da política urbana, subsidiando a tomada de decisões, e o monitoramento das diretrizes
estabelecidas no Plano Diretor.
Art. 44 Os Agentes públicos e privados, em especial os concessionários de serviços públicos que desenvolvem atividades no
município, deverão fornecer em prazo previamente fixado, todos os dados e informações que forem considerados necessários ao
Sistema de Informação de Gestão Municipal.
Art. 45 O Município de Uberlândia dará ampla publicidade de todos os documentos e informações produzidos no processo de
elaboração, revisão, aperfeiçoamento e implementação do Plano Diretor, a fim de assegurar à população, o conhecimento dos
respectivos conteúdos.
TÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
Art. 46 A política urbana municipal considerará os instrumentos de planejamento, os instrumentos jurídicos e urbanísticos, os
instrumentos de regularização fundiária, os instrumentos tributários e financeiros e os instrumentos jurídico-administrativos
estabelecidos pela Lei Federal nº 10.257/2001, assim como os demais instrumentos de desenvolvimento, não mencionados nesta
Lei nacional, desde que atendam ao disposto no Plano Diretor.
Parágrafo Único - Serão regulamentados, em legislação específica, e, posteriormente, aplicados, no prazo máximo de quatro
anos, a contar da promulgação da presente lei, os instrumentos descritos nos capítulos a seguir destinados à regularização
fundiária e à adequação dos usos urbano e rural à função social da propriedade.
CAPÍTULO I
DO PARCELAMENTO, DA EDIFICAÇÃO OU DA UTILIZAÇÃO COMPULSÓRIOS
Art. 47 O parcelamento, a edificação e a utilização compulsórios do solo urbano visam garantir o cumprimento da função social da
cidade e da propriedade, por meio da indução da ocupação de áreas vazias ou subutilizadas, onde for considerada prioritária a
densificação, na forma de Lei específica dispondo sobre a matéria. (Vide regulamentação dada pela Lei Complementar nº
521/2011)
I - otimizar a ocupação de regiões da cidade dotadas de infra-estrutura e equipamentos urbanos, inibindo a expansão urbana
em direção e áreas não servidas de infra-estrutura e/ou ambientalmente frágeis;
II - aumentar a oferta de lotes urbanizados nas regiões já consolidadas da malha urbana de Uberlândia;
IV - combater a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização.
Art. 49 É facultado ao Poder Público Municipal exigir, do proprietário do imóvel urbano não edificado, subutilizado, utilizado
inadequadamente ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de parcelamento, edificação ou
utilização compulsórios, nos termos das disposições contidas nos artigos 5º e 6º, da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da
Cidade.
Art. 50 O parcelamento, a edificação e a utilização compulsórios poderão ser aplicados em todo o perímetro urbano, de acordo
com o que dispuser a legislação municipal específica, nos termos do art. 5º da Lei nº 10.257, de 2001.
Art. 51 Os imóveis, que, perfazendo as condições a que se refere o art. 49 desta lei, forem submetidos à aplicação do instrumento
disciplinado neste capítulo, deverão ser identificados e seus proprietários notificados, nos termos da legislação municipal
específica.
§ 1º A notificação far-se-á:
I - por funcionário do órgão competente do Executivo, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser pessoa jurídica, a
quem tenha poderes de gerência geral ou administrativa;
II - por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de notificação na forma prevista pelo inciso I deste artigo.
§ 2º Os proprietários notificados deverão, no prazo máximo de um ano, a partir do recebimento da notificação, protocolar
pedido de aprovação e execução de parcelamento ou edificação.
§ 3º Os parcelamentos e edificações deverão ser iniciados e concluídos no prazo máximo de dois anos a contar da aprovação
do projeto.
§ 4º As edificações enquadradas no art. 49, desta Lei deverão estar ocupadas no prazo máximo de um ano, contado a partir do
recebimento da notificação.
§ 5º A transmissão do imóvel por ato inter vivos ou causa mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações de
parcelamento, edificação ou utilização, previstas neste artigo, ao novo proprietário ou possuidor, sem interrupção de quaisquer
prazos.
CAPÍTULO II
DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO
Art. 52 Em caso de descumprimento das regras do art. 50, desta Lei, deverá o Poder Público Municipal exigir do proprietário do
solo urbano não edificado, subutilizado, utilizado inadequadamente ou não utilizado que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena de ser instituído o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana Progressivo no Tempo - IPTU Progressivo,
conforme as disposições constantes da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade.
§ 1º O valor da alíquota a ser aplicada a cada ano será fixado em Lei específica e não excederá a duas vezes o valor referente
ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de 15% (quinze por cento).
§ 2º É vedada a concessão de isenções ou de anistias relativas à tributação progressiva de que trata este artigo.
I - o cumprimento da função social da cidade e da propriedade por meio da indução da ocupação de áreas vazias ou
subutilizadas, onde lei específica considerar prioritária;
II - fazer cumprir o disposto na Seção que trata do parcelamento, edificação ou utilização compulsórios;
III - aumentar a oferta de lotes urbanizados, nas regiões já consolidadas da malha urbana de Uberlândia;
V - inibir o processo de retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização.
Art. 54 O IPTU Progressivo no Tempo poderá ser aplicado em todo o perímetro urbano, em conformidade com o estabelecido em
lei específica.
CAPÍTULO III
DA DESAPROPRIAÇÃO COM TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA
Art. 55 É facultado ao Poder Público Municipal, decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo, sem que o proprietário
tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento por
meio de títulos da dívida pública, os quais deverão ter sua emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de
resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais de 6%
(seis por cento) ao ano.
§ 1º O valor real da indenização, nos termos do art. 8º da Lei Federal nº 10.257, de 2001:
I - corresponde ao valor venal do imóvel, estabelecido na planta genérica de valores, na data da primeira notificação,
conforme previsto no art. 51 desta Lei;
§ 2º Os títulos de que trata este artigo não terão poder liberatório para pagamento de tributos.
§ 3º O Município procederá ao adequado aproveitamento do imóvel, no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da sua
incorporação ao patrimônio público.
§ 4º O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado diretamente, pelo Poder Público Municipal, ou por meio de alienação
ou concessão a terceiros, observando-se, nestes casos, o devido procedimento licitatório.
§ 5º Ficam mantidas para o adquirente de imóvel as obrigações de parcelamento, edificação ou utilização previstas no Art. 49
desta Lei, bem como a aplicação do disposto neste artigo, no caso de descumprimento das notificações do município.
Art. 56 O instrumento da Desapropriação com Títulos da Dívida Pública tem como objetivos:
II - fazer cumprir a função social da propriedade urbana e da cidade, a que o imóvel se destina, sancionando o proprietário
que a descumpre;
IV - inibir o processo de retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização;
Art. 57 A Desapropriação com Títulos da Dívida Pública poderá ser aplicada em todo o perímetro urbano, sendo que as áreas
prioritárias para aplicação desse instrumento serão aquelas definidas para o parcelamento, a utilização e a edificação
compulsórios, sem prejuízo de outras que venham a ser classificadas pelo Conselho Municipal do Plano Diretor, em legislação
específica.
CAPÍTULO IV
DO USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO
Art. 58 Entende-se, como Usucapião Especial de Imóvel Urbano, a aquisição do domínio por aquele que possuir, como sua, área
ou edificação urbana de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição,
utilizando-a para sua moradia ou de sua família.
Parágrafo Único - Somente será concedido a Usucapião Especial de Imóvel Urbano aos possuidores que não sejam
proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
CAPÍTULO V
DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA
Art. 59 Terá direito à Concessão de Uso Especial para fins de Moradia todo cidadão que tenha mantido posse, até 31 de junho de
2001, para sua moradia ou de sua família, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, de imóvel público situado em área
urbana de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros quadrados).
Parágrafo Único - O direito disciplinado neste artigo será concedido somente àqueles que não sejam proprietários ou
concessionários, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural, e seguirá os parâmetros legais fixados pela Medida Provisória
nº 2.220, de 04 de setembro de 2001 e demais legislações pertinentes.
CAPÍTULO VI
DO DIREITO DE SUPERFÍCIE
Art. 60 É facultado ao proprietário de imóvel urbano conceder a outrem o direito de superfície do seu terreno, por tempo
determinado ou indeterminado, mediante escritura pública registrada no Cartório de Registro de Imóveis, conforme o disposto na
Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade.
§ 1º O direito de superfície abrange o direito de utilizar o solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma
estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urbanística.
§ 3º O superficiário responderá integralmente pelos encargos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária, bem
como deverá arcar, proporcionalmente à sua parcela de ocupação efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da
concessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do contrato respectivo.
§ 4º O direito de superfície pode ser transferido a terceiros, obedecidos os termos do contrato respectivo.
Art. 61 O instrumento do Direito de Superfície objetiva a regularização fundiária e o ordenamento e direcionamento da expansão
urbana, de modo adequado às diretrizes da presente Lei.
§ 1º O Poder Público Municipal poderá exercer o direito de superfície em áreas particulares onde haja carência de
equipamentos públicos e comunitários.
§ 2º O Poder Público Municipal poderá utilizar o direito de superfície, em caráter transitório, para remoção temporária de
moradores de núcleos habitacionais de baixa renda, pelo tempo que durarem as obras de urbanização.
Art. 63 O Poder Público Municipal poderá conceder onerosamente o direito de superfície do solo, subsolo ou espaço aéreo, nas
áreas públicas integrantes do seu patrimônio, para exploração por parte das concessionárias de serviços públicos, mediante
contratos especificamente fixados.
Art. 64 O proprietário de terreno poderá conceder à Administração Direta e Indireta do Município o direito de superfície, nos
termos da legislação em vigor, para a implementação de diretrizes constantes desta lei.
CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO
Art. 65 Ao Poder Público Municipal é conferido o direito de preempção, que lhe dará preferência para a aquisição de imóvel
urbano, objeto de alienação onerosa entre particulares, caso necessite de áreas para realização de programas e projetos
municipais, definindo procedimentos e fixando prazos de vigência, por meio de lei municipal.
Art. 66 O direito de preempção será exercido nos termos das disposições contidas nos artigos 25, 26 e 27 da Lei Federal nº 10.257,
de 2001 - Estatuto da Cidade.
Art. 67 O Conselho Municipal do Plano Diretor, em conjunto com o órgão municipal de planejamento urbano, obedecida a lei
municipal prevista no art. 65, poderá recomendar as áreas em que o direito de preempção incidirá.
Parágrafo Único - A Lei Municipal descrita no caput deste artigo, deverá enquadrar cada área em uma ou mais das finalidades
enumeradas no art. 26 da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade.
CAPÍTULO VIII
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
Art. 68 Entende-se como outorga onerosa do direito de construir a faculdade concedida ao proprietário de imóvel para que este,
mediante contrapartida, possa construir acima do coeficiente de aproveitamento básico até o limite estabelecido pelo coeficiente
de aproveitamento máximo permitido para a zona onde está localizado o imóvel, com registro em escritura pública, de acordo com
parâmetros determinados em legislação municipal específica.
Art. 69 O Poder Executivo poderá outorgar onerosamente, o direito de construir e permitir a alteração de uso da propriedade,
mediante contrapartida do beneficiário, de acordo com critérios e procedimentos definidos em lei específica, desde que sejam
apresentados, no mínimo:
I - a fórmula de cálculo;
II - a contrapartida;
Parágrafo Único - Poderá ser permitida a utilização da outorga ou da alteração de uso, sem contrapartida, para a produção de
Habitação de Interesse Social, em parceria com o Município.
Art. 70 A Lei Municipal de Zoneamento poderá autorizar a aplicação da outorga onerosa e da alteração de uso em todo o
perímetro urbano do Município, observado o disposto na presente Lei.
Art. 71 Os recursos auferidos com a adoção da outorga onerosa do direito de construir e da alteração do uso serão,
obrigatoriamente, destinados ao fundo municipal para custeio das seguintes atividades:
I - regularização Fundiária;
Art. 72 O impacto da outorga onerosa do direito de construir deverá ser controlado, permanentemente, pelo órgão municipal de
Planejamento Urbano.
CAPÍTULO IX
DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
Art. 73 Compreende-se como operação urbana consorciada o conjunto de intervenções e medidas, coordenadas pelo Poder
Executivo Municipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuários permanentes e investidores privados, com o
objetivo de alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e valorização ambiental.
Parágrafo Único - Poderão ser previstas nas operações urbanas consorciadas, entre outras medidas:
I - a modificação de índices e características de parcelamento, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações de
normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decorrentes;
Art. 74 Da lei específica que aprovar a operação urbana consorciada constará o plano de operação urbana consorciada, que
conterá, no mínimo:
III - programa de atendimento econômico e social para a população diretamente afetada pela operação;
IV - finalidades da operação;
VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários permanentes e investidores privados em função da utilização dos
benefícios previstos no artigo 86 desta Lei;
VII - forma de controle da operação, obrigatoriamente compartilhado com representação da sociedade civil.
§ 1º Os recursos obtidos pelo Poder Público municipal na forma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente na
própria operação urbana consorciada.
§ 2º A partir da aprovação da lei específica, de que trata o "caput", são nulas as licenças e autorizações, a cargo do Poder
Público municipal, expedidas em desacordo com o plano de operação urbana consorciada.
Art. 75 A lei específica que aprovar a operação urbana consorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade
determinada de certificados de potencial adicional de construção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no
pagamento das obras necessárias à própria operação.
§ 1º Os certificados de potencial adicional de construção serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de
construir unicamente na área objeto da operação.
§ 2º Apresentado pedido de licença para construir, o certificado de potencial adicional será utilizado no pagamento da área de
construção que supere os padrões estabelecidos pela legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei específica
que aprovar a operação urbana consorciada.
CAPÍTULO X
DA TRANSFERÊNCIA DE POTENCIAL CONSTRUTIVO
Art. 76 O direito de construir do proprietário de imóvel é limitado aos índices urbanísticos estabelecidos pela Lei de Zoneamento,
Uso e Ocupação do Solo, pelas determinações do Plano Diretor e pelas demais legislações urbanísticas.
Art. 77 O Poder Executivo Municipal poderá autorizar o proprietário de imóvel privado ou público a exercer em outro local ou
alienar, mediante escritura pública, o direito de construir, quando o referido imóvel for necessário para fins de:
II - preservação, quando o imóvel for considerado de interesse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural;
III - servir a programas de regularização fundiária, urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda e habitação
de interesse social;
§ 1º A faculdade prevista no art. 77 desta Lei poderá ser concedida ao proprietário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou
parte dele, para fins previstos nos incisos I a III do caput deste artigo.
§ 2º A transferência, no todo ou em parte de potencial construtivo também poderá ser autorizada pelo Poder Executivo
Municipal como forma de indenização, mediante acordo com o proprietário nas desapropriações destinadas a melhoramentos
viários.
§ 3º O volume construtivo, base de cálculo e demais critérios necessários à aplicação da Transferência de Potencial
Construtivo serão definidos na Lei de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo, observados o coeficiente de aproveitamento máximo
permitido na zona para onde ele for transferido e a equivalência de valor de mercado dos imóveis.
Art. 78 O impacto da transferência de potencial construtivo deverá ser controlado permanentemente pelo Órgão Municipal de
Planejamento Urbano.
CAPÍTULO XI
DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL
Art. 79 As Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS são regiões urbanas, delimitadas pelo Poder Público Municipal, onde é
permitido, o estabelecimento de padrões de uso e ocupação diferenciados da legislação em vigor, fixados em Plano Urbanístico
próprio.
Parágrafo Único - A instituição de Zonas Especiais de Interesse Social dentro do Perímetro Urbano de Uberlândia será
permitida, apenas, nos casos de cumprimento dos objetivos dispostos nesta Lei e desde que obedecidos os critérios previstos em
Lei Municipal Específica.
I - permitir a inclusão urbana de parcelas da população que se encontram à margem do mercado legal de terras;
II - possibilitar a extensão dos serviços e da infra-estrutura urbana nas regiões não atendidas; e,
Art. 81 A Lei Municipal, com fulcro neste Plano, estabelecerá os critérios para delimitação das Zonas Especiais de Interesse Social e
o conteúdo mínimo dos Planos Urbanísticos.
§ 1º Deverá ser elaborado um Plano Urbanístico próprio para cada área urbana caracterizada como ZEIS.
§ 2º O processo de elaboração deste plano deverá ser participativo, de acordo com o estabelecido na presente Lei, e será
acompanhado pelo Conselho Municipal do Plano Diretor.
Art. 82 Poderão ter prioridade para a aplicação de ZEIS, nos termos da legislação específica, os loteamentos irregulares.
CAPÍTULO XII
DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
Art. 83 O Conselho Municipal do Plano Diretor analisará propostas de leis específicas que versem sobre atividades e os
empreendimentos públicos e privados que estarão sujeitos a Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança, nos termos do art. 36, da Lei
Federal nº 10.257, de 2001.
Art. 84 A definição das hipóteses em que será obrigatório o Estudo de Impacto de Vizinhança levará em consideração a
interferência do empreendimento na qualidade de vida da população residente ou usuária da área e de suas proximidades, bem
como nas seguintes questões:
I - adensamento populacional;
IV - valorização imobiliária;
VI - ventilação e iluminação;
Art. 85 A lei municipal referida no art. 83 deverá reservar competência, ao Conselho Municipal do Plano Diretor, para opinar sobre
a aprovação do empreendimento objeto de Estudo de Impacto de Vizinhança.
Art. 86 O Poder Executivo Municipal, com o intuito de eliminar ou minimizar os impactos negativos que possam ser gerados pelo
empreendimento objeto do EIV, deverá solicitar ao empreendedor a execução de obras de infra-estrutura urbana e de
equipamentos comunitários, como condição para a aprovação do projeto, caso não seja desaprovado.
§ 2º A aprovação do empreendimento ficará condicionada à assinatura de Termo de Compromisso pelo interessado, deverá
arcar integralmente com as despesas decorrentes das obras e serviços necessários à minimização dos impactos decorrentes da
implantação do empreendimento e às demais exigências apontadas pelo Poder Executivo Municipal, antes da finalização do
empreendimento.
Art. 87 A elaboração do EIV não substitui a elaboração e aprovação do Estudo Prévio de Impacto Ambiental - EIA requerido nos
termos da legislação ambiental.
Art. 88 Dar-se-á obrigatória publicidade aos documentos integrantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta pública, nos
órgãos municipais competentes, para qualquer interessado.
TÍTULO V
DO PLANEJAMENTO E GESTÃO MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DOS INSTRUMENTOS DE DEMOCRATIZAÇÃO DA GESTÃO MUNICIPAL
Seção I
Da Gestão Democrática
Art. 89 Entende-se por gestão democrática a promoção da participação direta dos cidadãos, individualmente ou por suas
organizações representativas, nos processos de planejamento, tomada de decisão e controle das ações públicas, promovendo:
III - a consolidação e o aperfeiçoamento dos instrumentos de planejamento e gestão das políticas públicas;
VI - a instituição de espaços para discussão, avaliação e monitoramento sobre a execução do Plano Diretor.
Art. 90 Para os efeitos desta Lei e para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros, os seguintes
instrumentos:
Art. 91 Além dos instrumentos previstos nesta lei, o Município de Uberlândia poderá estimular a criação de outros espaços de
participação popular.
Art. 92 A participação da população, na gestão democrática das políticas públicas será respeitada e assegurada pelo Poder Público,
mediante a convocação para debate, das entidades da sociedade civil e dos cidadãos, especialmente daqueles que serão
diretamente atingidos por decisões e atos levados a efeito para fiel execução do disposto na presente Lei, assegurando o pleno
exercício da cidadania.
Art. 93 A informação acerca da realização dos Debates, Conferências e Audiências Públicas será divulgada pela imprensa local ou
na sua falta, utilizar os meios de comunicação de massa de alcance popular e internet.
Art. 94 As informações referentes ao artigo anterior deverão ser divulgadas com, no mínimo, cinco dias de antecedência.
Parágrafo Único - Deverão constar na informação o local, o dia, o horário e o assunto respectivo à reunião.
Art. 95 O Poder Público poderá assegurar a presença da população economicamente desfavorecida pelo oferecimento de
transporte coletivo gratuito nos horários e dias em que houver a realização de Debates, Conferências, Audiências Públicas e
reuniões sobre Gestão da Política Urbana Municipal.
Art. 96 Os instrumentos mencionados neste capítulo são regidos por legislação própria, observado o disposto nesta Lei.
Seção II
Dos Debates, Das Audiências e Das Conferências Públicas
Art. 97 O Poder Público promoverá a realização periódica de sessões públicas, para debates sobre temas relevantes e de interesse
público, quando entender oportuno.
Art. 98 A Audiência Pública é um instituto de participação administrativa, aberto a indivíduos e a grupos sociais determinados,
com vista a dar legitimidade da ação administrativa, formalmente disciplinado em lei, por meio da qual se exerce o direito de expor
tendências, preferências e opções que podem conduzir o Poder Público a decisão de maior aceitação consensual.
Art. 99 As Audiências Públicas serão promovidas, pelo Poder Público, para garantir a gestão democrática da cidade, nos termos do
art. 43 da Lei Federal nº 10.257, de 2001 - Estatuto da Cidade.
Parágrafo Único - Embora não tenham caráter deliberativo, as audiências públicas implicam o dever de motivação do
administrador das decisões tomadas em face dos debates e indagações realizados.
Art. 100 Serão realizadas Audiências Públicas nos processos de implantação de empreendimentos ou atividades de significativo
impacto urbanístico ou ambiental com efeitos potencialmente danosos em seu entorno, bem como nos demais casos de interesse
público relevante, nos termos desta lei e da legislação que vier a regulamentá-la.
§ 1º Todos os documentos relativos ao tema da audiência pública serão colocados à disposição de qualquer interessado, para
exame e extração de cópias, inclusive por meio eletrônico, com antecedência mínima de quinze dias da data da realização da
respectiva audiência pública.
§ 2º As intervenções realizadas em audiência pública serão registradas por escrito e gravadas para acesso e divulgação e o
Conselhos respectivos ao tema, manterá em seu acervo, uma cópia da lavratura da ata de realização da audiência.
Art. 101 As Conferências Públicas serão regulamentadas em legislação própria e terão por objetivo a mobilização, do Governo
Municipal e da sociedade civil, na elaboração e avaliação das políticas públicas, em que serão discutidas as metas e prioridades
para o Município.
Art. 102 Este instrumento deverá ser utilizado, necessariamente, para definir alterações na legislação urbanística, como condição
prévia da sua alteração, em especial quando da revisão do Plano Diretor.
Seção III
Da Gestão Orçamentária Participativa
Art. 103 A gestão orçamentária participativa, na qual se inclui a realização de debates, audiências e consultas públicas sobre as
propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, é condição obrigatória para envio dos
respectivos projetos de lei à Câmara Municipal.
Art. 104 O Poder Executivo Municipal deverá estimular a discussão sobre o Orçamento Municipal.
Seção IV
Do Conselho Municipal do Plano Diretor
Art. 105 Fica instituído o Conselho Municipal do Plano Diretor - CMPD, órgão consultivo e fiscalizador, tendo por atribuição
principal avaliar, propor, debater e opinar sobre a política de desenvolvimento urbano regulamentação, implantação, gestão e
monitoramento do Plano Diretor, dentre outros, em conjunto - governo e sociedade civil, inclusive para os fins da RESOLUÇÃO
RECOMENDADA nº 15 de 08 de junho de 2006 do Conselho das Cidades do Ministério das Cidades, com as seguintes competências:
II - acompanhar a implantação do Plano Diretor, analisar e opinar sobre questões relativas à sua aplicação;
III - acompanhar o processo de atualização permanente do Plano Diretor, pela proposição de alterações;
IV - emitir parecer, por solicitação da Comissão Municipal de Urbanismo - CMU sobre os casos omissos da legislação
pertinente à gestão territorial;
VI - acompanhar e opinar a respeito da regulamentação legal e a implantação dos instrumentos de política urbana e de
democratização da gestão, regulamentados nos Títulos IV e V, desta lei;
VII - opinar e acompanhar a implantação dos Planos Setoriais, de execução do Plano Diretor;
VIII - acompanhar a elaboração dos projetos de lei que regulamentarão o presente Plano Diretor, opinando sobre o seu
conteúdo;
Art. 106 O Conselho Municipal do Plano Diretor - CMPD é composto por seu Presidente, pelo Plenário e por uma Secretaria-
Executiva, cujas atribuições serão definidas em decreto.
Parágrafo Único - O CMPD poderá instituir comitês técnicos de assessoramento, na forma do regimento interno.
Art. 107 O Prefeito Municipal disporá sobre a estrutura do Conselho Municipal do Plano Diretor - CMPD, a composição do seu
Plenário e a designação dos membros e suplentes do Conselho e dos seus comitês técnicos.
Art. 108 A participação no Conselho Municipal do Plano Diretor e nos comitês técnicos não será remunerada.
Art. 109 As funções de membro do Conselho Municipal do Plano Diretor e dos comitês técnicos serão consideradas prestação de
relevante interesse público.
Art. 110 O Poder Executivo Municipal garantirá suporte técnico, operacional e administrativo necessário ao regular funcionamento
do Conselho Municipal do Plano Diretor.
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 111 O Plano Diretor terá vigência de no máximo 10 (dez) anos, contados a partir da data da sua publicação no Diário Oficial do
Município, prazo cuja revisão e atualização deve ser feita.
Art. 112 Deverão ser regulamentados, no prazo máximo de quatro anos, contados da data de promulgação da presente Lei, os
instrumentos jurídicos e políticos nela instituídos e previstos no Estatuto da Cidade, e a legislação urbanística atualmente vigente
deverá ser revista e atualizada no curso deste período.
Art. 115 Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Odelmo Leão
Prefeito
Download: Anexos
(www.leismunicipais.com/MG/UBERLANDIA/ALC432-2006.zip)