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Limitações ao poder de tributar:
as imunidades tributárias
Meta da aula
Apresentar o estudo das limitações
ao poder de tributar.
objetivos
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reconhecer que o poder de tributar sofre
também as limitações decorrentes das
imunidades e isenções tributárias;
2 distinguir entre as diversas espécies
de imunidades tributárias.
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Desta forma, o que foi dito pode ser sintetizado da seguinte forma:
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na não-incidência, o tributo não é devido porque não chega a surgir a
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própria obrigação tributária; ao contrário, na isenção, o tributo é devido,
porque existe a obrigação, mas a lei dispensa o seu pagamento; disso se
conclui que a isenção pressupõe a incidência.
O regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto
nº 3.000, de 26 de março de 1999, dá exemplos de isenção, quando trata,
nos artigos 37 e 38, dos rendimentos isentos e não-tributáveis.
Um dos casos de isenção nele estabelecidos é o do inciso XXXIII
do art. 38, que trata da isenção dos proventos de aposentadoria por
doença grave, nos seguintes termos:
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Fatos ou circunstâncias
Prevista na Constituição. inteiramente estranhos à regra Prevista em lei.
jurídica de tributação.
Não ocorre fato gerador. Não ocorre fato gerador. Ocorre fato gerador.
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1. Complete as lacunas:
2. Responda às questões:
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I. Quando o legislador não tem o poder de tributar, porque lhe falta competência
tributária, temos a:
a. Incidência tributária
b. Imunidade tributária
c. Não-incidência tributária
d. Isenção tributária
II. Quando o legislador pode tributar, prevê a tributação, mas suspende a eficácia jurídica
da norma, temos a:
e. Incidência tributária
f. Imunidade tributária
g. Não-incidência tributária
h. Isenção tributária
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Respostas Comentadas
1. a. incidência tributária; não-incidência.
b. não-incidência; isenção; incidência.
c. imunidades tributárias; isenções.
2. a. É a seguinte: ocorrência do fato gerador,incidência tributária, nascimento
da obrigação e dispensa do pagamento do tributo devido.
b. A instituída pelo art. 5º, inciso LXXVII da Constituição Federal, que estabeleceu uma
imunidade em relação às taxas relativas ao habeas corpus e ao habeas data.
3. I. Imunidade tributária.
II. Isenção tributária.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
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assim como o IPTU, um imposto municipal, não é cobrado em relação
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aos imóveis de propriedade da União.
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De acordo com o §2º do art. 150 da Constituição Federal, esta
imunidade estende-se às respectivas autarquias e fundações instituídas
e mantidas pelos respectivos entes federativos.
O mesmo não acontece com as empresas públicas e as sociedades
de economia mista, que, por força do art. 173, §2º da Constituição
Federal, não gozam dessa imunidade por possuírem natureza privada.
Administração
Pública no Brasil
Como você teve a oportunidade de
?
aprender na Aula 11, da disciplina Instituições
de Direito Público e Privado; no Brasil, a Administração
Pública, por força do art. 4º, incisos I e II, do Decreto-lei n.º
200, de 25/2/1967, que estabeleceu a Reforma Administrativa,
está presente nos três Poderes do Estado (Executivo, Legislativo e
Judiciário). Estes três poderes exercem, respectivamente, as funções
administrativa, legislativa e jurisdicional.
Segundo o mesmo Decreto-lei, a Administração Pública está estruturada em:
• Administração Pública Direta ;
• Administração Pública Indireta.
Esta divisão tem por finalidade a execução de serviços públicos, que pode ser feita:
• diretamente pela Administração Pública, através de órgãos públicos, tais como
os ministérios, as secretarias de Estado, etc.; ou
• indiretamente, de forma descentralizada, através de entidades públicas, tais
como as autarquias, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as
fundações públicas.
A Administração Direta brasileira é constituída de órgãos públicos,
enquanto Administração Indireta brasileira constitui-se de entidades
públicas, que também contam na sua estrutura com órgãos públicos.
Desta forma, o órgão público é um elemento despersonalizado, ou
seja, sem personalidade jurídica própria, integrando a estrutura
da União, dos estados, dos municípios ou do Distrito Federal,
que são os entes federativos, ou seja, os entes públicos
que integram a estrutura da Federação Brasileira,
mas que também integram a estrutura
das entidades públicas.
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É imunidade prevista na alínea “c” do inciso VI do art. 150 da
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Constituição Federal e diz respeito aos respectivos patrimônio, renda
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ou serviços das pessoas jurídicas que menciona, desde que atendidos os
requisitos do art. 14 do Código Tributário Nacional, quais sejam:
a. não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas,
a qualquer título;
b. aplicarem integralmente, no país, os seus recursos na manutenção dos
seus objetivos institucionais;
c. manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos
de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
Note-se que, em relação aos partidos políticos, essa imunidade
tributária tem por objetivo manter a autonomia dessas importantes
entidades da democracia brasileira, impedindo que imposições fiscais
pudessem restringir sua inerente liberdade de manifestação.
Já a imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores, quais
sejam os sindicatos, as federações e as centrais, é subjetiva, uma vez
que não se aplica a entidades patronais. Certamente essas entidades
representativas dos trabalhadores mereceram esta imunidade por terem
dentre as suas atividades essenciais a melhoria das condições de trabalho
e a defesa dos direitos e interesses coletivos dos seus representados.
• Imunidade dos livros, jornais, periódicos e papel destinado à sua
impressão – prevista na alínea “d” do inciso VI do art. 150 da
Constituição Federal. Também chamada imunidade cultural. Tem
fundamento na liberdade de expressão e pensamento (art. 5º, incisos
IV e IX da Constituição Federal) e de imprensa (art. 220, §6º da
Constituição Federal). Desta forma, abrange, além dos livros, jornais
e P E R I Ó D I C O S , o papel destinado à sua impressão. PERIÓDICOS
As publicações, que são objeto deste tipo de imunidade, são aquelas São revistas
publicadas em
destinadas à produção literária, didática, científica ou técnica, não se intervalos regulares
enquadrando, portanto, o livro em branco, o livro para escrituração de tempo.
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Releia o que diz o boxe de curiosidade sobre imunidade cultural e responda:
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2. Um álbum de figurinhas com caráter sexual também estaria abrangido pela imunidade
cultural? Justifique.
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Respostas Comentadas
1. Você certamente concluiu que o Supremo Tribunal Federal agiu corretamente
ao manter a imunidade tributária do álbum de figurinhas, já que o álbum é uma
maneira de estimular o público infantil a se familiarizar com meios de comunicação
impressos.
2. Com certeza a resposta é não, pois sua finalidade não é educativa nem cultural,
diferente de um álbum de figurinhas sobre a Copa do Mundo de futebol ou sobre
as Olimpíadas, que trazem informações sobre esportes, sedimentando e
fortalecendo a personalidade de nossos jovens.
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Atividade 3
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Responda à questão:
Resposta Comentada
1. Não, porque sobre a atividade descrita incidem ICMS e IPI, tributos que não
são sobre o patrimônio ou a renda e que, portanto, não são beneficiados
pela imunidade.
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2.
1. Imunidade recíproca (5) É imunidade objetiva, pois protege as mercadorias, não
2. Imunidade dos templos sendo importante quem as exporte.
3. Imunidade das entidades (1) Impede que o IPVA seja cobrado dos municípios.
sindicais (7) Refere-se às operações que destinem mercadorias ao
4. Imunidade cultural exterior.
5. Imunidade do IPI (8) Não se aplica, se a atividade preponderante do
6. Imunidade do ITR adquirente for, por exemplo, a locação de bens
7. Imunidade do ICMS imóveis.
8. Imunidade do ITBI (4) As publicações, que são objeto desse tipo de imunidade,
são aquelas destinadas à produção literária, didática,
científica ou técnica.
(6) Diz respeito às pequenas glebas rurais, quando as
explora o proprietário que não possui outro imóvel.
(2) Rrefere-se à entidade religiosa e não somente à
edificação usada para o culto.
(3) Não se estende à representação patronal.
CONCLUSÃO
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Atividade Final
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A Igreja Felicidade Não Tem Fim adquiriu uma fazenda com o objetivo de promover
reuniões periódicas de seus fiéis e sacerdotes, como, por exemplo, os retiros religiosos
em épocas de festas pagãs. Transcorrido algum tempo, resolve, no entanto, dar destinação
econômica à propriedade. Comente se a referida instituição religiosa faz jus a algum
tipo de imunidade tributária.
Resposta Comentada
Inicialmente, faz jus à imunidade dos templos de qualquer culto, prevista na alínea “b”,
do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal, pois ela objetiva assegurar a liberdade
de prática religiosa no país, sem qualquer forma de restrição ou discriminação.
A partir do momento, no entanto, em que a fazenda passou a ter uma destinação
econômica a entidade religiosa pode vir a ser constrangida a pagar os impostos
normais, no caso o ITR.
RESUMO
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