Máquinas de Elevação

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1.

Introdução – Bases Principais do Estudo


Desde os tempos antigos, o ser humano lidou com a necessidade de mover e transportar
objetos pesados, muitas vezes além da capacidade física. Os registros históricos como a
construção de templos e pirâmides mostram o uso de equipamentos rudimentares, que
evoluíram ao longo do tempo para os sistemas modernos de movimentação, como
guindastes e pontes rolantes.
Este resumo destaca a importância de mapear e analisar as características da carga, o
ambiente de trabalho e as condições do local onde a movimentação ocorrerá. É necessário
também a consideração dos movimentos e deslocamentos necessários para evitar a
subutilização ou a superutilização dos equipamentos, promovendo assim operações
seguras e eficientes.
Neste contexto também ressalta a importância do estudo de máquinas de elevação e
transporte dentro da engenharia mecânica. O aumento da demanda por movimentação
de cargas em ambientes industriais, de mineração e comerciais levou ao desenvolvimento
de diferentes tipos de equipamentos, todos com grande aplicação na economia moderna.
Estes equipamentos têm uma ampla gama de formas construtivas, variando conforme a
aplicação. O foco do estudo está nos equipamentos mais comumente usados em
ambientes industriais modernos, fornecendo um entendimento básico que pode ser
aplicado em outras áreas mais especializadas.
2. Características
A movimentação de cargas inclui as operações de elevação, transporte e descarga de
materiais, que podem ser realizadas manualmente ou com auxílio de sistemas mecânicos.
A eficiência operacional desses equipamentos depende diretamente da especificação
técnica adequada para o uso específico, considerando os diversos fatores que afetam
essas operações, como:
• Tipo de carga.
• Local de movimentação.
• Velocidade necessária.
• Como a carga será movimentada.
3. Riscos:
Devido ao elevado número de cargas pesadas carregas por esses equipamentos, gerando
uma grande energia potencial envolvida nesses processos de movimentação de cargas,
todos os trabalhos dessa natureza apresentam riscos significativos tanto para a
integridade física das pessoas quanto para a segurança das operações. Para minimizar
esses riscos, orienta-se sobre a necessidade de procedimentos adequados de
manutenção, inspeção e operação, além da escolha correta dos equipamentos. Os
principais riscos incluem:
• Queda de objetos ou carga suspensa.
• Agarramento ou arrastamento de operadores pelos equipamentos.
• Queda de operadores em altura.
• Rompimento súbito de elementos das máquinas.
• Tombamento de estruturas.
4. Análise Econômica da Implantação:
A análise econômica é um aspecto crucial na decisão de implementar equipamentos de
movimentação de cargas, está análise deve incluir a comparação entre os investimentos
necessários para aquisição, manutenção, treinamento e depreciação do equipamento,
bem como os custos associados à subutilização devido a escolhas inadequadas. Os
estudos mostram que, na maioria dos casos, há uma relação custo-benefício positiva na
implantação desses equipamentos, esses levando a:
• Redução dos custos de mão de obra, pois a utilização de equipamentos
automatizados pode substituir a força humana em muitas atividades.
• Redução de perdas durante a armazenagem e transporte, diminuindo custos de
materiais e despesas gerais.
• Aumento da produtividade, intensificando o fornecimento de matéria-prima para
as linhas de produção.
• Melhorias nas condições de trabalho, incluindo maior segurança e menor fadiga
dos operadores.
5. Equipamentos de Movimentação de Carga:
Existem diversos tipos de equipamentos utilizados na movimentação de cargas, abaixo
está detalhado suas vantagens, desvantagens e adequações específicas. Aqui estão os
principais tipos mencionados:
• Manuais:
➢ Carros Manuais de Carga: Simples plataformas com rodas e um timão para
movimentação de pequenos volumes e pesos. As vantagens incluem baixo
custo e manutenção quase inexistente. Desvantagens são a capacidade
limitada e baixa velocidade.
➢ Paleteiras: Carros com braços metálicos em forma de garfo e elevação
hidráulica, usados para cargas unitizadas. São versáteis e exigem esforço
físico moderado, mas possuem restrições de uso dependendo do terreno.
➢ Empilhadeiras: Equipamentos que podem ser elétricos ou a combustão
interna, usados quando é necessário movimentar cargas por distâncias
maiores. As empilhadeiras possuem capacidade de carga maior, exigindo
menos largura de corredores, porém têm um custo de investimento mais
elevado e requerem operadores especializados.
• Guindastes e Gruas:
➢ Guindastes: Usados em pátios, construção pesada, portos e oficinas de
manutenção. Eles podem ser fixos ou móveis, com lança treliçada ou
telescópica. Permitem alcançar locais de difícil acesso, mas podem exigir
espaço e ser mais lentos.
➢ Gruas: Fixas no solo, essas estruturas oferecem a melhor combinação de
altura e capacidade, sendo utilizadas principalmente em construções. O
eixo vertical da grua é frequentemente construído no centro da futura
edificação e desmontado após a conclusão da obra.
• Pontes Rolantes:
➢ São vigas suspensas sobre um vão livre, empregadas em fábricas ou
depósitos para movimentação aérea de materiais. Elas oferecem a
vantagem de utilizar toda a área útil do local e movimentar cargas muito
pesadas, mas requerem estruturas e investimentos elevados.
• Pórticos e Semipórticos:
➢ Equipamentos com uma ou duas vigas elevadas e autossustentáveis sobre
trilhos. São ideais para transporte de materiais em espaços livres ou
prédios que não foram construídos com apoio para pontes rolantes.
Possuem maior capacidade de carga que as pontes rolantes, mas podem
interferir com o tráfego.
6. Vantagens dos Equipamentos de Movimentação de Cargas:
• Redução de Custos: Diminuição da necessidade de mão de obra e dos custos de
materiais, além de uma redução nas despesas gerais devido ao transporte mais
racional.
• Aumento na Capacidade Produtiva: Facilita a intensificação do fornecimento de
matéria-prima e o aumento da capacidade de estoque ao explorar a altura
disponível para armazenamento.
• Melhores Condições de Trabalho: Maior segurança e conforto para os operadores,
reduzindo os riscos de acidentes e a fadiga devido ao uso de máquinas que
substituem o esforço humano.
7. Normas Técnicas e Critérios de Cálculo
Os equipamentos de transporte e elevação são regulamentados por normas técnicas que
garantem seu desempenho e segurança. As normas estabelecem as condições necessárias
para o dimensionamento, projeto e fabricação dessas máquinas, e são baseadas em
experiências de equipamentos já existentes.
Diversas organizações e entidades já desenvolveram normas específicas para máquinas
de elevação e transporte. A escolha das normas influencia diretamente a segurança, o
desempenho, os custos de investimento e manutenção dos equipamentos.
8. Projeto de Máquinas – Desenho Técnico
Esta seção destaca a importância do desenho técnico no desenvolvimento e construção
das máquinas de elevação e transporte. O projeto de máquinas começa com a definição
da geometria do equipamento, que precisa atender a todas as especificações requeridas,
levando em consideração fatores como segurança, custos de fabricação, instalação e
manutenção, além de aspectos relacionados ao meio ambiente e à ergonomia.
A criatividade do projetista é essencial para alcançar um design eficiente, e o
conhecimento de desenho técnico é fundamental. A utilização de softwares de desenho
assistido por computador (CAD) facilita a visualização em 3D e a análise de interferências.
9. Seleção e Especificação de Componentes
Durante o desenvolvimento de um equipamento de elevação ou transporte, é comum
utilizar componentes padronizados disponíveis no mercado, como parafusos, rolamentos
e acoplamentos. A especificação desses componentes pode variar desde elementos
individuais até o uso de equipamentos complexos, adquiridos de fornecedores.
A seleção de componentes envolve verificar se o fornecedor segue as normas e critérios
de cálculo apropriados, garantindo que os produtos atendam às exigências de segurança
e desempenho. Além disso, o uso de catálogos eletrônicos e a pesquisa na internet
auxiliam na escolha dos fornecedores.
10. Classificação das Máquinas de Elevação e Transporte
Este tópico apresenta a classificação geral das máquinas de elevação e transporte mais
utilizadas atualmente, divididas em três grandes categorias:
• Veículos de Transporte: Inclui veículos manuais, como carrinhos e carros, e
veículos motorizados, como empilhadeiras e tratores, que podem ser movidos a
gasolina, diesel, eletricidade ou gás.
• Meios de Elevação: Talhas (como polias e talhas elétricas), guinchos (manuais ou
motorizados) e guindastes (pontes rolantes, pórticos e guindastes de cabo) são
exemplos de máquinas que auxiliam na elevação de cargas em ambientes
industriais.
• Transportadores Contínuos: Englobam transportadores de correia, articulados e
outros sistemas que permitem o transporte contínuo de materiais em linha de
produção, como correias transportadoras e esteiras.
Essa classificação facilita a especificação dos equipamentos adequados para diferentes
ambientes e aplicações.
11. Veículos de Transporte
Este tópico explora os diferentes tipos de veículos de transporte e suas aplicações no
ambiente industrial. Os veículos podem ser manuais ou motorizados, com movimentação
em superfícies com ou sem trilhos.
• Veículos manuais: Utilizados para o transporte de pequenas cargas e em trajetos
curtos, de até 50 metros. Esses veículos têm capacidade de carga de até uma
tonelada e são aplicados em horários e percursos irregulares, oferecendo
flexibilidade de uso.
• Veículos motorizados: Possuem diversas fontes de energia, como gasolina, diesel,
eletricidade ou gás, e são amplamente usados no ambiente industrial. Esses
veículos podem incluir carros de transferência, tratores e empilhadeiras, e são
projetados para transportar cargas maiores e em distâncias maiores.
12. Arames
12.1 Qualidade e Material
Os arames utilizados na fabricação dos cabos de aço Cimaf são submetidos a rigorosos
testes para garantir que atendam às especificações mais exigentes. Esses testes
asseguram a segurança e a boa qualidade do produto.
Os cabos de aço são fabricados em diferentes categorias de resistência à tração,
identificadas por siglas que indicam a capacidade de resistência dos arames:
• PS (Plow Steel): 1370 - 1770 N/mm²
• IPS (Improved Plow Steel): 1570 - 1960 N/mm²
• EIPS (Extra Improved Plow Steel): 1770 - 2160 N/mm²
• EEIPS (Extra Extra Improved Plow Steel): 1960 - 2160 N/mm²
• SHT (Super High Tensile): 2160 - 2350 N/mm²
A resistência à tração é inversamente proporcional ao diâmetro dos arames: quanto
menor o diâmetro, maior a resistência. Além disso, a resistência à abrasão, elasticidade e
tração são fatores cruciais para a aplicação específica do cabo.
Os cabos de aço da categoria SHT são recomendados para aplicações onde há necessidade
de alta resistência à tração e limitações de peso e diâmetro. A principal vantagem do cabo
SHT é sua maior carga de ruptura, que é 10% superior à da categoria EEIPS, sem
aumentar o diâmetro.
13. Cabos de Aço
13.1 Construções e Tipos de Torção
13.1.1 Número de Pernas e Arames
A construção de um cabo de aço refere-se ao número de pernas e arames em cada perna.
Por exemplo, um cabo 6x19 tem seis pernas com 19 arames cada. As pernas podem ser
fabricadas em uma ou várias operações, dependendo da composição do cabo.
Nos primórdios da fabricação, as pernas eram feitas em múltiplas operações, com arames
de mesmo diâmetro, o que causava cruzamentos e desgaste. Com o aperfeiçoamento da
tecnologia, surgiram as construções "Seale", "Filler" e "Warrington", compostas por
arames de diferentes diâmetros, eliminando os problemas de cruzamento e aumentando
a durabilidade.
• Composição Seale: Arames maiores na camada externa para aumentar a
resistência ao desgaste.
• Composição Filler: Arames finos entre duas camadas que aumentam a
flexibilidade e a resistência ao amassamento.
• Composição Warrington: Alterna arames de dois diâmetros, melhorando a
resistência ao desgaste e à fadiga.
Essas construções oferecem vantagens em termos de resistência e durabilidade, sendo
mais indicadas do que as construções antigas com múltiplas operações.
13.1.2 Tipo de Alma
A alma de um cabo de aço é o núcleo em torno do qual as pernas são torcidas. Sua função
é distribuir a carga uniformemente entre as pernas. Existem dois tipos principais de alma:
• Almas de Fibra: Mais flexíveis, podendo ser de fibra natural (AF) ou artificial
(AFA). As fibras naturais geralmente são de sisal, enquanto as artificiais são de
polipropileno.
• Almas de Aço: Oferecem maior resistência ao amassamento e tração. Podem ser
formadas por uma perna de aço (AA) ou por um cabo de aço independente (AACI).
Cabos com alma de aço têm uma maior capacidade de carga, aumentando cerca de
7,5% na categoria IPS e 12,5% na EIPS, em comparação com cabos com alma de
fibra.
13.1.3 Sentido e Tipo de Torção
A torção dos cabos de aço pode ser à direita (Z) ou à esquerda (S). A torção à esquerda é
menos comum. Os cabos podem ter dois tipos de torção principais:
• Torção Regular: Os arames das pernas são torcidos em direção oposta à das
pernas, o que os torna estáveis e resistentes à torção e ao desgaste interno.
• Torção Lang: Os arames são torcidos na mesma direção das pernas,
proporcionando maior resistência à abrasão e flexibilidade, mas com maior
desgaste interno e menor resistência ao amassamento.
A torção Lang é recomendada para situações que exigem maior resistência à abrasão, mas
não é indicada para movimentar cargas com uma única linha de cabo, devido ao risco de
distorções.
13.2 Passo (Página 18)
O passo de um cabo de aço é a distância que uma perna percorre para completar uma
volta ao redor do eixo do cabo. A escolha do passo adequado é fundamental para garantir
o bom desempenho do cabo e evitar desgastes e deformações.
13.3 Lubrificação (Página 18)
A lubrificação é essencial para proteger os cabos de aço contra corrosão e reduzir o atrito
entre as pernas, arames e as partes dos equipamentos (polias, tambores, etc.). Os cabos
Cimaf são lubrificados durante o processo de fabricação, utilizando lubrificantes
específicos para cada aplicação.
A lubrificação inicial é suficiente para o armazenamento e início de uso do cabo, mas
recomenda-se a lubrificação periódica para manter a integridade do cabo e prolongar sua
vida útil. A falta de lubrificação pode causar:
• Oxidação e perda de área metálica, reduzindo a capacidade de carga.
• Desgaste por atrito entre os arames, comprometendo a segurança do cabo.
Nunca se deve utilizar óleo queimado para a lubrificação, pois ele contém partículas
metálicas abrasivas e ácidos que danificam o cabo.

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