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DIA NACIONAL DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

DE TRABALHO: COMO AGIR PARA PREVINIR ?

No dia 27 de julho é comemorado o dia nacional de prevenção de acidentes do


trabalho, que tem como foco conscientizar e estimular a redução dos acidentes
e melhorar as condições de saúde e segurança em ambientes profissionais. O
assunto é de interesse de empresários, empregados e autoridades, uma vez
que os altos índices de frequência de gravidade das ocorrências fazem com
que este tema nos necessite ser analisado com seriedade.
De acordo com dados do Instituo Nacional de Seguridade Social – INSS, foram
registrados 1.913.616 acidentes entre 2014 e 2016, somando mais de 1700
ocorrências por dia somente no Brasil. Deste total, 41.655 tiveram como
resultado a incapacidade permanente do trabalhador e 7.630 foram casos de
óbito. Neste período, o custo com benefícios acidentários – ultrapassa a casa
de 1,02 bilhão. Os grupos de doença mias recorrentes são aqueles relativos
aos traumas/ferimentos, aqueles vinculados à LER/DORT e os transtornos
mentais.

Quanto aos critérios para considerar um acidente de trabalho, a lei 8.123/91


pontua que acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho
do segurado (autônomos), provocando lesão corporal ou perturbação funcional
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho. A mesma lei equipara a acidentes do trabalho as
doenças profissionais, as doenças do trabalho e o acidente do trajeto, sendo
este o ultimo aquele sofrido pelo trabalhador no percurso da residência para o
local do trabalho ou vice-versa, desde que em percurso e horários compatíveis
com a jornada de trabalho

OS TANSTORNOS MENTAIS E A RELAÇÃO COM


O TRABALHO

SENAI
O engenheiro de segurança do trabalho e professor do IPOG, Taynan
Alexandre Camilo, explica que o crescimento das doenças psicossociais e
transtornos mentais ligados ao trabalho vem chamando a atenção das
autoridades e, inclusive, foi o tema central do Programa Trabalho Seguro do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) no biênio 2016/2017, reunindo
especialistas do mundo inteiro em Brasília – DF para tratar o tema.

“A exigência por metas cada vez mais inatingíveis aliadas a uma avaliação
meramente quantitativas do trabalho, com foco somente no resultado e
desconsiderando outros fatores, são perversas para o trabalhador. A qualidade
de um vendedor, por exemplo, é avaliada somente pelo valor total de suas
vendas, porém a concretização da venda está muito mais condicionada à
vontade do comprador de adquirir o produto do que ao desempenho da
atividade do vendedor. Não importa o quanto o vendedor conheça o produto,
ou quão primorosa seja a apresentação do produto, a decisão final não
pertence a ele. Há casos que mesmo a vontade do comprador em adquirir tal
produto é insuficiente para a concretização da venda, pois esta passa
depender da avaliação de crédito. Se o comparador não tiver o nome limpo,
nem a vontade do vendedor em vender e nem a vontade do comprador em
comprar resultarão na venda, única variável que importa para bater as metas, e
todo o trabalho do vendedor terá sido em vão. Como o trabalhador se sente ao
perceber que mesmo tendo colocado todo seu empenho, o resultado (venda)
não pode ser atingido por questões que estão fora da sua alçada de controle?
Desestimulante, para dizer o mínimo!” Comenta o especialista.

Taynan destaca ainda que, pela dificuldade da formação do nexo casual entre
o transtorno e ambiente de trabalho, a subnotificação nos casos de transporte
mentais tende a se maior que as demais doenças, colocando uma cortina de
fumaça sobre o problema e fazendo que, na ausência da categorização da
doença do trabalho, os trabalhadores tem os direitos suprimidos.

COMO AGIR E PREVINIR ?

A primeira dica do engenheiro de segurança do trabalho para que as empresas


promovam melhorias e tornem o ambiente do trabalho mais seguro é um bom
programa de prevenção de risco, principalmente realizado por equipe
multidisciplinar, que possa mapear todos as situações que geram riscos ao
trabalhador, incluindo os aspectos psicossociais “Os programas de prevenções
de riscos ambientes não devem ser só documentos para serem apresentados
em um possível fiscalização ou em caso de demanda judicial. Eles devem sair
das gavetas e serem colocados em práticas”, complementa.
Outro ponto chave: invista em treinamento e aperfeiçoamento dos
trabalhadores, fazendo com que esses compreendam as particularidades do
seu trabalho e exerçam seu ofício da forma mais segura possível. Segurança
do trabalho não deve ser tema pontual e sim um assunto constante: propague

SENAI
as informações, utilize cartazes de divulgação, coloque avisos em paredes,
murais e equipamentos.
Com relação ao fornecimento de equipamentos de proteção individual, o
especialista destaca que está em uma obrigação básica da empresa e não
pode ser ignorada ou adiada. “Verifique se esses equipamentos estão em
condições de uso, se necessitam de substituição ou reposição. Garanta a
funcionalidade de cada um deles”, acrescenta.
Outra dica é fornecer e dar condições para o funcionamento da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que inclusive faz parte da norma
regulamentadora (NR-5). A CIPA é uma forma de “dar voz” a quem realmente
executa a atividade, a quem de fato está disposto aos riscos e condições
nocivas ao ambiente profissional.
É importante que os trabalhadores compreendam suas obrigações mas que
também conheçam seus direitos. Por exemplo, em uma eventual situação e
acidente, caso a empresa não faça a Comunicação do Acidente de Trabalho
CAT – No dia útil seguinte ao ocorrido, o próprio trabalhador, o sindicato ou até
mesmo o médico que realizou o atendimento pode faze-la, bastando apenas
entrar em contato com a Previdência Social.
O papel dos lideres e gestores também é fundamental para a melhoria do
ambiente de trabalho. Estes de vem sempre se perguntar: O colaboradores
conhecem os riscos e condições relativas a sua função? Os treinamentos
foram suficientes e executados por profissionais legalmente habilitados? As
metas propostas e métricas de avaliações são condizentes com as condições
de trabalho oferecidas? Eu me sentiria bem e profissionalmente realizado nas
condições de trabalho que proporciono aos trabalhadores? Já em relação as
doenças psicossociais, Taynan Camilo considera que se faz necessária uma
abordagem mais profunda e que envolvam outros atores: “Várias áreas do
conhecimento já possuem estudos e linhas de pesquisa dedicadas a examinar
e analisar as relações de trabalho como, por exemplo, a administração, a
psicologia e a sociologia. É fundamental que o papel dos administradores não
se resuma à analise de resultados em planilhas eletrônicas e que o papel dos
psicólogos não seja somente de recrutamento e seleção. Em tese, suas
formações acadêmicas os capacitaram para muito mais e eles precisam se
tornar parceiros dos profissionais de segurança do trabalho, somando forças
para promover um ambiente de trabalho realmente saudável, em todos os
aspectos”, Finaliza o professor do IPOG.

SENAI
SENAI

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