Manual de Apoio G9. 1

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Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e pelo conjunto dos corpos celestes
localizados no mesmo campo gravitacional.

Fazem parte do Sistema Solar os planetas, planetas anões, asteroides,


cometas e os meteoroides (meteoritos).

Existem inúmeras teorias que tentam explicar como o Sistema Solar foi
formado. Entretanto, a mais aceita é a da Teoria Nebular ou Hipótese Nebular,
que diz que a formação do sistema se deu através de uma grande nuvem
formada por gases e poeira cósmica, que em algum momento começou a se
contrair, acumulando matéria e energia, dando assim origem ao Sol.

Os planetas realizam sua órbita em torno do sol de forma elíptica, cada qual
com suas próprias características, como por exemplo, massa, tamanho,
gravidade e densidade. Os planetas que estão mais próximos do sol possuem
composição sólida, enquanto os planetas menos próximos possuem
composição gasosa.

Entre os outros corpos celestes, os asteroides são menores que os planetas e


são compostos por minerais não voláteis.

Os cometas são compostos por gelos voláteis que se estendem pelo núcleo,
cabeleira e cauda. Meteoroides são compostos por minúsculas partículas que,
ao chegarem ao solo, caso isso ocorra, recebem o nome de meteoritos. O
Sistema Solar está contido na Via Láctea, que ainda abriga cerca de 200
bilhões de estrelas.

Planetas do Sistema Solar


Oito planetas orbitam em torno do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte,

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Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Podemos classificar os planetas como
sólidos ou gasosos, ou, mais especificamente, de acordo com suas
características físico-químicas, como os planetas mais próximos do Sol sendo
sólidos e densos, mas de insignificante massa; e os planetas mais distantes
sendo gasosos massivos de baixa densidade.

Desde a sua descoberta em 1930 até 2006 Plutão foi considerado como o nono
planeta do Sistema Solar. Porém em 2006, a União Astronômica Internacional
criou a classificação de planeta anão. Atualmente, o Sistema Solar possui cinco
planetas anões: Plutão, Eris, Haumea, Makemake, e Ceres. Todos são
plutoides, com exceção de Ceres, localizado no cinturão de asteroides.

As massas de todos estes objetos constituem em conjunto apenas uma


pequena porção da massa total do Sistema Solar (0,14%), com o Sol
concentrando a maior parte da massa total do Sistema Solar (99,86%). O
espaço entre corpos celestes dentro do Sistema Solar não é vazio, sendo
preenchido por plasma proveniente do vento solar, bem como poeira, gás e
partículas elementares, que constituem o meio interplanetário.

Sol
O Sol é a estrela central do Sistema Solar. Todos os outros corpos do Sistema
Solar, como planetas, planetas anões, asteroides, cometas e poeira, bem todos
os satélites associados a estes corpos, giram ao seu redor. O Sol é
responsável por 99,86% da massa do Sistema Solar.

O Sol possui uma massa 332 900 vezes maior que a da Terra, e, em seu
interior caberiam 1,3 milhões de Terras. A camada externa visível do Sol é
chamada fotosfera, e tem uma temperatura de 6.000°C. Esta camada tem uma
aparência turbulenta devido às erupções energéticas que lá ocorrem.

Imagem obtida da estação espacial Skylab da NASA em 19 de dezembro de


1973.

A distância da Terra ao Sol é de cerca de 150 milhões de km e a luz solar


demora aproximadamente 8 minutos e 18 segundos para chegar à Terra.

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A energia do Sol é responsável pelos fenômenos meteorológicos e pelo clima
na Terra, bem como a manutenção da vida de todos os seres vivos que
habitam nosso planeta.

O Sol é composto basicamente de hidrogênio (74% de sua massa, ou 92% de


seu volume) e hélio (24% da massa solar, 7% do volume solar), conta também
com traços de outros elementos, incluindo ferro, níquel, oxigênio, silício,
enxofre, magnésio, cálcio e cromo.

Eclipses do Sol

O eclipse solar ocorre quando a Lua passa diante do Sol e da Terra, cobrindo
parcialmente ou totalmente o Sol.

Estes eventos podem ocorrer apenas durante a Lua nova, onde o Sol e a Lua
estão em conjunção, como visto da Terra. Entre dois a cinco eclipses solares
ocorrem por ano na Terra, com o número de eclipses totais do Sol variando
entre zero e dois.

Eclipses totais do Sol são raros em uma localização qualquer na Terra em


razão de que cada eclipse total existe apenas em um estreito corredor na
área relativamente pequena da penumbra da Lua. Saiba mais sobre os
eclipses neste link.

Eclipses
Os eclipses são fenômenos que ocorrem devido à posição entre a Lua, a Terra
e o Sol.

Às vezes, esses astros se alinham, bloqueando parte da luz solar que ilumina a
Terra ou a Lua. Os eclipses podem ser lunares ou solares.

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Eclipse Lunar
O eclipse lunar acontece na fase da Lua Cheia. Ocorre quando a Terra fica entre
o Sol e a Lua, que passa pela região da sombra da Terra. A Terra, nessa ocasião,
bloqueia os raios solares que iluminam a Lua. A sombra da Terra se projeta na
Lua, cobrindo-a parcial (eclipse parcial) ou totalmente (eclipse total).

Eclipse solar
Ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, ou seja, na fase de Lua Nova e
todos ficam alinhados em uma reta só. Nessa ocasião, a Lua bloqueia os raios
solares que iluminam parte da Terra.

O eclipse solar pode ser parcial para algumas regiões. Esse fenômeno ocorre
pelo menos duas vezes ao ano; no entanto ocorre raramente num mesmo local
da Terra.

A influência da Lua sobre a Terra

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A Lua é a principal causa dos fenômenos das marés. A força de atração entre a
Terra e a Lua e entre a Terra e o Sol (esta em menor grau) provoca a subida e a
descida do nível das águas do mar. A subida é a maré alta ou a preamar. A
descida é a maré baixa ou a baixa-mar.

As marés acontecem porque a força gravitacional é maior no lado da Terra que


está mais próximo à Lua do que no lado oposto, mais afastado.

Mas a influência da atração gravitacional da Lua e dos planetas sobre o corpo


humano pode ser desprezada diante da influência do planeta Terra e até de
corpos muito mais leves, porém muito mais próximos.

Mercúrio
Mercúrio é o planeta que está mais próximo do Sol e o que orbita com maior
velocidade (o ano mercuriano tem apenas 88 dias). É o segundo planeta mais
quente, depois de Vênus.

Devido a sua proximidade à Terra e que permite a sua observação a olho nu, é
um dos 6 planetas conhecidos da antiguidade.

Apesar de não emitir luz própria aparente, reflete a luz do Sol e é um dos
planetas mais brilhantes do céu. Entretanto, é um planeta complexo de
observar.

Visto da Terra, nunca se afasta muito do Sol e está a maior parte do tempo
ofuscado por este. Sem o auxílio de um telescópio, só o conseguimos ver
durante o pôr ou o nascer do Sol. Por exemplo, pode ser visto pouco antes do
nascer do Sol como uma estrela da manhã que o precede.

A superfície de Mercúrio é semelhante à superfície da Lua

Além disso, o fato de Mercúrio ter uma órbita mais próxima do Sol do que a da
Terra permite-nos observar um fenômeno astronômico interessante, chamado
Trânsito Solar, que ocorre quando Mercúrio visto da Terra passa à frente do
Sol.

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Vênus
Vênus é o segundo planeta mais próximo do Sol e o planeta mais próximo da
Terra. As perguntas intrigantes que este planeta "gêmeo" da Terra nos coloca
começam com o seu movimento de rotação própria.

Uma rotação completa sobre si mesmo demora 243.01 dias, o que é um


período relativamente longo.

Além disso, enquanto que a maior parte dos planetas rodam sobre si próprios
no mesmo sentido, Vênus é uma das exceções. Tal como Urano e Plutão, a
sua rotação é retrógrada, o que significa que em Vênus o Sol nasce a oeste e
põe-se a leste.

Durante muito tempo não se tinha a certeza do porquê que existiam estas
exceções, uma vez que a maior parte dos planetas no sistema solar, mesmo os
satélites dos vários planetas, rodam no mesmo sentido, 'herdado' do
movimento de rotação da nuvem primordial, no entanto, estudos dinâmicos
recentes da obliquidade dos planetas podem explicar a rotação atípica de
Vênus.

Vênus pode ser visto com clareza a olho nu quatro horas antes de o Sol nascer
ou quatro horas depois do Sol se por, pois seu afastamento angular do Sol
visto da Terra é de no máximo 48 graus.

E, quando o afastamento está próximo do valor máximo, Vênus pode ser visto
a olho nu a qualquer hora de um dia de céu limpo, sendo necessário apenas
conhecer sua localização na hora da observação e desde que não esteja
visualmente muito próximo do Sol. Por esta razão, desde a antiguidade Vênus
é também conhecido como a estrela matutina ou estrela vespertina.

No ponto do seu maior brilho, Vênus é 16 vezes mais brilhante do que a estrela
mais brilhante no céu, Sirius. Vênus é um planeta muito parecido com a Terra,
em tamanho, densidade e força gravitacional, tendo-se chegado a especular
sobre a possibilidade de condições favoráveis à vida.

Hoje sabemos que, apesar de ter tido origens muito semelhantes à Terra, a sua
maior proximidade ao Sol levou a que o planeta desenvolvesse um clima
extremamente agressivo à vida. De fato, Vênus é o planeta mais quente do

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sistema solar, sendo mais quente do que Mercúrio, que está mais próximo do
Sol. A sua temperatura média na superfície é de 460ºC em razão ao forte efeito
estufa que acontece a grande escala em todo o planeta.

Terra
O planeta Terra é o 3º planeta a contar do Sol. Apesar de ser aquele em que
vivemos e que conhecemos melhor, continua a ser o que nos intriga mais.

Único no nosso sistema solar, a complexidade física e química dos


mecanismos que o fizeram um lugar tão propício à vida continua a surpreender-
nos e a intrigar-nos.

Movimento de translação
A Terra leva 365,256 dias para completar uma volta ao Sol. É este movimento,
combinado com a inclinação do seu eixo, que dá origem às estações do ano.

Movimento de rotação, o dia e a noite


A Terra demora 23,9345 horas para fazer uma rotação em torno do seu eixo
que tem uma inclinação de 23.45º com o plano da eclíptica. É este o
movimento responsável pela passagem dos dias e das noites.

A Terra possui uma só lua, que ficou presa ao campo gravitacional terrestre
após uma colisão, nos primeiros tempos do sistema solar, entre um
protoplaneta e a Terra.

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A Lua é o único satélite da Terra e todos sabem que nos mostra sempre a
mesma face. Isto ocorre porque o seu período de rotação é igual ao seu
período de translação. Diz-se que tem uma rotação síncrona.

Excessivamente pequena para reter uma atmosfera, sem campo magnético


global, a Lua está geologicamente morta como indicam as grandes quantidades
de crateras que observamos.

Marte
Depois da Terra, Marte é o planeta mais fácil de observar. Visto da Terra Marte
parece um planeta vermelho.

O seu eixo de rotação tem uma inclinação muito semelhante à do nosso


planeta, 25.19º, o que significa que tem estações do ano.

Ao contrário de Mercúrio, que está exageradamente perto do Sol para que seja
facilmente observado, e de Vênus, cujas densa atmosfera e cobertura de
nuvens bloqueiam a observação da sua superfície, Marte está relativamente
próximo da Terra sem estar muito próximo do Sol.

Possui uma atmosfera bem rarefeita, o que nos permite observar a sua
superfície com relativa facilidade. A melhor altura para observar Marte é
quando este se encontra na sua oposição, isto é, quando a Terra está entre
Marte e o Sol.

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Paisagem de Marte

Além das características da sua órbita, com um período de 686.98 dias, os


primeiros dados de Marte a serem obtidos através de observações feitas na
Terra datam de 1659, quando Christiaan Huygens, observando através de
telescópio o movimento de uma grande mancha negra no planeta chamada
Syrtis Maior concluiu que o seu período de rotação era aproximadamente 24h,
muito semelhante com o da Terra.

Até ao séc. XX, após inúmeras observações chegou-se a criar grande


especulação sobre a possibilidade da existência de vida inteligente em Marte,
embora posteriormente se tenha reconhecido que as imagens obtidas com os
telescópios tinham induzido em erro os astrônomos.

Posteriormente, na era da exploração espacial, entre os anos de 1964 e 1969,


as Mariner 4, Mariner 6 e Mariner 7 fizeram os primeiros voos próximos ao
planeta e conseguiram as primeiras imagens da sua superfície.

Estas indicaram um planeta com aspectos semelhantes à Lua, sem nenhuma


evidência de vida, e com várias crateras, antigos vulcões e desfiladeiros, o que
significa que pelo menos parte da sua superfície é bastante antiga, datando dos
primeiros tempos do sistema solar, quando os planetas estavam sujeitos às
colisões frequentes de meteoritos.

ALGUMAS NOÇOES DE ELEMENTOS GEO

Rosa dos ventos


A rosa dos ventos ou rosa náutica é um desenho que aparece no mostrador
de bússolas, em mapas, plantas, maquetes, etc.

A utilização de rosas dos ventos é extremamente comum em todos os sistemas


de navegação antigos e atuais. Seu desenho em forma de estrela tem a
finalidade única de facilitar a visualização com o balanço da embarcação.

Rosa dos ventos ou rosa náutica

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A rosa dos ventos surgiu da necessidade de indicar exatamente um sentido
que nem mesmo os pontos intermediários determinariam, pois um mínimo
desvio inicial torna-se cada vez maior, à medida que vai aumentando a
distância.

Ela indica as direções conhecidas como pontos cardeais (Norte (N), Sul (S),
Leste (L) e Oeste (O)), os pontos colaterais (nordeste, sudeste, sudoeste e
noroeste) e os pontos subcolaterais. Por meio da rosa dos ventos, situamos o
espaço representado em relação à Terra e a outros espaços dela.

O significado dos pontos cardeais


Norte (N) - Marca a direção do Pólo Norte geográfico da Terra. Existem dois
sinônimos: setentrional e boreal. O referencial astronômico mais importante é a
Estrela Polar.

Sul (S) - Marca a direção do Pólo Sul geográfico da Terra. Existem dois
sinônimos: meridional e austral. O referencial astronômico mais conhecido é o
Cruzeiro do Sul.

Leste (L) - O referencial aproximado é o "nascer do Sol". Como a Terra gira de


oeste para leste, visualiza-se o nascente a leste. Durante o dia, tem-se a
impressão de que o Sol cruza o céu de leste (onde nasce) para oeste (onde se
põe), constituindo o movimento aparente do Sol. O sinônimo mais conhecido é a
palavra oriente.

Oeste (O) - O referencial aproximado é o "pôr do Sol". O sinônimo mais difundido


é a palavra ocidente. Os pontos cardeais não são suficientes para nos
orientarmos com precisão sobre a superfície da Terra e, por essa razão, é
necessário utilizarmos também os pontos colaterais e os subcolaterais, que se
situam entre dois pontos cardeais.

Pontos Colaterais

• NO/NW - entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste.


• SE/SW - entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste.
• SE - entre o leste e o sul, há o ponto colateral
sudeste.
• NE - entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste.

Pontos Subcolaterais
ENE: leste-nordeste
ESE: leste-sudeste
SSE: sul-sudeste
NNE: norte-nordeste

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NNO/NNW: norte-noroeste
SSO/SSW: sul -sudoeste
OSO/WSW: oeste-sudoeste
ONO/WNW: oeste-noroeste

Bússola
Um dos instrumentos de orientação mais conhecidos e utilizados é a bússola.

Ela é composta por uma agulha magnetizada, colocada num plano horizontal e
suspensa pelo seu centro de gravidade, de forma que possa girar livremente, e
que orienta-se sempre em direção próxima à direção norte-sul geográfica.

Assim, tem a ponta destacada (geralmente em vermelho), indicando o sentido


que leva ao sul magnético da Terra, ou, de forma equivalente, a um ponto
próximo ao polo norte geográfico da Terra.

A palavra bússola vem do italiano bussola, que significa "pequena caixa" de


madeira de buxo (planta da família Buxaceae).

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Coordenadas geográficas
As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias traçadas
sobre o globo terrestre ou um mapa.

É através da interseção de um meridiano com um paralelo que podemos


localizar cada ponto da superfície da Terra.

Suas coordenadas são a latitude e a longitude e o princípio utilizado é a


graduação (graus, minutos e segundos).

Os paralelos e os meridianos são indicados por graus de circunferências. Um


grau (1°) equivale a uma das 360 partes iguais em que a circunferência pode
ser dividida. Um grau, por sua vez, divide-se em 60 minutos (60') e cada minuto
pode ser divido em 60 segundos (60"). Assim, um grau é igual a 59 minutos e
60 segundos.

Os paralelos são linhas paralelas ao Equador, sendo que a própria linha


imaginária do Equador é um paralelo. O 0º corresponde ao equador, o 90º ao
polo norte e o -90º ao polo sul.

Os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador que vão do Polo Norte


ao Polo Sul e cruzam com os paralelos. Todos os meridianos possuem o
mesmo tamanho e o ponto de partida para numeração é o meridiano que passa
pelo observatório de Greenwich, na Inglaterra. Logo, o meridiano de Greenwich
é o meridiano principal (0°). A leste de Greenwich, os meridianos são medidos

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por valores crescentes até 180º e, a oeste, suas medidas são decrescentes até
o limite de -180º.

A partir dos meridianos e paralelos, foram estabelecidas as coordenadas


geográficas que são medidas em graus e, a partir das coordenadas
geográficas, é possível localizar qualquer ponto da superfície da Terra.

Latitude e longitude
Entenda a seguir a diferença entre estas coordenadas geográficas.

Latitude
Latitude é o ângulo formado entre o Equador e um ponto estimado.

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Todos os pontos do Equador possuem latitude geográfica igual a 0º. Pontos
situados ao norte do equador têm latitudes maiores que 0º, variando até 90º, que
é a latitude do polo geográfico norte. Da mesma forma variam as latitudes ao sul
do equador terrestre, desde 0º a 90º, latitude do polo geográfico sul.

Para se diferenciar os valores, atribui-se sinal positivo para as latitudes norte e


negativo para as latitudes sul.

Longitude
É o ângulo formado entre o meridiano que passa por determinado lugar e o
meridiano de Greenwich. A longitude é medida de 0º a 180º, para leste ou para
oeste de Greenwich.

Por convenção, atribui-se também sinais para as longitudes: negativo para


oeste e positivo para leste. Ao termos os valores da latitude e da longitude de
um local desejado, teremos determinado as coordenadas geográficas do
mesmo.

Movimentos da Terra
A Terra faz movimentos constantes no espaço. Esses movimentos são
chamados de rotação e translação. Acompanhe a seguir as explicações sobre
cada um deles.

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Rotação
Rotação é o movimento onde a Terra gira em torno de seu próprio eixo. Esse
movimento acontece no sentido anti-horário e dura exatamente 23 horas 56
minutos 4 segundos e 9 centésimos para ser concluído, sendo o responsável
por termos o dia e a noite.

Quando um lado do planeta está para o lado do sol, é dia, e,


consequentemente, do lado oposto é noite. Sem o movimento da Rotação não
haveria vida na Terra, já que este movimento desempenha um papel
fundamental no equilíbrio de temperatura e composição química da atmosfera.

O movimento de rotação da Terra ocorre de oeste para leste, ou seja, a porção


Leste vê o nascer do sol primeiro que o Oeste. Como exemplo podemos citar o
Brasil e o Japão, onde a diferença de fusos horários é exatamente 12 horas.
Deste modo, quando no Japão são 6h da manhã, no Brasil são 6h da tarde.

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Translação
O movimento de translação é aquele que o planeta Terra realiza ao redor do
Sol junto com os outros planetas. O tempo necessário para completar uma
volta ao redor do Sol é de 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos e ocorre
numa velocidade média de 107.000 km por hora.

O tempo que a planeta leva para dar uma volta completa ao redor do Sol é
chamado "ano". O ano civil, aceito por convenção, tem 365 dias. Como o ano
sideral, ou o tempo concreto do movimento de translação, é de 365 dias e 6
horas, a cada quatro anos temos um ano de 366 dias, dia este que é acrescido
ao nosso calendário no mês de fevereiro e que recebe o nome de ano bissexto.

O movimento de translação é o responsável pelas quatro estações do ano:


verão, outono, inverno e primavera, que ocorrem em razão das diferentes
localizações da Terra no espaço.

Fusos horários
Nosso planeta possui uma forma esférica. Por essa razão, quando realiza o
movimento de rotação (movimento que a Terra realiza em torno de si própria),
uma parte fica iluminada pelo Sol, enquanto a outra fica escura.

Na medida em que este movimento se realiza, as áreas que estavam


iluminadas vão gradualmente perdendo sua luminosidade, ou seja, onde é
manhã logo passa a ser tarde, e assim por diante.

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A Terra possui 360°, e o dia é composto por 24 horas. Então, se dividirmos
360° por 24, totalizamos 15°, o que corresponde a 60 minutos, ou seja, 1 hora.
O movimento de rotação é responsável pelo surgimento dos dias e das noites.
O homem instituiu horários distintos no mundo, e a partir daí foi inserindo o
sistema de fusos horários.

O mundo todo possui ao todo 24 fusos e cada um desses corresponde a uma


linha imaginária traçada de um pólo ao outro. Dessa maneira, cada fuso se
encontra entre dois meridianos. Toda porção terrestre que se estabelece nesse
intervalo possui o mesmo horário.

Antes da implantação dos fusos, existiam diversos contratempos e problemas.


Por isso, em 1884, foi realizada nos Estados Unidos uma conferência de
astrônomos, na qual foi discutida a padronização dos horários em todos os
pontos do planeta.

O Meridiano de Greenwich é o meridiano principal, uma vez que esse é o ponto


inicial ou referencial para a implantação dos fusos. A partir então do Meridiano
de Greenwich, no sentido leste, a cada fuso adianta-se uma hora, e no sentido
oeste, atrasa-se uma hora. Por exemplo: Quando em Los Angeles nos EUA for
14 horas, em Bagdá no Iraque (cidade localizada a onze fusos de diferença)
será 1 hora. A seguir, veremos os fusos horários existentes no Brasil.

Fusos no Brasil
Durante muitos anos o Brasil possuiu quatro fusos diferentes. Porém, em 2008,
foi aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma lei para reduzir um
fuso horário na região Norte.

Nesse sentido, o extremo oeste do território brasileiro (localizado a -75° Oeste


do Meridiano de Greenwich) teve seu horário adiantado em uma hora,
estabelecendo o mesmo horário do fuso -60°.

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A imagem 1 mostra as áreas que foram alteradas.

A imagem 2 mostra como ficou o fuso do Brasil a partir de 2008.

Desta forma, de acordo com o novo fuso os estados brasileiros seguem os


seguintes horários:

• Fernando de Noronha (PE): -2 horas em relação ao Meridiano de Greenwich.


• Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, Goiás, Distrito Federal,
Tocantins, Amapá e Pará: -3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
• Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre: -4
horas em relação ao Meridiano de Greenwich.

Interessa saber...
• O Japão, que está no oriente, é a terra onde o sol nasce, daí,
obviamente, ser chamada de Terra do Sol Nascente. Ao contrário disso,
é sempre no ocidente que o sol "morre".
• O horário de verão é uma alteração do horário de determinada região,
utilizado apenas durante uma porção do ano, adiantando-se em geral
uma hora no fuso horário oficial local. O processo é adotado como o
próprio nome diz durante o verão, quando os dias são mais longos, em
função da posição da Terra em relação ao Sol e é utilizado como forma
de diminuir o consumo de energia de cada região onde é aplicado.

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Cartografia
A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo
como produto final o mapa.

Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e


estudo dos mapas.

Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de


diversas informações, como símbolos, cores, entre outros elementos. A
cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante
na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às
necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que
vivem.

O surgimento
Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em
função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro
de conhecimento geográfico do mundo ocidental.

O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma


pequena tábua de argila, representando um Estado. A confecção de um mapa
normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu
tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o
globo se apresenta como a única maneira de representação exata.

A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a


denominação de projeção cartográfica.

Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e


pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram impressos em madeira, mas
foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as
bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de
longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo
dentro de um círculo.

Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens


tornaram os mapas mais exatos. Após a descoberta do novo mundo, a
cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em
impressões planas.

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Atualmente...
Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas
(realizadas por aviões) e o sensoriamento remoto por satélite.

Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter


maior precisão nos cálculos, criando mapas que chegam a ter precisão de até 1
metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas
imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo.
Assim, representam-se os detalhes da superfície do solo.

Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes


pouco visíveis nas fotografias.

Sensoriamento remoto
A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão,
a partir de um satélite, de informações sobre a superfície do planeta ou da
atmosfera.

Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de
sensoriamento remoto, com satélites especializados que tiram fotos da Terra
em intervalos fixos.

Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que
se quer enxergar, sendo que alguns podem enviar sinais para captá-los em seu
reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre
minerais, concentrações e tipos de vegetação, entre outros.

Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na


superfície da Terra, quando o normal são resoluções de vinte metros

Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada em um mapa.

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Os mapas são normalmente desenhados em superfícies planas, em proporção
reduzida do local da Terra escolhido.

Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região.


Mapas, em contraposição a foto aéreas e dados de satélite, podem mostrar
concentração populacional e de renda, diferenças de desenvolvimento social,
entre outras informações.

Como os mapas possuem representação plana, eles não representam


fielmente a forma geoide da Terra, o que levou cartógrafos a utilizarem globos
para imitar essa forma. Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos.
Os políticos representam graficamente os continentes e as fronteiras entre os
países, enquanto os topográficos representam o relevo em níveis de altura
(normalmente inclui também os rios mais importantes).

Para desenhar mapas cartográficos depende-se de um sistema de localização


com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos.

Atualmente, boa parte do material que o cartógrafo necessita é obtido por


sensoriamento remoto com foto de satélite ou fotografias aéreas.

Projeções cartográficas
Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo
é por meio de um globo.

Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta.


Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria impossível se os
cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção.

No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos


para a forma de um plano. Com isso, as partes da esfera original teriam que ser
esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os polos, criando
grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais
fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções
cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma
superfície plana.

Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas


características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as
outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas
ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores
alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas
regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define
qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.

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A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a
criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram
desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as de perto do
equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as
deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a
característica que permanece correta. Temos então:

• Projeções equidistantes = distâncias corretas


• Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes
• Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção
entre as áreas

A seguir são apresentados os três principais tipos de projeção.

Cilíndricas
Consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente,
que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas
mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa.

Cônicas
É a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado.
São mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas
próximas ao Equador aparecem retas.

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Azimutais
É a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado
ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções
deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas
para representar as áreas polares.

Escalas cartográficas
Em um mapa, chamamos de escala cartográfica a relação entre as dimensões
apresentadas no mapa e o objeto real por ele representado.

Estas dimensões devem ser sempre tomadas na mesma unidade.

A forma de representação é a seguinte:

Escala = medida no mapa : medida no objeto real

ou

Escala = medida no mapa / medida no objeto real

Por exemplo, se um mapa apresenta a escala 1:50, significa que 1 cm no mapa


é equivalente a 50 cm na área real.

Se quisermos indicar que cada centímetro de um mapa representa 1 metro na


área real, utilizamos a escala 1:100 ou ainda 1/100. Repare que convertemos 1
metro para centímetros (100 centímetros), pois ambas as medidas precisam
estar na mesma unidade.

A indicação da escala geralmente consta no mapa ou desenho apresentado.


Por exemplo:

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A escala também pode ser representada da forma gráfica, que é feita unidade
por unidade, onde cada segmento mostra a relação entre a longitude da
representação e da área real. Por exemplo, observe a seguinte escala gráfica.

Essa representação está indicando que cada segmento da escala gráfica


apresentada equivale a 400 quilômetros de área real.

Quanto ao tamanho da representação, podemos usar a seguinte classificação:

• Escala natural: representada numericamente como 1:1 ou 1/1. Ocorre quando


o tamanho físico do objeto representado no plano coincide com a realidade.

• Escala reduzida: quando o tamanho real é maior do que a área representada.


Costuma ser usada em mapas de territórios ou plantas de habitações.
Exemplos: 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 1:500, 1:1000, 1:5000, 1:20000.

• Escala ampliada: quando o tamanho gráfico é maior do que o real. É usada


para mostrar detalhes mínimos de determinada área, principalmente de
espaços de tamanhos reduzidos. Exemplos: 50:1, 100:1, 400:1, 1000:1.

Curvas de nível
As curvas de nível são linhas que unem pontos ou cotas de mesma altitude em
intervalos iguais. Traçadas na carta, permitem a visualização da declividade
(inclinação) do relevo.

Esse conceito apareceu na Holanda, no século XVIII, sendo usado para


cartografar o fundo do rio Merwede, sendo um sistema matemático baseado
em levantamentos geodésicos, no qual o marco zero metro é o mar.

Todas as curvas de nível em um mapa guardam entre si a mesma distância.


Como a equidistância é constante, as curvas se acham mais próximas em
zonas de terreno mais abrupto e mais distantes em terrenos mais suaves. Além
das curvas de nível, é comum representarmos o relevo por cores
hipsométricas.

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Curvas de nível

Características das curvas de nível


• A equidistância entre as curvas pode ser, de acordo com o caso, de 10, 20, 50
ou 100m.
• As curvas mostram tanto a altitude como o formato do relevo.
• Quando o relevo é muito abrupto, as curvas aparecem no mapa muito próximas
umas das outras; quando o relevo é suave, aparecem mais distanciadas.

Os rios nascem nas áreas mais altas e correm para as áreas mais baixas.

Tempo x clima

É muito fácil confundirmos tempo e clima. Os dois, na verdade, têm conceitos


muito semelhantes. No entanto, a confusão termina com a utilização de um
simples exemplo:

• Choveu hoje. Tempo


• Chove sempre nessa época do ano. Clima

Tempo é o estado da atmosfera de um lugar em um determinado momento.


Clima é a sucessão dos estados de tempo da atmosfera em determinado lugar.

Elementos e fatores climáticos


O clima é uma rede intrincada de elementos e fatores que o caracterizam. Por
isso, o clima muda muito conforme a região.

De todos os fatores, o mais importante é a radiação solar. O Sol é o motor que


move o clima. A luz solar por si própria não gera calor, mas é a absorção,
dispersão e a reflexão dessa mesma luz que irá determinar o grau de calor de
cada região.

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O balanço global do sistema Terra-atmosfera é positivo, ou seja, a relação
entre a energia absorvida pela atmosfera e pelos oceanos e terras é de 64%
(47% pela superfície terrestre e 17% pela atmosfera e pelas nuvens).

Esquema ilustrativo do funcionamento da radiação solar

Os elementos e os fatores climáticos determinam as condições climáticas de


cada região. Ainda que estudados separadamente, esses elementos e fatores
atuam juntos, ao mesmo tempo.
Elementos Fatores modificadores

Temperatura Latitude

Pressão atmosférica Altitude

Ventos Distância do mar

Umidade Massas de ar

Precipitação Correntes marítimas

Temperatura
A temperatura é a quantidade de calor em uma região. A temperatura varia não
apenas de um lugar para o outro, mas também em um mesmo lugar no decorrer
do tempo.

Entre os fatores responsáveis por sua variação ou distribuição, destacam-se a


latitude, a altitude e a distribuição de massas líquidas e solidas da Terra
(maritimidade e continentalidade).

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Incidência de raios solares sobre a Terra

Latitude: quanto maior for a altitude, menor será a temperatura média.

Exemplos de variação de temperatura com a altitude


Cidade Altitude Média Térmica Anual
(°C)
Vitória (ES) Nível do mar 32,2
Belo Horizonte (MG) 900 m 20,7
Santos (SP) Nível do mar 22,0
São Paulo (SP) 700 m 18,0
Florianópolis (SC) Nível do mar 20,5
Palmas (TO) 1.080 m 15,2
"A temperatura diminui, em média, 1°C a cada 180 metros de altitude. Isso ocorre
porque o calor do ar é transmitido pelo solo aquecido, por meio da radiação do
Sol." MOREIRA, Igor. 1999

Maritimidade e continentalidade: o comportamento térmico das rochas é


diferente do comportamento da água. Os continentes aquecem-se e resfriam-se
mais rapidamente que os oceanos. Em síntese, as amplitudes térmicas são
maiores na continentalidade do que na maritimidade, influenciando as médias
térmicas de cada região, de acordo com sua distância em relação ao mar.

Observe na figura abaixo as diferenças de altitude dos pontos da Terra. Ao nível


do mar, a temperatura é alta, pois o ar é mais denso e retém o calor da Terra e
do mar. No alto das montanhas, a temperatura é baixa, pois o ar é rarefeito e
não recebe o calor do oceano.

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Influência do relevo no clima

A troposfera é a camada inferior da atmosfera onde ocorrem todos os


fenômenos climáticos, atingindo até 10 km de altitude. A segunda camada é a
estratosfera, atingindo 50 km. Essa camada tem grande importância, pois é
nela que está a camada de ozônio, que filtra a maior parte dos raios
ultravioleta emitidos pelo Sol.

Ilustração da camada de ozônio

Massas de ar
A massa de ar é o fator que mais dinamiza o clima de uma região. Quanto à
temperatura, as massas de ar podem ser quentes ou frias e, quanto à umidade,
continentais ou marítimas.

Frentes são as zonas de contato entre as massas de ar com características


diferentes.

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Imagem demonstrando as massas de ar

Quanto às temperaturas, dividem-se em:

• Quentes (equatoriais e tropicais); Frias (polares).

Quanto à origem, são especificas:

• Continentais;
• Marítimas (recebem o nome de oceanos).

Massas de ar no Brasil
Por sua dimensão continental, todas as massas responsáveis pelas condições
climáticas na América do Sul atuam no Brasil, direta ou indiretamente. As massas
que mais nos interessam são:

• Equatorial Atlântica (m Ea) = quente e úmida


• Equatorial Continental (m Ec) = quente e úmida
• Tropical Atlântica (m Ta) = quente e úmida
• Tropical Continental (m Tc) = quente e seca
• Polar Atlântica (m Pa) = fria e úmida

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Massas de ar que atuam no Brasil Os

tipos de clima
A classificação de um clima depende de diversos fatores, como a temperatura,
a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, as correntes marítimas e
ventos, entre outros. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de
clima do Brasil assemelha-se à criada por Arthur Strahler, se baseando na
origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar.

Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial


(continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica.

Dessa forma, são verificados no país desde climas superúmidos quentes,


provenientes das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região
Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino.
Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros:

• Subtropical
• Semiárido
• Equatorial úmido
• Equatorial semiúmido
• Tropical
• Tropical de altitude

Veremos a seguir informações sobre cada um deles.

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Tipos de clima no Brasil
Clima subtropical
As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de
temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as
chuvas são bem distribuídas durante o ano.

É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio


e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca
superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que
0ºC.

Clima semiárido
O clima semiárido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos
períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano.
As temperaturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A vegetação
típica desse tipo de clima é a caatinga.

Clima equatorial úmido


Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias
pluviométricas são altas, sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a
estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenômeno da
evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima
predominante no complexo regional Amazônico.

Clima equatorial semiúmido


Em uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial
semiúmido, que também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao
relevo acidentado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar

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que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a
novembro. Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média
pluviométrica mais baixa e pela presença de duas estações definidas: a
chuvosa, com maior duração, e a seca.

Clima tropical
Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se
pelas temperaturas altas. As temperaturas médias de 18 °C ou superiores são
registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara
distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice
pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

Clima tropical de altitude


Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando
entre 15º e 22º C. Este clima é predominante nas partes altas do Planalto
Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de
Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As
chuvas se concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado
pela proximidade do oceano.

Aspectos Naturais da África – Clima e


Vegetação
GEOGRAFIA
Entre os aspectos naturais da África, destacam-se o clima e a vegetação que

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Estudante do ISCED-Uige (2019) 3
recebem uma grande influência das variações de latitude.

http://brasilesco.la /

Paisagem da
Cordilheira de Drakensberg, África do Sul
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O Continente Africano é reconhecido por sua vasta área territorial,


além de uma posição geográfica que torna esse continente o único a
localizar-se em todos os hemisférios terrestres. A Linha do Equador,
principal paralelo da Terra, passa pela África praticamente em seu
centro, trazendo profundas diferenciações naturais no que diz respeito
ao seu clima e à sua vegetação.
O Clima da África
A diversidade climática do continente africano é muito influenciada
pelas diferenças de latitude e, em menor grau, pela maritimidade e

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continentalidade, além de, em alguns pontos, a altitude também
determinar alguns tipos climáticos, como o de Frio de Montanha. No
mapa a seguir, temos uma classificação genérica dos climas africanos.

Mapa dos tipos climáticos no continente africano *

Muitos autores colocam que o clima africano é aparentemente


“espelhado”, ou seja, com uma repetição de boa parte das faixas
climáticas ao norte e ao sul do Equador, embora haja diferenças, como
a menor proporção de ocupação do clima desértico, além de uma
menor atuação do semiárido. O Deserto do Saara, ao norte, ocupa uma
ampla área, caracterizando o clima da chamada África do Norte,
enquanto o Deserto do Kalahari ocupa uma área menor no extremo
sul.

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Paisagem do Deserto do Kalahari, em um ponto no norte da África do Sul

Apesar de o Saara ser o maior deserto quente do mundo e trazer uma


ampla influência para a atmosfera continental, a maior parte do
continente africano é ocupada pelo clima tropical (semelhante ao que
ocorre no Brasil), com um clima seco e frio no inverno e quente e
chuvoso no verão. Essa faixa climática interrompe-se em alguns
trechos de clima equatorial, que é mais quente e úmido em função da
presença da floresta do Congo na porção central da África.
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A Vegetação da África
Se observarmos o mapa a seguir, onde há a indicação genérica dos
principais biomas africanos, podemos notar que existe uma relação de
equilíbrio entre o clima e a vegetação da África, com as grandes faixas
desérticas já mencionadas, além da presença de Estepes na maioria das
regiões semiáridas.

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Mapa dos tipos de vegetação da África *

As Savanas, um tipo de vegetação muito semelhante ao Cerrado


brasileiro e que ocupa a maior parte do continente, encontram-se
quase que totalmente nas faixas de clima tropical. A floresta
equatorial, responsável pelas maiores umidades do continente,
encontra-se nas zonas de baixas latitudes e mantém-se cercada por
uma floresta tropical úmida, enquanto nos extremos norte e sul habita
a vegetação mediterrânea.

Paisagem das savanas africanas

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É importante destacar, contudo, que as fronteiras entre um tipo natural
e outro não são completamente claras e bem definidas, havendo áreas
de transição entre um tipo e outro. Um exemplo é a vegetação de
estepe, que vai se tornando mais rala, com áreas de campo, à medida
que sua posição geográfica aproxima-se das zonas desértic

Geografia da África
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A África é um grande continente com pouco mais de 30,13113 milhões de quilômetros


quadrados; é o terceiro mais extenso (atrás da Ásia e da América) com 20,3 % da área
total da terra firme do planeta. É o segundo mais populoso da Terra (atrás da Ásia) com
cerca de 900 milhões de pessoas, representando cerca de um sétimo da população do
mundo, e 52 países independentes; apesar de existirem colônias pertencentes a outros
países de fora desse continente, principalmente ilhas, por exemplo, Madeira, pertencente
a Portugal, Ilha de Ascensão, a Rússia, entre outras.

O continente africano é cercado pelos oceanos Atlântico (oeste) e Índico (leste), além
dos mares Mediterrâneo (norte) e Vermelho (nordeste). Seu litoral, com mais de 27 mil
km de extensão, é bastante regular, com poucos recortes e ilhas, sendo raras as baías,
golfos ou penínsulas, o que torna difícil seu aproveitamento para instalações portuárias.

Cortam a África, três dos grandes paralelos terrestres: Equador, Trópico de Câncer e
Trópico de Capricórnio, além do Meridiano de Greenwich. Cerca de 80% de seu
território fica na zona intertropical, sendo que a maior parte de suas terras localiza-se no
hemisfério oriental (leste) e só uma pequena parte delas no hemisfério ocidental (oeste).
O continente possui cinco diferentes fusos horários.

A África está separada da Europa pelo mar Mediterrâneo e liga-se à Ásia na sua
extremidade nordeste pelo istmo de Suez. No entanto, a África ocupa uma única placa
tectônica, ao contrário da Europa que partilha com a Ásia a Placa Euro-asiática. Sua
base geológica é formada por grandes e antigas placas tectônicas, fraturadas em
algumas regiões; apresentando áreas bastante desgastadas pela erosão.

Pontos extremos - do seu ponto mais a norte, Cabo Branco, até ao ponto mais a sul, o
cabo das Agulhas, na África do Sul, vai uma distância de aproximadamente 8.000 km.
Do ponto mais oeste, o Cabo Verde, até ao ponto mais a leste, vai uma distância de
cerca de 7.500 km.

Dentre os acidentes geográficos litorâneos, merecem destaque o Golfo da Guiné, no


Atlântico Sul; e o Estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o mar Mediterrâneo,
junto da península Ibérica, na Europa. Há ainda no leste do continente, a Península da
Somália, chamada também de Chifre da África, o Golfo de Áden, formado por águas do

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oceano Índico e limitado pela península Arábica, que pertence à Ásia e a Ilha de
Madagascar que delimita importante via de tráfego marítimo, o canal de Moçambique.[1]

Localização
Do seu ponto mais ao norte, Ras besasn Sakka, na Tunísia, à latitude 37°21' N, até ao
ponto mais a sul, o cabo das Agulhas na África do Sul, à latitude 34°51'15'' S, vai uma
distância de aproximadamente 8000 km. Do ponto mais ocidental de África, o Cabo
Verde, no [raffa[Senegal]], à longitude 17°33'22'' W, até Ras Hafun na Somália, à
longitude 51°27'52'' E, vai uma distância de cerca de 7 400 km.

A África é atravessada pela linha do Equador, pelo Trópico de Câncer a norte e, pelo
Trópico de Capricórnio no sul e pelo meridiano de Greenwich.

Pontos extremos

Esta é a lista dos pontos extremos de África, ou seja, os pontos mais a norte, sul, leste e
oeste do continente africano e ilhas correspondentes.

Apenas no continente
Ponto Nome País Coordenadas

setentrional
Extremo África do 34° 50′ 00″ S, 20° 00′ 00″
Cabo das Agulhas L
meridional Sul
Extremo
Ras ben Sakka Tunísia 37° 21′ N, 9° 48′ L

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Guardafui)
Extremo ocidental Cabo Verde Senegal 14° 45′ N, 17° 31′ O
Considerando continente e ilhas
Ponto Nome País Coordenadas
Ras Hafun (Cabo
Extremo oriental Somália 10° 26′ N, 51° 24′ L

Extremo setentrional Ilhas Galite Tunísia 37° 32′ N, 8° 56′ L


Extremo meridional Ilha Marion África do Sul46° 57′ S, 37° 43′ L
Extremo oriental Ilha Rodrigues Maurícia 19° 42′ S, 63° 30′ L
Extremo ocidental Ilha de Santo Antão Cabo Verde 17° 04′ N, 25° 19′ O
Extremos altimétricos
Ponto Nome País Coordenadas
Ponto de maior Monte Kilimanjaro, 5891,8 m 3° 04′ S, 37° 21′ L
altitude Tanzânia

Lago Assa
Ponto de menor altitude do mar)l, -155 m (abaixo do nível Djibouti11L ° 38′ N, 42°
26′

A altitude média em África é de cerca de 600 m acima do nível do mar.

Hidrografia
Sendo as regiões norte e sul praticamente tomadas por desertos, a África possui
relativamente poucos rios. Alguns deles são muito extensos e volumosos, por estarem
localizados em regiões tropicais e equatoriais; outros atravessam áreas desérticas,
tornando a vida possível ao longo de suas margens. Poucos rios de grande extensão se
destacam.

A maior importância cabe ao rio Nilo, o segundo mais extenso do mundo (após o
Solimões-Amazonas), cujo comprimento é superior a 6.500 km. Nasce nas
proximidades do Lago Vitória, percorre o nordeste africano e deságua no mar
Mediterrâneo na forma de um delta de 20 mil Km2, onde se situa uma das mais
importantes áreas agrícolas do continente.

Além do Nilo, há outros rios importantes para a África, como o Congo, um rio da zona
equatorial, com grande volume de água e elevado potencial hidrelétrico. Após percorrer
4.400 km, desemboca no Atlântico, com a segunda maior vazão do mundo. Há ainda o

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Níger, que nasce na Guiné, próximo ao oceano Atlântico, e corre para o interior,
penetrando no deserto do Saara. Na metade do caminho muda de direção e cai numa
longa e estreita planície em direção ao sul, desaguando no golfo da Guiné, após
percorrer 4.160 km. Menos extensos, mas igualmente relevantes, são o Zambeze, o
Senegal, o Orange, o Limpopo e o Zaire.

Quanto aos lagos, a África possui alguns mais extensos e profundos, de origem
tectônica e vulcânica; a maioria situada no leste do continente, como o Vitória, terceiro
maior do mundo, com quase 70 mil m2, o Rodolfo, o Niassa e o Tanganica. Este último,
com quase 1.500 metros de profundidade, evidencia com mais ênfase a grande falha
geológica na qual se alojaram os lagos. Milhares de pequenos lagos da região têm água
contaminada por sais e ácidos provenientes dos vulcões, o que inviabiliza seu uso pela
população..

Quase três quartos do continente estão situados na zona intertropical da Terra,


apresentando, por isso, altas temperaturas com pequenas variações anuais.

Localizados no interior do território africano, os desertos ocupam grande parte do


continente. O deserto do Saara ocupa um terço do território africano. Ali são registradas
temperaturas superiores a 40º C.

O clima do continente é bastante diversificado, sendo determinado principalmente pela


conjunção de dois fatores: as baixas altitudes e a predominância de baixas latitudes.
Distinguem-se na África os climas equatorial, tropical, desértico e mediterrâneo. As
médias térmicas mantêm-se elevadas durante o ano todo, exceto nos extremos norte e
sul e nos picos das montanhas mais altas.

O clima equatorial, quente e úmido o ano todo, abrange parte da região Centro-Oeste do
continente. Apresenta-se na parte central, com temperaturas que variam entre 25ºC e
30ºC e índices pluviométricos que atingem até 3.000 mm ao ano. Em razão das altas
taxas de umidade relativa do ar e da abundância de chuvas, praticamente não existe
estiagem, o que proporciona a proliferação de florestas equatoriais.

O tropical quente com invernos secos domina quase inteiramente as terras africanas. As
temperaturas médias presentes oscilam entre 22ºC e 25ºC com índices pluviométricos
que atingem até 1.400 mm ao ano. Nas regiões onde esse clima predomina existem duas
estações bem definidas, sendo uma seca e uma chuvosa.

Do Centro ao Sul, inclusive a ilha de Madagascar; o clima desértico, por sua vez,
compreende uma grande extensão da África, acompanhando os desertos do Saara e de
Kalahari.

O clima mediterrâneo manifesta-se em pequenos trechos do extremo norte e do extremo


sul do continente, apresentando-se quente com invernos úmidos. Apresenta
temperaturas mais amenas; nessas áreas as temperaturas variam entre 15ºC e 20ºC.

A pluviosidade na África é bastante desigual, sendo a principal responsável pelas


grandes diferenças entre as paisagens africanas. As chuvas ocorrem com abundância na
região equatorial, mas são insignificantes nas proximidades do Trópico de Câncer, onde

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se localiza o deserto do Saara, e do Trópico de Capricórnio, região pela qual se estende
o Kalahari

Relevo
O relevo africano se caracteriza pelo predomínio de imensos tabuleiros (planaltos pouco
elevados) e considerável altitude média, de cerca de 750 metros. As regiões central e
norte são ocupadas, em sua totalidade, por planaltos intensamente erodidos, constituídos
de rochas muito antigas e limitados por grandes escarpamentos.

Há 200 milhões de anos a África fazia parte, juntamente com a América do Sul, do
supercontinente de Gondwana. A separação formou o oceano Atlântico e isolou os dois
continentes, que ainda têm algumas semelhanças de estrutura geológica e formas de
relevo.

Ao norte predomina área planáltica, ampla e desértica - o Saara - que se estende do


oceano Atlântico ao mar Vermelho. A maior formação rochosa desta área são os montes
Tibesti (Chade), onde se localiza o pico culminante da região, o Emi Koussi - 3.415
metros.

Além do deserto encontra-se a Cadeia do Atlas, que ocupa a região norte do Marrocos,
da Argélia e da Tunísia. Sua formação recente apresenta montanhas cujos picos chegam
a atingir 4.000 metros de altura; nesta região, o subsolo apresenta significativas reservas
de petróleo, gás natural, ferro, urânio e fosfato, além de representar grande importância
para a geografia local, pois ela barra os ventos úmidos, favorecendo a formação de rios
temporários.

No leste encontra-se uma de suas características físicas mais marcantes: uma falha
geológica estendendo-se de norte a sul, o Grande Vale do Rift, uma fenda tectônica em
que se sucedem montanhas, algumas de origem vulcânica e grandes depressões. Nessa
região se localizam os maiores lagos do continente, circundados por altas montanhas,
destacando-se: o Quilimanjaro (5.895 metros), o monte Quênia (5.199 metros) e o
Ruwenzori (5.109 metros).

Ao sul, surgem planaltos, onde merecem destaque os montes Drakensberg, com poucos
picos elevados acima dos três mil metros, mas suficientes para barrar os ventos húmidos
do oceano Índico, formando uma costa de climas mais amenos. Ao longo do litoral,
situam-se as planícies costeiras, por vezes bastante vastas. As planícies ocupam área
menor do que a dos planaltos. Podemos citar as planícies do Níger e do Congo.

A África não possui muitas ilhas ao seu redor. No Atlântico, se localizam algumas,
formadas por picos submarinos, como as Ilhas Canárias e a Ilha da Madeira, bem como
os arquipélagos de São Tomé e Príncipe e de Cabo Verde. No Oceano Índico encontrase
uma grande ilha - a de Madagáscar - e outras de extensão reduzida, entre as quais
Comores, Maurício e Seychelles..[1]

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