2 - Agregados - e - Minerais - Da Construção
2 - Agregados - e - Minerais - Da Construção
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Essa publicação foi organizada com o apoio financeiro do Instrumento de Parceria da União Europeia com o Ministério Federal Alemão para o Meio Ambiente,
Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) no contexto da Iniciativa Climática Internacional (IKI). O conteúdo dessa publicação é de inteira responsabilidade
dos seus organizadores e não necessariamente reflete a visão dos financiadores.
SUPERVISÃO DA COLETA DE DADOS
Me. Lidiane Santana Oliveira (USP)
Me. Fernanda Belizario Silva (IPT/USP)
Dr. Daniel Costa Reis (USP)
1
Declaração de crédito dos autores: levantamento de dados: levantamento de dados de inventário de
ciclo de vida dos produtos (primários ou secundários); análise dos dados: compilação e análise dos dados
de inventário de ciclo de vida dos produtos; inserção dos dados no sistema: cadastro dos processos
elementares no Sidac; relatório: elaboração do relatório de coleta de dados; supervisão: supervisão da
coleta e análise dos dados de inventário de ciclo de vida dos produtos; apoio: apoio às atividades do
projeto.
Sumário
1 Introdução ............................................................................................................................ 1
2 Elaboração dos processos elementares ............................................................................... 1
2.1 Descrição dos produtos ................................................................................................ 1
2.2 Fluxograma dos processos elementares dos agregados .............................................. 2
2.3 Descrição dos processos elementares dos minerais .................................................... 5
2.3.1 Areia processada .................................................................................................. 5
2.3.2 Argila calcinada ..................................................................................................... 7
2.3.3 Brita ...................................................................................................................... 7
2.3.4 Calcário processado .............................................................................................. 9
2.3.5 Fíler calcário ........................................................................................................ 10
2.3.6 Gipsita processada .............................................................................................. 10
2.4 Fontes de dados.......................................................................................................... 10
2.5 Alocação ..................................................................................................................... 11
3 Métodos de cálculo e considerações.................................................................................. 11
3.1 Considerações gerais .................................................................................................. 11
3.2 Métodos de cálculo .................................................................................................... 11
3.2.1 Areia processada ................................................................................................ 11
3.2.2 Argila Calcinada .................................................................................................. 12
3.2.3 Brita .................................................................................................................... 13
3.2.4 Calcário processado ............................................................................................ 14
3.2.5 Fíler calcário ........................................................................................................ 15
3.2.6 Gipsita processada .............................................................................................. 16
4 Inventário do processo ....................................................................................................... 17
5 Análise dos indicadores ...................................................................................................... 18
6 Considerações finais ........................................................................................................... 20
7 Referências ......................................................................................................................... 20
1 Introdução
O objetivo desse relatório é apresentar os procedimentos adotados na coleta dos dados
genéricos dos principais minerais produzidos no Brasil, sendo eles: areia processada (de rio, cava
submersa e cava a céu aberto), argila calcinada, brita, calcário processado, fíler calcário e gipsita.
A coleta foi realizada com base em literatura nacional e no presente relatório são apresentados
os fluxogramas dos processos elementares da produção desses minerais. Para tanto considera-
se a fronteira do portão ao portão (em inglês gate to gate), dados qualitativos e quantitativos
(fluxos de entrada e saída) que caracterizam esses processos, bem como todas as conversões
realizadas para adequação dos dados ao Sidac.
1
O calcário é uma rocha de origem sedimentar constituída de carbonato de cálcio, sendo
encontrado como rocha macia ou rígida, podendo receber denominações variadas. Ele pode ser
encontrado extensivamente em todos os continentes e é extraído de pedreiras ou depósitos. No
setor da construção civil, o calcário é utilizado na produção do cimento, para obtenção da cal
virgem ou hidratada, na indústria cerâmica, fabricação de aço, vidros e tintas (LUZ; LINS, 2008).
O fíler calcário é um material proveniente do calcário que possui a propriedade de preencher os
vazios da mistura e dar maior estabilidade à mesma (RESENDE; VIEIRA, 2016).
Por fim, o último mineral para cimento abordado é a gipsita, que pode ser utilizada na forma
natural ou calcinada. A forma natural é bastante usada na agricultura e na indústria de cimento,
enquanto a forma calcinada é conhecida como gesso para construção civil (LUZ; LINS, 2008).
2
Figura 3 - Processo elementar para produção de areia extraída de cava a céu aberto com desmonte hidráulico.
3
Figura 6 - Processo elementar para produção de calcário processado.
4
2.3 Descrição dos processos elementares dos minerais
2.3.1 Areia processada
A areia é extraída de leito de rios, várzeas, depósitos lacustres, mantos de decomposição de
rochas, pegmatitos e arenitos decompostos. A produção nacional de areia natural é obtida
predominantemente a partir da extração em leito de rios e, por outras fontes (parcela menor).
Na lavra em leito de rio (Figura 9) utiliza-se uma draga que extrai a areia por sucção e a bombeia
na forma de polpa para fora do leito do rio, onde tem início o seu beneficiamento, através de
classificação em peneira. Na maioria das vezes são utilizadas somente grelhas fixas colocadas no
topo dos silos de recepção da polpa separando as frações mais grossas (cascalho, concreções),
por vezes matéria orgânica (folhas e troncos) e uma simples lavagem, por decantação ou
classificador espiral para remoção de argila (SOUZA, 2012).
(a) (b)
(c) (d)
Figura 9 - Etapas da produção da areia processada em leito de rio: (a) sucção de areia do leito do rio através da
draga fixa (jato de areia maior, à direita) e da draga móvel (dois jatos de areia menores, à esquerda); (b)
bombeamento da areia até as peneiras; (c) peneiramento e classificação da areia, que é separada em fina
(carregada no caminhão à esquerda) e grossa (despejada no monte a direita); (d) empilhamento e revolvimento do
material para secagem. Fonte: Adaptado de Souza (2012).
No processo de lavra em cava inundada (Figura 10), antes do início da extração deve ser
realizado o decapeamento da área, com uso de equipamentos do tipo trato de esteira,
carregadeiras frontais, escavadeiras e caminhões, para remover a vegetação e a camada
superficial do solo que são descartados. A seguir, tem-se a extração do material arenoso que é
aproveitado até o nível freático, quando, então, as pás carregadeiras usadas na extração da areia
dão lugar às dragas que passam a alargar e aprofundar a cava da etapa anterior. Na próxima
etapa, ocorre o bombeamento da areia extraída na cava inundada para uma caixa, na qual é
colocada uma grelha fixa no seu topo com 2,4 a 3 mm de abertura. O material retido constitui a
fração mais grossa (cascalho, concreções, troncos, matéria orgânica) que é descartada e o
5
passante é o produto para ser estocado em silo e comercializado. O material mais fino, é
descarregado por uma tubulação na parte superior, retornando para cava inundada. No caso de
alguns areais, após a areia sedimentada, a mesma é retirada da cava com auxílio de pá
carregadeira. Esta areia é armazenada em silos e lavada para remoção dos finos naturais. Em
seguida a mesma é depositada em montes.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g)
Figura 10 - Etapas da produção da areia processada de lavra em cava inundada – (a) lavra de areia em cava
inundada; (b) balsa extraindo a área no areal; (c) material retirado na peneira da primeira lavagem da areia; (d)
areia na forma de polpa passante na primeira peneira vai para o setor da cava; (e) re-extração da areia (lavagem)
na cava e novamente bombeada para as caixas; (f) expedição do produto para carregamento nos caminhões fora de
estrada. Fonte: Adaptado do CETEM (2012).
O processo de lavra em cavas secas com desmonte hidráulico (Figura 11) é bastante empregado
para depósitos horizontais e sub-horizontais de matérias primas minerais com elevado conteúdo
de areia de quartzo, que se desagrega com facilidade e em locais onde exista disponibilidade de
água. Esse método de lavra é constituído pelas etapas de retirada do capeamento estéril, com
o auxílio de retroescavadeira, em seguida ocorre o desmonte com jatos hidráulicos da matéria-
6
prima mineral. O material desmontado, na forma de polpa, é drenado por gravidade para as
bacias de acumulação, onde por sua vez se realiza o bombeamento diretamente para a unidade
de beneficiamento. Em seguida ocorrem a lavagem, desagregação, peneiramento, classificação
e deslamagem. Por fim, o material é armazenado em montes (CETEM, 2012).
Figura 11 - Lavra de areia em cava seca com desmonte hidráulico. Fonte: (CETEM, 2012).
7
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
(g) (h)
Figura 12 - Etapas da produção de pedra britada – (a) extração a céu aberto; (b) detalhe da perfuratriz e do
compressor; (c) transporte à usina de beneficiamento; (d) detalhe do caminhão descarregando o material no início
do processo de beneficiamento; (e) britador primário com detalhes do uso de água; (f) correia transportadora; (g)
detalhes das pilhas de diferentes granulometrias; (h) armazenamento em pilhas. Fonte: Adaptado de ROSSI (2013).
Segundo a NBR 7225 (ABNT, 1993), a brita possui denominação quanto à sua classificação
comercialmente, ilustrado na Tabela 1.
8
Tabela 1 - Classificação das britas de acordo com as dimensões nominais. Adaptado de NBR 7225, (ABNT, 1993).
Pedra britada numerada Tamanho nominal
Aberturas de peneiras de malhas quadradas (mm)
Número
Mínima Máxima
1 4,8 12,5
2 12,5 25
3 25 50
4 50 76
5 76 100
Figura 13 - Etapas da produção do calcário processado – (a) perfuratriz pneumática utilizada na lavra de calcário; (b)
praça de matacões. Fonte: Adaptado de Camargos (2020).
9
2.3.5 Fíler calcário
O Fíler calcário é obtido a partir da moagem fina do calcário processado. Dessa forma, sua
produção segue as práticas de lavra do calcário. A cominuição do calcário pode ser feita via seca,
segundo as etapas de britagem, classificação, moagem em moinho de rolos tipo Raymond ou
em moinhos tubulares com bolas (REBELLO, 2017).
2.3.6 Gipsita processada
No Brasil, a gipsita é obtida a partir da lavra a céu aberto, através de bancadas simples (Figura
14), utilizando métodos e equipamentos convencionais. Um detalhe importante que deve ser
considerado é que a gipsita absorve parte da força do explosivo, dificultando o desmonte.
Devido a isso, na perfuração, os furos costumam ser programados com diâmetros entre 50-100
mm e com pequeno espaçamento a fim de possibilitar uma distribuição mais densa dos
explosivos. Na sua lavra, são empregados equipamentos como: rompedores hidráulicos,
marteletes hidráulicos, vagon drill, tratores de esteira e pás mecânicas (LUZ; LINS, 2008).
A primeira etapa que compreende o processo de produção da gipsita a céu aberto é a remoção
de vegetação e solo na superfície da rocha que contém gipsita. Posteriormente, é realizada a
perfuração da rocha para colocação dos explosivos e então feito o desmonte com o
acionamento dos explosivos. Em seguida, o material é carregado e transportado até a usina de
britagem. No beneficiamento é realizada uma seleção manual da matéria-prima, seguida de
britagem, por meio de britadores de mandíbula. Em alguns casos, a britagem pode ser realizada
em dois estágios, em circuito fechado com peneiras vibratórias a seco. O produto deve
apresentar uma distribuição granulométrica uniforme, a fim de evitar uma desidratação
desigual para as partículas de gipsita. Por fim, é realizada a estocagem da gipsita processada em
montes.
10
2.5 Alocação
Os processos elementares de produção dos minerais produzem apenas um produto, sendo
assim, não possuem fatores de alocação associados a eles.
11
2.50E-03
2.49E-03
2.00E-03
1.50E-03
6.90E-04
6.90E-04
kWh/kg
1.00E-03
1.30E-04
1.30E-04
5.00E-04
0.00E+00
REF 8A
REF 8B
REF 1
REF 2
REF 3
REF 4
REF 5
REF 6
REF 7
REF 8C
REF 9
LEGENDA - REF 1: (SANTORO; KRIPKA, 2016); REF 2: (Ecoinvent 3.7.1 dataset documentation, 2015); REF 3: (OCHARÁN; LIMA,
2019); REF 4: (CASTRO et al., 2015); REF 5: (SOUZA, 2012); REF 6: (REBELLO, 2017); REF 7: (JUNIOR, 2013); REF 8A, 8B e 8C : (ROSA,
2010); REF 9: (BESSA, 2010).
Figura 15 - Consumo de eletricidade por kg de areia processada. Ignorar os valores iguais a zero (não calculados).
7.00E-03
6.00E-03 6.63E-03
3.00E-03
5.00E-03
2.76E-03
2.62E-03
2.09E-03
4.00E-03
1.58E-03
1.41E-03
l/kg
1.33E-03
9.28E-04
3.00E-03
6.10E-04
2.00E-03 5.19E-04
1.00E-03
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3 REF 4 REF 5 REF 6 REF 7 REF 8A REF 8B REF 8C REF 9
LEGENDA - REF 1: (SANTORO; KRIPKA, 2016); REF 2: (Ecoinvent 3.7.1 dataset documentation, 2015); REF 3: (OCHARÁN; LIMA,
2019); REF 4: (CASTRO et al., 2015); REF 5: (SOUZA, 2012); REF 6: (REBELLO, 2017); REF 7: (JUNIOR, 2013); REF 8A, 8B e 8C:
(ROSA, 2010); REF 9: (BESSA, 2010).
Figura 16 - Consumo de diesel por kg de areia processada.
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade para a obtenção de
areia processada foi de 1,38E-04 e 9,73E-04 kWh/kg, respectivamente e o valor de média e
desvio padrão do consumo de diesel foi de 2,13E-03 e 1,66E-03 l/kg, respectivamente.
3.2.2 Argila Calcinada
Foram considerados três dados de literatura com valores de fluxo de produto de eletricidade
para o processo de produção da argila calcinada (entre 2,50E-02 e 8,57E-02 kWh/kg), conforme
Figura 17. O fluxo de produto de coque de petróleo diz respeito ao processo de calcinação da
argila em fornos rotativos estacionários, que variou de 6,31E-02 a 1,05E-01 l/kg), Figura 18.
Calcularam-se a média e desvio padrão simples para esse conjunto de dados. O processo não
considera o consumo de água evaporada da etapa de pré-secagem e vapor de água do processo
de calcinação e também não foram encontrados dados nacionais de distância de transporte da
argila processada até a usina de beneficiamento da argila calcinada.
12
1.00E-01
8.00E-02
3.05E-02
2.50E-02
8.57E-02
kWh/kg
6.00E-02
4.00E-02
2.00E-02
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3
LEGENDA - REF 1: (MALACARNE et al., 2021); REF 2: (ECOINVENT 3.8 DATASET
DOCUMENTATION, 2015); REF 3: (DANIELI et al., 2020).
Figura 17 - Consumo de eletricidade por kg de argila calcinada.
1.00E-01
8.00E-02 1.05E-01
8.00E-02
6.00E-02
l/kg
6.31E-02
4.00E-02
2.00E-02
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3
LEGENDA - REF 1: (MALACARNE et al., 2021); REF 2: (ECOINVENT 3.8 DATASET
DOCUMENTATION, 2015); REF3: (DANIELI et al., 2020).
Figura 18 - Consumo de coque de petróleo por kg de argila calcinada.
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade para a obtenção de
argila calcinada foi de 4,71E-02 e 3,35E-02 kWh/kg, respectivamente, e o valor de média e desvio
padrão do consumo de coque de petróleo foi de 8,28E-02 e 2,13E-02 l/kg, respectivamente.
Ainda, tendo em vista que o processo de argila calcinada considera a argila processada como
fluxo de produto, foram calculados os valores de média e desvio padrão de 1,28E+00 e 1,15E-01
kg, respectivamente, de acordo com as fontes pesquisadas (Figura 19).
1.20E+00
1.00E+00
1.39E+00
1.30E+00
8.00E-01
kg/kg
1.16E+00
6.00E-01
4.00E-01
2.00E-01
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3
LEGENDA - REF 1: (MALACARNE et al., 2021); REF 2: (ECOINVENT 3.8 DATASET
DOCUMENTATION, 2015); REF3: (DANIELI et al., 2020).
Figura 19 - Consumo de argila processada por kg de argila calcinada.
3.2.3 Brita
Neste caso, obtiveram-se escassas informações sobre o fluxo de produto de eletricidade. Dos 10
conjuntos de dados utilizadas, somente 5 apresentaram valores de consumo de energia elétrica
para o processo de produção do produto (consumo entre 1,93E-03 e 7,43E-03 kWh/kg, de
acordo com Figura 20), provenientes dos equipamentos como britadores, peneiras vibratórias e
correias transportadoras. O fluxo de produto de diesel diz respeito ao consumo com os
13
equipamentos e caminhões, utilizados na obtenção da brita comercial, que variou de 2,27E-04
a 1,80E-03 l/kg), Figura 21. Calcularam-se a média e desvio padrão simples para esse conjunto
de dados. O processo não considera o consumo de combustível para a retirada da vegetação e
da camada de solo rica em material orgânico para acesso à rocha para a produção de brita de
interesse comercial.
8.00E-03
7.00E-03
7.43E-03
4.25E-03
7.20E-03
7.10E-03
3.72E-03
3.72E-03
6.00E-03
2.90E-03
5.00E-03
kWh/kg
2.04E-03
1.93E-03
4.00E-03
3.00E-03
2.00E-03
1.00E-03
0.00E+00
REF 1 REF2 REF 3 REF 4 REF 5 REF 6 REF 7 REF 8 REF 9A REF 9B
LEGENDA - REF 1: (SANTORO; KRIPKA, 2016); REF 2: (ROSADO et al., 2017); REF 3, 4 e 5: ECOINVENT 3.5 DATASET DOCUMENTATION,
2018; REF 6: (ROSSI; SALES, 2014); REF 7: (OCHARÁN; LIMA, 2019); REF 8: (CASTRO et al., 2015); REF 9A 9B: (ROSA, 2010).
Figura 20 - Consumo de eletricidade por kg de brita.
2.00E-03
1.80E-03
8.92E-04
1.50E-03
1.50E-03
7.06E-04
6.74E-04
l/kg
1.00E-03
2.85E-04
2.36E-04
2.31E-04
2.27E-04
5.00E-04
0.00E+00
REF 1 REF2 REF 3 REF 4 REF 5 REF 6 REF 7 REF 8 REF 9A REF 9B
LEGENDA - REF 1: (SANTORO; KRIPKA, 2016); REF 2: (ROSADO et al., 2017); REF 3, 4 e 5: ECOINVENT 3.5 DATASET DOCUMENTATION,
2018; REF 6: (ROSSI; SALES, 2014); REF 7: (OCHARÁN; LIMA, 2019); REF 8: (CASTRO et al., 2015); REF 9A 9B: (ROSA, 2010).
Figura 21 - Consumo de diesel por kg de brita. Ignorados os valores iguais a zero (não calculado).
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade para a obtenção de
brita comercial foi de 4,48E-03 e 2,21E-03 kWh/kg, respectivamente e o valor de média e desvio
padrão do consumo de diesel foi de 7,28E-04 e 5,82E-04 l/kg, respectivamente.
14
1.20E-02
1.00E-02
1.00E-02
8.00E-03
9.26E-03
kWh/kg
2.72E-03
6.00E-03
7.00E-03
4.00E-03
2.00E-03
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3 REF 4
LEGENDA - REF 1: (FERNANDES et al., 2015); REF 2: (BUSATO, 2020); REF 3: (SOUSA, 2011);
REF 4: (BESSA, 2010).
1.40E-03
1.40E-03
1.20E-03
1.00E-03
4.77E-04
4.55E-04
8.00E-04
l/kg
6.00E-04
4.00E-04
2.00E-04
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3 REF 4
LEGENDA - REF 1: (FERNANDES et al., 2015); REF 2: (BUSATO, 2020); REF 3: (SOUSA, 2011); REF 4: (BESSA, 2010).
Figura 23 - Consumo de diesel por kg de calcário processado. Ignorar valor igual a zero (não calculado).
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade para a obtenção do
calcário processado foi de 1,21E-03 e 3,28E-03 kWh/kg, respectivamente, e o valor de média e
desvio padrão do consumo de diesel foi de 7,77E-04 e 5,39E-04 l/kg, respectivamente.
3.2.5 Fíler calcário
Considera-se, nesse processo, a entrada do calcário processado na usina de processamento do
fíler calcário. Dessa forma, foi considerada somente a etapa de moagem do calcário para a
obtenção do fíler calcário.
Dados internacionais de consumo de eletricidade da moagem do calcário para produção do fíler
foram adotados, devido à falta de dados nacionais. No entanto, como os processos são
semelhantes, considera-se essa adoção pertinente até que dados nacionais estejam disponíveis.
Ainda, não foram encontrados dados nacionais de distância de transporte do calcário até a usina
de processamento do fíler calcário.
O consumo de energia elétrica para a atividade de moagem do calcário foi obtido com base no
relatório europeu – European Cement Research Academy (FLEIGER et al., 2015). A Figura 24
apresenta o consumo de energia elétrica de moagem em função da massa superficial específica
do calcário utilizando o método de Blaine (cm2/g). A energia tende a aumentar com a finura. A
Equação 1 foi utilizada para estimar consumo de energia (Ec em kWh/t) em função da finura do
calcário (x em cm2/g).
!
𝐸𝑐 = 7!",$% + 0,0001𝑥 + 2.6204
Equação 1 – Estimativa do consumo de energia elétrica no processo de moagem do calcário. Fonte: Fleiger et al.
(2015).
15
Figura 24 – Consumo de energia elétrica de moagem em função massa superficial específica do calcário utilizando o
método de Blaine (cm2/g), com base em (FLEIGER et al., 2015).
7.00E-02
4.49E-02
4.47E-02
6.59E-02
6.00E-02
3.76E-02
3.28E-02
3.12E-02
2.93E-02
5.00E-02
2.28E-02
kWh/kg
1.92E-02
1.89E-02
4.00E-02
1.79E-02
1.72E-02
9.48E-03
3.00E-02
2.00E-02
1.00E-02
0.00E+00
1A 1B 1C 1D 1E 1F 2A 2B 2C 2D 2E 3A 3B
LEGENDA – REF 1A, 2B, 2C, 2D, 2E E 2F: (MICHEL et al., 2007); REF 2A , 2B, 2C, 2D E 2E: (BENJEDDOU et al., 2021); REF 3A
E 3B: (SACA e GEORGESCU, 2014).
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade da moagem para
obtenção do fíler calcário foi de 2,93E-02 e 1,53E-02 kWh/kg, respectivamente.
Dessa forma, foi considerado o fluxo de produto do calcário processado, além dos valores de
média e desvio padrão do consumo de eletricidade calculados anteriormente, no processo total
da obtenção do fíler calcário.
3.2.6 Gipsita processada
Obtiverem-se poucas informações sobre o fluxo de consumo de eletricidade. Dos 5 dados
utilizados, somente 2 apresentaram valores de consumo de energia elétrica para o processo de
produção do mineral (consumo entre 3,43E-03 e 6,73E-03 kWh/kg, conforme Figura 26),
provenientes dos equipamentos como britadores, peneiras vibratórias e correias
16
transportadoras. O fluxo de produto de diesel diz respeito ao consumo com os equipamentos e
caminhões utilizados na obtenção da gipsita processada, que variou de 9,43E-04 a 1,64E-03 l/kg
(Figura 27). Calcularam-se a média e desvio padrão simples para esse conjunto de dados.
8.00E-03
7.00E-03
6.00E-03
6.73E-03
kWh/kg 5.00E-03
4.00E-03
3.00E-03
3.43E-03
2.00E-03
1.00E-03
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3 REF 4 REF 5
LEGENDA - REF 1: (SILVA, 2013); REF 2: (CARVALHO, 2012); REF 3: (INSTITUTO BRASILEIRO
DE MINERAÇÃO, 2014); REF 4: (BASTOS, 2013); (ROCHA, 2017).
Figura 26 - Consumo de diesel por kg de gipsita processada. Ignorar os valores iguais a zero (não calculado).
1.80E-03
1.60E-03
1.64E-03
1.40E-03
1.20E-03
1.29E-03
1.33E-03
1.00E-03
l/kg
8.00E-04
9.43E-04
6.00E-04
4.00E-04
2.00E-04
0.00E+00
REF 1 REF 2 REF 3 REF 4 REF 5
LEGENDA - REF 1: (SILVA, 2013); REF 2: (CARVALHO, 2012); REF 3: (INSTITUTO BRASILEIRO DE
MINERAÇÃO, 2014); REF 4: (BASTOS, 2013); (ROCHA, 2017).
Figura 27 - Consumo de eletricidade por kg de gipsita processada. Ignorar os valores iguais a zero (não calculado).
Sendo assim, o valor de média e desvio padrão do consumo de eletricidade para a obtenção de
gipsita processada foi de 5,08E-03 e 2,33E-03 kWh/kg, respectivamente, e o valor de média e
desvio padrão do consumo de diesel foi de 1,30E-03 e 2,85E-04 l/kg, respectivamente.
4 Inventário do processo
As tabelas a seguir apresentam os inventários elaborados.
Tabela 2 - Inventário do fluxo elementar da produção de areia processada.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Areia kg 1,00E+00 -
Eletricidade kWh 1,38E-04 9,73E-04
Óleo diesel (combustão) L 2,13E-03 1,66E-03
Saída
Areia processada kg 1,00E+00 -
17
Tabela 3 - Inventário do fluxo de produto de 1 kg de argila calcinada.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Argila processada kg 1,28E+00 -
Eletricidade kWh 4,71E-02 3,35E-02
Coque de petróleo (combustão) kg 8,28E-02 2,13E-02
Saída
Argila calcinada kg 1,00E+00 -
Tabela 4 - Inventário do fluxo de produto de 1 kg de brita.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Rocha kg 1,00E+00 -
Eletricidade kWh 4,48E-03 2,21E-03
Óleo diesel (combustão) L 7,28E-04 5,82E-04
Saída
Brita kg 1,00E+00 -
Tabela 5 - Inventário do fluxo de produto de 1 kg de calcário processado.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Calcário kg 1,00E+00 -
Eletricidade kWh 1,21E-03 3,28E-03
Óleo diesel (combustão) L 7,77E-04 5,39E-04
Saída
Calcário processado kg 1,00E+00 -
Tabela 6 - Inventário do fluxo de produto de 1 kg de calcário fíler calcário.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Calcário processado kg 1,00E+00 -
Eletricidade kWh 2,93E-02 1,53E-02
Saída
Fíler calcário kg 1,00E+00 -
Tabela 7 - Inventário do fluxo de produto de 1 kg de gipsita processada.
Fluxos de inventário
Fluxo Unid.
Qtde. (média) Desv. padrão
Entradas
Gipsita kg 1,00E+00 -
Eletricidade kWh 5,08E-03 2,33E-03
Óleo diesel (combustão) L 1,30E-03 2,85E-04
Saída
Gipsita processada kg 1,00E+00 -
18
As Figura 28 a Figura 30 apresentam os resultados obtidos pelo Sidac para as emissões de CO2
pelos processos de obtenção da areia processada, argila calcinada e brita, em comparação com
resultados publicados na literatura, sendo que para os processos (calcário, fíler calcário e gipsita
processada) não foram encontrados dados nacionais de emissões de CO2 do processo de
produção dos mesmos, porém ao analisar dados internacionais disponíveis na base de dados
ecoinvent, observou-se coerência nos intervalos mínimos e máximos obtidos pelos indicadores
do Sidac.
As emissões de CO2 fóssil apresentadas pelo Sidac, consideraram a soma das emissões de CO2
de todas as etapas do processo de produção dos minerais, incluindo óleo diesel, energia elétrica
e em específico para argila calcinada, o coque de petróleo.
Embora a etapa de extração da argila não faça parte do escopo do processo da argila calcinada,
ao cadastrar a argila como uma das entradas, as emissões de CO2 produzidas pelo processo de
extração dessa matéria prima foram somadas às emissões do processo de produção da argila
calcinada. Da mesma forma ocorreu para o processo de fíler calcário, ao cadastrar o calcário
como uma das entradas no processo.
Areia processada
1.40E-02 Mínimo Sidac
1.20E-02
1.25E-02
9.90E-03
4.74E-03
3.54E-03
2.06E-03
Argila calcinada
5.00E-01 Mínimo Sidac
4.00E-01
4.36E-01
Máximo Sidac
kg CO2/kg
3.74E-01
3.00E-01
2.00E-01
documentation (2015)
1.00E-01
Danieli et al. (2020)
0.00E+00
Figura 29 - Comparação entre resultados de emissões de CO2 para argila calcinada com dados Sidac e literatura.
19
Brita
5.00E-03 Mínimo Sidac
4.67E-03
4.00E-03 Máximo Sidac
4.01E-03
kg CO2/kg
3.67E-03
3.00E-03
Santoro e Krioka
2.00E-03 (2016)
Rosado et al. (2017)
0.00E+00
1.50E-03
1.94E-03
1.00E-03
Rossi e Sales (2014)
0.00E+00
Figura 30 - Comparação entre resultados de emissões de CO2 para brita com dados Sidac e literatura.
De um modo geral, os valores dos indicadores calculados pelo Sidac para os minerais parecem
coerentes.
6 Considerações finais
A produção bibliográfica brasileira com enfoque na pegada de carbono no processo produtivo
dos minerais é escassa. Foram levantados alguns estudos que subsidiaram informações para o
cálculo dos indicadores genéricos.
Entende-se que os valores de emissões de CO2 são teóricos e podem variar segundo a
composição química dos minerais, tipologia, impurezas e eficiência dos equipamentos utilizados
no processo de produção.
Como resultado, tem-se uma faixa de variação ampla tanto para a demanda energética quanto
para as emissões de CO2, o que representa a pluralidade do setor dos principais minerais da
construção produzidos no Brasil.
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