Trabalho 11

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Universidade Licungo

Faculdade de Ciências e Tecnologias


Licenciatura em psicologia social e das organizações

Madalena Lisboa Manhique


Márcio Jorge Luís
Marta Pedro
Lurdes Nota
Katia Massange

Beira
2021
Madalena Lisboa Manhique
Márcio Jorge Luís
Marta Pedro
Lurdes Nota
Katia Massange

PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇA E


ADOLESCENTE

TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORAL DE PIAGET

Trabalho científico, apresentada ao


Departamento de Ciências de educação e
psicologia, Delegação da Beira para a
avaliação.

MSC. Alcides Quenhe

Beira
2021
Índice

1. Introdução ..................................................................................................................... 4

1.2. Objectivos .................................................................................................................. 5

1.2.1. Objectivo Geral....................................................................................................... 5

1.2.2. Objectivo Específicos ............................................................................................. 5

1.3. Metodologia ............................................................................................................... 5

2. Referencial teórico ........................................................................................................ 6

2.1. Desenvolvimento humano na perspectiva piagetiana ................................................ 6

2.2. Conceito de Desenvolvimento Humano .................................................................... 7

2.3. A importância do estudo do desenvolvimento humano............................................. 8

2.4. Fatores que influenciam o desenvolvimento humano ............................................... 8

2.5. Fundamentos do Desenvolvimento Humano ............................................................. 8

2.5.1. Fundamentos da Teoria Piagetiana ......................................................................... 9

2.5.2. Conteúdo da Inteligência ........................................................................................ 9

2.5.3. Função da Inteligência ............................................................................................ 9

2.5.4. Estrutura da Inteligência ....................................................................................... 10

2.6. Estágios de Desenvolvimento humano .................................................................... 11

3. Conclusão ................................................................................................................... 13

4. Referências bibliográficas .......................................................................................... 14


1. Introdução

Os estudos realizados pelo pesquisador Jean Piaget é de suma importância para o


entendimento e analises das fases de desenvolvimento humano no que tange o aspecto
biológico. Visto que o desenvolvimento da aprendizagem está intimamente ligado à
maturação dos aspectos biológicos, onde pode ocorrer nesse processo a autorregulaçao,
ou seja, a adaptação e interação do ser com um novo ambiente, sendo que parte da
observação animal e posteriormente para a humana (PULASKI, 1980). Portanto, o
desenvolvimento da aprendizagem está diretamente ligado aos estímulos que o ambiente
oferece e como o organismo se adapta aos mesmos, gerando assim mudanças que
acarretam em desenvolvimento e consequentemente em aprendizagens, passando por
fases de maturação no decorrer da vida. A presente pesquisa conta com o objetivo de
unificar as fases de desenvolvimento de Piaget (1999) os quais são quatro estágios que
proferem o desenvolvimento infantil: sensório motor, pré-operacional, operacional
concreto e operações formais, bem como será descrito cada estágio em suas principais
particularidades.
Para atingir os objetivos da pesquisa esta será de natureza básica, tendo uma abordagem
qualitativa quanto a seus resultados e exploratória quanto a seus objetivos, sendo teórica
quanto a seus procedimentos técnicos, utilizando-se de revisão bibliográfica. Quanto a
natureza é uma pesquisa básica, com uma abordagem qualitativa, quanto aos objetivos é
exploratória, quanto aos procedimentos técnicos é teórica utilizando-se de revisão
bibliográfica. Com o desenrolar das análises, percebe-se a real importância de cada
estágio para formação humana, e a relação de ligação de cada qual, e a relevância do
equilíbrio entre adaptação, assimilação e acomodação as quais regem as passagens de
estágios, as quais devem receber grande atenção e atendimento, pois ocorre nesse
processo a progressão do conhecimento e a construção de estrutura para as demais
aprendizagens do estágio a ser atingindo (PIAGET, 2013). Levando em consideração a
importância do conhecimento das fases de desenvolvimento humano, podem-se ter
melhores compreensões do ser humano como um todo, ocorrendo um melhor
discernimento das particularidades de cada estágio, e quais as melhores abordagens a
serem utilizadas quando necessário auxiliar no desenvolvimento de habilidades ou
estimulação do processo de aquisição de conhecimento e de novos saberes.
1.2. Objectivos

1.2.1. Objectivo Geral

 Descrever a teoria de desenvolvimento moral de Piaget;

1.2.2. Objectivo Específicos

 Conceituar de desenvolvimento humano;


 Explicar fundamentos de desenvolvimento humanos;
 Descrever os estágios de desenvolvimento humanos.

1.3. Metodologia

Quanto à natureza, é uma pesquisa básica, com uma abordagem qualitativa, quanto aos
objetivos é exploratória, quanto aos procedimentos técnicos é teórica utilizando-se de
revisão bibliográfica.
De acordo com Gerhardt; Silveira (2009) a pesquisa básica tem o intuito de gerar novos
conhecimentos através de verdades ou interesses universais, sem ocorrer aplicação
prática. Tem uma abordagem qualitativa que segundo (GIL, 2009), realizasse levando
de dados e descrição dos mesmos. Para atingir os critérios anteriormente citados a
pesquisa será exploratória com o “objetivo de proporcionar visão geral, de tipo
aproximativo, acerca de determinado fato” (GIL, 2008 p.28), envolvendo um
levantamento bibliográfico acerca das fases de desenvolvimento humano voltado a
teoria piagetiana. Para tanto a pesquisa bibliográfica, será a base para a presente
pesquisa, sendo “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado
em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, [...].” (VERGARA 1998, p. 46).
2. Referencial teórico

2.1. Desenvolvimento humano na perspectiva piagetiana

Na perspectiva do desenvolvimento humano uma das teorias mais importantes e, quiçá,


das mais completas para a época, foi a criada pelo suíço Jean Piaget (1896- 1980)
famoso por seus estudos sobre o pensamento lógico nas crianças. Desenvolveu o
método clínico de investigação das ideias infantis, amplamente utilizado por outros
pesquisadores, auxiliando no entendimento de como ocorre o processo de alfabetização
da criança como foram, por exemplo, os estudos de Emília Ferreiro. Revolucionou as
pesquisas sobre pensamento e linguagem das crianças e foi o primeiro a se interessar
pela relação entre a percepção e a lógica infantis. A estrutura básica da teoria piagetiana
apoia-se no pressuposto de uma sequência genética de duas formas opostas de
intelecção, princípio de realidade e princípio do prazer, estudados anteriormente por
Freud. Analisou a educação realizando um esforço bastante grande pra renová-la, pois
para ele os métodos empregados encontravam-se entre duas correntes, o uso de
condicionamentos, o trabalho realizado por Pavlov, Watson, Skinner e outros estudiosos
e os métodos que apelavam para as atividades espontâneas da criança, objetivando uma
organização cognitiva preparadora das operações da inteligência que surgem entre sete e
oito anos. Para ele os estudos sobre o condicionamento haviam levado ao ensino
programado, que segundo o estudioso estava apoiado numa psicologia muito
insuficiente e, embora importante do ponto de vista da aprendizagem, questionado no
que se refere à invenção (criatividade).

Em sua obra Psicologia e Pedagogia mostrou a necessidade de saber o que é a


inteligência, como ela se desenvolve nas crianças, bem como a origem do
conhecimento. Portanto, seu trabalho incidiu sobre três pontos fundamentais, a natureza
da inteligência ou do conhecimento, o papel da experiência na formação das noções e o
mecanismo de transmissão social ou linguística do adulto para a criança. No que tange à
inteligência afirmou que

As funções essenciais da inteligência consistem em compreender e


inventar, em outras palavras, construir estruturas estruturando o
real. E, de fato é cada vez mais patente que estas duas funções são
indissolúveis e que, para compreender um fenômeno ou
acontecimento, é preciso reconstruir as transformações de que elas
são resultantes, e ainda que para reconstituí-las de transformação, o
que supõe uma parte de invenção ou de reinvenção. (Piaget.
1976:36)

Ao descrever o desenvolvimento mental da criança coloca que:

O desenvolvimento psíquico, que começa quando nascemos e termina na


idade adulta, é comparável ao crescimento orgânico: como este se
orienta, essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira que um
corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável,_
caracterizado pela maturidade dos órgãos_, também a vida mental pode
ser concebida como evoluindo na direção de uma nova forma de
equilíbrio final, representada pelo espírito adulto O desenvolvimento,
portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um
estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior.
(Piaget, 1985:11).

2.2. Conceito de Desenvolvimento Humano

A Psicologia do Desenvolvimento Humano estuda o desenvolvimento do ser


humano nos aspectos: intelectual, social, físico, emocional, desce o nascimento até a
idade adulta. Ela estuda como a cognição se desenvolve e como o comportamento muda
durante a fase de crescimento, trazendo uma multiplicidade de conhecimentos para o
campo da psicologia aplicada.
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento
orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são as formas de
organização da atividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando. Algumas
dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida.
O conceito de desenvolvimento humano, como bem sublinhou Amartya Sen, tem as
suas origens no pensamento clássico e, em particular, nas ideias de Aristóteles, que
acreditava que alcançar a plenitude do florescimento das capacidades humanas é o
sentido e fim de todo desenvolvimento. O conceito de desenvolvimento humano tornou-
se um conceito paralelo à noção de desenvolvimento econômico, embora o primeiro
seja mais amplo, pois, ademais de considerar os aspectos relativos à economia e
os ingressos, integra aspectos como a qualidade de vida, bem-estar individual e social
e felicidade.
O desenvolvimento humano é o processo pelo qual uma sociedade melhora a vida dos
seus cidadãos através do aumento dos bens com os quais podem satisfazer as
necessidades básicas e complementares de todos, e a criação de um entorno que respeite
os direitos humanos. Também é considerado como a quantidade de opções que tem um
ser humano no seu próprio meio de ser e/ou fazer o que deseja ser e/ou fazer. O
desenvolvimento humano pode ser definido como uma forma de medir a qualidade da
vida humana no meio em que se vive, sendo uma variável chave para a classificação de
um país ou região.

2.3. A importância do estudo do desenvolvimento humano

Esse estudo é compreender a importância do estudo do desenvolvimento humano.


Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma
faixa etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é o educando. Existem
formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada
faixa etária.

2.4. Fatores que influenciam o desenvolvimento humano

Hereditariedade a carga genética estabelece o potencial do indivíduo, que pode ou não


desenvolver-se. A inteligência pode desenvolver-se de acordo com as condições do
meio em que se encontra. Crescimento orgânico refere-se ao aspecto físico.
Maturação neurofisiológica é o que torna possível determinado padrão de
comportamento. Meio o conjunto de influências e estimulações ambientais altera os
padrões de comportamento do indivíduo.

2.5. Fundamentos do Desenvolvimento Humano

Conceitos básicos e fatores relativos ao desenvolvimento humano. Principais teorias e


concepções da psicologia do desenvolvimento. Etapas do desenvolvimento humano.
Desenvolvimento biológico, cognitivo, afetivo, social e psicomotor, do nascimento à
velhice. A influência genética e ambiental no desenvolvimento humano.

2.5.1. Fundamentos da Teoria Piagetiana

A teoria piagetiana tenta responder às questões: como o conhecimento se forma? Como


passamos de um estado de menor conhecimento para um estado de maior
conhecimento? Enfim, como evolui o conhecimento? (PIAGET, 1975; PIAGET, 1973).
Conforme enfatizam Davis & Oliveira (2005), Piaget considerou que se estudasse,
cuidadosa e profundamente, a maneira pela qual as crianças constroem as noções
fundamentais de conhecimento lógico, tais como as de tempo, espaço, objeto,
causalidade, etc, poderia compreender a gênese e a evolução do conhecimento humano.
Então, entender como o conhecimento evolui constitui-se a preocupação científica de
Piaget. Para tanto, ele desenvolve uma profunda e extensa investigação teórica e
experimental do desenvolvimento, qualitativo das estruturas intelectuais. Assim, a
preocupação central de Piaget ao tentar entender a construção do conhecimento recai na
inteligência. Ele estuda três aspectos fundamentais da inteligência: estrutura da
inteligência, conteúdo da inteligência e função da inteligência. De acordo com Flavell
(1996), observa-se na teoria piagetiana uma ênfase no estudo da estrutura da
inteligência em desenvolvimento em contraposição à sua função e ao seu conteúdo.

2.5.2. Conteúdo da Inteligência

Refere-se à conduta externa, aos dados comportamentais não interpretados. O conteúdo


expresso sugere diferenças na forma de pensar. Ou seja, o conteúdo da inteligência
refere-se a dados comportamentais brutos, como por exemplo, quando um dos sujeitos
estudados por Piaget, afirma que um objeto tem mais/menos massa quando sua forma é
alterada (FLAVELL, 1996).

2.5.3. Função da Inteligência

Refere-se às características amplas de atividade inteligente, válida para todas as idades e


que define a própria essência do comportamento inteligente. É a maneira pela qual,
qualquer organismo progride cognitivamente e é invariável ao longo do
desenvolvimento. Ou seja, as propriedades funcionais do processo adaptativo
permanecem as mesmas. Em relação à função, Piaget tentou isolar as propriedades
abstratas da inteligência-em-ação, que são válidas para todos os organismos, sendo estas
propriedades (organização e adaptação), chamadas de invariantes funcionais
(FLAVELL, 1996).

2.5.4. Estrutura da Inteligência

Refere-se, basicamente, às organizações mentais ou aptidões mentais que a criança


possui. Para Piaget, as estruturas são mutáveis no decorrer do processo evolutivo. Elas
resultam de seu funcionamento, ornamento é inferido a partir do conteúdo e
responsáveis pela organização da inteligência. Assim, o que a criança pode, ou não,
realizar em cada período, liga-se diretamente à estrutura que lhe é subjacente. Estrutura
e conteúdo são assim interdependentes, ou seja, pelo conteúdo expresso em forma de
linguagem, jogos, etc, pode-se determinar o nível intelectual estrutura subjacente
(PIAGET, 1975). A estrutura da inteligência muda com a idade, e estas mudanças
evolutivas constitui o principal objeto de estudo de Piaget. O conhecimento da estrutura
possibilitará a previsão do que se pode esperar de uma criança em um determinado
momento. As estruturas se formam no decorrer do processo evolutivo e, além de
mutáveis, são também mediadoras entre as invariantes funcionais da conduta e seus
conteúdos (CARVALHO, 1996). A partir das estruturas existentes, Piaget dividiu o
desenvolvimento em estágios. Entretanto, o que são as estruturas da inteligência no
sistema piagetiano? São as propriedades organizacionais da inteligência, organizações
criadas através do funcionamento e inferíveis, a partir de conteúdos comportamentais,
cuja natureza determinam. Para Piaget, as estruturas estão situadas entre as invariantes
funcionais e os variados conteúdos comportamentais. Assim, as estruturas explicam
porque surgiu um determinado conteúdo, e não outro. Assim, em função das
propriedades organizativas das estruturas da inteligência, percebe-se sua importância na
construção e no desenvolvimento do conhecimento. Entretanto, permanece a questão:
Como as estruturas se formam? Elas são inatas? Piaget é categórico neste sentido, pois
afirma que não se herda estruturas cognitivas como tais. Elas passam a existir, apenas
no decorrer do desenvolvimento.
Herda-se, sim, um modus operandi, uma maneira específica de transação com o
ambiente. Assim, herdamos um modo de funcionamento intelectual. Ou seja, é
funcionando que o organismo gera as estruturas cognitivas. Esse modo de
funcionamento tem duas características importantes: gera estruturas cognitivas e
permanece essencialmente constante, durante toda a vida. Isto é, as propriedades
fundamentais do funcionamento intelectual são as mesmas, sempre, apesar da ampla
variedade de estruturas cognitivas que este funcionamento gera, que são as invariantes
funcionais.

2.6. Estágios de Desenvolvimento humano

Piaget identificou, mediante a realização de inúmeras pesquisas com crianças, quatro


estágios de desenvolvimento cognitivo, conforme já assinalamos. A classificação
cronológica do início e do fim de cada estágio é obviamente variável, de acordo com a
evolução de cada criança, sendo as faixas etárias usualmente apontadas interpretadas
como meramente indicativas. Nos dias de hoje, inclusive, é muito comum que alguns
conteúdos escolares relacionados com a estrutura do pensamento característico de
algumas fases sejam aparentemente antecipados, já que o estímulo ao desenvolvimento
das capacidades cognitivas torna isso possível.
No primeiro estágio, que é o sensório-motor e duraria até aproximadamente os dois
anos, a criança não possui capacidade de abstração e sua atividade intelectual é de
natureza sensorial e motora. Já nesta fase, é enfatizada a importância dos estímulos
ambientais para o desenvolvimento da criança, uma vez que estaria relacionada com a
interação ambiental. Em contrapartida, Biaggio (1998) afirma que há um limite para a
atuação do ambiente, o que seria mais bem expresso quando Piaget subdivide este
estágio em outros seis níveis, assim, ficaria manifesta a maturação progressiva das
estruturas cognitivas, ainda que persistindo as mesmas características interacionistas.
Este primeiro estágio se constitui em um dos momentos mais significativos do
desenvolvimento humano, no qual a criança, que inicialmente apresenta um
comportamento centrado no próprio corpo e reativo ao ambiente e passa a desenvolver
sua linguagem e a “descentralizar as ações em relação ao corpo próprio, em considerar
este como objeto entre os demais num espaço que a todos contém e em associar as ações
dos objetos sob o efeito das coordenações de um sujeito que começa a se conhecer
como fonte ou mesmo senhor de seus movimentos” (Piaget: 1983: 8). Ele compara esta
transformação a uma verdadeira ‘revolução copernicana’.
O estágio subsequente é o pré-operatório, com duração até os seis anos e, por sua vez,
subdividido em dois níveis. Nesta fase, a criança já não depende unicamente das suas
sensações e movimentos e passa a identificar um significante do significado,
desenvolvendo assim sua capacidade simbólica. Esta fase, de vasto desenvolvimento
linguístico para a criança, caracteriza-se pelo egocentrismo (incapacidade da criança de
ver-se do ponto de vista de outra pessoa), pela incompreensão da reversibilidade de
fatos ou operações (2+3 = 5, logo, 5-2 = 3; o vapor é a água em estado gasoso e pode
voltar ao estado líquido), pelo animismo (atribuição de vida a seres inanimados) e
antropomorfismo (atribuição de características humanas a seres não humanos).
Os dois níveis em que está dividido o estágio pré-operatório correspondem às idades até
quatro anos e de quatro a seis anos. Esta subdivisão do estágio, segundo Piaget, é
necessária, uma vez que “a passagem da ação ao pensamento ou do esquema sensório-
motor ao conceito não se realiza sob a forma de uma revolução brusca, mas, ao
contrário, de uma diferenciação lenta e laboriosa, que se relaciona às transformações da
assimilação” (Piaget, 1983: 13). Assim, para o indivíduo chegar a uma semiologia,
passa por um subperíodo em que as primeiras ‘funções constituintes’ não estão ainda
elaboradas.
No estágio seguinte, de operações concretas (de sete aos 12 anos), estas questões estão
resolvidas para a criança e ela se torna capaz de raciocinar logicamente se tiver apoio de
objetos concretos. Adquire a noção de conservação (por exemplo, que a quantidade de
água transferida de um copo para outro de formato diferente mantém-se a mesma) bem
como a compreensão de composição de elementos, associatividade e identidade. O
último estágio descrito por Piaget foi chamado de estágio de operações formais, inicia-
se aos doze anos de idade e caracteriza-se pela capacidade de abstração e da testagem de
hipóteses. A partir dessa idade, as crianças já se tornam capazes de adotar outras
perspectivas além das próprias, mesmo quando não estão trabalhando com objetos
concretos. O exemplo que classicamente representa a capacidade da criança nessa idade
é a compreensão e utilização dos princípios relacionados com a análise combinatória.
3. Conclusão

Ao concluir a presente pesquisa, percebe-se que ao ter conhecimento dos períodos de


desenvolvimento, pode-se potencializar o aprendizado das crianças, pois as atividades e
conteúdos apresentados serão adequados para a faixa etária do público alvo,
contribuindo grandemente com a formação individual. Quando analisamos
separadamente cada período de desenvolvimento, podemos também fazer a separação
de conteúdos trabalhados para cada faixa etária, evitando assim a concretização de
equívocos educacionais, reduzindo assim a aplicação de atividades que entrem em
desequilíbrio com as capacidades de absorção de conhecimento, assim cada assunto
voltado a seu grau de dificuldade, será aplicado nas fases mais ideais, dependendo do
período que o indivíduo se encontra. O que motivou as pesquisadoras a analisar o
presente assunto, foi a disseminação das particularidades dos períodos de
desenvolvimento para os professores atuantes na Educação Básica, a fim de elencar
atividades que contemplem positivamente as potencialidades de seus alunos em
consonância com a faixa etária, bem como para que a sociedade em geral possa
identificar igualmente a questão anteriormente apresentada, pois quando a comunidade
escolar e familiar trilham o mesmo caminho, a educação e o processo de ensino-
aprendizagem terão ganhos, que potencializaram suas condutas no que tange os
estímulos para aquisição de conhecimentos, contribuindo com a fase atual que o
indivíduo esta passando, bem como com os saberes futuros, preparando assim uma
ótima base cognitiva, física e psicológica.
4. Referências bibliográficas

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa:


coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de
Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da
SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6º ed. São Paulo: Atlas,
2008.

LA TAYLLE, I; OLIVEIRA, M. .K. e DANTAS, H.. Piaget, Vygotsky, Wallon.


Summus: São Paulo, 1992.
PIAGET, J.. Psicologia e Pedagogia. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Forense/ Universitária,
1976.
MADUREIRA, A.F.A.; BRANCO, A.M.C.U.A. Construindo com o outro: uma
perspectiva sociocultural construtivista do desenvolvimento humano. In: DESSEN,
M.A.;COSTA JÚNIOR, AL. (orgs). A ciência do desenvolvimento humano: tendências
atuais e perspectivas futuras. Porto Alegre: Artmed, 2005.
PIAGET, J.. Seis Estudos de Psicologia. 13ª. Rio de Janeiro: Forense/ Universitária,
1985.

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