RESUMO

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TEMA 1

1 - Definições e Características da situação Patrimonial e Componentes Patrimoniais

Situação líquida patrimonial

A contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das entidades mediante o registro dos
fenômenos e movimentações que afetam a sua situação patrimonial e financeira. A
contabilidade permite, por meio da aplicação de técnicas como a escrituração, que a empresa
mantenha um controle permanente do seu patrimônio. O patrimônio é representado pelo
conjunto de bens, direitos e obrigações da entidade. Os bens são elementos tanto materiais
quanto imateriais à disposição de uma entidade. Ela os utiliza para executar sua atividade
principal. Os bens ainda podem ser classificados, de acordo com sua forma, em materiais e
imateriais. Os bens materiais são aqueles que possuem corpo, matéria. Eles se dividem em
bens móveis, que podem ser transportados ou trocados de lugar, como mesas e veículos, e
bens imóveis, que são fixos, não podendo ser trocados de lugar, como casas, terrenos e
edifícios. Já os bens imateriais são aqueles que, embora sejam considerados bens, não
possuem corpo, não têm matéria, são poucos. A seguir, veja exemplos de bens materiais,
imateriais e de troca. „ Bens de uso materiais: prédios, computadores, máquinas de fábrica. „
Bens de uso imateriais: software, marcas, patentes. „ Bens de troca: estoques, mercadorias
para revenda, matérias-primas. Já os direitos são todos os valores que a empresa tem a
receber de terceiros, por exemplo, vendas com cartão de crédito a receber, aluguéis a receber
e notas promissórias a receber. As obrigações constituem obrigações para a empresa; são
valores a pagar a terceiros (como fornecedores), salários a pagar, aluguéis a pagar, impostos a
pagar, etc.

O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações, desde que seja possível quantificá-
los em moeda corrente nacional. o balanço patrimonial é a demonstração contábil cujo
objetivo é evidenciar, em determinada data, a composição patrimonial da entidade,
compreendendo todos os seus bens, direitos e obrigações, representados na demonstração
pelos ativos (bens e direitos) e passivos (obrigações). A diferença entre ativo e passivo é
denominada “patrimônio líquido”.

O patrimônio líquido são os ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos.
São registrados no patrimônio líquido: o capital social, as reservas de recursos e os lucros ou
prejuízos que a empresa tenha auferido em algum período. Por conter a participação dos
sócios da empresa, o patrimônio líquido também é chamado de “capital próprio”. Já o passivo,
por representar dívidas da empresa com terceiros, é conhecido como “capital de terceiros”.

Variações patrimoniais

Os atos administrativos são movimentações ocorridas na empresa que, por sua natureza, não
provocam alterações no patrimônio, justamente por não possuírem valor monetário. Como
exemplos, você pode considerar: contratação ou desligamento de colaboradores, assinatura
de contratos (de compras e vendas ou serviços) e troca de colaboradores de setor. Já os fatos
administrativos, segundo Barbosa (2013), são os acontecimentos que provocam variações nos
valores patrimoniais, pois possuem valor monetário, além de alterarem ou não o patrimônio
líquido. Justamente por possuírem valor monetário, essas movimentações devem ser
registradas na contabilidade.

Os fatos administrativos podem ser classificados em três grupos:


Fato qualitativo ou permutativo: qualifica os componentes do patrimônio. Esse fato não altera
o patrimônio líquido; ocorrem apenas trocas entre os elementos do patrimônio. Os fatos
qualitativos ou permutativos são aqueles que permutam, isto é, movimentam apenas
elementos que compõem o ativo ou o passivo, sem modificar o valor do patrimônio líquido.
Considere este exemplo: a aquisição de veículos a prazo movimenta o imobilizado;

Fato quantitativo ou modificativo: atribui valor aos componentes do patrimônio. Os fatos


quantitativos ou modificativos alteram o patrimônio líquido, aumentando ou diminuindo o
resultado da empresa mediante movimentação de receitas e despesas. Isto é, os fatos
modificativos envolvem contas de resultado (receitas e despesas) e, consequentemente,
alteram o patrimônio líquido (para mais ou para menos). Considere este exemplo: pagamento
de despesa de energia elétrica com dinheiro, sendo a despesa uma conta que reduz o
patrimônio líquido e (por haver saída do caixa) o ativo;

Fato misto: combina fatos permutativos e modificativos simultaneamente. Portanto, esse tipo
de fato provoca alterações no ativo e no patrimônio líquido, ou no passivo e no patrimônio
líquido, ou ainda no ativo, no passivo e no patrimônio líquido ao mesmo tempo. Considere
este exemplo: pagamento de fornecedor em atraso com juros, acarretando a diminuição do
ativo pela saída de recursos do caixa, a diminuição do passivo pela baixa do fornecedor e a
diminuição do patrimônio líquido pelo pagamento da despesa com juros por atraso.

Escrituração contábil

Os fatos administrativos são registrados no patrimônio da entidade por meio da escrituração


contábil. a escrituração é uma técnica que consiste em registrar nos livros (livro-diário e livro-
razão) todos os fatos contábeis que ocorrem na empresa. No livro-diário, deve-se registrar
todas as transações da empresa que possam ser expressas em valores monetários. Esse livro
deve ser encadernado com folhas numeradas em sequência, Sua escrituração deve ser
completa, em idioma nacional, em forma mercantil, com individualização e clareza, por ordem
cronológica de dia, mês e ano, sem intervalo em branco, emendas, rasuras e transportes para
margens.

quais são as informações básicas a serem registradas: 1. data da transação ou data do seu
registro no livro-diário; 2. nome das contas que estão sendo debitadas e creditadas; 3. valores
dos débitos e créditos de cada conta; 4. histórico da transação (escrito de forma resumida).

O livro-razão é o livro que registra o movimento de todas as contas. Ele é exigido pela
legislação comercial e tem a finalidade de demonstrar a movimentação analítica das contas
escrituradas no diário e constantes do balanço. Não há necessidade de registro do livro-razão.

Componentes patrimoniais

O balanço patrimonial tem por finalidade apresentar a posição financeira e patrimonial de


uma empresa, de forma estática, respeitando a estrutura definida, o ativo compreende as
aplicações de recursos, representadas por bens e direitos, sendo controlado pela entidade com
a expectativa de gerar benefícios econômicos futuros.

qual é a estrutura do ativo: Ativo circulante: os direitos e as obrigações são classificados em


grupos do circulante, desde que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das
obrigações, estabelecidos ou esperados, sejam curtos. O ativo circulante é dividido em caixa e
equivalentes de caixa, direitos realizáveis, estoques e despesas antecipadas:
■ Caixa e equivalentes de caixa: são os recursos financeiros que se encontram à disposição
imediata da entidade, o que compreende os meios de pagamento em moeda e em outras
espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. Por exemplo: caixa,
bancos e aplicação de liquidez imediata. ■ Direitos realizáveis: são os títulos de crédito,
quaisquer valores mobiliários e os outros direitos a receber. Por exemplo: clientes a receber,
aluguéis a receber e adiantamentos a fornecedores. ■ Estoques: são considerados bens de
troca, pois são usados para venda e produção. Os valores classificados nesse grupo são
referentes a produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias e
materiais de consumo relacionados às atividades- -fim da entidade. Por exemplo: matérias-
primas, mercadorias para revendas e estoques de produtos prontos. Despesas antecipadas:
são as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subsequente à data do
balanço patrimonial. Também são chamadas de “despesas do exercício seguinte”. Por
exemplo: seguros pagos antecipadamente e assinaturas pagas antecipadamente. „ Ativo não
circulante: nessa categoria, estão os direitos realizáveis no longo prazo — originados de
vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores,
acionistas ou participantes no lucro da companhia — que não constituem negócios usuais na
exploração do objeto da companhia. O ativo não circulante é classificado em: realizável a longo
prazo, investimentos, imobilizado e intangível. Veja as descrições a seguir. ■ Realizável a longo
prazo: nessa categoria, estão os ativos referidos no item “direitos realizáveis”, cujos prazos
esperados de realização são longos. Por exemplo: clientes a receber no longo prazo. ■
Investimentos: são as participações em sociedades, além dos bens e direitos que não se
destinam à manutenção das atividades-fim da entidade. Por exemplo: participação em outras
empresas e obras de arte. ■ Imobilizado: reúne os bens e direitos tangíveis utilizados na
consecução das atividades-fim da entidade. Por exemplo: imóveis, terrenos e veículos. ■
Intangível: inclui os bens e direitos intangíveis utilizados na consecução das atividade-fim da
entidade. Por exemplo: marcas, patentes e software.

Já o passivo compreende as origens de recursos representadas por obrigações, classificadas


em ordem decrescente de prioridade de pagamento. é dividido em passivo circulante e passivo
não circulante: Passivo circulante: as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para
aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante quando
vencerem no curto prazo. Por exemplo: fornecedores, contas a pagar, impostos a pagar e
salários a pagar; „ Passivo não circulante: as obrigações da companhia, inclusive
financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, serão classificadas no
passivo não circulante se vencerem no longo prazo. Por exemplo: empréstimos a pagar a longo
prazo e financiamentos a pagar a longo prazo.

o patrimônio líquido é dividido nos elementos listados a seguir: Capital social: representa
valores recebidos dos sócios e também aqueles gerados pela empresa que foram formalmente
(juridicamente) incorporados ao capital (lucros a que os sócios renunciaram e incorporaram
como capital). „ Reservas de capital: representam valores recebidos que não transitaram e não
transitarão pelo resultado como receitas, pois derivam de transações de capital com os sócios.
„ Reservas de lucros: representam lucros obtidos e reconhecidos pela empresa retidos com
finalidade específica. „ Prejuízos acumulados: são os prejuízos ainda não compensados que
são apresentados como parcela redutora do patrimônio líquido.

Contas de resultado: receitas e despesas são consideradas contas de resultado. Elas aparecem
durante o exercício social, isto é, durante o ano, encerrando-se no final desse período. As
receitas e despesas não fazem parte do balanço patrimonial, mas é por meio delas que se sabe
se a empresa apresentou lucro ou prejuízo em suas atividades. Tal lucro ou prejuízo, por sua
vez, é registrado no patrimônio líquido. as despesas decorrem do consumo de bens e da
utilização de serviços. Estão em jogo, por exemplo: a energia elétrica consumida, os materiais
de limpeza consumidos (sabões, desinfetantes, vassouras, detergentes), o café consumido. As
despesas são registradas pela contabilidade por meio das contas de resultado. As despesas são
saídas originadas da entrega dos produtos produzidos, da prestação de serviços ou da
execução de outras atividades que resultam das atividades principais ou das operações
centrais da empresa.

Já as receitas, como define Montoto (2018), decorrem da venda de bens e da prestação de


serviços. As receitas existem em número menor do que as despesas. As receitas mais comuns
são representadas pelas seguintes contas: aluguéis recebidos, descontos obtidos, juros
recebidos, receitas de serviços e vendas de mercadorias.

Já os ganhos e as perdas, segundo Montoto (2018), são originados de atividades que não
fazem parte do objeto principal da empresa. Os ganhos são aumentos de ativos líquidos
originados de transações incidentais.

Situação patrimonial superavitária, deficitária e nula

A equação fundamental do patrimônio, ou simplesmente “equação patrimonial”, é


representada por: patrimônio líquido = ativo - passivo. alguns autores apresentarem a seguinte
equação: ativo = passivo + patrimônio líquido.

Representação gráfica do balanço patrimonial: Bens + Direitos = Ativo / Obrigações = Passivo


Patrimônio líquido

Na representação patrimonial, os bens e direitos (ativo) se localizam à esquerda, enquanto as


obrigações (passivo) e o patrimônio líquido ficam à direita. O total do ativo sempre deve ser
igual ao total do passivo somado ao patrimônio líquido. Com essa equação, é possível
identificar a situação líquida patrimonial da empresa.

A situação superavitária é a situação patrimonial positiva, ou seja, mesmo operando com o


mínimo de dívidas, a empresa sempre contará com recursos financeiros para arcar com as
dívidas do mês subsequente, como salários.

Representação gráfica da situação superavitária:

Ativo / Passivo Patrimônio líquido

Patrimônio líquido positivo ativo > Passivo Situação positiva

Já na situação deficitária, ou “situação negativa”, os prejuízos acumulados são maiores do que


o patrimônio líquido. A empresa já não possui ativos suficientes para honrar seus
compromissos, por isso se diz que ela está com “passivo a descoberto”. Nessa situação, o
passivo é maior do que o ativo, ou seja: ativo < passivo = patrimônio líquido negativo (ou: bens
+ direitos < obrigações). Nesse caso, o patrimônio líquido é apresentado de forma negativa.

Ativo / Passivo — Passivo a descoberto

Patrimônio líquido negativo Ativo < Passivo Situação negativa

A situação nula, como destaca Barbosa (2013), ocorre somente se a empresa tiver prejuízos
que anulem o patrimônio líquido — se o seu prejuízo for igual ao seu capital, por exemplo.
Ativo / Passivo

Patrimônio líquido inexistente Ativo = Passivo Situação nula

Apuração do resultado do exercício

toda empresa é obrigada, ao final de cada exercício social (que no Brasil corresponde ao
período de 1º de janeiro a 31 de dezembro), a encerrar todas as contas de resultado.

de 1º de janeiro a 31 de dezembro), a encerrar todas as contas de resultado. O autor ainda


acrescenta que a apuração do resultado do exercício nas empresas em geral envolve diversos
procedimentos, como: elaboração de balancete de verificação; inventários físicos de bens de
uso e de estoque; conciliação de contas contábeis; elaboração de resultado bruto e líquido;
cálculo de tributos incidentes sobre o lucro líquido; cálculo de participações, reservas e
dividendos;

nstituindo a união entre as contas patrimoniais e as contas de resultado. Caso a empresa tenha
obtido lucro (mais receitas do que despesas), sua situação patrimonial será superavitária. Caso
ela tenha sofrido prejuízo (mais despesas do que receitas), sua situação será deficitária. Por
fim, caso o resultado seja zero (total de receitas igual ao total de despesas), a situação será
nula.

2 - Conceitos e características das contas patrimoniais e de resultados

LER NO LIVRO

Contas Patrimoniais As contas patrimoniais representam os bens, as obrigações, e o


patrimônio liquido. Dividem-se em ativas e passivas e são elas que representam o patrimônio
da empresa.

3 - Atos e fatos Administrativos e Representação gráfica dos Estados Patrimoniais

Diferenças entre atos e fatos administrativo

Natureza: atos administrativos são ações praticadas pela administração que não provocam
alteração imediata no patrimônio da entidade. São exemplos desses atos: admissão de
empregados, assinaturas de contratos de seguro, o aval (garantia) dado a títulos, etc. Já os
fatos administrativos, que também são conhecidos como fatos contábeis, são acontecimentos
verificados na empresa que provocam variações nos elementos patrimoniais. Exemplos:
compra e venda de ativos, pagamento de despesas. „ Prazo: uma vez que os atos contábeis
não são normalmente registrados, nem sempre há um prazo estabelecido para o seu registro.
Além disso, seu registro (quando ocorre) geralmente se dá em contas de compensação. No
entanto, os fatos contábeis precisam observar o regime de competência para o prazo de seu
registro. „ Mensuração: os atos geram fatos contábeis imediatamente, por alterar a situação
patrimonial e/ou de resultado. Assim, devem ser registrados e mensurados em termos
monetários, refletindo o valor da transação. Como exemplo, uma compra de estoque seria
registrada pelo seu custo. „ Apresentação: os fatos contábeis costumam ser registrados no
livro- -razão geral e outros livros auxiliares, proporcionando um registro detalhado das
transações. Quantos aos atos, quando eles não produzem alterações patrimoniais e de
resultado, não necessitam ser registrados/ apresentados. Exemplos: decisões normais sobre a
conduta dentro da organização, elaboração de manuais de procedimentos, reuniões, aplicação
de advertências e até mesmo a contratação ou demissão de funcionários. „ Divulgação: os atos
contábeis podem exigir divulgação adicional nas demonstrações financeiras ou notas
explicativas, como o reconhecimento de passivos contingentes ou transações com partes
relacionadas. Já os fatos, por serem registrados nos livros contábeis e apresentados nas
demonstrações contábeis, geralmente são divulgados seguindo a padronização desses
relatórios.

Classificação dos fatos administrativos como permutativos, modificativos ou mistos

Os fatos administrativos, também conhecidos como fatos contábeis, referem- -se a eventos
que ocorrem no ambiente organizacional e que geram consequências nos elementos
patrimoniais da entidade sem que haja manifestação de vontade da administração. Esses fatos
podem ser divididos em fatos permutativos, modificativos e mistos. os fatos contábeis
permutativos, ou compensativos, são os que acarretam uma troca (permuta) de valores dentro
do patrimônio líquido, mas não alteram a situação líquida. Já os fatos contábeis modificativos
provocam alterações no valor do patrimônio líquido. Por fim, os fatos mistos referem-se
àqueles que envolvem elementos permutativos e modificativos ao mesmo tempo.

diferenças entre os três tipos de fatos: Fatos permutativos: não alteram o patrimônio líquido
da entidade, mas promovem modificações nos elementos do ativo e passivo de forma
equivalente, qualitativamente. Exemplo: uma empresa compra um veículo à vista por R$
50.000,00, utilizando recursos do caixa. Nesse caso, há um aumento do ativo (veículo) em R$
50.000,00 e uma diminuição no ativo (caixa) em R$ 50.000,00. „ Fatos modificativos:
promovem alterações no patrimônio líquido da entidade, ou seja, aumentam ou diminuem seu
valor. Exemplo: uma empresa realiza uma venda de mercadorias à vista por R$ 10.000,00.
Nesse caso, o ativo (caixa ou clientes) aumenta em R$ 10.000,00, enquanto o patrimônio
líquido também aumenta em R$ 10.000,00 devido à receita reconhecida pelas vendas . „ Fatos
mistos: são ao mesmo tempo permutativos e modificativos. Exemplo: a venda de um ativo
imobilizado com prejuízo, quando uma empresa vende o imobilizado de R$ 40.000,00 por R$
25.000,00 à vista. Nesse caso, o ativo aumenta em R$ 25.000,00 (caixa) e diminui em R$
40.000,00 (valor da baixa do ativo), enquanto o patrimônio líquido diminui em R$ 15.000,00
(valor da perda).

Representação gráfica de estados patrimoniais

PG 7 FOTO, 8 , 9 E 10

4-

Tema 2

1 - Partidas dobradas

A soma dos valores debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados. “Não há
débito(s) sem créditos (s) correspondente (s).”

O princípio básico da Contabilidade é manter o equilíbrio entre as contas contábeis: cada valor
de débito corresponde a um mesmo valor de crédito.

O Método das Partidas Dobradas ou também chamado de Método Veneziano, surgiu no


século XV, mudando o entendimento de contabilidade. As partidas dobradas são simples,
como escrito acima cada crédito corresponderá a um débito, ambos com o mesmo valor.
Débito e crédito se opõem, é como se estivéssemos retirando recursos de uma conta, os
repassando a outra. Vamos exemplificar: suponhamos que uma empresa possua $ 1000 em
caixa. A primeira transação que a empresa fará é a compra de um microcomputador, avaliado
em $ 500. No ato da compra, agora a empresa não possui os $ 1000 em caixa. No entanto, seu
patrimônio total continua sendo de $ 1000 – não estamos aqui considerando a depreciação –,
porque possui $ 500 em caixa e um microcomputador avaliado em $ 500.

Escrituração Contábil

A escrituração contábil deverá ser mantida em registros permanentes, em idioma e moeda


corrente nacionais, em forma mercantil. Os erros cometidos serão corrigidos por meio de
lançamento de estorno. Na escrituração comercial é admitido o uso de códigos de núme os ou
de abreviaturas, desde que este conste de livro próprio. Regras básicas 1. Iniciar a escrituração
do evento contábil com local, data e ano, 2. Sempre na ordem: primeiro a conta de débito e
depois a conta de crédito 3. A conta de crédito sempre precedida de “A”, indicando ser “A”
algum crédito. 4. O histórico deve se restringir às informações necessárias à correta
interpretação do lançamento contábil, sendo resumido e ao mesmo tempo informativo.

Exemplos Simplificados de Escrituração

Ler pag 5

SUBSCRIÇÃO DE CAPITAL SOCIAL:

INTEGRALIZAÇÃO DE CAPITAL EM DINHEIRO:

ADIANTAMENTO A FORNECEDORES

À vista em dinheiro – Crédito – Caixa

À vista em cheque – Crédito – Bancos

Ler pag 6 e 7

À vista em dinheiro – Débito – Caixa

À vista em cheque – Débito- Bancos

A prazo –Débito – Clientes

REGIME DE CAIXA E COMPETÊNCIA

os regimes contábeis conhecidos que disciplinam a apuração do Resultado do Exercício:


Regime de Caixa e Regime de Competência.

REGIME DE COMPETÊNCIA

A Contabilidade se utiliza do Regime de Competência, ou seja, são contabilizados como Receita


ou Despesa, os valores dentro do mês de Competência (quando gerados), na data onde
ocorreu o fato Gerador, na data da realização do serviço, material, da venda, do desconto, não
importando para a Contabilidade quando vou pagar ou receber, mas sim quando foi realizado
o ato. Pg 12 imagem

REGIME DE CAIXA
Diferente do regime de competência o Regime de Caixa, considera o registro dos documentos
quando estes foram pagos, liquidados, ou recebidos, como se fosse uma conta bancária.
Porém, para se medir os resultados de uma companhia, recomendo que se utilize do Regime
de Competência, onde além de se considerar as vendas efetuadas, as despesas realizadas,
também considera-se a depreciação, que no Regime de Caixa não se considera. No Brasil, as
entidades com fins econômico devem apurar seus resultados pelo Regime de Competência,
enquanto a adoção do Regime de Caixa é mais comum nas entidades sem fins lucrativos.

2 Livros fiscais e contábeis, obrigatórios e auxiliares

Livros fiscais e contábeis

servem para fazer a escrituração da empresa. A escrituração é uma parte fundamental da


contabilidade, pois nela são armazenados os registros contábeis. Os lançamentos contábeis
realizados dão origem à escrituração contábil e permitem identificar informações operacionais
(como valores a pagar a fornecedores e a receber de clientes) e gerenciais (como as receitas e
o lucro da empresa).

Os principais livros contábeis são o Diário e o Razão, voltados ao controle da contabilidade da


empresa. Com base nas informações que neles constam, são emitidas as demonstrações
contábeis, das quais as mais conhecidas são o balanço patrimonial e a demonstração do
resultado do exercício.

Já os livros fiscais contêm informações em relação aos valores tributáveis (sobre os quais deve
ser pago o imposto, como as vendas ou o lucro) e aos impostos devidos pelas empresas. o
exemplos de livros fiscais, podem ser citados os livros de registro de entradas e saídas de
mercadorias, de apuração de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), de
apuração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), de apuração do ISS (Imposto sobre
Serviços).

O terceiro conjunto de livros, os livros sociais, ou societários, são exigidos somente das
sociedades anônimas e contêm informações relacionadas às assembleias, à compra, à venda e
ao controle das ações. Os principais livros sociais são:  Livro de Registro de Ações;  Livro de
Registro de Transferência de Ações;  Livro de Atas de Assembleia Geral;  Livro de Presença
de Acionistas;  Livro de Atas de Reunião da Diretoria;

. Os livros podem ter o formato manual, impresso ou eletrônico. Os livros em formato manual
são comprados em gráficas e vêm com o formato preestabelecido, que identifica todas as
informações necessárias. São preenchidos manualmente e utilizados por empresas de
pequeno porte, com pouca movimentação. formato impresso são emitidos a partir de sistemas
de informações. Nesses casos, os lançamentos e registros contábeis e fiscais são realizados no
sistema, e esse sistema permite a impressão dos livros. Esses livros são utilizados por empresas
de pequeno ou médio porte. Os formato eletrônico não precisam ser impressos. Os
lançamentos e registros são realizados no sistema de informação da empresa. Porém, em vez
de imprimir os livros por meio de relatórios, são gerados arquivos eletrônicos. Esses arquivos
eletrônicos são enviados aos órgãos fiscalizadores (Receita Federal e órgãos de controle
estaduais ou municipais) e não precisam ser impressos.

Pg 5 imagem

Empresas que adotam regimes simplificados de tributação têm menor quantidade de


obrigações acessórias. Também o MEI com receita bruta anual de até R$ 81.000,00 está
dispensado de seguir um sistema de contabilidade com base na escrituração uniforme de seus
livros e de levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. As
microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Simples Nacional devem
apresentar, anualmente, declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e
fiscais, a DAS. O empreendedor individual optante pelo MEI é dispensado da declaração
eletrônica de serviços municipal. De forma geral, quanto menor a empresa, menores as
obrigações em relação aos livros fiscais e contábeis.

A escrituração dos livros era feira exclusivamente em papel até o surgimento do Sistema
Público de Escrituração Digital (Sped). O Sped Contábil substitui os livros contábeis (Diário e
Razão) em papel pelo formato digital, e o Sped Fiscal substitui a escrituração e impressão do
Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Saídas, Livro Registro de Inventário, Livro Registro
de Apuração do IPI, Livro Registro de Apuração do ICMS, entre outro. ssência do Sped é
possibilitar que os poderes públicos tenham informações detalhadas sobre as empresas e
demais instituições. Os arquivos em formato eletrônico contêm dados que antes só poderiam
ser verificados em visita ao local da empresa ou ao escritório de contabilidade.

Sistema Público de Escrituração Digital — Sped

Lembre-se de que o Sped não é uma obrigação adicional para as empresas — ele substitui os
livros contábeis e fiscais que eram emitidos em papel. e unifica as atividades de recepção,
validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração
contábil e fiscal dos empresários e das pessoas jurídicas. iniciou-se com três grandes projetos
— Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e NF-e — Ambiente Nacional; 
representa uma iniciativa integrada entre os governos federal, estadual e municipal;  mantém
parceria com diferentes instituições (órgãos públicos, conselho de classe, associações e
entidades civis) na construção conjunta do projeto;  firma protocolos de cooperação com
empresas do setor privado, participantes do projeto-piloto;  possibilita a identificação de
soluções antecipadas, com as parcerias fisco–empresas;

Os principais benefícios do Sped:

redução do tempo despendido por auditores nas instalações do contribuinte;  fortalecimento


do controle e da fiscalização pelo intercâmbio de informações;  rapidez no acesso às
informações;  aumento da produtividade do auditor fiscal;  cruzamento entre os dados
contábeis e os fiscais;  aperfeiçoamento do combate à sonegação.

Contribuintes: redução de custos com emissão e armazenamento de documentos em papel; 


eliminação do papel;  simplificação das obrigações acessórias;  uniformização das
informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas;  redução do
envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;  possibilidade de troca de informações
entre os próprios contribuintes, a partir de um leiaute padrão.

Para que servem os livros contábeis e fiscais

A autenticação de livros contábeis das empresas pode ser feita pelo Sped.

Formato dos livros, as principais informações que neles constam e a sua função:

Livro Diário: O nome é um indicativo da sua função: registrar as operações do dia a dia da
empresa. Tudo o que acontece na empresa (os fatos contábeis) é registrado em ordem
cronológica, de forma individualizada e clara.
O Livro Razão mostra a movimentação de cada uma das contas contábeis utilizadas pela
empresa, de forma detalhada. Permite identifi car as variações ocorridas nas contas contábeis,
identifi cando a situação do patrimônio a cada momento (a cada dia, semana, mês ou ano). A
sua escrituração deve obedecer às Normas Brasileiras de Contabilidade. nome da conta, bem
como dia, mês, ano, histórico.

O Livro Caixa representa as movimentações da conta contábil Caixa, mostrando todos os


valores que foram recebidos ou pagos pela empresa. Nesse livro, podem ser registrados
somente os recebimentos e pagamentos que foram realizados; de forma alguma devem ser
registrados valores a receber ou a pagar.

Livro Registro de Inventário

são registradas as mercadorias, as matérias- -primas, os materiais de embalagem, os produtos


prontos e os produtos em fabricação existentes na empresa no momento do balanço. Ou seja,
o registro de inventário detalha quais são as matérias-primas, os produtos ou as mercadorias
que constam no estoque da empresa.

Livro Registro de Entradas

registra as entradas das mercadorias na empresa em ordem de data de aquisição (compra). Os


registros devem ser feitos em linhas de acordo com a natureza das operações, documento por
documento, segundo o Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP). Entre as informações
que constam no Registro de Entradas, estão:  documento fiscal (número e data da nota fiscal
de compra);  procedência (abreviatura do estado de onde foi comprada);  valor contábil
(valor total da nota fiscal);  codificação (o código contábil utilizado no plano de contas e o
código fiscal previsto no CFOP);  base de cálculo (valor sobre o qual incide o imposto);

Livro Registro de Saídas

registra as saídas de mercadorias, a qualquer título (vendas ou remessas para demonstração


ou industrialização) Os registros são feitos em ordem cronológica, segundo as datas de
emissão dos documentos fiscais, registrando-se os totais diários de acordo com o CFOP.
Devem constar no livro informações segregadas conforme a tributação incidente sobre as
saídas: a identificação inicial se refere a documentos fiscais e valores contábeis.

Livro Registro de Serviços Prestados e Livro Registro de Serviços Tomados

livro registra os serviços prestados por empresas que fazem o recolhimento do ISS. Há algum
tempo, o fisco possibilita a utilização de ferramentas tecnológicas no controle da arrecadação,
como a NFS-e. o Livro de ISS é uma declaração on-line, substituindo o Livro de ISS impresso. As
informações geradas pela declaração on-line são similares às do Livro Registro dos Serviços
Prestados, em que constam as informações em relação a todas as notas fiscais de serviços
prestados, incluindo a base de cálculo (valor sobre o qual o imposto é calculado) e o valor do
imposto devido.

Registro de Serviços Tomados traz todas as contratações de serviços por parte da empresa que
está emitindo o livro. Os livros são semelhantes entre si, sendo a principal diferença em
relação às informações de serviços prestados e contratados.

Livro Registro de Entrada e Saída de Selo de Controle


Esse livro registra o uso dos selos de controle, que devem ser aplicados a alguns produtos,
como em bebidas alcóolicas e cigarros. O selo tem como objetivo o controle dos produtos
fabricados, e sua utilização deve ser controlada pela empresa.

Obrigatoriedade de elaboração e entrega

A obrigatoriedade de cada livro ocorre principalmente em função do ramo de atividade, do


porte da empresa e do tipo de produtos fabricados. O MEI, que possui um regime tributário
simplificado, é dispensado das obrigações acessórias e de escriturar os livros contábeis e
fiscais, devendo entregar somente a declaração anual de faturamento e emitir mensalmente o
DAS. Para as empresas do Simples Nacional, as obrigações aumentam. Todas devem elaborar o
Livro Diário e o Livro Razão, sendo os outros livros exigidos em situações específicas.

todas as pessoas jurídicas devem apresentar a escrituração e os livros digitais, exceto:

pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional;  órgãos públicos;  pessoas jurídicas
inativas (aquelas que não tenham tido qualquer atividade);  pessoas jurídicas imunes e
isentas que receberam receitas, doações ou incentivos inferiores a R$ 1.200.000,00 no ano-
calendário.

Entidades, como igrejas, sindicatos, associações e clubes, passaram a ser obrigadas a fazer a
entrega da escrituração e dos livros.

Pg 20

As empresas do ramo da indústria ou do comércio costumam ser contribuintes do ICMS; por


isso, devem elaborar o Registro de Inventário e o Registro de Entradas. Empresas comerciais e
do ramo de serviços não recolhem o IPI. As empresas que prestam serviços são contribuintes
do ISS e, por isso, devem elaborar o Livro Registro dos Serviços Prestados e o Livro Registro de
Serviços Tomados. Prestadores de serviços não pagam ICMS nem IPI e, por isso, são
dispensados da elaboração dos livros correspondentes a esses tributos. As pessoas jurídicas
(empresas) não optantes pelo Simples Nacional e pelo MEI devem elaborar a contabilidade em
formato digital.

3 - O Patrimônio

Liquidez e exigibilidade no balanço patrimonial

A estrutura básica do balanço patrimonial – ou seja, ativo, passivo, patrimônio líquido e suas
subdivisões. O balanço patrimonial tem por característica apresentar, em determinado
período, a situação financeira e patrimonial da organização. as contas do ativo são dispostas
em ordem de liquidez, e as contas do passivo são dispostas em ordem de exigibilidade.

ATIVO PASSIVO /EXIGIBILIDADE

LIQUIDEZ

A (ativo) liquidez é a capacidade de um bem ou direito de tornar-se dinheiro, isto é, dinheiro


que possa ser usado para a realização de transações comerciais. R$ 60.000,00. Esse dinheiro
apresenta liquidez imediata, também chamada de liquidez plena, ou seja, ele pode ser
utilizado a qualquer momento para pagar contas.

A exigibilidade é o grau de urgência no pagamento de dívidas e obriga-ções assumidas pela


entidade. Imagine que uma conta de energia elétrica pre-cisa ser paga amanhã, pois vai
vencer. Essa é uma dívida de alta exigibilidade. Porém, se houver uma obrigação com data de
pagamento para dois, três ou quinze anos adiante, como no caso de empréstimos e
financiamentos de longo prazo, tornase uma dívida de baixa exigibilidade.

O balanço patrimonial concentra três grandes grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. O
Ativo deve ser apresentado em ordem decrescente de liquidez e é subdividido em Ativo
Circulante e Ativo não Circulante (composto pelos subgrupos Realizável a Longo Prazo,
Investimentos, Imobilizado e Intangível). O Passivo deve ser apresentado em ordem
decrescente de exigibilidade, ou seja, do mais exigível para o menos exigível, ele é subdividido
em Passivo Circulante e Passivo não Circulante. O Patrimônio Líquido não segue ordem de
liquidez ou exigibilidade, mas segue a subdivisão estabelecida na Lei 6.404/76 (artigo 178), que
é a composta por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial,
Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.

Entende-se por giro um movimento completo. Assim, vamos analisar este exemplo: na
fabricação de um produto, entre a chegada da matéria-prima, seu processamento e a saída
para o consumidor, são usados sete dias; este então é o “giro” dessa atividade.

Ativo: recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos
passados, ou direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos futuros; • Passivo:
obrigação de transferir um recuso econômico como resultado de eventos passados; •
Patrimônio Líquido: participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os
seus passivos.

Ativo – passivo = PL

O índice de liquidez corrente é: Ativo circulante / Passivo circulante

EX: O índice de 5,56 informa que para cada R$ 1,00 que a empresa mantém de obrigações de
curto prazo, dispõe de recursos de curto prazo de 5,56. Ou seja, essa empresa tem uma
situação financeira muito boa!

Origens e aplicações de recursos

O passivo e o patrimônio líquido são as origens de recursos, e o ativo é onde esses recursos
foram aplicados.

Esse valor aplicado pelos sócios é chamado de capital próprio (ou capital social). A empresa
utilizada no exemplo não contou apenas com dinheiro ou capital próprio do empresário,
algumas entidades também disponibilizaram recursos para a empresa, em forma de
financiamentos.

índice de liquidez geral: Ativo total / Passivo circulante + Passivo não circulante

Análise de aplicação dos recursos citados no exemplo da empresa Moda Tropical Ltda.

Quanto maior o ativo circulante, mais confortável é a situação.

4- Variações do Patrimônio Líquido

Lançamento de fatos contábeis patrimoniais

Fatos contábeis, que também podem ser chamados de fatos administrativos, são os
acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, mas não necessariamente
alteram o valor do patrimônio líquido. Os fatos administrativos podem ser classificados em três
grupos: fatos permutativos (ou qualitativos), fatos modificativos (ou quantitativos), e fatos
mistos. Por modificarem o valor do patrimônio, todos os fatos, obrigatoriamente, devem ser
contabilizados.

fatos contábeis permutativos afetam os elementos patrimoniais, isto é, trocam a posição uns
com os outros, sem afetar o patrimônio líquido. Como exemplo, podemos citar compra de
imobilizado a prazo, pois movimenta imobilizado. os fatos contábeis modificativos são fatos
que modificam o patrimônio líquido, tanto aumentando quanto reduzindo o mesmo. Por
exemplo, uma venda de mercadorias a prazo irá aumentar o ativo pelo reconhecimento de um
direito a receber e irá aumentar o patrimônio líquido, visto que a venda é uma receita, e irá
impactar positivamente no resultado da empresa.

os fatos mistos são aqueles que provocam alteração no patrimônio (troca entre ativos e/ou
passivos) ao mesmo tempo em que modifica o patrimônio líquido. As operações que podemos
citar como exemplo são recebimentos em atraso de direitos realizáveis (vendas a prazo) com
juros e pagamento em atraso de exigíveis (compras a prazo) com juros. Por exemplo, um
cliente que efetuou uma venda em julho/20X7 e deveria pagá-la em agosto/20X7, porém
pagou em setembro de 20X7. Essa operação movimentou caixa (aumentando pela entrada do
dinheiro), clientes (reduzindo, o direito realizável não existe mais) e receita de juros
(aumentando o patrimônio líquido, pois trata-se de uma receita). As contas patrimoniais
(ativo, passivo e patrimônio líquido) e de resultado (despesas e receitas) tem natureza dos
saldos devedor ou credor.

PG 3

Atos administrativos

Atos administrativos são os acontecimentos que ocorrem na empresa e não provocam


alterações no patrimônio, ou seja, não possuem valor nominal. Como a admissão de
empregados e assinatura de contratos de compras, vendas e seguros, por exemplo.

Método das partidas dobradas

Noções de débito e crédito

DÉBITO: + ATIVO DESPESAS

CRÉDITO: PASSIVO PL RECEITAS

o ativo aumenta pelo débito e reduz pelo crédito; o passivo aumenta pelo crédito e reduz pelo
débito; o patrimônio líquido aumenta pelo crédito e reduz pelo débito. As despesas são
debitadas e as receitas são creditadas.

Conceito contábil de resultado

Para apurar o resultado da empresa, é necessário realizar, contabilmente, ao final do exercício,


o confronto entre receitas e despesas, onde será obtido o lucro líquido (também denominado
lucro contábil), quando as receitas superarem as despesas. O lucro contábil representa uma
situação favorável para a entidade, pois vem do resultado onde as receitas são superiores às
despesas, demonstrando que as atividades da entidade foram suficientes para suprir os custos
e despesas necessárias para gerar receitas. O prejuízo líquido (também denominado prejuízo
contábil) se dá quando as despesas superarem as receitas, ou seja, as receitas não forem
suficientes para suprir seus custos e despesas.

O lucro contábil também pode ser chamado de lucro econômico, e representa o retorno do
capital investido pelos sócios, é com base no lucro contábil que o capital investido pelos sócios
é remunerado em forma de distribuição de lucros.

Resultado econômico : Apurado pelo regime de competência „ São consideradas as receitas e


despesas incorridas no período „ Demonstra se a atividade da empresa gerou lucro ou prejuízo
no período „ Não necessariamente significa se a empresa possui ou não recursos financeiros.

Resultado financeiro: Apurado pelo regime de caixa „ São consideradas as receitas e despesas
recebidas e pagas no período „ Demonstra se a atividade da empresa gerou resultado
financeiro positivo ou negativo „ Não necessariamente significa que a empresa obteve lucro ou
prejuízo no período.

TEMA 3

1 - Cálculo da depreciação e amortização

Bens depreciáveis e taxas de depreciação

Depreciação é a redução do valor dos bens de uso da empresa, isto é, do ativo imobilizado em
decorrência do desgaste pelo uso, da ação da natureza e da obsolescência, com exceção de
terrenos, pois têm uma vida útil ilimitada, com a exceção de pedreiras, aterros e florestas.

Edifícios e imóveis 4% ao ano 25 anos Instalações 10% ao ano 10 anos Máquinas e


equipamentos 10% ao ano 10 anos Móveis e utensílios 10% ao ano 10 anos Veículos 20% ao
ano 5 anos Equipamentos de informática e sistemas de processamento de dados 20% ao ano 5
anos.

Métodos de depreciação

Método de depreciação linear (linha reta): Nesse método, o valor da apropriação do encargo
será constante durante todo o período da sua existência. Exemplo: foi efetuada a aquisição de
móveis e utensílios no valor de R$ 12.000,00. Sua vida útil é de 10 anos, ou seja, irá depreciar
10% ao ano, de acordo com o RIR/99. O valor da depreciação anual será sempre R$ 1.200,00
(R$ 12.000,00 × 10%) e a mensal será R$ 100,00 (R$ 1.200,00 / 12).

 Método dos saldos decrescentes: Consiste na soma dos dígitos da quantidade de anos da
vida útil do bem, de forma crescente. Exemplo: uma máquina no valor de R$ 6.000,00 com
vida útil estimada de cinco anos que terá sua depreciação calculada pelo método dos saldos
decrescentes. Primero, soma-se os anos da vida útil (1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15). O cálculo da
depreciação se dará da seguinte maneira. Ano 1 = 5 anos / 15 (soma dos dígitos) × R$ 6.000,00
= R$ 2.000,00 Ano 2 = 4 anos / 15 (soma dos dígitos) × R$ 6.000,00 = R$ 1.600,00 Ano 3 = 3
anos / 15 (soma dos dígitos) × R$ 6.000,00 = R$ 1.200,00 Ano 4 = 2 anos / 15 (soma dos dígitos)
× R$ 6.000,00 = R$ 800,00 Ano 5 = 1 ano / 15 (soma dos dígitos) × R$ 6.000,00 = R$ 400,00
Total: R$ 6.000,00

Método das unidades produzidas: Consiste no cálculo conforme o número de unidades em que
se estima a produção para a vida útil do bem. Exemplo: considerando uma máquina que foi
adquirida por R$ 6.000,00, com durabilidade de cinco anos e que tem a seguinte previsão de
produtividade total durante sua vida útil. Ano 1 – 5.000 unidades Ano 2 – 7.000 unidades Ano
3 – 7.000 unidades Ano 4 – 8.000 unidades Ano 5 – 5.000 unidades Total: R$ 32.000 unidades

A depreciação é calculada da seguinte forma.

Ano 1 – (5.000 unidades / 32.000 unidades) × R$ 6.000,00 = R$ 937,50 Ano 2 – (7.000 unidades
/ 32.000 unidades) × R$ 6.000,00 = R$ 1.312,50 Ano 3 – (7.000 unidades / 32.000 unidades) ×
R$ 6.000,00 = R$ 1.312,50 Ano 4 – (8.000 unidades / 32.000 unidades) × R$ 6.000,00 = R$
1.500,00 Ano 5 – (5.000 unidades / 32.000 unidades) × R$ 6.000,00 = R$ 937,50 Total: R$
6.000,007

Cálculo da depreciação e da amortização

Depreciação O método mais comum utilizado nas empresas é o método linear. No caso da
compra de um veículo, cujo valor seja de R$ 120.000,00, segundo o RIR/99, o percentual de
depreciação anual é de 20% ao ano. Ou seja, R$ 120.000,00 × 20% = R$ 24.000,00 ao ano.
Porém, como o cálculo para fins de contabilização deve ser feito mensal mente observando o
regime de competência, então fi ca da seguinte maneira: R$ 24.000,00 / 12 meses = R$
2.000,00 ao mês.

o à amortização, ela é a redução do valor dos bens imateriais, isto é, intangível, decorrente do
seu tempo. A NBC TG 04 (R4) que tata dos intangíveis define amortização como sendo a
alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil .
Enquanto a depreciação é usada para os bens materiais, a amortização é usada para os bens
imateriais, como fundo de comércio, direitos autorais, marcas e patentes.

Um ativo intangível com vida útil definida deve ser amortizado, porém, um ativo intangível
com vida útil indefinida não deve ser amortizado. para Pequenas e Médias Empresas, todos os
bens imateriais devem ser considerados como tendo vida útil finita e, por esse motivo, todos
devem ser amortizados.

Quando o método for o de linha reta, a taxa será proporcional ao número de anos de
amortização. Suponhamos que a empresa seja uma editora e tenha o direito autoral para
publicação de um livro que tenha um prazo de 10 anos e seu valor é de R$ 40.000,00. Sua
amortização será à taxa de 10% anualmente, ou seja, R$ 40.000,00 × 10% = R$ 4.000,00 a.a.
Para registar mensalmente o valor da amortização, deve-se efetuar o seguinte procedimento:
R$ 4.000,00 / 12 meses = R$ 333,33 mensal.

Depreciação e amortização no balanço patrimonial

Denomina-se valor contábil (ou valor líquido contábil) de um bem imobilizado o seu valor
deduzido de sua depreciação acumulada. A depreciação acumulada do bem compreende todas
as depreciações efetuadas até a data de apresentação do balanço patrimonial.

Vamos supor a aquisição de um veículo novo no dia 01/01/X1 pelo valor de R$ 500, cujo
pagamento foi efetuado por meio de transferência bancária, e com vida útil de 5 anos.
Portanto, sua depreciação será de 20% ao ano. Nesse caso, o total da depreciação que deverá
ser lançado na contabilidade será de R$ 100 ao ano.

Pg 9 e 11

2 Provisão e reserva

Diferença entre provisão e reserva


A provisão é compreendida por perspectivas que diminuem o ativo ou elevam o passivo. Dessa
forma, retratam as obrigações ou perdas do ativo. São exemplos as contas de depreciação
acumulada e desvalorização de ativos e ajustes de valores a receber, nas quais a avaliação seja
consequência de estimativa. termo provisão se refere a passivos com prazos ou valores
incertos.

As reservas correspondem normalmente ao valor do patrimônio líquido menos o capital. Ou


seja, elas representam os valores excedentes do capital realizado, compondo o patrimônio
líquido.

Classificação das reservas

Reserva de capital: é constituída a partir de valores que a companhia recebeu e que não
circulam como receitas pelo resultado.

as principais reservas desse grupo são:

Doações e subvenções mediante investimentos: essas contas registram, a valores de mercado,


os bens recebidos referentes a doações que não requisitaram contraprestação da entidade.
Ágio na emissão de ações: nessa reserva são realizados os registros pertinentes à divergência
existente entre o valor que os acionistas pagam pelas ações à companhia e o valor nominal. „
Especial de ágio na incorporação: essa reserva foi criada pela CVM por meio das Instruções
319/99 e 349/01. Alienação de partes beneficiárias e bônus para subscrição: representam
valores mobiliários que podem ser alienados. Nessa situação, o produto alienado deve ser
contabilizado em reserva de capital específica.

Quanto às reservas de capital, elas podem ser usadas:

Na absorção dos prejuízos, quando os mesmos excederem as reservas de lucro: você deve
considerar que, na existência de reservas de lucros, os prejuízos referentes a essas contas
serão absorvidos primeiramente. „ No resgate, reembolso ou por meio da compra de ações: as
ações reembolsadas permitem considerar como paga a conta de lucros ou reservas, com
exceção à legal, que não possui redução do capital social. Na incorporação do capital. „ No
pagamento dos dividendos a ações preferenciais, quando lhes assegurarem vantagens.

Reserva de lucros: representa as contas de reservas geradas a partir da apropriação dos lucros
da companhia. As reservas de lucros são as seguintes: Reserva legal: fica restrita para a
compensação de prejuízos e o aumento de capital social. O artigo 193 da Lei 6.404/76
determina que 5% do lucro do exercício será destinado à constituição da reserva legal. É
importante você observar que, legalmente, o total dessa reserva não poderá exceder a 20% do
capital social realizado. Reservas estatutárias: estão registradas as reservas determinadas em
estatuto, como destinação de uma fração dos lucros do exercício. A organização subcontas
deverá garantir que tenham os mesmos fins e sejam nomeadas de forma que a nomenclatura
indique seus objetivos. Reservas para contingências: têm como finalidade segregar uma fração
de lucros, mesmo que tenham também o objetivo de não realizar a distribuição como
dividendo, equivalente a possíveis perdas futuras que ocasionarão redução no lucro de
exercícios futuros. Reserva de lucros a realizar: evita que a organização faça a distribuição de
lucros ainda não realizados financeiramente. Reserva de lucros para expansão: nessa reserva
serão discriminadas as parcelas referentes ao lucro que a organização almeja reter com o
intuito de financiar um projeto de expansão, em conformidade com o artigo 196 da Lei
6.404/76. Reserva especial para dividendo obrigatório não distribuído: em ocasiões em que a
empresa não possua condições de realizar o pagamento declarado nas demonstrações
financeiras, para dividendos, por consequência dos fatos ocorridos no término do exercício.

Classificação das provisões

obrigações existentes e registradas para um determinado período de competência, em que


não haja um nível significativo de incerteza. No grupo das provisões, encontramos algumas
criadas para a cobertura de possíveis perdas que a organização possa ter. Entre as mais
conhecidas estão:

Provisão para garantias: integra as perspectivas com gastos incorridos pela organização nas
substituições que precisarão ser realizadas por consequência de contratempos encontrados
em suas mercadorias. Provisão para contingências fiscais e trabalhistas: nessa provisão estão
inclusos todos os riscos que podem ocorrer e que envolvem a empresa por questões
trabalhistas e fiscais. Aqui, você pode incluir mesmo aqueles riscos que ainda não tenham sido
apontados por órgãos fiscalizadores, ou que tenham dependência de decisões da Justiça.
Provisões para multas contratuais: havendo riscos para a empresa com relação ao
descumprimento de contratos, devem ser realizadas provisões dessas perdas. Provisão para
reestruturação: essa provisão envolve, inclusive, a descontinuidade das operações. Por meio
da CPC 25, são tratadas as condições e características da provisão para reestruturação oriunda
de obrigações não declaradas legais.

A provisão de reestruturação deve incorporar exclusivamente os gastos diretos oriundos da


operação de reestruturação. Você deve considerar: „ Gastos decorrentes da reestruturação; „
Gastos que não estiverem vinculados às ações em andamento da empresa.

Provisão de avarias ambientais: podem ser geradas obrigações por meio de penalidades.

Obrigação por retirada de serviço de ativos de longo prazo – Asset Retirement Obligation
(ARO): é um exemplo que ocorre em companhias que tenham atuado na segmentação de
extração de minérios metálicos, de petróleo e também termonucleares. Os custos e as
despesas incorridos no período futuro para a remoção de serviços referente aos seus ativos de
longo prazo devem ser inclusos nos custos dos ativos com reconhecimento de uma provisão.
Os passivos que se enquadram nessa classificação são os citados a seguir. Eles devem ser
registrados na contabilidade da empresa seguidos da expressão a pagar. Por exemplo: férias a
pagar, encargos sociais a pagar, etc.: „ Férias; „ Décimo terceiro salário; „ Encargos sociais; „
Dividendos mínimos obrigatórios; „ Gratificações e participações; „ Participações de partes
beneficiárias, entre outros.

A Deliberação 594/09 da CVM define que há reconhecimento da provisão: „ Quando a


empresa possui uma obrigação presente, ou seja, formalizada ou não, decorrente de evento
passado; „ Quando for provável a necessidade de uma saída de recursos que compõem os
benefícios econômicos para quitar a obrigação; „ Quando for possível realizar uma estimativa
correta com relação ao valor da obrigação.

3 - Balancete de verificação

O balancete de verificação, o livro-diário e o livro-razão são regulados pela resolução


1.330/2011, do Conselho Federal de Contabilidade (CRF, 2014). Ela estabelece diretrizes e
métodos para o registro de fatos patrimoniais na contabilidade, por meio de qualquer
processo, bem como a guarda e manutenção da documentação.
O balancete estabelece a base para a posterior elaboração de todos os relatórios contábeis,
como o balanço patrimonial e a demonstrativo de resultado do exercício. Não devemos
confundir o balancete com o balanço patrimonial. O balanço patrimonial é uma peça contábil
finalizada, pronta para ser usada por todos os interessados na informação, sejam eles internos
ou externos à entidade. O balancete, por sua vez, é destinado ao uso exclusivo do contador e
dos usuários internos com conhecimentos técnicos em contabilidade.

balancete inclui as contas de resultado (despesas e receitas), que constituem o relatório da


demonstração de resultados, o balanço patrimonial resume esses valores como lucros ou
prejuízos acumulados, pertencente ao grupo patrimônio líquido.

O balancete de verificação compreende testar (verificar) se o método das partidas dobradas


foi atendido. Desta forma, podem ser detectados erros de escrituração.

Razonete

O razonete, um fragmento do livro-razão; atua como uma ferramenta de controle para


acompanhar a movimentação das contas patrimoniais e de resultado. Conhecido também
como conta em T ou gráfico em T, o razonete é fundamental para a elaboração do balancete
de verificação, do balanço patrimonial, da demonstração do resultado do exercício e outras
demonstrações financeiras. Sua estrutura assemelha-se àquela do balanço patrimonial, com as
contas de natureza devedora posicionadas no lado esquerdo e as contas de natureza credora
no lado direito.

Ex: pg 5 ver - 1. Integralização de capital social em dinheiro no valor de R$ 100.000,00.

2. Compra de mercadorias para revenda à vista no valor de R$ 50.000,00.

3. Aquisição de móveis e utensílios à vista no valor de R$ 20.000,00.

PG 6 FOTO

Balancete de verificação como instrumento de decisão

balancete de verificação é frequentemente empregado como parte fundamental do processo


de encerramento contábil, em intervalos regulares, como no final de um mês ou ano. O
balancete de verificação também é importante para análises de desempenho ou avaliações de
investimentos. Ao fornecer uma visão detalhada das transações contábeis recentes, ele
capacita os decisores a identificar padrões, tendências e possíveis áreas de otimização.

O cálculo do capital circulante líquido (CCL) é feito por meio da fórmula:

CCL = ativo circulante – passivo circulante

Uma vez que o CCL é positivo, a empresa Alfa S.A. conta com mais flexibilidade para investir
em suas operações, realizar novos projetos ou enfrentar eventuais desafios financeiros. Ele
serve como uma ferramenta para verificar a precisão das transações contábeis, garantindo que
todos os lançamentos estejam alinhados com o método das partidas dobradas.

Estrutura do balancete de verificação

As contas no balancete são organizadas por demonstração e por natureza. Inicialmente, são
listadas as contas patrimoniais, em ordem decrescente de liquidez e exigibilidade, sendo
priorizadas aquelas com saldo devedor e, em seguida, aquelas com saldo credor.
Posteriormente, são apresentadas as contas de resultado, seguindo a mesma lógica de
destacar primeiramente as contas com saldo devedor e, subsequentemente, as contas com
saldo credor.

O balancete de duas colunas informa o total do débito (ou saldo devedor) e o total do crédito
(ou saldo credor) de um período. A demonstração com mais colunas contempla mais
informações, como contas movimentadas no período e saldos anteriores.

Identificação dos erros de lançamentos

Quando a soma dos saldos devedores não coincide com a dos saldos credores, estamos diante
de registros contábeis incorretos. O ponto de partida é verificar a exatidão das colunas no
balancete de verificação.

rros comuns na escrituração contábil. „ Erro de soma nos razonetes entre valores debitados e
creditados. „ Omissão da transferência do registro do livro diário para o razonete. „
Discrepância entre o saldo da conta no razonete e o transferido para o balancete. „ Valor
incorreto debitado ou creditado no razonete. „ Data de registro equivocada. „ Desacordo nos
valores transferidos do livro-diário para o razonete. „ Inversão do lançamento.

Dentre os erros que o balancete de verificação não revela, podemos destacar os seguintes: „
utilização equivocada de uma conta (registro na conta caixa ao invés de na conta clientes); „
falta de registro de um evento contábil (lançamento a débito e a crédito não realizado); „
duplicidade do lançamento contábil (registro duplicado a débito e a crédito).

4 - Regime de Competência e Encerramento das contas de receitas e Despesas

LER

TEMA 4

1 - O Balanço Patrimonial

deve ser publicado sempre o balanço do ano em referência e o exercício imediatamente


anterior. O balanço, apesar de fornecer apenas os saldos das contas, é um instrumento
importantíssimo para a gestão de uma empresa, pois evidencia de forma clara e precisa as
origens e aplicações dos recursos obtidos por ela, bem como a riqueza gerada por seu ciclo
operacional.

Podem inferir algumas dimensões básicas importante na tomada de decisão visando o futuro,
tais como: posição de liquidez e endividamento; 2. representatividade dos principais grupos
patrimoniais como, por exemplo, o imobilizado comparado ao patrimônio líquido; 3. indicativo
de investimento (se as contas foram expressas em termos de poder aquisitivo da data do
balanço, ou em algum tipo de moeda forte, ou em custo de reposição, etc.

O balanço patrimonial traz uma fórmula para explicar sua disposição: ativo = passivo +
patrimônio líquido.

Ativo: “bens e direitos da empresa

Passivo: obrigação da entidade, resultante de eventos passados, cuja liquidação se espera


resulte em um desembolso de recursos pela entidade, contendo benefícios econômicos.
“ativo – passivo = patrimônio líquido”

Bens + direitos (ativos) – obrigações (passivo) = riqueza líquida

Visão patrimonial do balanço contábil

Nessa visão do balanço, é possível identifi car os bens, direitos e obrigações da empresa.
Bens”, no balanço, corresponde a tudo que possa satisfazer alguma necessidade da empresa,
que tenha um valor e seja sua posse, para uso, troca ou consumo. Um exemplo é dado pelas
máquinas e equipamentos. Porém, quando a empresa possui um “bem”, mas ele não está sob
o seu poder, ele é um “direito”. Constituem “direitos”, para uma entidade, todos os valores a
receber de terceiros, como duplicatas e promissórias, por exemplo. Os “direitos” aparecem no
balanço seguidos da expressão “a receber”.

Já as “obrigações” correspondem aos “bens” que não são sua propriedade, mas estão sob seu
poder ou, ainda, são dívidas ou compromissos assumidos perante terceiros, que deverão ser
pagos em data futura Na visão patrimonial, todos os “bens” e “direitos” da empresa, estão em
equilíbrio com suas “obrigações”, sejam com terceiros, como o governo, fornecedores e
bancos (passivos), como com os sócios (patrimônio líquido).

Visão de recursos em investimento

ATIVO = BENS + DIREITOS : Ativo circulante (AC) Ativo não circulante (ANC) Realizável,
Investimentos, Imobilizado, Intangível.

Ativos são classificados em: Ativos circulantes — são os direitos que a empresa consegue
realizar, ou seja, transformar em dinheiro em um período inferior a um ano. As principais
contas do circulante são, caixa, bancos, contas a receber e estoques. O ativo circulante é o
grupo que gera dinheiro para a empresa pagar suas contas no curto prazo. Ativos não
circulantes — são os bens e direitos com realização acima de um ano. Além do ativo realizável
a longo prazo, o “ativo não circulante” inclui elementos patrimoniais que dificilmente se
transformarão em dinheiro, pois não se destinam à venda, mas são utilizados como meio de
produção ou de obtenção de renda para a entidade. Ativo realizado — são contas da mesma
natureza do ativo circulante, porém com realização de longo prazo, devido a vencimentos
superiores a um ano a partir do balanço patrimonial, isto é, acima 360 dias, após o termino do
exercício social. ■ Investimentos — são aplicações que não tem relação direta com as
atividades da empresa, porém, com características permanentes. Como exemplo, podemos
citar a participação em outras empresas, das quais detém ações ou quotas; terrenos
comprados para especulação; obras de arte, entre outros. ■ Imobilizado — são bens
destinados à manutenção da atividade principal da empresa, ou seja, que auxiliam na geração
e manutenção de sua atividade operacional. Como exemplos, lembramos os imóveis em uso;
as máquinas, os equipamentos; os veículos; os móveis e utensílios, etc. ■ Intangível — a Lei n°.
11.638/07, complementada pela MP 449/08, convertida em Lei nº. 11.941, de 27 de maio de
2009, eliminou a figura do ativo diferido e inseriu o grupo “ativo intangível.” Foi uma das
alterações mais significativas nas adaptações das práticas contábeis brasileiras para as práticas
internacionais.

O passivo é classificado com base em lógica semelhante:

Passivo circulante — são obrigações com vencimento no prazo de até um ano, tais como
fornecedores, empréstimos e impostos. Assim, o passivo circulante é composto pelas dívidas
da empresa que deverão ser pagas em período menor do que um ano. Dentre essas contas a
pagar, as mais comuns são: a) Fornecedores — dívidas assumidas na ocasião da compra de
mercadorias a serem revendidas posteriormente. b) Empréstimos a pagar — dívidas assumidas
por meio de empréstimos obtidos em dinheiro. c) Financiamentos a pagar — dívidas assumidas
para a aquisição direta de determinados bens. Salários a pagar — valores que a empresa tem a
pagar aos seus colaboradores (funcionários) relativos ao mês trabalhado e ainda não recebido.
Isso ocorre porque a lei determina que os salários devem ser pagos até o quinto dia útil do
mês seguinte ao mês trabalhado.  Passivo não circulante — composto por obrigações com
vencimento superior a um ano, tais como empréstimos de longo prazo. Antes do advento da
Lei 11.638/07, era denominado como “passivo exigível a longo prazo”. Caracterizava-se pela
classificação das obrigações vencíveis a mais de 365 dias da data do balanço patrimonial. Pode-
se dizer que todos os itens constantes no passivo circulante podem vir a ser também passivos
não circulantes, caso as datas de seus vencimentos superem mais de um ano da data do
balanço a ser encerrado.  Patrimônio líquido — são os recursos diretamente investidos pelos
sócios e as reservas de capital realizadas, ou seja, é composto pelos recursos que os sócios
aplicaram na empresa, mais os lucros gerados por suas atividades.

2 - Demonstração do Resultado do Exercício

Estrutura conceitual básica da demonstração do resultado do exercício

demonstração do resultado do exercício (DRE). a DRE demonstra o desempenho de uma


entidade ao longo de um período de tempo restrito, normalmente um mês, um trimestre ou
um ano.

fórmula matemática: receitas – despesas = resultado.

o resultado pode ser positivo (recebendo o nome de “lucro”) ou negativo (recebendo o nome
de “prejuízo”). Então: Resultado = Se receitas > despesas = lucro / Se receitas < despesas =
prejuízo.

o resultado é considerado uma medida de performance, ou seja, de desempenho empresarial.

Disposições contidas na seção V, artigo 187 da Lei nº 6.404/76 Seção V da Lei nº 6.404/76
Demonstração do Resultado do Exercício Art. 187. A demonstração do resultado do exercício
discriminará: I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos
e os impostos; II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços
vendidos e o lucro bruto; III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas
das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; IV - o lucro
ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais e o saldo da conta de
correção monetária;

A demonstração do resultado do período deve, no mínimo, incluir as seguintes rubricas:

(a) receitas; (b) custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos; (c) lucro
bruto; (d) despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas
operacionais; (e) parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio
do método de equivalência patrimonial; (f) resultado antes das receitas e despesas
financeiras; (g) despesas e receitas financeiras; (h) resultado antes dos tributos sobre o
lucro...

A receita bruta é a soma de todas as vendas realizadas pela empresa em determinado período.

Receitas líquidas
Descontam-se as deduções de vendas sobre a receita bruta, que são basicamente de três
tipos: 1. Devolução e abatimento: devoluções ocorrem quando a empresa vende um produto e
envia; quando o produto é entregue ao cliente, este o rejeita. Isso pode ocorrer porque o
cliente verificou que o produto entregue não estava com a qualidade esperada ou porque
simplesmente mudou de ideia. 2. Desconto comercial: há situações em que a empresa divulga
uma lista de preços que não pode ser modificada, seja por questões comerciais ou legais.
Quando a organização se vê na necessidade de cobrar menos de determinado cliente, mantém
o preço fixado, mas concede um desconto. 3. Impostos sobre venda: são os impostos que
incidem diretamente sobre as vendas.

Custos Também são despesas, mas são as despesas relacionadas diretamente com o esforço
de produção da empresa.

Lucro bruto É a diferença entre a receita líquida e o custo dos itens vendidos. Nesta rubrica, o
usuário da contabilidade pode analisar o desempenho do esforço de vendas da empresa.

Receitas e despesas

Apurado o lucro bruto, descontam-se as despesas e adicionam-se eventuais receitas com a


operação da empresa. Não são as receitas diretamente ligadas com a produção, mas para dar
apoio e vendas, ou o que se denomina em de backoffice, isto é, aquilo “que está por trás” do
negócio.

receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma da
entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos, que resultam em
aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a contribuição dos
detentores dos instrumentos patrimoniais; (b) despesas são decréscimos nos benefícios
econômicos durante o período contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de
ativos ou assunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não
estejam relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais.

Dentre despesas e receitas, são válidas as seguintes classificações: „ despesas de vendas; „


despesas financeiras; „ receitas financeiras; „ despesas gerais/administrativas.

Resultado antes do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o lucro líquido:

3 - Oficina contábil: apuração do resultado do exercício.

Lançamentos contábeis

Lançamento é o registro dos fatos contábeis (aqueles que provocam mudanças na composição
do patrimônio da entidade), efetuados de acordo com o método das partidas dobradas. É feito
em ordem cronológica e obedecendo a uma determinada técnica.

ARE (apuração do resultado do exercício)

o resultado é a diferença entre as despesas e as receitas de determinado período, podendo


representar: Os lucros aumentam o patrimônio líquido da empresa. Quando ocorre prejuízo,
contudo há redução do patrimônio líquido. As receitas, por aumentarem o patrimônio líquido,
tem seus aumentos reconhecidos por meio de créditos. As despesas, por diminuírem o
patrimônio líquido, são debitadas nas contas de resultado.
As contas relativas às despesas e receitas da empresa devem ser encerradas ao término do
exercício social, que comumente coincide com o ano civil, para que seja realizada a apuração
do resultado do exercício.

s contas de resultado têm caráter temporário, não apresentando saldo ao final do período.

Para o encerramento do resultado, lembre-se:  Encerramento das contas de receitas para a


conta apuração de resultado.  Encerramento das contas de custos e despesas para a conta de
resultado. A diferença entre as receitas e despesas (ou seja, o saldo da conta de resultado)
será o resultado do período. Haverá lucro se as receitas forem maiores que as despesas ou
prejuízo, caso o oposto aconteça.  Encerramento do saldo da conta de resultado para a conta
de resultado do exercício do balanço patrimonial.

Fatos contábeis: conceitos e informações

Aos acontecimentos que não alteram o patrimônio, chamamos de “atos administra-tivos”.


Portanto, atos administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e não provocam
alterações no patrimônio. Sendo assim, não são contabilizados, uma vez que não alteram o
patrimônio da empresa.

fatos administrativos” são todos os acontecimentos que provocam alterações qualitativas e/ou
quantitativas no patrimônio da empresa. Devem, assim, ser contabilizados através das contas
patrimoniais e das contas de resultado. Os fatos administrativos podem ser classificados em
três grupos:  Fatos permutativos.  Fatos modificativos.  Fatos mistos.

Os fatos modificativos são os que alteram a composição do patrimônio e modificam para mais
(modificativos aumentativos) ou para menos (modificativos diminutivos) a situação líquida da
empresa. Os modificativos aumentativos envolvem uma conta patrimonial e uma conta de
receita, aumentando o patrimônio líquido (PL)

Os modificativos diminutivos envolvem uma conta patrimonial e uma conta de despesa,


diminuindo o patrimônio líquido (PL) (Quadro 2). Por exemplo: pagamento de despesas em
geral.

Os mistos aumentativos envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de
receita (venda com lucro aumenta o PL) (Quadro 3). Por exemplo: recebimento de duplicatas
com juros, pagamento de duplicatas com desconto, renovação de dívida com desconto, vendas
com lucro, pagamentos de obrigações com desconto, etc.

Os mistos diminutivos envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de
despesa (venda com prejuízo diminui o PL) (Quadro 4). Por exemplo: recebimento de
duplicatas com desconto, pagamentos de duplicatas com juros, reforma de dívida com juros,
etc.

4- Notas Explicativas

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