Projeto+tcc - Completo - Incentivos Fiscais
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INCENTIVOS FISCAIS:
COMO POTENCIAIS INSTRUMENTOS PARA ALAVANCAR A
ECONOMIA E AMENIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA
CRISE DO COVID-19
Paragominas
2020
ARLINDA DE SOUZA MARIA MORAIS
INCENTIVOS FISCAIS:
COMO POTENCIAIS INSTRUMENTOS PARA ALAVANCAR A
ECONOMIA E AMENIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA
CRISE DO COVID-19
Paragominas
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7
3 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 8
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 16
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19
4
1 INTRODUÇÃO
1.1 O PROBLEMA
2 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral demonstrar como os incentivos fiscais,
podem contribuir positivamente para a retomada das empresas, de forma a
alavancar a economia frente à crise disseminada pelo coronavírus - COVID-19,
enfatizando à adoção da Lei do Bem.
3 JUSTIFICATIVA
A origem epidemiológica da crise fez com que ocorresse uma ruptura geral na
sociedade, na economia e no desenvolvimento das empresas, e para o combate aos
efeitos econômicos e sociais da crise, exigirá a intervenção do Estado, através das
políticas fiscais, de forma ousadas, já que não se trata apenas de uma medida
anticíclica de recuperação dos níveis de investimento, desenvolvimento e
crescimento, mas de uma verdadeira estatização dos fluxos de renda - salário e
receita das empresas. Uma das estratégias mais importantes utilizadas pelo governo
federal para promover o desenvolvimento tecnológico no país é a utilização de
incentivos fiscais, como instrumento que busca direcionar os esforços das empresas
privadas a investirem no seu crescimento, havendo consequentemente
desenvolvimento nos níveis de tecnologia e competitividade da economia, além de
manter a arrecadação de impostos aos cofres públicos.
Uma vez que este tema pode representar muito para as organizações, tendo
em vista que poucas empresas exploram os incentivos fiscais por falta de
orientações. Tais orientações devem ser oriundas de profissionais treinados e
capacitados, para orientar as empresas de como proceder para utilizar os incentivos
fiscais concedidos pela lei do bem.
Dito isto, a pesquisa bibliográfica, justifica-se pela importância dos incentivos
fiscais, por meio das recompensas, pela arrecadação de contribuintes honestos.
Nesse caso, há intervenção do estado, estimulando, assim, a adoção dos incentivos
fiscais, que consistem em renúncia de receitas públicas para os contribuintes,
objetivando alavancar a economia. Bem como pela necessidade de discutir os
efeitos dos incentivos fiscais para alavancar economia durante e após a crise
socioeconômica causada pelo COVID-19.
Além do propósito acima descrito tema é de extrema importância para
estimular reflexões e debates frente ao atual panorama econômico. E possui
abrangente contribuição teórica para agregar no conhecimento de acadêmicos, de
empresários, de profissionais e para a sociedade, baseando-se em torno de normas
tributárias, artigos científicos e referências bibliográficas na área tributária.
9
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Incentivos fiscais são usados pelo governo para estimular atividades por
períodos específicos, constitui a maneira como uma empresa ou pessoa física
escolhe um destino para alocar parte dos impostos pagos ao projeto de
desenvolvimento econômico e traga benefícios para a sociedade como um todo.
A Constituição Federal, não estabelece uma definição legal de “incentivos
fiscais”. Ao longo do texto constitucional são estabelecidas regras onde os termos
são apontados de maneira esparsa:
Posto isso, através dos incentivos fiscais os tributos podem reduzir ou até
mesmo eliminar a carga tributária conforme estabelecido em Lei. Se por um lado o
governo propicia incentivo fiscal às empresas, de maneira que o contribuinte recolha
menos impostos e o governo arrecada menos tributos, por outro lado, ele está
incentivando ao crescimento econômico, crendo que a renúncia fiscal venha
contribuir para geração de emprego, renda ou até mesmo reestabelecer a economia.
Tem-se como um dos dispositivos legais de apoio ao crescimento da inovação a Lei
da Inovação Tecnológica - Lei 10.973/2004, e a Lei 11.196/2005, denominada de Lei
do Bem.
13
Art. 19. Sem prejuízo do disposto no art. 17 desta Lei, a partir do ano-
calendário de 2006, a pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, na
determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, o valor
correspondente a até 60% (sessenta por cento) da soma dos dispêndios
realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis como despesa pela
legislação do IRPJ, na forma do inciso I do caput do art. 17 desta Lei.
Os incentivos fiscais da Lei do Bem compõem-se com base na dedução do
imposto a pagar Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), sobre o valor do montante investido pela
empresa na execução de suas atividades de inovação (P&D), em determinado
período (ano-base vigente).
tributários, bem como uma maneira para manutenção das atividades essenciais de
inovação, visto que pode alavancar a competitividade nas empresas.
5 METODOLOGIA
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
2020 2020
ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Escolha do tema. Definição do problema de X X X
pesquisa
X X X
Definição dos objetivos, justificativa.
Definição da metodologia. X X X
Pesquisa bibliográfica e elaboração da X X
fundamentação teórica.
Entrega da primeira versão do projeto. X
Entrega da versão final do projeto. X X
Revisão das referências para elaboração do TCC. X X
Elaboração do Capítulo 1. X X
Revisão e reestruturação do Capítulo 1 e X X
elaboração do Capítulo 2.
Revisão e reestruturação dos Capítulos 1 e 2. X X
Elaboração do Capítulo 3.
Elaboração das considerações finais. Revisão da
Introdução. X X
Reestruturação e revisão de todo o texto. X
Verificação das referências utilizadas.
Elaboração de todos os elementos pré e pós- X
textuais.
Entrega da monografia. X
Defesa da monografia. X
19
REFERÊNCIAS
INCENTIVOS FISCAIS:
COMO POTENCIAIS INSTRUMENTOS PARA ALAVANCAR A
ECONOMIA E AMENIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA
CRISE DO COVID-19
Paragominas
2020
ARLINDA DE SOUZA MARIA MORAIS
INCENTIVOS FISCAIS:
COMO POTENCIAIS INSTRUMENTOS PARA ALAVANCAR A
ECONOMIA E AMENIZAR OS IMPACTOS CAUSADOS PELA
CRISE DO COVID-19
Paragominas
2020
ARLINDA DE SOUZA MARIA MORAIS
INCENTIVOS FISCAIS:
BANCA EXAMINADORA
RESUMO
A presente pesquisa busca apresentar uma abordagem ao tema dos incentivos
fiscais, como potenciais instrumentos para alavancar a economia e amenizar os
impactos causados pela crise do Covid-19. Diante do cenário atual tem-se a política
de incentivo fiscal criada pelo Governo para estimular a economia, por meio da
função extrafiscal do tributo que significa o alcance de fins distintos dos meramente
arrecadatórios, mediante o exercício das competências tributárias outorgadas pela
Constituição Federal de 1988. Logo o Incentivo Fiscal é a redução ou eliminação,
direta ou indireta do respectivo ônus tributário, oriundo de uma lei ou norma
específica. Nesse sentido, identificam-se em âmbito nacional, incentivos fiscais para
empresas que despendam recursos para investimento em inovação tecnológica,
conforme disposto na Lei 11.196 de 21 de novembro de 2005, mais especificamente
compreendidas no Capítulo III, conhecida como a “Lei do Bem”. Dito isto o presente
trabalho tem por objetivo geral a realização de um estudo para demonstrar como os
incentivos fiscais, podem contribuir para a retomada das empresas, de forma a
alavancar a economia frente à crise disseminada pelo Covid-19, com a adoção da
“Lei do Bem”. Para tanto, realizou-se estudo de revisão bibliográfica, sendo a esta
pesquisa de caráter qualitativo e descritivo, voltado para obtenção de informações.
Para atender a tal escopo, o estudo partirá de uma análise acerca do papel do
Estado frente à atividade econômica a fim de definir as premissas que sustentam o
Estado Regulador, dando-se enfoque aos contornos estabelecidos na atual ordem
constitucional brasileira para a intervenção estatal na economia. Colocado isto, a
pesquisa se voltará à investigação acerca da utilização dos tributos como meios de
intervenção no domínio econômico por indução, valendo-se o Estado dos incentivos
fiscais para conduzir o mercado e a sociedade a adotarem comportamentos
desejados. Os dados obtidos apontam que os incentivos fiscais previstos em lei,
como isenção de impostos, dedução de valores para efeito do cálculo do imposto de
renda, entre outros benefícios, bem como a influência que a prática de inovação da
Lei do Bem de certa tem contribuído para redução dos impactos do coronavírus, por
ser instrumento para manutenção das áreas de inovação e dos empregos dos
profissionais atuantes e extremamente relevantes para retomada da competitividade
das empresas.
ABSTRACT
Quadro 1 - Ações em pesquisa e inovação adotadas pelos países para fazer frente
à crise do Covid-19 ................................................................................ 69
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
2. PRESSUPOSTOS PARA O ESTUDO DOS INCENTIVOS FISCAIS ................... 15
2.1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA VIGENTE ............................................................... 15
2.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO......................................................................... 16
2.3 TRIBUTOS .......................................................................................................... 17
2.3.1 Espécies dos Tributos e Classificação ......................................................................... 17
2.3.2 Extrafiscalidade ........................................................................................................................ 20
2.4 POLÍTICA FISCAL .............................................................................................. 22
2.4.1 Intervenção do Estado no Domínio Econômico ....................................................... 22
2.4.2 Normas tributárias indutoras.............................................................................................. 23
2.5 DOS INCENTIVOS FISCAIS ............................................................................... 24
2.5.1 Inovação 24
2.5.2 Incentivos Fiscais .................................................................................................................... 26
2.5.3 Incentivo à Inovação Tecnológica: Lei do Bem (Lei Nº 11.196/2005) ........... 30
2.5.4 Incentivos fiscais em tempos de crise: pandemia do Covid-19 ........................ 33
3. TRIBUTAÇÃO EXTRAFISCAL COMO INSTRUMENTO DE
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL ................................................. 36
3.1 O PAPEL DO ESTADO NO FOMENTO DO DESENVOLVIMENTO .................... 36
3.2 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO......................................................................... 40
3.3 FORMAS DE TRIBUTAÇÃO ............................................................................... 43
3.3.1 Simples Nacional..................................................................................................................... 43
3.3.2 Lucro presumido ...................................................................................................................... 44
3.3.3 Lucro real 45
3.4 EXTRAFISCALIDADE, INCENTIVOS E BENEFÍCIOS – COMO INSTRUMENTO
AO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ........................................................... 47
3.5 LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL E SUA RELAÇÃO COM OS INCENTIVOS
FISCAIS .............................................................................................................. 51
3.6 INCENTIVOS FISCAIS VIGENTES .................................................................... 52
3.6.1 Principais Incentivos Fiscais Brasileiros ...................................................................... 55
3.7 AS PRINCIPAIS MEDIDAS DE INCENTIVOS TOMADAS PELO GOVERNO:
PARA O ENFRENTAMENTO DA CRISE DO COVID-19 ..................................... 58
3.7.1 As medidas de combate à COVID: comparação internacional ......................... 64
4. LEI DO BEM: LIMITES E POTENCIALIDADES FRENTE A CRISE DO COVID-19
66
4.1 INOVAÇÃO FRENTE A CRISE NA ECONOMIA CAUSADA PELO COVID-19 ... 66
4.2 A LEI Nº 11.196/2005 “LEI DO BEM”: LIMITES E POTENCIALIDADES FRENTE À
CRISE CAUSADA PELO COVID-19 ................................................................... 70
4.2.1 Lei nº 11.196/2005 – “Lei do Bem” ................................................................................. 70
4.2.2 Limitações da Lei do bem ................................................................................................... 71
4.2.3 Como os incentivos fiscais na “Lei do Bem”, podem contribuir para a
retomada das empresas, com intuito de alavancar a economia frente à
crise causada pelo do Novo Coronavírus - Covid-19? ........................................ 72
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 76
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 77
13
1. INTRODUÇÃO
Coronavírus (Covid-19).
Os recursos metodológicos aplicados para a elaboração da pesquisa foi a
revisão de literatura, baseado em autores, permitindo uma fundamentação teórica
segura e extensiva à pesquisa, como Harada (2018), MACHADO (2015), Fabretti
(2012), Sabbag (2016), dentre outros autores que discutem os incentivos fiscais
como instrumento de apoio à inovação e desenvolvimento econômico, as
dificuldades e possibilidades vivenciadas pelas empresas e pelo Estado. Quanto a
abordagem deu-se de forma a evidenciar os principais conceitos e definições sobre
o tema e quanto aos objetivos caracteriza-se como pesquisa descritiva e qualitativa.
No Capítulo 1 - procura-se construir o referencial teórico, ou seja, os
pressupostos para o estudo dos incentivos fiscais; no Capítulo 2 - Análise Jurídica
do Planejamento Tributário para adoção dos incentivos fiscais nas organizações e os
principais mecanismos de incentivos fiscais; e por fim, no Capitulo 3 – Faz-se um
estudo Jurídico da “Lei do bem”, os Limites e Potencialidades frente a Crise do
Covid-19 e apresentarei as considerações finais e as referências.
15
2.3 TRIBUTOS
Fonte: Com base no livro – Sabbag, Eduardo. Manual de direito tributário. 8. ed. São Paulo: Saraiva,
2016, p. 461. Elaborado pela autora.
2.3.2 Extrafiscalidade
A política fiscal pode ser entendida como conjunto de medidas adotadas pelo
governo, através das modificações em suas despesas e receitas, para atingir um
estado de estabilidade na economia nacional.
Por meio das políticas fiscais que o Estado se utiliza das normas indutoras
para alcançar seus objetivos, “com a concessão de incentivos fiscais setoriais ou
regionais, utilizando a menor ou maior incidência de carga tributária como
mecanismo redutor de custos e estimulador de atividades econômicas”
(CAVALCANTI, 1997, p. 73-74).
“O tributo sempre terá, em maior ou menor grau, um caráter extrafiscal, uma
vez que possui a capacidade de influenciar o comportamento dos contribuintes, na
medida em que a carga fiscal desestimula práticas que levam à tributação”
(SCHOUERI, 2007, p. 253).
Dada a complexidade que é conferida à extrafiscalidade, Luís Eduardo
Schoueri classifica-a como gênero, do qual as normas tributárias com função
indutora seriam espécie, o que poderia ser designada por extrafiscalidade em
sentido estrito. Desta forma as normas tributárias são designadas cuja função, além
da fiscal, é impulsionar o comportamento econômico por parte do Estado.
Dito isto, sempre que o governo se utiliza da a função não fiscal do tributo, ou
seja, sempre que o imposto tem uma função principal que não a de simplesmente
arrecadar fundos para manter a máquina estatal, estamos falando da política fiscal
adotada pelo governo, com o objetivo de desenvolver determinados setores da
economia.
[...] tem o firme propósito de não deixar escapar a evidência de, conquanto
se tratando de instrumentos a serviço do Estado na intervenção por
indução, não perderem tais normas a característica de serem elas, ao
mesmo tempo, relativas a tributos e, portanto, sujeitas a princípios e regras
próprias do campo tributário (SCHOUERI, op. cit., p. 33).
princípios constitucionais.
É por meio da intervenção por indução que o Estado pode se valer da política
fiscal para alcançar os objetivos específicos “com a concessão de incentivos fiscais
setoriais ou regionais, utilizando a maior ou menor incidência de carga tributária
como mecanismo redutor de custos e estimulador de atividades econômicas”.
(CAVALCANTI, 1997, p. 73-74).
Por tudo, especificamente os incentivos fiscais caracterizam-se como
ferramentas hábeis para indução econômica, nas modalidades de benefícios que
passam a ser concedidos, visando incentivar comportamentos especiais como na
atual crise pandêmica e econômica.
2.5.1 Inovação
tecnologia como uma das diretrizes fundamentais do Brasil. Os arts. 218 e 219 desta
constituição trouxeram as linhas gerais a serem seguidas pelo governo, com o intuito
de promover incentivo ao desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação
tecnológicas, conforme a seguir:
Posto isso, através dos incentivos fiscais os tributos podem reduzir ou até
30
Ou seja, o apoio indireto está ligado à aplicação dos incentivos fiscais, com
intuito de redução da carga tributária sobre as atividades de PD&I e o apoio direto
está associado a captação de recursos financeiros para financiar as atividades PD&I.
Segundo Prata (MCTIC, 2019, p. 6):
Art. 19. Sem prejuízo do disposto no art. 17 desta Lei, a partir do ano-
calendário de 2006, a pessoa jurídica poderá excluir do lucro líquido, na
determinação do lucro real e da base de cálculo da CSLL, o valor
correspondente a até 60% (sessenta por cento) da soma dos dispêndios
realizados no período de apuração com pesquisa tecnológica e
desenvolvimento de inovação tecnológica, classificáveis como despesa pela
legislação do IRPJ, na forma do inciso I do caput do art. 17 desta Lei.
organização das atividades do contribuinte, de sorte que sobre elas recai o menor
ônus possível”.
O planejamento tributário tem por base os fundamento constitucionais como
na livre iniciativa (art. 1°, IV e 170 caput da CF/88), na livre concorrência (art. 170, IV
CF/88) e nas liberdades previstas ao longo do art. 5° da CF/88, que expressam a
liberdade de organização individual, em especial a liberdade contratual, bem como
no princípio da legalidade e na proteção do direito de propriedade.
Uma visão mais moderna sustenta que, além da legitimidade e da prioridade
da conduta, o fisco também deve se opor à destinação do planejamento tributário. A
oposição das autoridades fiscais significa que as ações realizadas e seus efeitos
devem ser apoiados e eficazes na administração pública. Sobre o assunto, Greco
afirma que “em suma, o núcleo central do tema é a eficácia fiscal dos atos ou
negócios jurídicos realizados, vale dizer “não basta ser lícito, é preciso ser eficaz
perante o Fisco”. (GRECO, 2011, p. 114).
Greco (2011, p. 114) afirma que:
Ou seja, quem opta por esse regime reduz a carga tributária, mas é estão
sujeitos a cobrança do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Portanto, o valor
pago pelas empresas optantes do Simples Nacional varia de acordo com a
classificação da empresa, com foco na receita total acumulada no ano-calendário.
Conforme art. 13 da Lei n°9.718/98, com redação dada pelo art. 7º da Lei n°
12.814 de 16 de maio de 2013, a pessoa jurídica poderá optar pelo regime do lucro
presumido quando o seu faturamento anual for igual ou menor que R$78.000.000,00
(setenta e oito milhões reais), ou em caso de início de atividade, utiliza-se
R$6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de
meses que a empresa está ativa (BRASIL, 2013).
De acordo com o art. 600 do Decreto nº 9.580 de 2018, as empresas optantes
pelo lucro presumido devem manter a escrituração contábil de acordo com a
legislação e o Livro de Registro de Inventário deve constatar registros de estoque
existentes no fim do exercício fiscal (BRASIL, 2018).
sobre o rendimento. Nesse caso, Pêgas (2017) apontou que essa opção é mais
benéfica para empresas com certo equilíbrio de desempenho, pois é baseada no
lucro contábil.
O imposto de renda trimestral, será calculado por meio das
seguintes alíquotas: Alíquota de 15% sobre a totalidade da base de cálculo, ou
seja, 15% do lucro real e uma alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de
cálculo que exceder o limite de R$ 60.000,00, correspondendo ao limite trimestral e
no caso de início de atividade, o limite trimestral será proporcional a quantidade de
meses, ou seja, R$ 20.000,00 para cada mês. Já para o cálculo da CSLL de 9%
sobre a base de cálculo. (OLIVEIRA, 2013).
Para o regime do Lucro Real, os tributos PIS e COFINS são calculados de
forma não cumulativa, ou seja, podendo aproveitar os créditos relativos as entradas
e descontar dos débitos relativos as saídas, conforme abrangido nas Lei nº 10.637
de 2002 e Lei nº 10.833 de 2003, determinando também as alíquotas aplicáveis de
1,65% para PIS e 7,6% para COFINS, respectivamente sobre a receita, apurados de
forma mensal.
Para Greco (2011, p. 484) “Lucro Real é resultado contábil líquido do período
base (lucro ou prejuízo) ajustado por adições, exclusões e compensações
autorizadas ou admitidas pela legislação tributária”.
Assim, conforme a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998 (BRASIL, 1998)
estão obrigadas à apuração do Lucro Real as pessoas jurídicas conforme art. 14:
extrafiscalidade desde que elaborada com cautela. Para tanto deve ser
acompanhada de justificativas sociais, econômicas e, principalmente, com respaldo
normativo, a fim de que sejam compensadas as renúncias de receitas a serem feitas
pela Administração Pública.
Portanto a conduta do poder público é toda prevista em lei e com o advento
da Lei de Responsabilidade Fiscal veio por consagrar tal instrumento fiscal
prescrevendo as condições formais e materiais adequados para a política da
extrafiscalidade no que diz respeito aos incentivos fiscais.
Portanto, uma forma de olhar para as leis e normas tributárias que interferem
nas atividades econômicas é tratá-las como métodos indutivos, pois, nessa
perspectiva, o Estado tenta induzir certas atividades ou setores econômicos por
meio de incentivos fiscais com o objetivo de reduzi-los ou eliminá-los.
Com efeito, o tributo funciona na ordem econômica rigorosamente como
elemento de sustentação do Estado para fazer frente a suas necessidades
primárias. Por outro lado, a intervenção estatal não visa apenas o abastecimento dos
cofres públicos, ou seja, não somente na forma de arrecadação, pois se busca uma
readequação do sistema econômico por força normativa. Portanto, as normas
tributárias de eficácia indutoras inserem-se nesse contexto para influenciar a
atividade econômica segundo a vontade dos agentes econômicos.
Como nos casos de tratamento diferenciado e favorecido outorgado às
microempresas e empresas de pequeno porte pela Lei Complementar nº 123, nos
termos do art. 146, III, da Constituição Federal, simplificando suas obrigações
instrumentais bem exemplifica uma hipótese de incentivos fiscais que não acarretam
a redução direta da carga tributária. Ressalte-se que além da simplificação das
obrigações, no estatuto em referência, há previsão de incentivos que reduzem a
carga fiscal a que estariam submetidas.
Tal medida tem por objetivo fortalecer o segmento das pessoas jurídicas
referidas, tendo em vista a sua importância para o desenvolvimento econômico do
país, acarretando a geração de emprego e renda. Assim, “surte o efeito extrafiscal
de preservar as micro e pequenas iniciativas, tendo em vista os valores
constitucionais da livre iniciativa, do pleno emprego e do desenvolvimento
econômico”. (GOUVÊA, 2005, p. 184)
Nessa perspectiva, a concessão de incentivos fiscais disponibilizados pelo
Governo se materializa através de diversos institutos, dentre os quais se podem
55
que Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), é uma medida de incentivo fiscal que
visa conceder benefício de previdência complementar aberta, da qual o benefício
contratual foi previamente estabelecido.
E o Ministério da Saúde defende redução de impostos para atuar na área de
oncologia e portadores de deficiência por meio do Programa Nacional de
Atendimento Oncológico Apoiado (Pronon) e do Programa Nacional de Atendimento
Assistido por Incapacidade (Pronas / PCD).
Importa destacar que os incentivos por lei são formas de as empresas
obterem uma elisão fiscal, a partir das reduções fiscais ou das isenções. A Lei
Rubem Braga, a Lei Federal de Incentivo ao Esporte e o Estatuto do Idoso são
alguns exemplos de leis que promovem incentivos fiscais.
Pode-se verificar no Portal da Secretaria Especial da Cultua que o governo
brasileiro formulou uma política de renúncia fiscal para incentivar projetos culturais e
sociais, destinando parte do imposto que seriam para o governo e são destinados à
projetos corporativos.
Criada pela Lei n° 8.313, a Lei de Incentivo à Cultura busca auxiliar no
desenvolvimento de diversos projetos culturais. A partir dela, as empresas recebem
uma redução fiscal no imposto de renda devido a fim de patrocinar atividades
culturais. Esse mecanismo de incentivo à cultura faz parte do Programa Nacional de
Apoio à Cultura (Pronac).
Por fim, as subvenções são consideradas concessões de recursos,
geralmente realizadas através do governo a instituições públicas ou privadas, com o
objetivo de auxiliar empresas subsidiadas. A subvenções podem ser obtidos por
meio de recursos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação, que possui
caráter auxiliar ou destinados a projetos culturais, sociais e ambientais (IDR
CONSULTORIA, 2019).
Vejamos abaixo a tabela das principais Leis Federais de incentivo:
públicas que é uma exigência inevitável para pessoas que controlam diferentes
destinos sociais. A crise exige ousadia e criatividade para apontar soluções para
problemas desconhecidos. O exercício do poder de tributação não pode escapa do
cenário atual da crise do Covid-19.
Ao lado do desafio primordial de equipar os serviços de saúde com os
instrumentos necessários para salvar vidas, a primeira tarefa de quem governa,
surge igualmente a adoção de medidas que atentam para os desafios econômicos
do momento, minimizando os danos. Diante de uma pandemia, há medidas de
vigilância sanitária e também de políticas econômicas. A destruição de empregos, a
falência de empresas em grande escala e a deterioração das condições financeiras
da economia podem fazer com que o choque temporário da COVID-19 tenha um
impacto permanente na economia. A política econômica enfrenta dois desafios: a)
transferir recursos para salvar vidas; b) reduzir o impacto da crise do coronavírus e
evitar que choques de curto prazo tenham efeitos permanentes na economia.
Para Francisco de Queiroz Bezerra Cavalcanti (1997, p. 73-74), no campo da
intervenção indutiva, o Estado pode usar a política fiscal para atingir objetivos
específicos, como na crise causada pelo Covid-19, “com a concessão de incentivos
fiscais setoriais ou regionais, utilizando a maior ou menor incidência de carga
tributária como mecanismo redutor de custos e estimulador de atividades
econômicas”.
Esses objetivos são apoiados pela Constituição. Afinal, as razões para a
intervenção do Estado ressoam com os valores constitucionais. Vale ressaltar que a
Constituição de 1988 dispõe sobre seus aspectos no art. 170. De acordo com as
exigências da justiça social, a ordem econômica se baseia na ênfase no trabalho
humano, na livre iniciativa para garantir a dignidade de todas as pessoas.
A intervenção do Estado sobre o domínio econômico, deve ser pautados nos
princípios e objetivos fixados no texto constitucional, dentre os quais a redução das
desigualdades regionais e sociais (art. 170, inciso VII), a busca do pleno emprego
(art. 170, inciso VIII) e a garantia do desenvolvimento nacional (art. 3º, II).
A pandemia Covid-19 teve um grande impacto na produção e no consumo em
vários setores. Se esses efeitos temporários da Covid-19 não forem eliminados ou
mitigados, eles podem ter um impacto permanente na economia brasileira. A
pandemia ameaça destruir empresas e empregos. Diante das necessárias medidas
60
listadas por completo no anexo 1, e podem ser classificadas segundo sua função:
investimentos emergenciais na saúde; proteção econômica à população mais
vulnerável; garantia de sobrevivência das empresas e de manutenção do emprego;
e apoio aos entes subnacionais.
Quadro 1 – Ações em pesquisa e inovação adotadas pelos países para fazer frente
à crise do Covid-19
70
O quadro acima mostra, de modo sintético, o que se pode dizer sobre a forma
como os países têm-se utilizado do conhecimento científico e a pesquisa para
enfrentar a crise atual. Nele estão as principais ações em pesquisa e inovação
adotadas para fazer frente à crise incluindo o Brasil.
Mesmo com todos benefícios fiscais que a potencializam a Lei do Bem, ela
possui limitações. O Decreto n° 5.798/06, regulamentador da Lei do Bem, em seu
art. 2º I, in verbis:
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARBIX,Glauco. et al. Inovação Estratégias de Sete Paises. Brasilia, Vol. IX, 2010.
Disponível em: http://www.iea.usp.br/pesquisa/nucleos-de-apoio-a-
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estrategias-de-sete-paises. Acesso em: 23 out. 2020.
CARRAZZA, Roque Antonio. ICMS. 11a ed. São Paulo: Malheiros, 2006.
CARVALHO, Ivo César Barreto de. Regime jurídico dos incentivos fiscais. In:
MACHADO, Hugo de Brito (Coord.). Regime jurídico dos incentivos fiscais. São
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DORIA, Antonio Roberto Sampaio. Prefácio, In: DORIA, Antonio Roberto Sampaio,
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PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário completo. 10. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2019.
ANEXO A
● A pandemia de COVID-19 provoca impactos econômicos severos de curto prazo, com o colapso parcial ou
total da produção em vários setores;
● A possível destruição de empregos, falência em massa de empresas e piora nas condições financeiras da
economia podem fazer com que o choque temporário da COVID-19 tenha consequências permanentes
sobre a economia. Dois são os desafios de política econômica: a) transferir recursos para salvar vidas; e b)
reduzir os efeitos recessivos da crise do coronavírus, impedindo que um choque transitório tenha efeitos
permanentes na economia;
● Para combater tais consequências sobre a economia brasileira, o Governo Federal implementou diversas
medidas de proteção em cinco frentes: i) social; ii) à saúde; iii) aos empregos; iv) às firmas; e v) aos entes
subnacionais.
● Além das medidas que foram desenhadas sem impacto fiscal, como a liberação dos saques emergenciais
do FGTS, há um amplo conjunto de medidas de elevado impacto fiscal;
● As medidas já representam mais que o dobro da soma total de gastos discricionários previstos para o ano
de 2020;
● As medidas configuram-se como o maior pacote de proteção à economia e ao emprego diante de uma
crise na história da economia brasileira, cujo valor total incluindo medidas fiscais e parafiscais, potencial
de crédito e regulatórias correspondendo a um potencial de R$ 3,5 trilhões;
● As medidas adotadas são temporárias e emergenciais, a vigorar durante o período da crise, de forma a
não comprometer a trajetória futura dos gastos públicos. Importante ressaltar que todas as medidas de
impacto fiscal se encerram em 2020;
● Diante do aumento temporário dos gastos e da perda de arrecadação esperada nesse período, a
aprovação futura das REFORMAS ECONÔMICAS (PECs estruturais) será ainda mais necessária para garantir
a retomada sustentável da economia.
1. Introdução
Esta nota tem como objetivo discutir as medidas de política econômica que buscam minimizar os efeitos
danosos dos choques econômicos causados pelo SARS-CoV-2, o novo coronavírus – daqui em diante
chamado apenas de coronavírus - responsável pela doença denominada COVID-19. Discutem-se os canais
de impacto e as consequências prováveis dos choques causados pelo coronavírus e as medidas anunciadas
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
pelo governo federal para combater os efeitos da pandemia de COVID-19. Além de listar todas as medidas
anunciadas e os custos fiscais esperados, apresenta-se sua lógica econômica e seus objetivos.
A rápida disseminação do coronavírus pelo mundo constitui um enorme desafio aos sistemas nacionais de
saúde, de forma que, sob cenários realistas, esses sistemas revelam-se incapazes de fornecer tratamento
adequado aos pacientes necessitados. Consequentemente, diversos governos optaram por adotar medidas
de distanciamento social e restrição de circulação e aglomeração de pessoas, visando a reduzir a velocidade
de propagação do coronavírus. Tais medidas têm impacto direto na atividade econômica por meio de
diversos canais. Além disso, mais do que uma parada passageira da atividade, tais medidas têm potencial
de destruição substancial da capacidade permanente de produção da sociedade, podendo gerar uma crise
econômica com consequências de médio e longo-prazos.
A perda direta de produção causada pela crise de saúde reflete-se em uma queda substancial no consumo
de bens e serviços. Infelizmente, esse choque pode ter efeitos indiretos maiores, por meio da falência de
empresas e destruição de empregos. Durante os períodos de isolamento social, as empresas continuam
tendo custos fixos como salários, aluguéis, pagamento de juros e impostos. Quanto mais longo o
isolamento social, maior o risco de falência das empresas. Quando superada a epidemia – ou seus efeitos
mais severos - diversas empresas terão deixado de existir. O resultado não é apenas a perda temporária de
empregos, mas a destruição definitiva de postos de trabalho. A taxa de desemprego tende a aumentar de
forma persistente, mesmo após o fim da emergência de saúde.
O crédito para as firmas desempenha papel essencial nesse momento, ao permitir que mantenham seus
pagamentos em dia, diminuindo a desarticulação das cadeias produtivas e a eliminação de postos de
trabalho. Contudo, os elevados riscos de falência e inadimplência já restringem a oferta de crédito. Mesmo
as firmas que sobreviverem sairão do período de isolamento social com endividamento maior, o que
aumenta o risco de falência futura e reduz a capacidade de obtenção de crédito. A desvalorização dos
ativos e aumento do endividamento reduz o patrimônio líquido, reduzindo as garantias que terão para
oferecer em novas operações de crédito. As condições financeiras da economia serão muito enfraquecidas
pela crise do coronavírus.
A redução da capacidade de tomar crédito causada por qualquer crise tende a estender sua duração,
transformando um choque temporário em permanente 1. Isso ocorreu na crise financeira mundial de 2008 -
e pode se repetir agora - embora ainda haja incerteza acerca de sua magnitude. Igualmente, a destruição
de postos de trabalho tende a transformar choques temporários em permanentes. Muitos trabalhadores
desistem de buscar emprego, reduzindo-se assim a própria população economicamente ativa 2.
1
Kiyotaki, Nobuhiro, and John Moore. "Credit cycles." Journal of Political Economy 105.2 (1997): 211-248.
2
Yagan, Danny. "Employment hysteresis from the great recession." Journal of Political Economy 127.5 (2019): 2505-
2558.
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
O lado mais cruel da crise do coronavírus é justamente a destruição de empregos. O efeito mais imediato
recai sobre a maioria dos trabalhadores informais, que têm sua iniciativa travada e veem o sustento diário
de sua família ameaçado. A destruição de empregos promove impactos severos sobre o bem estar da
população em geral, podendo levar à quebra de vínculos sociais, destruição de famílias, alcoolismo, uso de
drogas e suicídios, conforme destaca o ganhador do prêmio Nobel em economia Angus Deaton, no que ele
chama de “morte por desespero”.
Conforme destacado por Deaton em entrevista recente, o coronavírus pode levar a um número substancial
de mortes por desespero em decorrência da crise econômica. E essas se somarão às mortes causadas
diretamente pela própria doença: “For COVID, the best case is it’s a one-time event, like the great flu
pandemic [of 1918 that was] gone by 1920. So that would be the best case. The worst case is [that COVID-
19 is] gone eventually but leaves behind devastation to the economy. And that will add to the distress of the
people we’re writing about, so the deaths of despair will go on.” (The Philadelphia Inquirer, 19 de março de
2020).
Assim, torna-se necessário combater os efeitos adversos causados pela COVID-19 sobre a economia, de
modo a minimizar os riscos de falência em massa de empresas, destruição de empregos e redução de
riqueza agregada, que levariam à deterioração das condições econômicas e financeiras do País.
Para combater essa ameaça, o Governo Federal vem tomando uma série de medidas de elevado impacto,
direcionadas a aliviar os efeitos imediatos da crise e reduzir ao mínimo os permanentes.
Em consonância com o restante do mundo, a política fiscal no Brasil está sendo amplamente utilizada no
combate aos efeitos da pandemia. O aumento do gasto público no curto prazo é absolutamente necessário.
Sob essa compreensão, o Congresso Nacional decretou Estado de Calamidade Pública em 20 de março, o
que dispensa o governo do cumprimento da meta de resultado primário neste ano e permite uma política
fiscal mais ativa no combate à pandemia. Entretanto, a política econômica reconhece e reafirma a
necessidade de manutenção do Teto de Gastos e de outras regras fiscais fundamentais para uma dinâmica
fiscal favorável após a tormenta. As medidas adotadas, embora de elevada magnitude, são temporárias, de
modo a não afetar a trajetória futura dos gastos obrigatórios e não colocar em risco a solvência fiscal no
longo prazo.
O objetivo primário das medidas de curto prazo é, primeiro, limitar as perdas de vidas humanas e, em
segundo plano, evitar os impactos negativos sobre a economia, principalmente em relação ao emprego e à
sobrevivência das empresas. Essas medidas, certamente são um desvio temporário do processo de
consolidação fiscal em curso no País antes da pandemia, mas são indispensáveis para preservar vidas e para
garantir o bem estar da população. Passado este momento crítico, a consolidação fiscal será retomada
como condição indispensável para garantir a melhoria duradoura do padrão de vida dos brasileiros, para a
qual também são condições essenciais a elevação da produtividade e a correção da má alocação de
recursos (misallocation).
As principais medidas, listadas na Tabela 1 no anexo, podem ser classificadas segundo sua função:
investimentos emergenciais na saúde; proteção econômica à população mais vulnerável; garantia de
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
sobrevivência das empresas e de manutenção do emprego; e apoio aos entes subnacionais. Várias das
medidas contribuem para o alcance de mais de um desses objetivos. A tabela também apresenta os
impactos fiscais ou parafiscais das medidas. Nesta seção, são apresentadas a justificativa e os impactos
esperados dessas ações.
As necessárias medidas de isolamento social reduzem a renda desse enorme contingente de trabalhadores
e autônomos, dificultando o pagamento de suas contas e despesas diárias e, até, impedindo a aquisição de
bens essenciais, como alimentação e remédios.
As medidas de proteção social buscam compensar temporariamente esse colapso de renda e dar amparo a
esses trabalhadores e seus dependentes. Além do auxílio financeiro de R$ 600 aos empregados e
autônomos informais e aos desempregados – benefício que foi estendido aos microempreendedores
individuais de baixa renda - há outras medidas de proteção.
Entre elas, destaca-se a ampliação do número de famílias beneficiadas no programa Bolsa Família, que
passou a incluir mais de 1 milhão de famílias que estavam inscritas, mas ainda não recebiam. O benefício
foi ampliado para R$ 600, por três meses, sendo que há possibilidade de acumulação desse benefício com
aquele voltado para os informais. As famílias monoparentais do Bolsa Família e do Cadastro Único
receberão três parcelas deste valor em dobro, equivalentes a pagamentos mensais de R$ 1.200.
Também para a proteção social foi antecipado o 13º salário para os aposentados e pensionistas do INSS e o
pagamento do abono salarial. Ainda no âmbito da previdência social, foi suspensa, por 120 dias, a exigência
de recadastramento anual de aposentados, pensionistas e anistiados políticos civis, bem como a de
realização de visitas técnicas para comprovação de vida. O governo entende que transferir recursos para as
famílias nesse momento é fundamental para garantir as necessidades básicas e fortalecer a imunidade dos
grupos mais vulneráveis.
capacidade produtiva etc.) as empresas tendem a postergar tais medidas se perceberem o choque como
temporário.
Neste período de isolamento social, a queda da receita das empresas está sendo tão pronunciada que
poderá forçar muitos empresários a demitir parte relevante de sua mão de obra, ainda que o choque seja
percebido como temporário. Para mitigar esse movimento de demissões, o governo atua para garantir
parte da renda dos trabalhadores empregados e reduzir o custo das empresas, de modo a impedir a
destruição de postos de trabalho. Ao amenizar os efeitos negativos no emprego, há benefícios de curto
prazo – a manutenção da renda dos trabalhadores - e de médio prazo – a preservação das estrutura de
pessoal das empresas – o que possibilitará retomada acelerada da atividade econômica quando passada a
crise. Com esse objetivo essencial de impedir a destruição de vagas, as medidas permitem às empresas a
redução de jornadas e de salários. Manter o emprego neste momento evitará o custo de prospecção e
treinamento no futuro, além de facilitar a normalização da produção durante a retomada.
Desse modo, foi criado o programa de financiamento da folha de pagamento. Os empréstimos contam com
garantia do Tesouro de 85% do valor. Os demais 15% são risco das instituições financeiras.
Outra iniciativa importante é a extinção do Fundo PIS-PASEP e incorporação de seu patrimônio ao Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a partir de 31 de maio deste ano. Com esta transferência, será
possível permitir um saque de até R$ 1.045 por trabalhador das contas do FGTS. Esse ganho de renda é
uma forma de aliviar a perda temporária de remuneração.
Essa medida beneficia 60,8 milhões de trabalhadores, dos quais 30,7 milhões poderão sacar todos os seus
recursos no FGTS. Assim, a metade dos trabalhadores com menor saldo, e, logo, de menor renda, terá
acesso pleno a seus recursos, de forma que até 80% das contas serão zeradas. A medida atende de forma
integral à maioria dos trabalhadores, que são os mais vulneráveis e com menor estabilidade no emprego. O
volume previsto para saques é de até R$ 37,8 bilhões, na hipótese de que todos os saques sejam realizados.
Espera-se que esses recursos fortaleçam a demanda agregada, o que auxiliará na retomada das atividades
pelas empresas após o período de isolamento social.
É para evitar essas perdas que estão sendo adotadas políticas de suporte às empresas que têm como foco a
manutenção de seu capital humano, físico e organizacional durante o período mais agudo da pandemia.
Conforme discutido nos tópicos anteriores, a forte redução das receitas devida ao isolamento social,
mantidos os custos fixos, resultará em prejuízos e redução de caixa e de capital de giro. Em tempos
normais, as empresas conseguem expandir seu crédito por usar os seus ativos como garantia, a chamada
alavancagem. No entanto, em períodos de crise, há queda do valor desses ativos utilizados como garantias
(ou colaterais) pelas empresas, o que reduz sua alavancagem e aumenta o custo do crédito.
Os colaterais dados pelas empresas em operação de crédito são usualmente ativos físicos (imóveis,
veículos, máquinas e outros equipamentos) ou a receita futura de vendas. A exemplo do que ocorre com as
ações negociadas em bolsas de valores, os ativos físicos das empresas perdem valor nas crises. Com a
redução do valor de seus ativos, cai o valor que a empresa pode tomar emprestado. A segunda forma de
colateral, a cessão de valores de vendas futuras - faturas de cartão de crédito, duplicatas ou cheques –
também perde valor porque caem as vendas, em razão do isolamento social.
As medidas tomadas pelo Governo Federal visam a evitar o colapso do crédito provocado por essas duas
tendências. Procuram preservar a liquidez do sistema bancário e garantir a manutenção de crédito para as
empresas, inclusive reduzindo exigências de capital dos bancos para que possam renegociar empréstimos.
Ao limitar a deterioração financeira das empresas, os empregos são garantidos e se torna factível a
retomada da economia. O foco principal dessas medidas são as pequenas e médias empresas, as mais
afetadas pela pandemia e que têm menor poder de enfrentar a crise.
Foram também criadas linhas de financiamento para pagamento da folha salarial com recursos do Tesouro
Nacional e linhas de crédito especiais a serem ofertadas por bancos públicos.
Outra iniciativa importante é a isenção temporária do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e
Seguro ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) sobre as operações de crédito por um período de
3 meses. Isso cria mais um incentivo ao fornecimento de crédito às empresas e famílias e à renegociação de
empréstimos em condições mais adequadas a este momento de crise.
O governo federal já avançou em várias dessas medidas. Primeiro, sancionou medida de apoio financeiro
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios (MP 938/2020) num valor total de até R$ 16 bilhões por
um período de 4 meses, para compensar as eventuais quedas no FPE (Fundo de Participação dos Estados) e
FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Segundo, abriu, por meio da MP 940/2020, crédito
extraordinário da ordem de R$ 9,4 bilhões para o enfrentamento da COVID-19, sendo R$ 500 milhões
destinados à Fiocruz, e os restantes R$ 8,9 bilhões ao Fundo Nacional da Saúde (FNS) – por meio do qual
serão feitos os repasses a Estados, Distrito Federal e municípios. Terceiro, apoiou o PLP 232/2019, que
autoriza a desvinculação dos saldos financeiros remanescentes de exercícios anteriores constantes dos
Fundos de Saúde dos entes subnacionais, no valor de R$ 11 bilhões, para as ações emergenciais de
combate à pandemia. Outras medidas estão em discussão e algumas já foram enviadas ao Congresso
Nacional. Em cooperação com o Congresso, pretende-se formular um pacote coerente de medidas, no
montante de mais de R$ 88 bilhões, que serão destinados a estados e municípios.
As medidas do Governo Federal para amenizar os efeitos da COVID-19 na saúde e na economia do país são
significativas. Tais medidas são amplamente amparadas na literatura internacional e no exemplo adotado
pelas principais economias do mundo. Ressaltamos uma vez mais que essa crise é transitória, sendo assim
todas as medidas de impacto fiscal são igualmente transitórias e se encerram no máximo até o final do ano.
Por sua transitoriedade e focalização tais medidas de combate a crise são condizentes com o caminho de
reformas e consolidação fiscal que o governo vem perseguindo desde 2019.
Comparações internacionais a partir de levantamento do FMI – com dados de até 3 de abril 3 - permitem
afirmar que o empenho do Brasil em combater o coronavírus é bem superior ao dos demais países
emergentes, e mesmo da média dos desenvolvidos. A magnitude das medidas do Brasil, como proporção
do PIB, supera, e muito, as tomadas pelo grupo de países comparáveis. O volume das medidas tomadas
pelo Brasil é mais do que dobro das da Rússia e da Turquia. Já com relação a China, Índia e Argentina, o
impacto potencial das medidas em relação ao PIB é três vezes maior. Contrapondo nossas medidas com as
do México e Colômbia, seu volume é, pelo menos, cinco vezes superior.
3
https://www.imf.org/en/Topics/imf-and-covid19/Policy-Responses-to-COVID-19#B
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
Os efeitos positivos das reformas e da consolidação fiscal promovidas em 2019 ficaram visíveis nas variáveis
monetárias. Houve redução estrutural da taxa de juros - as de curto e as de longo prazo - e queda da
inflação corrente e de suas expectativas, o que permitiu reduzir a meta de inflação. São resultados
perseguidos há um quarto de século, desde o Plano Real, e que agora se realizaram.
Os resultados dos indicadores econômicos do ano de 2019 podem ser resumidos pela retomada do PIB a
partir do 2º trimestre. No começo do ano passado, a economia manteve a tendência de baixo crescimento
vinda do 4º trimestre de 2018. Com a melhora dos indicadores antecedentes, incluindo as expectativas dos
agentes, a expansão da atividade nos três trimestres posteriores foi superior a 0,5% por trimestre (variação
na margem com ajuste sazonal). Em outras palavras o crescimento anualizado foi acima de 2,2%, algo que
não ocorria desde 2012.
Os indicadores das pesquisas mensais também apresentaram retrações nas variações na margem no final
do ano passado, especificamente para os meses de novembro e dezembro. Dessa forma, levantou-se
dúvida sobre a sustentabilidade da recuperação ocorrida nos três últimos trimestres de 2019. Não se tinha
certeza de que as reformas estruturais, já tendo provocado queda de juros, poderiam continuar gerando
efeitos econômicos significativos; a recuperação no final de 2019 poderia ter sido apenas uma acomodação
temporária. Os dados dissipam qualquer dúvida quanto à efetividade das reformas e da consolidação fiscal.
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
IBC-Br e Produção Industrial Safra Agrícola (MM12), Vendas no Comércio e Volume de Serviços
Com Ajuste Sazonal (Média 2014=100) Com Ajuste Sazonal (Média 2014=100)
100 135
98
125
96
94
115
92
90 105
88
95
86
84
85
82
80 75
abr-19
abr-18
jul-19
set-19
abr-17
jul-18
set-18
ago-19
dez-19
jul-17
set-17
ago-18
dez-18
ago-17
dez-17
nov-19
nov-18
fev-20
nov-17
fev-19
fev-18
mar-19
mai-19
jun-19
out-19
jan-20
fev-17
mai-18
jun-18
out-18
jan-19
jan-17
mar-17
mai-17
jun-17
out-17
jan-18
mar-18
Fonte: BCB: Índice de Atividade Econômica do Banco Central - Brasil. IBGE: Pesquisa Industrial Mensal (PIM), Pesquisa Mensal
do Comércio (PMC), Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)
O gráfico acima mostra que a desaceleração nos dois últimos meses de 2019 foram seguidas pela
recuperação do crescimento em janeiro e fevereiro deste ano, indicando que parte relevante da piora da
indústria, comércio e serviços foi recuperada. Os principais fundamentos da economia se mantiveram
positivos em todo o período, com expectativas dos consumidores e empresários em patamar elevado, taxa
longa de juros em patamar historicamente baixo, expansão do crédito livre e melhora no mercado de
trabalho.
O cenário, entretanto, se altera após os primeiros casos de Covid-19 no Brasil e, principalmente, com o
isolamento social vigente na maioria das cidades brasileiras. Os efeitos negativos da pandemia, na saúde e
na economia, são incontestáveis.
5. Considerações Finais
A pandemia da Covid-19 provocou forte impacto na produção e no consumo em diversos setores. Se esses
efeitos temporários da Covid-19 não forem neutralizados ou mitigados, poderão ter efeito permanente na
economia brasileira. A pandemia ameaça destruir empresas e postos de trabalho. A desvalorização de
ativos, inevitável diante das necessárias medidas de isolamento social, tende a enfraquecer as condições
financeiras da economia, o que deprime ainda mais a atividade econômica.
Como destacado pelo prof. John Cochrane de Stanford, “Desligar a economia não é como desligar uma
lâmpada. É mais como desligar um reator nuclear. Você precisa fazer isso devagar e com cuidado - ou ele
pode derreter” 4. Em outras palavras, não se pode esperar que uma economia desligada de forma abrupta e
desorganizada possa voltar a funcionar como antes.
O governo tem tomado todas as providências possíveis para preservar a estrutura produtiva durante o
desligamento da economia, para que a retomada, logo adiante, seja ágil e robusta. Tudo tem sido feito para
evitar que o choque temporário debilite permanentemente a saúde da economia brasileira. Os esforços do
governo têm sido semelhantes ao pagamento de um seguro universal a todos os atingidos
involuntariamente por essa terrível circunstância, com o objetivo de salvar as pessoas, as famílias, as
empresas e a economia em geral.
As medidas têm um impacto fiscal de mais de 4,1% do PIB, valor muito superior à média verificada nos
demais países emergentes (1,4%) - e mesmo dos países desenvolvidos (3,1%). Elas representam mais que o
dobro de todas as despesas discricionárias previstas para todo o ano. São medidas temporárias, que se
encerrarão até o final desse ano, calibradas para não afetarem a trajetória futura dos gastos públicos.
Haverá queda inevitável do PIB e da arrecadação e, como consequência, elevação da dívida pública. A
dívida pública, por sua vez, tornar-se-á uma nova armadilha ao crescimento sustentável. Uma dívida alta
implica em um direcionamento elevado de parcela da poupança da economia para seu financiamento, o
que reduz o que é utilizado para investimento privado 5. Como consequência, a necessidade de reduzir
rapidamente a razão dívida/PIB será ainda mais essencial. Logo, passada a crise, as reformas que visam ao
aumento da produtividade e ao equilíbrio fiscal se tornarão ainda mais necessárias.
Finalmente, deve-se alertar que essas medidas não são anabolizantes que visam turbinar a demanda, mas
um escudo temporário de proteção contra os terríveis efeitos do coronavírus sobre a saúde dos brasileiros
e a economia do País.
Essas medidas, isoladamente, não são suficientes para a retomada sustentável da economia. Pelo
contrário, o custo fiscal de tais medidas e a inevitável destruição de riqueza provocada pelo isolamento
social vão requerer aceleração das medidas de consolidação fiscal e combate à misallocation. Isto é, após
vencida essa crise é fundamental o imediato retorno a agenda de reformas econômicas.
4
Cochrane, J (2020), “Coronavirus monetary policy,” in R Baldwin and BWeder di Mauro (eds), Economics in the Time
of COVID-19, VoxEU.org eBook. (tradução livre)
5
Teles, Vladimir K., and Caio Cesar Mussolini (2014) "Public debt and the limits of fiscal policy to increase economic
growth." European Economic Review 66: 1-15.
sexta-feira, 17 de abril de 2020 ̶ Nota Informativa
Corte temporário do IPI para bens produzidos que sejam x 0.54 0.54
necessários ao combate da Covid-19