Brasília ____ de _________ de 2.

024 Material Elaborado por Oneide Bomfim – Unidade Brasilia

Aluno(a):_______________________________________________________________________________
Disciplina: Redação • Professor: • Bomfim Conteúdo• Redação AFA
REDAÇÃO AFA do capacitismo, que considera incapazes pessoas com deficiência: “a
gente vive em uma sociedade em que há muitas diferenças e
Texto 1 conviver com elas dentro das escolas é benéfico para todos. Quando
A inclusão obrigatória de crianças com necessidades específicas há estudantes com deficiência em sala de aula, percebemos que
— autistas, surdas, superdotadas etc. — em salas de aula regulares esses se beneficiam, mas os outros se beneficiam muito mais, porque
pode ter o efeito inverso e ser uma forma de exclusão em alguns aprendem o sentido de cuidar, de respeitar a diferença, de respeitar
casos, alertam especialistas e pais. “O direito de todos estarem o tempo e a capacidade de cada um”, analisa. Para ela, “o desafio é
juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, desnaturalizar uma lógica excludente”. De acordo Adriana Scott
apontou o Ministério da Educação (MEC), em 2020. Amaral Restelatto, diretora da Escola Municipal de Ensino
Recentemente, as intenções apresentadas para tratar todas as Fundamental (EMEF) Catulo da Paixão Cearense, “a gente consegue
crianças da mesma forma são positivas: eliminar preconceitos, mostrar para sociedade que é possível essa convivência, refinando o
fomentar a convivência com outras crianças, evitar que sejam nosso trato, o olhar para o outro, sendo mais tolerante e aprendendo
privadas de conteúdos de aprendizagem. O problema é que a mera que é na diferença que conseguimos estruturar melhores
“boa vontade” de colocar todos na mesma sala de aula, sem ajuda possibilidades de convivência. O diferencial não está apenas na
personalizada e especializada, não é suficiente para atingir essas acessibilidade, mas no olhar focado em acolher as crianças e ensinar
metas, podendo até prejudicar as crianças em muitos casos. a todas elas que é normal ser diferente”.
Um estudo realizado nos Estados Unidos apresentou, como (https://gauchazh.clicrbs.com.br, 13.01.2023. Adaptado.)
consequências dessa política, o atraso do progresso na aprendizagem
e a desmotivação dos alunos com deficiência, por não conseguirem Com base nos textos apresentados e em seus próprios
acompanhar as aulas e não terem acompanhamento personalizado. conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo,
Do mesmo modo, os alunos sem deficiência que estudam em classes empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
inclusivas tiveram seu desempenho afetado, apresentando baixo Escola inclusiva: entre um convívio enriquecedor e os desafios na
resultado acadêmico e comportamental. Além disso, o artigo revelou aprendizagem
que os professores de salas inclusivas passam mais tempo no
gerenciamento da sala de aula e menos tempo na instrução e ensino.
No Brasil, a maior parte dos docentes não está preparada para TEMA 2
atender a demanda desses alunos. O atendimento a crianças com
necessidades específicas é reduzido e precário em muitos lugares. Texto1
(Gabriele Bonat. www.gazetadopovo.com.br, 07.01.2023. Adaptado.) Trabalhadores invisíveis são profissionais com funções sociais
fundamentais, porém desvalorizadas. A invisibilidade de tais
indivíduos ocorre devido ao seu poder aquisitivo diminuto, aos
direitos relativizados e devido ao preconceito por parte de uma
parcela da classe alta.
Em relação à maior parte da classe trabalhadora, os
profissionais invisíveis geralmente não são notados devido ao fluxo
acelerado verificado nos grandes centros urbanos. Assim, o cidadão,
sempre em estado de alerta referente a suas atividades diárias e aos
horários apertados, dificilmente nota a pessoa que presta serviços
essenciais.
Garis, entregadores, camelôs, ascensoristas, cobradores,
jardineiros, faxineiros, coletores, gandulas, entre outros, são
considerados trabalhadores invisíveis. Além de sua invisibilidade
como prestadores de serviços, não são notados em relação às
condições econômicas e materiais.
A maior dificuldade da invisibilidade é o não atendimento de
suas reivindicações como profissional perante as empresas. O ideal é
que as companhias apresentem políticas de valorização desses
Texto 3 trabalhadores por meio do reconhecimento financeiro e pessoal e do
A inclusão de crianças e adolescentes com deficiência física ou acompanhamento de suas necessidades como prestadores de serviço
cognitiva, autismo e altas habilidades em escolas comuns ganhou remunerado. (Felipe Araújo.
fôlego nas últimas décadas. Em alguns lugares do Brasil, grande parte “Trabalhadores Invisíveis”. www.infoescola.com. Adaptado.)
dos estudantes que frequentavam escolas especializadas passou a
frequentar salas de aula comuns, como resultado de uma Texto 2
compreensão de que o convívio entre estudantes com diferentes Você já se perguntou qual a sensação de se sentir invisível? Para
características é enriquecedor para todos. Além de ser uma profissionais de diversas áreas, essa sensação se faz presente o
representação da vida em sociedade, o aprendizado fica mais tempo quase todo. Mesmo desempenhando funções essenciais,
interessante por haver uma interlocução maior entre as crianças. como varrer as ruas, sepultar pessoas ou coletar materiais recicláveis,
Embora sejam necessárias adequações para receber esses alunos, muitos trabalhadores são simplesmente ignorados pela maioria das
não são as crianças que precisam mudar, mas os espaços e materiais pessoas. Ou até mesmo humilhados. Os catadores, por exemplo, são
pedagógicos. responsáveis pela coleta de quase 90% do lixo reciclado no Brasil,
Para a oficial de Educação do Fundo das Nações Unidas para a segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas
Infância (UNICEF), Erondina Barbosa da Silva, ainda há o predomínio

“DISCIPLINA, ISSO SEPARA OS BONS DOS MELHORES !!!”

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poucas pessoas lembram desse tipo de informação quando se fala
nesses trabalhadores.
O tema da invisibilidade de certos profissionais inspirou até
uma tese de doutorado em Psicologia Social. Durante dez anos, o
pesquisador Fernando Braga da Costa se vestiu de gari ao menos
uma vez por semana para vivenciar o dia a dia da profissão e
conversar com quem depende dela para sobreviver. Entre as muitas
constatações que fez está a de que, apenas por colocar a roupa de
gari, ele se tornava quase automaticamente invisível. Muitos colegas
e professores que conviviam com ele na Universidade de São Paulo
(USP), ao verem-no vestido de gari varrendo as ruas da própria
universidade, já não o reconheciam. “Essa invisibilidade é uma
expressão construída historicamente a partir de dois fenômenos
psicossociais: a humilhação social e a reificação (transformação em
coisa)”, aponta Costa.
Elizangela Gomes, de 38 anos, trabalha como gari há 7 anos.
Filha de pedreiro e empregada doméstica, ela relata que já vivenciou
episódios de humilhação no trabalho, mas diz não se importar. “Tem
gente que passa por nós e cospe, mas eu não ligo para isso”. Outro
episódio que Elizangela relata aconteceu com uma amiga, que exerce
a mesma profissão. “Ela pediu um copo de água para a pessoa. Essa
pessoa deu o copo de água, mas disse para ela jogar o copo fora”. Por
conta de humilhações, Elizangela conta que uma colega tem
vergonha de dizer que é gari. “Ela chega em casa, lava o uniforme e
esconde. Quando perguntam sobre o trabalho dela, ela diz que
trabalha em um escritório”. Mãe de dois filhos, uma garota de 19
anos e um menino de 13, Elizangela diz que gostaria de ter um outro
emprego, mas que a prioridade no momento são os filhos. “Queria
fazer um curso de enfermagem, mas agora, com filhos e contas para
pagar, é muita coisa, aí fica difícil”.
(Caio Lencioni. “Profissões invisíveis: como é não ser enxergado pela
sociedade”. https://observatorio3setor.org.br, 08.08.2018.
Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios

conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo,
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Trabalhadores invisíveis: por que, apesar de essenciais, são
ignorados pela sociedade?

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