ANEXO 3 - Guia - RPPN

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Guia para Criar e

Implementar Reservas
Particulares do
Patrimônio Natural

Campo Grande - MS
Novembro - 2006
Guia para Criar e Implementar
Reservas Particulares do Patrimônio Natural

Ficha Técnica

Equipe de produção
Anna Mendo, bióloga e analista ambiental do IBAMA/MS
Flávia Néri, turismóloga e fiscal ambiental da SEMA/IMAP/Gerência
de Conservação de Biodiversidade
Ivens Domingos, médico veterinário e técnico em conservação do
Programa Pantanal para Sempre, WWF-Brasil
Jucinéia Freitas, psicóloga e analista ambiental do IBAMA/MS
Julia Boock, bióloga e mestre em meio ambiente e
desenvolvimento local
Laércio Sousa, administrador de empresas e gestor das RPPNs
Neivo Pires I e II
Marco Costacurta, mestre em meio ambiente e desenvolvimento
regional e responsável técnico pela REPAMS
Sandro Menezes Silva, doutor em botânica e gerente do Programa
Pantanal da CI-Brasil
Wilson Loureiro, doutor em economia e política florestal e
coordenador dos Programas ICMS Ecológico e RPPN do Instituto
Ambiental do Paraná (IAP)
Produção, edição e revisão de textos
Daniela Venturato, jornalista da REPAMS
Denise Oliveira, jornalista do WWF-Brasil
Sandra Damiani, jornalista da Conservação Internacional
Apoio: Gustavo Quinquinel, estagiário da CI-Brasil
Revisão, capa e arte: Allison Ishy
Diagramação e projeto gráfico: Yara Medeiros
Fotos: Daniel De Granville | fotograma.com.br, exceto:
Bill Konstant /CI (pp.23 e 24), Flávia Castro/CI (pp. 21 e 22),
Haroldo Palo Jr (pp. 26 e 27), Lucélia Berbet (pp. 28 e 29),
Mauro Cruz (p. 32), Silvio Vinci Esgalha (pp. 30 e 31)
Impressão: Gráfica e Editora Gibim

FICHA CATALOGRÁFICA

As781g Associação de Proprietários de Reservas Particulares do Patrimônio


Natural de Mato Grosso do Sul - REPAMS.
Guia para criar e implementar Reservas Particulares
do Patrimônio Natural / Associação de Proprietários de Reservas
Particulares do Patrimônio Natural de Mato Grosso do Sul. Campo
Grande - MS: Editora Gibim, 2006.
80 p.

Bibliografia.
Apoio: SEMA e IBAMA.

1. Patrimônio natural - Mato Grosso do Sul 2.


Reservas Particulares do Patrimônio Natural - Mato Grosso do Sul
3. Turismo 4. Conservação da natureza - Brasil - MS 5. Meio
ambiente - Brasil 6. Reservas naturais I. Repams II. WWF-Brasil
III. CI-Brasil IV. Título.
CDD (22) 333.72
Catalogação na Fonte: Bibliotecária Zenilda Vieira de Lima. CRB-1/P0448
Apresentação

A A idéia de conservar e proteger terras privadas,


inicialmente prevista no Código Florestal, obteve
no ano de 1996 o decreto que definiu a Reserva
Particular do Patrimônio Natural (RPPN) como
categoria de Unidade de Conservação (UC)
legitimada pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA). Foi o início do reconhecimento
governamental perante o digno desejo de
proprietários rurais de protegerem suas terras.
Em 2006, as RPPNs completam 10 anos de
histórias e lutas em prol da conservação de
áreas privadas, consolidando-se como uma das
mais importantes categorias de UCs, utilizada
na estratégia de proteção e conservação da
biodiversidade brasileira.
Esta publicação sistematiza informações e
esclarece dúvidas surgidas ao longo desses anos.
Nela, foi possível reunir informações sobre a
história, os objetivos e os incentivos para o(a)
proprietário(a) que deseja criar uma RPPN, além
de oferecer orientações sobre o Plano de Manejo
para implementar a reserva.
A realização desse trabalho foi possível por
meio da parceria entre a Associação de
Proprietários de RPPNs de MS (REPAMS), o
WWF-Brasil e a Conservação Internacional, e
contou com importante participação do IBAMA/
MS e da Secretaria de Estado de Meio
Ambiente de MS (SEMA).
Esperamos que este guia seja útil aos leitores
e que estimule outras iniciativas do gênero,
contribuindo para que as RPPNs se consolidem
e continuem fazendo a diferença na conservação
dos recursos naturais brasileiros.
Lista de siglas
APA - Área de Proteção Ambiental
APP - Área de Preservação Permanente
ARIE - Área de Relevante Interesse Ecológico
CCIR - Certificado do Cadastro do Imóvel Rural
CEPF - Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos
CI-Brasil - Conservação Internacional
CNRPPN - Confederação Nacional de Reservas
Particulares do Patrimônio Natural
CPC - Centro de Pesquisa para a Conservação
FLONA - Floresta Nacional
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
GEF - Fundo para o Meio Ambiente
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis
IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Prestação de Serviços
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ITR - Imposto Territorial Rural
MMA - Ministério do Meio Ambiente
ONG - Organização não-governamental
PARNA - Parque Nacional
RDS - Reserva de Desenvolvimento Sustentável
REBIO - Reservas Biológicas
REFAU - Reserva de Fauna
REPAMS - Associação de Proprietários de RPPNs de
Mato Grosso do Sul
RESEX - Reserva Extrativista
RL - Reserva Legal
RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural
SEMA/IMAP - Secretaria de Estado de Meio Ambiente /
Instituto Meio Ambiente Pantanal
SNUC - Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza
UC - Unidade de Conservação
WWF-Brasil - nome da organização não-governamental
brasileira dedicada à conservação da natureza
Sumário

AS UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO NO BRASIL 08

RESERVA PARTICULAR DO
PATRIMÔNIO NATURAL - RPPN 14

CASOS EXEMPLARES 18

COMO CRIAR RPPNS 34

IMPLEMENTANDO RPPNS 42

COMO REALIZAR O DIAGNÓSTICO 50


ZONEAMENTO DE ÁREAS 56
PROGRAMAS DE MANEJO E
PROJETOS ESPECÍFICOS 60
CONSIDERAÇÕES FINAIS 62
INSTITUIÇÕES DE APOIO E
ASSOCIAÇÕES DE RPPNS 64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
E COMPLEMENTARES 70
ANEXOS 77

MAPA DAS RPPNS DE MS


DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA
PARA CRIAR RPPN
As
Unidades de
Conservação no
Brasil

&
A A criação de Unidades de Conservação (UCs)
é uma estratégia adotada por muitos países para
garantir o acesso das gerações atuais e futuras
aos recursos naturais. Desde a criação das
primeiras UCs, quando os conceitos para
estabelecê-las estavam baseados apenas na
conservação da natureza, com preservação de
belezas cênicas e espaços de recreação, houve
uma significativa evolução.
Hoje, há o entendimento de proteção da di-
versidade biológica e dos
recursos hídricos, manejo
de recursos naturais, desen- As Unidades de
volvimento de pesquisas ci- Conservação
entíficas e manutenção de ajudam na
sistemas ecológicos e climá- proteção da
ticos, o que representa um diversidade
importante instrumento biológica de
para a sobrevivência de uma região
muitas espécies, inclusive a
humana.
Nesse processo pôde ser observada uma
mudança nas ações dos governantes, ao repen-
sarem as relações sociais e econômicas diante
dos recursos naturais. Como reflexo dessa mu-
dança, foi instituído no Brasil, por meio da Lei no
9.985, de 18 de julho de 2000, o Sistema Nacio-
nal de Unidades de Conservação da Natureza
(SNUC), que estabelece critérios e normas para
criação, implantação e gestão das Unidades de
Conservação. Seus principais objetivos são:
Ë a manutenção da diversidade biológica, va-
lorizando-a social e economicamente;
'
Ë a proteção de espécies ameaçadas e dos re-
cursos hídricos e edáficos1;
Ë a preservação e restauração de ecossistemas;
Ë a promoção do desenvolvimento sustenta-
do e princípios e práticas de conservação da
natureza;
Ë a proteção de paisagens naturais e de carac-
terísticas relevantes de natureza geológica,
geomorfológica, espeleológica, arqueológi-
ca, paleontológica e cultural;
Ë a promoção de oportunidades para a reali-
zação de pesquisa, educação, interpretação,
recreação e turismo ecológico.

Unidades de Conservação
São espaços territoriais e seus ambientes, in-
cluindo as águas jurisdicionais, com caracte-
rísticas naturais relevantes, legalmente insti-
tuídos pelo Poder Público, com objetivos de
conservação e limites definidos, sob regimes
especiais de administração, aos quais se apli-
cam garantias adequadas de proteção.
As Unidades de Conservação são divididas
em dois grupos:
Unidades de Conservação de
Proteção Integral
É permitido apenas o uso indireto dos seus
recursos naturais.
Unidades de Conservação
de Uso Sustentável
Há compatibilização da conservação da na-
tureza com uso sustentável de parcela de
seus recursos naturais.

1
Pertencente ou relativo ao solo. Fonte: Dicionário Houaiss


UNIDADES DE PROTEÇÃO INTEGRAL
Categoria Objetivo Uso
Estações Preservar e pesquisar. Pesquisas científicas, visitação pública com
Ecológicas objetivos educacionais.
Reservas Preservar a biota2 e demais atributos naturais, Pesquisas científicas, visitação pública com objetivos
Biológicas sem interferência humana direta ou modifica- educacionais.
(REBIO) ções ambientais.

Parque Preservar ecossistemas naturais de grande rele- Pesquisas científicas, desenvolvimento de atividades de
Nacional vância ecológica e beleza cênica. educação e interpretação ambiental, recreação em conta-
(PARNA) to com a natureza e turismo ecológico.
Preservar sítios naturais raros, singulares ou de Visitação pública.
Monumentos
grande beleza cênica.
Naturais
Refúgios de Proteger ambientes naturais e assegurar a exis- Pesquisa científica e visitação pública.
Vida Silvestre tência ou reprodução da flora ou fauna.


2
Biota: Seres vivos. Fonte: Mini Aurélio - 2001

UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
Categoria Característica Objetivo Uso
Área de Área extensa, pública ou privada, Proteger a biodiversidade, disciplinar São estabelecidas normas e restrições
Proteção com atributos importantes para a o processo de ocupação e assegu- para a utilização de uma proprieda-
Ambiental (APA) qualidade de vida das populações rar a sustentabilidade do uso dos de privada localizada em uma APA.
humanas locais. recursos naturais.
Área de Área de pequena extensão, pública Manter os ecossistemas naturais e re- Respeitados os limites constitucionais,
Relevante ou privada, com pouca ou nenhu- gular o uso admissível dessas áreas. podem ser estabelecidas normas e res-
Interesse ma ocupação humana, com carac- trições para utilização de uma proprie-
Ecológico (ARIE) terísticas naturais extraordinárias. dade privada localizada em uma ARIE.

Floresta Área de posse e domínio público Uso múltiplo sustentável dos recursos Visitação, pesquisa científica e manu-
Nacional com cobertura vegetal de espécies florestais para a pesquisa científica, tenção de populações tradicionais.
(FLONA) predominantemente nativas. com ênfase em métodos para explo-
ração sustentável de florestas nativas.
Reserva Área de domínio público com uso Proteger os meios de vida e a cultu- Extrativismo vegetal, agricultura de
Extrativista concedido às populações extra- ra das populações extrativistas tra- subsistência e criação de animais de
(RESEX) tivistas tradicionais. dicionais, e assegurar o uso susten- pequeno porte. Visitação pode ser
tável dos recursos naturais. permitida.
UNIDADES DE USO SUSTENTÁVEL
Categoria Característica Objetivo Uso

Reserva de Área natural de posse e domínio Preservar populações animais de es- Pesquisa científica.
Fauna (REFAU) público, com populações animais pécies nativas, terrestres ou aquá-
adequadas para estudos sobre o ticas, residentes ou migratórias.
manejo econômico sustentável.

Reserva de Área natural, de domínio públi- Preservar a natureza e assegurar as Exploração sustentável de compo-
Desenvolvimento co, que abriga populações tradi- condições necessárias para a re- nentes do ecossistema. Visitação e
Sustentável (RDS) cionais, cuja existência baseia-se produção e melhoria dos modos pesquisas científicas podem ser per-
em sistemas sustentáveis de ex- e da qualidade de vida das popu- mitidas.
ploração dos recursos naturais. lações tradicionais.

Reserva Particular Área privada, gravada com Conservar a diversidade Pesquisa científica, atividades de
do Patrimônio perpetuidade. biológica. educação ambiental e turismo.
Natural (RPPN)

!
Reserva
Particular do
Patrimônio
Natural

"
R Reserva Particular do Patrimônio Natural
(RPPN) é uma categoria de unidade de conserva-
ção criada pela vontade do proprietário rural, ou
seja, sem desapropriação de terra. No momento
em que decide criar uma RPPN, o proprietário
assume compromisso com a conservação da na-
tureza, pois uma vez criada, será para sempre.
O SNUC não estabelece tamanho mínimo ou
máximo para a criação de uma RPPN, desde que
sejam cumpridos os objetivos de conservação da
biodiversidade, estabelecidos no artigo 21 da Lei
nº 9.985. Atividades recreativas, turísticas, de edu-
cação e pesquisa são permiti- Mato Grosso
das na reserva, desde que se- do Sul foi o
jam autorizadas pelo órgão primeiro
ambiental responsável pelo seu estado a
reconhecimento. publicar
Além de conservar áreas legislação de
privadas, as RPPNs ajudam a criação e
proteção de
proteger o entorno das Unida-
reservas
des de Conservação públicas,
privadas no
formando corredores de vege-
Brasil
tação e servindo de abrigo e
pontos de passagem para animais silvestres.
Atualmente, existem no Brasil mais de 530 mil
hectares protegidos por RPPNs, distribuídos em
714 reservas (CNRPPN, 2006). O movimento em
favor das RPPNs vem organizando-se em associ-
ações de proprietários de reservas privadas em
todo o país. Devido à necessidade de maior arti-
culação, organização e representatividade junto
aos órgãos federais, várias associações decidiram
instituir a Confederação Nacional de Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (CNRPPN).
#
Criada em 2001, a CNRPPN é uma associa-
ção civil sem fins lucrativos, constituindo-se
como entidade representativa nacional e inter-
nacional das associações de RPPNs que se orga-
nizaram de maneira independente e autônoma.
São objetivos da CNRPPN:
Ë representar as associações;
Ë defender e preservar o meio ambiente;
Ë integrar as RPPNs em nível nacional, buscar e
promover o reconhecimento e benefícios;
Ë promover e incentivar a conservação da
biodiversidade e o ecoturismo no Brasil.
A CNRPPN congrega 15 associações de propri-
etários de reservas privadas que representam di-
versos estados brasileiros. Você pode obter infor-
mações sobre cada uma delas no site:
www.rppnbrasil.org.br

Associação de RPPNs do MS
A REPAMS é uma organização civil sem fins
lucrativos que congrega proprietários de RPPNs
de Mato Grosso do Sul. Atualmente, existem 33
RPPNs, que protegem 118.370,45 hectares, sen-
do que 22 proprietários participam como associ-
ados. A REPAMS promove a preservação do meio
ambiente em áreas particulares, contribuindo para
o crescimento, em área e qualidade, desta cate-
goria de Unidade de Conservação.

RPPNs e SNUC
Art. 21 - A Reserva Particular do Patrimônio
Natural é uma área privada, gravada em perpetui-
dade, com o objetivo de conservar a diversidade
biológica. O parágrafo segundo desse mesmo ar-
tigo indica que nas RPPNs só serão permitidas:
I - a pesquisa;
II- a visitação com objetivos turísticos, recreati-
vos e educacionais.

$
Histórico e evolução da
legislação para RPPNs

1934 - Lei Florestal: destinava espaços naturais


para proteção por iniciativa do proprietário rural,
denominados "Florestas Protetoras".
1977 - Uma portaria do Instituto Brasileiro de De-
senvolvimento Florestal (IBDF) determinou o reco-
nhecimento de terras privadas como "Refúgios Par-
ticulares de Animais Nativos", para proteger fazen-
das cujos proprietários não queriam permitir a caça
em suas terras.
1988 - A Portaria nº 277, do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), criou as "Reservas Particulares de Fauna e
Flora", que proibia a caça e também amparava aque-
les proprietários com interesses conservacionistas.
1990 - Decreto Federal nº 98.914: detalhou as re-
gras para a conservação da natureza em terras pri-
vadas. Nesse momento, surge o conceito e as prin-
cipais normas das RPPNs.
1996 - Decreto Federal nº 1.922: estabeleceu a pos-
sibilidade das RPPNs serem reconhecidas pelos ór-
gãos ambientais estaduais e determinou seu cará-
ter perpétuo.
2000 - Lei nº 9.985: deu às RPPNs o status de Unidade
de Conservação, com a aprovação do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação (SNUC).
2002 - Decreto Federal nº 4.340: regulamentou a Lei
do SNUC, fazendo do Brasil o único país da América
Latina a incluir as reservas privadas no seu sistema de
áreas protegidas oficial.
2006 - Decreto Federal nº 5.746: atualizou os pro-
cedimentos para criação e reconhecimento de RPPNs.

Oito estados possuem legislação para


criação de RPPNs: Alagoas, Espírito Santo,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Paraná, Pernambuco e São Paulo.
Os decretos encontram-se no site
www.rppnbrasil.org.br

%
Casos
exemplares

&
A As RPPNs têm, cada vez mais, servido como
instrumento adicional para o fortalecimento do
Sistema de Unidades de Conservação, promo-
vendo a proteção e apoio à pesquisa sobre a
biodiversidade, possibilitando o aumento da
conectividade da paisagem natural e a prote-
ção de áreas-chave ao longo dos biomas brasi-
leiros. Relacionamos alguns exemplos de RPPNs
que procuram desenvolver atividades aliando
a conservação da natureza e a sustentabilidade.

Proteção para o rio da Prata

Localizada no entorno do Pantanal, a RPPN


Cabeceira do Prata preserva um grande manan-
cial de beleza cênica do Brasil: o rio da Prata,
uma das principais atrações de Bonito (MS). Des-
de sua criação, em dezembro de 2001, a reser-
va desenvolve atividades de conservação, pes-
quisa científica e ecoturismo. "As trilhas levam
os turistas para o passeio de flutuação, princi-

'
pal atrativo da RPPN, que é cuidadosamente
monitorado pelos guias capacitados para orien-
tar os visitantes sobre como devem se portar
dentro de uma Unidade de Conservação", expli-
ca o proprietário Eduardo Folley Coelho.
Durante a caminhada pela trilha, são obser-
vados bandos de queixadas (Tayassu pecari), ma-
cacos pregos (Cebus apella), grupos de sagüis
(Callithrix sp.) e pássaros. A vegetação é típica
do Cerrado peripantaneiro, mesclando espécies
de flora da Mata Atlântica (bromélias e orquí-
deas), ipês e aroeiras, entre outras.
A área foi beneficiada pelo Programa de In-
centivo às RPPNs do Pantanal, obtendo recursos
para levantamento de fauna e flora e para reali-
zação do seu primeiro Plano de Manejo, uma
ferramenta fundamental para orientar as futu-
ras atividades a serem desenvolvidas.
O Plano de Manejo, que consiste em diversas
etapas, iniciando com estudos preliminares so-
bre fauna, flora e uso turístico da área, deverá
ser concluído até dezembro de 2006. O docu-
mento vai dar subsídios e auxiliar os proprietári-
os na tomada de decisões sobre os usos atuais e
futuros da reserva, incluindo a melhor definição
das áreas mais propícias para visitação turística,
atividades mais adequadas de serem desenvolvi-
das, assim como definição de áreas prioritárias
para a conservação.

Ciência para a
conservação do Pantanal

Situada no município de Aquidauana (MS), a


RPPN Fazenda Rio Negro é um exemplo de van-
guarda na transição da exploração pecuária para
atividades de pesquisa, conservação e ecoturismo
numa das áreas prioritárias para a proteção dos
ecossistemas
do Pantanal.
Fundada em
1895, tendo
por mais de
100 anos a
pecuária ex-
tensiva como
principal ativi-
dade, a Fa-
zenda Rio Ne-
gro passou por duas mudanças que a consagra-
ram como a principal referência mundial em pes-
quisa na região pantaneira.
A primeira mudança ocorreu em 1989, quan-
do seu antigo proprietário, Orlando Rondon, deu
início à atividade turística, sendo um dos pio-
neiros no desenvolvimento do turismo no Pan-
tanal. Dez anos depois, a área de sete mil hecta-
res foi adquirida pela Conservação Internacio-
nal (CI-Brasil) e reconhecida como RPPN com os
objetivos de proteger a rica biodiversidade, de-
senvolver o turismo ecológico e garantir a pro-
dução de conhecimentos científicos para a con-
servação do Pantanal.
Os estudos são desenvolvidos no Centro de Pes-
quisa para a Conservação (CPC), que em parceria
com a Ong Earthwatch Institute, recebe pesquisa-
dores de todo o mundo e visitantes que atuam
como voluntários nos projetos do centro. A prote-
ção de espécies ameaçadas de extinção, como a
arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) e a

ariranha (Pteronura brasiliensis), são exemplos da
contribuição científica de pesquisas desenvolvidas
na reserva. "Uma vez que o Pantanal funciona como
um refúgio para as populações dessas espécies, a
obtenção de parâmetros biológicos básicos sobre
elas é de grande importância para traçar planos de
manejo e conservação de maneira mais eficiente",
explica o diretor do Programa Cerrado - Pantanal,
da CI-Brasil, Ricardo Machado.
O turismo é uma das fontes de sustentabilidade
da RPPN, que guarda a história de uma das mais
tradicionais fazendas da região, famosa ao servir
de locação para as novelas "Pantanal" e "América",
com a exuberante diversidade biológica do Panta-
nal da Nhecolância. "Além de contribuir para a con-
servação desse pedaço pantaneiro, o turista tam-
bém contribui para as pesquisas, uma vez que es-
sas atividades são subsidiadas pelo modelo de tu-
rismo implantado", salienta Machado.
Às margens do rio Negro, que inspirou seu
nome, a fazenda oferece aos visitantes safáris fo-
tográficos, passeios a cavalo, caminhadas na mata
e saídas a campo para observação. Junto com as
atividades de pesquisa, o turismo ajuda na difu-
são da importância do Pantanal e nas ações de
conservação desse patrimônio natural.
Um santuário para o macaco muriqui

Do ideal conservacionista do fazendeiro


Feliciano Miguel Abdala, que na década de 70
passou a usar sua fazenda como laboratório na-
tural para a preservação de espécies, começou a
história da reserva que se tornaria o santuário para
uma das espécies mais ameaçadas do mundo, o
macaco muriqui ou mono-carvoeiro (Brachyteles
hypoxanthus), o maior primata das Américas.
Nos últimos 30 anos, a mata de 957 hectares
de Mata Atlântica, em Caratinga (MG), reconhe-
cida como RPPN Feliciano Miguel Abdala, em
2001, transformou-se em uma das áreas mais bem
estudadas do Brasil. Entre essas pesquisas, uma
das mais importantes, coordenada pela antropó-
loga Karen Strier, da Universidade de Wisconsin,
nos Estados Unidos, revolucionou a tese tradicio-
nal do meio científico sobre o comportamento
dos primatas e oferece informações preciosas para
a conservação da espécie.

!
Em razão da caça indiscriminada, o muriqui es-
tava reduzido a aproximadamente 10 indivíduos
na floresta da fazenda, mas, graças a Feliciano e
às pesquisas realizadas em suas terras, a popula-
ção foi estabilizada - o número de mortes já não
ultrapassa o de nascimentos - e conta, no último
censo em 2006, com 226 animais. Além do
muriqui, vivem na RPPN outros três importantes
primatas: o sagüi-da-serra ou sagüi-taquara
(Callithrix flaviceps), considerado um dos mais
ameaçados dessa família; o barbado ou bugio
(Alouatta guariba), que está em situação vulnerá-
vel; e em maior abundância, o macaco-prego
(Cebus nigritus).
Atualmente, a reserva é gerenciada pela Ong
Preserve Muriqui, presidida por Ramiro Abdala. As
pesquisas são mantidas através de parcerias com
organizações de fomento ao conhecimento cien-
tífico. O objetivo, adianta Ramiro, é buscar a auto-
suficiência com o desenvolvimento do ecoturismo
na região em parceria com a comunidade. "É in-
discutível que preservar exige dedicação e dá tra-
balho, mas é um ato voluntário de contribuição
positiva para com o futuro de nosso planeta e uma
herança preciosa para as futuras gerações", ressal-
ta o neto de Feliciano.

"
Um refúgio para
o gavião-de-penacho

No municí-
pio de Corgui-
nho (MS), próxi-
mo à Serra de
Maracajú, numa
região de fur-
nas, paredões e
paisagens exóti-
cas, localiza-se a
RPPN Vale do
Bugio. A propri-
edade de 95
hectares de extensão foi adquirida pelo empresá-
rio Lauro Roberto Barbosa de Souza na tentativa
de garantir a proteção do ninho do gavião-de-
penacho, uma ave ameaçada de extinção.
Filho de caçadores, Souza lidera uma nova “cor-
rente” da família e de muita gente na região que
deseja preservar o Pantanal. A RPPN Vale do Bugio
fazia parte da Fazenda Araçatuba, usada extensi-
vamente para criação de gado. "Fiquei muito emo-
cionado ao saber da existência dessa ave na reser-
va e de que é preciso estudar e proteger melhor
essa espécie assim como outras, por isso, quero
reservar um pedacinho do planeta para salvar esse
bicho", conta Souza.
No local, também existem muitos pequizeiros,
espécie arbórea da qual o gavião-de-penacho se
alimenta. Além do ideal de conservação da área, o
proprietário pretende desenvolver pesquisas para
obter mais dados sobre a fauna e flora da região.
Com a oportunidade de participar de um pro-
grama de financiamento a fundo perdido, Souza
está implementando em sua reserva um Centro
de Pesquisas com objetivo de ampliar o conheci-
mento científico sobre a RPPN.
#
Capacitando pessoas
para a proteção da natureza

A Reserva Natural Salto Morato, com 2.340 hec-


tares de Mata Atlântica no litoral Norte do Paraná,
abriga um dos mais significativos remanescentes
deste bioma no Brasil. É a primeira reserva criada
pelo programa da Fundação O Boticário de Prote-
ção à Natureza para a proteger locais de relevante
significado ecológico. É manejada para garantir a
proteção à biodiversidade, bem como propiciar ati-
vidades de capacitação, pesquisa e ecoturismo. Sua
infra-estrutura inclui trilhas interpretativas, quios-
ques, aquário natural para banho, camping, labo-
ratório, alojamento para pesquisadores e centro
de capacitação.
A reserva destaca-se como espaço de forma-
ção de recursos humanos através do Centro de
Capacitação em Conservação da Biodiversidade,
que tem como objetivo difundir princípios e técni-
cas de conservação da natureza para interessados
de todo o Brasil, usando o local como laboratório
prático. As atividades abrangem, ainda, a capa-
citação da comunidade local no uso sustentável
dos recursos e em práticas econômicas não im-
pactantes e a realização de programa de estágios
e de formação de recém-graduados.

$
Até o primeiro semestre de 2006, 1.591 pes-
soas foram capacitadas na RPPN. Nas atividades
de ecoturismo, além do contato direto com uma
área íntegra de Floresta Atlântica, a natureza brin-
da o visitante com paisagens de rara beleza, como
o 'Salto Morato', uma queda d´água de aproxi-
madamente 100 metros, e a 'Figueira do Rio do
Engenho', cuja raiz forma um "portal" sobre os seis
metros de largura do rio de mesmo nome.
Desde a sua criação, já passaram por lá mais
de 70 mil visitantes. "Nossa intenção é promover,
nos cursos, pesquisas em todas as outras ativida-
des, oportunidades de contato direto com a natu-
reza, de forma organizada, e que levem à
sensibilização e ao aumento do respeito e do co-
nhecimento sobre o meio ambiente", reforça Ma-
ria de Lourdes Nunes, diretora-executiva da Fun-
dação O Boticário de Proteção à Natureza.
%
Ecoando a proteção
da Mata Atlântica no Sul da Bahia

Da intensa produção cacaueira, que entrou


em decadência a partir da década de 80, a Fa-
zenda do Teimoso se transformou numa refe-
rência em educação ambiental para a conserva-
ção da Mata Atlântica. A história de criação da
RPPN Serra do Teimoso, a primeira reconhecida
no Sul da Bahia, é um retrato da inversão da
perspectiva econômica de destruição da mata
para a valorização de um dos biomas mais ricos
e ameaçados do planeta, dos quais restam cer-
ca de 7% em todo o país.
A reserva protege 200 hectares de mata pri-
mária onde foram descobertas novas espécies
de animais e plantas, além de espécies
ameaçadas de extinção que só existem no Sul
da Bahia, como o mico-leão-da-cara-dourada
(Leontopithecus chrysomelas) e a preguiça-de-
coleira (Bradypus torquatus). Desde 1997, os
trabalhos de educação ambiental, ecoturismo e
pesquisa, desenvolvidos na RPPN, transformam
a realidade regional, antes calcada na explora-
ção madeireira da mata, passando a estimular a
valorização desse patrimônio.
O segredo, segundo a responsável pelo Pro-
grama de Educação Ambiental, Lucélia de Melo
Berbert, é a integração com a comunidade e a for-
mação de parcerias com prefeituras municipais,
&
Ongs e universidades. Em 2000, a reserva iniciou
o Programa de Educação Ambiental, e, em 2005,
tornou-se um Centro de Difusão Ambiental, capa-
citando professores da região com a metodologia
'brincando e aprendendo com a mata'. De lá para
cá, o trabalho fomentou o interesse e acesso à edu-
cação, reduziu as ameaças, aumentou o conheci-
mento sobre a biodiversidade, ajudou a movimen-
tar e fortalecer o comércio local e vem contribuin-
do com a criação dos Conselhos Municipais de
Meio Ambiente, de outras RPPNs e de alternativas
econômicas sustentáveis.
Um dos desafios para a região, observa Lucélia,
é o fortalecimento do ecoturismo para aumentar
a visitação, ainda bastante concentrada no calen-
dário escolar, além do alcance da sustentabilidade.
A maior parte da renda é obtida com a hospeda-
gem de visitantes no antigo casarão da década de
60 e com a realização de cursos de capacitação. A
fazenda recebe 2.500 pessoas por ano entre pes-
quisadores, estudantes universitários e estudan-
tes de escolas públicas.
A estrutura de ecoturismo inclui passeios
por três trilhas interpretativas temáticas, prá-
tica de arborismo, observação da fauna e flo-
ra na plataforma de 32 metros de altura, lo-
calizada na copa de um grande jequitibá, e
banhos de bica e piscina.

'
Infra-estrutura destaca
RPPN Sesc Pantanal

Maior reserva particular do Brasil, com 106 mil


hectares, a RPPN Sesc Pantanal concilia a conser-
vação de uma área fundamental para a
biodiversidade pantaneira, os chamados pantanais
de Poconé e de Barão de Melgaço, e a consolida-
ção de uma das mais bem-sucedidas experiências
de ecoturismo do país.
A infra-estrutura criada para dar suporte às
atividades de lazer, educação ambiental,
capacitação, pesquisa e reabilitação de fauna e
flora é um dos diferenciais do empreendimen-
to, que, em conjunto com a reserva, somam mais
de 110 mil hectares.
A Estância Ecológica, como é chamado o com-
plexo, é formada pelo Parque Sesc Baía das Pe-
dras, Centro de Atividades Poconé, Centro de In-
terpretação Ambiental e Hotel SESC Porto Cerca-
do. "No período de cheia, oferecemos passeios de
barco pelo rio, corixos e baías, além de trilhas que
são feitas em palafitas. Na época de seca, quando
os peixes ficam retidos nos lagos, o grande atrati-
vo são as aves que voltam ao Pantanal para se ali-
mentar", explica o supervisor da Estância Ecológi-
ca, Nivaldo da Costa Pereira.
!
Mais da metade das 650 espécies de aves
registradas no Pantanal ocorre na reserva, dentre
elas, a arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus)
e o curió (Oryzoborus angolensis), todas
ameaçadas de extinção, segundo a lista oficial do
IBAMA. As atividades durante todo o ano garan-
tem 65% de lotação no hotel, com capacidade
para 100 pessoas.
A receita gerada pelo turismo ecológico é re-
vertida integralmente para a RPPN, sendo sufici-
ente para manter as atividades e serviços ofereci-
dos. "Somente os projetos sociais, como os de
capacitação, são realizados por meio de parceria e
custeados pela Administração Nacional do SESC",
esclarece Pereira. O supervisor considera funda-
mental para o êxito de uma RPPN, voltada para o
turismo ecológico, o conhecimento dos atrativos
da região, sua importância para a conservação e a
aproximação com as comunidades locais.
O SESC Pantanal ainda mantém na Estância Eco-
lógica, o Centro de Atividades Poconé, onde são
realizados, em parceria com o Sebrae, cursos de
capacitação para moradores dos municípios de
Poconé e Barão de Melgaço (MT). Cerca de 90%
dos funcionários da estância são de comunidades
da região e foram capacitados pelos programas
de qualificação profissional oferecidos no Centro
de Atividades.

!
Sustentabilidade
conquistada pela diversificação

Quando Evandro Engel Ayer e Catarina Schiffer


decidiram sair de Brasília (DF), em 1976, para lite-
ralmente "morar na roça", no município de
Pirenópolis (GO), eles não estavam brincando. O
casal investiu na vida do campo e, mais que isso,
conseguiu unir a produção rural familiar com a
conservação da natureza, fazendo disso a fonte
de sustentabilidade do seu negócio. Na área de
44 hectares, eles plantam "de tudo um pouco",
criam gado leiteiro e mantêm 17 hectares prote-
gidos pela RPPN Vagafogo, a primeira reserva pri-
vada do estado de Goiás, reconhecida em 1990.
A combinação das atividades de turismo eco-
lógico e de aventura com a produção e venda de
saborosos produtos coloniais atraiu os turistas. Em
2005, foram mais de 13 mil visitantes, 70% só de
Brasília. Um terço da visitação advém de escolas
que promovem educação ambiental. "Essa pro-
posta de sustentabilidade, o atendimento perso-
nalizado feito por nós, além da beleza do local,
chamam a atenção", aposta Ayer, que conta com
filho Uirá como braço direito nos negócios.
!
Os visitantes podem optar entre fazer passeios
na mata, comprar um dos 50 produtos à venda
(geléias, biscoitos e pães, por exemplo), deliciar-se
com o café colonial ou, para os mais aventureiros,
praticar rapel e arborismo. "Não damos uma sim-
ples opção, o visitante escolhe o que quer", diz. O
produtor alerta, no entanto, que os proprietários
rurais precisam avaliar até que ponto podem di-
versificar suas atividades.
O apoio de organizações de fomento à con-
servação, segundo Ayer, também foi fundamental
para o sucesso. Com recursos que vieram de dife-
rentes projetos foi possível fazer o plano de ma-
nejo e construir o Centro de Visitantes e as trilhas
suspensas. Agora, o casal busca apoio para con-
cluir a torre de observação, cuja base já está pron-
ta, com capacidade para 20 pessoas. Vale citar que
a reserva também protege animais ameaçados de
extinção, como o lobo-guará (Chrysocyon
brachyurus) e a onça-parda (Felis concolor).

!!
Como
criar RPPNs

!"
O O primeiro passo para criar uma RPPN é
providenciar a documentação obrigatória.
Uma alternativa para agilizar o processo junto
ao órgão ambiental é solicitar auxílio à
associação de proprietários de RPPNs do seu
estado ou região.

Passo-a-passo para a criação

1- Procure o órgão ambiental (federal ou esta-


dual) de sua região;
2 - Você também tem a opção de procurar uma
associação de proprietários de reservas
particulares de seu estado ou região para auxiliar
no processo;
3 - O próximo passo é reunir a documentação
exigida para dar entrada no processo (confira
no anexo II);
4 - Após reunir todos os documentos, encami-
nhe-os ao órgão ambiental escolhido para aná-
lise da documentação e criação da RPPN;
5 - A documentação passará por uma análise
jurídica e técnica;
7 - A próxima fase será a vistoria da área;
8 - Cumprindo todas essas etapas, ocorre a apro-
vação da RPPN pelo órgão ambiental e o reco-
nhecimento legal é publicado no Diário Oficial;
9 - O proprietário tem até 60 dias para registrar
o termo de compromisso da RPPN na matrícula
do imóvel, junto ao Cartório de Registro.
!#
Incentivos

Além de contribuir para conservação da na-


tureza, o proprietário rural e o município rece-
bem incentivos com a criação de RPPNs.
Os principais benefícios para proprietários
rurais são:
Ë A isenção do Imposto Territorial Rural (ITR)
da área criada;
Ë Prioridade na análise de concessão de cré-
ditos agrícolas por bancos oficiais;
Ë
Concessão de recursos do Fundo Nacional
do Meio Ambiente (FNMA), do Ministério
do Meio Ambiente (MMA). Os recursos do
FNMA podem ser captados por meio de or-
ganizações da sociedade civil, fundações ou
órgãos públicos, com objetivo de financiar
projetos que beneficiem a preservação e
conservação da RPPN.

Algumas organizações ambientalistas


possuem programas de apoio às RPPNs que
realizam doações de recursos para proprietários
que desejam efetivar a criação, implementação
ou gestão de uma RPPN.

O principal benefício para municípios com


RPPNs é :
Ë Recebimento de ICMS Ecológico.

O ICMS Ecológico é uma fatia da receita es-


tadual do ICMS que, por lei, deve ser repassada
aos municípios para ser utilizada em atividades
ligadas à conservação do meio ambiente.
Criado no estado do Paraná em 1991, este
mecanismo foi depois instituído em mais dez
estados brasileiros e tem estimulado a criação
de Unidades de Conservação e melhoria da qua-
lidade das áreas.
!$
O valor de repasse para as Já possuem o
prefeituras é calculado a par- repasse do ICMS
tir da quantidade e tamanho Ecológico
das Unidades de Conserva- prefeituras dos
ção localizadas no município. estados de
As RPPNs inseridas contribu-
Amapá, Mato
em para aumentar o repasse
Grosso, Mato
do ICMS municipal.
Grosso do Sul,
Infelizmente, a maior Minas Gerais
parte dos estados não tem Paraná,
legislação e política orga- Pernambuco,
nizadas que possam garan- Rio Grande do
tir que a destinação deste Sul, Rondônia,
recurso será utilizada em São Paulo e
prol de atividades ligadas
Tocantins
ao meio ambiente.
O ICMS Ecológico em
Mato Grosso do Sul foi iniciado em 2001. Ao
longo desses anos, o número de RPPNs passou
de 21 para 33, totalizando 119.000 hectares
de áreas protegidas em 2006. Isso ocorreu de-
vido à divulgação do programa de RPPN esta-
dual às prefeituras, o que possibilita aumentar
o índice ecológico dos municípios.
As organizações ambientais CI-Brasil e WWF-
Brasil. Em parceria com a REPAMS, apóiam os
proprietários na criação de RPPNs e mantêm as
prefeituras informadas por meio de palestras e
reuniões sobre o ICMS Ecológico.
É importante assegurar o constante vínculo
entre os proprietários de RPPN e as prefeituras,
seja por intermédio da participação em Conse-
lhos Municipais de Meio Ambiente ou das as-
sociações de proprietários de RPPNs, para que
a utilização dos recursos do ICMS Ecológico seja
justa e transparente.
Para mais informações sobre o ICMS Ecoló-
gico procure a Secretaria de Estado de Meio
Ambiente de MS (SEMA).
!%
Estímulo à conservação
WWF-Brasil
Desde 1996, o WWF-Brasil incentiva a criação
de RPPNs. O primeiro projeto de campo foi no bioma
Cerrado, com apoio à criação de dez RPPNs na re-
gião da Chapada dos Veadeiros (GO).
O incentivo às RPPNs também faz parte do pla-
no de trabalho do WWF-Brasil na Mata Atlântica.
Em 2001, a organização participou da criação da
RPPN federal Corredor do Iguaçu I (Araupel). Com
5.151 hectares, em propriedade da Araupel S/A, lo-
calizada nos municípios de Nova Laranjeiras e Rio
Bonito do Iguaçu, no Paraná. A área é uma das mai-
ores reservas particulares da Mata Atlântica. O mes-
mo acontece no Rio de Janeiro. O projeto de plane-
jamento da paisagem da Bacia do Rio São João, em
parceria com a Associação Mico Leão Dourado, pos-
sibilitou a criação de 17 RPPNs.
No Mato Grosso do Sul, com o incentivo e apoio
do Programa Pantanal para Sempre, surgiu, em 2003,
a REPAMS. O programa tem trabalhado no fortaleci-
mento institucional da associação e no fomento à cri-
ação e implementação de reservas na bacia pantaneira
(Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai - BAP).
No Mato Grosso, entre 2004 e 2006, a instituição
teve participação direta nas negociações para a cria-
ção da Associação de Proprietários de RPPNs de Mato
Grosso (RPPN Mato Grosso), e apoiou os processos de
criação de oito novas reservas no Vale do Rio Sepotuba,
nas cabeceiras da BAP.
CI-Brasil
O início do trabalho da Conservação Internacio-
nal no Brasil, no fim da década de 80, tem relação
direta com a conservação em terras privadas, mais
especificamente com as RPPNs.
Com a intenção de proteger a maior espécie de
primata das Américas, o muriqui-do-norte, a CI-Brasil
ajudou um proprietário em Caratinga (MG), a man-
ter um remanescente florestal que abriga a maior
população da espécie no Brasil. Hoje, transformada

!&
em RPPN, essa área mostra que é possível manter a
biodiversidade com o envolvimento dos proprietá-
rios privados, numa ação conjunta com o poder pú-
blico na implementação de um sistema eficiente de
áreas protegidas.
Desde essa época, a CI-Brasil vem apoiando pon-
tualmente a criação e a gestão de RPPNs no país.
Em 2003, por meio do Fundo de Parceria para
Ecossistemas Críticos (CEPF3), foi instituído o Progra-
ma de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coor-
denado pela Aliança pela Conservação da Mata
Atlântica. Por meio de editais abertos anualmente,
os proprietários rurais podem receber apoio à cria-
ção de novas reservas ou para gestão de áreas já
reconhecidas, em cinco estados brasileiros: BA, ES,
MG, RJ e SP. Até o momento, foi apoiada a criação
de cerca de 85 novas reservas, totalizando quase
7.000 hectares, além de serem beneficiadas 35 re-
servas nesses estados com apoio para gestão e
implementação.
No Pantanal, a CI-Brasil implementou em 2005
um fundo de apoio às RPPNs nos mesmos moldes
daquele já existente para a Mata Atlântica, e iniciou
o Programa de Apoio às RPPNs do Pantanal, que
contempla dez municípios nos Corredores de
Biodiversidade Serra de Maracaju-Negro e Miranda-
Serra da Bodoquena. O primeiro edital lançado
apoiou a criação de sete reservas, que juntas
totalizam cerca de 2.500 hectares de novas áreas
protegidas, além de apoiar a implementação e ges-
tão de outras dez reservas, que protegem aproxi-
madamente 25.000 hectares.
O grande desafio desses fundos é conseguir
alavancar mais recursos para a manutenção desse apoio
e, na medida do seu crescimento, expandir a sua área
de atuação. Dessa forma, será possível garantir a
sustentabilidade das RPPNs e difundir, entre os proprie-
tários rurais, a idéia: quem conserva merece apoio.

3
Fundo formado com recursos do Banco Mundial, do Fundo para o Meio
Ambiente (GEF), da Fundação Mac Arthur e do governo do Japão para apoiar
ações nos hotspots de biodiversidade. Na Mata Atlântica, parte dos recursos do
Fundo destinam-se ao apoio às Unidades de Conservação, sendo operado pela
Conservação Internacional.

!'
Perguntas freqüentes

Depois de criada a RPPN, posso vender a


propriedade?
Sim. Se você vender sua propriedade, os no-
vos donos e seus herdeiros terão que respeitar
a RPPN, pois não há maneira de revogar o título
de reconhecimento da reserva.
Minha RPPN pode ser desapropriada para
projetos de Reforma Agrária?
A Constituição Federal estabelece no Art. 186
que a função social da propriedade é cumprida
quando, entre outros, atende o requisito de uti-
lização racional e adequada dos recursos natu-
rais disponíveis e preservação do meio ambien-
te. Mas é importante ressaltar que uma RPPN
não poderá ser desapropriada para fins sociais,
uma vez que já cumpre o seu papel social com a
proteção do Patrimônio Natural ali existente.
É permitida criação de gado na RPPN?
Não. O pisoteio altera as características na-
turais dos ecossistemas.
Onde posso e devo criar minha RPPN?
As RPPNs devem ser criadas em áreas que
tenham algum potencial para conservação de
espécies de fauna e de flora para que possam
promover a conectividade entre áreas que ain-
da possuem remanescentes bem conservados.
Qual a diferença entre Reserva Legal e RPPN?
Reserva Legal é a manutenção de uma per-
centagem da área nativa conservada na propri-
edade, sendo obrigação do proprietário, con-
forme determina o Código Florestal. Essa per-
centagem varia de acordo com a região do país.
A Reserva Legal não é um ato voluntário do pro-
prietário. É o cumprimento da lei. Já a RPPN é
"
criada por ato voluntário do proprietário que
decide ter uma Unidade de Conservação em suas
terras.
A RPPN pode se sobrepor à Reserva Legal?
Sim. Como a RPPN é uma área que possui
maior restrição de uso do que a Reserva Legal,
ela pode se sobrepor a essa última. Da mesma
forma, a RPPN pode conter, no seu perímetro,
Áreas de Preservação Permanente (APPs), como,
por exemplo, as matas ciliares.
Quais atividades podem ser desenvolvi-
das na RPPN?
Turismo de observação da natureza, educa-
ção ambiental, capacitação, pesquisa e visitação
são as principais atividades desenvolvidas pelas
RPPNs no Brasil. Para cada uma dessas ativida-
des é necessária uma avaliação do potencial da
área, bem como das necessidades de manejo
visando causar o menor impacto possível sobre
o ambiente.

ICMS Ecológico é mais um imposto


que eu vou ter que pagar?
Não. O ICMS Ecológico é um tributo que o
governo estadual repassa aos municípios que
têm em seu território áreas protegidas (Uni-
dades de Conservação e Terras Indígenas), e é
proporcional ao tipo de área existente e à ex-
tensão dessas áreas. No estado de MS, por
exemplo, as RPPNs representam o segundo
maior índice para cálculo do valor a ser repas-
sado, ficando atrás dos Parques Nacionais,
mais restritivos em termos de uso. Quando o
proprietário resolve criar uma RPPN no estado
que possui mecanismo de ICMS Ecológico,
além de estar contribuindo para a proteção
da biodiversidade, também está colaborando
com a arrecadação do seu município.

"
Implementando
RPPNs

"
C Como qualquer outra Unidade de Conserva-
ção pertencente ao SNUC, é necessário que o
proprietário rural realize estudos sobre a sua área
para elaboração do Plano de Manejo. Esse estu-
do contribuirá para aumentar o conhecimento
sobre a reserva e promover um manejo adequa-
do dos recursos naturais, resultando em efici-
ente uso e gestão da área.
É importante ressaltar que há necessidade da
realização do Plano de Manejo no prazo máximo
de cinco anos a partir da data de criação da RPPN.
Até que seja estabelecido o Plano de Manejo na
reserva, somente serão permitidas atividades e
obras destinadas a garantir a sua proteção, fisca-
lização e a realização de pesquisas científicas.
O documento deve abordar todos os aspec-
tos referentes à RPPN, desde a legislação sobre
as atividades desenvolvidas até as normas que
deverão ser seguidas dentro da reserva. Esse
documento orienta o proprietário na adminis-
tração e no gerenciamento de toda a área.

O que é Plano de Manejo?


O Plano de Manejo é um documento de planeja-
mento onde são definidas as linhas básicas de funci-
onamento da reserva. Toda RPPN deve ter o seu Pla-
no de Manejo e, mais do que simplesmente ter, deve
fazer com que esse seja de fato útil para orientar to-
das as ações que serão realizadas dentro da reserva,
bem como nas suas relações com atividades do en-
torno e com a região em que se insere.

"!
Roteiro Metodológico

Facilitando o planejamento

O Roteiro Metodológico define uma série


de orientações e recomendações que devem ser
seguidas na elaboração do Plano de Manejo. É
importante que o proprietário conheça o con-
teúdo do material para que, de fato, a publica-
ção seja um instrumento de uso fácil e efetivo
na definição das ações na RPPN.
Planejar é basicamente "pensar antes de agir".
Quando se trata de uma área protegida, como
uma Unidade de Conservação, planejar signifi-
ca definir de forma clara e objetiva quais serão
as estratégias a serem usadas para garantir a
proteção dos recursos naturais.
A lei que institui o Sistema Nacional de Uni-
dades de Conservação (SNUC) define como ob-
jetivos principais das reservas privadas a realiza-
ção de atividades de educação ambiental, pes-
quisas científicas e turismo, além do objetivo
principal de qualquer Unidade de Conservação,
que é a proteção da biodiversidade e a garantia
de manutenção dos processos ecológicos. Por-
tanto, o planejamento de uma reserva privada
deve ser direcionado para aquilo que se preten-
de executar na área.
""
Um exemplo bastante claro é o de uma re-
serva que tem como atividade básica a visitação
turística. Se for detectada a presença de espé-
cies de fauna ou de flora sob algum nível de
ameaça, e que, por isso, requeiram cuidados
especiais, há de se ter o devido cuidado com a
definição das diferentes zonas e seus respecti-
vos usos, evitando que áreas importantes para
essas espécies sofram impacto na visitação.
As atividades de pesquisa, muitas vezes apon-
tadas como sendo de pouco impacto, devem ser
devidamente planejadas de forma a propiciar
que o objeto da pesquisa seja devidamente pro-
tegido, e que as atividades necessárias para o
estudo não prejudiquem a integridade das po-
pulações da espécie e da área como um todo.
Abertura de trilhas para circulação de pesquisa-
dores, formação de clareiras para a instalação
de armadilhas, observatórios e acampamentos,
uso de instrumentos inadequados e, até mes-
mo, a coleta indiscriminada de espécimes da flo-
ra e da fauna são alguns exemplos de ações co-
muns em trabalhos de pesquisa que podem tra-
zer impactos negativos variados.

Etapas do planejamento

De acordo com Ferreira et. al. (2004), o Pla-


no de Manejo pode ter dez grandes etapas, po-
dendo ser inseridas outras no processo de pla-
nejamento, dependendo das condições, neces-
sidades ou prioridades para o manejo. Veja a
seguir uma breve descrição dessas etapas
sugeridas:

1) Estabelecendo parcerias
Para diminuir e otimizar custos, o proprietário
deve procurar identificar e estabelecer parcerias
"#
e outras formas de cooperação para a elabora-
ção do Plano de Manejo, seja com universidades,
prefeituras, secretarias, organizações locais, Ongs
e pesquisadores que podem deter informações
aplicáveis à elaboração do documento.

2) Composição da equipe
Dependendo do tamanho da RPPN e da dis-
ponibilidade de recursos, o Plano de Manejo pode
ser elaborado e coordenado pelo proprietário
rural. Por ser uma atividade que requer conheci-
mento de diversas áreas e, principalmente, práti-
ca da metodologia de elaboração desse documen-
to, com ênfase no planejamento, é aconselhável
a contratação de um profissional ou equipe. É
importante que o proprietário se envolva tecni-
camente para o maior sucesso do trabalho.

3) Levantamento de informações
Essa é a fase de levantamento bibliográfico e
cartográfico, na qual serão buscadas as infor-
mações já disponíveis na literatura, em institui-
ções locais, regionais e nacionais, e junto a téc-
nicos e pesquisadores. Materiais como imagens
de satélite e mapas podem ser adquiridos sem
custo no IBAMA, SEMA, IBGE, INPE ou outras
instituições públicas.

4) Planejamento dos trabalhos,


cronogramas de atividades e custos
O planejamento envolve a necessidade de se
conhecer a logística, os meios e todas as formas
de apoio com as quais a equipe de elaboração
do plano vai contar. Em uma primeira etapa,
podem estar envolvidos somente o proprietário
da RPPN e o coordenador do plano.
Em seguida, todos têm que estar presentes
"$
para acompanhar as explicações de nivelamento
dos conhecimentos e da metodologia, ajudando
na definição de todas as etapas e seus custos.
Nessa fase, serão identificadas a duração e a
época em que cada passo será dado, sendo de-
talhados todos os procedimentos de coleta de
informações e dados de campo. Essa etapa deve
ser reavaliada periodicamente para melhor an-
damento do trabalho.

5) Levantamentos de campo
Consiste em visitas à RPPN e ao seu entorno
para reconhecimento e levantamento dos seus
aspectos gerais: pontos fortes e fracos, proble-
mas, ameaças e oportunidades para seu funcio-
namento. É nessa ocasião que são feitas todas
as coletas de material biológico e da
socioeconomia, de acordo com as característi-
cas da RPPN e seu entorno.

"%
Nessa oportunidade, também são feitas as vi-
sitas e entrevistas com autoridades locais, vizinhos
e com todas as instituições que possam influen-
ciar de alguma maneira o manejo da RPPN.

6) Tratamento das informações


O coordenador do plano deve assegurar que
os profissionais envolvidos apontem as princi-
pais recomendações para o manejo da RPPN, a
partir dos seus conhecimentos e dos que foram
obtidos, e como tais dados podem influenciar
os programas de manejo, sugerindo, especial-
mente, as principais pesquisas a serem realiza-
das na RPPN, indicando fontes de financiamen-
to, entre outras especificidades e contribuições.

7) Desenho do planejamento
Essa é a etapa específica da definição das
atividades e normas para a RPPN, ou seja, trata
da estratégia de manejo que será delineada a
partir do cruzamento e da integração de todo
o conhecimento obtido na fase dos levanta-
mentos e tratamento das informações, que é o
diagnóstico.
O início dos trabalhos dá-se pela definição
dos objetivos específicos de manejo, seguin-
do-se o desenho do zoneamento da RPPN. Logo
após, são escolhidas as áreas de atuação den-
tro de cada zona, para as quais são definidas
as atividades e normas que levarão ao funcio-
namento da RPPN como um todo.

8) Aprovação pelo órgão ambiental


Logo após a aprovação do plano pelo pro-
prietário, vem a etapa da entrega ao órgão
ambiental estadual e federal para análise e
aprovação institucional e final, quando, então,
"&
o Plano de Manejo estará pronto para divulga-
ção e implementação.

9) Divulgação do plano
Essa etapa é desejável, mas pode ocorrer si-
multaneamente à implementação do plano. A sua
divulgação vai fortalecer a existência da RPPN, pois
demonstrará o quanto o proprietário está com-
prometido com os objetivos de criação da UC,
além de facilitar o conhecimento da área por in-
teressados, servindo, ainda, de modelo a ser se-
guido por outros.

10) Implementação do plano


A implementação é o passo principal de um
Plano de Manejo. Sem isso, não faz sentido ele
ter sido elaborado. É a partir desse instrumen-
to de planejamento que o proprietário tem a
maioria e as melhores referências e orientações
para implantar a sua RPPN.

"'
Como realizar
o diagnóstico

#
O O diagnóstico é uma etapa fundamental no
planejamento e no manejo de qualquer Unida-
de de Conservação, pois traz as informações so-
bre os diferentes aspectos da área, como com-
posição da fauna e da flora, constituição geoló-
gica, principais feições de relevo e característi-
cas socioeconômicas regionais, entre outras.
Para a realização de um diagnóstico é ne-
cessário que sejam contempladas pelo menos
três escalas de área: a propriedade como um
todo, a reserva e a região do entorno. Para cada
uma dessas escalas, o grau de complexidade
dos diagnósticos pode ser diferente, não sen-
do necessária, para todas essas áreas de
abrangência, a coleta de dados primários, isto
é, dados coletados diretamente em campo.
Em geral, esse trabalho é feito por equipes
multidisciplinares. A contratação de diversos es-
pecialistas para elaboração de um diagnóstico
completo tem custo elevado, o que torna inviável,
para alguns proprietários, cobrir todos os temas
sugeridos no roteiro metodológico com informa-
ções resultantes de dados primários. Alguns te-
mas, no entanto, são imprescindíveis para uma
boa caracterização da área, permitindo, assim, a
realização de um diagnóstico adequado e, con-
seqüentemente, de um bom planejamento.
Em relação aos fatores relacionados ao meio
físico, também chamados de fatores abióticos4,
são mais relevantes temas como geologia e re-

4
Abióticos: componentes do ecossistema que não incluem os seres vivos.
Exemplos: substâncias minerais, os gases e os elementos climáticos isolados.
Fonte: Mini Aurélio - 2001

#
levo, visando levantar possíveis pontos de maior
fragilidade quanto à erosão ou então áreas po-
tenciais para visitação em função de atrativos cê-
nicos, montanhas e cavernas, entre outros.
Já a hidrografia, com potenciais atrativos
como cachoeiras e locais de banho, rios e suas
respectivas matas ciliares, representam impor-
tantes vias de deslocamentos de várias espécies
da fauna e, em muitos ca-
sos, são utilizados como
Fazem parte do mananciais para abasteci-
diagnóstico mento humano.
biótico, a Em relação ao meio
vegetação, biótico5, em geral fazem
além de alguns parte dos diagnósticos a
grupos de vegetação, além de alguns
fauna grupos da fauna (nota-
damente de vertebrados),
como mamíferos, aves, rép-
teis e anfíbios. Um bom diagnóstico da vegeta-
ção é fundamental para a definição dos dife-
rentes ambientes na área de abrangência do
Plano de Manejo. Essa etapa permite a carac-
terização das diferentes zonas da reserva para
fins do zoneamento. A definição dos diferen-
tes tipos de cobertura vegetal deve ser feita em
uma escala compatível com os objetivos de pla-
nejamento da reserva.
Muitas vezes, ao adequar-se as diferentes
fisionomias à proposta de classificação do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
conforme sugerido no Roteiro Metodológico,
perde-se qualidade de informação em função
da escala de mapeamento. Pode ser feita uma
combinação entre a classificação proposta pelo
IBGE e alguma outra que seja mais adequada
localmente, inclusive usando terminologia que
seja de conhecimento dos gestores e demais
envolvidos com o manejo da reserva.
Biótico: Relativo aos organismos vivos e aos processos vitais. Fonte: Aurélio 2001
5

#
Os grupos de fauna mais usualmente diag-
nosticados nos Planos de Manejo das Unidades
de Conservação são os de vertebrados, pois além
de serem mais fáceis de reconhecimento, po-
dem funcionar como bons indicadores
ambientais. Os invertebrados, dentre os quais
os insetos, maior grupo de organismos vivos,
funcionam muito bem a esses propósitos, po-
rém são de mais difícil captura e identificação,
exigindo a contribuição de diversos especialis-
tas nesse trabalho.
Enquanto entre os vertebrados temos relativa-
mente poucas espécies, so-
mente num grupo de inse-
tos é possível obter-se
listagens com mais de uma O diagnóstico
centena de espécies, muitas deve ser
das quais ainda desconheci- direcionado
das pela Ciência. Sugere-se aos objetivos
que um inventário detalha- da área e à sua
do dos diversos grupos de inserção
invertebrados seja realizado regional
dentro dos programas de
pesquisa da reserva após a
elaboração e aprovação do
Plano de Manejo, e se alguma "novidade" interes-
sante nesses grupos for encontrada, que seja
considerada por ocasião da revisão do plano.
Outros pontos importantes a serem conside-
rados na elaboração dos diagnósticos relacio-
nam-se à visitação na área, à infra-estrutura dis-
ponível para a gestão da reserva (tanto de pes-
soal como de edificações e benfeitorias), à dis-
ponibilidade de equipamentos para uso na área,
além de outros aspectos devidamente listados
no Roteiro Metodológico.
O importante é ressaltar que o diagnóstico
de uma RPPN para fins de planejamento deve
ser bem direcionado aos objetivos da área e à
sua respectiva inserção no contexto regional.
#!
Nesse sentido, reunir os especialistas responsá-
veis pela produção dos diagnósticos em um se-
minário de planejamento, no qual cada um con-
tribua dentro de sua respectiva especialidade
para um entendimento mais geral da área e de
sua importância para a conservação, pode ser
uma excelente opção para fazer com que o ma-
nejo da reserva seja feito em bases mais consis-
tentes e adequadas.
Quanto aos demais níveis de diagnóstico,
como da área da propriedade e do seu respec-
tivo entorno, o objetivo principal é detectar de
que forma podem ser potencializados os es-
forços de conservação, como, por exemplo, por
meio da promoção de conexões com outras
áreas protegidas existentes na região, além de
verificar como as atividades em curso na pro-
priedade ou no seu entorno podem concorrer
com os objetivos de conservação da reserva.
Ainda deve ser lembrado que todas as infor-
mações dos diagnósticos, sejam elas primárias
ou secundárias, devem estar devidamente
georreferenciadas, ou seja, vinculadas às coor-
denadas geográficas que situem exatamente
onde o dado foi coletado, de forma a permitir
que seja feito o devido monitoramento dessas
informações ao longo do desenvolvimento das
diferentes atividades planejadas para a área.
#"
Os mapas e plantas temáticas são excelentes
formas de espacialização das informações dispo-
níveis em um diagnóstico. Vale lembrar que, no
caso de informações secundárias, nem sempre é
possível obter dados que permitam uma
espacialização. Nas plantas e mapas, podem ser
sistematizadas e compiladas diferentes bases de
dados, sejam resultantes de trabalhos já existen-
tes na região em questão, seja daqueles proveni-
entes dos inventários e levantamentos feitos por
ocasião do Plano de Manejo da reserva.

Dicas para um bom diagnóstico:

Ë Certifique-se que a equipe de especialistas


responsável pelos levantamentos seja, de
fato, experiente nesse tipo de trabalho, pois
uma simples listagem de espécies não res-
ponde de forma satisfatória aos objetivos de
manejo de uma RPPN.
Ë Caso haja necessidade de coleta de material
biológico para realização dos levantamentos
que subsidiarão o diagnóstico, certifique-se
que os responsáveis pelos diferentes grupos
tenham licença de coleta e transporte de
material biológico, e que esse material, após
o devido uso, seja destinado a alguma cole-
ção científica, de universidade ou centro de
pesquisa na região.
Ë Procure estabelecer parcerias com instituições
de pesquisa e ensino para a realização dos
diagnósticos, preferencialmente com aque-
las situadas próximas à região da reserva, pois
isso pode reduzir substancialmente os cus-
tos com pagamentos de consultores e demais
despesas relacionadas.
Ë Caso não haja recursos suficientes para reali-
zar inventários em campo e coleta de dados
primários de fauna e flora, dê preferência por
inventariar grupos que sejam mais relevan-
##
tes do ponto de vista de conservação, com
vistas a detectar a ocorrência de espécies ra-
ras, ameaçadas e/ou endêmicas (que só exis-
tem em determinadas regiões). Em geral, são
avaliados os grupos das aves, mamíferos e
anfíbios, representando tanto os ambientes
terrestres como os aquáticos, assim como a
transição entre esses.
Ë Comunique à equipe que realizará o diag-
nóstico sobre a necessidade de geor-
referenciar os dados, para que seja devida-
mente previsto o custo para obtenção de
imagens e bases cartográficas, e garanta a
presença de profissional que utilize adequa-
damente as diferentes ferramentas de
geoprocessamento.
Ë E lembre-se: o diagnóstico é uma etapa im-
portante do Plano de Manejo mas não é um
trabalho de caráter acadêmico e/ou meramen-
te científico. Portanto, garanta junto à equipe
executora que as informações produzidas con-
tribuirão de fato para o bom planejamento
da área, de forma que a reserva atinja seus
objetivos de proteção da biodiversidade, as-
sociados aos objetivos mais específicos, como
turismo, pesquisa científica, proteção de sítios
históricos ou culturais, entre outros.

Zoneamento de áreas

Zonear a reserva significa definir áreas cujos


usos são diferenciados, de forma a atender aos
objetivos da reserva, sendo que cada área defi-
nida ou zona terá um objetivo específico, e,
portanto, estará sujeita às normas específicas
que atendam a esses objetivos.
O Roteiro Metodológico define seis zonas nas
RPPNs, entretanto, para a melhor aplicabilidade
desses conceitos no contexto regional, sugerimos:
#$
ZONA O QUE É? O QUE PODE SER FEITO?
Silvestre É aquela que contém áreas inalteradas, com me- Conservação da biodiversidade, pesquisa e monitoramento, proteção e
lhor estado de conservação, com características ex- fiscalização (a instalação de infra-estrutura deve atender apenas a essas
cepcionais, maior fragilidade ambiental e que fun- finalidades).
ciona como reserva de recursos genéticos silvestres.
Proteção São áreas naturais com pouca intervenção humana. Pesquisa e monitoramento, proteção e fiscalização, formas de visitação de
baixo impacto (turismo científico, observação de vida silvestre, trilhas e acam-
pamentos rústicos). A infra-estrutura deve ser voltada para o controle e a
fiscalização (postos e guaritas de fiscalização, aceiros, portão de entrada,
estradas de acesso, trilhas de fiscalização e torres de observação), e não
deve comprometer o ambiente.
Visitação São áreas naturais com pouca alteração humana, de Conservação, turismo e educação ambiental. Esta zona permite a instala-
relevante beleza cênica. ção de infra-estrutura de baixo impacto.
Transição É uma faixa ao longo do perímetro da reserva, ser- Poderá receber toda a infra-estrutura e serviços da RPPN.
vindo de área de proteção, que possa absorver/amor-
tecer os impactos provenientes da área externa.
Recuperação São áreas alteradas que precisam ser recuperadas. Recuperação espontânea ou induzida com acompanhamento técnico.

#%
Pode ocorrer visitação, desde que não comprometam a recuperação.
Exemplos de Zoneamento

#&
#'
Programas de Manejo

A principal iniciativa para se implementar uma


RPPN é a elaboração de seu Plano de Manejo.
Na elaboração do documento, o proprietário da
RPPN deverá descrever em detalhes as ações es-
pecíficas que pretende desenvolver na reserva e
em que áreas do planejamento irão se encaixar,
dependendo do objetivo de uso da área. Por-
tanto, os Programas de Manejo descreverão as
atividades e normas para cada tipo de uso esco-
lhido para a RPPN.
O Roteiro Metodológico Federal para elabo-
ração dos Planos de Manejo sugere seis temas,
que poderão ser adotados em parte ou comple-
tamente, dependendo do uso pretendido na
RPPN. Os temas são os seguintes:
1) Programa de Administração: Neste tema,
deverão ser descritas todas as atividades e nor-
mas referentes à administração da unidade, tais
como: infra-estrutura (edificações, sinalização, tri-
lhas etc.), gestão de pessoal e gestão financeira.
2) Programa de Proteção e Fiscalização: Todas
as atividades e normas referentes à proteção e
conservação da unidade e de segurança de quem
se encontra nela deverão ser descritas neste tema.
Por exemplo: manutenção e identificação das cer-
cas, definição dos postos e pontos de fiscalização
e controle, ações de prevenção e combate aos in-
cêndios, salvamento e resgate de turistas.
3) Programa de Pesquisa e Monitoramento:
Esse item poderá ser utilizado para indicar as
potencialidades de pesquisas científicas dentro
da RPPN e também poderá detalhar informações
quanto a infra-estrutura de atendimento e de
apoio aos pesquisadores. Também define a for-
ma como a RPPN vai desenvolver seu moni-
toramento ambiental.
4) Programa de Visitação: Esse programa é
necessário quando o proprietário optar por ati-
$
vidades de turismo e/ou de educação ambiental
em sua RPPN. Mas nada impede que, mesmo
não pretendendo desenvolver tais atividades
imediatamente, você já possa prevê-las em seu
planejamento. Aqui deverão estar descritas em
detalhes, por exemplo, a infra-estrutura de apoio
ao visitante, sinalização específica, capacitações,
dentre outras atividades e normas.
5) Programa de Sustentabilidade Econômi-
ca: A estratégia de captação de recursos da RPPN
poderá ser exercitada neste tema. Este progra-
ma tem o objetivo de apontar possíveis fontes
de financiamento ou desenvolvimento de ativi-
dades produtivas sustentáveis (de baixo impac-
to ambiental) no entorno da unidade.
6) Programa de Comunicação: O planeja-
mento de estratégias de marketing e divulga-
ção de sua RPPN, seus objetivos, atividades e o
qual oferece ao público externo, poderá ser des-
crito neste programa, além de ações de comu-
nicação com a população do entorno, órgãos
e entidades do município.

Projetos Específicos

Para cada programa (tema) citado acima,


poderão já existir projetos em desenvolvimento
ou em fase final de planejamento antes da ela-
boração do Plano de Manejo e outros que po-
derão ser criados durante ou após a conclusão
do mesmo. Esses projetos, por se tratarem de
ações específicas e direcionadas a objetivos e
resultados concretos, são chamados de Proje-
tos Específicos. Exemplos:
Ë Projeto de construção da passarela de aces-
so às cachoeiras;
Ë Projeto de elaboração da logomarca da RPPN;
Ë Projeto de capacitação de educadores
ambientais;
Ë Projeto de conservação de fauna ou flora.
$
Considerações
finais

$
A Além de preservar belezas cênicas e ambien-
tes históricos, as RPPNs assumem cada vez mais,
objetivos de proteção de recursos hídricos, ma-
nejo de recursos naturais, desenvolvimento de
pesquisas científicas, manutenção de equilíbri-
os climáticos, entre vários outros serviços
ambientais que recém começamos a entender e
valorizar. Proteger a diversidade biológica de um
país é compromisso de todos os setores da soci-
edade e não apenas ação do Poder Público.
É preciso união, integração e organização na
busca de maior integração e intercâmbio de in-
formações e experiências para que as RPPNs con-
tinuem sendo exemplo de cidadania e respon-
sabilidade socioambiental.
Procure informações, tire suas dúvidas quan-
to à criação e gestão de RPPNs. Essas informa-
ções podem ser obtidas nos órgãos ambientais
de seu estado ou município, ou ainda nas asso-
ciações de proprietários de RPPNs de sua região.
Para informações no estado de Mato Grosso
do Sul procure a SEMA, IBAMA ou ainda a
REPAMS. Defender, preservar e conservar os re-
cursos naturais, promovendo assim o desenvol-
vimento sustentável, e incrementando a criação,
implantação e gestão das RPPNs é o trabalho
que vem sendo desempenhado pela REPAMS no
estado. A conservação da biodiversidade é o
desejo de deixar o patrimônio natural como he-
rança para essa e as futuras gerações!

$!
Instituições
de apoio e
associações
de RPPNs

$"
Instituições
de apoio

Conservação Internacional (CI-Brasil)


Rua Paraná, 32 - Jardim dos Estados
CEP: 79002-210 - Campo Grande/MS
Fone: (67) 3326-0002
E-mail: [email protected]
Site: www.conservation.org

Fundação Cristalino
Av. Perimetral Oeste, 2001
CEP: 78580-000 - Alta Floresta/MT
Fone/fax: (66) 3521-8513
E-mail: [email protected]
Site: www.fundacaocristalino.org.br

Fundação Ecotrópica
Rua 3, nº 391 - Boa Esperança
Cep 78068-370 - Cuiabá/MT
Fone/fax: (65) 3052-6615/6619
E-mail: [email protected]
Site: www.ecotropica.org.br

Fundação Estadual de Meio Ambiente


(FEMA - MT)
Rua C, S/Nº - Palácio Paiaguás
CEP: 78050-970 - Cuiabá/MT
Fone/fax: (65) 3613-7224/7252
E-mail: [email protected]

Fundação Neotrópica do Brasil


Rua 2 de outubro, 165 - Bairro Recreio
CEP: 79290-000 - Bonito/MS
Fone/fax: (67) 3255-3462
E-mail: [email protected]
Site: www.fundacaoneotropica.org.br

Fundação O Boticário de Proteção


à Natureza
Rua Gonçalves Dias, 225 - Batel
Cep: 80240-340 - Curitiba/PR
Fone: (41) 3482-1506/3340-2648
Site: www.boticario.com.br

$#
Fundação Pró Natureza (FUNATURA)
SCLN 107, Bloco B. salas 201/207
CEP 70743-520 - Brasília/DF
Fone/Fax: (61) 3274-5449/5324
E-mail: [email protected]
Site: www.funatura.org.br

Fundo Brasileiro para Biodiversidade (FUNBIO)


Largo do IBAM, 01 - 6º andar - Humaitá
CEP: 22271-070 - Rio de Janeiro/RJ
Fone/fax: (21) 2123-5300/5354
E-mail: [email protected]
Site: www.funbio.org.br

Gerência de Conservação de Biodiversidade


(SEMA-MS/IMAP)
Rua Desembargador Leão Neto do Carmo, S/Nº
Setor 3 - Q 3, Parque dos Poderes.
CEP: 790031-902 - Campo Grande/MS
Fone/fax: (67) 3318-5660/5676
Site: www.sema.ms.gov.br

IBAMA/DIREC
Ed. Sede - Bloco ASCEN - Setor de Clubes
Esportivos Norte, Trecho 2
CEP: 70818-900 - Brasília/DF
Fone: (61) 3316-1756
Site: www.ibama.gov.br

Instituto Ambiental do Paraná (IAP)


Rua Engenheiro Rebouças, 1.206
CEP: 82215-100 - Curitiba/PR
Fone: (41) 3213-3700
E-mail: [email protected]
Site: www.pr.gov.br/iap

Instituto de Estudos Socioambientais


do Sul da Bahia (IESB)
R. Major Homem Del Rei, 147 - Cidade Nova
CEP: 45652-180 - Ilhéus/BA
Fone: (73) 3634-2179
E-mail: [email protected]
Site: www.iesb.org.br

WWF-Brasil (Escritório Regional MS)


R. 13 de Maio, 2500, sala 108 - Centro
CEP: 79002-356 - Campo Grande/MS
Fone: (67) 3325-0087
E-mail: [email protected]
Site: www.wwf.org.br/pantanal

$$
Associações de
RPPNs no Brasil

Associação Capixaba do Patrimônio


Natural (ACPN)
Rua Chapot Presvot, 99 / 801
Barro Praia do Canto
CEP: 29045-410 - Vitória/ES
Fone: (27) 9973-1250
E-mail: [email protected]

Associação Matogrossense de Proprietários


de RPPNs (RPPN-MT)
Caixa Postal 224
CEP: 78300-000 - Tangará da Serra/MT
Fone: (65) 9987.2253
E-mail: [email protected]

Associação Paranaense de Proprietários


de RPPNs (RPPN Paraná)
Instituto Ambiental do Paraná - IAP
Rua Engenheiro Rebouças, 1260
CEP: 80215-100 - Curitiba/PR
Fone: (41) 3213-3700
Fax: (41) 3333-6161

Associação do Patrimônio Natural (APN/RJ)


Rua Jorge Emílio Fontenelle 450 bloco 2A/ 302
Recreio dos Bandeirantes
CEP: 22790-147 - Rio de Janeiro/RJ
Fone: (21) 2437-6903
E-mail: [email protected]

Associação Pernambucana de Proprietários


de RPPNs (APPN)
Rua Demócrito de Souza Filho 105 - 1º andar
CEP: 53130-330 - Recife/PE
Fone: (81) 3342-2068
E-mail: [email protected]

$%
Associação de Proprietários de RPPNS do
Ceará, Piauí e Maranhão (ASA BRANCA)
Av. Santos Dumont 3060, sala 514
CEP: 60150-161 Fortaleza/CE
Fone/fax: (85) 4006-8079/8079
E-mail: [email protected]
Site: www.acaatinga.org.br/asabranca

Associação de Proprietários de RPPNs


de Mato Grosso do Sul (REPAMS)
Rua Alagoas, n° 196 - sala 12
Centro Empresarial Jardim dos Estados
CEP: 79020-120 - Campo Grande/MS
Fone/Fax: (67) 3025-7462
E-mail: [email protected]
Site: www.repams.org.br

Associação de Proprietários de Reservas


Particulares da Bahia (PRESERVA)
Rua Inocêncio Correia, 122, Térreo Pontal
CEP: 45654-460 - Ilhéus/BA
Fone/Fax: (73) 3633-7114 / 9961-4997
E-mail: [email protected]
Site: www.preserva.org.br

Associação dos Proprietários de RPPNs de


Goiás e do Distrito Federal (APRPPN GO/DF)
SCN Q 01 Bloco C Conjunto 309
Edifício Brasília Trade Center
CEP: 70711-902 - Brasília/DF
Fone/fax: (61) 3328-3247/5116
E-mail: [email protected]

Associação dos Proprietários de RPPNs de


Santa Catarina (RPPN Catarinense)
Caixa Postal 6220
CEP: 89204 971 - Joinville/SC
Fone: (47) 3449-5104
E-mail: [email protected]

Associação dos Proprietários de Reservas


Particulares dos Estados de RN, AL e PB
(MACAMBIRA)
Rua General Portugal Ramalho, 58, Bairro Farol
CEP: 57055-310 - Maceió/AL
Fone: (82) 3032-4969
E-mail: [email protected]

$&
Associação dos Proprietários de RPPNs do
Bioma Amazônico e Colaboradores da
Natureza (ARBIAM)
Rua Cametá, Q 2 Casa 9 - Conjunto Débora
CEP: 69078-510 - Manaus/AM
Fone: (92) 3611-1601
E-mail: [email protected]

Associação de RPPNs e Reservas


Privadas de Minas (ARPEMG)
Fazenda Lagoa - Monte Belo
CEP: 37115-000 - Minas Gerais/MG
E-mail: [email protected]

Confederação Nacional de RPPNs (CNRPPN)


Rua Xavier da Silva,1644, Centro
CEP: 85010-220 - Guarapuava/PR
Fone: (42) 3622-0800
E-mail: [email protected]
Site: www.rppnbrasil.org.br

Federação das Reservas Ecológicas


Particulares do Estado de São Paulo
(FREPESP)
Rua João Caetano, 175 - 2º andar, Marapé
CEP: 11070-311 - Santos/SP
Fone: (13) 3225-3542
E-mail: [email protected]
Site: www.frepesp.org.br

$'
Referências
bibliográficas e
complementares

%
Referências bibliográficas

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176. USDF Forest Service, 1985.

USDI. National Park Service. Visitor impact and resource


protection: a process for addressing visitor carrying capacity
in the national park system. Denver: Denver Service Center,
1993.

WRI/GEA, A.C. El proceso de evaluación rural participativa.


Uma propuesta metodológica. Programa de Manejo
Participativo de Recursos Naturales. 1992. (Cuaderno Num. 1.
México, D.F.).

WWF-Brasil. Reservas Particulares do Patrimônio Natural. Pro-


grama Pantanal para Sempre. 2000. 2ª edição.

WWF-US. Um guia para elaboração de propostas. Washing-


ton, DC: WWF-US/ Programa de Desenvolvimento
Organizacional. 1991.

%"
Dicas de Sites

Aliança para Conservação da Mata Atlântica


www.aliancamataatlantica.org.br
Ambiente Brasil
www.ambientebrasil.com.br
Associação Caatinga
www.acaatinga.org.br
Bird Life International
www.birdlife.org
CNPRPN
www.rppnbrasil.org.br
Conservação Internacional
www.conservacao.org
Funatura
www.funatura.org.br
Funbio
www.funbio.org.br
Fundação Biodiversitas
www.biodiversitas.org.br
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza
www.fundacaoboticario.org.br
Fundo Nacional do Meio Ambiente
www.mma.gov.br
Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia
www.iesb.org.br
Instituto de Pesquisas Ecológicas
www.ipe.org.br
União Mundial para a Conservação da Natureza
www.iucn.org.br
Rede Aguapé
www.redeaguape.org.br
Sociedade para a Preservação da Vida Silvestre
www.spvs.org.br
SOS Mata Atlântica
www.sosma.org.br
WWF-Brasil
www.wwf.org.br

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Anexos
Anexo I
Mapa atualizado das RPPNs do MS
(Encartado nessa publicação)

Anexo II
Documentação exigida para criar RPPN
a) Cópia autenticada da cédula de identidade
do proprietário e do cônjuge, ou procurador, ou
do representante legal, quando pessoa jurídica;
b) Pessoa jurídica: contrato social atualizado,
indicando o representante legal;
c) Prova de quitação do Imposto sobre a Proprie-
dade Territorial Rural (ITR), correspondente aos
últimos cinco exercícios, ressalvados os casos de
inexigibilidade e dispensa previstos no art. 20
da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1.996,
ou certidão negativa de ônus expedida pelos
órgãos competentes;
d) Certificado de Cadastro do Imóvel Rural (CCIR)
do último ano;
e) Título de domínio, com a certidão
comprobatória da matrícula atualizada e do re-
gistro do imóvel em nome do atual adquirente
onde incidirá a RPPN, acompanhada da cadeia
dominial ininterrupta e válida desde a sua ori-
gem ou cinqüentenária;
f) Quando não for possível obter a certidão
cinqüentenária exigida neste ato, o proprietário
deverá apresentar a cópia do pedido corresponden-
te, acompanhado de certidão atual do registro do
imóvel fornecida pelo oficial de Registro de Imóveis
da circunscrição judiciária da propriedade;
g) Mapa ou planta da área total do imóvel indi-
cando os limites, os confrontantes, a área a ser
reconhecida, quando parcial, e a localização da
propriedade no município ou região.
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Anotações

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Anotações
Anotações

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