TCC - Supervisão

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 12

O PAPEL DO SUPERVISOR EDUCACIONAL

Sara Santos dos Anjos1


Maria Elizete2

Resumo
Este trabalho foi desenvolvido visando apresentar o Papel do Supervisor Educacional
Como mediador e transformador no espaço escolar, analisando os fenômenos e funções
da assessoria pedagógica, considerando os vários papéis em que o Supervisor
Educacional pode desempenhar, por meio de pesquisas bibliográficas de diferentes
estudiosos. Percebeu-se a preocupação em torno das atividades, que o Supervisor deve
realizar dentro do espaço escolar, pois este profissional é um elemento importantíssimo,
na construção dos projetos políticos pedagógicos, juntos aos profissionais que integram
o ambiente escolar. Para explicar este tema, antes de tudo, existe a necessidade de
conhecer um pouco mais sobre o conceito de Supervisão, sua trajetória histórica no
Brasil e sua ação e função dentro do espaço escolar, como mediador e transformador,
contribuindo assim no processo de formação dos docentes. Concluímos que é preciso
que o supervisor e professor entendam que a função de cada um, esteja direcionada ao
processo educativo e no mínimo terem respeito entre ambos. É nesta construção do
processo ensino- aprendizagem que novas conquistas e inovações se projetaram nos
espaços escolares e um novo perfil deste profissional estará assegurado na construção
coletiva deste ideal. Finalmente, quando se trata de supervisão relacionada à formação
permanente dos professores, o cotidiano do processo garantirá novas propostas e,
sobretudo, uma nova visão do ensino, na condição que ambos façam parte desta
aprendizagem coletiva. E nesta relação, o professor não possa mais ser visto no
isolamento de sua sala, o supervisor deve quebrar paradigmas e interagir na construção
e aperfeiçoamento de todos no espaço escolar.

Palavras-chave: Supervisor Educacional. Mediador. Transformador. Ação


Supervisora. Aprendizagem. Construção.

Abstract
This work was developed aiming to present the role of the Educational Supervisor as
mediator and transformer in the school space, analyzing the phenomena and functions
of pedagogical advice, considering the various roles in which the Educational
Supervisor can perform, through bibliographical researches of different scholars. It was
noticed the concern about the activities that the Supervisor must carry out within the
school space, because this Professional is a very important element in the construction
of political pedagogical projects, together with the professionals that integrate the
school environment. To explain this theme, there is, first of all, the need to know a little
more about the concept of Supervision, its historical trajectory in Brazil and its action
and function within the school space, as mediator and transforming, thus contributing to
the teacher training process. We conclude that it is necessary that the supervisor and
teacher understand that the function of each one is directed to the educational process
and at least have respect between both. It is in this construction of the teaching-learning
process that new achievements and innovations are projected in the school spaces and a
new profile of this Professional Will be assured in the collective construction of this
Aluno (a) no curso de Pós Graduação de Orientação Educacional do Centro
Universitário Leonardo da Vinci – [email protected]
Professor(a) no Centro Universitário Leonardo da Vinci –
[email protected].
2

ideal. Finally, when it comes to supervision related to ongoing teacher training, the day-
to-day of the process will ensure new proposals and, above all, a new vision of teaching,
provided that both are part of this collective learning. And in this relation, the teacher
can no longer be seen in the isolation of his room, the supervisor must break paradigms
and Interact in the construction and improvement of all in the school space.

Key words: Educational Supervisor. Mediator. Transformer. Supervisory Action.


Learning. Construction.

1 INTRODUÇÃO

Neste artigo reflete-se sobre o papel do supervisor ao processo de avaliação da


aprendizagem, tomando como referência a prática avaliativa de professores e
supervisores de forma crítica. Tem por finalidade analisar o papel do supervisor no
processo de avaliação face aos resquícios do ensino tradicional que ainda estão inseridos
na prática de alguns professores. Este tema é de grande importância por descrever o
conceito, a evolução e a importância da supervisão escolar no contexto escolar. É
objetivo de esta pesquisa demonstrar o papel da supervisão escolar e sua influência no
processo de ensino aprendizagem.

Na administração durante muitos anos a função do supervisor esteve ligada ao


ato de inspecionar e controlar os trabalhadores. Na educação inicialmente o objetivo
também era o mesmo, inspecionar e controlar os professores, para que os mesmo
cumprissem o que foi determinado e a escola pudesse atingir o objetivo que era a
melhoria do ensino. Mas com os passar dos anos isso foi se modificando e o supervisor
passou a exercer um papel relevante em todo processo educacional.

No contexto atual, a supervisão precisa ser participativa, cooperativa e interagir


com o corpo docente. Proporcionar ações para aperfeiçoamento dos profissionais e
estar aberta as criticas e as sugestões dos mesmos. O sucesso da escola está ligado á
interação dos profissionais que nela trabalham independente da função que exerce.
Todos devem ter o mesmo objetivo: formar cidadãos íntegros e conscientes de seus
direitos e deveres na sociedade.

A escola atual, tão complexa devido à globalização, diferenças sócias e políticas


do mundo moderno, deve se adaptar as mudanças e estiver apta a direcionar seus
esforços no objetivo maior que é a inserção do aluno na sociedade e para que isso ocorra
é fundamental que todos participem na elaboração do projeto político pedagógico,
documento baseado na realidade da comunidade escolar e que norteia os princípios que
devem ser seguidos para concretização do objeto da escola.

O papel do Supervisor já passou por muitos caminhos, com ações questionadas e


criticadas, mas com uma contribuição significativa no que se refere ao processo
educativo. O supervisor Educacional é o intelectual orgânico que auxilia o grupo na
tomada de consciência da realidade da escola, criando estratégias para melhoria na
qualidade dos processos educacionais e administrativos da escola. A prática cotidiana
do supervisor deve estar voltada para o Projeto Político Pedagógico.
3

O presente trabalho objetiva a necessidade de conhecer um pouco mais sobre o


conceito de Supervisão, sua trajetória histórica no Brasil e sua ação e função dentro do
espaço escolar, como mediador e transformador, contribuindo assim no processo de
formação dos docentes. Investigar as teorias relacionadas à evolução da Supervisão
Educacional; verificar as metodologias utilizadas na ação supervisora que contribuem
para a melhoria do processo ensino-aprendizagem; ressaltar a importância do papel e
atribuições do Supervisor Educacional, na escola, e os principais paradigmas
educacionais norteadores da ação supervisora.

2 A SUPERVISÃO EDUCACIONAL E SUA EVOLUÇÃO

Pode-se dizer que as fases distintas que orientaram o trabalho do Supervisor o


fez conduzir suas inferências na Escola, no sistema educacional o fez suas inferências
na Escola, no sistema educacional e junto ao professor sob a forma de distintas
concepções: fiscalizadora, construtivista e criativa, conforme dados históricos através
dos tempos, considerando sempre as peculiaridades e necessidades de cada região do
Brasil e muito menos as diferenças dos educando. Sobre a Segunda fase destacada em
1973, chamada da fase construtiva. A fase construtiva ou de supervisão orientada, a
Segunda na evolução do conceito de supervisão Escolar, é a que reconhece a
necessidade de melhorar a atuação dos docentes. Os inspetores escolares, então,
passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos professores. O
supervisor escolar deste período era imbuído e responsabilizado por examinar as falhas
na atuação dos professores e essas falhas serviram como motivo para a realização de
trabalhos e estudos visando à remoção e a solução das mesmas.

A concepção que orientou a terceira fase, a criativa, também reconhecida como


atual, é aquela em que a supervisão se separa da inspeção para montar um serviço que
tenha em mira o aperfeiçoamento de todo o processo ensino- aprendizagem, envolvendo
todas as pessoas implicadas no mesmo, em sentido de trabalho cooperativo e
democrático.

Nesse mesmo período do surgimento de tais associações, a Supervisão Educacional,


como hoje é denominada, ao ser investigada desde a sua origem, revelou que o
profissional Supervisor já assumiu várias denominações, podendo ser destacadas, entre
elas: Supervisores Escolares, Supervisores Pedagógicos, Supervisores de Ensino,
Supervisores de Educação ou Educacionais.

3 PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR

A escola é um espaço social que ainda necessita de grandes mudanças com a


finalidade de cumprir o seu papel na sociedade, que é formar para a cidadania. A
realidade educacional brasileira demonstra que a escola mesmo diante das
transformações ocorridas com relação a sua estrutura e funcionamento, a maioria ainda
encontra-se no plano de suas concepções teóricas e práticas alienadas a modelos pré-
estabelecidos e, até mesmo a modelos estereotipados.
4

É fundamental entender que para a escola, transformar os modelos e concepções


e, participar efetivamente do desenvolvimento de um trabalho pedagógico eficaz,
precisa refletir sobre a concepção de educação estabelecida no seu Projeto Político
Pedagógico com a participação coletiva visando atender as novas exigências que a
sociedade estabelece para as pessoas.

Muitos são os autores que com suas fundamentações teóricas contribuem para
orientar e compreender o papel que o supervisor escolar deve desempenhar, entre eles é
possível verificar que Ferreira (2007, p. 327) destaca que transformações sociais e
políticas remetem ao supervisor escolar o compromisso com a formação humana no
processo educacional. Libâneo (2002, p. 35) refere-se ao supervisor educacional como
“um agente de mudanças, facilitador, mediador e interlocutor”, um profissional capaz de
fazer a articulação entre a equipe diretiva, educador, educando e demais integrantes da
comunidade escolar no sentido de colaborar no desenvolvimento individual, social,
político e econômica e, principalmente na construção de uma cidadania ética e solidaria.

A partir das reflexões de Libâneo (2002), é possível compreender que o


supervisor necessita desenvolver dentro do espaço escolar uma visão crítica e
construtiva do seu fazer pedagógico, trabalhando de forma coesa e articulada com os
diretores escolares e coordenadores pedagógicos. Esta articulação possibilitará a
melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem.

Acredita-se que se a escola almeja atingir bons resultados na aprendizagem dos


alunos, necessita planejar, avaliar e aperfeiçoar suas ações pedagógicas, para que o
processo educacional seja de qualidade. Estas ações são algumas das diversas funções
do supervisor escolar, as quais devem garantir para a escola resultados positives e
mobilizar toda a comunidade escolar para participar ativamente na tomada de decisões
referentes à organização do ensino no seu Projeto Político Pedagógico.

Outro fator importante em relação ao papel do supervisor está ligado á análise do


planejamento do currículo escolar, sendo que este deve ser acompanhado desde a sua
execução dando ênfase na avaliação continua, isso reforça a necessidade, Segundo Lück
(2008, p. 20) no “somatório de esforços e ações desencadeadas com o sentido de
promover a melhoria de qualidade do processo ensino- aprendizagem”.

Neste processo de promoção o supervisor deve conhecer o funcionamento da


educação escolar, suas relações com o contexto histórico-social e o desenvolvimento
humano, seus níveis e modalidades de ensino. Além disso, precisa conhecer também:

- Os fundamentos teóricos que dão sustentabilidade no ensino e na


aprendizagem;

- Os princípios e valores norteadores da prática pedagógica; -

- As normas e diretrizes que orientam todos os níveis e modalidades de


ensino;

- Socializar e conduzir as práticas pedagógicas e as possíveis interferências


no cotidiano escolar;
5

- Promover a autonomia da instituição escolar envolvendo a comunidade,


priorizar pela formação continuada dos educadores valorizando-os através de um
trabalho coletivo respeitando as especificidades pessoais de todos os participantes.

Fica evidente que muitas são as atribuições que o supervisor deve desempenhar
para qualificar o trabalho pedagógico que desenvolve dentro da escola onde atua. Este
desempenho se justifica através de ações motivadoras envolvendo o estímulo para que
cada educador possa executar trabalhos com a colaboração das demais pessoas, os quais
devem ser valorizados com objetividade, ética e diálogo.

4 ATRIBUIÇÕES E SUGESTÕES PARA A AÇÃO DO SUPERVISOR


ESCOLAR

1. Socializar o saber docente (troca de experiência) Promover encontros


semestrais, para divulgação das ações pedagógicas desenvolvidas pelo professor em
cada semestre (experiências individuais que obtiveram êxito). O supervisor planejará
esse momento com convite-roteiro de apresentação, onde todos deveram ser informados
no início do ano letivo. Os trabalhos apresentados poderão ser premiados de acordo com
sugestões do corpo técnico. (ex: publicação em revistas, na internet, jornalzinho da
escola, certificado de participação, entre outros).

2. Discutir permanentemente o aproveitamento escolar e prática docente.


Realizar reuniões mensais para discutir as dificuldades em sala de aula, procurando
promover ações que viabilizem a recuperação dos alunos que estão com dificuldades na
aprendizagem. O supervisor deverá confeccionar uma ficha de acompanhamento
individual do aluno, onde os professores deverão mensalmente analisar e preencher
quadro de estatística de desenvolvimento e evolução.

3. Assessorar individualmente e coletivamente o corpo docente no trabalho


pedagógico interdisciplinar. O supervisor deverá manter contato individual com cada
professor, onde cada um preencherá uma ficha com suas dificuldades, ansiedades e
necessidades; e coletivamente a construção de projeto interdisciplinar.

4. Planejar e acompanhar o currículo escolar. Fazer planejamento dos planos


de aula e de curso, quinzenalmente, com apoio do supervisor.

5. Coordenar e participar dos conselhos de classe. Promover reuniões


bimestrais para avaliação do desempenho de aprendizagem dos alunos. Elaborar lista de
ações para solucionar dificuldades.

Atualmente vive-se um momento de intensas mudanças, onde se precisa


repensar a escola e seus quadros técnicos em função dessas mudanças. Um dos aspectos
a ser repensado nesse contexto é a formação profissional desses atores.

Formação é um termo que nos remete aos processos sistemáticos de educação de


profissionais.
6

Segundo Faria; Dalmonico (2000, p. 46) "o supervisor é o facilitador do


desenvolvimento de projetos coletivos na escola, é o agente responsável por uma prática
democrática, envolvendo o professor e o aluno."

Diante desse aspecto sua contribuição sustenta o processo ensino-aprendizagem


dando assessoramento ao professor no campo das variáveis psicossociais e político,
porém a sua formação inicia-se na universidade, preferencialmente no curso de
Pedagogia ou no caso das licenciaturas em disciplina específica. Já a complementação
se concretiza no exercício de sua profissão, no processo de formação continuada.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, Lei Nº 9394 de 1996, no Título


VI (Artigos 61 a 67) trata da formação dos profissionais da educação.

No referente ao Supervisor é pertinente destacar o Artigo 64:

Artigo 64 - A formação de profissionais de educação para administração,


planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação
básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-
graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação a
base comum nacional. (BRANDÃO, 2007, p. 139).

Mesmo antes da LDB a Constituição Federal de 1988 já trazia essa temática


(formação) quando no Artigo 206 estabelece que o ensino seja ministrado com base nos
seguintes princípios: “[...]- valorização dos profissionais do ensino [...] planos de
carreira [...]’(BRANDÃO, 2007, P.140).

Ver-se assim que a temática formação continuada de profissionais da educação


vem ocupando um espaço cada vez maior na política educacional.

Acredita-se que isso se deva ao fato de a formação continuada dos profissionais


da educação representar uma das possibilidades de intervenção, pois se sabe que o
trabalho, exitoso ou não, de um profissional está diretamente ligada à sua
profissionalização. Esta, por sua vez, é compreendida como resultado da "formação
inicial e continuada nas quais os profissionais aprendem e desenvolvem as
competências, habilidades e atitudes profissionais" (LIBÂNEO, 2008, p 75).

Desse modo, acredita-se que investimento nesse âmbito aliado à consciência


política sobre a função social da educação possa contribuir para elevação dos
indicativos educacionais - objetivo perseguido, hoje, por todas as esferas do sistema
educacional.

Já é consenso entre os teóricos da educação que a profissionalização de docentes


e especialistas em educação, processo que passa a exigir maior profissionalismo por
parte dos educadores, é determinante para melhorias significativas da educação.

Nesse sentido tem-se em MEC/SEF


7

[...] profissionalismo é o exercício da capacidade de identificar as questões


envolvidas no trabalho, sabendo compreendê-las e a elas dar resposta, de agir
com autonomia e assumir a responsabilidade pelas decisões tomadas e opções
feitas, de avaliar criticamente a própria atuação e o contexto em que ela
ocorre e de interagir cooperativamente com a comunidade profissional a que
pertence. No caso do magistério, além disso, é a capacidade de elaborar
coletivamente o projeto educativo e pedagógico da escola, colaborar com a
construção e o desenvolvimento do currículo escolar e identificar diferentes
opções, adotando as que considerarem melhores. (BRASIL, 1998, p. 94).

Sabe-se, dessa forma, que a formação continuada do supervisor representa um


avanço ímpar sendo crucial para toda a comunidade escolar.

No âmbito educacional, o supervisor foi visto, durante muito tempo, como vigia
das ações pedagógicas. Nesse sentido, trazer à tona discussões acerca das práticas
pedagógicas desse profissional é sempre muito oportuno.

Conforme Lima (2008, p.3)

O desafio que a escola enfrenta atualmente exige dos profissionais da


educação, como é colocado o supervisor, uma competência técnica e política
que o habilita a participar da construção da autonomia escolar construída a
partir da autonomia garantida pela lei, isso faz com que na discussão do
trabalho pedagógico abram-se amplas perspectivas que estimulam e
asseguram a participação de todos.

O supervisor escolar deve, portanto, ser habilitado e capacitado para realizar


suas atividades de assessoria ao professor principalmente no planejamento no
desenvolvimento curricular e no processo avaliativo. Sabe-se que este é o profissional
que sustenta o fazer pedagógico na escola através da ação orientadora e de
acompanhamento da equipe, através de um contínuo processo ação-reflexão-ação.

A sua formação deve ser, portanto, consistente, essencialmente, para sensibilizar


o grupo para as mudanças educacionais. Seu fazer não pode desconsiderar as
contradições, mas mediar os conflitos.

5 A PROFISSÃO E O SEU PERFIL

O profissional se constitui pela sua forma de agir, portanto, o agir determina o


ser, pois é na ação concreta que se pode vislumbrar a essência da natureza do agente
ativo em uma profissão (GIRARDI, 1982). Assim, pensando-se no profissional
Supervisor Educacional, conforme o mesmo autor, algumas qualidades e aptidões
indicam e determinam o seu exercer a ação supervisora, uma vez que destes atributos
depende a consecução dos objetivos que permeiam a profissão em si de especialista em
Educação que desde 2006 passou a ser uma profissão. São esses atributos que agregam
valores para a profissão:
8

- Lucidez quanto á Educação: O supervisor Educacional é aquele profissional


que possui idéias claras quanto á Educação, e opta por uma filosofia de construção do
conhecimento;

- Segurança: O conhecimento da problemática da Educação faz com que o


Supervisor atue com segurança no planejamento, no assessoramento e na execução dos
projetos educativos. Sem ser o dono da verdade, o Supervisor Educacional não pode ser
apenas o intermediário, mas, a partir da sua lucidez e conhecimento de suas funções,
posiciona-se e motiva para que, estando certo, seja seguido pela solidez de seu
posicionamento.

- Consciência do papel das funções: No plano Educacional de uma Escola há


o lugar específico do Supervisor, é necessário levar e transmitir confiança e
transparência nos processos educacionais e nas pessoas.

- Espírito Crítico: O ser humano se torna mais humano e mais digno de sua
natureza á medida em que se o pensamento rege a sua vida. A capacidade de julgar, de
imitir juízo, de analisar a partir de pressupostos racionais é que traduz, ou seja, espírito
crítico.

- Flexibilidade: Dada a sua estratégia posição de mediador do corpo docente,


educando e a equipe pedagógica, o Supervisor precisa ser flexível para assim poder
medir, ouvir e agregar valores para a escola.

- Liderança: O supervisor é um líder, o motivador de toda sua equipe, ele é


capaz de coordenar, orientar sem autoritarismo, transmitindo confiança e prudência nas
suas atitudes, para que possa ter respeito e admiração de todos.

O Supervisor Educacional tem como objetivo de trabalho articular crítica e


construtivamente o processo educacional, motivando a discussão coletiva da
comunidade escolar, acerca da inovação da prática educativa, a fim de garantir o
ingresso, a permanência e o sucesso dos alunos, através de currículos que atendam às
reais necessidades da clientela escolar, Ou seja, é aquele que sabe planejar e executar a
obra educativa, levando em consideração não somente a instrução, mas a educação e,
para tanto, é portador de Curso Superior em Pedagogia, com habilitação em Supervisão,
ou em nível de Pós-graduação.

Constata-se que a Supervisão voltada para a Educação já se constitui em


escolar, mas atualmente, intitula Pedagógica ou Educacional, por dirigir-se ao ensino e a
aprendizagem. O Supervisor é o agente de mudanças, é o multiplicador do saber na
educação, tem que constar no seu perfil, determinação, flexibilidade, domínio nos
processos educacionais, formação e atualização. O agir do supervisor foi entre nós,
durante muito tempo, realizado a um nível de identificação de tal ordem que a sua
natural vocação estruturadora do desenvolvimento do trabalho de base foi relegada ao
esquecimento. Reduzida à condição de intermédio nas relações das unidades com a
instância burocrática, este tipo de ação acabou perdendo seu caráter educativo. O
profissional Supervisor Educacional é aquele que:

- respeita as atribuições de cada setor, somando as suas para o sucesso do


processo ensino- aprendizagem;
9

- toma iniciativa no sentido de dinamizar, constantemente as etapas do


processo educativo; - desperta a imaginação e a criatividade para buscar soluções
para problemas antigos e atuais à aprendizagem;

- envolve a vida escolar e o processo educativo de um sentido


profundamente humano, de forma que favoreça um ambiente propício para o
diálogo entre todos os agentes comprometidos com a aquisição de conhecimentos e
formação de competências do aluno

O supervisor educacional é o intelectual orgânico que ajuda o grupo na tomada


de consciência do que está vivendo, para além das estratégias ofuscadas que estão a nos
alienar (VASCONCELLOS, 2001, P.71). A prática cotidiana do supervisor educacional
deve estar voltada para o Projeto Político Pedagógico da escola, sua função é a
articulação e concretização do projeto de forma coletiva na comunidade escolar.

A prática no cotidiano escolar é o foco de toda ação supervisora, e para isso todas
as atividades devem envolver a coletividade, para que todos participem e se
comprometam. Seus principais afazeres no cotidiano são: Articular o Projeto
Político Pedagógico, dinamizar o currículo da escola, coordenar as reuniões
pedagógicas, organizar e coordenar o conselho de classe, promover cursos,
seminário de qualificação continuada em serviço para os docentes, participar da
elaboração do calendário escolar e das atividades pela escola, analisar e
interpretar a legislação vigente, analisar históricos escolares para aproveitamento
de estudos e acompanhar o processo ensino aprendizagem com o todo.

6 A AÇÃO DO SUPERVISOR ESCOLAR

A escola trabalha numa organização sistêmica aberta, a fim de conhecer, analisar


e controlar o que se passa dentro da escola e direcionar as inovações necessárias ao bom
desempenho das suas funções. Em virtude disso que a escola dispõe de profissionais
com diferentes papeis, possibilitando a interação e a troca de conhecimentos entre os
membros da instituição.

É necessário que a escola trabalhe buscando uma prática coletiva, para que os
educadores, especialistas, pais e funcionários possam trabalhar juntos e com isso
estarem envolvidos com a escola. É necessário ter parceria, isso contribuirá para o
desenvolvimento da escola, possibilitando a comunidade uma escola mais participativa,
onde cada um deve se comprometer em atuar na sua função com responsabilidade,
pensando sempre no coletivo.

Em relação à divisão de trabalho que ocorre nas escolas e função da supervisão


escolar, observa-se que a liderança, e inspiração pedagógica, tornaram-se próprias do
supervisor escolar. Lück diz que o papel do supervisor escolar “se constitui na
somatória de esforços e ações desencadeados com sentido de promover a melhoria do
ensino aprendizagem [...]” (2001, p. 20).
10

Percebe-se a necessidade da prática profissional da supervisão escolar como


aquele que coordena e controla da prática educativa a fim de assegurar os princípios e as
finalidades da educação

A ação do supervisor visa o professor, as ações concretizam-se em reuniões,


visitas, entrevistas, tudo o que pode contribuir para uma escola organizada e de
qualidade. De acordo com MEDINA:

Cabe ao supervisor, elaborar o plano do setor de supervisão, a documentação


do setor, cronograma de atividades para a escola, as pautas das reuniões,
controlar o horário dos professores, e as aulas dadas e previstas na grade
curricular, realizar levantamentos estatísticos de rendimento dos alunos,
organizar o mural da escola, controlar o preenchimento do diário escolar dos
professores, providenciar substituição dos professores nos casos de
absenteísmo, confeccionar material didático para os professores e entre outras
[...] (1997. p.19).

Atualmente, a ação do supervisor não é vista mais como uma ação de


autoritarismo e poder, o supervisor tem a função de auxiliar os professores e se colocar
a disposição da escola no que for preciso, e construir através do seu trabalho um
ambiente escolar mais organizado e cooperativo, onde todos se ajudam, independente
do cargo que ocupa.

O supervisor leva no seu trabalho, princípios, conceitos e valores que fizeram


parte de sua formação, fatores estes, que podem contribuir para uma discussão coletiva
dentro da escola. Entretanto, pode-se avaliar a ação do supervisor na escola, e perceber
como é importante e fundamental para a mesma poder contar com esse profissional,
pois o seu trabalho de cooperação e integração contribui para uma escola mais
participativa, organizada, e articulada com os professores, alunos e a comunidade.

Libâneo, (2002, p. 29,30) ressalta a importância da prática pedagógica para


educadores e implica vários conceitos empíricos para tal prática; sendo que
formalmente considera-se o "pedagógico" como um dos processos educativos,
metodológicos ao modo de ensinar. Desse modo, percebe-se que é um campo de
conhecimento que trata sobre a problemática educacional visualizando sua totalidade e
historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.

Portanto, o supervisor constitui-se em um agente de mudanças, facilitador e


mediador, oportunizando uma relação de harmonia entre os interlocutores da instituição.
Sua prática não deve está dissociada da teoria e nem a teoria da prática. Conforme
aponta a seguir Houssaye, citado por Libânio (2002, p. 35):

Por definição, o pedagogo não pode ser nem um puro e simples prático nem um
puro e simples teórico. Ele está entre os dois. A ligação deve ser ao mesmo tempo
permanente e irredutível, porque não pode existir um fosso entre a teoria e a prática. É
esta abertura que permite a produção pedagógica. Em conseqüência, o prático em si
mesmo não é um pedagogo, é mais um utilizador de elementos, de idéias ou de sistemas
11

pedagógicos. Mas o teórico da educação; pensar o ato pedagógico não basta. Somente
será considerado pedagogo aquele que fará surgir um "mais" na e pela articulação teoria
e prática na educação.

7 CONCLUSÃO

A escola deve ser um acolhedor, estimulante, adequado, equipado e atualizado,


capaz de proporcionar e favorecer aprendizagens significativas. Deve visar o bem estar
do ser humano enquanto aprendiz seja ele professor, aluno ou família, proporcionar
interações positivas e que gerem reflexões e ações produtivas que sirvam ao
desenvolvimento do ser humano enquanto cidadão.

O papel do Supervisor Escolar é fundamental para que a escola como um todo


possa transferir conhecimentos acadêmicos e também agregar valores para a formação
do indivíduo, nas áreas cognitivas, afetivas e sociais. A atuação desse profissional é de
suma importância para a construção de um conhecimento, despertando assim as
competências individuais e da equipe geral.

Toda via, para que uma escola se torne reflexiva, o Supervisor é o agente
essencial, capaz de portar relevantes capacidades para ocasionar mudanças benéficas e
uma melhor qualidade de vida aos professores, refletindo assim, nos alunos, pais,
funcionários e comunidade escolar.

A esse profissional, competem melhorias de qualidade de ensino, o que requer


pensar na educação como um todo, competência, habilidade e atitude para transformar a
escola em uma local eficaz e prazerosa.

A aprendizagem ocorre sistematicamente no dia a dia, e é na ação reflexiva,


ativa, atualizada, compartilhada que o educando elabora a sua aprendizagem. Na
situação diária o supervisor deverá despertar a imaginação e a criatividade para buscar
soluções para problemas relacionados à aprendizagem, envolvendo a vida escolar e o
processo educativo de um sentido profundamente humano, de forma que favoreça um
ambiente propício para o diálogo entre todos os agentes comprometidos com aquisição
de conhecimentos e formação de competências no aluno.

O Supervisor possui uma função globalizadora do conhecimento através da integração


dos diferentes componentes curriculares. Sem esta ação integradora, o aluno recebe
informações soltas, sem relação uma das outras, muitas vezes ineficaz.

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, Nilda ( Coord.) Educação e Supervisão: o trabalho coletivo na


Escola.2 ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados,1985.
12

ANDRADE, Narcisa Veloso de. Supervisão em educação. Rio de Janeiro:


Livros Técnicos e Científicos, 1979.

BASTOS, LETÍCIA Garcia et all. Código de ética do Pessoal do Magistério.


Trabalho elaborado no nível VIII do curso de Pedagogia, Supervisão Escolar da PUC de
Porto Alegre: PUCRS, 1996.

GADOTTI, Moacir, Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo; Ática,


2003. LIBÂNEO, José C. Democratização da Escola Pública São Paulo: Loyola,1985.
–––––––––––.Didática. São Paulo. Cortez, 1994.

NÉRICI, Inideo. Introdução à Supervisão Escolar. 3° ed. São Paulo: Atlas,


1976.

RANGEL, Mary (org) Supervisão Pedagógica – princípios e práticas. 2° ed.


São Paulo: Papirus, 2001.

Você também pode gostar