Slides Aula 2109

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Profa. Dra.

Leire Mara Bevilaqua


1.7 Narrativas transmídia no telejornalismo brasileiro
▪ Série “Brasil em Constituição” – JN
▪ Série especial – tradição do JN – antecedendo as eleições gerais.
▪ Os episódios abordavam aspectos da Constituição referentes a temas como saúde,
educação, igualdade de gênero, racismo, casamento homoafetivo, meio ambiente,
liberdade de expressão e liberdade religiosa, entre outros.
▪ Foram mais de dez meses de trabalho para produzir "Brasil em Constituição", e 30
profissionais envolvidos — as reportagens foram conduzidas pelos repórteres
Pedro Bassan e Graziela Azevedo. Mais de 80 entrevistas foram gravadas.
▪ A equipe da série assistiu a 4,3 mil vídeos do acervo da emissora e encontrou
imagens emblemáticas — algumas inéditas ou pouco divulgadas —, e também
examinou 740 vídeos do diário da Constituinte que estão nos arquivos do
Congresso Nacional.
▪ Cenário especialmente projetado para a série.
▪ Assistir ao primeiro episódio da série Constituição, em exibição pelo JN.

https://g1.globo.com/jornal-nacional/brasil-em-
constituicao/noticia/2022/08/29/brasil-em-constituicao-como-a-lei-maior-do-pais-
esta-presente-no-nosso-dia-a-dia-garantindo-direitos-e-liberdades.ghtml

Quais os recursos de aproximação ao telespectador?


Quais foram as emoções evocadas?

Vamos entender como a série foi pensada!


https://g1.globo.com/jornal-nacional/brasil-em-constituicao/
▪ Mudança no conceito.
▪ O que acontece a partir da emergência de uma nova espécie no ecossistema
midiático? Há extinção ou hibridismo dos meios? Existem meios que se tornam
fósseis?
▪ Canavilhas argumenta que é necessário ultrapassar obstáculos em três campos:
1) profissional: preparando jornalistas para atuar neste novo ecossistema;
2) tecnológico: revisando rotinas de produção e atualizando conceitos como
proximidade e periodicidade;
3) econômico: buscando novos modos para viabilizar os meios. O autor ainda
atenta que o enxugamento das redações, a competência dos meios online
gratuitos e também o surgimento de agregadores de informação alteram o fazer
jornalístico, que passa a ter como premissas a urgência da apuração e a
quantidade de conteúdo produzido.
▪ “Talvez entre todas as mídias que passaram a habitar o universo da web, a
televisão e os produtos televisuais foram aqueles que mais se proliferaram”
(EMERIM, 2015, p. 217).
▪ Para a autora os dispositivos móveis mudaram os modos de recepção dos
telejornais.
▪ “O celular, smartphone ou o tablet, que acompanha as pessoas em
qualquer lugar, talvez priorize o ouvir do que o ver. Se as imagens a serem
exibidas não tiverem muita qualidade técnica, a escuta pode vir a ser a
chave de sentido desta nova forma portátil de ‘assistir telejornal’”
(EMERIM, 2015, p. 224, grifos da autora).
▪ Silva (2018) apresenta uma proposta epistemológica de divisão de seis fases do
telejornalismo brasileiro:
1) falado: modelo radiofônico implantado na década de 50;
2) reportado: com a chegada das câmeras portáteis na década de 70;
3) all-news: marcado pela implantação da televisão por assinatura a partir do final
dos anos 80;
4) convergente: caracterizado pela implantação das tecnologias digitais que
alteraram as formas de produção, distribuição e consumo do produto
telejornalístico;
5) expandido: compreendido como a fase em que o conteúdo televisual adquire
novos formatos para outros suportes, especialmente para as redes sociais;
6) imersivo: entendido como o jornalismo que utiliza tecnologias de realidade
virtual ou realidade aumentada.
▪ Eugenia Mariano da Rocha Barichello e Clarissa Schwartz, autoras do artigo “As
relações do telejornalismo brasileiro no atual ecossistema midiático: uma espécie em
adaptação” (2021), afirmam que:
▪ Há dois movimentos interligados dos telejornais brasileiros compreendidos como
reações ao momento de crise do jornalismo e, especialmente, como tentativas de
manutenção do próprio telejornalismo.
1) Práticas de diferenciação: construção e estreitamento de laços com o público.
Estratégias de reciprocidade comunicacional entre os indivíduos: ex. aniversário
apresentadora e convites à participação.
2) Aumento da narrativa em tempo real: apesar de os telejornais serem exibidos ao
vivo, no atual ecossistema midiático, há um incremento das narrativas em tempo real.
Narrar o que está acontecendo “agora” tem mais valor do que narrar algo
importante que não está inserido no tempo presente. Desse modo, o telejornalismo
se apresenta cada vez mais como uma janela permanentemente aberta para o
mundo. As telas têm destaque nos cenários e é cada vez mais comum os
apresentadores comandarem os telejornais ao lado delas e utilizando laptops, tablets
e, mais recentemente, telefones celulares.
▪ Sobre as experiências do ao vivo:
- Nem sempre se referem a algo simultâneo, ou seja, nos locais e naqueles
momentos.
- As narrativas podem ser de reconstituição, após a ocorrência dos fatos. Ou ainda
de antecipação.
- Apesar de o conteúdo priorizar fatos que já ocorreram e, muitas vezes, já foram
notícia em outros telejornais da emissora - as entradas ao vivo são usadas para
agregar características que faltam às notícias em si, em um movimento que busca
adaptar o telejornalismo a um dos valores mais caros do ecossistema midiático atual,
segundo Canavilhas (2015): a instantaneidade da informação.
- Com a possibilidade de transmissão de sinal pela internet, os locais das entradas
ao vivo, antes limitados por questões técnicas, agora tornam-se variados.
▪ O exemplo do Bom dia SP.
▪ Dissertação Alexandra Freitas.
▪ Ano 2020.
▪ Mapeou tipos de interação.
(FREITAS, 2020)
(FREITAS, 2020)
▪ O telejornalismo busca consolidar seu espaço como a espécie já
conhecida, que já está domesticada, que é amigável, e, dessa forma,
tenta tornar invisível a barreira da interação mediada.
▪ “É uma espécie em adaptação que se expande para os outros meios,
especialmente para as redes sociais, para ir ao encontro de sua
audiência, cativá-la, interagir com ela e manter o seu espaço,
independentemente do suporte”.
▪ Cobertura da batalha contra o Estado Islâmico no Iraque.
https://www.youtube.com/watch?v=KiCn7blVzGY

▪ Destaques:
Introdução com explicações de acesso sobre o vídeo 360º;
Conteúdo crossmídia: incentiva o acesso em outras plataformas: Youtube e
Facebook;
Ressalta a possibilidade de imersão e experiência.
- Julho de 2019
- https://g1.globo.com/sp/bauru-
marilia/noticia/2019/07/18/vira-lata-ganha-a-web-
em-video-de-destruicao-do-quarto-da-dona-adotei-
cachorro-e-cresceu-dinossauro.ghtml
BARICHELLO, E. M. R.; SCHWARTZ, C. As relações do telejornalismo brasileiro no atual
ecossistema midiático: uma espécie em adaptação. Revista Ação Midiática, n. 21, jan./jun.
2021, Curitiba. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/acaomidiatica/article/view/71580
CANAVILHAS, João. Nuevos medios, nuevo ecosistema. El profesional de la información,
2015, julio-agosto, v. 24, n. 4, pp. 357-362.
EMERIM, C. Telejornal, tecnologia e narrativa no Brasil para os próximos 65 anos. In:
VIZEU, Alfredo; MELLO, Edna; PORCELLO, Flávio; COUTINHO, Iluska (Org.). Telejornal e
praça pública: 65 anos de telejornalismo. Florianópolis: Insular, 2014. p. 207-228.
FREITAS, A. A participação dos telespectadores na televisão: uma análise do telejornal
Bom dia São Paulo. Dissertação. (Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da
Escola de Comunicação, Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul). Porto Alegre, 2020.
SILVA, Edna de Mello. Fases do telejornalismo: uma proposta metodológica. In: EMERIM,
Cárlida; COUTINHO, Iluska; FINGER, Cristiane. Epistemologias do telejornalismo
brasileiro. Florianópolis: Insular, 2018. Coleção Jornalismo Audiovisual.

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