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Análise da Maturidade na Indústria 4.

0: Um Estudo de Caso no
Polo Industrial de Manaus utilizando o sistema PIMM4.0.
Graziela de Souza Lima
Universidade Federal do Amazonas
Sandro Breval Santiago
Universidade Federal do Amazonas
Manoel Carlos de Oliveira Júnior
Universidade Federal do Amazonas

Resumo: Com o surgimento da revolução industrial o mundo passou por diversas transformações,
a industrialização revolucionou os meios de produção e com o desenvolvimento de novas
tecnologias o mercado tornou-se cada vez mais competitivo. Nesse contexto a indústria 4.0
transforma os processos produtivos tradicionais. Dessa forma, o artigo apresenta um estudo de
caso em uma empresa do setor de eletroeletrônicos, com metodologia quantitativa descritiva,
tendo foco a análise da maturidade do Polo industrial de Manaus, dado a dificuldade das empresas
na transição para a indústria 4.0. O artigo tem como objetivo analisar e mensurar a maturidade com
base nos níveis estabelecidos pelo modelo PIMM 4.0. Como resultados percebe-se que a empresa
já apresenta importantes iniciativas de sistemas, início de interoperabilidade, porém reduzida, existe
também automação em áreas operacionais e evidência de baixa visibilidade. Também é possível
perceber integração entre os sistemas, visibilidade, mas com baixos níveis de transparência,
preparando-se para a capacidade preditiva.

Palavras-chave: Indústria 4.0, Maturidade, Polo industrial, PIMM4.0.

Analysis of Maturity in Industry 4.0: A Case Study in the Industrial


Pole of Manaus
Abstract: With the emergence of the industrial revolution the world underwent several
transformations, industrialization revolutionized the means of production and with the development
of new technologies the market became increasingly competitive. In this context, industry 4.0
transforms traditional production processes. In this way, the article presents a case study in a
company in the electronics sector, with a descriptive quantitative methodology, focusing on the
analysis of the maturity of the Industrial Pole of Manaus, given the difficulty of companies in the
transition to industry 4.0. The article aims to analyze and measure maturity based on the levels
established by the PIMM 4.0 model. As a result, it can be seen that the company already has
important systems initiatives, beginning of interoperability, but reduced, there is also automation in
operational areas and evidence of low visibility. It is also possible to perceive integration between
systems, visibility, but with low levels of transparency, preparing for predictive capacity.

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Keywords: Industry 4.0, Maturity, Industrial Polo, PIMM4.0.

1. Introdução
O surgimento da indústria é um dos principais marcos na evolução histórica do mundo. Com
o crescimento das inovações tecnológicas as indústrias sofreram importantes mudanças,
causando transformações em toda a sociedade (SAKURAI; ZUCHI, 2018). As três primeiras
revoluções industrias proporcionaram ganho na escala e produtividade de produção, a
quarta revolução industrial está em curso buscando novas perspectivas para a indústria
(IVAL; SILVA; ALENCAR, 2021).
O termo “Indústria 4.0” ou a quarta revolução industrial foi apresentado em 2011, na
Alemanha, com base no lançamento do projeto High-Tech Strategy 2020, que tinha como
foco promover uma iniciativa estratégica para alcançar o reposicionamento em relação às
tecnologias do mercado e na competitividade das suas indústrias, fortalecendo assim a
indústria manufatureira (IVAL; SILVA; ALENCAR, 2021; PEREIRA; OLIVEIRA, 2018).
Como consequência das inovações tecnológicas a indústria 4.0 abrange um conjunto de
tecnologias de ponta conectadas à internet. Através dessa conectividade entre processos
e softwares, cyber sistemas e máquinas, armazenamento em servidores virtuais, essas
inovações implementadas promovem a integração entre o físico e o digital, a fim de
proporcionar bens ou serviços de maior qualidade e eficiência nos custos (SANTOS et al.,
2018).
Segundo Itikawa e Santiago (2021) medir a maturidade e prontidão das empresas é
essencial para definir o plano para alcançar com êxito a transformação digital, com base
nisso o presente artigo tem como objetivo medir o nível de maturidade de uma empresa do
polo eletroeletrônico do distrito, localizado em Manaus, capital do Amazonas, por meio de
um estudo de caso que se baseia nos dados coletados pelo sistema PIMM4.0. O sistema
em tela pode ajudar as organizações no entendimento e análise da maturidade dos seus
processos para assim ocorrer a transição para a indústria 4.0 (AZEVEDO; SANTIAGO,
2019; ITIKAWA; SANTIAGO, 2022).
2. Referencial Teórico
2.1 Indústria 4.0
Com o aumento da competitividade no mercado, as empresas cada vez mais procuram
investir em medidas de crescimento da produtividade, objetivando a diminuição dos custos
através da interoperabilidade e integração entre tecnologias, sendo esses fatores
facilitadores para um ambiente favorável à indústria 4.0 (SOUZA et al., 2020).
A indústria 4.0 traz significativas mudanças tecnológicas principalmente nas indústrias,
esse novo modelo industrial consiste na tendência de digitalização e automação do
ambiente de manufatura, a automação consiste na utilização mecânica ou de potência
elétrica para aumentar os métodos inteligentes, possibilitando segurança e vantagens
competitivas com base em processos eficientes com qualidade e maior produtividade
(MOTA et al., 2020)
Dessa forma a quarta revolução industrial é composta pelos sistemas ciberfísicos na
manufatura. Os sistemas ciberfísicos são tecnologias que conectam o mundo real e o
virtual, integrando elementos em um único sistema sendo a base para a Internet das Coisas
(loT), ou seja, a conexão entre máquinas e sistema produz redes inteligentes nas empresas,
onde é possível controlar módulos de produção de forma autônoma. (SAKURAI; ZUCHI,
2018; SOUZA et al., 2022)
2.2 Maturidade da Indústria 4.0

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A maturidade é uma ferramenta essencial para as empresas conceituarem e medirem a
maturidade e prontidão de processos e os níveis em relação à indústria 4.0. Se caracteriza
também como um instrumento que permite a avaliação da indústria, utilizando como
recursos modelos matemáticos, ferramentas descritivas e comparativas (AZEVEDO;
SANTIAGO, 2019; BARROS et al., 2022; ITIKAWA; SANTIAGO, 2022).
Modelos de maturidade possuem uma estrutura conceitual constituída por partes que
definem a maturidade ou o seu desenvolvimento, a fim de medir e combinar capacidades
essenciais para que as empresas alcancem o status desejado, esses modelos costumam
apresentar dimensões e níveis. Geralmente, são baseados em premissas de que
processos, áreas funcionais, pessoas e organizações progridem por meio de um processo
de desenvolvimento, visando uma maturidade mais avançada. Com base na maturidade as
empresas são capazes de analisar suas deficiências e corrigi-las antes do desenvolvimento
de processos pré-definidos por cada estágio da maturidade (DIKHANBAYEVA et al., 2020;
SANTOS; MARTINHO, 2020).
A maturidade e prontidão são usadas para medir e indicar o desenvolvimento dos
processos, dessa forma as empresas conseguem obter métricas da indústria 4.0 em
relação aos seus processos (ITIKAWA; SANTIAGO, 2022). Com base na pesquisa de
Souza et al. (2020), são apresentados doze modelos de maturidade ou prontidão, os quais
apresentam a necessidade e a importância que esses modelos trazem para análise e futura
transição para a indústria 4.0, adicionado também o modelo utilizado nessa pesquisa.
Quadro 1 - Modelos de Maturidade/Prontidão da I.4.0
1 Um modelo de maturidade para avaliar a prontidão e a (SCHUMACHER; EROL; SIHN,
maturidade do setor 4.0 de empresas de manufatura. 2016).
2 Um modelo de maturidade para o gerenciamento de modelos (RUBEL et al., 2018).
de negócios na indústria 4.0 (Modelo CMMI - Capability Maturity
Model Integration).

3 Método proposto para a Diversificação Colaborativa da (GAZAIAN E ERRASTI, 2016).


Indústria 4.0
4 System Integration Maturity Model Industry 4.0. (LYEH et al., 2016).
5 MUAS – Modelo de Maturidade do Departamento de Ciências (PUCHAN; PUCHAN; ZEIFANG;
Aplicadas da Universidade Munique. LEU, 2018).

6 Desenvolvimento de um modelo de maturidade de digitalização (CANETTA; BARNI; MONTINI


para o setor manufatureiro. 2018).

7 Implementação de Fábrica Inteligente e Processo de Inovação. (SJODIN et al., 2018).

8 Modelo por meio do mapeamento e implementação e melhoria (TONELLI et al., 2016).


da performance operacional na era da indústria 4.0.

9 Conceito para medição da maturidade organizacional apoiando (ODWAZNY et al., 2018).


o desenvolvimento sustentável.

10 Avaliando a prontidão do setor 4.0 de Empreendimentos. (RAJNAI E KOCSIS, 2018).

11 Mudança de manufatura em chão de fábrica em direção à (MOICA, 2018).


indústria 4.0.
12 Processo DREAMMY (Digital REadness Assessement MaturitY (CAROLIS et al., 2018).
model).
13 Modelo PIMM4.0 (AZEVEDO; SANTIAGO, 2019;
ITIKAWA; SANTIAGO, 2022).
Fonte: Adaptado Souza et al. (2020).

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2.3 Polo Industrial de Manaus

A Zona Franca de Manaus iniciada em 1967, é um marco para o desenvolvimento


econômico no Amazonas, ela conta com incentivos fiscais específicos, importações e
exportações, sendo assim foi formada com o intuito de criar um centro industrial
tecnológico, capaz de transformar as formas de produção (FERREIRA; BOTELHO, 2014).
O Polo Industrial de Manaus (PIM) é o principal agente na economia do Amazonas,
composto por uma enorme variedade de peças e produtos que são produzidos para gerar
bens de consumo as empresas, possui mais de 1100 empresas, de pequeno, médio e
grande porte, abrangendo subsetores como: eletroeletrônico, químico, metalúrgico, duas
rodas, termoplástico e computadores (FERREIRA; BOTELHO, 2014; AZEVEDO;
SANTIAGO, 2019)
O PIM proporciona lucros crescentes e gera empregos para milhões de pessoas, tornou-se
um instrumento essencial para promover vantagens competitivas, com modelos de
produção inicialmente baseados na estrutura fabril taylorista e características do toyotismo,
contudo passou por restruturações que trouxeram tendências como a automação de
máquinas e serviços (CARVALHO; MORAES, 2011). Dessa forma o artigo estuda uma
empresa do Polo Industrial de Manaus (PIM), de grande porte, do setor de eletroeletrônicos.

2.4 PIMM4.0

O modelo utilizado na análise da maturidade da presente pesquisa é o modelo PIMM4.0. A


metodologia utilizada pelo modelo vem ajudando as empresas brasileiras nos processos
industriais, trazendo uma visão multinível e multidimensional. A plataforma tornou-se uma
das principais ferramentas nos centros industriais do Brasil, promovendo os melhores
resultados no entendimento das lacunas técnicas da quarta revolução industrial, pois
PIMM4.0 é o único modelo brasileiro com bases matemáticas voltado para a realidade
brasileira (ITIKAWA; SANTIAGO, 2022).
O PIMM 4.0 contribui para que as mais diversas empresas possam estabelecer a transição
para a Industria 4.0, com base na medição do grau de maturidade e prontidão da indústria
4.0. Além disso, a plataforma, através da metodologia técnico-científica, traz o diagnóstico
preciso das oportunidades de melhorias nas empresas.
A metodologia do modelo tem a base arquitetural RAMI 4.0, a qual é referência e busca
padronizar aplicações da Indústria 4.0 e possui como importante diretriz a conectividade
dos sistemas. Sua premissa é conduzir projetos e implantações da manufatura avançada,
enquanto as dimensões do PIMM4.0 ligam-se aos eixos da arquitetura, promovendo a
compreensão das causalidades entre as variáveis. Conforme o modelo existem 4 níveis de
medição que mostram a relação entre Tecnologia da Automação (TA) e Tecnologia da
Informação (TI), o seu alcance organizacional, suas integrações, interoperabilidade e
evidências de características da indústria 4.0 (AZEVEDO; SANTIAGO, 2019; ITIKAWA;
SANTIAGO, 2022).

3. Materiais e Métodos

O estudo de caso é um método que busca a investigação detalhada do objeto estudado,


baseado em planejamento, da coleta e análise de dados, possuindo a capacidade de
estudar apenas um caso especifico ou múltiplos casos, trazendo abordagens qualitativas e
quantitativas de pesquisa (VENTURA, 2007)
A pesquisa baseou-se na metodologia quantitativa descritiva, que se caracteriza pelo uso
de instrumentos estatísticos, podendo ser utilizada na coleta e na análise de dados,

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detalhando características de determinada população, fenômeno e relação entre variáveis
(RAUPP; BEUREN, 2006).
O artigo tem por objetivo de analisar e mensurar a maturidade de uma empresa do ramo
de eletroeletrônicos, em relação a indústria 4.0. Com base na análise de dados primários,
obtidos na plataforma PIMM4.0, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2022. O
sistema atua utilizando notas avaliativas, em uma escala de 1 a 4, de colaboradores de
diferentes setores da empresa. (AZEVEDO; SANTIAGO, 2019; ITIKAWA; SANTIAGO,
2022).

3.1 Descrição do levantamento de dados


O estudo foi realizado em uma empresa de eletroeletrônicos que nascida nos Estados
Unidos. Após o seu crescimento, acabou se consolidando no mercado brasileiro. A
pesquisa tem como foco a filial estabelecida no PIM e, para o desenvolvimento do estudo
de caso, foi realizada uma revisão da literatura sobre indústria 4.0, maturidade e prontidão
das indústrias e modelos de maturidade, com base nos conceitos e explicações sobre o
tema. A pesquisa sucedeu para a coleta de dados, os quais foram processados pela
plataforma PIMM4.0. Os dados foram fornecidos resguardando sigilo quanto ao nome da
empresa. Foram coletadas respostas de 86 colaboradores, de diferentes setores da
empresa, que incluem a rede de pessoas que participam da cadeia de suprimentos, áreas
de liderança da empresa e da equipe técnica do PIMM4.0, seguindo assim para a análise
dos dados e por fim pelos resultados identificados.
Para a análise da maturidade da empresa, a plataforma PIMM4.0 baseou-se na sua
metodologia que utiliza sete dimensões: Produtos e Serviços, Manufatura e Operações,
Estratégia e Organização, Cadeia de Suprimentos, Modelo de Negócios, Interoperabilidade
e Pessoas e Cultura e quarenta e sete subdimensões, para medir a maturidade os
colaboradores avaliaram as dimensões e subdimensões em 4 níveis, sendo eles nível 1 –
Digital: com base em recursos computacionais e sistemas de informação, compete
inicialmente o processo de integração dos sistemas logísticos, com pouco alcance
organizacional e conectividade; nível 2 – Tecnológico: início de uma certa
interoperabilidade, porém reduzida, assim como o processo de automação e baixa
visibilidade; nível 3 – Transição: possui integração entre os sistemas, visibilidade alta, mas
ainda tem baixos níveis de transparência, preparando-se para a capacidade preditiva; nível
4 – Avançado: Com alto nível de interoperabilidade permeando vários níveis
organizacionais e evidência de auto otimização em processos.

4. Resultados e Análises

Os gráficos a seguir apresentam os resultados obtidos de acordo com as notas avaliativas


dadas por cada colaborador em relação as sete dimensões e as suas subdimensões.
Figura 1 – Produtos e Serviços
4 3,2
2,6 2,7 2,6
3 2,1
2
Níveis de medição da

1
0
maturidade

Customização Valores digitais Orientação a Análise e Fontes Receitas


serviço tratamento de
dados

Dimensão - Produtos e Serviços


Subdimensões

5 de 12
Fonte: Elaborada pelos autores

A primeira dimensão analisada Produtos e Serviços atingiu classificação nível – 2 de


maturidade, porém com a análise gráfica é possível verificar tendência de nível – 3 nas
demais subdimensões, menos na customização, que indica o processo produtivo quanto a
padronização, dessa forma fica evidente iniciativas de sistemas integrados com
interoperabilidade reduzida, sem integração entre processos de customização, investir na
gestão do conhecimento é essencial nesse caso, pois as empresas poderão elaborar novos
produtos e serviços que ainda não estão presentes no mercado atual (LIMA; PINTO 2019).

Figura 2 – Manufatura e Operações


4
3
3 2,5 2,4 2,6
2,2 2 2,1
1,9 1,7 1,9
2
Níveis de medição da maturidade

1
0
M2M

Auto otimização

Segurança de TI
automação

Trans. Autônomos
Preparação Ind 4.0

Modelagem digital

Coleta de dados

Manufatura

Solução em Nuvem
Controle

Uso dados
MP/PA

fabris
Dimensão - Manufatura e Operações
Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

A dimensão Manufatura e Operações teve sua classificação em nível – 2, embora a


subdimensão: Uso de dados da Manufatura apresente nível – 3 nota-se então que a
organização adota tecnologias relacionadas à internet das coisas, ação que proporciona
uma maior coleta de dados, dado isso a subdimensão: Solução em Nuvens, também se
relaciona com as inovações tecnológicas. Por meio dela é possível processar os dados e
dar suporte para migração do on-line para o in-line. Porém, o modelo 4.0 ainda não possui
visibilidade suficiente na empresa, assim, observa-se certo desenvolvimento na
subdimensão: Auto otimização, contudo a empresa apresenta baixo grau de preparação
para a indústria 4.0 (WATANABE, 2020; AZEVEDO; SANTIAGO, 2019).
Figura 3 – Estratégia e Organização

4
3 2,8
Níveis de medição da maturidade

3 2,6
2,1 2,3
1,8 1,8
2

0
Implementação Medição da Investimentos Capacitação RH Colaboração Apoio ROI-Custo
Ind4.0 Industria 4.0 Ind4.0 Deptos Liderança Benefício
Dimensão - Estratégia e Organização Ind4.0
Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

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A dimensão Estratégia e Organização obteve classificação nível – 2, com base na análise
do gráfico verifica-se que de acordo com a subdimensão: Colaboração Deptos a empresa
possui alto grau de colaboração entre os departamentos e entre os colaboradores, porém
percebe-se também que ela não investe em projetos que beneficiem a implementação da
indústria 4.0. A subdimensão: Medição da indústria 4.0 mostra que a empresa não possui
controle sobre seus níveis de desempenho, esse fato dificulta a criação de futuras
estratégias e no gerenciamento organizacional. A subdimensão: ROI- Custo Benefício
poderia gerar aumento nos resultados, se a empresa buscasse a estratégia competitiva de
custo, a qual preza a eficiência produtiva, aumentando o volume produzindo com foco na
minimização de gastos (ALDAY, 2002).
Figura 4 – Cadeia de Suprimentos
4

3 2,5 2,6
Níveis de medição da maturidade

2,3 2,4
2,2
2

0
Estoque Tempo Integração SCM Visibilidade SCM Agilidade SCM Lead Times
Real

Dimensão - Cadeia de Suprimentos


Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

A dimensão Cadeia de Suprimentos teve classificação nível – 2, analisando as


subdimensões percebe-se que empresa possui gerenciamento de dados e controle do seu
estoque, mas com baixa interoperabilidade logística, a cadeia de suprimentos apresenta
grau de integração entre os canais. As subdimensões: Visibilidade SCM, Agilidade SCM
e Lead Times poderiam ter mais crescimento se a empresa adotasse uma manufatura
aditiva na gestão da cadeia de suprimentos, tornado os processos mais rápidos com custos
menores (KUNRATH; DRESCH, 2018).
Figura 5 – Modelo de Negócio
4

3
3 2,8
2,5 2,6
Níveis de medição da maturidade

1,9
2

0
Orientação a Decisão com base Ciclo de Vida PLM Manuntenção Canal de MKT
Serviço em dados Preditiva

Dimensão - Modelo de Negócio


Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

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A dimensão Modelo de Negócio adquiriu classificação nível – 2, essa dimensão verifica o
ecossistema de negócios e a agilidade da organização. Com base na análise dos dados a
subdimensão: Ciclo de Vida PLM apresenta nível – 3, esse resultado demonstra que
existe integração dos processos de negócios, ou seja, abordagem integrada entre pessoas,
práticas e tecnologias (FONSECA; ROZENFELD, 2012). Na subdimensão: Orientação a
Serviço nota-se que os sistemas estão alinhados com os objetivos de negócio da
organização, dessa forma ocorre a integração dos diversos setores da empresa, isso torna
os processos de negócios mais rápidos e ágeis (CAVALCANTI et al., 2018).
Figura 6 – Interoperabilidade
4
3 2,9
3 2,7 2,5 2,7
Níveis de medição da maturidade

0
Requisitos de Abastecimento LP Proteção de dados Sistemas ERP, EDI, Compartilhamento
Contratação para WMS, VMI SCM
Ind4.0

Dimensão - Interoperabilidade
Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

A dimensão Interoperabilidade alcançou classificação nível – 2, embora tenha grande


tendência para nível – 3, com base na análise gráfica observa-se que a subdimensão:
Compartilhamento SCM possui alta interoperabilidade pois o SCM (Supply Chain
Management) promove o planejamento, sincronia e monitoramento das atividades em
relação a cadeia de suprimentos (SOUZA; NOGUEIRA, 2022). Assim como a
subdimensão: Sistemas ERP, EDI, WMS, VMI que por sua vez colabora no
compartilhamento de informações, na relação entre clientes e fornecedores, trazendo
velocidade e aumento na produtividade (COSTA; VANALLE, 2021).
Figura 7 – Pessoas e Cultura
4
2,7 2,5 2,6 2,4 2,5 2,4
3 2,2 2,2 2,3
2
Níveis de medição da maturidade

1
0
tecológica

Pensamento

Gestão de
Tecnologias

relacionamento
Matemática

Trabalho em
Prontidão

Comunicação e
Programação e

Mudança e

Projetos
Estatística

Prontidão
Comunic.
Inform. e

multidisc.

sócio-organ.
Desafios
Model.

equipe
análise de

crítico
dados

Dimensão - Pessoas e Cultura


Subdimensões

Fonte: Elaborada pelos autores

A última dimensão Pessoas e Cultura analisa o perfil e as habilidades orientadas para a


indústria 4.0, com base nos dados analisados ela possui classificação nível – 2, percebe-
se de acordo com o gráfico que a subdimensão: Prontidão tecnológica é a melhor avaliada

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pelos colaboradores, um ponto positivo pois mostra que os colaboradores estão abertos a
mudanças, gerando menores barreiras ou restrições tecnológicas. Com base na
subdimensão: Pensamento crítico nota-se que a equipe está se desenvolvendo cada vez
mais na capacidade analítica voltada ao processo de tomada de decisão, fica claro que as
organizações buscam capacidades relacionadas a adaptação desse novo modelo 4.0,
assim como aprendizagem em novas habilidades (SILVA; FIRMINO; AMORIM, 2021). Uma
cultura organizacional bem estabelecida é essencial, por meio dela é possível criar um
ambiente propício para a criação de inovações e no relacionamento de colaboradores,
visando o compartilhamento de informações e integração das mais diversas áreas da
organização (OLIVEIRA; JÚNIOR; MORAIS, 2021).
Figura 8 – Análise das notas avaliativas baseada na média para cada dimensão

3 2,6 2,6 2,7


2,3 2,4 2,4
2,2
Níveis de medição da maturidade

Modelo de
Organização

Interoperabilidad
Produtos e

Estratégia e
Manufatura e

Pessoas e Cultura
Suprimentos

Negócio
Serviços

Cadeia de
Operações

e
Dimensões
Fonte: Elaborada pelos autores

4. Conclusões
Com base na análise dos dados coletados, a empresa obteve classificação em nível 2 de
grau de maturidade. Nesse nível a empresa já apresenta importantes iniciativas de
sistemas, início de interoperabilidade, porém reduzida, existe também automação em áreas
operacionais e evidência de baixa visibilidade, assim como o processo de automação e
baixa visibilidade, nota-se uma tendência média para nível 3, onde é possível perceber
integração entre os sistemas, visibilidade, mas com baixos níveis de transparência,
preparando-se para a capacidade preditiva.
Analisando a singularidade de cada dimensão, verifica-se que dimensões como:
Interoperabilidade, Produtos e Serviços e Modelo de Negócios, possuem integração nos
sistemas e entre os processos, dessa forma acabam tendo maior probabilidade de
crescimento, tornando favorável a transição para o nível 3 de maturidade. Nas dimensões
com baixa tendência para nível 3, como: Manufatura e Operações, Estratégia e
Organização, Cadeia de Suprimentos e Pessoas e Cultura, observa-se que ambas
possuem baixo grau de preparação para indústria 4.0, baixa interoperabilidade e falta de
habilidades orientadas para a indústria 4.0.
A partir disso, para que a empresa possa alcançar o nível 4, seriam necessárias
reformulações nas linhas de produção, no plano de negócio e nas estratégias voltadas a
indústria 4.0, promovendo assim integração entre todos os níveis da empresa em relação
a indústria 4.0. Além disso, um dos principais investimentos deveria ser na dimensão
Pessoas e Cultura, dado o crescimento do mercado, a competitividade, e as mudanças
tecnológicas, cada vez mais as empresas precisam investir em habilidades voltadas a

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indústria 4.0, ou seja, em colaboradores preparados para as novas práticas, pois a cultura
organizacional estabelece as condutas a serem seguidas pelos colaboradores,
direcionando os objetivos e ajudando na comunicação (LEVORATO, 2018). Sendo assim,
a cultura pode ser vista como um guia comportamental, possuindo uma influência direta no
rendimento organizacional (MARCHIORI, 2018).
Neste estudo foi possível visualizar as tendências do mercado, vantagens da indústria 4.0,
os modelos de maturidade, a partir das informações encontradas na literatura. Sem dúvida
é necessário que a empresa invista em inovação tecnológica, processos físicos e digitais
integrados, como foco na automação e na interoperabilidade, assim como na capacitação
e educação dos profissionais, dessa forma gerando maior qualidade e inovação dos
produtos.

Referências
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