Esportes Paralímpicos

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ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL MARIANO TEIXEIRA ENSINO MÉDIO

FICHA PARA ESTUDO - III BIMESTRE TURMA:


PROFª CREUZA ROLIM

ESTUDANTE: DATA: ___/___/___

ESPORTES PARALÍMPICOS
Os esportes paralímpicos são as modalidades
esportivas adaptadas para pessoas com deficiência
que fazem parte das Paralimpíadas. Ao todo, 22
modalidades paralímpicas integram a competição. A
origem dos esportes paralímpicos está associada à
reabilitação física. A popularização dessas práticas se
deu após as grandes guerras mundiais, em que
militares adquiriram deficiências físicas. O esporte se
tornou uma ferramenta de reinserção social dessas pessoas na sociedade.
A Classificação Esportiva Paralímpica é o mecanismo de categorização dos
esportes paralímpicos. Com esse sistema, cada modalidade esportiva apresenta sua forma
específica de incluir e classificar os atletas que se
enquadram para participar. Entre os fatores levados
em consideração nessa classificação estão o impacto
da deficiência na ação motora, nível de habilidade,
grau de deficiência, peso corporal, idade e sexo. O
objetivo desse sistema é garantir o menor impacto da
condição de deficiência na performance e rendimento
dos atletas. Esse tipo de padronização não está
presente somente nas grandes competições, mas
também nas iniciações esportivas para pessoas com
deficiência.

Quais são os esportes paralímpicos?

Os esportes paralímpicos são:

● atletismo paralímpico; ● judô paralímpico;


● badminton paralímpico; ● natação paralímpica;
● basquete em cadeira de rodas; ● remo paralímpico;
● bocha; ● rugby em cadeira de rodas;
● canoagem paralímpica; ● taekwondo paralímpico;
● ciclismo de pista paralímpico; ● tênis de mesa paralímpico;
● esgrima em cadeira de rodas; ● tênis em cadeira de rodas;
● futebol de 5; ● tiro com arco paralímpico;
● goalball; ● tiro esportivo paralímpico;
● halterofilismo paralímpico; ● triatlo paralímpico;
● hipismo paralímpico; ● vôlei sentado.
Origem e história dos esportes paralímpicos

A origem do esporte adaptado para pessoas com


deficiência está relacionada ao campo da reabilitação
física e social dessa população. A prática dessas
pessoas com orientação médica começou a se tornar
frequente entre os estadunidenses no final do século
XIX.
Após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, ocorreu
um processo de incentivo da prática esportiva entre
pessoas com deficiência. Nesse contexto, em 1922 foi
criada a Federação de Esportes para Surdos, na
Bélgica, tornando-se uma das primeiras organizações
esportivas direcionadas a esse público.
O Comitê Internacional de Esportes para Surdos (CISS) surgiu em 1924 e foi
responsável por realizar a primeira competição internacional, de forma oficial, para pessoas
surdas. Esse torneio recebeu o nome de Jogos do Silêncio e foi disputado por atletas de
nove países europeus.
Outra instituição no cenário global a ser criada foi a Associação Atlética Americana
para Surdos (AAAD) em 1945. Estudiosos indicam que as instituições para atletas surdos
foram as pioneiras justamente por essa população precisar de menos adaptações para a
prática dos esportes.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, muitos combatentes adquiriram deficiências
físicas, tais como lesão medular, amputação e cegueira. O esporte se tornou uma
importante ferramenta para inserir essas pessoas novamente no campo social e contribuir
de forma direta na reabilitação física.
Na Inglaterra, com o Hospital de Stoke Mandeville para pessoas com lesão medular,
o neurocirurgião Ludwig Guttmann se tornou um dos pioneiros no desenvolvimento do
esporte adaptado de alto rendimento. Nessa instituição hospitalar, no intuito de proporcionar
lazer aos pacientes, eram realizadas atividades de arco e flecha, tênis de mesa e polo com
cadeira de rodas.
Em 1948, foi realizada a primeira edição dos Jogos Nacionais de Stoke Mandeville,
com a modalidade de arco e flecha. Após o evento, profissionais médicos e técnicos de
diferentes partes do mundo visitavam o hospital para conhecer as atividades desenvolvidas
por Guttmann.
Na segunda edição, o torneio passou a ser
realizado internacionalmente, recebendo o nome de I
Jogos Internacionais de Stoke Mandeville. Nesse
período foi criada a Federação Internacional dos Jogos
de Stoke Mandeville (ISMGF), com responsabilidade
de gerenciar o esporte para pessoas paraplégicas. O
reconhecimento desses jogos pelo Comitê Paralímpico
Internacional ocorreu em 1956.
Em 1960, na nona edição dos Jogos de
Mandeville, a competição passou a integrar o
calendário olímpico e se tornou os Jogos Paralímpicos.
A primeira edição das Paralimpíadas foi realizada em Roma (1960) e foi chamada de
Olimpíadas para Paraplégicos, e na edição seguinte, no Japão, passou a ser conhecida por
Paraolimpíadas. Atualmente o termo correto é Paralimpíadas e foi definido em 2012.

Brasil nos esportes paralímpicos

A primeira vez que o Brasil participou dos esportes paralímpicos foi na edição de
Heidelberg, na Alemanha Ocidental (1972). Entretanto, a primeira medalha só foi
conquistada nos jogos seguintes, realizados em Toronto, no Canadá. Os primeiros
brasileiros atletas medalhistas foram Robson Almeida e Luiz Carlos da Costa, com a prata
no laen bowls, esporte semelhante à bocha e realizado na grama.
Entre os atletas paralímpicos, o nadador Daniel
Dias é o competidor com mais pódios na história do
Brasil nas Paralimpíadas. Ao todo, ele conquistou 27
medalhas ao longo de quatro edições dos jogos, sendo
14 de ouro, sete de prata e seis de bronze.
Em 2004, na cidade de Atenas, na Grécia, os
brasileiros ficaram em 14º lugar no ranking geral de
medalhas. Com uma constante evolução, nas últimas
quatro edições, o Brasil figura entre as dez melhores
nações das Paralimpíadas.

Relação dos esportes olímpicos com os esportes paralímpicos

Uma relação importante entre os esportes olímpicos e


esportes paralímpicos se estabeleceu no contexto de
criação das modalidades para pessoas com
deficiência, o qual ocorreu quando as Olimpíadas
atingiram um grande alcance político e cultural no
mundo.
O movimento paralímpico se aproxima do olimpismo ao
evidenciar os ideais da promoção do respeito mútuo,
cooperação e paz entre as nações. Para além disso,
atém-se também à rejeição à discriminação.
Entre os esportes olímpicos, há algumas modalidades
realizadas de forma semelhante aos paralímpicos,
como a natação, atletismo e ciclismo. Nesses casos, o que acontece que é nas
Paralimpíadas são criadas mais categorias de competição para incluírem diferentes
condições de deficiência.
Importância dos Jogos Paralímpicos

Os Jogos Paralímpicos se tornaram uma oportunidade de dar visibilidade às


modalidades esportivas praticadas por pessoas com deficiência. Com isso, tenta-se
conscientizar sobre o respeito da diversidade de corpos, fortalecer a autonomia de pessoas
que convivem com deficiência e compartilhar o papel do esporte nesta população.
O evento das Paralimpíadas é transmitido em todo o mundo. A mídia se torna uma
ferramenta importante no processo de disseminação das práticas paralímpicas e histórias
dos atletas. Nesse sentido, o respeito e a inclusão são valores presentes durante os jogos e
são reafirmados em todas as modalidades de esportes paralímpicos.
As Paralimpíadas se tornaram o principal evento esportivo com a participação de
pessoas com deficiência.

Curiosidades sobre os Jogos Paralímpicos

O símbolo das Paralimpíadas é formado por agitos nas


cores vermelha, verde e azul, que representam o lema
paralímpico: “espírito em movimento”.
Os atletas paralímpicos podem chegar na competição
com idades mais avançadas que a média dos
competidores olímpicos, podendo ultrapassar os 70
anos.
Tal como acontece nas Olimpíadas, o processo de
submissão ao antidoping é feito com atletas
paralímpicos.

Quadro geral de medalhas nas Paralimpíadas de Paris 2024

Vôlei Sentado

No vôlei sentado, podem competir homens e mulheres que possuam alguma


deficiência física ou relacionada à locomoção. São seis jogadores em cada time, divididos
por uma rede de altura diferente e em uma quadra menor do que na versão olímpica da
modalidade. Os sets tem 25 pontos corridos e, o tie-break, 15. Ganha a partida a equipe
que vencer três sets.
A quadra mede 10m de comprimento por 6m
de largura. A altura da rede é de 1,15m no masculino e
1,05m no feminino. É permitido bloqueio de saque,
mas os jogadores devem manter o contato com o solo
o tempo todo, exceto em deslocamentos. No Brasil, a
modalidade é administrada pela Confederação
Brasileira de Voleibol para Deficientes (CBVD).

DEFICIÊNCIAS GÊNERO QUADRA


Física e de locomoção Masculino e Feminino Mede 10m x 6m
A rede fica a 1,15m do chão no
masculino e a 1,05m no feminino

REGRAS TIME
As mesmas do vôlei olímpico (melhor de 5 sets). 6 jogadores
A exceção é que se pode bloquear o saque.

Classes no Vôlei Sentado

De acordo com o grau de impacto nas funções na modalidade ocasionado pela sua
deficiência, os atletas são divididos em dois grupos: VS1 e VS2.

CLASSE VS1 - Deficiência severa CLASSE VS2 - Deficiência leve

Na classe VS1 estão os atletas com Na classe VS2 estão os atletas com
deficiências mais severas e que têm deficiências mais leves e com menor
maior impacto nas funções essenciais interferência nas funções em quadra.
do vôlei sentado. Ex: amputação de parte do pé, amputação
Ex: amputados de perna. bilateral de polegar.

Além dessas duas classificações mais gerais, existe a classificação funcional


dividida em: amputados e outros, que são aqueles que possuem algum tipo de deficiência
motora.
Já para os amputados, há uma classificação específica:
● AK (above knee): amputação realizada acima ou através da articulação do joelho.
● BK (below knee): amputação realizada abaixo do joelho, através ou acima da
articulação tálus-calcâneo, no tornozelo.
● AE (above elbow): amputação realizada acima ou através da articulação do
cotovelo.
● BE (below elbow): amputação realizada abaixo do cotovelo, sendo através ou
acima da articulação do pulso.
Logo, por meio dessa classificação, eles são divididos em 9 tipos:
● Classe A1: duplo AK
● Classe A2: AK simples
● Classe A3: duplo BK
● Classe A4: BK simples
● Classe A5: duplo AE
● Classe A6: AE simples
● Classe A7: duplo BE
● Classe A8: BE simples
● Classe A9: amputações combinadas dos membros inferiores e superiores

Regras oficiais do vôlei sentado

● a área de jogo é o espaço da quadra, que mede 10 x 6 metros, e a zona livre, que
deve ter no mínimo 3 metros de largura em todos os lados;
● a altura da rede é de 1,15 para a modalidade masculina e 1,05 para a feminina;
● há duas equipes com 12 jogadores cada, sendo que 6 ficam na reserva e 6 em
quadra;
● os jogadores podem ter as funções: ataque, defesa ou líbero (que fica no fundo da
quadra, sendo um especialista em defesa);
● vence o jogo o time que ganhar 3 sets;
● se houver empate dos sets (2x2), o último set, chamado de tie-break, será
determinante. Diferente dos outros sets, os pontos vão até 15.
● os jogadores não podem bater na bola sem estar com o quadril em contato com o
solo;
● cada equipe pode tocar somente três vezes na bola antes de passar ao time
adversário;
● os pontos são feitos quando a bola toca o chão da quadra do time adversário;
● diferente do vôlei tradicional, no vôlei sentado o saque pode ser bloqueado pelos
jogadores da linha de frente.

Linhas e zonas da quadra de vôlei sentado

Muito similar ao voleibol tradicional, nessa modalidade há linhas e zonas. Todas as


linhas da quadra devem ser de cor clara e com 5 cm de largura.
● Linhas de delimitação: 4 linhas que delimitam a quadra de jogo (duas linhas
laterais e duas linhas de fundo).
● Linha central: divide a quadra em dois espaços de 5 metros.
● Linha de ataque: está a 2 metros do centro do campo e marca a zona da frente.
● Zona de frente: próxima da rede, ela é limitada pela linha central e a linha de
ataque.
● Zona de saque: local onde é realizado o saque. Possui 6 metros de largura e se
estende até o fim da zona livre.

Goalball

Ao contrário de outras modalidades paralímpicas, o goalball foi desenvolvido


exclusivamente para pessoas com deficiência visual. A quadra tem as mesmas dimensões
das de vôlei (9m de largura por 18m de comprimento). As partidas são realizadas em dois
tempos de 12 minutos, com três minutos de intervalo. Cada equipe conta com três
jogadores titulares e três reservas.
De cada lado da quadra, há um gol com 9m de
largura e 1,30m de altura. Os atletas são, ao mesmo
tempo, arremessadores e defensores. O arremesso
deve ser rasteiro ou tocar pelo menos uma vez nas
áreas obrigatórias. O objetivo é balançar a rede
adversária.
A bola tem um guizo em seu interior para que
os jogadores saibam sua direção. O goalball é um
esporte baseado nas percepções tátil e auditiva, por
isso, não pode haver barulho no ginásio durante a
partida, exceto no momento entre o gol e o reinício do
jogo e nas paradas oficiais. A bola tem 76 cm de
diâmetro e pesa 1,25 kg.

DEFICIÊNCIAS GÊNERO QUADRA


Visual Masculino e Feminino Mede 9m x 18m
A rede tem 9m x 1,3m

REGRAS TIME
O jogo é dividido em dois tempos de 12 minutos 6 jogadores no total, sendo 3
cada, com três minutos de intervalo. titulares e 3 reservas
Todos os jogadores exercem, ao mesmo tempo,
as funções de ataque e defesa.
Há um guizo no interior da bola para emitir sons.

Classes no Goalball

Nesta modalidade, os atletas com deficiência visual das classes B1, B2 e B3,
competem juntos. Todas as classificações são realizadas por meio da mensuração do
melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Todos os atletas,
independentemente do nível de perda visual, utilizam uma venda durante as competições
para que todos possam competir em condições de igualdade.

CLASSE B1 CLASSE B2 CLASSE B3

Cegos totais ou com percepção de luz, Atletas com Atletas que


mas sem reconhecer o formato de uma percepção de conseguem definir
mão a qualquer distância. vultos. imagens.

Futebol de 5

O futebol de cegos é exclusivo para cegos ou


deficientes visuais. As partidas, normalmente, são em
uma quadra de futsal adaptada, mas, desde os Jogos
Paralímpicos de Atenas 2004, também têm sido
praticadas em campos de grama sintética. O goleiro tem
visão total e não pode ter participado de competições
oficiais da Fifa nos últimos cinco anos.
Junto às linhas laterais, são colocadas bandas
que impedem que a bola saia do campo. Cada time é
formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na
linha. Diferentemente de um estádio convencional de futebol, as partidas de futebol de
cegos são silenciosas, em locais sem eco. O jogo é dividido em dois tempos de 15 minutos,
com 10 minutos de intervalo.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. A torcida só
pode se manifestar na hora do gol. Os jogadores usam uma venda nos olhos e, se tocá-la,
cometem uma falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser
substituído por outro jogador. Há, ainda, um guia (chamador) que fica atrás do gol
adversário para orientar os atletas do seu time. Ele diz onde os jogadores devem se
posicionar em campo e para onde devem chutar. O técnico e o goleiro também auxiliam em
quadra.
A participação do futebol de cegos nos Jogos Paralímpicos aconteceu, pela primeira
vez, em Atenas 2004. Também neste evento, o Brasil foi o campeão, ao superar, nos
pênaltis, os argentinos por 3 a 2. A Seleção Brasileira possui mais quatro títulos
paralímpicos: Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, e Tóquio 2020, quando sagrou-se
pentacampeão. Além dos títulos, a equipe verde e amarela foi a primeira a marcar um gol
em Jogos Paralímpicos. O autor do feito foi o atleta Nilson Silva, falecido em 2012.

DEFICIÊNCIAS GÊNERO QUADRA


Visual Masculino Mede 20m x 40m (padrões do
futsal) e tem barreiras (bandas)
laterais.

REGRAS TIME
O jogo é dividido em dois tempos de 15 minutos cada, com 10 5 jogadores no total,
minutos de intervalo. sendo 4 vendados e o
Há um guizo no interior da bola para emitir sons. goleiro, com visão
Os atletas possuem três guias para orientá-los (o goleiro, o total.
chamador e o técnico).

Classes no Futebol de 5

Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind,
cego em inglês).
Nos Jogos Paralímpicos, porém, competem apenas os da classe B1.

CLASSE B1 CLASSE B2 CLASSE B3

Cegos totais ou com percepção de luz, Atletas com Atletas que


mas sem reconhecer o formato de uma percepção de conseguem definir
mão a qualquer distância. vultos. imagens.

Fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/educacao-fisica/esportes-paralimpicos.htm
https://cpb.org.br/modalidades/goalball/
https://cpb.org.br/modalidades/volei-sentado/
https://www.todamateria.com.br/volei-sentado/
http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/paraolimpiadas/modalidades/goalball
www.cbdv.org.br
https://cpb.org.br/modalidades/futebol-de-cegos/

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