D'avilla Jhonny Lima Santos - TCC Eng. de Produção Cdsa 2022
D'avilla Jhonny Lima Santos - TCC Eng. de Produção Cdsa 2022
D'avilla Jhonny Lima Santos - TCC Eng. de Produção Cdsa 2022
SUMÉ - PB
2022
D’AVILLA JHONNY LIMA SANTOS
SUMÉ - PB
2022
S237a Santos, D’Ávilla Jhonny Lima.
Análise de conformidade da NR 33 em um espaço
confinado de uma unidade de beneficiamento de grãos.
/ D’Ávilla Jhonny Lima Santos. - 2022.
55 f.
CDU: 331.4(043.1)
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________________________
Professor Dr. Daniel Augusto de Moura Pereira.
Orientador - UAEP/CDSA/UFCG
________________________________________________
Professor Dr. Yuri Laio Teixeira Veras Silva.
Examinador I - UAEP/CDSA/UFCG
_______________________________________________
Professor Dr. Rômulo Augusto Ventura Silva.
Examinador II - UATEC/CDSA/UFCG
SUMÉ - PB
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, por ter me dado força, perseverança, saúde e sabedoria,
que me permitiu a chega nesse momento tão importante da minha vida.
Aos meus pais Jose Wilson Chaves e minha mãe Conceição de Maria Aguiar também
minha irmã Camilla Aguiar, que sempre me apoiaram nos meus estudos contribuindo para
minha educação sempre serão minha base.
A minha mãe Ana Karina em especial que sempre acreditou no meu potencial e que
mesmo longe sempre ligava e me dava um incentivo.
A minha melhor amiga, noiva, Sabrina Lima que sempre me incentivou e apoiou em
cada momento dificil durante a graduação, sem ela como minha co-orientadora esse trabalho
não seria possivel ser realizado.
Aos meus amigos Rodrigo Carvalho, Paulo Itagino, José Carlos Aires, Judieldo Morais,
Suenia Nunes e Amaury Medina, que tiveram ao meu lado durante a graduação estudando
juntos, e que vivemos boas resenhas.
A todos os meus professores que fizeram parte da minha formação, principalmente a
meu orientador Daniel Moura, por aceitar este desafio e acreditar no potencial do meu trabalho.
“Sempre damos graças a Deus por todos
vocês, mencionando-os em nossas orações.
Lembramos continuamente, diante de nosso
Deus e Pai, o que vocês têm demonstrado: o
trabalho que resulta da fé, o esforço motivado
pelo amor e a perseverança proveniente da
esperança em nosso Senhor Jesus Cristo" (1Ts
1:2, 3, NVI).
RESUMO
Grain processing units play a fundamental role in Brazilian production, and with the increase
in demand these units require faster processes, thus the risks of accidents become more present
and can be classified according to their degree or type of occupational risk. Therefore, it is
essential to analyze the risks existing in these environments to achieve control in the rate of
work accidents and occupational diseases, in addition to avoiding very serious damage to the
health, safety and well-being of the employee. Thus, this work was carried out in a grain
processing unit with the objective of developing a study to prevent risk of accident at work,
which provided the survey of the risks existing in one of the 23 confined spaces of the company
studied, as well as the verification of compliance with NR33. In order to minimize the risk of
accidents in this location. In view of this, the risk map, the preliminary risk analysis and the
action plan, to have a better execution of activities preserving the integrity of the employee.
EC - Espaço Confinado
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS......................................................................................................... 11
2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................... 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................................. 11
3 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 12
3.1 ARMAZENAGEM................................................................................................ 12
3.2 REALIDADE DA ARMAZENAGEM NO BRASIL............................................ 13
3.3 SEGURANÇA DO TRABALHO.......................................................................... 14
3.3.1 Espaço Confinado................................................................................................. 16
3.3.2 Equipamentos de Proteção Individual e Proteção Coletiva............................... 17
3.4 ACIDENTES DE TRABALHO EM UNIDADES ARMAZENADORAS............ 24
3.4.1 Riscos em Silos...................................................................................................... 25
3.4.2 Gases prejudiciais à saúde................................................................................... 27
3.5 HIGIENE OCUPACIONAL.................................................................................. 27
3.6 MAPA DE RISCO................................................................................................. 29
3.6.1 Objetivo do mapa de risco.................................................................................... 29
3.6.2 Etapas de elaboração........................................................................................... 29
3.7 CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES AMBIENTAIS.......................................... 31
3.7.1 Agentes Biológicos................................................................................................ 31
3.7.2 Agentes Químicos................................................................................................. 31
3.7.3 Agentes Físicos...................................................................................................... 32
3.7.4 Agentes Ergonômicos........................................................................................... 32
4 METODOLOGIA................................................................................................ 33
4.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA..................................................................... 33
4.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................... 33
4.3 COLETA E TRATAMENTOS DOS DADOS...................................................... 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES....................................................................... 37
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO.............................................. 37
5.2 ANÁLISES QUALI-QUANTITATIVA............................................................... 38
5.3 PROPOSTA DE MELHORIA............................................................................... 40
5.3.1 Mapa de Risco....................................................................................................... 40
5.3.2 Análise Preliminar de Riscos – APR.................................................................. 41
5.3.3 Plano de Ação....................................................................................................... 42
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 45
REFERÊNCIAS............................................................................................................... 46
APÊNDICES.................................................................................................................... 49
10
1 INTRODUÇÃO
Com o aumento da produção de grãos, o Brasil passa por um grande crescimento na área
agrícola. De acordo com o Conab (2022), a produção brasileira de grãos na safra 2021/22 está
estimada em 268,2 milhões de toneladas. A previsão de crescimento em relação à safra anterior
é de 5% ou 12,79 milhões de toneladas. Conforme o aumento da produção cresce é necessário
que as unidades de beneficiamento de grãos cresçam para suprir a necessidade do setor.
As atividades em unidades de beneficiamentos de grãos, em sua maioria estão
diretamente ligadas a algum espaço confinado, seja no recebimento, limpeza, secagem e/ou
armazenamento. Nos espaços confinados o colaborador fica exposto a alguns riscos, sendo eles
os mais comuns: ruído, calor, esforço físico intenso, agentes químicos e umidade. Dessa forma,
se faz necessário uma análise detalhada e medições das concentrações e intensidades dos riscos
químicos e físicos.
Nesse contexto, a NR 33 tem como objetivo garantir os requisitos mínimos para a
entrada em um espaço confinado. Além de determinar que o espaço confinado deve ter
monitoramento, identificação, controle e prevenção dos riscos existentes nas realizações de
atividades neste ambiente de trabalho.
O presente trabalho tem como objetivo analisar as conformidades com a NR 33, no
espaço confinado que os colaboradores têm mais contato. Sendo necessário a realização do
Programa de Prevenção de Risco de Acidente (PPRA), para buscar preservar a saúde e
integridade dos colaboradores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle
da ocorrência de riscos.
11
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ARMAZENAGEM
O Brasil está entre os maiores produtores mundiais de grãos, tendo como principais
commodities as culturas de soja e milho, grande parte de sua produção é destinada à exportação.
A logística relacionada à armazenagem apresenta uma deficiência, que dificulta a
competitividade tanto para o mercado interno quanto para o externo. A competitividade é
importante para que as unidades armazenadoras estejam sempre buscando entregar um produto
de qualidade com redução de perdas durante o processo de beneficiamento (CABRAL, 2018).
De acordo com Cabral (2018) para a diminuição do gasto na transferência dos grãos
as unidades armazenadoras têm de ser projetadas de forma que a localização seja benéfica a
logística. Visto que, conservar a produção estocada, proporciona uma melhoria na eficiência da
comercialização, fazendo com que o fabricante possa esquivar-se das pressões do comércio por
preços mais baixos no período de colheita. A comercialização de grãos em períodos mais
oportunos, faz com que os preços de venda dos produtos se tornem mais interessantes e uma
diminuição nos custos de transporte, possibilitando evitar vendas menos lucrativas e maior
volume de produto em escoamento, em períodos de safra. Mas, para que isso aconteça de forma
correta é necessário priorizar uma rede de armazenamento adequada (CABRAL, 2018).
Nos últimos anos, o agronegócio tem se destacado pela geração de divisas ao Brasil.
A relevância do setor está relacionada ao fato do mesmo ser o responsável por 25% do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro. Sendo assim, é importante enfatizar a relevância da cadeia de
soja, da qual o volume exportado foi excedente a 67 milhões de toneladas em 2016, embora os
ganhos alcançados na produção sejam relevantes, a ausência ou inadequação de infraestruturas
logísticas diminuem a competitividade do produto nacional no mercado internacional
(ROCHA; SANTOS; CAIXETA FILHO, 2019).
A habilidade de armazenar amplas quantidades de grãos é essencial para a cadeia
logística de escoamento produção agrícola, por dois motivos indispensáveis: (1) promove a
venda do produto em períodos propícios para a sua comercialização, com melhores preços e
menor despesa com transporte e (2) impede o bloqueio da cadeia em períodos de safra,
principalmente nos portos. A dificuldade do escoamento da safra brasileira prejudica o
agronegócio na sua base, modificando consideravelmente a comercialização, a geração de
preços e a competitividade do setor. A infraestrutura de armazenagem de grãos necessita ter a
capacidade de aceitar toda a produção agrícola nacional, além de oferecer espaços para
possíveis produtos do mercado externo, para atender adequadamente a demanda interna. A
infraestrutura de armazenagem do Brasil não tem complementado o andamento do
14
de trabalho, por serem considerados como espaços confinados (lugares fechados) se tornam
perigosos (GIROTTO, 2015).
Segundo Girotto (2015) após a colheita, os grãos são encaminhados para as unidades
de beneficiamento e armazenagem, onde são submetidos a processos operacionais como o
recebimento, limpeza, secagem, armazenagem e expedição. Os riscos indicados nos espaços
confinados podem ser de origem química, física ou ergonômica.
Inúmeros acidentes que ocorrem por asfixia, intoxicação, soterramento, explosões,
quedas em altura, são provocados pelo acúmulo de poeira nos armazéns e ruídos emitidos pelos
equipamentos em unidades armazenadoras de grãos (DA ROSA, 2018). Um exemplo de onde
pode ocorrer esses tipos de acidentes são os silos por serem ambientes que não foram planejados
para a ocupação constante de trabalhadores, visto que dispõem de ambientes com passagens
delimitadas de entrada e saída, ventilação insuficiente para a retirada de contaminantes, além
de poder haver falta de oxigenação (GIROTTO, 2015).
A poeira gerada no decorrer dos processos de armazenamento e movimentação dos
grãos são considerados fatores de risco e é o principal fator de risco ocupacional para o sistema
respiratório nessas áreas de trabalho. A atividade física também é um fator de risco, devido a
intensidade das operações, pois causará o aumento da frequência respiratória e o volume de ar
corrente, sendo assim, as vias aéreas ficam mais expostas a uma quantidade maior de agentes
inaláveis (DA ROSA, 2018).
O ruído constante e intenso resultante das fitas transportadoras e elevadores, é capaz
de causar alterações psicológicas, interferências na comunicação, estresse, agressão ao sono,
perdas irreversíveis de audição e aumento da ocorrência de acidentes de trabalho e percurso.
Fatores que também estão relacionados à operação de movimentação e armazenagem de grãos
são: acidentes, esforços biomecânicos e calor excessivo. Os acidentes podem causar lesões
temporárias ou permanentes, além de óbitos; nos esforços biomecânicos podem ocorrer
constrangimentos osteomusculares, provenientes de posturas e forças aplicadas
inadequadamente; o calor excessivo pode submeter o trabalhador a um superaquecimento do
corpo e esgotamento físico. Para evitar esses tipos de acidente é de fundamental importância
inserir o uso de EPIs nas rotinas básicas (DA ROSA, 2018).
Com o intuito de prevenir e diminuir o número de acidentes, se faz necessário o
levantamento amplo e específico com relação à ocorrência de acidentes, local de trabalho e suas
condições, além de inserir programas de prevenção aos encarregados pelo ambiente laboral,
ressaltando quais locais devem efetuar a prevenção rigorosamente (GIROTTO, 2015).
16
A definição de espaço confinado segundo a NR-33 (2012): é todo local que não tenha
sido projetado para ocupação humana de forma contínua, que tenha acessos limitados, e cuja
ventilação existente seja precária para remover contaminantes ou onde possa existir a falta ou
excesso de oxigênio.
Os espaços confinados por se tratarem de locais fechados e perigosos podem
apresentar riscos de acidentes que possam comprometer a segurança e a integridade física do
colaborador, limitando o desenvolvimento de suas atividades no interior da unidade.
Os graves acidentes, de modo geral, fazem vítimas fatais, nesse sentido há uma
necessidade em garantir a segurança total dos colaboradores que estão diariamente em áreas de
risco. Cada ambiente confinado tem suas especificações e devem ser observadas e as medidas
de prevenção como a sinalização correta e as medidas de controle de riscos devem ser
implementadas (BORTOLUZZI, 2018).
Para que o trabalho seja realizado mediante os riscos existentes nos espaços
confinados, é necessário que o local esteja em condições aceitáveis, fazendo necessário que
para cada atividade em espaço confinado deve ser emitida a permissão de entrada e trabalho
(PET), e da correta sinalização dos locais de perigo juntamente com o uso da proteção
individual. A partir disso é possível visar que com a implantação da NR 33 de forma efetiva é
possível reduzir os números de acidentes em espaços confinados (BORTOLUZZI, 2018).
É indispensável a utilização de máquinas, equipamentos e estruturas de
armazenamento para que obter sucesso na produção, devido suas estruturas construtivas que na
maioria das vezes desconsiderando a necessidade de entrada de pessoas, as atividades de
limpeza e manutenção apresentam uma certa complexidade de execução dos procedimentos.
Além de conter níveis inadequados de oxigênio, agentes químicos diversos, produtos
inflamáveis e realizar alguns procedimentos em altura (BORTOLUZZI, 2018).
No espaço confinado os meios de entradas são limitados, assim como sua ventilação
não é suficiente para a remoção dos contaminantes, podendo ocorrer a deficiência de oxigênio
na atmosfera com menos de 19,5% como também uma atmosfera rica contendo mais de 23%
de oxigênio na pressão atmosférica normal. Essa variação de oxigênio ocorre nos silos de
armazenagem de grãos, poços de elevadores e túneis, nesses locais quando o processo de
secagem dos grãos não é feita de forma correta ou na limpeza ficou algum resquício de grãos
podendo ocorrer a fermentação de materiais orgânicos por decomposição, levando o aumento
17
Os tipos de EPIs utilizados podem variar de acordo com a função exercida como:
Proteção auditiva:
Proteção respiratória:
Proteção da cabeça:
Figura 4 - Capacetes
De acordo com Félix (2020) com o crescimento da produção de grãos se faz necessário
que os processos sejam mais rápidos e eficientes, a busca pela melhor eficiência geralmente
não está alinhada com as questões de segurança do trabalho. Apesar da grande quantidade de
trabalhadores em uma UBS, a norma regulamentadora de número nove (NR-9) que trata da
avaliação de riscos ambientais, das condições de trabalho, adequação do maquinário, além do
programa de prevenção de riscos ambientais (PPRA) e pouco discutida, aplicada e fiscalizada
em grande parte das UBS.
Em virtude do trabalho em altura, queda de objetos, exposição a agentes químicos, além
dos riscos ergonômicos podem acontecer acidentes e desenvolver doenças do trabalho. As
dificuldades da implantação de uma cultura de segurança do trabalho estão diretamente ligadas
à dificuldade de investimento, vícios comportamentais, falta de suporte aos técnicos de
segurança do trabalho. Em várias UBS, os trabalhadores estão expostos a situações de
insalubridade ou periculosidade, a falta de um programa de prevenção de riscos ambientais bem
elaborado (PPRA), onde todos os fatores de riscos presentes são avaliados na forma quantitativa
ou qualitativa, esses trabalhadores podem ser expostos a esses fatores de riscos sem a proteção
devida e sem a caracterização de insalubridade ou periculosidade para determinada atividade
25
(FELIX, 2020).
Entre as principais causas de acidente no trabalho está a redução ou falta de investimento
com o custo de segurança, também a falta de conscientização dos empregados e empregadores,
podendo levar o acidente à sua forma mais trágica por falha de segurança no local de trabalho.
Apesar disso, a educação da segurança do trabalho é essencial para qualquer organização.
(BRISTOT, 2019).
Soterramento ocorre quando há uma grande massa de grãos contra a parede do silo, e
na tentativa de soltar a massa de grão, o colaborador pode ser instantaneamente soterrado, neste
caso para a realização das buscas e remoção do colaborador, devem-se estabilizar os grãos.
(ACCA,2011), como exemplo na Figura 14.
Figura 14 - Soterramento
O fluxo de grãos, ocorre à medida que flui a pessoa é puxada para dentro da massa de
grãos, devido a força da sucção a pessoa não consegue caminhar ou escalar no sentido oposto,
como na Figura 15.
26
A etapa de reconhecimento consiste na verificação dos agentes ambientais que afetam a saúde
dos trabalhadores, o que resulta no planejamento dos produtos e processos envolvidos e
quantidade de colaboradores expostos. A avaliação quantitativa e qualitativa tem a função de
averiguar os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nos ambientes de trabalho.
Mediante os dados obtidos nas etapas anteriores, a etapa de controle tem como objetivo propor
medidas coletivas, administrativas ou de organização do trabalho e EPI (SALIBA, 2021).
A finalidade do mapa de risco é relatar a situação do local de trabalho, deste modo, deve
estar posicionado estrategicamente para fácil visualização no ambiente de trabalho. Desta forma
esta ferramenta é uma representação gráfica composta por círculos com tamanho e cores
diferentes, representando os possíveis riscos ambientais existentes no local. A datar de 17 de
agosto de 1992 conforme a Portaria nº 05 do Ministério do Trabalho e Emprego, as empresas
que oferecem risco, devem desenvolver de maneira obrigatória o mapa de risco (SCHNEIDER;
GERVANUTTI, 2014).
A especialização do agente (por exemplo: químico > sílica, hexano, ácido clorídrico, ou
ergonômico > repetitividade, ritmo excessivo) que deve ser anotada também dentro do círculo;
A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferenciados de círculos.
Após a CIPA aprovar o mapa de riscos por completo, devem ser selecionados os locais
para fixá-los, garantindo uma boa visualização no devido setor, caso contrário, a não realização
da atividade de elaboração/fixação pode gerar multas. Neste sentido, no Quadro 1 representa
graficamente o modelo do mapa de riscos que deve ser fixado no setor de trabalho.
31
Esta classe de risco se define pela ação de fungos, bactérias, bacilos, parasitas, entre
outros agentes biológicos. Estes agentes estão presentes em ambientes com pouca higienização
e a transmissibilidade pode ocorrer por meio do contato com animais, vegetais ou funcionários
doentes.
O risco químico pode se apresentar de várias formas, por meio gasoso, líquido ou em
partículas, tendo maior facilidade de entrar em contato com as vias aéreas ou pele, podendo
gerar sequelas crônicas de médio a longo prazo, precisando de medidas de acompanhamento
dos colaboradores expostos, ou até mesmo o afastamento para tratamento médico
(CAMAROTTO; MATTOS, 1984).
32
4 METODOLOGIA
Inicialmente foi realizada uma avaliação qualitativa durante sete dias, por meio de
entrevistas com os colaboradores, observação da atividade laboral, acompanhando os
procedimentos adotados para a entrada em espaços confinados.
A partir desta avaliação foi possível produzir um mapa de riscos levando em
consideração os conceitos apresentados na Tabela 1. A Tabela 1 apresenta as definições dos
parâmetros de maneira coesiva a respeito do risco.
35
O Quadro 3 mostra legenda e o grau de severidade do risco que é definido pelo tamanho do
diâmetro.
36
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A UBG está localizada na MA-140, Vargem Limpa, Riachão MA, a 854,9 km da capital
do estado. Este empreendimento foi construído em 2008 e atualmente possui 19 colaboradores.
Fotografia 1 - UBG
Conforme os resultados obtidos após as visitas e a aplicação do check list que encontra-
se no APÊNDICE B, para espaço confinado 10, obtivemos os seguintes resultados.
14
12
10
8
6
4
2
0
sim não
O grau de risco foi definido de acordo com as respostas do questionário realizado com
os funcionários (APÊNDICE A), juntamente aos resultados das análises quali-quantitativas. O
mapa de risco é apresentado em uma visão micro mostrando uma visão de todos os riscos
ocupacionais presentes.
No espaço confinado 10, é onde possui o maior número de entradas devido às atividades
dos setores de secagem, expedição e recebimento. Sua classificação é considerada em dois
níveis de risco (médio e alto). Com relação ao risco alto a probabilidade de acontecer acidentes
é maior, de acordo com o questionário respondido e devido relatos dos funcionários que
trabalhavam naquele local, encontrou- se posturas inadequadas, esforço físico intenso, explosão
do pó de cereais, queda de altura, devido ao problema no telhado dos elevadores onde a escada
de acesso fica molhada, ruído muito alto por causa do funcionamento dos redlers e elevadores.
Neste sentido, a utilização de EPI e EPC é fundamental para a execução de tarefas,
principalmente quando se expõem a altos riscos. Direcionando para o risco médio, no final das
atividades os trabalhadores sentem dores de cabeça, devido aos gases tóxicos ou deficiência de
O2 oriundos do processo de fermentação dos grãos que caem na água pois dentro do espaço
confinado possui uma mina d’água. Por fim, riscos biológicos em razão da decomposição da
matéria orgânica, deste modo fazendo necessário o uso do EPI. O Quadro 4 apresenta a visão
do espaço confinado 10.
Quadro 4 - Mapa de risco do espaço confinado 10.
LOCALIZAÇÃO
FONTE
RISCOS MEDIDAS DE CONTROLE
GERADORA
Redlers e
Ruído. Uso de protetor auricular do tipo inserção (plug)
Elevadores
Escadas
Queda de altura. Uso obrigatório do cinto, talabarte e trava quedas
molhadas
Grade
Queda de Objetos Uso de capacete de segurança, com jugular e
superior
sobre pessoas equipamentos amarrados
aberta
Posturas Pouco espaço
Planejar a execução da atividade
inadequadas interno
42
Processo de
Presença de gases
fermentação Exaustão do EC por 5 minutos e após insuflação de ar
tóxicos ou
da matéria por mais 5 minutos.
deficiência de O2
orgânica
Ambiente
Riscos Biológicos úmido com
(matéria orgânica matéria Uso de Luvas látex, botas de borracha e máscaras
em decomposição). orgânica em
decomposição
Através do Plano de Ação podemos ter um levantamento das medidas que devem ser
tomadas para que possa ter uma redução da probabilidade dos riscos de acidentes, melhorando
as atividades e consequentemente preservando a saúde do colaborador.
Para um aperfeiçoamento nas condições de trabalho, dentro das Medidas Técnicas de
43
Prevenção deve-se, informar um responsável técnico para cumprimento das normas, fazendo a
instalação de placas de sinalização e mapa de risco no acesso do espaço confinado, além disso
inserir cadeados para evitar o acesso de pessoas não autorizadas no local e possíveis acidentes,
avaliar as condições do espaço antes e depois da entrada dos colaboradores.
Nas Medidas Administrativas, os cadastros dos espaços confinados devem ser
atualizados, deve-se entregar uma cópia da PET para um dos colaboradores autorizados e uma
cópia para o Vigia, manter as PET arquivadas durante cinco anos com a implementação de um
sistema de rastreabilidade. O treinamento para supervisores deve ser disponibilizado pois na
unidade só possui um colaborador apto para Supervisor de Entrada, ficando assim dois turnos
sem emitir a permissão de trabalho.
O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de emergência e resgate
adequados, incluindo a aquisição dos EPC, como insuflador, tripé ou monopé com guincho,
conjunto autônomo de ar, um sistema de comunicação anti explosão.
Entre as medidas pessoais, é indispensável a realização de exames médicos
regularmente de acordo com as atribuições do cargo, emitindo a ASO – Atestado de Saúde
Ocupacional. Antes do início das atividades o Supervisor de entrada deve emitir a PET e logo
após o término ou cancelamento do trabalho deve-se encerrar a PET. O vigia é de fundamental
importância para acompanhar as atividades e realizar os procedimentos de emergência quando
necessário, não podendo realizar outra função a não ser de Vigia.
PLANO DE AÇÃO
5W 2H
Quan Quanto
O quê? Por quê? Onde Quem do Como? custa? STAT
(What) (Why?) (Where?) (Who?) (Whe (How?) (How US
n?)
much?)
Elaboração dos
Procedimentos Aprimorar a
execução das Estudo de A
Operacionais
Padrão (POP),
atividades e para administraç Coordenador da
04/abr
tempo e
N/D
fazer
que possam ão UBG mapeamento
para todas as entrar após a dos processos.
atividades que PET.
ocorrem em EC
Adquirir
equipamentos Em caso de
algum acidente Através de A
de
comunicação,
o supervisor faz administraç Coordenador de
04/abr
recursos para
N/D
fazer
o procedimento ão SSO melhorias da
insuflamento e correto para o UBG
exaustão e resgate.
resgate em EC
44
Para uma
melhor
Proteção das segurança A
instalações devido às Espaço Treinamento
elétricas atividades feitas confinado
Coordenador de
04/abr NR 10 para os N/D
fazer
SSO
conforme a NR cotidianamente 10 supervisores
10 em um ambiente
com presença de
água.
Orientar os
colaboradores e
efetuarem suas
atividades em Para diminuir as A
Espaço
EC com postura dores na lombar
confinado
Coordenador de
04/abr
Através do
N/D
fazer
corporal e e fadiga no final SSO POP
10
obedecendo aos da atividade
treinamentos e
os
procedimentos
Proibir a
realização de A
qualquer Evitar acidentes
Espaço
atividade em EC
dentro do
confinado
Coordenador de
04/abr
Medidas
N/D
fazer
espaço SSO Administrativas
de forma 10
confinado
individual ou
isolada
Para que os
Capacitar colaboradores A
Supervisores entrem seguros Curso
para EC com no espaço
administraç Coordenador de
04/abr ministrado na N/D
fazer
ão SSO
treinamento de confinado para UBG
40h execução das
atividades
Garantir Manter os
informações conhecimentos
atualizadas dos A
colaboradores Espaço Monitoramento
sobre riscos e
atualizados confinado
Coordenador de
04/abr das atividades e N/D
fazer
medidas de SSO
sobre os riscos 10 do EC
controle antes de que tem no EC
cada acesso aos
EC
Obrigatório o Para evitar
uso dos EPIs acidentes e a
(cinto de exposição aos
ruídos, a quedas O
segurança, trava A
devido ao trabalhador que
quedas, Espaço
vazamento do
confinado
realizada
04/abr
Medidas
N/D
fazer
capacete, telhado que atividade administrativas
máscaras, luvas 10
deixa a escada naquele local.
e protetores molhada
auriculares) consequenteme
nte
escorregadia.
Evitar que o
colaborador
fique exposto a A
Através de uma
Manutenção do um ambiente administraç Coordenador de
04/abr empresa N/D
fazer
medidor de gás com os gases ão SSO
certificada
acima dos
limites
permitidos
Fonte: (AUTORIA PRÓPRIA, 2022).
45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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KAGERMANN H. et al. Industry 4.0: With the Internet of Things on the way to the 4th
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SALIBA, Tuffi Messias;. Manual Prático de Higiene Ocupacional e PPRA. 11ª. ed. São
Paulo: Ltr, 2021.
APÊNDICES
APÊNDICE A
RISCO FÍSICOS
Radiação ionizantes
Radiações não-ionizantes
Pressões anormais
Vibrações
Calor
Frio
Umidade
outros
RISCOS QUÍMICOS
Gases
Vapores
Poeiras
Fumos
Névoa
Neblina
Outros
RISCOS BIOLÓGICOS
Vírus
Bactérias
Protozoários
Fungos
50
Parasitas
Bacilos
Outros
RISCOS ERGONÔMICOS
APÊNDICE B
Empresa: Data: / /
Inspetor:
Responsável / Setor: