Subdomínio 9.1 - Hegemonia e Declínio Da Europa

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A EUROPA E O MUNDO NO LIMIAR DO SÉCULO XX

VAMOS INVESTIGAR…
Hegemonia e declínio da influência europeia
Quem? Quando? Onde? Vamos investigar...

1880 1890 1900 1910 1920

Expansão do imperialismo colonial da Europa Hegemonia dos EUA


Corrida ao armamento
1.a GM
Fordismo
Sociedade de consumo

Ultimato inglês
(1890)

Formação da Implantação da
Tríplice Aliança República em Portugal
(Alemanha, Império (1910)
Austro-Húngaro e Formação da Tríplice Início da 1. a Guerra
Itália) Entente (França, Reino Mundial
(1882) Unido e Rússia) (1907) (1914)
Principais potências coloniais no século XIX
• Inglaterra
• França
• Alemanha
• Bélgica
• Países Baixos
• Espanha
• Portugal
EXPANSIONISMO COLONIAL EUROPEU DO SÉCULO XIX

• Dava-se, então, início a uma nova forma de


colonialismo, através do reforço da
permanência em regiões já ocupadas, da
exploração de novas áreas e da intensificação
do poder militar.
EXPANSIONISMO COLONIAL EUROPEU DO SÉCULO XIX

• A política expansionista das potências


industrializadas assentou, também, na
submissão das nações menos desenvolvidas
(imperialismo), o que revelou o racismo para
com os povos colonizados, que consideravam
inferiores.
AE 1 Relacionar o ultimato inglês com o processo de expansão colonial europeu

A hegemonia europeia do mundo

Posse de vastos territórios coloniais.

Dominavam a produção industrial.

Tinham os maiores bancos e


controlavam os investimentos.
Procuravam obter novas áreas e
mercados para vender os seus
produtos e acederem a matérias-
primas.
Na imagem estão retratadas três das principais potências coloniais,
Alemanha, Reino Unido e Rússia, cada uma com um saco onde
procuram meter algumas regiões do mundo,
cartoon de Thomas Nast, 1885.
EXPANSIONISMO COLONIAL EUROPEU
DO SÉCULO XIX

Com o objetivo de estabelecer regras na


competição imperialista entre as
potências europeias, o chanceler alemão
Otto Bismark convocou a Conferência de
Berlim (1884-1885).
AE 1 Relacionar o ultimato inglês com o processo de expansão colonial europeu.

A partilha de África

“A ceia dos reis”. O rei belga, o


Mapa apresentado pela delegação
organizador da Conferência de Berlim,
portuguesa na Conferência de Berlim, o
divide o Congo, enquanto a Rússia e a
chamado Mapa cor-de-rosa, 1886.
Alemanha esperam a sua vez. No final, o
cartoonista pergunta: “Para quando a
ceia dos povos?”, 1884.
Conferência de Berlim
(1884-1885)
Nesta Conferência, foi determinado o princípio de
ocupação efetiva, ou seja, os territórios
disputados deviam pertencer aos países que,
efetivamente, tivessem meios para os ocupar,
substituindo, assim, o direito histórico obtido por
descoberta.
Portugal procurou fazer valer os seus direitos
históricos obtidos por descoberta e reforçar a
sua posição em África.
• Para tal:
✓ aumentou o número de viagens de
exploração;

✓ projetou o mapa cor-de-rosa,


onde apresentava a intenção de
ocupar os territórios entre Angola
e Moçambique.
AE 1 Relacionar o ultimato inglês com o processo de expansão colonial europeu.

A partilha de África
- Grandes nações industriais decidiram dividir
entre si o continente africano.
- Na Conferência de Berlim definiram um novo
tipo de direito colonial: a ocupação efetiva do
território.
- Povos africanos não participaram nas decisões.
- Portugal procurou reivindicar territórios entre
Angola e Moçambique.
- Reino Unido fez um ultimato a Portugal
obrigando-o a desistir do mapa “cor-de-rosa”.
No entanto, o projeto português colidia com
os interesses económicos britânicos na região,
que consistiam, entre outros, na ligação das
cidades do Cairo e do Cabo, através da
construção de um caminho de ferro.
Sem meios para enfrentar a Inglaterra, Portugal
cedeu à ameaça, o que suscitou uma onda de
reações nacionalistas e de contestação à
monarquia e protestos contra os ingleses.
AE 2 Interpretar o primeiro conflito mundial à luz da rivalidade económica e do exacerbar dos nacionalismos

Os potenciadores da guerra

State Library
- Forte rivalidade económica entre as principais

©Berlin
nações europeias.

- Desejo de reconquistar ou então de aumentar


os territórios em África e na Europa.

- Formação de alianças políticas e militares.

- Preparação dos países para uma guerra com a Mapa da Europa de 1914 caricaturando os países e o clima de
confronto que se vislumbrava no horizonte, 1914.

corrida ao armamento (Paz Armada).

- Assassinato do herdeiro do Império Austro-


húngaro deu início ao conflito.
HSI Cinema
The King’s Man: o início
A I GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES

O imperialismo do final do século XIX e as


rivalidades e disputas entre as principais
potências europeias constituíram os
principais fatores que originaram um conflito
mundial nos primeiros anos do século XX.
O Reino Unido, a França e o Império Alemão
Rivalidades económicas competiam pela posse de colónias, ricas em
matérias-primas, e pelo controlo de mercados.

A França queria reaver a Alsácia e a Lorena,


territórios anexados pela Alemanha, em 1871.
Disputas territoriais A Itália reclamava territórios a norte da
Península Itálica, anexados pela Áustria-Hungria
e ansiava possuir colónias em África.

Crescia um movimento que exaltava os valores


de cada nação e defendia a superioridade dos
seus povos. Este nacionalismo exagerado era
Tensões nacionalistas visível, principalmente, entre russos e alemães.

Na região dos Balcãs, crescia a luta pela


independência face aos impérios Austro-
Húngaro e Otomano.
A I GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES

• A inquietude de alguns países e a tensão


crescente levaram à formação de duas
alianças militares:
Tríplice Aliança Tríplice Entente
1882 1907
Império Alemão Grã-Bretanha
Império Austro- França
Húngaro Império Russo
Itália
Neste ambiente de instabilidade, as potências
iniciaram uma corrida ao armamento, com o
aumento dos gastos militares e do arsenal bélico, o
prolongamento do serviço militar obrigatório em
alguns países, o fomento do belicismo e do
sentimento patriótico através dos meios de
comunicação e nas escolas.
A I GUERRA MUNDIAL: ANTECEDENTES

• No dia 28 de junho de 1914, o arquiduque


Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-
Húngaro, e a sua esposa foram assassinados
durante uma visita a Sarajevo.
• O responsável pelo ataque foi Gravrilo Princip, um bósnio pró-
sérvio, membro da sociedade secreta nacionalista “Mão Negra”,
que pretendia a formação de uma Grande Sérvia nos domínios
Balcãs do Império Austro-Húngaro.

• A Áustria-Hungria, apoiada pela Alemanha,


lançou um ultimato à Sérvia e, depois, declarou-
lhe guerra.

• O sistema de alianças era, assim, ativado e


seguiu-se uma reação em cadeia de declarações
de guerra.
A I GUERRA MUNDIAL

Embora os dois lados


tivessem previsto que
o conflito seria curto e
de pouca violência,
este prolongou-se por
quatro longos anos,
com consequências
desastrosas.
AE 2 Interpretar o primeiro conflito mundial à luz da rivalidade económica e do exacerbar dos nacionalismos

OS PRINCIPAIS MOMENTOS DA GUERRA

©Encyclopædia Britannica, Inc.

1914 − alemãs
Tropas Rápidoocupam
avanço Trincheira britânica
1915- 1917 no Somme,
− Equilíbrio Tropas
1917americanas
− Entrada desfilam
dos em 1918 − Alemanha
Representantes da Alemanha
das tropas
Bruxelas,da
1914. França, 1916.
dos exércitos deu frente
EUAao Palácio de Buckingham,
no conflito e assinam o Armistício,
rende-se face11àde nov. de
Tríplice Aliança lugar à guerra de retirada1917.
da Rússia. 1918. interna e
contestação
(guerra de trincheiras. devido à
movimentos). superioridade militar
dos Aliados.
HSI Cinema
1917
A 1ª Guerra Mundial atravessou três fases.
A Guerra de Movimentos (1914)
A Alemanha optou pela guerra-relâmpago (Plano Schlieffen) a
Oeste para vencer a França e, depois, concentrar-se na frente
Oriental, invadindo a Rússia. Mas esta estratégia seria abalada
pela entrada do Reino Unido no conflito e pela resistência
francesa, na Batalha do Marne (perto de Paris).
A Guerra das Trincheiras (1915-1917)
A partir de setembro de 1914, as frentes estabilizaram
e adotou-se uma tática essencialmente defensiva,
através de quilómetros de trincheiras. Esta foi a etapa
mais longa e dura de todo o conflito, marcada por
batalhas violentas e sangrentas.
A mundialização do conflito (1917-1918)
O ano de 1917 foi bastante importante, pois registou a entrada
dos EUA no conflito e a saída da Rússia, que assinou a paz com a
Alemanha, permitindo aos alemães concentrar a sua atenção na
frente Ocidental; todavia, foram travados na segunda Batalha
no Marne. Em 1918, regressava-se à Guerra de Movimentos.
Com a ajuda dos EUA, os Aliados organizaram
uma ofensiva em todas as frentes. Os impérios
centrais não conseguiram resistir e renderam-se:
primeiro, foi a Turquia, depois, a Áustria e, por
fim, a Alemanha.
AS ALTERAÇÕES POLÍTICAS E GEOESTRATÉGICAS
Conferência de Paz
Os representantes dos Aliados reuniram-se, em 1919, em Paris, para
elaborar acordos com os países vencidos, dos quais se destacou o
Tratado de Versalhes, assinado pela Alemanha.

Novo mapa político europeu

Na sequência dos acordos de paz, entre 1919 e 1920, desenhou-se um


novo mapa político europeu, que resultou da desagregação dos
impérios e do surgimento de novos Estados.

Sociedade das Nações (SDN)

O presidente americano Woodrow Wilson propôs a criação desta


sociedade com o objetivo de manter a paz e a segurança, garantir a
prosperidade e a cooperação entre os Estados-membros,
promovendo a resolução dos conflitos pela via diplomática.
Mapa da Europa após 1918.
AE 3 Analisar as alterações políticas, sociais, económicas e geoestratégicas decorrentes da rutura que constituiu a 1. a Guerra Mundial.

As consequências políticas da guerra


- Divisão dos grandes impérios europeus.

- Assinatura de diversos tratados entre os vencedores e os países


vencidos.

- Redefinição de um novo mapa da Europa com o surgimento de


novos Estados.

- Alemanha perdeu territórios na Europa e em África, reduziu o


exército e pagaria indemnizações aos vencedores.

- Criação da Sociedade das Nações para assegurar a paz e impedir


o surgimento de novos conflitos.
AE 3 Analisar as alterações políticas, sociais, económicas e geoestratégicas decorrentes da rutura que constituiu a 1. a Guerra Mundial.

As consequências sociais e económicas da guerra

“Mapa da fome na Europa” . Cartaz americano após o fim da 1.a Guerra Mundial, que chama a atenção
que os EUA já deram de ajuda 20 milhões de toneladas de alimentos, dezembro de 1918.
AE 3 Analisar as alterações políticas, sociais, económicas e geoestratégicas decorrentes da rutura que constituiu a 1. a Guerra Mundial.

As consequências sociais e económicas da guerra


- Milhões de mortos e feridos.

- Profunda transformação das mentalidades e do modo de viver das


pessoas.

- Destruição e desorganização de grande parte da economia europeia.

- Falta de bens e forte inflação nos países europeus.

- Europa passou de credora a devedora dos EUA.

- Forte crescimento e desenvolvimento da economia americana.


A 1ª Guerra Mundial teve efeitos devastadores,
principalmente no continente europeu.

Perdas humanas

Durante o conflito, registou-se um


elevado número de mortos e de
feridos, muitos deles mutilados, o que
originou falta de mão de obra.

Danos materiais e estruturais

Um elevado número de estruturas produtivas


(campos, fábricas) e infraestruturas (estradas, pontes,
vias férreas) foram destruídas.
Danos sociais

A fome e o desemprego alastraram


pela Europa, promovendo o
descontentamento social.

Danos económicos

A falta de alimentos e de matérias-primas levou à


subida de preços, gerando uma inflação sem
precedentes.
A prosperidade económica dos EUA
AS ALTERAÇÕES SOCIOECONÓMICAS
A economia dos países europeus saiu assim,
muito fragilizada devido aos elevados custos da
guerra e, para ultrapassar a crise, pediram-se
avultados empréstimos aos EUA, que passaram
a ser a primeira potência económica do mundo.
Como, durante o conflito, os EUA tornaram-se os principais
fornecedores de bens e serviços da Europa, conseguiram
beneficiar de um crescimento económico, sobretudo a partir de
1920, devido a um conjunto de fatores:
INDÚSTRIA
DINÂMICA TAYLORISMO
A NÃO E
(indústria DESTRUIÇÃO DO
química, FORDISMO
SEU TERRITÓRIO
metalúrgica e
automóvel)

BANQUEIROS DA
EUROPA
Crescimento económico – EUA

EXISTÊNCIA DE
CAPITAIS, FRUTO
SOLO FÉRTIL DO AUMENTO
E EXTENSO, DAS
RICO EM EXPORTAÇÕES E
RECURSOS DO CRÉDITO
NATURAIS

POLÍTICA
ECONÓMICA
ASSENTE NA
INICIATIVA PRIVADA
E NA LIVRE
CONCORRÊNCIA
O Fordismo tornou possível a produção em série de
produtos padronizados, a diminuição de custos e a
baixa de preços, ou seja, a estandardização.
Henry Ford defendia, ainda, que a subida dos salários
motivava o trabalho dos operários e aumentava o seu
poder de compra.
O crescimento da economia americana foi, ainda,
fomentada por monopólios de grandes empresas,
que estabeleciam as regras de produção, os preços
e a regulação do mercado.
AE 3 Analisar as alterações políticas, sociais, económicas e geoestratégicas decorrentes da rutura que constituiu a 1. a Guerra Mundial.

A afirmação
da economia
americana
“Toda a gente tem um carro
menos nós.
Você também pode ter um
automóvel sem ter falta de
dinheiro e agora é a altura ideal
para comprar um − através do
método mais fácil e simples
alguma vez criado.”
Cartaz publicitário da Ford
Motor Company, 1920.
AE 3 Analisar as alterações políticas, sociais, económicas e geoestratégicas decorrentes da rutura que constituiu a 1. a Guerra Mundial.

O país não sofreu Os EUA Aproveitamento


diretamente o tornaram-se nos dos inúmeros
impacto da 1.a banqueiros dos recursos internos
Guerra Mundial. países europeus. como o petróleo e
minerais.

A afirmação População
Aplicação de
da economia novos métodos
procurava gozar
a prosperidade
americana, em de produção nas após o período
suas indústrias. de guerra.
resumo:
Crescimento
económico e o fácil
acesso ao crédito
impulsionaram o
consumo e a
produção.

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