Aula5-SCRUM E PMBOK
Aula5-SCRUM E PMBOK
Aula5-SCRUM E PMBOK
FRAMEWORK SCRUM
Figura 1 – PMBOK
PMBOK
Crédito: ImageFlow/Shutterstock.
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Project Management Body of Knowledge é um guia de conhecimento em
Gestão de Projetos publicado pelo Project Management Institute (PMI), com o
intuito de assegurar as boas práticas para o gerenciamento de projetos. Desde
1996, ele consolida, padroniza e dissemina as práticas de gerenciamento de
projetos mais eficientes. Ainda, divide-as em dez áreas de conhecimento para a
realização de uma boa gestão, que são: gerenciamento de aquisições, qualidade,
riscos, escopo, custos, integração, comunicação, recursos humanos, tempo e
partes interessadas, as chamadas Stakeholders.
Veja um exemplo de como essas áreas funcionam: temos a área do
gerenciamento de recursos humanos, em que são realizadas a identificação e
documentação das funções do projeto; são delegadas as responsabilidades;
avaliadas as habilidades necessárias; e estabelecido um plano de gerenciamento
pessoal. Outro exemplo extremamente importante é o gerenciamento do escopo,
porque funciona como base para o gerenciamento do projeto até sua entrega final,
com a função de estabelecer prazos, funções, entre outras informações
necessárias.
O PMBOK representa o ciclo de vida de um projeto dividido em cinco
grandes grupos, as etapas do gerenciamento de projetos. São elas: iniciação,
planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento. Essas etapas
são muito bem divididas e organizadas e se aplicam às áreas de conhecimento,
seja em sua totalidade ou apenas onde se fazem necessárias.
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Nesse ciclo de vida do projeto, o PMBOK apresenta 49 processos, os quais
serão realizados de acordo com cada etapa e em cada área de conhecimento,
conforme sua necessidade.
Essa organização toda, bem como as boas práticas (que podem ser
utilizadas em vários projetos), faz com que o PMBOK seja adotado como base
para o desenvolvimento de novas metodologias, já que abrange todos os detalhes
sobre projetos, não deixando que algo passe despercebido.
Com essa descrição resumida do PMBOK, vamos ao objetivo desta aula,
que é falar sobre as diferenças e similaridades entre o Scrum e PMBOK, como e
quando devem ser aplicados.
Figura 3 – Scrum
Crédito: Ibreastock/Shutterstock.
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Figura 4 – Project management
Crédito: Mindscanner/Shutterstock.
• Flexibilidade
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Projetos que permitem a alteração do escopo enquanto os processos estão
em andamento e o resultado permanece inconstante, ou seja, ainda não é
conhecido, são os que mais se adequam ao Scrum.
• Fases
Para o PMBOK, os projetos devem ser divididos em etapas distintas:
iniciação, planejamento, execução, monitoramento ou controle e enceramento.
Cada uma delas é utilizada como um guia para implantação da etapa seguinte.
Já no Scrum, o projeto deve ser dividido em fases: o Product Backlog, em
que são descritos os requisitos iniciais dos produtos; o Sprint Backlog, que
organiza esses requisitos e estima o esforço para os seus processamentos; a
Sprint, que analisa os requisitos e implementa os processos necessários.
• Funções
No Scrum, a equipe de trabalho é tratada como um time, existem os papéis
do Product Owner, que representa o cliente, e do Scrum Master, que fica
responsável pela organização das Sprints e viabiliza o que for necessário para
sua realização. Esses papéis são os responsáveis pela agilização do andamento
do projeto.
No PMBOK, a divisão das funções se dá por meio de grupos de processos,
quais sejam: iniciação, execução, de controle e monitoramento e de
encerramento.
• Interface
No Scrum, os feedbacks contínuos são uma prática que garante a interação
constante do Product Owner com o cliente, possibilitando a correção de eventuais
erros ou adaptações nos processos a cada etapa ou ciclos. Isso otimiza todo o
processo.
No PMBOK, essa interação é quase inexistente, já que segue a premissa
de que o resultado do projeto é conhecido. Desta forma, a comunicação com o
cliente após a iniciação do projeto não se faz necessária.
• Encerramento
Quando o produto é entregue, no PMBOK se observam e documentam as
lições aprendidas a cada processo.
No Scrum, esse processo ocorre na retrospectiva de cada Sprint.
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TEMA 3 – UNIÃO DO SCRUM E PMBOK EM PROJETOS
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Ao iniciar um projeto, é necessário realizar sua formalização por meio de um
termo de abertura que contenha basicamente o propósito do projeto, seus
requisitos, cronograma, riscos, custos, responsáveis, as partes interessadas, bem
como o patrocinador do projeto. O responsável por fazer esse termo seria o Gerente
de Projetos, seguindo as práticas contidas no PMBOK.
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o produto. E essa é uma função que cabe exclusivamente ao Product Owner, já
que ele será o representante do cliente no projeto e, portanto, deve ter
conhecimento para definir quais requisitos são indispensáveis e para fazer o
detalhamento necessário de cada um deles. Por meio dessa identificação e
detalhamento, obtém-se o escopo detalhado que o produto deve atender ao final
do projeto. Ainda, o Product Owner pode preparar protótipos de tela e descrever o
formato e as ações de forma visual, bem como documentos de apoio, contendo as
regras de negócio, que são altamente recomendáveis, independentemente do
conjunto de técnicas utilizado no projeto.
Uma opção para a apresentação visual das ações e do escopo definido para
o projeto é a criação de uma EAP (Estrutura Analítica do Projeto), que mostrará
graficamente o escopo geral, para que o gerente e a equipe de gestão visualizem
todas as funcionalidades que precisam ser construídas. Trata-se de uma
ferramenta para acompanhamento com o objetivo de lembrar todos os detalhes que
precisam ser construídos. Sua utilidade é ainda maior na definição das estórias,
porque elas serão apresentadas em formato visual, seguindo a estrutura da EAP.
Nesta tarefa, o Product Owner é quem fornece apoio e suporte ao Gerente de
Projetos para a montagem da EAP e o entendimento dos pacotes de trabalho.
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recursos humanos para atender e gerenciar preocupações com recompensas e
treinamentos do Time. Esse plano pode ser revisto durante as interações em razão
de novas necessidades que podem surgir durante o projeto. Neste processo, o
Product Owner apoia o Gerente de Projetos para estimar os recursos e definir o
plano de recursos humanos.
Com o Backlog do Produto finalizado e o Time Scrum montado, é hora de o
Product Owner fazer a apresentação dele ao time e informar sua responsabilidade
de transformá-lo em funcionalidades prontas e potencialmente entregáveis. Vale
destacar que esse Backlog do Produto pode ser completo ou parcial, de acordo
com o planejamento em Ondas Sucessivas, e pode ser alterado durante o projeto
em razão de mudanças de mercado ou das necessidades do cliente.
Nessa apresentação, o Product Owner conta com o apoio do Gerente de
Projetos para mobilizar o Time Scrum, oficializando os papéis e as
responsabilidades. Também ficará claro o papel da atuação do Gerente de Projetos
neste modelo misto.
O Product Owner, o Gerente de Projetos e o Time Scrum analisam os
requisitos constantes no Backlog do Produto para identificar e estabelecer a ordem
de prioridades para o desenvolvimento do produto, dando início às Sprints. Nesta
fase, o Gerente de Projetos será necessário somente se o Time Scrum definir que
será melhor comprar uma solução do que desenvolvê-la, surgindo a necessidade
de aquisições.
A função que o Gerente de Projetos pode desempenhar paralelamente ao
Backlog do Produto é estimar os custos da próxima entrega do projeto, de acordo
com a divisão das fases ou do tamanho do projeto, sempre com base nas
informações fornecidas pelo Time, e determinar o orçamento conforme a estimativa
de custos. Este processo é importante para a autorização do projeto no âmbito
financeiro.
Com o Backlog do Produto refinado, o Gerente de Projetos pode montar um
plano de gerenciamento de riscos que será apresentado às partes interessadas,
mostrando os riscos identificados e como eles serão tratados durante o projeto.
Neste plano realizado pelo Gerente de Projetos, o Product Owner atuará como
suporte somente se houver necessidade.
A próxima etapa ou fase do projeto é o planejamento da Sprint, evento no
qual são planejados pelo Time de Desenvolvimento todos os trabalhos da próxima
Sprint. Além do planejamento e entendimento dos trabalhos a serem realizados,
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existe a necessidade da preparação do ambiente de trabalho e do envolvimento do
Gerente de Projetos.
O ambiente de trabalho se refere basicamente à infraestrutura para a
realização dos trabalhos, como máquinas, local, ferramentas, softwares e
disponibilidade da equipe. O envolvimento do Gerente de Projetos é necessário na
definição de tamanho e número de Sprints, porque neste momento o projeto pode
sofrer alterações de cronograma e será necessário alterar o plano de
gerenciamento, adequando o que o time pode entregar com os requisitos desejados
pelo cliente.
No planejamento da Sprint, também é o momento de revisar os riscos já
identificados, atualizando o plano de gerenciamento de riscos e levando em
consideração possíveis impactos que podem ser gerados na preparação do
ambiente, na definição da velocidade do time e no tamanho das Sprints. Neste
ponto, o Gerente de Projetos pode iniciar a quantificação e a qualificação e planejar
as respostas para esses riscos.
Na Sprint, todo o trabalho é realizado pelo time de desenvolvimento, com o
apoio do Scrum Master, que auxiliará na resolução e eliminação dos obstáculos
encontrados e que atrapalham o desenvolvimento, afetando diretamente a
produtividade e qualidade da entrega.
Na Sprint propriamente dita, com suas reuniões diárias, não há envolvimento
direto do Product Owner ou do Gerente de Projetos, em razão de suas funções e
responsabilidades estarem ligadas somente ao contato com cliente e plano de
gerenciamento. Portanto, a execução do projeto ocorre em sua maioria sob
responsabilidade do Time de Desenvolvimento, com o apoio do Scrum Master,
utilizando o conjunto de práticas apresentadas pelo Scrum.
Quando a Sprint é finalizada e foram desenvolvidas funcionalidades prontas,
ocorre uma revisão, em que são analisados os pontos que deram certo e os que
precisam ser melhorados, adaptados ou até excluídos para a próxima Sprint. Neste
ponto, além do Time de Desenvolvimento e do Scrum Master, participa o Product
Owner, que fornecerá o feedback positivo ou negativo sobre as funcionalidades.
O monitoramento e o controle das atividades mencionadas no PMBOK são
realizados no Scrum por meio das reuniões diárias, na reunião de revisão da Sprint
e nas lições aprendidas da Retrospectiva da Sprint.
Monitoramento do escopo, custos, qualidade e riscos que fazem parte do
plano de gerenciamento do projeto são realizados pelo Gerente de Projetos, que
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fará a atualização de acordo com as informações recebidas de cada revisão de
Sprint, na qual são identificadas mudanças necessárias ou não para a próxima
Sprint.
Assim como no PMBOK, no encerramento do projeto, ou Retrospectiva da
Sprint final, são testadas e avaliadas as funcionalidades prontas para garantir a
entrega do produto com a qualidade esperada e com o objetivo de agregar valor ao
cliente alcançado.
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REFERÊNCIAS
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