Regulação Hormonal Da Reprodução

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Regulação Hormonal da Reprodução

O sistema endócrino é constituído por um conjunto de glândulas produtoras de hormonas


que são libertadas para a corrente sanguínea.

• Sistema Endócrino: é composto por um grupo de glândulas e órgãos que regulam e


controlam várias funções do organismo por meio da produção e secreção de
hormônios.

As hormonas são compostos químicos que, geralmente, circulam no sangue até às


células-alvo presentes em tecidos e órgãos e sobre as quais atuam, regulando o seu
funcionamento. São agentes da atuação lenta que controlam uma variedade de processos
metabólicos (catabolismo e anabolismo).

O controlo da produção e libertação de hormonas ocorre por retroação negativa. Através


deste mecanismo, um estímulo causa a libertação de uma hormona cujos efeitos inibem a
produção adicional dessa hormona. Da mesma forma, a redução da hormona induz ao
aumento da sua produção. Assim, a concentração de hormonas no sangue é mantida
dentro de valores de equilíbrio.

A retroação positiva, menos frequente, ocorre sempre que o aumento de concentração de


determinada hormona estimula ainda mais a sua produção. A produção da hormona cessa
ou diminui apenas quando o estímulo desaparece.

A regulação hormonas do funcionamento dos sistemas reprodutores, sobretudo a


gametogénese, resulta da ação do eixo hipotálamo-hipófise-gónadas.

• Gametogénese: é o processo de divisão e diferenciação de células

O hipotálamo é uma região do cérebro que se encontra ligada à hipófise, uma glândula
endócrina que controla a atividade metabólica de outras glândulas, como os ovários e os
testículos.

Esta regulação assenta na produção e libertação da hormona GnRH (hormona


estimuladora da produção de gonadotrofinas), pelos neurónios do hipotálamo, em pulsos
que ocorrem de duas em duas horas.

Estes picos estimulam a libertação, pela hipófise anterior, de gonadotrofinas como a FSH
(hormona estimuladora dos folículos) e a LH (hormona luteinizante) que irão estimular o
funcionamento dos testículos e dos ovários.
Regulação Hormonal da Espermatogénese

A GnRH estimula o lobo anterior da hipófise a produzir um volume equivalente de LH e FSH.


Uma vez na corrente sanguínea, LH irá estimular as células de Leydig, o que leva à
produção de testosterona, elevando a sua concentração sanguínea.

Os neurónios do hipotálamo são sensíveis a essa concentração de testosterona,


produzindo maiores quantidades de GnRH quando menor a concentração de testosterona
no sangue.

Nota: quando menos testosterona existir no sangue maiores quantidade de GnRH são
produzidas.

A FSH estimula a atividade das células de Sertoli, aumentando a espermatogénese.

O aumento da concentração de testosterona no sangue irá provocar uma redução de


estimulação do hipotálamo e a redução da estimulação da hipófise, diminuindo a
produção de FSH e LH. Consequentemente, ocorrerá diminuição da estimulação testicular
e a diminuição dos teores de testosterona no sangue.

Este mecanismo de retroação negativa garante manutenção dos níveis de testosterona


dentro dos valores normais. Neste mecanismo, o estímulo, ou seja, o aumento da
concentração de testosterona no sangue, irá levar a uma resposta que consiste na
diminuição da sua produção devido à redução de FSH e LH.

A testosterona é a hormona sexual responsável pelo desenvolvimento e pela manutenção


dos caracteres sexuais secundários

Nota: a hormona folículo-estimulante (FSH) estimula a secreção de estrogênio,


responsável pelo desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos.

Regulação Hormonas da Oogénese

O aparelho feminino funciona com ciclos de duração média de 28 dias, que se repetem
desde a puberdade até à menopausa. Cada ciclo – menstrual, reprodutivo ou éstrico –
corresponde ao longo intervalo de tempo entre o primeiro dia de menstruação e o dia
anterior à menstruação seguinte, manifestando-se tanto a nível dos ovários – ciclo ovárico
– como ao nível do útero – ciclo uterino – órgãos onde ocorre um conjunto de alterações.

O ciclo ovárico é controlado pelo eixo hipotálamo-hipófise-ovários, que, assim, regula a


oogénese. Nos primeiros dias do ciclo ovárico, os baixos níveis de estrogénio e
progesterona no sangue estimulam a libertação da hormona GnRH pelo hipotálamo. Esta
hormona, atuando sobre a hipófise anterior, leva à produção e libertação das
gonadotrofinas LH e FSH, que atuam sobre os folículos dos ovários, dando início ao
amadurecimento de alguns deles.

As camadas celulares dos folículos em desenvolvimento iniciam a produção de


estrogénios, cuja concentração vai aumentando.

Nota: a partir do 10º dia do ciclo a concentração de estrogénios no sangue é bastante


elevada.

O aumento de estrogénio provoca um aumento dos pulsos de produção de GnRH, no único


episódio de retroação positiva do ciclo, levando a um pico de produção de LH e FSH pela
hipófise, no 13º dia. Este pico de concentração das gonadotrofinas provoca a ovulação por
volta do 14º dia.

Após a ovulação, as células foliculares que permanecem no ovário dão origem ao corpo
lúteo (corpo amarelo) cujas células passam a produzir estrogénios e, sobretudo,
progesterona. O aumento destas hormonas provoca a inibição da produção de GnRH e,
consequentemente, de LH e FSH, o que conduz à atrofia progressiva do corpo amarelo, na
fase final do ciclo, e ao aumento dos teores de estrogénio e progesterona no sangue.

Este mecanismo de retroação negativa conduz ao início de um novo ciclo menstrual.

No decurso do ciclo ovárico é possível distinguir três fases:

• Fase Folicular – decorre desde o primeiro dia do ciclo até à ovulação. Caracteriza-se
pelo desenvolvimento de vários folículos, dos quais apenas um atinge a plena
maturação, sofrendo os restantes atresia.
• Fase Ovulatória – dura de um a três dias e culmina por volta do 14º dia do ciclo, com a
ovulação, momento em que ocorre a rotura do folículo e a libertação do oócito II para
as trompas de Falópio.
• Fase Luteínica – Também chamada fase do corpo amarelo, decorre desde a ovulação
até ao final do ciclo.

Durante o ciclo reprodutivo, ou ciclo menstrual, o útero passa também por transformações
cíclicas que constituem o ciclo uterino. Este ciclo, depende dos níveis de hormonas
ováricas no sangue, caracterizando-se, sobretudo, pelas mudanças que ocorrem no
endométrio, a camada mais interna do útero, que reveste a cavidade uterina.

O ciclo uterino compreende três fases:

• Fase Menstrual – a diminuição de


estrogénios e de progesterona,
resultante da atrofia do corpo
lúteo, reduz a estimulação do
endométrio, provocando a
desagregação deste tecido e dos
seus capilares sanguíneos, que se
tinham desenvolvido no ciclo
anterior. Desta forma, origina-se
um corrimento designado por
menstruação.
• Fase Proliferativa – ocorre a
proliferação do endométrio, com
crescimento rápido das suas
camadas celulares e vasos
sanguíneos. Este crescimento é
devido à ação estimulante dos
estrogénios resultantes do
desenvolvimento de novos
folículos ováricos.
• Fase Secretora – após a ovulação,
o corpo lúteo produz estrogénio e
progesterona em grandes quantidades. Enquanto os estrogénios favorecem o
crescimento adicional do endométrio, a progesterona promove o desenvolvimento das
glândulas secretoras, transformando o endométrio num órgão secretor capas de nutrir
o embrião e de permitir a sua fixação nas etapas iniciais do seu desenvolvimento.

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