Filo Sofia

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“O Legado do Séc.

XX”
O séc.XX foi marcado por uma combinação entre duas formas de barbárie: a ancestral e a
moderna. A ancestral é caracterizada por guerras e fanatismo, enquanto a mais moderna é
guiada pela racionalização. De forma a entender esta barbárie é crucial entender o sentido
duplo, de morte e renascimento.

“A herança de morte”
No séc.XX, a evolução da Humanidade ficou marcada pelo aumento do poder da morte, em
consequência das duas Guerras Mundiais, como também de dois novos poderes de morte.

“As armas nucleares”


Surgiu então o perigo de extinção global da Humanidade, uma vez que o uso de armas
nucleares surgiu, como é o exemplo do ataque a Hiroshima, apresentando, assim, uma
grave ameaça para a sobrevivência de cada ser humano.

“Os novos perigos”


O texto aborda duas possibilidades diferentes: a ecológica e a morte física. A ecológica
assenta numa causa de degradação da biosfera devido ao desenvolvimento industrial e
pela resistência de bactérias aos antibióticos já desenvolvidos anteriormente. A morte física
é por sua vez, representada pelo aparecimento de doenças como a AIDS (Síndrome da
Imunodeficiência adquirida) e pelo aumento do consumo de drogas consideradas pesadas,
para além disto, é referido a presença da morte nas almas humanas, com o surgimento de
forças autodestrutivas em contextos como o de solidão e o de angústia. A ameaça de morte
está, deste modo, presente em distintas formas, como são exemplo uma arma
termonuclear, a degradação ambiental e o consumo de drogas.

“A morte da modernidade”
A civilização ocidental que procurou anteriormente um progresso infinito através da ciência,
da razão, da história, da economia e da democracia enfrenta agora vários desafios. O
delírio stalinista denigre a razão histórica, referindo que não há leis da História infalíveis, a
democracia não é garantida e, por fim, o desenvolvimento industrial pode prejudicar a
cultura e causar poluição. Assim, a modernidade baseada na fé cega, no progresso, na
tecnologia e no desenvolvimento económico está morta.

“A esperança”
Para o terceiro milênio, a cidadania terrestre surge como uma nova possibilidade de
criação, com recursos criativos inesgotáveis do género humano. Deste modo, a educação
desempenha um papel crucial por transmitir o antigo e, por sua vez, abrir a mente para o
que se afirma como novo.

“A contribuição das contracorrentes”


No final do séc.XX, surgiram novas correntes regeneradoras, que acabaram por se
afirmarem como uma reação às correntes dominantes que mudaram o rumo dos
acontecimentos. Essas correntes são: a corrente ecológica, a qualitativa, a de resistência à
vida utilitária, a do consumo padronizado, a de emancipação do dinheiro e a de pacificação
da violência. Estas contracorrentes procuraram qualidade, intensidade vivida, frugalidade,
solidariedade, ética de pacificação e resistência ao dinheiro e à vida prosaica.
As aspirações que se assumiram como revolucionárias no séc.XX, por sua vez, voltaram à
procura por solidariedade e responsabilidade. Surgiu então uma necessidade de retornar às
raízes e assumir identidades étnicas ou nacionais que podem levar a uma maior
profundidade na procura pela verdadeira identidade humana global. Espera-se que a
política em questão beneficie o ser humano, além de civilizar a Terra como um lar comum
para todos os indivíduos. As correntes em questão pretendem afirmar-se durante o séc.XXI,
de forma a ganharem uma maior expressão de forma a potencializar uma transformação
global através da intertransformação de todos.

“No jogo contraditório dos possíveis”


No romance de Hypérion verifica-se que as forças libertadoras da ciência e da tecnologia
encontram-se em constante conflito com as forças da morte e da servidão. A partir do
desenvolvimento da tecnociência surgiram vários benefícios como são exemplo, a
comunicação global e o acesso à alimentação mas, por oposição, surgiram algumas
ameaças como a destruição. Na obra de Dan Simmons é referido o facto de que a
inteligência artificial pode vir a dominar a Humanidade no futuro. Surgem então uma
questão central com o início do séc.XXI, que assenta na ideia de que seremos dominados
pela tecnosfera (estruturas construídas pelo trabalho humano no espaço da biosfera) ou se
conseguiremos viver em harmonia com a mesma. Com o progresso das biotecnologias
surge a possibilidade da normalização genética e o próprio controlo do cérebro humano.
Deste modo, percebemos que o futuro traz consigo promessas de progresso, mas também
ameaças de opressão que ficam dependentes da forma como os indivíduos gerem o avanço
das novas tecnologias e os avanços científicos.
Uma vez que o séc.XX ficou marcado por uma determinada carência afetiva, indiferença e
crueldade mas, por outro lado, com excesso de amor direcionado a mitos e ilusões. A
mente dos indivíduos ainda apresenta aptidões inexploradas que podem levar a um novo
progresso a nível da inteligência e da criatividade. As possibilidades sociais encontram-se
ligadas às possibilidades cerebrais, o que remete para uma possibilidade de evolução e
transformação na sociedade.
Por fim, entendemos que a reforma do pensamento humano é vital para enfrentar os
distintos desafios de forma a garantir um futuro melhor para a Humanidade.

Deste modo, percebemos que Edgar Morin aborda ao longo deste capítulo o passado, o
presente e o futuro do progresso Humano. No passado este progresso trouxe consigo várias
consequências, quer positivas como negativas para o mesmo, referindo que no futuro cada
indivíduo deve ter um especial cuidado de forma a não contribuir negativamente para a
comunidade internacional, mas sim de uma forma que permita um desenvolvimento promissor
para todos os indivíduos.
Assim, podemos refletir que o futuro, sem dúvida, apresenta um dilema entre o
progresso e a opressão, e a forma como lidamos com as novas tecnologias torna-se crucial para
o seu entendimento. A indiferença do século XX ensinou-nos sobre os perigos de nos
apegarmos a mitos e ilusões, mas também nos mostraram que a mente humana possui um
potencial que ainda não foi totalmente explorado. A interconexão entre as capacidades sociais e
cerebrais sugere que, ao reformar o nosso pensamento e ao cultivar a criatividade, podemos
não apenas enfrentar os desafios contemporâneos, mas também moldar um futuro mais
promissor. É essencial que essa reforma do pensamento humano aconteça de forma consciente
e responsável, para que possamos garantir um desenvolvimento que beneficie toda a
humanidade.

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