Pessoa Trans

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DIREITOS HUMANOS E QUESTÃO SOCIAL

Gênero e Diversidade

O ser humano atribui, e segue atribuindo, significado à todas as coisas e seres.


Como bem explica JESUS (2012, p. 7), cada um de nós é um ser único que, no entanto,
possui características semelhantes em razão da “região em que nascemos e crescemos,
nossa raça, classe social, se temos ou não uma religião, idade, nossas habilidades físicas,
entre outras que marcam a diversidade humana”, e isso inclui nosso gênero.

O gênero é construção social, enraizada em nossa sociedade há ponto de nos fazer


acreditar que determinado costume é “coisa de menina” ou “coisa de menino”, tendente a
tornar aquele fator natural e biológico, e não fruto do convívio social.

Neste ponto, imperiosa se faz a distinção entre gênero e orientação sexual, segundo
a lição de Jaqueline Gomes de Jesus: “Gênero se refere a formas de se identificar e ser
identificada como homem ou como mulher. Orientação sexual se refere à atração
afetivossexual por alguém de algum/ns gênero/s ” (2012, p. 12).

Ao contrário do gênero, o sexo é biológico. O sexo é determinado biologicamente,


mas agir de acordo com o feminino ou com o masculino é totalmente cultural e social.
Inclusive, a autora aponta que o que é tido como masculino aqui no Brasil pode não ser
entendido como masculino em outros países, tamanha é a incidência de fatores
socioculturais sobre a construção do gênero. A adoção de determinados papeis de gênero
independem do sexo biológico.

Nesse sentido, na atualidade entende-se que, quando o agir social (gênero) é


diferente daquele esperado para o sexo biológico, tem-se uma questão de identidade e não
um transtorno (JESUS, 2012, p. 9), como é o caso das pessoas transgênero.

Para entender o que é ser pessoas trans, primeiro é importante entender o conceito
oposto: pessoa cisgênero, aquelas que se reconhecem socialmente com o gênero que lhe
foi atribuído biologicamente. Aqueles que não se encaixam nesta definição são
denominados não-cisgênero, incluindo as pessoas transgêneros, que não se identificam
com o sexo que lhe foi atribuído biologicamente.

Para denominar a pessoa trans como “mulher trans” ou “homem trans”, deve-se
utilizar o gênero fim, aquele com o qual a pessoa se identifica.

Medidas que contribuem com o fim da violência e discriminação das pessoas trans,
na minha ótica:

- Abandonar estereotipos e conferir à pessoa transgênero toda sua história e demais


características que estão para além do gênero (raça; classe; religião; orientação sexual;
localidade em que mora, etc.), como forma de valorização e dignidade;

- Políticas públicas direcionadas a proteger efetivamente as pessoas trans;


DIREITOS HUMANOS E QUESTÃO SOCIAL
Gênero e Diversidade

- Políticas relacionadas à educação de gênero, estimulando a aceitação e respeito a


qualquer ser humano;

- Estímulo à representatividade, em todas as áreas: saúde; educação; legislativo;


executivo; judiciário, e etc. em prol de uma sociedade mais justa e igualitária.

REFERÊNCIAS

JESUS, Jaqueline Gomes de. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos.
Brasília, 2012, p. 10-20. Disponível em:
<http://www.diversidadesexual.com.br/wp-content/uploads/2013/04/G%C3%8ANERO-
CONCEITOS-E-TERMOS.pdf>. Acesso em: 09/ago/2020.

Falar sobre gênero na escola é fundamental para educar as pessoas para uma sociedade
mais igualitária e enfrentar as inúmeras desigualdades, discriminações e violências que
prejudicam e destroem a vida de tanta gente.

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