Física Aula 15
Física Aula 15
Física Aula 15
1 Estados da matéria
Na natureza, as substâncias apresentam-se em
três estados principais: sólido, líquido e gasoso. No
sólido, os átomos estão fortemente ligados por forças
elétricas, as quais os mantém em posições definidas,
dando ao sólido uma forma e volume bem definidos,
além da rigidez. No líquido, os átomos estão mais Figura 1: Estados da matéria e transições de fase (Figura
afastados uns dos outros devido a ligações com forças reproduzida de Propriedades gerais da matéria
elétricas menos intensas. Desta forma, não possuem 2020).
forma definida e escoam com certa facilidade (fluidez).
Entretanto, as ações exercidas pelas moléculas do
líquido sobre as moléculas situadas próximas da que as transições de fases ocorram em um material, é
superfície formam uma espécie de membrana elástica, necessário alterar sua temperatura.
sendo este efeito chamado de tensão superficial. No
estado gasoso, os átomos estão muito mais separados
que no sólido ou líquido devido a força elétrica quase 2 Temperatura
inexistente entre as partículas. Assim, não possuem
forma nem volume bem definidos, mas são definidos A temperatura é uma grandeza física utilizada
por sua alta compressibilidade. A figura 1 ilustra as para indicar se um objeto está mais “quente” ou mais
três situações. frio” do que outros objetos usados como referência.
Para medir a temperatura de um corpo, usamos
Os estados da matéria também podem mudar de um o termômetro e a sua versão mais comum é um
para outro. Esse fenômeno é chamado de transição de recipiente de vidro composto por um tubo capilar e um
fase. A figura 1 ilustra as transições mais comuns. A bulbo na base, conforme ilustra a figura 2. No interior
transição de sólido para líquido é chamada de fusão e desse recipiente é inserido mercúrio ou álcool colorido;
a transição do líquido para gás é chamada de evapora- assim, quando o bulbo é aquecido, a coluna de líquido
ção ou vaporização. A transição de gás para líquido é sofre dilatação térmica, modificando sua altura ao
chamada de condensação ou liquefação, e a mudança longo do tubo que, com uma escala apropriada,
do líquido para o sólido chama-se solidificação. O es- consegue medir a temperatura correspondente à
tado gasoso também pode mudar diretamente para a esta altura. Quando o termômetro está em contato
fase sólida, assim como a fase sólida diretamente para físico com um corpo, a coluna de líquido, após
o estado gasoso, sendo chamado de sublimação. Para certo de tempo de contato, se estabiliza. Isso ocorre
TÓPICO 15: Termometria e dilatação térmica
Exercício 1
rença entre elas será 12 K. Portanto, a alterna-
(UFF) Um turista brasileiro, ao desembarcar no tiva correta é o item (a).
aeroporto de Chicago, observou que o valor da
temperatura lá indicado, em o F, era um quinto
do valor correspondente em o C.
Problema 2
O valor observado foi:
(ETEC) Um estudante paulista resolve construir
(a) −2o F um termômetro e criar uma escala termo-
(b) 2o F métrica arbitrária “SP” utilizando a data da
(c) 4o F fundação da cidade de São Paulo, 25 de janeiro
(d) 0o F de 1554. Adotou como ponto fixo do gelo
(e) −4o F o número 25 e como ponto fixo do vapor o
número 54.
RESOLUÇÃO: Para determinar a medida de
temperatura em Fahrenheit, basta aplicar a A relação de conversão entre as escala “Celsius”
equação 1: e “SP” é:
TC TF − 32
= (a) TC /50 = (TSP − 25)/29
5 9
(b) TC /100 = (TSP − 54)/29
9
TF = TC + 32 (c) TC /100 = (TSP − 25)/29
5 (d) TC /100 = (TSP − 25)/79
em que TF = TC /5 ou TC = 5TF : (e) TC /50 = (TSP − 25)/54
9
TF = (
5TF ) + 32 RESOLUÇÃO: A figura a seguir apresenta uma
5
comparação entre as escalas SP e Celsius para
TF = 9TF + 32 medição de temperatura em dois termômetros
iguais e com as colunas de mercúrio na
−32
TF = = −4o F mesma altura. Antes de obtermos as relações
8 entre as escalas, é necessário estabelecer que
Portanto, a alternativa correta é o item (e). a escala SP é linear, i.e., todas as divisões
da escala são iguais, similar a escala Fahrenheit.
Problema 4
Problema 3
o que gera x = 7,5 cm. 01. Correta. Neste caso, o rebite dilata mais
que o orifício. Desta forma, o folga aumenta
quando ambos são resfriados, pois a contração
do rebite é maior.
3. (UNESP) Um estudante desenvolve um termôme- (e) Duas chapas de dimensões iguais, uma de
tro para ser utilizado especificamente em seus alumínio e outra de concreto, são submetidas
trabalhos de laboratório. Sua idéia é medir a tem- à mesma variação de temperatura. Constata-se
peratura de um meio fazendo a leitura da resis- então que a variação de dilatação superficial da
tência elétrica de um resistor, um fio de cobre, chapa de alumínio é duas vezes maior que a da
por exemplo, quando em equilíbrio térmico com chapa de concreto.
esse meio. Assim, para calibrar esse termômetro
na escala Celsius, ele toma como referências as 5. (UDESC) Uma placa de alumínio com um furo
temperaturas de fusão do gelo e de ebulição da circular no centro foi utilizada para testes de di-
água. Depois de várias medidas, ele obtém a curva latação térmica. Em um dos testes realizados,
apresentada na figura. inseriu-se no furo da placa um cilindro maciço
de aço. À temperatura ambiente, o cilindro ficou
preso à placa, ajustando-se perfeitamente ao furo,
conforme ilustra a Figura.
(a) Barras do mesmo comprimento dos metais lis- (c) não ocorrerá nenhuma mudança, pois, o
tados na tabela sofrerão dilatações iguais, quando conjunto foi submetido à mesma variação de
Tabela 2: Problema 4.
Figura 7: Problema 5. Anel de Gravesand. Na figura (1) a esfera não consegue passar pelo anel. Na figura (2) o anel sofre
aquecimento. Na figura (3) o anel consegue passar pelo orifício devido a dilatação do anel (Figura retirada de Física e
vestibular: Exercícios de vestibulares com resolucao comentada sobre dilatação linear superficial volumétrica e
dilatação dos líquidos 2020).
(d) 0,65 mm
(e) 0,76 mm (a) α = 2 × 10−5 o C−1
(b) α = 3 × 10−3 o C−1
10. (UNIC) Uma chapa de alumínio tem um furo (c) α = 4 × 10−4 o C−1
central de 100 cm de raio, estando numa tempe- (d) α = 5 × 10−5 o C−1
ratura de 12o C. Sabendo-se que αAl = 22 × 10−6 (e) α = 6 × 10−4 o C−1
o −1
C , a nova área do furo quando a chapa for
aquecida até 122o C será: 12. (UDESC) Em um dia típico de verão utiliza-se
uma régua metálica para medir o comprimento
(a) 2,425 m2 de um lápis. Após medir esse comprimento,
(b) 3,140 m2 coloca-se a régua metálica no congelador a uma
(c) 4,155 m2 temperatura de −10o C e esperam-se cerca de 15
(d) 3,155 m2 minutos para, novamente, medir o comprimento
(e) 5,425 m2 do mesmo lápis. O comprimento medido nesta
situação, com relação ao medido anteriormente,
11. (UFPR) Um cientista está à procura de um será:
material que tenha um coeficiente de dilatação
alto. O objetivo dele é produzir vigas desse (a) maior, porque a régua sofreu uma contração.
material para utilizá-las como suportes para os (b) menor, porque a régua sofreu uma dilatação.
telhados das casas. Assim, nos dias muito quentes, (c) maior, porque a régua se expandiu.
as vigas dilatar-se-iam bastante, elevando o (d) menor, porque a régua se contraiu.
telhado e permitindo uma certa circulação de (e) o mesmo, porque o comprimento do lápis não
ar pela casa, refrescando o ambiente. Nos dias se alterou.
frios, as vigas encolheriam e o telhado abaixaria,
não permitindo a circulação de ar. Após algumas 13. (ENEM) A gasolina é vendida por litro, mas
experiências, ele obteve um composto com o em sua utilização como combustível, a massa
qual fez uma barra. Em seguida, o cientista é o que importa. Um aumento da temperatura
mediu o comprimento L da barra em função da do ambiente leva a um aumento no volume
temperatura T e obteve o gráfico a seguir: da gasolina. Para diminuir os efeitos práticos
dessa variação, os tanques dos postos de gasolina
são subterrâneos. Se os tanques NÃO fossem
subterrâneos:
Analisando o gráfico, é correto afirmar que III. Se a gasolina fosse vendida por kg em vez
o coeficiente de dilatação linear do material de por litro, o problema comercial decorrente da
produzido pelo cientista vale: dilatação da gasolina estaria resolvido.
14. (ENEM) Durante uma ação de fiscalização 8. Item (b): 24 × 10−6 o C−1 .
em postos de combustíveis, foi encontrado um
mecanismo inusitado para enganar o consumidor. 9. Item (b): 0,32 mm.
Durante o inverno, o responsável por um posto
de combustível compra álcool por R$ 0,50/litro, a 10. Item (d): 3,155 m2 .
uma temperatura de 5o C.
11. Item (e): α = 6 × 10−4 o C−1 .
Para revender o líquido aos motoristas, instalou
um mecanismo na bomba de combustível para 12. Item (a): maior, porque a régua sofreu uma
aquecê-lo, para que atinja a temperatura de contração.
35o C, sendo o litro de álcool revendido a R$ 1,60.
Diariamente, o posto compra 20 mil litros de 13. Item (e): II e III são corretas.
álcool a 5o C e os revende.
14. Item (d): R$ 6.000,00 e R$ 6.900,00.
Com relação à situação hipotética descrita no
texto e dado que o coeficiente de dilatação
volumétrica do álcool é de 1,0 × 10−3 o C−1 ,
desprezando-se o custo da energia gasta no
aquecimento do combustível, o ganho financeiro
que o dono do posto teria obtido devido ao
aquecimento do álcool após uma semana de
vendas estaria entre:
4 Gabarito
1. Item (e): 469 K.