Caso Clínico Nefrite e Hepatite

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Biomedicina Integrada

Caso Clínico 1

Paciente do sexo feminino, 45 anos, comparece ao pronto-socorro queixando-se de fadiga intensa,


náuseas, icterícia progressiva e urina escura há 5 dias. Relata início dos sintomas após uso de um
antibiótico (amoxicilina + clavulanato) prescrito para tratar uma sinusite há duas semanas. A paciente
não tem histórico de hepatopatias conhecidas, mas usa esporadicamente paracetamol para dores de
cabeça. Nega consumo de álcool ou drogas ilícitas. Não usa outros medicamentos regularmente.

Ao exame físico apresentava Icterícia em escleróticas e pele; hepatomegalia dolorosa à palpação. Não
havia sinais de encefalopatia hepática.

Exames Laboratoriais:

 Hemograma: sem alterações


 Marcadores de Função Hepática:
 ALT (TGP): 750 U/L (VR: 10-40 U/L)  Bilirrubina Total: 6,5 mg/dL (VR: 0,1-1,2 mg/dL)
 AST (TGO): 620 U/L (VR: 10-40 U/L)  BD: 4,5 mg/dL (VR: 0,0-0,3 mg/dL)
 Fosfatase Alcalina: 200 U/L (VR: 30-120 U/L)  BI: 2,0 mg/dL (VR: 0,1-1,0 mg/dL)
 Gama-GT: 85 U/L (VR: 10-40 U/L)  INR: 1,2 (VR: 0,8-1,0)
 Albumina: 3,5 g/dL (VR: 3,5-5,0 g/dL)

 Sorologias para Hepatites Virais:


 HBsAg: não reagente  Anti-HBc total: não reagente  Anti-HAV IgG: reagente
 Anti-HBs: reagente  Anti-HAV IgM: não reagente  Anti-HCV: não reagente

Caso Clínico 2
Paciente do sexo masculino, 62 anos, hipertenso e diabético há 15 anos, em uso de metformina e insulina.
Apresenta histórico de doença arterial coronariana e foi submetido a um cateterismo cardíaco eletivo para
avaliação de angina estável. O procedimento foi realizado sem intercorrências, utilizando contraste
iodado.
Dois dias após o cateterismo, o paciente começa a apresentar redução do volume urinário, edema em
membros inferiores e mal-estar geral. Relata que não teve febre, dor abdominal ou alterações
gastrointestinais. A glicemia tem se mantido estável, sem episódios de hiperglicemia ou hipoglicemia
significativos.
Ao exame físico apresentava PA: 150/90 mmHg; FC: 80 bpm; eupneico, sem estertores pulmonares.
Presença de edema bilateral em membros inferiores (grau +2); sem sinais de desidratação ou sinais de
sobrecarga hídrica severa.

Pós-procedimento Pré-procedimento VR
Creatinina sérica 2,1 mg/dL 1,2 mg/dL 0,7-1,3 mg/dL
Ureia sérica: 65 mg/dL 35 mg/dL 10-40 mg/dL
Taxa de Filtração Glomerular
35 mL/min/1,73m² 60 mL/min/1,73m² 75-100 mL/min/1,73 m²
Estimada (TFGe):
Sódio sérico 138 mEq/L 135-145 mEq/L
Potássio sérico 5,0 mEq/L 3,5-5,0 mEq/L

 Hemograma: sem alterações


 Glicemia de jejum: 140 mg/dL (VR: 70-99 mg/dL)  HbA1c: 7,5% (normal: <7%)
 Urina tipo 1:
 Densidade: 1.020  Proteinúria (+2)  Glicosúria ausente
 Sedimento com poucas células epiteliais, sem cilindros ou hematúria.
Biomedicina Integrada

Nome: ..................................................................................................................................................

.................................................................................................................................................
data: 20/08/24

Caso 1.

1. Qual o processo patológico apresentado pela


paciente? .....................................................................................................

2. Qual a causa?
Justifique. ..........................................................................................................................................
...................................

3. Podemos justificar a icterícia pela colestase, pela hepatite ou


ambos? ......................................................................

4. O Índice de Relação Normalizada Internacional (INR) é calculado dividindo o tempo de ativação de


protrombina (TAP) de uma pessoa pelo tempo normal da população. O INR avalia a coagulação do
sangue e pode ser usado para avaliar o funcionamento do fígado. O que significa um INR elevado
neste caso?

Caso 2.

1. Qual a cor da tampa do tubo utilizado para coleta de amostra para dosar creatinina e ureia
séricas? ........................................................................ E para dosar sódio e potássio
séricos? ........................................................................

2. O paciente apresenta uma NIC (nefropatia induzida por contraste) ou já possuía uma nefropatia
diabética? Justifique, usando os dados apresentados.
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Caso 1.

O INR (razão normalizada internacional) ou TAP (tempo de ativação da protrombina) é um exame


que avalia a coagulação do sangue e pode ser usado para avaliar o funcionamento do fígado. O
INR é calculado a partir do tempo de protrombina (TP), que mede o tempo que o sangue leva a
coagular. O fígado sintetiza proteínas necessárias para a coagulação sanguínea, chamadas
fatores de coagulação. Um INR elevado significa que o sangue está a levar mais tempo do que o
normal a coagular, o que pode indicar que o fígado está lesado e a síntese dos fatores de
coagulação está prejudicada.

Obs.: Hepatite aguda é definida como ALT/fosfatase >5

Forma colestática é definida como ALT/fosfatase alcalina <2

Forma mista é definida como relação entre 2 a 5

Caso 2:

A elevação da creatinina sérica e a redução da TFGe pós-cateterismo sugerem um quadro de lesão


renal aguda (LRA), possivelmente induzida pelo contraste iodado (nefropatia induzida por contraste,
NIC). No entanto, o paciente tem diabetes mellitus de longa data, uma condição que predispõe à
nefropatia diabética, uma causa crônica de disfunção renal.

Distinguir entre NIC e progressão da nefropatia diabética é essencial, pois o manejo e prognóstico
podem variar. NIC geralmente ocorre dentro de 48-72 horas após a exposição ao contraste e se
caracteriza por uma elevação súbita da creatinina, enquanto a nefropatia diabética progride mais
lentamente.

Abordagem Diagnóstica e Terapêutica:

 Monitoramento da função renal com dosagens seriadas de creatinina e TFGe.

 Hidratação adequada antes e após o procedimento para minimizar o risco de NIC.

 Avaliação da proteinúria e outros indicadores de nefropatia diabética para definir o grau de


comprometimento crônico versus agudo.

 Controle rigoroso da glicemia para evitar contribuição adicional do diabetes ao quadro renal.

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