Ass Faturamento Mod 4

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Olá, cursista!

Chegamos ao módulo 4 do nosso curso.


Seguiremos a temática sobre faturamento frente
ao estudo sobre contabilidade, com o objetivo de
fortalecer e balancear este conhecimento. Como
já abordado, ter uma base segura em relação às
características, conceitos, técnicas e ferramentas
da área possibilitará a você estudante uma
compreensão cada vez melhor a respeito do
assunto abordado.

Nesta etapa, estudaremos um pouco de noções de


contabilidade, patrimônio, balanço patrimonial,
esta importante ferramenta para o controle dos
ativos e passivos da organização; DRE para
possibilitar a demonstração de resultado do
exercício, livros e documentos fiscais , entre
outros.

Bons estudos!

ASSISTENTE DE FATURAMENTO
MÓDULO 4
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NOÇÕES DE CONTABILIDADE

Fonte: Freepik

A contabilidade é um elemento fundamental na atividade econômica.


Em uma economia moderna e complexa como a dos dias de hoje,
temos sempre que escolher entre as melhores alternativas. Para
isso, é de extrema relevância estudarmos noções básicas de
contabilidade.

Por isso, lembre-se: Nenhuma empresa consegue operar bem sem uma boa gestão
financeira. Então, sim, você precisa estar familiarizado com os
principais conceitos ligados à contabilidade, mesmo que você não
seja contador. Saber como estão os números e a situação interna da
empresa e, mais do que isso, conseguir usar as informações
fornecidas pelos documentos contábeis é fundamental.

De acordo com Lins (2015), a contabilidade pode ser definida como


uma ciência que estuda a situação e as variações (qualitativas e quantitativas)
ocorridas no conjunto de bens, direitos e obrigações de qualquer entidade (pessoa física
ou jurídica).

Todas as movimentações relativas a dinheiro e valores realizadas


dentro de uma organização são registradas pela contabilidade, que
resume os fatos em forma de balanços, demonstrativos e relatórios.
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Por meio desses dados são apresentados os resultados alcançados
pela empresa, fornecendo uma ampla quantidade de informações
úteis para as tomadas de decisões em seu comando, tanto dentro
quanto fora da entidade. Ou seja, é por meio do trabalho da
contabilidade que o dono do patrimônio consegue controlar e planejar o
futuro de seu negócio, certificando-se de que a empresa está de acordo
com suas metas e decidindo qual providência tomar para atingir
seus objetivos com mais eficiência (MENDES, 2015).

PATRIMÔNIO

Patrimônio é como é conhecido o conjunto total de bens, direitos e


obrigações ligados a uma pessoa física ou jurídica, abrangendo ao
mesmo tempo tudo aquilo que se tem – bens e direitos –, e tudo
aquilo que se deve – obrigações. Analisar a situação e as variações
no patrimônio, bem como todos seus efeitos, é objeto de estudo
principal da contabilidade.

Do ponto de vista da contabilidade, apenas são considerados


direitos e obrigações que podem ser avaliados em algum valor
mensurável, ou seja, que podem ser convertidos de alguma forma
em moeda.

• Os bens e direitos representam a parte positiva do patrimônio,


que é chamada de ATIVO.
• Já as obrigações constituem o lado negativo do patrimônio,
denominado de PASSIVO.
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BALANÇO PATRIMONIAL

O balanço patrimonial é o resultado do levantamento de tudo que a


empresa tem (dinheiro em caixa, contas a receber, imóveis, entre
outros) e de tudo que a empresa deve (contas e obrigações a pagar),
para descobrir, no final, qual é a posição da empresa naquele
momento, patrimonialmente falando.

Por meio dele é possível saber qual é a situação contábil, financeira e


econômica da entidade em um determinado momento, funcionando
como se fosse um retrato da empresa durante um período
específico.

Com o Balanço é possível:

• Conhecer todos os bens, direitos e obrigações em determinado


período;
• Observar a sua evolução histórica para planejamento e ação
futura;
• Permitir o Planejamento Tributário da empresa;
• Fornecer informações úteis para as partes interessadas.

DEMONSTRATIVO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração do Resultado do Exercício, ou DRE, é uma peça contábil que


tem por objetivo detalhar a formação do resultado de um exercício
(lucro ou prejuízo), por meio da comparação das receitas com os
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custos e despesas de uma empresa. Esse tipo de visão financeira
oferecida pela DRE ajuda os gestores a terem uma opinião mais
realista sobre quais decisões devem ser tomadas, levando-os a fazer
provisões mais sensatas e mostrando, por exemplo, se existe
viabilidade econômica para determinados investimentos.

Ela analisa o período estabelecido como exercício financeiro, definido


como o tempo decorrido entre janeiro a dezembro de um ano (12
meses). Entretanto, a DRE também pode ser elaborada mensalmente
para fins de controle interno, e de três em três meses para fins de
controle fiscal.

4.1 Estrutura do DRE

Segundo Mendes (2015), o processo de definição de uma DRE, assim


como a ordem das informações que precisam constar em seu
espaço, é estabelecido por lei. Elas precisam seguir exatamente uma
estrutura já pré-estabelecida e reconhecida pelas normas de
contabilidade.

Na primeira linha da demonstração é lançada a Receita Bruta de Vendas,


ou seja, o valor de tudo que a empresa faturou durante o período
analisado. Dessa receita são descontados os abatimentos, as
devoluções de vendas, os descontos concedidos aos clientes e os
impostos sobre as atividades comerciais.

O valor resultante será a Receita Líquida de Vendas da empresa, da qual é


subtraído o custo total das mercadorias e dos serviços vendidos.

O resultado dessa conta será chamado de Lucro Bruto, do qual serão


descontadas todas as despesas financeiras, operacionais, gerais e
administrativas. Ao mesmo tempo são acrescentadas nessa parte
outras receitas operacionais que a empresa possa ter tido no
período.
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Com isso, chega-se ao Lucro ou Prejuízo Operacional Líquido. A partir desse
valor, serão deduzidos os resultados operacionais, como despesas
ou ganhos financeiros, as participações de cotistas da empresa,
empregados, debenturistas administradores, partes beneficiárias,
entre outros.

A partir deste resultado chega-se ao Lucro Líquido do Exercício (LLE),


resultado final de toda DRE.

Abaixo o modelo estruturado de uma DRE:

Receita Operacional Bruta


(-)Deduções da Receita Bruta
(-)Devoluções de vendas
(-)Descontos sobre vendas
(-)Impostos diretos sobre vendas (ICMS, PIS/COFINS, ISS)
(=) Receita Operacional Líquida
(-) Custos da mercadoria vendida ou serviços prestados
(=) Lucro Operacional Bruto
(-)Despesas operacionais
(-)Despesas comerciais
(-)Despesas administrativas
(+)Receitas operacionais
(=) Lucro operacional Líquido
(-)Despesas financeiras
(-)Despesas com sócios
(-)Despesas com participações
(+)Receitas financeiras
(=) Lucro Líquido do Exercício

A contabilidade é a linguagem dos negócios. É principalmente por meio


dela que são traçadas metas, avaliados desempenhos e
mensurados resultados dentro de um negócio. Ter noções de
contabilidade agrega à vida de qualquer profissional, facilitando sua
tomada de decisões sobre investimentos.
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Atualmente o bom profissional tem sempre que se qualificar e
compreender não só sobre sua área de atuação, mas sim de todo o
negócio da empresa. Por isso, ter noções básicas de contabilidade é
essencial, não só para quem trabalha diretamente na área, mas sim
por todos os profissionais envolvidos no negócio, como você futuro
assistente de faturamento.

LIVROS FISCAIS

Fonte: Freepik

Por meio dos livros fiscais, o empreendedor tem condições de


conhecer melhor a realidade da sua empresa, pois tem como função
organizar todos os registros fiscais de entrada e saída da empresa. As
informações constadas nos livros podem ser utilizadas para a
elaboração de relatórios, facilitando a documentação e organização
da empresa.

Exigidos pelo fisco municipal, estadual e federal, os livros devem ser


impressos, numerados e encadernados, devendo constar ainda a assinatura
do representante legal da empresa e de um contador habilitado.
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Vamos conhecer a seguir cada um desses livros e suas respectivas
características.

• Registro de Entradas: Livro destinado à escrituração dos documentos


fiscais referentes às entradas de bens, mercadorias e serviços.
Informações como se houve crédito fiscal, duplicidade de
lançamento e falta de registro.

• Registro de Saídas: Livro destinado à escrituração da saída de


mercadorias do estabelecimento. Verifica se houve débito fiscal.

• Registro de Impressão de Documentos Fiscais: Escrituração para registro de


todos os documentos fiscais impressos pela empresa.

• Registro de Inventário: Livro destinado para o registro das mercadorias


em estoque quando da realização do levantamento da empresa.

• Registro de Apuração de ICMS: Destinado ao registro dos valores contábeis


e fiscais, na operação de entrada e saída, relativo ao ICMS. Verifica, por
exemplo, se as guias estão batendo.

• Registro de Apuração de IPI: Destinado ao registro dos valores contábeis


e fiscais, nas operações de entrada e saída, relativo ao Imposto sobre
Produtos Industrializados.

• Livro de Movimentação de Combustíveis — LMC: Destinado especificamente aos


postos de combustível, é o livro que registra a entra e saída dos
combustíveis comercializados no posto. Também é utilizado para o
controle de arrecadação do ICMS.

• Livro de Apuração do Lucro Real — LALUR: Livro obrigatório para as empresas


optantes pelo Lucro Real, é utilizado para registrar o lucro da empresa.
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DOCUMENTOS FISCAIS

Para formalizar uma empresa alguns documentos legais precisam


ser emitidos. Além do CNPJ, o alvará, a inscrição Estadual e Municipal são
obrigatórias. A falta de algum desses documentos pode inviabilizar a
abertura ou manutenção da empresa. As autorizações necessárias
ao desempenho das atividades empresariais variam de acordo com
o ramo de atuação da empresa, assim como a forma escolhida de
operação.

O primeiro documento a ser emitido é o CNPJ. Este comprova a


existência da empresa e sem ele a empresa não fica oficializada,
porém, sozinho não tem efeito nenhum, precisa dos outros
documentos. É uma espécie de CPF das empresas e o seu registro é
feito na Junta Comercial.

Um importante documento a ser obtido no âmbito municipal é o


alvará de funcionamento. Ele garantirá a abertura das portas do negócio. A
obtenção se dá na prefeitura da cidade, ao comprovar que a empresa
tem todas as características necessárias para exercer com
segurança as atividades. É preciso verificar se a atividade escolhida
pode ser exercida no local onde a empresa será instalada.

A inscrição estadual é o registro de empresas que pagam o ICMS. Grande


parte dos estados é integrada com a Receita Federal. Desse modo,
existe a possibilidade de que a inscrição estadual seja realizada pela
internet, juntamente com o seu CNPJ. Sem a inscrição estadual, a
empresa não emite NF-e. MEI e prestadores de serviço estão isentos da
emissão da inscrição estadual.
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A inscrição municipal é o registro de empresas que pagam o ISS, exigido
para todas as empresas que prestam serviços, sendo sua emissão
realizada na prefeitura do município onde a empresa está localizada.
Com a inscrição municipal em dia, a empresa tem os seguintes
direitos: pagar os impostos, emitir nota fiscal e informar à prefeitura
da localização do negócio e suas atividades exercidas. Caso uma
empresa tenha apenas inscrição municipal, não possuindo inscrição
estadual, ela não está apta para emitir nota fiscal de venda de mercadoria.
Não há isentos, todos devem emitir inscrição municipal, inclusive MEI.

DOCUMENTO AUXILIAR DA NOTA FISCAL ELETRÔNICA

Um dos documentos mais importantes para o setor de faturamento,


juntamente com a Nota Fiscal, é o Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica,
mais conhecido como DANFE. Embora não substitua a Nota Fiscal, trata-se
de um documento que tem como principal função ser a versão
simplificada da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), ppois contém nele as
principais informações constadas na Nota Fiscal.

Outra função muito importante do DANFE é o de acompanhar


obrigatoriamente as mercadorias durante o seu transporte. Com esse
documento, a Polícia Rodoviária Federal pode fiscalizar os principais
dados da NF-e e detectar possíveis irregularidades.

Com tantos detalhes e regras, é muito importante que se


compreenda tudo sobre o DANFE para tornar-se um assistente de
faturamento ainda mais preparado. Detalhe importante: o DANFE não
pode ser confundido com a Nota Fiscal Eletrônica. A NF-e de fato é quem
possui validade jurídica e é o documento que deve ser armazenado.
O DANFE retrata um “resumo” da nota fiscal, não sendo necessário
armazená-lo.
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A principal função do DANFE é ser uma versão resumida e facilmente
legível da NF-e. Ele deve acompanhar a mercadoria em trânsito,
fornecendo informações básicas sobre a operação em curso.

Além do código de barras que permite a leitura por leitor óptico e da


chave numérica com 44 posições, que dá acesso à consulta da NF-e, o
documento apresenta informações básicas sobre as operações em
curso, como por exemplo:
• Remetente;
• Data e horário de saída da mercadoria;
• Informações de transporte;
• Tipo de operação;
• Descrição das mercadorias e destinatário.

É recomendado que o DANFE seja emitido no mesmo sistema em que


for gerada a Nota Fiscal Eletrônica. Essa recomendação é do Ministério da
Fazenda e tem o objetivo de reduzir a possibilidade de divergências de
dados entre DANFE e NF-e. Por essa razão, recomenda-se sempre a
utilização de um sistema de emissão de NF-e completo. Por meio dele,
é possível emitir notas fiscais de produto, serviço e ao consumidor,
além de documentos de transporte.

A inserção de informações como data, horário de saída, placa do


veículo e transportadora são de caráter obrigatório na NF-e, no caso
da empresa emitente ter acesso a essas informações antes da
emissão do documento. No entanto, caso essas informações não
constem no arquivo da Nota Fiscal Eletrônica, subentende-se que a
mercadoria saiu da empresa vendedora no dia da emissão da NF-e.

O layout do DANFE deve seguir um padrão estabelecido pelo Ministério da


Fazenda, como, por exemplo, o tipo e o tamanho de papel no qual o
documento precisa ser impresso.

Todo DANFE possui o código de barras que contém a chave de acesso


da Nota Fiscal Eletrônica, permitindo que o contribuinte consulte a
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situação da NF-e no Portal da Fazenda. A ideia, portanto, é simplificar o
acesso às informações e permitir a checagem dos dados on-line.

Vale reforçar, aluno, que esse código de barras unidimensional é uma


chave de 44 posições que representa o Código de Acesso da NF-e. Antes da
mercadoria entrar em circulação, o DANFE correspondente deverá ser
impresso e sempre acompanhar a NF-e.

Detalhe importante: deverá existir apenas um DANFE por NF-e, contudo,


este poderá ser emitido em mais de uma folha. Ou seja, para a
discriminação das mercadorias poderá ter quantas folhas forem
necessárias. Por ser único o DANFE, o código de barras da NF-e deverá ser
o mesmo em todas as folhas.

A legislação tributária mantém definido o prazo de guarda dos


documentos fiscais, sendo assim, tanto emitente quanto
destinatário deverão manter em arquivo digital as NF-e pelo prazo
estabelecido na norma. Isso garante que, na situação de solicitação
da administração tributária, o documento esteja na guarda tanto do
emitente quanto do destinatário. Porém, há algumas ressalvas.

No caso do destinatário ser o emitente das NF-e, a guarda do DANFE não


precisará ser realizada, uma vez que ele foi obrigado a receber a NF-e
e, portanto, apenas o arquivo digital recebido deverá ser guardado.

Excetuando as ressalvas, o DANFE deverá ser mantido em arquivo pelo


prazo de cinco anos. Vale lembrar a importância do destinatário
verificar a validade da assinatura digital, a autenticidade do arquivo
digital da NF-e e se a Autorização de Uso da NF-e foi concedida.

A seguir, vamos conferir um DANFE fictício, para efeitos didáticos.


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Fonte: Arquivei

Última dica importante a respeito de DANFE: o DANFE não é válido


juridicamente, pois é um documento auxiliar impresso em papel, ou
seja, é passível de perda. Ele acompanha as mercadorias no frete,
mas não pode ser entregue para o fiscal da Receita caso ocorra
qualquer auditoria na empresa.
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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

Fonte: Freepik

Ao declarar os impostos, o empreendedor novato toma um susto


com a quantidade de carga tributária, pois, além da grande
quantidade de tributos, ele não se preparou para os encargos. Nesse
contexto entra a importância do planejamento tributário, ferramenta que
permite que o empreendedor não fique inadimplente e até mesmo
reduza os impostos a pagar.

É isso mesmo! Por meio de decisões e escolhas bem planejadas, é


possível interferir na forma de pagar os tributos e nos valores que
são recolhidos, interferindo diretamente na saúde financeira do
negócio.

Planejar é uma das principais maneiras de não ser surpreendido com


o volume de impostos existente. Planejar reunindo dados como previsão
de despesas, folha de pagamento, margem de lucro para então
definir planos e metas, traçando um cenário futuro da empresa,
planejando o caminho aonde a empresa pretende chegar. Para isso é
preciso também elaborar um cronograma e evitar o vencimento de
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prazos dos impostos, dos documentos solicitados pela legislação,
trabalhando sempre com prevenção, para não ser pego de surpresa
com imprevistos à véspera.

A partir da utilização dessas ferramentas é possível se planejar


tributariamente e evitar multas e atrasos, evitando que a empresa
obtenha um prejuízo financeiro inesperado. No entanto, como dito
anteriormente, além de prevenir a empresa de atrasos e tributações
inesperadas, é possível fazer com que a empresa diminua a sua
carga tributária por meio da elisão fiscal.

A elisão fiscal é uma prática contábil que permite que a empresa se


adéque ao formato mais vantajoso de pagamento de impostos, sem
cometer qualquer ato ilícito. Trata-se de uma gestão tributária
inteligente, pois sempre que a lei permite, o empreendedor vai lá e
aproveita.

A elisão fiscal pode ocorrer de duas maneiras legais: por incentivo do


Governo ou por alguma brecha na lei. Vamos supor que o Governo
queira movimentar o mercado de venda de roupas do Centro da
cidade e, para isso, decide diminuir em 3% o ICMS para as lojas de
roupas instaladas no Centro. Desse modo, o Governo incentiva o
empreendedor a estabelecer seu negócio onde o Estado está
desejando e permite que ele recolha menos tributos. Isso é praticar
elisão fiscal com incentivo do Governo.

Outra maneira de colocar em prática a elisão fiscal, também dentro


da lei, é se beneficiando de alguma brecha na lei. Por exemplo,
sabemos que a alíquota do ISS é definido por cada município, sempre
respeitando o piso e o teto de 2% e 5%. A empresa pode então se
aproveitar dessa variação e mudar a sua sede de acordo com a
alíquota. Vamos supor que uma agência de publicidade recolhe o ISS
com uma determinada alíquota em Vitória e percebe que o imposto
em Guarapari é menor. Nada impede que a empresa mude de local
só para pagar menos impostos.
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Nesse caso da brecha na lei, não se pode acusar de ilegalidade,
apenas de inteligência na gestão. Pagar menos impostos, nessa
situação, não é ilegal, antiético ou imoral, pois o empreendedor pagará
menos impostos, porém, dentro da lei.

Uma prática ilegal para pagar menos impostos é a evasão fiscal,


popularmente conhecida como sonegação fiscal. Trata-se do ato de
fraudar, adulterar, omitir ou alterar o valor do tributo ao fisco. Existem
dois tipos de evasão fiscal:

• Tributária

Ocorre quando a alíquota é aplicada indevidamente, ou seja, quando


a empresa paga menos do que deveria.

• Penal

Adulteração de documentos fiscais. Como vimos, são os


documentos que servem para comprovar o recolhimento dos
tributos.

Por se tratar de ações ilegais, as práticas de evasão fiscal estão


sujeitas a penalidades severas, acarretando em um grande prejuízo
financeiro (e moral) para os envolvidos. As seguintes sanções são
aplicadas a quem praticar evasão fiscal:

• Multa: De duas a cinco vezes o valor do tributo. O valor varia em


virtude do tipo de tributo e do valor sonegado, podendo até 225% do
valor sonegado.

• Reclusão: A pena varia de seis meses a cinco anos.

• Réu primário: A pena pode ser reduzida a multa de dez vezes o valor
do tributo.
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AUDITORIA FISCAL

Fonte: Freepik

Muitos empresários, contadores e faturistas ainda têm dificuldades


para compreender os benefícios da auditoria fiscal, enxergando apenas
como um gasto a mais para a empresa. É preciso esclarecer esse
tipo de situação e mostrar que o serviço traz mais segurança à
empresa.

A auditoria fiscal faz uma análise sobre os aspectos fiscais e


administrativos de uma organização. Ela também evita que a
companhia seja notificada pelo fisco devido a erros tributários.

É preciso desmistificar o termo auditor, que ainda causa apreensão


na maioria das empresas. Estamos nos referindo à auditoria interna,
não de uma “fiscalização” feita pela Receita Federal. O auditor
independente é um profissional que está entre os maiores aliados da
saúde financeira da empresa, pois é responsável por realizar
auditorias com frequência e não apenas para corrigir erros e,
principalmente, para atuar preventivamente para evitar que a
empresa tenha problemas fiscais e seja penalizada ou multada.
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Logo, auditoria interna é uma forma de inspeção realizada em uma
organização para verificar se existe um controle tributário. O auditor é
responsável por analisar se todos os impostos foram pagos em dia,
se houve erros no cumprimento da legislação e quais são as
possibilidades para corrigir as falhas. Ele também ajuda a identificar
se existe alguma vantagem fiscal (dentro da lei) que pode ser
aproveitada pela organização.

Lembra-se das vantagens legais, como Elisão Fiscal? Esse é um


mecanismo que pode ser utilizado por faturistas, auditores e
contadores, todos trabalhando em conjunto em prol de benefícios
fiscais e tributários para a empresa.

Para compreendermos melhor, a auditoria interna funciona da


seguinte maneira: a auditoria fiscal é realizada por um contador
independente, ou seja, que não possui vínculos empregatícios com a
empresa. Isso porque ele precisa ser qualificado para a função e ter
experiência no trabalho.

Sendo assim, o auditor solicita os documentos da empresa para que


possa fazer uma comparação entre os pagamentos de tributos
efetivados e as finanças da própria empresa. Sua principal função é
verificar se há falhas nos processos, erros nos pagamentos de impostos ou fraudes e
indicar o caminho para corrigi-los.

O trabalho prévio de um faturista é essencial para facilitar esse


processo realizado pelo contador independente. Pois, como vimos, o
faturista é responsável pelos tributos e documentos fiscais da
empresa. Desse modo, quando o faturista realiza o seu trabalho com
atenção e de maneira organizada, menos problemas a auditoria
interna detectará. Percebeu como o trabalho do faturista está
intimamente ligado ao do auditor interno?

Geralmente, o foco da auditoria interna é fazer uma avaliação do


cumprimento legal das atividades e pagamento de tributos que
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envolvem as 3 esferas: municipal, estadual e federal. Entre os
impostos que podem ser avaliados estão:

• PIS
• COFINS
• IRPJ
• CSSL
• IPI
• ISS
• ICMS

Desse modo, a auditoria fiscal contribui para evitar uma advertência e


multa pelo fisco, que poderia acarretar em prejuízos financeiros para
a corporação e na perda de credibilidade. No final desse processo, a
empresa receberá uma avaliação minuciosa do auditor, com
recomendações de procedimentos que podem ser adotados e
direcionamentos sobre um melhor planejamento tributário.

Vale a pena fazer um adendo explicando a diferença entre auditoria


fiscal e contábil, que está relacionada aos objetivos de cada uma. A
primeira está relacionada ao cumprimento das obrigações fiscais,
em outras palavras, ao pagamento correto de tributos conforme a
legislação. Já a auditoria contábil tem como principal objetivo a
análise dos registros e informações relacionadas ao patrimônio da
empresa.

Outra diferença está na fonte da informação. A auditoria fiscal faz uma


verificação dos documentos e declarações relacionadas aos
impostos das esferas: municipal, estadual e federal, além das guias
de recolhimentos. Já a auditoria contábil analisa os livros contábeis
para verificar o patrimônio da empresa.

Por fim, outro benefício que pode ser gerado com o trabalho de
auditoria fiscal é a recuperação de valores provenientes de impostos.
Isso porque muitos empresários, por medo da fiscalização, fazem o
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recolhimento de tributos em regimes diferentes do que poderiam
adotar.

Por exemplo: uma empresa que escolheu o regime de Lucro Presumido


quando poderia utilizar o Simples Nacional. Nesse caso, ela pagou mais
impostos do que deveria e o recurso poderia ser utilizado para o
crescimento do negócio. Lembra-se desse assunto que abordamos
no primeiro módulo?

Logo, o contador contratado para desempenhar a auditoria fiscal


poderá fazer a indicação sobre o regime tributário mais adequado
para a companhia. Isso resulta em um planejamento tributário mais
estratégico para o crescimento sustentável da empresa, e evita o
excesso de despesas com impostos.

Como destacado, a auditoria interna traz uma série de benefícios


para as empresas, seja ela grande ou pequena. Para o bom
andamento da auditoria é primordial que o faturista exerça o seu
trabalho diariamente com o mínimo de erros possível, pois, assim, a
auditoria interna conseguirá exercer o seu trabalho com mais
eficiência e livre de pequenos erros – que muitas vezes passam
despercebidos por um faturista desatento e desorganizado –
causadores de problemas e prejuízos para as empresas.
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conclusão

No módulo 4 você pôde aprofundar mais o conceito e a temática


sobre faturamento, com o foco principal no tema contabilidade,
patrimônio e seu balanço e as demais ferramentas contábeis,
podendo balancear ainda mais o conhecimento para ter uma base
mais segura em relação as características da profissão, conceitos
gerais, técnicas e ferramentas dessa área.

Você, caro cursista, pôde aprender o conceito de contabilidade e as


funcionalidades de suas ferramentas, estruturas, especificações e
tipos, possibilitando assim desenvolver o correto trabalho e controle
financeiro das empresas. Compreendeu a importância do balanço
patrimonial que é a principal demonstração financeira existente,
sendo um relatório contábil obrigatório por lei, assim aprendendo
aplicar no dia a dia empresarial, frente a suas obrigações a própria
empresa e a terceiros.

Com os conhecimentos adquiridos você poderá apoiar no


desenvolvimento do balanço, livros fiscais e os devidos documentos,
desempenhando assim as atividades diárias para o crescimento
correto da receita, apurações dos tributos, faturamento, pagamento
a terceiros, as saídas e lucro exigido na função.

Poderá apoiar o gestor no cumprimento das obrigações fiscais da


empresa de maneira organizada. Honrar com essas obrigações
fiscais é questão de sobrevivência, e por isso fazer o planejamento
tributário corretamente é fundamental, assim também apoiar na
realização das auditorias fiscais como descrito neste módulo.

Acreditamos em um despertar por meio desse estudo e


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conhecimento oferecido, para que todos busquem continuamente
desenvolver o trabalho de faturamento visando o crescimento/lucro
empresarial de forma correta e eficaz que será a base de seu
compromisso com essa profissão diariamente.

Chegamos ao fim de nosso curso. Após esse estudo, esperamos que


você esteja apto para desempenhar com sucesso essa profissão.
Desejamos sucesso no mundo do trabalho.
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glossário

Patrimônio: Em direito, são bens, direitos e obrigações de valor


econômico e pertencentes a uma pessoa ou empresa. Já em
contabilidade, é a parte jurídica e material da azienda.

Balanço patrimonial: É uma demonstração contábil que tem, por


finalidade, apresentar a posição contábil, financeira e econômica de
uma entidade.

Demonstração do resultado do exercício (DRE): É uma demonstração


contabilística que se destina a evidenciar a formação do resultado
líquido.

Auditoria fiscal ou tributária: É aquela voltada para a análise do correto


cumprimento das obrigações tributárias pelos contribuintes.
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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2005

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial, Teoria e Prática. São


Paulo: Atlas, 1998.

FREEPIK. Imagens: www.freepik.com . Acesso em nov. 2020.

LINS, Luiz. Gestão Empresarial com Ênfase em Custos: Uma abordagem Prática. São
Paulo: Thomson, 2005.

MENDES, S. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Método,


2015.

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