Celulite - Módulo Ok
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CURSO DE
CELULITE
Aluno:
1
CURSO DE
CELULITE
MÓDULO I
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
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SUMÁRIO
1.0 Introdução;
2.0 Celulite
2.1 Histopatologia;
2.2 Estágios;
2.3 Prevenção;
2.4 Tratamentos;
Referências Bibliográficas.
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Módulo Único
1.0 Introdução
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A reeducação alimentar vem em seguida, pois o controle da ingestão de
calorias diárias se faz extremamente necessário para quem deseja reduzir medidas.
Relembrando o que foi no Módulo I quando falamos a respeito do tecido adiposo,
todas as calorias que forem ingeridas acima do que exige o nosso metabolismo
basal (cerca de 2000 calorias/dia) são armazenadas na forma de gordura dentro dos
adipócitos. Isso nos faz engordar.
E, como diz o velho ditado, “tudo o que é bom engorda”, a maioria das
pessoas não apresenta disciplina e força de vontade suficiente para seguir à risca
uma dieta de restrições alimentares.
A conscientização de que a obesidade é uma doença e que pode trazer
sérias consequências à saúde é necessária, na maioria das vezes não é uma
realidade. A mudança de pensamento e hábitos deve estar presente, além da
consciência de que medicações para combater o problema não são simples balas
inofensivas e que só podem ser tomados mediante acompanhamento médico. O uso
indiscriminado deste tipo de medicação, além da automedicação e sua livre venda
em países vizinhos e mercado negro, também vem se tornando um problema de
saúde pública.
Outra grande vedete do momento são as cirurgias de redução de estômago,
que vêm sendo a esperança para muitos obesos, sobretudo os mórbidos. Mas,
poucos sabem que se trata de um procedimento complicado e que também vai exigir
disciplina do paciente, além de acompanhamento nutricional e psicológico.
Mas, e quando a atividade física é uma rotina e a alimentação é adequada e,
mesmo assim, aqueles pneuzinhos e gordurinhas indesejadas insistem em persistir
e não vão embora por nada. O que fazer? A genética é o principal responsável por
isto, aliado a velocidade de metabolismo de cada um, pois em algumas pessoas é
muito lento.
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FONTE: A gordura localizada atinge até as pessoas que não têm problemas com obesidade.
Própria, 2008 (edição).
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Outro ponto importante quando falamos de gordura localizada é a sua
formação (lipogênese) e sua queima (lipólise). Na lipogênese, há um balanço
energético positivo dos triglicerídeos formados a partir dos ácidos graxos livres e
glicerol. Estes últimos depositam-se no adipócito. Na lipólise, o balanço energético
é negativo, os triglicerídeos são fracionados em ácidos graxos e glicerol, indo para a
corrente sanguínea e sendo queimados.
É impressionante como o que incomoda uma pessoa pode não incomodar
tanto a outra. Porém, com certeza, há algumas unanimidades e entre elas, além da
indesejada “barriguinha”, está à celulite. Por mais que os homens insistam em não
notar, esse flagelo chega a alterar a autoestima de muitas mulheres, inibindo
recreações, em que tenham que colocar um biquíni e certos vestuários. Realmente,
não há nada que incomode tanto quanto colocar uma calça de cor clara e ver todas
as ondulações através dela.
2.0 Celulite
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FONTE: Celulite (Própria, 2001).
2.1 Histopatologia
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por diversos tipos celulares imersos em uma matriz amorfa hidratada. Nessa matriz
há também terminações nervosas, vasos sanguíneos, linfáticos e fibras proteicas
que dão à derme resistência à tração (fibras colágenas) e à elasticidade (fibras
elásticas). Na hipoderme há um tecido adiposo que tem como funções básicas a
modelagem corporal, o amortecimento de impactos e o isolamento térmico,
impedindo a perda excessiva de calor. Além disso, as células desse tecido
gorduroso, denominadas adipócitos, estão envolvidas no armazenamento de lipídios
(que podem ser convertidos em energia metabólica) e hormônios.
Celulite, como o próprio nome sugere, é uma inflamação da célula. Não traz
calor nem rubor como um processo inflamatório, mas leva a um grande edema, com
exsudato e consequente formação de fibroses. A celulite ocorre no nível das células
do tecido subcutâneo, onde a microcirculação dos capilares no tecido adiposo
encontra-se deficiente.
Evidencia-se por uma aparência de aspecto ondulado da pele, que pode
apresentar depressões dependendo do grau, apresenta-se por uma inflamação do
espaço em volta das células adiposas, mas não quer dizer que há um aumento de
gordura, pois está quase sempre muito relacionada à obesidade, entretanto, também
aparecem em pessoas que não apresentam problemas com peso e até mesmo as
que estão abaixo do peso.
A celulite aparece na camada mais superficial das três de gordura existentes
na hipoderme. As células de gordura na hipoderme estão organizadas em câmaras
de fios de tecido conjuntivo. A armazenagem de gordura e o metabolismo das
células adiposas reagem apenas aos hormônios, e não às dietas ou exercício. Estas
células adiposas, presentes nas duas camadas de reserva de gordura, se encontram
por baixo da hipoderme e estão dispersas numa rede solta. Dependendo da dieta e
do exercício, é variável o grau de armazenagem de gordura e de metabolismo
nestas camadas.
A celulite ocorre no tecido conjuntivo em razão à somatória de diversas
alterações que são desencadeadas por fatores como herança genética,
sedentarismo, problemas circulatórios, alimentação inadequada, cigarro, álcool,
estresse e desequilíbrio hormonal. Estes determinam modificações, como a
compressão dos vasos locais e a projeção do tecido gorduroso, o que ocasiona as
conhecidas ondulações.
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Quanto às suas causas, podemos dizer a seguinte frase: “A Celulite é uma
alteração multifatorial e originária da própria condição hormonal feminina.” Suas
causas são várias e associadas, mas a principal é uma alteração com características
hereditárias, ou seja, existe uma predisposição genética associada ao próprio
hormônio feminino, que somada a um problema de alteração circulatória local,
também se relaciona a uma diminuição da drenagem linfática fisiológica. Todos
estes fatores resultam no aparecimento da aparência na pele. As partes mais
vulneráveis para o surgimento da celulite são os glúteos, a lateral, face interna e
posterior da coxa, o abdômen, a parte posterior e lateral dos braços e a face interna
dos joelhos, locais onde geralmente é associado à flacidez muscular e tissular, o que
piora o seu aspecto.
FONTE: Locais preferenciais onde a celulite se instala. Coincide com os locais onde há o maior
acúmulo de gordura localizada nas mulheres. Internet – Wikipédia.
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manifestação de celulite após a adolescência. Afeta igualmente mulheres de todas
as faixas etárias, tipos corporais e etnias, ocorrendo de forma indistinta entre
mulheres comuns, atletas, artistas e até em modelos.
Os “buraquinhos” característicos da celulite se dão pelas saliências que a
gordura hipodérmica impressiona na derme. Nas mulheres, o tecido adiposo da
hipoderme deposita-se em grandes feixes verticais que são separados por septos
fibrosos perpendiculares à superfície da pele, formando assim câmaras verticais.
Esses septos separam as células gordurosas em grupos e são formados por fibras
que ligam a pele à musculatura localizada abaixo da hipoderme. Nos homens, os
feixes se organizam diagonalmente, e em pequenas unidades que, além de
acumularem menos gordura, não resultam em celulite. Além disso, diferentemente
dos homens, as mulheres apresentam uma reserva maior de gordura em alguns
locais do corpo e uma derme menos espessa e menos resistente ao acúmulo de
lipídios e à deformação dos adipócitos.
Nas mulheres as células adiposas se alargam em função do acúmulo de
gordura. As paredes capilares tornam-se muito permeáveis, causando este acúmulo
localizado de fluidos, que não conseguem ser eliminados em função de uma
drenagem linfática fisiológica prejudicada. Com isso, as células adiposas agrupam-
se e ficam ligadas por fibras de colágeno, impedindo a corrente sanguínea,
provocando o endurecimento e contração dos fios do tecido conjuntivo, que puxam a
pele para baixo, resultando no aspecto irregular que vemos nos locais mais
característicos da celulite.
Em especial, relaciona-se a celulite aos hormônios femininos, pois se
observa que ela se desenvolve durante os períodos de mudança hormonal, tais
como a puberdade, a menopausa, a síndrome pré-menstrual, a gravidez e durante o
início do uso da pílula contraceptiva. Os hormônios comandam mudanças na
circulação sanguínea, na drenagem linfática, na gordura e no tecido conjuntivo, o
que provoca a formação da celulite.
Assim, constata-se que a fisiopatologia do edema intersticial é um ciclo
vicioso. Com o aumento da pressão capilar, há uma diminuição da pressão oncótica
do plasma, que por sua vez ocasiona aumento da pressão oncótica do líquido
intersticial e consequente diminuição do fluxo linfático. Com o problema circulatório,
ocorre um aumento de triglicerídeos dentro dos adipócitos, causando a sua
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hipertrofia e aumentando mais a pressão dos capilares. Dessa forma, temos no
tecido celulítico: hiperviscosidade da substância fundamental amorfa com retenção
hídrica e aumento da gordura nos adipócitos.
A fibrose formada pela contração das fibras do tecido conjuntivo bloqueia a
passagem de sangue e de oxigênio, o que leva à morte e à esclerose das células.
Também ocorre uma polimerização dos mucopolissacarídeos juntamente com o
exsudato do edema intersticial. Estes processos caracterizam os estágios da
celulite.
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Entre os vários fatores que causam a celulite, além dos já citados, podemos
dividi-los em gerais ou locais.
Gerais
Hereditários: na maioria absoluta, em mulheres. Pode sofrer influência
ambiental;
Alimentar: ingestão de açúcar e gorduras. A ingestão exagerada de sal
leva à retenção de líquidos, ajudando no edema intersticial;
Metabólicos: associada ao aumento de peso e gestação;
Vasculares: alterações microcirculatórias, retenções hídricas devido a
essas alterações;
Patologias agregadas: obesidade, glandulares, neurológicas e
ortopédicas, mas essas causas são mais raras;
Musculares: 80% dos casos vêm acompanhados por flacidez muscular,
mas também tem a tissular, o que aumenta o aspecto celulítico;
Sedentarismo;
Iatrogênicos: medicamentoso, geralmente hormonioterapia. Vinculado
à menarca, uso de anticoncepcionais e gestação. Ocorre um hiperestrogenismo
(hormônio feminino LDG), agindo na multiplicação dos adipócitos, formando
megadipócitos que comprimem a microcirculação, piorando o ciclo vicioso visto
anteriormente;
Psicológicos;
Hiperlordose exagerada;
Disfunção hepática;
Disfunção gastrointestinal;
Bebidas alcoólicas;
Cigarro;
Estresse.
Locais:
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Compressivos internos: tumores, gravidez, constipação, alterações
ginecológicas, etc.;
Compressivos externos: vestuários e cintas;
Tratamentos inadequados: massagem violenta.
2.2 Estágios
A celulite passa por vários estágios, desde o seu início até as suas formas
mais graves. E, de acordo com estágio em que ela se encontra, as manifestações
cutâneas mostram-se mais evidentes. A seguir, veremos os quatro estágios em que
a celulite pode se apresentar:
Estágio I ou Edematoso: ocorre uma pequena modificação das
células do tecido adiposo, no entanto a região afetada não apresenta alteração
circulatória e nem nos tecidos de sustentação, apenas uma dilatação venosa. Não
há sinais visíveis na pele nem dor neste estágio da celulite; ela só aparece quando
fazemos compressão da região. Falando de uma maneira mais simplificada, a
celulite nesse estágio é interna, não sendo vista ou sentida. Os vasos estão mais
permeáveis e as toxinas começam a se instalar. Se a pele for apertada com força,
vão aparecer furos minúsculos. Se tratada neste estágio, a possibilidade de melhora
é de 100%.
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FONTE: A compressão faz com que a celulite apareça. (Própria, 2009).
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Estágio III ou de Fibrose: neste estágio, já aparece o aspecto “casca
de laranja” e inicia a dor. A fibrose se instala e a circulação acaba comprometida.
Podem aparecer vasinhos e microvarizes e uma sensação de peso e cansaço nas
pernas. Simplificando: a superfície da pele tem aspecto de gomos visíveis e os
nódulos podem ser sentidos ao toque; a pele está mal nutrida podendo ocorrer
desidratação dos tecidos. A textura torna-se áspera e os poros ficam dilatados,
surgindo microvarizes. Sinais de dor e o inchaço são bem evidentes. A circulação
comprometida torna a pele mais fria. Neste estágio, é possível melhorar o estado da
celulite em cerca de 60%, mas há necessidade de intervenção com equipamentos
de efeitos mais profundos;
Aspecto de “Casca de Laranja” – estágio III. Disponível em: <www.senado.gov.br.>. Acesso em:
25/07/2009
Estágio IV ou de Esclerose: é a fase mais grave, com as fibras mais
duras, formando nódulos, e a circulação prejudicada. A pele apresenta depressões.
Ocorrem aderências à aponeurose muscular. As pernas ficam pesadas, inchadas e
doloridas e a sensação de cansaço é frequente, mesmo sem esforço. Simplificando:
a celulite fica evidente até mesmo sob as roupas; as fibras formam nós e as células
de gordura se agrupam de tal forma que criam nódulos, prejudicando a circulação;
os nervos podem ser comprimidos, o que faz a região ficar endurecida e dolorida;
com a circulação comprometida, fica difícil eliminar as toxinas e isso agrava ainda
mais a celulite. Nesta fase, a expectativa de melhora é de 30%. O problema exige
rigorosa avaliação médica e até intervenção cirúrgica com subincision e
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lipoescultura, principalmente se houver gordura localizada e depressões no tecido
adiposo.
Independente do estágio em que se encontra a celulite, ela pode se
apresentar de duas formas clínicas. Mediante essas formas, o tratamento será
traçado. Ela pode ser celulite flácida, em que ela vem acompanhada de flacidez
muscular ou tissular (o que piora em muito o seu aspecto), típica da paciente magra
e com pele mais branca, pois são pessoas menos providas de melanina e esta, por
sua vez, também ajuda na tonicidade da pele. A outra forma de celulite é a
compacta, que está associada a depósitos de gordura localizada.
2.3 Prevenção
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A prática de exercícios é essencial, principalmente natação e
hidroginástica. Caso prefira algum outro exercício, escolha um de menor impacto,
mais moderado e sem movimentos bruscos, para não agredir os tecidos;
Ao final do dia, coloque as pernas para o alto, flexione e estenda os
dedos dos pés, faça rotação externa, interna, flexão e extensão dos tornozelos, para
facilitar o retorno venoso e linfático;
Quando ficar muito tempo em pé, descanse um pouco com as pernas
para cima;
Prefira as peças folgadas e confortáveis. As roupas justas também
prejudicam a circulação;
Priorize a ingestão de frutas, vegetais crus e cozidos;
Troque frituras por grelhados ou cozidos;
Evite o açúcar refinado;
Evite sal em excesso, pois este favorece inchaços, fator importante no
processo da celulite;
Coma alimentos ricos em fibras (cereais integrais, frutas, verduras), a
fim de melhorar o trânsito intestinal.
Evite refrigerantes e bebidas alcoólicas em geral;
Não fume, pois a nicotina e o alcatrão aumentam a espessura dos
vasos sanguíneos, dificultando a circulação;
Beba bastante água, para ajudar a eliminar as toxinas;
2.4 Tratamentos
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com alguns tratamentos de celulite e flacidez, pois como vimos, ela também pode se
apresentar também desta forma.
Massagens modeladoras, drenagens linfáticas, correntes russas,
eletrolipoforese, infravermelho, ultrassom, mesoterapia, lipoaspiração, lipoescultura,
cremes, pílulas, cirurgias... A evolução das armas contra a celulite e gordura
localizada é enorme e produz muito dinheiro para a indústria da beleza e que
explora a vaidade feminina e o desespero, diante dos quase inevitáveis furinhos no
bumbum. Todas as técnicas são para melhorar o aspecto da pele e de agir nas
várias etapas da celulite.
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que são introduzidas na pele. Elas transmitem impulsos elétricos que melhoram a
microcirculação, também melhorando o fluxo linfático e sanguíneo, que produziria a
dissolução dos nódulos de celulite. É eficiente, pois o estímulo, por meio das
agulhas, vai direto ao local onde deve agir. Esta técnica também pode ser realizada
com grandes placas finas de silicone condutivo, sendo uma maneira mais segura de
ser realizada e ideal para quem tem aversão à agulha;
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Carboxiterapia: no tratamento da celulite e gordura localizada, a
infusão de gás no local tem como efeito provocar uma distensão que permite
promover a ruptura de algumas células de gordura, desencadeando reações
químicas de lipólise – processo que “rompe” as células gordurosas – além de
promover aumento da circulação de sangue na região, oferecendo mais nutrientes
aos tecidos tratados; isto significa a eliminação mais rápida da gordura que foi
mobilizada de dentro das células gordurosas;
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mobilizar os tecidos adiposos e celulíticos a fim de diminuir a resistência dos
mesmos e suprimi-los;
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pode ser realizada no consultório, com anestesia local, e a paciente volta para casa
logo depois do procedimento. O médico usa uma agulha fina e cortante para romper
as fibras enrijecidas que repuxam a pele em algumas áreas e formam os furinhos.
Não há necessidade de dar pontos nem deixar cicatriz. O processo é rápido, levando
em média dois minutos para corrigir cada depressão.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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LEDUC, Albert: Leduc, Oliver. Drenagem Linfática Terapia e Prática. 2.ed.
São Paulo: Ed Manole, 2000.
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