A Turma Vai Pôr A Mão Na... Argila!: Dê A Oportunidade Dos Pequenos Vivenciarem Experiências Sensoriais
A Turma Vai Pôr A Mão Na... Argila!: Dê A Oportunidade Dos Pequenos Vivenciarem Experiências Sensoriais
A Turma Vai Pôr A Mão Na... Argila!: Dê A Oportunidade Dos Pequenos Vivenciarem Experiências Sensoriais
https://novaescola.org.br/conteudo/5086/experiencias-esteticas-poeticas-e-ludicas-com-
argila
Educação Infantil
O QUE É?
QUEM FEZ?
Associação Sabiá, que realiza projetos de Educação e Cultura no âmbito das Artes, Saúde Coletiva,
Meio Ambiente, Esportes e Direitos Humanos.
As crianças ganham diversas possibilidades e formas de se expressar e criar ao trabalhar com argila e
têm a chance de conversar sobre as próprias produções.
ETAPA
Educação Infantil
ANO
Creche
CONTEÚDOS
Idade
2 anos
Proposta
Favorecer o desenvolvimento da sensibilidade das crianças, o fluxo de sua nascente intenção criadora e
potencializar suas habilidades para dar forma a suas ideias e iniciativas são alguns objetivos da proposta de
exploração da argila.
A argila é um elemento polimórfico, pode multiplicar-se em infinitas formas a partir da intenção de quem a
manuseia. O uso da argila pelas crianças proporciona ricas experiências sensoriais, assim como possibilidades
ilimitadas para modelar e dar forma aos elementos que habitam o imaginário e a realidade, viabilizando, dessa
maneira, oportunidades de aprofundamento na relação das crianças com esse material e suas possibilidades
lúdicas, estéticas e poéticas.
"Durante os primeiros anos de vida, as crianças desfrutam de um potencial único na relação com seu corpo,
estando com os sentidos aflorados, gestos e movimentos fluidos, instigados pelas descobertas que promovem;
através das quais formam sua consciência a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo. Ao mergulharem no
universo simbólico, entre 2 e 3 anos, passam a significar suas experiências também através do faz de conta e
da expressão poética, e isso permite compreender a importância de desfrutarem de experiências como esta.”
(DEWEY, 2010).
Tempo
Esta proposta de exploração e expressão com argila pode ser desenvolvida com as crianças especialmente em
dias de calor, a partir de uma série de encontros com o barro e a água, variando elementos no planejamento
das atividades de um encontro para o outro, como a organização dos ambientes, a apresentação dos materiais
e as experiências e desafios propostos. Essas atividades duram o tempo que costuma durar o próprio material,
que vai endurecendo com o manuseio. Pode se estender por entre 30 e 50 minutos, tempo que precisa ser
flexível caso as crianças estejam muito envolvidas.
Espaço
O ideal é utilizar um espaço externo com mesas adequadas ao tamanho das crianças, com opção de
permanecerem sentadas ou em pé, ou realizarem a atividade no chão. A música também pode ambientar a
atividade, podendo ser incluída nos preparativos do espaço que será ocupado pelo grupo.
Materiais
- Aproximadamente 1kg de argila para cada três crianças, cortada em pedaços iguais
- Fio de corte (nylon)
- 1 suporte de papelão A3 para cada uma
- 1 cuia com água para cada três crianças
- Paninhos de limpeza
- Equipamento de som e seleção de áudio
- Instrumentos (rolinhos, colheres de tamanhos diversos, garfos, palitos, canudos)
Interações
Em grupos pequenos, as crianças podem interagir observando umas às outras e também a professora, que
pode trabalhar a argila junto com elas.
Dessas observações nasce a imitação dos gestos, dos procedimentos de manuseio do barro, do uso de
ferramentas etc. Ao manusear a argila, a professora interage com os pequenos nomeando os objetos
disponíveis, conversando sobre o que estão fazendo e relatando o uso de técnicas simples que podem ser
pouco a pouco apropriadas: fazer minhoquinhas, bolinhas e costuras.
Atividades
As proposições da professora podem desencadear as seguintes atividades das crianças:
1. Exploração sensorial com argila (bloco grande) + músicas com ritmos variados.
2. Exploração sensorial com argila (pedaços de tamanhos diversos).
3. Experiências com argila, água e potes.
4. Pintura coletiva com argila.
5. Desenho em placa de argila.
6. Modelagem de temas e histórias.
7. Construção de elementos para brincadeiras.
Observe
No desenvolvimento dessa proposta, é interessante observar:
1.O aprofundamento progressivo da relação das crianças com os materiais (argila, ferramentas e suportes) ao
longo da sequência de atividades:
- as crianças observam como a argila muda de consistência e plasticidade à medida que é manipulada, em
contato com o calor da mão e a água?
- procuram controlar a plasticidade da argila a partir das experiências anteriores?
- testam diferentes texturas da argila agregando massa?
- modelam a argila alisando-a ou amassando-a?
- modelam a argila sobrepondo blocos ou bolinhas?
- dominam processos de dar liga e colar pedaços de argila a uma peça base?
- observam e experimentam contrapor peso à argila para dar equilíbrio e sustentação às peças modeladas?
- conhecem, experimentam e testam formas de secar a massa, protegendo-a, sem romper ou trincar?
2.Desenvolvimento progressivo das habilidades para manusear esses materiais e criar através deles:
- as crianças conhecem e experimentam materiais para intervir na argila como, por exemplo, palitos, espátulas,
amassadores, rolinhos etc.?
- escolhem e experimentam diferentes suportes para a argila?
3.Relacionamento das crianças com a diversidade de possibilidades e formas de se expressar e criar através da
argila, manifestadas pelo grupo:
- as crianças observam a própria produção e conversam sobre ela?
- observam a produção dos colegas? Utilizam técnicas ou sugestões de tratamento da argila comunicadas pelos
colegas?
- conhecem e experimentam possibilidades de modelar a argila? E de esculpir? E de desenhar sobre ela?
- conhecem e experimentam modos de pintar a argila ou dar outras formas de acabamento às peças, como
lixar, secar etc.?
- como se desenvolve a relação das crianças consigo próprias, na interação com estes materiais e propostas?
- as crianças exploram bastante, fazem testes e demonstram curiosidade em ver os processos de
transformação da argila?
- demonstram interesse e curiosidade em intervir sobre a argila?
- demonstram gostar de suas produções finais, ficam satisfeitas com o que realizam?
- gostam de partilhar e contar como fizeram aos colegas?
"As propostas criativas e gostosas e a maneira atenta, sensível e libertadora como as educadoras conduziram
as atividades, muito me despertaram. Senti as crianças realmente à vontade.”
(Carolina Pires, coordenadora do projeto Corpo e Cultura na Formação do Educador da Primeira Infância)
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a
Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010.
CRUZ, Maria Cristina M. T. Para uma educação da sensibilidade: a experiência da Casa Redonda Centro de
Estudos. 2005. Dissertação (Mestrado) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2005.
DEWEY, John. Ter uma experiência. In: DEWEY, John. Arte como experiência. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
GIANOTTI, Sirlene. Dar forma é formar-se: processos criativos da arte para a infância. 2008. Dissertação
(Mestrado) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
PIRES, Carolina T. O essencial no ser e a poesia dos sentidos e dos significados: reflexões sobre arte e educação
em contextos destinados à primeira infância. 2012. Dissertação (Mestrado) – Escola de Comunicações e Artes
da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.