Areas Da Actuacion Del Farmaceutico

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INCLUINDO

GLOSSÁRIO DE TERMOS
EM SAÚDE PÚBLICA

Saúde Pública
3ª edição
Saúde Pública

DEPARTAMENTO DE APOIO TÉCNICO E EDUCAÇÃO PERMANENTE


COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA
SÃO PAULO
2019

COMISSÃO ASSESSORA DE
Expediente
Publicação do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo - 3ª Edição - Abril/2019

DIRETORIA COMISSÃO TÉCNICA DIAGRAMAÇÃO


Antônio dos Reis Lopes Rafael Togo Kumoto
Marcos Machado Ferreira
Carlos Alberto Castro Soares Ricardo Yamamoto
presidente
Carlos Eduardo Morales
Antônio Geraldo Ribeiro Claudia Aparecida de Mello Montanari
dos Santos Jr. Cláudia Cristina Pereira de Araújo
vice-presidente Heliana Raimunda de Macedo
Israel Murakami
Danyelle Cristine Marini Luiz Felipe Souza e Silva
diretora-tesoureira Márcia Eugênia Pinheiro Hamada
Luciana Canetto Fernandes Natália Ramos Luiz
Priscilla Salomão Baptista
secretária-geral Raquel Simas Mazocolo
Valéria Cecília dos Santos
Vanessa Boeira Farigo Mourad
Wisley Lopreato

ORGANIZAÇÃO COLABORAÇÃO
Comissão Assessora de Saúde Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Bragança Paulista;
Pública do CRF-SP Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Campinas;
Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Fernandópolis;
Israel Murakami Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Jundiaí;
Coordenador Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Marília;
Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Mogi das Cruzes;
Heliana Raimunda de Macedo Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Osasco;
Vice-coordenadora Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Registro;
Comissão Assessora Regional de Saúde Pública de Santo André.

B83f Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.


Farmácia. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmá-
cia do Estado de São Paulo, 2019, 3ª. ed.
84 p.; 20 cm. - -
ISBN 978-85-9533-024-5

I. Conselho Regional de Farmácia. 1. Farmácia. 2. Farmacêuticos. 3. Educação Continuada em Farmácia. 4.


Assistência Farmacêutica. 5. Atenção Farmacêutica. 6. Atenção à Saúde. 7. Vigilância Epidemiológica. 8.Vigilância em Saúde
Pública. II. Saúde Pública. III. Série.

CDD-615

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


PALAVRA DA DIRETORIA
A elaboração deste material representa a concretização de um projeto idealizado
pela Diretoria do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP)
com o intuito de oferecer informações sobre as várias áreas de atuação do farmacêu-
tico, em linguagem acessível e com diagramação moderna.

As Cartilhas são desenvolvidas por profissionais que atuam nas respectivas áre-
as abrangidas pelas Comissões Assessoras do CRF-SP, a saber: Acupuntura, Análises
Clínicas e Toxicológicas, Distribuição e Transporte, Educação Farmacêutica, Farmá-
cia, Farmácia Clínica, Farmácia Estética, Farmácia Hospitalar, Homeopatia, Indústria,
Pesquisa Clínica, Plantas Medicinais e Fitoterápicos, Regulação e Mercado, Resíduos e
Gestão Ambiental e Saúde Pública.
Nessas Cartilhas são apresentadas:
ŠŠ As áreas de atuação;
ŠŠ O papel e as atribuições dos profissionais farmacêuticos que nelas atuam;
ŠŠ As atividades que podem ser desenvolvidas;
ŠŠ As Boas Práticas;
ŠŠ O histórico da respectiva Comissão Assessora.
Cada exemplar traz relações das principais normas que regulamentam o segmento
abordado e de sites úteis para o exercício profissional. Se as Cartilhas forem colocadas
juntas, podemos dizer que temos um roteiro geral e detalhado de praticamente todo
o âmbito farmacêutico.

Por conta disso, tais publicações são ferramentas de orientação indispensável para
toda a categoria farmacêutica, tanto para aqueles que estão iniciando sua vida profis-
sional, quanto para quem decide mudar de área.
Aqui lhes apresentamos a Cartilha da área de Saúde Pública.
Boa leitura!

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


APRESENTAÇÃO
A Comissão Assessora de Serviço Público iniciou seus trabalhos em agosto de
1999. Em 2004, a Comissão entendeu que esta denominação precisava de um
termo mais abrangente; assim, passou a ser chamada de “Comissão Assessora
de Saúde Pública”.

A Comissão integra a estrutura organizacional do CRF-SP, regida pela delibe-


ração nº 04/2007. É um espaço para que os farmacêuticos que atuam neste seg-
mento possam expor e debater temas de interesse comum e propor ações ao
CRF-SP, bem como trocar informações de forma voluntária e não remunerada.

Entre as atividades desenvolvidas por essa comissão está a elaboração desta


cartilha, que tem o objetivo de orientar os farmacêuticos já inseridos no serviço
público de saúde e aqueles que desejam ingressar.

Entendemos que o farmacêutico está apto a atuar em diversas áreas de saúde


pública; porém, para exercer a função com respaldo técnico e legal, recomen-
damos conhecer a política de saúde brasileira vigente para estes serviços no país,
estado e município de sua atuação.

Este material se propõe a auxiliá-lo no conhecimento dos serviços, atribui-


ções e responsabilidades profissionais do farmacêutico no serviço público de
saúde, assim como iniciá-lo na Política Nacional de Assistência Farmacêutica.

Esta Cartilha foi publicada em 2007, e desde então passou por algumas revi-
sões. Devido ao seu sucesso, cujo alcance não se restringiu somente aos profis-
sionais do Estado de São Paulo, o CRF-SP, em 2013, tomou a iniciativa de inscre-
ver este material na Agência Brasileira do International Standard Book Number
(ISBN), o que faz dele uma publicação única no universo literário. Esperamos que
a Cartilha de Saúde Pública contribua para o conhecimento e aprimoramento
das atividades do farmacêutico no SUS e consequentemente o fortalecimento da
categoria nesse segmento.
COMISSÃO ASSESSORA DE
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................08
O SERVIÇO E AS ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO....................................12
Assistência Farmacêutica.................................................................................12
Vigilância em Saúde........................................................................................16
Laboratórios de Saúde Pública .......................................................................18
Atenção Primária à Saúde...............................................................................20
Outros Serviços.............................................................................................28
PERFIL DO FARMACÊUTICO............................................................................29
GLOSSÁRIO DE TERMOS EM SAÚDE PÚBLICA...............................................30
LEGISLAÇÃO.....................................................................................................71
SITES INTERESSANTES.....................................................................................75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................76

COMISSÃO ASSESSORA DE
INTRODUÇÃO
Em meio à diversidade dos setores e complexidade dos serviços em saúde públi-
ca, destacaremos as principais áreas de atuação do farmacêutico neste âmbito: Assis-
tência Farmacêutica, Vigilância em Saúde: Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemioló-
gica e Atenção Básica. Outras áreas de atuação: Docência, Laboratórios Produtores,
Laboratórios de Pesquisa e Medicina Legal.

O Sistema Único de Saúde (SUS)

No Brasil, a partir da reforma constitucional de 1988 foi criado o Sistema Único


de Saúde (SUS), por meio da Lei nº 8.080/1990, regido por três princípios ético-
doutrinários:

ŠŠ Universalidade – garantia de saúde a todo e qualquer cidadão;


ŠŠ Equidade – tratamento diferenciado visando a reduzir a desigualdade; e
ŠŠ Integralidade – atenção integral na oferta de serviços ao cidadão.

Com base em um “modelo assistencial integrado”, o SUS implica, na prática, em


mudanças organizacionais – descentralização, hierarquização e regionalização – em
uma nova compreensão do processo saúde-doença e na redefinição do vínculo entre
os serviços e os usuários. A saúde passa a ser vista não mais pela sua definição negativa,
de ausência de doença, mas de uma forma positiva, como qualidade de vida. O novo
modelo considera também a importância das intervenções sobre o meio ambiente, na
tentativa de agir sobre fatores determinantes da situação sanitária do país.

No contexto político-organizacional, o SUS reforçou nos estados e municípios o


poder político, administrativo e financeiro ao descentralizar as ações e serviços de saú-
de e municipalizar as gestões, delegando a cada esfera de governo o comando integral
das atribuições ligadas ao Sistema. Para consolidar estas mudanças, foi necessária a
criação das normas e complementos a seguir, conforme a cronologia de implantação.

8 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Na década de 90, a publicação das Normas Operacionais Básicas (NOB), entre
1991 e 1996 – NOB/SUS nº 01/1991, ainda vigente, e das NOB/SUS nº 01/1993
e 01/1996 (revogadas em 2012), marcam o avanço da descentralização, tornando o
município o principal responsável pela prestação direta da maioria das ações de ser-
viços e programas de saúde. Cabe destacar, dentre as ações asseguradas, a “oferta
de serviços o mais perto possível da residência dos cidadãos”, em que se inserem as
ações de suprimento e dispensação de medicamentos da Farmácia Básica.

Em 1998, a esfera federal passa a priorizar a garantia do atendimento básico em


saúde, principalmente no incentivo aos Programas de Agentes Comunitários de Saúde
(PACS) e de Saúde da Família (PSF), com aportes financeiros e suporte técnico aos
municípios por meio do Piso da Atenção Básica (PAB).

Dando continuidade ao avanço obtido na atenção à saúde de 1998 a 2000, é


publicada em 2001 a Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS/SUS
nº 01/2001, que acrescenta determinadas responsabilidades municipais ao conjunto
de ações e serviços de saúde obrigatórios. De acordo com a NOAS, os municípios
podem se habilitar em duas condições: Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada
(GPABA), e Gestão Plena do Sistema Municipal (GPSM).

A GPABA tem como áreas de atuação estratégica mínima para habilitação os pro-
gramas de Tuberculose, Hanseníase, Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Saúde
da Criança, Saúde da Mulher e Saúde Bucal, com fornecimento de medicamentos.
Na GPSM, a tarefa dos gerentes da Assistência Farmacêutica é subsidiar a prestação
de contas das ações da Assistência Farmacêutica nos fóruns do Conselho Municipal de
Saúde (CMS), sensibilizando os conselheiros para a importância destas ações.

A partir de 2003, em discussões e consensos entre os gestores de saúde e o


governo, surge nova solicitação de revisão do processo normativo do SUS, sob

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 9


a perspectiva de contemplar a ampla diversidade nacional. Em 2004, foi criada a
Agenda do Pacto de Gestão, resultando na publicação das Portarias do Ministério da
Saúde (MS) / Gabinete do Ministro (GM) nº 399/2006 e nº 699/2006, que regulam
a implementação das Diretrizes Operacionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão e seus
desdobramentos para o processo de gestão do SUS, inclusive a transição e o moni-
toramento dos Pactos, unificando os processos de pactuação e metas.

Em virtude da crescente demanda da população, por meio das Conferências Nacionais


de Saúde, e das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) aos Estados-
-membros para a formulação de políticas visando à inclusão das Práticas Integrativas e Com-
plementares (PICs) nos Sistemas Oficiais de Saúde, além da necessidade de normatização
das experiências vivenciadas no SUS, o MS publicou, por meio da Portaria MS/GM nº
971/2006, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS,
contemplando as áreas de Homeopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia, Medicina Tradicio-
nal Chinesa/Acupuntura, Medicina Antroposófica e Termalismo Social/Crenoterapia.

Na continuidade do Pacto de Gestão, em 2008 foi criado o Núcleo Ampliado de Saúde


da Família e Atenção Básica (Nasf-AB), com o objetivo de ampliar o escopo das ações da
atenção básica e sua resolubilidade, apoiando a inserção da estratégia de saúde da família
na rede de serviços que surge do processo de regionalização da atenção básica.

Em 2011, com a publicação da Lei nº 12.401 e do Decreto nº 7.508, que regulamentam a


Lei nº 8.080/1990 e tratam da regionalização da saúde, visando garantir o acesso de qualidade à
rede de saúde, constituída por ações e serviços de atenção primária, vigilância à saúde, atenção
psicossocial, urgência e emergência e atenção ambulatorial especializada e hospitalar; efetivar o
processo de descentralização, com responsabilização compartilhada, favorecendo a ação so-
lidária e cooperativa entre os entes federados, e reduzir as desigualdades loco regionais, por
meio da conjugação interfederativa de recursos. Destaca na Assistência à Saúde a incorporação
da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde (RENASES) e a Relação Nacional de Me-
dicamentos Essenciais (RENAME), consistindo um grande avanço para a consolidação do SUS.

10 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Além das normas já citadas, foram aprovadas pelo Congresso Nacional cinco
emendas constitucionais: EC nº 29/2000, EC nº 42/2003, EC nº 51/2006, EC nº
63/2010 e EC nº 86/2015, que alteraram ou complementaram o capítulo da Segu-
ridade Social na Constituição Federal.

A EC nº 29 e suas regulamentações, Lei Complementar nº 141/2012 e Decreto


nº 7.827/2012, definiram os percentuais de aplicação de recursos mínimos em ações
e serviços públicos de saúde pelas três esferas de governo no SUS e o que são con-
sideradas despesas com ações e serviços públicos de saúde para efeito de apuração
desses recursos mínimos.

Em 2013 foi publicada a Portaria MS/GM nº 1.554, que definiu as novas regras
de financiamento e execução do Componente Especializado da Assistência Far-
macêutica (CEAF), alterada pela Portaria MS/GM nº 1.996/2013. O CEAF é uma
estratégia de acesso a medicamentos no âmbito do SUS, caracterizado pela busca
a garantia da integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial,
cujas linhas de cuidado estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Tera-
pêuticas publicadas pelo MS.

A Lei 13.021/14, que trata do exercício e a fiscalização das atividades farmacêuticas,


reitera a obrigatoriedade da presença permanente do farmacêutico nas farmácias de
qualquer natureza, inclusive nas farmácias públicas.

2017 foi marcado pelo fim do Programa Farmácia Popular do Brasil e pela
consolidação de diversas portarias ministeriais. Foram analisadas mais de 18.000
portarias editadas pelo Gabinete do Ministro da Saúde, que, após categorização,
resultaram em 749 portarias que passaram nos critérios para consolidação, ou
seja, foram consideradas de conteúdo normativo e de efeitos permanentes ou du-
radouros. Assim, foram publicadas 6 Portarias de Consolidação que sistematizam
as 749 portarias ministeriais.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 11


O SERVIÇO E AS ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO
1 Assistência Farmacêutica
A Assistência Farmacêutica integra as diretrizes da Política Nacional de Medicamentos
(Portaria MS/GM nº 3.916/1998), devendo ser considerada uma das atividades prioritárias
da assistência à saúde. De acordo com a Resolução MS/CNS nº 338/2004, é definida como:

“Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação


da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento
como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional.
Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção
de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programa-
ção, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização,
na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria
da qualidade de vida da população”.

A Gestão da Assistência Farmacêutica engloba as atividades de coordena-


ção, articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação
e auditoria dos serviços prestados à população, promoção do acesso e uso racional
dos medicamentos. Neste contexto, temos o Ciclo da Assistência Farmacêu-
tica como campo de trabalho:

O Ciclo da Assistência Farmacêutica compreende um sistema integrado e


de sequências lógicas, cujos componentes apresentam naturezas técnicas, científicas
e operacionais que representam as estratégias e o conjunto de ações necessárias
para a implementação da Assistência Farmacêutica:

I Seleção de Medicamentos: processo de escolha de medicamentos eficazes


e seguros, fundamentada em critérios epidemiológicos, técnicos e econômicos,

12 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


para garantir uma terapêutica medicamentosa de qualidade nos diversos níveis de
atenção à saúde. É um processo dinâmico e participativo, que precisa ser bem ar-
ticulado e envolver os profissionais da saúde integrantes da Comissão de Farmácia
e Terapêutica do município.

II Programação de Medicamentos: estima a quantidade dos medicamentos


que serão adquiridos para atender a uma determinada demanda de serviços, em
um período definido de tempo, influenciando diretamente no abasteci-mento e
no acesso ao medicamento. É necessário o conhecimento de dados consistentes
sobre o consumo de medicamentos, o perfil epidemiológico, a oferta e demanda
de serviços de saúde, além de recursos humanos capacitados e disponibilidade
financeira.

III Aquisição de Medicamentos: conjunto de procedimentos para compra dos


medicamentos programados para suprir as Unidades de Saúde com a quantidade
ideal, qualidade e menor custo, visando a regularidade do sistema de abastecimento.

IV Armazenamento: conjunto de procedimentos técnicos e administrativos


que envolvem as atividades de recebimento, estocagem, conservação e controle
de estoque de medicamentos, de forma a assegurar as condições adequadas de
conservação dos produtos.

V Distribuição: atividade que busca fornecer medicamentos às Unidades de


Saúde na quantidade, qualidade e tempo adequados para posterior dispensação
à população. A distribuição de medicamentos deve garantir agilidade e segurança
na entrega e eficiência no controle.

VI Dispensação: proporciona um ou mais medicamentos ao paciente, median-


te apresentação da prescrição. Neste ato, o farmacêutico analisa tecnicamente

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 13


a prescrição e orienta o paciente sobre o uso adequado do medicamento. São
elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento
da dosagem, possíveis interações com outros medicamentos e/ou alimentos, o
reconhecimento de reações adversas, as condições de conservação dos medica-
mentos e a farmacovigilância.

VII Atenção Farmacêutica: é a interação direta do farmacêutico com o pa-


ciente para oferecer uma farmacoterapia racional e com resultados definidos e
mensuráveis, compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habili-
dades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, promo-
ção e recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde.

14 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


FIGURA 1 - CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

SELEÇÃO

DISPENSAÇÃO PROGRAMAÇÃO

Prescrição Informação Gerenciamento Produção

DISTRIBUIÇÃO AQUISIÇÃO

ARMAZENAMENTO

- Apoiar as ações de saúde.


- Promover o acesso da população aos medicamento essenciais e ao seu uso racional.
Fonte: Assistência Farmacêutica: instruções técnicas para sua organização. Ministério da Saúde, 2001

O farmacêutico que trabalha na assistência farmacêutica deve ser


versátil, pois atua diretamente em todas as fases do ciclo da assistência farma-
cêutica. Deve manter um bom relacionamento interpessoal, pois lida com uma
grande diversidade de interesses e precisa articular a integração com outros pro-
fissionais de saúde, participar de comissões técnicas, promover o uso racional
de medicamentos e implementar ações educativas para prescritores, gestores e
outros profissionais de saúde.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 15


2 Vigilância em Saúde

A Vigilância em Saúde tem como objetivo analisar permanentemente a situação


de saúde da população, com a articulação de um conjunto de ações destinadas a
controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em deter-
minados territórios, garantindo a integralidade da atenção, o que inclui a abordagem
individual e coletiva dos problemas de saúde.

Constitui-se de ações de promoção da saúde da população, vigilância, proteção,


prevenção e controle das doenças e agravos à saúde, abrangendo as vigilâncias epi-
demiológica, da situação de saúde, em saúde ambiental, da saúde do trabalhador e
sanitária, além da promoção da saúde.

2.1 Vigilância Epidemiológica

A Vigilância Epidemiológica fornece orientação técnica aos profissionais de saúde


responsáveis por decidir sobre a execução de ações de prevenção e controle de
doenças e agravos, disponibilizando informações atualizadas e condições adequadas
para que sejam conduzidas em determinada área geográfica ou população definida.
Trata-se de um importante instrumento de planejamento, organização e execução
dos serviços, bem como normatização das atividades técnicas correlatas.

O farmacêutico que atua direta ou indiretamente na vigilância


epidemiológica precisa saber utilizar a epidemiologia como ferramenta em
seu trabalho, na relação paciente-medicamento dentro do sistema de saúde em
que estão inseridos. Entre as suas atribuições estão: monitoramento, avaliação e
planejamento dos serviços, vigilância de surtos, epidemias e endemias e partici-
pação em projetos de pesquisa.

16 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


2.2 Vigilância Sanitária

Deve promover e proteger a saúde da população com ações capazes de eliminar,


diminuir ou prevenir riscos à saúde e intervir nos problemas sanitários decorrentes
do meio ambiente, da produção e da circulação de bens e da prestação de serviços
de interesse da saúde.

A Vigilância Sanitária difere de outras ações e serviços devido ao vínculo estreito


com os setores econômico e jurídico e o relacionamento entre o setor público e o
privado. As ações da Vigilância Sanitária são indissociáveis do conjunto das práticas
médicas-sanitárias: da promoção e proteção à recuperação e reabilitação da saúde.

Objetiva o controle e a garantia de qualidade de medicamentos e insumos far-


macêuticos e também dos serviços utilizados pela população, com a fiscalização dos
estabelecimentos que fabricam, manipulam, transportam ou comercializam estes
produtos e a verificação de todo o processo de produção, métodos e técnicas em-
pregadas até o consumo final.

Na área da Vigilância Sanitária, os órgãos federais, estaduais e municipais organi-


zam-se de múltiplas formas. No nível federal, existe a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), uma autarquia com autonomia administrativa e financeira que se
reparte em unidades organizacionais de medicamentos, alimentos, toxicologia, tec-
nologia em serviços de saúde e de produtos para a saúde, aeroportos, fronteiras,
relações internacionais e gestão administrativa e financeira, entre outras.

O farmacêutico que atua na vigilância sanitária deve ter habilidade para


lidar com conflitos de interesse e posicionamento firme em um âmbito de posturas
muito diversas. A partir da publicação do Decreto nº 85.878/1981, ficou instituída,
enquanto atribuição privativa do profissional farmacêutico, a fiscalização profissio-
nal sanitária e técnica de empresas, estabelecimentos, setores, fórmulas, produtos,

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 17


processos e métodos farmacêuticos ou de natureza farmacêutica. Assim, podem-se
enumerar várias faces da atuação farmacêutica em Vigilância Sanitária:

a. Cadastrar, licenciar e fiscalizar farmácias, distribuidoras, importadoras, fabricantes


e transportadoras de medicamentos e insumos farmacêuticos;
b. Cadastrar, licenciar e fiscalizar estabelecimentos industriais que produzem medi-
camentos e insumos farmacêuticos;
c. Controlar e fiscalizar a dispensação de medicamentos e substâncias entorpecen-
tes, psicotrópicas, antimicrobianas e outras de controle especial;
d. Monitorar, por análises de amostras, a qualidade dos medicamentos e insumos
farmacêuticos;
e. Desenvolver ações de farmacovigilância e educação em saúde;
f. Analisar e emitir parecer técnico sobre o processo de registro de medicamentos;
g. Desenvolver ações para o monitoramento das Boas Práticas;
h. Atuar em outras áreas de controle e fiscalização não privativa do âmbito farma-
cêutico, tais como: saneantes, análises clínicas, produtos para a saúde, alimentos,
cosméticos e serviços de saúde.

3 Laboratórios de Saúde Pública

O laboratório de Saúde Pública tem a função precípua de caminhar lado a lado


com a vigilância sanitária e epidemiológica para respaldar suas ações e avançar em
pesquisa epidemiológica, para prevenir doenças e agravos à saúde.

O farmacêutico atuante nos Laboratórios de Saúde Pública pode tra-


balhar nas áreas de planejamento das ações, coordenando vários níveis, como o de
pesquisa, produção, prestação de serviço à comunidade e, em órgãos estatais, além
da docência, capacitando profissionais do próprio município, estado e outros países.
É necessário que este profissional conheça idiomas, legislação e administração, além
de possuir formação sólida na área específica.

18 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


3.1 Laboratórios Farmacêuticos Oficiais

Competem aos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais: a produção de medicamen-


tos para o SUS; referência para a análise de custos da produção de medicamentos;
garantia de produção em casos de comoção ou de graves necessidades da saúde
pública; implementação do desenvolvimento tecnológico farmacêutico via criação,
apropriação ou transferência de tecnologia; desenvolvimento de recursos humanos;
busca de novos fármacos necessários ao enfrentamento das doenças negligenciadas;
suporte à regulação e expansão de mercados por meio de políticas públicas.

3.2 Instituto Adolfo Lutz

O Instituto Adolfo Lutz, laboratório credenciado pelo MS, atua na promoção da saúde
no Estado de São Paulo. Lidera as ações de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental.
Atua ainda na fronteira do conhecimento, desenvolvendo projetos científicos multidisciplinares,
com colaboração internacional, nas áreas de Ciências Biomédicas, Bromatológicas e Químicas.

O instituto tem como missão participar das ações para prevenção, controle e elimi-
nação de doenças e agravos; realizar pesquisa científica e inovação tecnológica; formar
recursos humanos especializados para laboratórios de interesse à saúde pública.

3.3 Instituto Butantã

O Instituto Butantã é um centro que desenvolve pesquisas nas áreas de biologia


e biomedicina, relacionadas direta ou indiretamente com a saúde pública. É o prin-
cipal produtor de imunobiológicos do Brasil, responsável por grande porcentagem
da produção nacional de soros e de vacinas que compõem o Programa Nacional de
Imunizações (PNI) do MS. As atividades de desenvolvimento tecnológico na produ-
ção de insumos para a saúde estão associadas basicamente à produção de vacinas,
soros e biofármacos para uso humano.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 19


4 Atenção primária à saúde

4.1 Atenção Básica

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi instituída pela Portaria MS/
GM nº 2.488/2011 e contou com o envolvimento de movimentos sociais, usu-
ários, trabalhadores e gestores das três esferas de governo. A presente portaria
define Atenção Básica como um conjunto de ações de saúde, no âmbito indivi-
dual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção
de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a
manutenção da saúde.

A atenção básica, no Brasil, é a principal porta de entrada e o centro de comuni-


cação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é fundamental que se orien-
te pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade
do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social.

A nova PNAB avançou no reconhecimento de um leque maior de modelagens


de equipes para as diferentes populações e realidades do Brasil. Além dos diversos
formatos de equipes de Saúde da Família (ESF), houve a inclusão de equipes de
Atenção Básica (EAB) para a população de rua (Consultórios na Rua).

A nova política articula a atenção básica com importantes iniciativas do SUS,


como a ampliação das ações intersetoriais e de promoção da saúde, com a uni-
versalização do Programa Saúde na Escola (PSE) e a sua expansão às creches. O
Telessaúde, a integração dos sistemas de informação e a nova política de regulação
apontam para a ampliação da resolubilidade da atenção básica e para a continuida-
de do cuidado do usuário, que precisa da atenção especializada.

20 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


4.1.1 Redes de Atenção à Saúde

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços


de saúde, de diferentes densidades tecnológicas que, integradas por meio de sistemas
de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

A implementação das RAS aponta para uma maior eficácia na produção de saúde,
melhoria na eficiência da gestão do sistema de saúde no espaço regional e contribui
para o avanço do processo de efetivação do SUS.

4.1.2 Estratégia Saúde da Família (ESF)

A ESF é considerada estratégia de expansão, qualificação e consolidação da aten-


ção básica. Favorece uma reorientação do processo de trabalho com maior po-
tencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção básica, de
ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades,
além de propiciar uma importante relação custo-efetividade.

Atualmente, pertence à atenção primária e a inserção de suas estratégias se dá


com o apoio do Nasf-AB.

O farmacêutico pode atuar na ESF de duas formas, na assistência farmacêu-


tica ou integrando a equipe de saúde da família:

ŠŠ Assistência farmacêutica: em todas as unidades de dispensação de medicamentos;


ŠŠ Equipe de Saúde da Família: atendendo à população na ESF. Essa atuação é extrema-
mente relevante na prevenção de doenças, possibilitando a redução do sofrimento humano.

O farmacêutico inserido na ESF participa de reuniões constituídas de mé-


dico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde,

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 21


formando um grupo educativo de saúde. Para que os objetivos de preven-
ção, promoção e assistência à saúde sejam atingidos, são realizadas visitas
domiciliares e discutem-se casos clínicos em reuniões, assim como se deli-
bera sobre ações de saúde que abordem a dificuldade de adesão aos medi-
camentos e a automedicação.

O farmacêutico na ESF tem como atribuições promover ações educativas,


participar da elaboração do diagnóstico epidemiológico e social, planejar e
realizar visitas domiciliares, realizar consulta farmacêutica (anamnese) e inter-
venção farmacêutica a usuários em diferentes situações de vida, participar da
capacitação, educação e formação permanente das equipes e demais profis-
sionais da saúde.

4.1.3 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica


(Nasf-AB)

Equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por profissionais da


saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada
por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde,
atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagó-
gico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção
Básica (eAB).

Ressalta-se que os Nasf-AB não se constituem como serviços com unidades


físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento
individual ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas
equipes que atuam na Atenção Básica). Devem, a partir das demandas identi-
ficadas no trabalho conjunto com as equipes, atuar de forma integrada à Rede
de Atenção à Saúde e seus diversos pontos de atenção, além de outros equi-
pamentos sociais públicos/privados, redes sociais e comunitárias.

22 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Compete especificamente à Equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e
Atenção Básica (Nasf- AB):

a. Participar do planejamento conjunto com as equipes que atuam na Atenção


Básica à que estão vinculadas;

b. Contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS principalmente


por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de
análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos
clínicos quanto sanitários; e

c. Realizar discussão de casos, atendimento individual, compartilhado, in-


terconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação perma-
nente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais de todos
os ciclos de vida, e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção
e promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes dentre
outros, no território.

O farmacêutico, no Nasf-AB, deve ampliar o olhar, não somente para a


medicalização segura, mas também para a desmedicalização na relação saúde-
doença, ampliando a troca de saberes interdisciplinarmente, matriciando e
sendo matriciado. O apoio matricial é uma forma de organizar a oferta de
ações em saúde sem utilizar percursos intermináveis de encaminhamento,
tendo como objetivo fundamental, dentro do conceito de humanização, aliviar
o sofrimento humano.

“Saber aprender e fazer aprendendo são belas


recomendações para o trabalho em equipe”
(CAMPOS, 2007)

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 23


4.1.4 Unidade Básica de Saúde (UBS)

As Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham um papel central na garantia


à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. As UBS podem ser
subdivididas em:

ŠŠ UBS com dispensação de medicamentos e sem a dispensação de medicamentos sujeitos


a controle especial da Portaria nº 344/1998, componente especializado e/ ou antirre-
trovirais;
ŠŠ UBS com dispensação de medicamentos, incluindo os medicamentos sujeitos a controle
especial da Portaria nº 344/1998, componente especializado e/ou antirretrovirais.

O farmacêutico que atua nas UBSs é responsável pela dispensação de


medicamentos, farmacovigilância, reposição, armazenamento e controle dos
medicamentos, além de promover a educação em saúde. É responsável ainda
por coordenar programas de saúde do governo estadual e/ou federal como, por
exemplo, programas de componente especializado e estratégico e antirretrovirais.

4.1.5 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)

Os CAPS possuem caráter aberto e comunitário, constituídos de equipes multipro-


fissionais e transdisciplinares, realizando atendimento a usuários com transtornos mentais
graves e persistentes, a pessoas com sofrimento e/ou transtornos mentais em geral sem
excluir aqueles decorrentes do uso de crack álcool ou outras drogas.

O objetivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência,


realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao tra-
balho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
É um serviço de atendimento de saúde mental criado para substituir as internações em hos-
pitais psiquiátricos, equipamento estratégico da atenção extra-hospitalar em saúde mental.

24 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


4.2 Programa Aqui tem Farmácia Popular

Em 2004 o governo criou o “Programa Farmácia Popular do Brasil (FPB)”, por


meio da Lei nº 10.858, regulamentado pelo Decreto nº 5.090/2004, com o ob-
jetivo de ampliar o acesso da população aos medicamentos, contribuindo para o
uso racional de medicamentos e expandindo as ações de Assistência Farmacêutica.

Em 2006, por meio da Portaria nº 491, o Ministério da Saúde expandiu o


programa, disponibilizando medicamentos em farmácias privadas. Essa expansão
passou a ser denominada “Aqui tem Farmácia Popular”.

Em 2017, a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) decidiu pelo fim do Progra-


ma FPB, sendo pactuado que o Ministério da Saúde irá repassar integralmente as
verbas que eram destinadas à manutenção destas unidades para o financiamento
da Assistência Farmacêutica Básica em 100% dos municípios brasileiros, gerando,
assim, um maior investimento para compra de medicamentos considerados es-
senciais à população e otimização dos recursos gastos na Assistência Farmacêutica.

O Programa se destina ao atendimento igualitário de pessoas, usuárias ou não,


dos serviços públicos de saúde, mas principalmente daquelas que utilizam os servi-
ços privados de saúde e que têm dificuldades em adquirir medicamentos prescri-
tos. O acesso aos benefícios é assegurado mediante apresentação de receituário
médico ou odontológico, prescrito de acordo com a legislação vigente, contendo
um ou mais medicamentos do elenco estabelecido com base em evidências cien-
tíficas e epidemiológicas que indicam sua aplicação segura e eficaz no tratamento
das doenças e agravos prevalentes na população.

Nas farmácias privadas, a aquisição é feita com prioridade para medicamentos


genéricos. Além de possuir conhecimento de áreas diversas, como epidemiologia,
farmacovigilância, gestão de pessoas e experiência no atendimento ao usuário, o

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 25


farmacêutico atuante no programa educa os pacientes quanto à autome-
dicação, uso racional de medicamentos e reações adversas. O profissional está
presente em todos os níveis do programa, desde o planejamento das ações e trei-
namento de pessoal até a coordenação técnica e a dispensação de medicamentos.

4.3 Programa Dose Certa

Desde 1995, a população do Estado de São Paulo tem acesso ao Programa Dose
Certa, programa de Assistência Farmacêutica com finalidade de aperfeiçoar o acesso
da população aos medicamentos no âmbito da atenção básica, por meio da manu-
tenção do fornecimento de medicamentos.

O programa distribui, gratuitamente, diversos tipos de medicamentos básicos, como


analgésicos, antitérmicos, antibióticos, anti-inflamatórios, anti-hipertensivos e outros.

Os medicamentos são, via de regra, produzidos pela Fundação para o Remédio


Popular (FURP), laboratório público do governo do Estado de São Paulo. Também
foram incorporados ao Programa Dose Certa os medicamentos referentes ao Pro-
grama de Saúde Mental.

O farmacêutico atuante no Programa Dose Certa tem como principal função


administrar os recursos financeiros advindos na forma de medicamentos. Com um
valor pré-determinado, seleciona, dentre uma lista de diversos itens, os medicamen-
tos necessários para fomentar o programa, fornecendo informações sobre seu uso.

4.4 Assistência Farmacêutica de Média e Alta Complexidade

4.4.1 Componente Estratégico da AF

O MS considera estratégicos todos os medicamentos utilizados para trata-

26 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


mento das doenças de perfil endêmico que tenham impacto socioeconômico e
cuja estratégia de controle se concentre no tratamento de seus portadores, uti-
lizando-se de protocolos clínicos e normas específicas. Esses medicamentos são
adquiridos pelo MS e repassados aos estados, que os armazenam e distribuem
aos municípios. Entre os programas estratégicos, pode-se citar: Tuberculose,
Hanseníase, Endemias Focais, DST/Aids, Sangue e Hemoderivados, Imunológi-
cos e Combate ao Tabagismo, Alimentação e Nutrição.

Merece destaque o Programa de DST/Aids, que inclui ações de prevenção,


diagnóstico e tratamento. O farmacêutico é o responsável pelo cadastramento
dos pacientes no Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SCILOM),
o que lhes assegura o recebimento gratuito dos antirretrovirais disponibilizados
pelo MS. A participação do farmacêutico neste programa é de suma importância,
não apenas pelo fato de gerenciar os estoques dos antirretrovirais, mas também
pelo trabalho de adesão realizado junto aos pacientes atendidos. Melhorando a
adesão ao tratamento, é possível melhorar a qualidade de vida dos portadores
do vírus e diminuir a transmissão vertical da doença (transmissão da gestante
portadora para o feto).

4.4.2 Componente Especializado da AF

O Programa de Alto Custo tem por objetivo a distribuição de medicamentos


destinados ao tratamento de doenças que, embora possam ser tratadas ambula-
torialmente, são consideradas de alta complexidade e representam elevado im-
pacto financeiro na Assistência Farmacêutica como um todo. Esses medicamentos
fazem parte do chamado Componente Especializado da Assistência Farmacêutica,
e constam dos protocolos e diretrizes terapêuticas definidos pelo MS. O financia-
mento desses medicamentos compete ao MS, mas o gerenciamento é comparti-
lhado entre as esferas federal e estadual.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 27


Entre os usuários desses medicamentos estão: transplantados, portadores de
insuficiência renal crônica, esclerose múltipla, hepatite viral crônica B e C, epilep-
sia, esquizofrenia refratária, doenças genéticas como fibrose cística, doença de
Gaucher, distonias, acromegalia, entre outras.

5 Outros Serviços

5.1 Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC)

A SPTC é o órgão responsável pelas perícias criminalísticas e médico-legais no Esta-


do de São Paulo. É especializada em produzir a chamada prova técnica ou prova peri-
cial, mediante análise científica de vestígios produzidos e deixados na prática de delitos.

O conjunto dos elementos materiais relacionados com a infração penal, que são
devidamente estudados por profissionais especializados, permite provar a ocorrên-
cia de um crime, determinando de que forma ocorreu e, se necessário, identificando
todas as partes envolvidas, tais como a vítima, o criminoso e outras pessoas que
possam de alguma forma ter relação com o crime. A prova pericial é indispensável
nos crimes que deixam vestígio, não podendo ser dispensada sequer quando o cri-
minoso confessa a prática do delito.

O farmacêutico perito atua em equipe multidisciplinar de diferentes áreas:


toxicologia forense, bioquímica, biologia molecular, física, balística e no Núcleo de
Análise Instrumental (NAI).

28 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


PERFIL DO FARMACÊUTICO

Em 1997, a OMS publicou um documento denominado “The role of the phar-


macist in the health care system” (“O papel do farmacêutico no sistema de atenção
à saúde”), em que se destacaram 7 qualidades que o farmacêutico deve apresentar.
Foi, então, chamado de farmacêutico 7 estrelas.

Este profissional 7 estrelas deverá ser:

ŠŠ Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde;


ŠŠ Capaz de tomar decisões;
ŠŠ Comunicador;
ŠŠ Líder;
ŠŠ Gerente;
ŠŠ Atualizado permanentemente;
ŠŠ Educador.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 29


GLOSSÁRIO DE TERMOS EM SAÚDE PÚBLICA
Agente Comunitário de Saúde (ACS)
É o profissional que desenvolve ações que buscam a integração entre a equipe de saúde
e a população adscrita à UBS. O elo entre o ACS e a população é ampliado pelo fato desse
agente morar na comunidade. Tem como atribuição o exercício de atividades de preven-
ção das doenças e agravos e de vigilância à saúde por meio de visitas domiciliares e ações
educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na comunidade, sob normatização do
município e do Distrito Federal, de acordo com as prioridades definidas pela respectiva
gestão e as prioridades nacionais e estaduais pactuadas. O ACS utiliza instrumentos para
diagnóstico demográfico e sociocultural das famílias adscritas em sua base geográfica de-
finida, a microárea. Estes instrumentos são o cadastro atualizado de todas as pessoas de
sua microárea e o registro para fins exclusivos de controle e planejamento das ações de
saúde, de nascimentos, óbitos, doenças e outros agravos à saúde. A partir daí, ele é capaz
de orientar as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis e de traduzir
para as UBS a dinâmica social da população assistida, suas necessidades, potencialidades
e limites, bem como identificar parceiros e recursos existentes que possam ser melhor
aproveitados pelas equipes. O ACS desempenha um papel-chave na ESF, estando pre-
sente tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente
urbanizados e industrializados. O ingresso desse trabalhador no SUS dar-se-á por meio de
processo seletivo público (EC nº 51) ou por concurso público.
Alta complexidade
Conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto
custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos
demais níveis de atenção à saúde (atenção básica e de média complexidade). As principais
áreas que compõem a alta complexidade do SUS, e que estão organizadas em “redes”, são:
assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de
diálise); assistência ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia
cardiovascular pediátrica; procedimentos da cardiologia intervencionista; procedimentos
endovasculares extra-cardíacos; laboratório de eletrofisiologia; assistência em traumato-
-ortopedia; procedimentos de neurocirurgia; assistência em otologia; cirurgia de implante

30 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


coclear; cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; cirurgia da calota craniana,
da face e do sistema estomatognático; procedimentos em fissuras labiopalatais; reabilitação
protética e funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema estomatognáti-
co; procedimentos para a avaliação e tratamento dos transtornos respiratórios do sono;
assistência aos pacientes portadores de queimaduras; assistência aos pacientes portadores
de obesidade (cirurgia bariátrica); cirurgia reprodutiva; genética clínica; terapia nutricional;
distrofia muscular progressiva; osteogênese imperfecta; fibrose cística e reprodução assisti-
da. Os procedimentos de alta complexidade encontram-se relacionados na tabela do SUS,
em sua maioria no Sistema de Informação Hospitalar do SUS, e estão também no Sistema
de Informação Ambulatorial em pequena quantidade, mas com impacto financeiro extre-
mamente alto, como é o caso dos procedimentos de diálise, quimioterapia, radioterapia e
hemoterapia (BRASIL, 2009b).
Assistência Farmacêutica
Conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde individual
e coletiva, tendo os medicamentos como insumos essenciais e visando à viabilização do
acesso aos mesmos, assim como de seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvi-
mento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a seleção, programação,
aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acom-
panhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados con-
cretos e da melhoria da qualidade de vida da população (BRASIL, 2004).
Assistência Farmacêutica Básica
A Assistência Farmacêutica Básica, mantida pelo SUS, compreende um conjunto de
atividades relacionadas ao acesso e ao uso racional de medicamentos destinados a com-
plementar e apoiar as ações da atenção básica à saúde; ela tem como referência a Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). De acordo com os novos atos normati-
vos do SUS, trazidos pelo Pacto pela Saúde 2006, o Programa de Assistência Farmacêutica
Básica passa a ser denominado Componente Básico da Assistência Farmacêutica, integran-
do, assim, o Bloco de Financiamento da Assistência Farmacêutica. Esse componente é a
Parte Fixa, cujo financiamento tripartite dá-se pela transferência de recursos financeiros do
Governo Federal para as outras instâncias gestoras, além das contrapartidas estaduais e
municipais; a Parte Variável, financiada exclusivamente pelo Governo Federal, consiste em
valores per capita destinados à aquisição de medicamentos e de insumos farmacêuticos dos

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 31


programas de Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Ali-
mentação e Nutrição e Combate ao Tabagismo. Os recursos da Parte Variável, destinados
aos programas de Hipertensão e Diabetes, Asma e Rinite, já foram descentralizados para
a maioria dos municípios brasileiros, enquanto os recursos destinados aos demais progra-
mas continuam sob gestão do MS, responsável pelo suprimento direto dos medicamentos
preconizados pelas áreas técnicas dos respectivos programas (BRASIL, 2009b).
Atenção à saúde
É tudo que envolve o cuidado com a saúde do ser humano, incluindo ações e serviços
de promoção, prevenção, reabilitação e tratamento de doenças. No SUS, o cuidado com
a saúde está ordenado em níveis de atenção, que são a básica, a de média complexidade e
a de alta complexidade. Essa estruturação visa à melhor programação e planejamento das
ações e serviços do sistema. Não se deve, porém, considerar um desses níveis de atenção
mais relevante que outro, porque a atenção à saúde deve ser integral. Nem sempre um
município necessita ter todos os níveis de atenção à saúde instalados em seu território
para garantir a integralidade do atendimento à sua população. Particularmente no caso
dos pequenos municípios, isso pode ser feito por meio de pactos regionais que garantam
às populações dessas localidades acesso a todos os níveis de complexidade do sistema. A
prioridade para todos os municípios é ter a atenção básica operando em condições plenas
e com eficácia (BRASIL, 2009b).
Atenção Básica à Saúde
A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, nos âmbitos indi-
vidual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos,
o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida por
meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, na forma
de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais
assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território
em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa den-
sidade, que devem resolver os problemas de saúde de maior frequência e relevância em
seu território. É o contato preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se
pelos princípios da universalidade, integralidade, e equidade, prezando pela acessibilidade,
coordenação do cuidado, vínculo, continuidade, humanização, responsabilização e espe-
cialmente pela participação social. A Atenção Básica tem a Estratégia Saúde da Família

32 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


(ESF) como meta prioritária para sua organização, de acordo com os preceitos do SUS, e
tem como fundamentos: possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de
qualidade e resolutivos, caracterizados como a porta de entrada preferencial do sistema
de saúde, com território adscrito de forma a permitir o planejamento e a programação
descentralizada, em consonância com o princípio da equidade; efetivar a integralidade em
seus vários aspectos, a saber: integração de ações programáticas e demanda espontânea;
articulação das ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, tra-
tamento e reabilitação, trabalho de forma interdisciplinar e em equipe, e coordenação do
cuidado na rede de serviços; desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as
equipes e a população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudi-
nalidade do cuidado; valorizar os profissionais de saúde por meio do estímulo e do acom-
panhamento constante de sua formação e capacitação; realizar avaliação e acompanha-
mento sistemático dos resultados alcançados, como parte do processo de planejamento e
de programação; e estimular a participação popular e o controle social (BRASIL, 2009b).
Atenção Farmacêutica
Modelo de prática farmacêutica desenvolvido no contexto da assistência farmacêutica,
compreendendo atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e
corresponsabilidades na prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de
forma integrada à equipe de saúde. Implica interação direta do farmacêutico com o usuá-
rio, visando à farmacoterapia racional e à obtenção de resultados definidos e mensuráveis,
voltados à melhoria da qualidade de vida. Essa interação deve envolver, também, as con-
cepções dos seus sujeitos e o respeito às especificidades biopsicossociais de cada usuário,
sob a ótica da integralidade e equidade das ações de saúde (BRASIL, 2009b).
Banco de Preços em Saúde (BPS)
Sistema informatizado, disponibilizado pelo MS, que fornece informações atualizadas
sobre os preços praticados nas aquisições de medicamentos e material médico-hospitalar,
e nos insumos e serviços efetivados por entidades públicas ou privadas. Inicialmente, o BPS
continha somente dados de instituições brasileiras, mas o sucesso da iniciativa ensejou sua
adoção como base para a elaboração do banco de medicamentos do Mercosul/Bolívia/
Chile e do banco de medicamentos para Aids da América Latina e Caribe. O principal ob-
jetivo do programa é a diminuição de preços no setor de saúde, por meio da redução na
assimetria de informações existente entre compradores e fornecedores no mercado, ou

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 33


seja, ao subsidiar as instituições com dados sobre os preços praticados em todo o país, os
demandantes de produtos e serviços em saúde estarão mais aptos a negociar os termos
de aquisição e, em casos de intransigência da parte vendedora, até mesmo substituir o for-
necedor por outro que pratique preços mais vantajosos. Em adição, ao tornar públicas as
condições de compras realizadas por diversas instituições, o BPS contribui para aumentar
a visibilidade da destinação dos recursos do SUS. Finalmente, as entidades cadastradas têm
acesso ao histórico completo de compras por elas registradas, informação que possibilita
aperfeiçoar o planejamento financeiro das entidades. Isto porque compras renovadas an-
tes da expiração do período das aquisições anteriores indicam uma estimativa do consumo
da instituição abaixo do real. Por outro lado, compras cujas renovações demoram muito
para ser efetivadas, mesmo ao término do período de validade das anteriores, apontam
para uma estimativa de consumo acima do real, com a provável formação de grandes
estoques e possivelmente perda de material pela expiração do prazo de validade dos me-
dicamentos (BRASIL, 2009b).
Bloco de gestão do SUS
Um dos cinco blocos de financiamento que, a partir da definição do Pacto pela Saúde,
passaram a compor os recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços da
Saúde. Destina-se ao fortalecimento da gestão do SUS para custeio de ações específicas
relacionadas à organização e ampliação do acesso aos serviços de saúde. Os recursos fe-
derais que o integram são constituídos pelos seguintes componentes: I) para a Qualificação
da Gestão do SUS e II) para a Implantação de Ações e Serviços de Saúde. A transferência
dos recursos no âmbito do componente de Qualificação da Gestão do SUS dar-se-á me-
diante a adesão ao Pacto pela Saúde, por meio da assinatura do Termo de Compromisso
de Gestão, com incentivo específico para cada ação que integra, sendo elas: I) Regulação,
Controle, Avaliação, Auditoria e Monitoramento; II) Planejamento e Orçamento; III) Pro-
gramação; IV) Regionalização; V) Gestão do Trabalho; VI) Educação em Saúde; VII) Incen-
tivo à Participação e ao Controle Social; VIII) Informação e Informática em Saúde; IX) Es-
truturação de serviços e organização de ações de assistência farmacêutica; X) Outros que
vierem a ser instituídos por meio de ato normativo específico. A transferência dos recursos
no âmbito do componente de Implantação de Ações e Serviços de Saúde será efetivada
em parcela única, respeitados os critérios estabelecidos em cada política específica, atual-
mente designados a: I) Implantação de CAPS; II) Qualificação de CAPS; III) Implantação de

34 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Residências Terapêuticas em Saúde Mental; IV) Fomento para ações de redução de danos
em CAPS para Álcool e Drogas (CAPS AD); V) Inclusão social pelo trabalho para pessoas
portadoras de transtornos mentais e outros transtornos decorrentes do uso de álcool e
outras drogas; VI) Implantação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEO); VII)
Implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU); VIII) Reestruturação
dos Hospitais-Colônias de Hanseníase; IV) Implantação de Centros de Referência em Saú-
de do Trabalhador; X) Adesão à Contratualização dos Hospitais de Ensino; XI) Outros que
vierem a ser instituídos por meio de ato normativo para fins de implantação de políticas
específicas (BRASIL, 2009b).

Bloco de vigilância em Saúde


Um dos cinco blocos de financiamento que, a partir da definição do Pacto pela Saúde,
passaram a compor os recursos federais destinados ao custeio de ações e serviços da
Saúde. Os recursos financeiros correspondentes às ações de vigilância em saúde agrupam
as ações da vigilância epidemiológica, ambiental e sanitária, tendo dois componentes: da
vigilância sanitária e da vigilância epidemiológica e ambiental em saúde. O componente da
vigilância sanitária é constituído pelo Termo de Ajuste e Metas (TAM) e pelo Piso da Aten-
ção Básica em Vigilância Sanitária (PAB Visa). Já o componente da vigilância epidemiológica
e ambiental em saúde é transferido, em parcelas mensais, diretamente do Fundo Nacional
de Saúde (FNS) para os fundos estaduais e municipais de saúde. O valor das transferências
mensais para estados, municípios e Distrito Federal, bem como seu respectivo limite finan-
ceiro, é estabelecido em portaria específica, de acordo com valores pactuados nas Comis-
sões Intergestores Bipartite (CIB). Integram ainda o componente vigilância epidemiológica
e ambiental os recursos destinados às seguintes finalidades, com repasses específicos: o
fortalecimento da gestão da vigilância em saúde nos estados e municípios (Vigi SUS II), as
campanhas de vacinação e o incentivo do Programa DST e Aids. Os recursos destinados
à contratação de agentes de campo para as ações de combate ao Aedes aegypti serão
incorporados ao componente de vigilância epidemiológica e ambiental quando o gestor
comprovar a efetiva contratação dos agentes de campo. Os valores correspondentes ao
componente de vigilância epidemiológica e ambiental destinados às secretarias estaduais
e municipais de saúde podem ser revistos pela CIB, levando-se em consideração as res-
ponsabilidades assumidas, as modificações do perfil epidemiológico ou outros parâmetros

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 35


consensuados, desde que observados os valores mínimos a serem destinados aos municí-
pios estabelecidos na Portaria MS/GM nº 1.378/2013 (BRASIL, 2009b).
Cadastramento de estabelecimentos de saúde
Ato, por parte do gestor municipal ou estadual, de cadastrar o estabelecimento de Saú-
de, de qualquer esfera administrativa, prestador ou não do SUS existente em seu território
e sob a sua gestão (responsável pelo alvará de funcionamento), no Cadastro Nacional de
Estabelecimento de Saúde (CNES) (BRASIL, 2009b).
Centrais de abastecimento farmacêutico
Local onde é feita a estocagem e a distribuição para hospitais, ambulatórios e
postos de saúde. A legislação sanitária prevê que os gestores municipais e estadu-
ais de saúde têm como responsabilidade investir na infraestrutura das centrais de
abastecimento farmacêutico, objetivando garantir a qualidade dos produtos até a sua
distribuição (BR ASIL, 2009b).
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS)
São serviços de saúde mental de base territorial e comunitária do SUS, referenciais no
tratamento das pessoas que sofrem com transtornos mentais (psicoses, neuroses graves e
demais quadros), cuja severi-dade e/ou persistência justifiquem sua permanência em um
dispositivo de cuidado intensivo, comunitário, personalizado e promotor de vida. O obje-
tivo dos CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência, realizando
o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários, pelo acesso ao trabalho,
lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É
um serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substitutivo às internações
em hospitais psiquiátricos, equipamento estratégico da atenção extra-hospitalar em saúde
mental. Existem diferentes tipos de CAPS, segundo seu porte e clientela: CAPS I – serviço
aberto para atendimento diário de adultos com transtornos mentais severos e persistentes:
trata-se de equipamento importante para municípios com população entre 20 mil e 70 mil
habitantes; CAPS II – serviço aberto para atendimento diário de adultos com transtornos
mentais severos e persistentes: trata-se de equipamento importante para municípios com
população com mais de 70 mil habitantes; CAPS III – serviço aberto para atendimento
diário e noturno, sete dias por semana, de adultos com transtornos mentais severos e
persistentes: trata-se de equipamento importante em grandes cidades; CAPS infantil – vol-

36 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


tado para a infância e adolescência, para atendimento diário a crianças e adolescentes com
transtornos mentais; CAPS adulto – voltado para usuários de álcool e outras drogas, para
atendimento diário à população com transtornos decorrentes do uso dessas substâncias
(BRASIL, 2009b).
Ciclo da Assistência Farmacêutica
Sistema integrado e de sequências lógicas cujos componentes apresentam naturezas
técnicas, científicas e operativas que representam as estratégias e o conjunto de ações
necessárias para a implementação e melhora contínua da Assistência Farmacêutica. Os
componentes ou etapas do Ciclo da Assistência Farmacêutica são: a correta seleção dos
medicamentos, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, prescrição, dispen-
sação, uso racional, acompanhamento e avaliação (BRASIL, 2009b).
Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
Instância de articulação e pactuação na esfera federal que atua na direção nacional
do SUS, integrada por gestores do SUS das três esferas de governo – União, estados,
DF e municípios. Tem composição paritária formada por 15 membros, sendo cinco
indicados pelo MS, cinco pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(Conass) e cinco pelo Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Co-
nasems). A representação de estados e municípios nessa Comissão é regional, sendo
um representante para cada uma das cinco regiões no país. Nesse espaço, as decisões
são tomadas por consenso e não por votação. A CIT está vinculada à direção nacional
do SUS (BR ASIL, 2009b).
Comissões Intergestores Bipartites (CIB)
Espaços estaduais de articulação e pactuação política que objetivam orientar, regula-
mentar e avaliar os aspectos operacionais do processo de descentralização das ações de
saúde. São constituídas, paritariamente, por representantes do governo estadual – indi-
cados pelo Secretário de Estado da Saúde – e dos secretários municipais de saúde – in-
dicados pelo órgão de representação do conjunto dos municípios do estado, em geral
denominado Cosems. Os secretários municipais de saúde, por meio de seus espaços de
representação, debatem entre si os temas estratégicos, antes de apresentar suas posições
na CIB. Os Cosems são, também, instâncias de articulação política entre gestores muni-
cipais de Saúde, sendo de extrema importância a participação dos gestores locais nesses
espaços (BRASIL, 2009b).

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 37


Conferências de saúde
São espaços institucionais destinados a analisar os avanços e retrocessos do SUS
e propor diretrizes para a formulação de políticas de saúde em níveis corresponden-
tes. São vitais para o exercício do controle social, pois estabelecem diretrizes para a
atuação dos conselhos de Saúde nas três esferas de governo. As decisões sobre as
políticas públicas de saúde, elaboradas nos conselhos, são expostas durante as con-
ferências, quando é criada uma agenda para sua efetivação. As conferências nacionais
são construídas de maneira descentralizada, iniciando-se nas conferências municipais
de saúde. As conferências nacionais de saúde devem ocorrer a cada quatro anos, com
a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e pro-
por as diretrizes para a formulação da política de Saúde nos níveis correspondentes,
convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho
de Saúde (BR ASIL, 2009b).
Conferências municipais de saúde
Reúnem, de forma ampla, usuários, trabalhadores, prestadores e gestores do SUS,
para discutir e refletir sobre as condições de saúde da população e a gestão do SUS, ex-
pressando posições e votando questões orientadoras do sistema. Os municípios devem
manter em funcionamento um CMS e realizar as conferências municipais de saúde, que
possuem o papel preponderante de avaliar a situação da Saúde e propor diretrizes para a
formulação das políticas locais de Saúde. Seguindo a orientação descentralizadora do SUS,
são de suma importância, por estarem mais próximas do usuário do serviço de saúde
(BRASIL, 2009b).
Conselheiros de saúde
Denominação comum aos integrantes titulares e suplentes dos Conselhos de Saúde
das distintas esferas de gestão do SUS. Podem pertencer a qualquer dos segmentos que
compõem os Conselhos de Saúde, quais sejam: gestores, prestadores de serviços, tra-
balhadores ou usuários do sistema. Possuem mandatos por tempo determinado e de-
vem ser democraticamente eleitos, garantindo sua legitimidade e representatividade. As
posições que sustentam nos conselhos devem ser negociadas com seus representados
e, portanto, devem traduzir o ponto de vista do seu segmento. Atualmente, estima-se
que existam mais de 100 mil conselheiros de saúde em todo o país (BRASIL, 2009b).

38 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Conselho Municipal de Saúde (CMS)
É um órgão colegiado de caráter permanente, deliberativo, normativo e fiscalizador
das ações e serviços de saúde no âmbito do SUS, no município. Atua na formulação e
proposição de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde, inclusive em
seus aspectos econômicos e financeiros. São constituídos por participação paritária de
usuários (50%), trabalhadores de saúde (25%), representantes do governo e prestadores
de serviços (25%), cujas decisões devem ser homologadas pelo chefe do poder legalmen-
te constituído. Para que um conselho funcione de forma adequada, é necessário que seja
representativo e tenha legitimidade, além das condições previstas pela lei. Os usuários
são escolhidos por membros de seu segmento, com direito a voz e voto. A participação
é voluntária e não remunerada. As reuniões do CMS são mensais e abertas para toda a
população, com direito a voz (BRASIL, 2009b).
Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass)
Entidade de direito privado, sem fins lucrativos, que congrega os Secretários de Saú-
de dos Estados e do Distrito federal, além de seus substitutos legais. Tem a missão de
promover a articulação e a representação política da gestão estadual do SUS, propor-
cionando apoio técnico às Secretarias Estaduais de Saúde, coletiva e individualmente, de
acordo com as suas necessidades, por meio da disseminação das informações, produ-
ção e difusão de conhecimento, inovação e incentivo à troca de experiências e de boas
práticas. Tem como meta ser referência perante as instâncias do sistema de saúde e da
sociedade; dispor de sustentabilidade econômica, estrutura física adequada e recursos
humanos para responder com efetividade às demandas coletivas e individuais das Se-
cretarias Estaduais de Saúde; e ser reconhecido nacional e internacionalmente por sua
capacidade de inovação, produção e disseminação de conhecimento na área das políti-
cas públicas de saúde. Realiza diligência para que as secretarias de saúde dos estados e
do Distrito Federal participem da formulação e tomada de decisões que digam respeito
ao desenvolvimento dos sistemas de saúde nas unidades federadas, em conjunto com
o MS. Assegura às secretarias municipais de saúde ou órgãos municipais equivalentes,
por meio da direção do Conselho ou Associação de Secretários Municipais de Saúde
de cada unidade federada, a participação em todas as decisões que digam respeito ao
desenvolvimento dos sistemas municipais ou intermunicipais de saúde. Sua diretoria é
eleita em assembleias anuais.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 39


Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)
Entidade não governamental, sem fins lucrativos, criada com o objetivo de representar
as Secretarias Municipais de Saúde. Promove e consolida um novo modelo de gestão pú-
blica de saúde alicerçado em conceitos de descentralização e municipalização, assumindo
o desafio de romper com a estrutura centralista das decisões, propondo uma fórmula de
gestão democrática para a saúde, fazendo jus aos preceitos constitucionais de formula-
ção do SUS. Os municípios assumiram o papel de formuladores de políticas públicas for-
mulando estratégias voltadas ao aperfeiçoamento de seus respectivos sistemas de saude,
primando pelo intercâmbio de informações e pela cooperação técnica. Na condição de
representante das 5.562 secretarias municipais de Saúde do Brasil, o Conasems participa
do Conselho Nacional de Saúde (CNS), órgão deliberativo do SUS, e da CIT, que reúne a
representação dos três entes federados: o MS, o Conass e o Conasems.
Conselhos de Saúde
Órgãos colegiados deliberativos e permanentes do SUS, existentes em cada esfera
de governo e integrantes da estrutura básica do MS, das secretarias de saúde dos esta-
dos e dos municípios, com composição, organização e competência fixadas pela Lei nº
8.142/1990. Atuam na formulação e proposição de estratégias e no controle da execução
das políticas de saúde, inclusive em seus aspectos econômicos e financeiros. Suas decisões
devem ser homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído, em cada esfera de
governo. As regras para a composição dos conselhos de saúde são, também, estabelecidas
no texto legal, devendo incluir representantes do governo, prestadores de serviços de
saúde, trabalhadores de saúde e representantes e movimentos representativos de usuá-
rios. Na composição recomendada pelo Conselho Nacional de Saúde, os usuários devem
compor 50% dos membros, os trabalhadores 25% e os gestores e prestadores de serviço
os 25% restantes. Desde a edição das Leis Orgânicas da Saúde (Leis nº 8.080/1990 e nº
8.142/1990), a existência e o funcionamento dos conselhos de saúde são requisitos exigi-
dos para a habilitação e o recebimento dos recursos federais repassados “fundo a fundo”
aos municípios.
Controle social
Abrange as práticas de fiscalização e de participação nos processos deliberativos re-
lacionados à formulação de políticas de saúde e de gestão do SUS. Há mecanismos ins-

40 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


titucionalizados que garantem a participação e o controle social, como os Conselhos de
Saúde e as Conferências de Saúde, com representatividade dos distintos atores sociais. As
Conferências de Saúde, que ocorrem a cada dois anos, devem avaliar o cumprimento das
diretrizes contidas no respectivo Plano de Saúde e produzir diretrizes que orientem novas
políticas e programas no seu âmbito de atuação. Conselhos e conferências são garantidos
nas três esferas de gestão do SUS pela Lei nº 8.142/1990. O SUS garante aos estados, ao
Distrito Federal e aos municípios autonomia para administrar os recursos da Saúde. Para
isso, é preciso que cada esfera de gestão tenha seu Conselho de Saúde funcionando de
forma adequada. Ao MS e às secretarias estaduais e municipais de Saúde cabe a imple-
mentação de mecanismos para a gestão e apoio ao fortalecimento do controle social no
SUS (BRASIL, 2009b).
Descentralização
A descentralização da gestão e das políticas da saúde no pais, estabelecida pela
Constituição Federal de 1988 e regulamentada pelas Leis nº 8.080/1990 (Lei Orgâ-
nica da Saúde) e a Lei nº 8.142/1990, é realizada de forma integrada entre a União,
Estados e Municípios, pois é um dos princípios organizativos do SUS. De acordo com
este princípio, o poder e a responsabilidade sobre o setor são distribuídos entre os
três níveis de governo, objetivando uma prestação de serviços com mais eficiência e
qualidade e também a fiscalização e o controle por parte da sociedade. Cada esfera
de governo é autônoma e soberana em suas decisões e atividades, respeitando os
princípios gerais e a participação da sociedade. Neste sentido, a autoridade sanitária
do SUS é exercida: na União, pelo ministro da saúde, nos Estados, pelos secretários
estaduais de saúde, e nos Municípios, pelos secretários municipais de saúde. O decre-
to nº 7.508/2011, que regulamenta a Lei nº 8.080/1990, estabelece um novo arranjo
para a descentralização, definindo que os serviços prestados permanecerão organi-
zados em níveis crescentes de complexidade, em unidades geográficas específicas e
para clientelas definidas. No entanto, a oferta de ações e serviços do SUS deverá se
organizar a partir da constituição de regiões de saúde.
Dispensação
Dispensação é o ato do profissional farmacêutico de proporcionar um ou mais me-

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 41


dicamentos a um paciente, geralmente como resposta à apresentação de uma receita
elaborada por um profissional autorizado. Nesse ato, o farmacêutico informa e orienta o
paciente sobre o uso adequado do medicamento. São elementos importantes da orien-
tação, dentre outros, a ênfase no cumprimento da dosagem, a influência dos alimentos, a
interação com outros medicamentos, o reconhecimento de reações adversas potenciais e
as condições de conservação dos produtos (BRASIL, 1998).
Educação continuada
Processo de aquisição sequencial e acumulativa de informações técnico-científicas pelo
trabalhador, por meio de escolarização formal, vivências, experiências laborais e de parti-
cipação no âmbito institucional ou fora dele (BRASIL, 1998).
Educação em saúde
Processo educativo de construção de conhecimentos em saúde que visa à apro-
priação do tema pela população em geral. É também o conjunto de práticas do setor
que contribui para aumentar a autonomia das pessoas quanto ao cuidado com a saú-
de, e também no debate com os profissionais e gestores do setor, para alcançar uma
atenção à saúde de acordo com suas necessidades. A educação em saúde potencializa
o exercício da participação popular e do controle social sobre as políticas e os serviços
de saúde, para que respondam às necessidades da população. A educação em saúde
deve contribuir para o incentivo à gestão social da saúde (BR ASIL, 1998).
Efetividade em saúde
Melhoria na saúde, alcançada ou alcançável nas condições usuais da pratica cotidiana.
Ao definir e avaliar a qualidade, a efetividade pode ser mais precisamente especificada
como sendo o grau em que o cuidado, cuja qualidade esta sendo avaliada, alça-se ao
nível de melhoria da saúde que os estudos de eficácia têm estabelecido como alcançáveis
(DONABEDIAN, 1994 apud SANTA CATARINA, s.d.).
Eficácia em saúde
Capacidade de a arte e a ciência da medicina produzirem melhorias na saúde e
no bem-estar. Significa o melhor que se pode fazer nas condições mais favoráveis,
dado o estado do paciente e mantidas constantes as demais circunstâncias (DONA-
BEDIAN, 1994 apud SANTA CATARINA, s.d.).

42 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Eficiência em saúde
É a medida do custo com o qual uma dada melhoria na saúde é alcançada. Se duas es-
tratégias de cuidado são igualmente eficazes e efetivas, a mais eficiente é a de menor custo
(DONABEDIAN, 1994 apud SANTA CATARINA, s.d.).
Emenda Constitucional n° 29/2000 (EC 29)
Alterou os artigos 34, 35, 156, 160, 167 e 189 da Constituição Federal, estabelecendo
um percentual mínimo da receita para aplicação de recursos na área da Saúde. No caso de
estados, municípios e do Distrito Federal, os recursos destinados às ações e serviços de
saúde estão vinculados à receita de impostos e transferências constitucionais. No caso da
União, o percentual mínimo de aplicação é definido com base na variação nominal do Pro-
duto Interno Bruto (PIB). Os estados devem disponibilizar obrigatoriamente para a Saúde
12% de suas receitas, enquanto municípios devem aplicar 15%. O desrespeito à lei autori-
za a União a intervir nos estados e estes nos seus respectivos municípios. A fiscalização da
Emenda Constitucional deve ser feita pelos conselhos de Saúde e pelas assembleias legisla-
tivas e câmaras municipais. Atualmente, já foi incorporada à Constituição Federal. (BRASIL,
2009b). A EC 29 representa um grande avanço para diminuir a instabilidade que o setor
de saúde enfrentou a partir da Constituição de 1998, bem como uma vitória da sociedade
na questão da vinculação orçamentária como mecanismo de diminuir essa instabilidade.
Farmacovigilância
Área da Anvisa, do MS, responsável por notificações e análises de queixas de pacientes
relacionadas a efeitos de medicamentos e também a reações adversas não previstas. A
unidade monitora as atividades de farmacovigilância em todo o mundo, produzindo alertas
de restrição ou proibição de medicamentos (BRASIL, 2009b).
Financiamento do SUS
As ações e serviços de saúde, implementados pelos estados, municípios e Distrito Fe-
deral, são financiados com recursos próprios da União, estados e municípios e de outras
fontes suplementares de financiamento, todos devidamente contemplados no orçamento
da seguridade social. Cada esfera governamental deve assegurar o aporte regular de recur-
sos ao respectivo fundo de saúde, de acordo com a Emenda Constitucional nº 29/2000.
As transferências, regulares ou eventuais, da União para estados, municípios e Distrito
Federal estão condicionadas à contrapartida destes níveis de governo, em conformidade

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 43


com as normas legais vigentes (Lei de Diretrizes Orçamentárias e outras). Esses repasses
ocorrem por meio de transferências “fundo a fundo”, realizadas pelo FNS diretamente
para os estados, Distrito Federal e municípios, ou pelo Fundo Estadual de Saúde aos mu-
nicípios, de forma regular e automática, propiciando que gestores estaduais e municipais
contem com recursos previamente pactuados, no devido tempo, para o cumprimento de
sua programação de ações e serviços de saúde. As transferências regulares e automáticas
constituem a principal modalidade de transferência de recursos federais para os estados,
municípios e Distrito Federal, para financiamento das ações e serviços de saúde, con-
templando as transferências “fundo a fundo” e os pagamentos diretos a prestadores de
serviços e beneficiários cadastrados de acordo com os valores e condições estabelecidas
em portarias do MS. As transferências voluntárias são, por sua vez, entregas de recursos
correntes ou de capital a outra esfera da federação para cooperação, auxílio ou assistência
financeira não decorrente de determinação constitucional, legal, ou que se destine ao SUS
(BRASIL, 2009b).
Financiamento municipal do SUS
Os municípios devem destinar ao SUS 15% da totalidade da arrecadação do Imposto So-
bre Serviços (ISS), Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), Imposto de Transmissão In-
tervivos, Imposto de Renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos, inclusive por suas
autarquias e fundações, transferências do Fundo de Participação dos Municípios, transferências
do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), transferências do Imposto sobre Pro-
dutos Industrializados (IPI) sobre exportações, transferências do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS) e transferências do Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores (IPVA). Além disso, os municípios recebem repasses por meio de transferências
“fundo a fundo”, regulares e automáticas e voluntárias oriundas dos estados e da União. A
transferência dos recursos destinados à execução da atenção básica, aos procedimentos de
média e alta complexidade e às ações específicas de programas e incentivos do MS observa
as condições de gestão, bem como as qualificações de estados e municípios aos respectivos
programas e incentivos, de acordo com regulamentação específica. Os repasses ocorrem in-
dependentemente de convênios ou instrumentos similares e se destinam ao financiamento das
ações e serviços do SUS. Se determinado município deixa de atender aos requisitos estabele-
cidos pela lei na administração dessas verbas, perde sua habilitação para geri-las, e elas passam
a ser administradas, respectivamente, pelos estados ou pela União (BRASIL, 2009b).

44 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Fitoterapia e plantas medicinais
A Fitoterapia é uma prática terapêutica caracterizada pela utilização de plantas me-
dicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas
isoladas, ainda que de origem vegetal, cuja abordagem incentiva o desenvolvimento co-
munitário, a solidariedade e a participação social. Desde a Declaração de Alma-Ata, em
1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar-se a
utilização de plantas medicinais e produtos derivados no âmbito sanitário, tendo em conta
o seu uso por grande parte da população mundial no que se refere à atenção primária de
saúde. O reconhecimento de seu valor como recurso clínico, farmacêutico e econômico
tem crescido progressivamente em vários países, os quais vêm normatizando e legislando
acerca dos diferentes critérios de segurança, eficácia e qualidade que devem envolver esses
produtos. O Brasil possui inúmeras vantagens e oportunidades para o desenvolvimento
dessa terapêutica, como, por exemplo, a maior diversidade vegetal do mundo, a ampla so-
ciodiversidade, o uso de plantas medicinais vinculado ao conhecimento tradicional e a tec-
nologia para validar cientificamente esse conhecimento. O interesse popular e institucional
vem crescendo no sentido de fortalecer a Fitoterapia no SUS, demonstrado pelo número
crescente de programas nos estados e municípios brasileiros, assim como é crescente o
incentivo a pesquisas e desenvolvimento tecnológico de plantas medicinais e fitoterápicos
(BRASIL, 2009b).
Fracionamento de Medicamentos
Procedimento que integra a dispensação de medicamentos na forma fracionada, efetu-
ado sob a supervisão e responsabilidade de farmacêutico habilitado para atender à prescri-
ção ou ao tratamento correspondente nos casos de medicamentos isentos de prescrição,
caracterizado pela subdivisão de um medicamento em frações individualizadas, a partir de
sua embalagem original, sem rompimento da embalagem primaria, mantendo seus dados
de identificação (BRASIL, 2006b).
Fundo Municipal de Saúde (FMS)
É o fundo que integra todos os recursos a serem utilizados nas ações e serviços de
saúde e deve ser gerenciado pelo(s) Secretário(s) de Saúde. Em função do SUS, as ações e
serviços são descentralizados e para que possam cumprir com essa responsabilidade, por
meio das Unidades de Saúde próprias ou prestadoras de serviços credenciadas para atuar
na rede , é indispensável a criação dos fundos de saúde por meio de lei, sendo que ele

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 45


necessita ter uma organização mínima compatível com o grau de complexidade da rede
de serviços (BRASIL, 2009b).
Fundo Nacional de Saúde (FNS)
Fundo especial organizado de acordo com as diretrizes do SUS, cujos recursos estão
previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA), de acordo com o Plano Plurianual dos Projetos
e Ações Governamentais. Esse Fundo é proveniente de fontes nacionais e internacionais, de
acordos firmados pelo governo brasileiro com instituições financeiras internacionais, como
o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e o Banco Intera-
mericano de Desenvolvimento (BID) para financiamento de projetos na área de Saúde.
Constituem recursos do FNS os consignados a seu favor nos Orçamentos da Seguridade
Social e Fiscal da União; os decorrentes de créditos adicionais; os provenientes de dotações
de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas, de cooperação
técnica, de financiamento e de empréstimo; os provenientes do Seguro Obrigatório “Danos
Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT)”; os resultantes
de aplicações financeiras; os decorrentes de ressarcimento de recursos por pessoas físicas
e jurídicas originários de prestação de contas, do acompanhamento ou das ações de au-
ditoria; as receitas provenientes de parcelamentos de débitos apurados em prestação de
contas de convênios ou derivadas do acompanhamento de auditorias e de financiamentos
relacionados com as ações e os serviços de Saúde; os créditos provenientes dos agentes ou
das entidades integrantes do SUS, bem como aqueles resultantes de transações financeiras
e comerciais; as receitas provenientes do ressarcimento previsto no Artigo 32 da Lei nº
9.656/1998; os obtidos por intermédio de operações de crédito; as receitas provenientes
da execução de seus créditos; os saldos positivos apurados em balanços, transferidos para o
exercício seguinte; as rendas e receitas eventuais que lhe venham a ser destinadas; os de ou-
tras fontes, de acordo com o Artigo 32 da Lei nº 8.080/1990. A gestão dos recursos é exer-
cida pelo diretor-executivo, sob a orientação e supervisão do Secretário-Executivo do MS,
observando-se o Plano Nacional de Saúde e o Plano Plurianual do MS (BRASIL, 2009b).
Gestão plena do sistema municipal/estadual
Modalidade de gestão definida na NOB/SUS nº 96 e na NOAS/SUS nº 01/2002 e
substituída, no Pacto pela Saúde e Pacto de Gestão do SUS, pela assinatura do Termo de
Compromisso de Gestão Municipal (BRASIL, 2009b).

46 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Homeopatia
A Homeopatia é um sistema médico complexo de caráter holístico, baseado no
princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes enunciada por Hipócrates no século
IV a.C. Foi desenvolvida por Samuel Hahnemann no século XVIII. Após estudos e refle-
xões baseados na observação clínica e em experimentos realizados na época, Hahne-
mann sistematizou os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia em suas obras
Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas. A partir daí, essa racionalidade médica
experimentou grande expansão por várias regiões do mundo, estando hoje firmemente
implantada em diversos países da Europa, das Américas e da Ásia. No Brasil, a Home-
opatia foi introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de tra-
tamento. Utiliza como recurso diagnóstico a repertorização, que consiste no processo
de seleção do melhor medicamento a ser indicado em cada caso e, como terapêutica,
o medicamento homeopático (BRASIL, 2009b).
Inspeção em vigilância sanitária
A Anvisa executa constantemente, por meio da Gerência-Geral de Inspeção, atividades
que controlam, fiscalizam e investigam possíveis desvios de qualidade em produtos subme-
tidos à vigilância sanitária, como medicamentos, alimentos e cosméticos (BRASIL, 2009b).
Integralidade
É um princípio fundamental do SUS. Garante ao usuário uma atenção que abrange as
ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de acesso a todos
os níveis de complexidade do Sistema de Saúde. A integralidade também pressupõe a
atenção concentrada no indivíduo, na família e na comunidade (inserção social) e não em
um recorte de ações ou enfermidades (BRASIL, 2009b).
Interdisciplinaridade
Interdisciplinaridade é quando a interação entre várias disciplinas ou setores heterogê-
neos de uma mesma ciência conduz a interações reais e a certa reciprocidade no inter-
câmbio, levando a um enriquecimento mútuo. Em termos de atuação profissional, significa
que os diversos profissionais trocam entre si informações acerca dos pacientes atendidos.
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
Lei periódica anual prevista no Artigo 165 da Constituição Federal. Tem a finalidade,
dentre outras matérias, de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, compreendidos

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 47


aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimentos das empresas públicas e o or-
çamento da seguridade social, de forma a adequá-los a diretrizes, objetivos e metas da
administração pública. A LDO estabelece para cada exercício: 1) prioridades e metas da
administração pública federal; 2) estrutura e organização dos orçamentos; 3) diretrizes para
elaboração e execução dos orçamentos da União e suas alterações; 4) dispositivos relativos
às despesas da União com pessoal e encargos sociais; 5) política de aplicação dos recursos
das agências financeiras oficiais de fomento; 6) disposições sobre alterações na legislação
tributária da União; 7) fiscalização pelo Poder Legislativo das obras e serviços com indícios
de irregularidades graves. Além dessas atribuições, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
atribuiu à LDO a responsabilidade de tratar de outras matérias, como: 1) estabelecimento
de metas físicas; 2) fixação de critérios para limitação de empenho e movimentação finan-
ceira; 3) publicação da avaliação financeira e atuarial do regime geral de previdência social
e do regime próprio dos servidores civis e militares; 4) avaliação financeira do Fundo de
Amparo ao Trabalhador e projeções de longo prazo dos benefícios de amparo assistencial
(previstos na LOAS); 5) margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza conti-
nuada; 7) avaliação dos riscos fiscais (BRASIL, 2009b).
Lei Orçamentária Anual (LOA)
Lei periódica, anual, de cunho administrativo e de efeitos concretos, que contém a
discriminação da receita e da despesa pública, de forma a evidenciar a política econômica
financeira e o programa de trabalho do governo. Prevista no artigo 165 da Constituição
Federal, é também conhecida como a Lei de Meios, pois disponibiliza os meios para o de-
senvolvimento das ações relativas aos diversos órgãos e entidades que integram a adminis-
tração pública. A LOA compreende: 1) orçamento fiscal referente aos Poderes da União,
seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive instituídas e
mantidas pelo poder público; 2) orçamento da seguridade social, abrangendo todas as en-
tidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta, bem como os fundos
e fundações instituídos e mantidos pelo poder público; 3) orçamento de investimento das
empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
com direito a voto (BRASIL, 2009b).
Licitações
Licitação é o procedimento administrativo formal em que a administração pública con-
voca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas inte-

48 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


ressadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços. A licitação
objetiva garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e selecionar a pro-
posta mais vantajosa para a administração, de maneira a assegurar oportunidades iguais
a todos os interessados e possibilitar o comparecimento ao certame do maior número
possível de concorrentes. Devem ser licitados: a execução de obras, a prestação de ser-
viços e o fornecimento de bens para atendimento de necessidades públicas. As alienações
e locações devem ser contratadas mediante licitações públicas, exceto nos casos previstos
pela Lei nº 8.666/1993, e alterações posteriores. A Constituição Federal, (artigo 37, inciso
XXI) prevê para a administração pública a obrigatoriedade de licitar. A Lei de Licitações e
Contratos Administrativos (Lei nº 8.666/1993), alterações posteriores e a Lei do Pregão
(Lei nº 10.520/2002), constituem a legislação básica sobre licitações para a administração
pública. O procedimento de licitar propicia maior transparência nas compras e contra-
tações, objetivando sempre a seleção da proposta mais vantajosa para o licitante. Estão
sujeitos à regra de licitar, além dos órgãos integrantes da administração direta, os fundos
especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de eco-
nomia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, estados,
Distrito Federal e municípios (BRASIL, 2009b).
Média complexidade
É um dos três níveis de atenção à saúde considerados no âmbito do SUS. Compõe-
-se de ações e serviços que visam a atender os principais problemas de saúde e agravos
da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados
e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. A atenção média
foi instituída pelo Decreto nº 4.726/03, que aprovou a estrutura regimental do MS. Suas
atribuições estão descritas no Artigo 12 da proposta de regimento interno da Secretaria de
Assistência à Saúde. Os grupos que compõem os procedimentos de média complexidade
do Sistema de Informações Ambulatoriais são os seguintes: 1) procedimentos especia-
lizados realizados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível médio; 2)
cirurgias ambulatoriais especializadas; 3) procedimentos traumato-ortopédicos; 4) ações
especializadas em odontologia; 5) patologia clínica; 6) anatomopatologia e citopatologia;
7) radiodiagnóstico; 8) exames ultrassonográficos; 9) diagnose; 10) fisioterapia; 11) terapias
especializadas; 12) próteses e órteses; 13) anestesia. O gestor deve adotar critérios para a
organização regionalizada das ações de média complexidade, considerando a necessidade

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 49


de qualificação e especialização dos profissionais para o desenvolvimento das ações; os
dados epidemiológicos e sociodemográficos de seu município; a correspondência entre a
prática clínica e a capacidade resolutiva diagnóstica e terapêutica; a complexidade e o custo
dos equipamentos; a abrangência recomendável para cada tipo de serviço; economias de
escala e métodos e técnicas requeridas para a realização das ações (BRASIL, 2009b).
Medicamento
Produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática,
curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico (Lei nº 5.991/1973). Cabe à Anvisa autorizar e
conceder o registro de medicamentos no país, além de coordenar e supervisionar ativida-
des de inspeção, controle de riscos e estabelecer normas e padrões para comercialização
desses produtos (BRASIL, 2009b).
Medicamento de referência
Produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e
comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientifica-
mente, por ocasião do registro (BRASIL, 1999).
Medicamento genérico
Medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que pode ser usado em
substituição a esse. É geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção
por patente ou de outros direitos de exclusividade do criador da fórmula e após ter sido
comprovada sua eficácia, segurança e qualidade. É designado de acordo com as Deno-
minações Comuns Brasileiras (DCB) ou, na sua ausência, pelas Denominações Comuns
Internacionais (DCI) (BRASIL, 1999).
Medicamentos essenciais
São aqueles que satisfazem às necessidades prioritárias de atenção à saúde da popula-
ção. Eles são selecionados considerando-se sua relevância em saúde pública, evidência de
eficácia e segurança em relação à custo-efetividade (eficácia comparativa em relação ao seu
custo) (WHO, 2002). Os medicamentos essenciais devem estar disponíveis nos serviços
de saúde, em todos os momentos, em quantidades suficientes, nas formas farmacêuticas
apropriadas, com garantia da qualidade e informação adequada, a preços que os pacientes
e a comunidade possam pagar (BRASIL, 2009b).

50 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Medicamento similar
É aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresentando a mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica
(preventiva ou diagnóstica) do medicamento de referência registrado no órgão federal
responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas
ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes
e veículos. Deve sempre ser identificado por nome comercial ou marca (BRASIL, 1999).
Muldisciplinaridade
O termo multidisciplinaridade é empregado quando a solução de um problema neces-
sita da obtenção de informação de duas ou mais ciências ou setores do conhecimento sem
que as disciplinas envolvidas no processo sejam modificadas ou enriquecidas. No caso da
atuação profissional, equivale a dizer que o mesmo paciente é assistido por diversos pro-
fissionais distintos, mas que não interagem entre si.
Municipalização
Estratégia adotada no Brasil que reconhece o município como principal responsável pela
saúde de sua população. Municipalizar é transferir para as cidades a responsabilidade e os
recursos necessários para exercer plenamente as funções de coordenação, negociação, pla-
nejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria da saúde local, controlando
os recursos financeiros, as ações e os serviços de saúde prestados em seu território. O
princípio da descentralização político-administrativa da saúde foi definido pela Constituição
de 1988, preconizando a autonomia dos municípios e a localização dos serviços de saúde
na esfera municipal próxima dos cidadãos e de seus problemas de saúde. O Brasil apresenta
grandes diversidades socioeconômicas, climáticas e culturais que tornam a descentralização
administrativa fundamental: ela possibilita que os municípios assumam a gestão da saúde em
seus territórios de acordo com as necessidades e características de suas populações. Estimu-
la, na esfera municipal, novas competências e capacidades político-institucionais. Os estados
e a União devem contribuir para a descentralização do SUS, fornecendo cooperação técnica
e financeira para o processo de municipalização (BRASIL, 2009b).
Núcleo Ampliado de Saúde e da Família e Atenção Básica (Nasf-AB)
Criado pelo Ministério da Saúde para apoiar a consolidação da Atenção Básica no Brasil, ampliando
as ofertas de saúde na rede de serviços, assim como a resolutividade, a abrangência e o alvo das ações.

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 51


Poderão compor os NASF-AB: Médico Acupunturista; Assistente Social; Profissional/
Professor de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Médico Gine-
cologista/Obstetra; Médico Homeopata; Nutricionista; Médico Pediatra; Psicólogo; Médi-
co Psiquiatra; Terapeuta Ocupacional; Médico Geriatra; Médico Internista (clínica médica),
Médico do Trabalho, Médico Veterinário, profissional com formação em arte e educação
(arte educador) e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área
de saúde com pós-graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em
uma dessas áreas conforme normativa vigente.
A definição das categorias profissionais é de autonomia do gestor local, devendo ser
escolhida de acordo com as necessidades dos territórios.
Notificação de receita médica
Documento padronizado destinado à notificação da prescrição de medicamentos: 1)
entorpecentes – cor amarela; 2) psicotrópicos – cor azul; 3) retinoides de uso sistêmico
e imunossupressores – cor branca. A notificação concernente aos dois primeiros grupos
(1 e 2) deve ser firmada por profissional devidamente inscrito no Conselho Regional de
Medicina (CRM), no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) ou no Conselho
Regional de Odontologia (CRO); a concernente ao terceiro grupo, exclusivamente por
profissional devidamente inscrito no CRM (BRASIL, 2009b).
Orçamento público
O orçamento, entre outras funções, serve para a previsão do gasto público. De ma-
neira simplificada, o orçamento é composto de expressões que descrevem os propósi-
tos e as ações de governo (melhoria da saúde da população, redução das desigualdades
regionais, etc.), aos quais são alocados determinados valores, considerando os insumos
necessários à sua realização. Portanto, os orçamentos públicos são elos entre recursos
financeiros e comportamentos humanos direcionados para alcançar objetivos de po-
líticas públicas. A forma de organização do orçamento sofreram alterações ao longo
das últimas décadas e novas características vêm sendo incorporadas, de acordo com a
necessidade de considerar determinados propósitos, de modo que atualmente o orça-
mento atende simultaneamente a vários fins. Entre os mais importantes, destacam-se:
1) controle de gastos: o orçamento deve ser um instrumento de proteção contra abusos
dos administradores. O mecanismo utilizado é o detalhamento da especificação dos
objetivos de gasto, como, por exemplo, diárias, locação de mão de obra, serviços de

52 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


consultoria e outros; 2) gestão dos recursos: o orçamento deve especificar com clareza
os projetos e atividades de modo a possibilitar aos administradores dos órgãos públicos
orientação efetiva, e ao público em geral o conhecimento amplo quanto às tarefas a
serem desenvolvidas para se obter maior eficiência produtiva e a melhor relação custo-
-benefício na realização de determinada tarefa. A ênfase, neste caso, é na especificação
das ações orçamentárias, produtos e metas físicas; 3) planejamento: o orçamento deve
ser um instrumento de implementação do plano de médio prazo do governo. As ações
orçamentárias – projetos e atividades – devem resultar em produtos que contribuam
para consecução dos objetivos dos programas; 4) administração macroeconômica: o
orçamento deve ser também um instrumento para controlar as receitas e despesas
agregadas, de modo a possibilitar o alcance de objetivos de inflação baixa e redução do
desemprego (BRASIL, 2009b).
Pacto de Gestão do SUS
É uma das três dimensões do Pacto pela Saúde, estabelece as responsabilidades de
cada ente federado do SUS, de forma clara e inequívoca, diminuindo competências con-
correntes e estabelecendo diretrizes em aspectos como descentralização, regionalização,
financiamento, planejamento, Programação Pactuada e Integrada (PPI), regulação, partici-
pação social e gestão do trabalho e da educação na Saúde. Extingue as antigas formas de
habilitação estabelecidas pela NOB/SUS nº 96 e na NOAS/SUS nº 01/2002, substituídas
pela assinatura do Termo de Compromisso de Gestão (BRASIL, 2009b).
Pacto da Atenção Básica
Instrumento de pactuação de metas para indicadores de base epidemiológica criado
em 1999 pelo MS com o objetivo de monitorar e avaliar as ações desenvolvidas no
âmbito da atenção básica em todo o território nacional. Representou uma experiência
pioneira do Departamento de Atenção Básica no sentido de definir indicadores para
acompanhamento da Atenção Básica nos municípios habilitados conforme a NOB nº
01/1996, descritos no Manual para a Organização da Atenção Básica. Com a publicação
das diretrizes operacionais do Pacto pela Saúde em fevereiro de 2006, avançou-se na
unificação dos processos de pactuação de indicadores no âmbito do MS, sendo que,
a partir de 2007, os indicadores da Atenção Básica passaram a compor o conjunto de
indicadores deste Pacto (BRASIL, 2009b).

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 53


Pacto pela Saúde
O Pacto pela Saúde reúne um conjunto de reformas institucionais pactuadas entre
as três esferas de gestão (União, estados e municípios) e tem o objetivo de promover
inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando a alcançar maior eficiência e
qualidade das respostas do SUS. Redefine as responsabilidades de cada gestor em função
das necessidades de saúde da população e na busca da equidade social. A adesão se dá
pela construção do Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que substitui os proces-
sos de habilitação das várias formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece me-
tas e compromissos para cada ente da federação, sendo renovada anualmente. O Pacto
pela Saúde engloba o Pacto pela Vida, O Pacto em Defesa do SUS e o Pacto de Gestão.
O documento de diretrizes operacionais foi pactuado na reunião da CIT do dia 26 de ja-
neiro de 2006, aprovado na reunião do CNS do dia 9 de fevereiro de 2006, formalizado
pela Portaria MS/GM nº 399/2006 e regulamentado pela Portaria MS/GM nº 699/2006
(BRASIL, 2009b).
Pacto pela Vida
O Pacto pela Vida, instituído pela Portaria MS/GM 399/2006 e regulamentado pela
Portaria MS/GM 699/2006, explicita o compromisso entre gestores do SUS quanto às
prioridades que apresentam impacto sobre a situação de saúde da população brasileira. As
prioridades são definidas pelos governos federal, estaduais e municipais a partir da análise
de situação de saúde e se estruturam por meio de objetivos e metas. São seis as priorida-
des pactuadas: a) Saúde do idoso; b) Controle do câncer de colo de útero e de mama; c)
Redução da mortalidade infantil e materna; d) Fortalecimento da capacidade de resposta
às doenças emergentes e endêmicas, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose,
malária e influenza; e) Promoção da saúde; e f) Fortalecimento da atenção básica (BRASIL,
2006a; BRASIL, 2009b).
Piso de Atenção Básica (PAB)
O PAB consiste em um montante de recursos financeiros federais destinados à viabili-
zação de ações de Atenção Básica à saúde e compõe o Teto Financeiro do Bloco Atenção
Básica. O PAB é composto de uma parte fixa (PAB fixo) destinada a todos os municípios,
e de uma parte variável (PAB variável), que consiste em montante de recursos financeiros
destinados a estimular a implantação das seguintes estratégias nacionais de reorganização

54 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


do modelo de atenção à saúde: Saúde da Família (SF); Agente Comunitário de Saúde
(ACS); Saúde Bucal (SB); Compensação de Especificidades Regionais; Nasf-AB; Saúde In-
dígena (SI); e Saúde no Sistema Penitenciário, incentivo para a Atenção Integral à Saúde
do Adolescente em conflito com a lei, em regime de internação e internação provisória;
e outros que venham a ser instituídos por meio de ato normativo específico. Os repasses
dos recursos dos PABs fixos e variáveis aos municípios são efetuados em conta aberta
especificamente para essa finalidade, com o objetivo de facilitar o acompanhamento pelos
Conselhos de Saúde no âmbito dos municípios, dos estados e do Distrito Federal (BRASIL,
2009c).
Plano de carreira, cargos e salários do SUS (PCCS-SUS)
Conjunto de princípios e diretrizes que orientam o ingresso e o desenvolvimento pro-
fissional dos trabalhadores, com o objetivo de contribuir para a qualificação dos serviços
prestados. O plano de carreiras é um valioso instrumento para a gestão da política de
pessoal, uma vez que institui um sistema de carreiras baseado no mérito e na capacitação
profissional. (BRASIL, 2009c).
Plano Diretor de Investimentos (PDI)
Considerado também um instrumento de planejamento do processo de regionaliza-
ção, o PDI deve expressar os recursos de investimentos para atender às necessidades
pactuadas no processo de planejamento estadual e regional. Os planos de investimentos
deverão ser discutidos e aprovados na CIB dos estados (BRASIL, 2009c).
Plano Diretor de Regionalização (PDR)
Considerado um dos instrumentos de planejamento e coordenação do processo de
regionalização, o PDR deverá expressar o desenho final do processo de identificação e
reconhecimento das regiões de saúde, em suas diferentes formas, em cada estado e no
Distrito Federal (BRASIL, 2009c).
Plano Diretor de Vigilância Sanitária (PDVisa)
O PDVisa é um instrumento de eleição de prioridades em Vigilância Sanitária, que
reconhece a diversidade do país e respeita a dinâmica das especificidades e heterogenei-
dades regionais, além de contemplar as diretrizes norteadoras necessárias à consolidação e

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 55


fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), no âmbito do SUS. Esse
Plano Diretor, além de atender a uma reivindicação da I Conferência Nacional de Vigilância
Sanitária, é o resultado de um processo amplo e democrático de discussão e pactuação,
iniciado em março/2005, com as três esferas de governo, observando as múltiplas visões
e experiências dos gestores, profissionais de saúde e conselheiros, entre outros atores
do SUS envolvidos nesse processo. Estima-se que em torno de 10.000 pessoas tiveram
a oportunidade de participar de um dos momentos de discussão desse processo e que
esse movimento propiciou, além do acúmulo de conhecimentos, a possibilidade de arti-
culação entre as esferas de gestão e de integração entre os atores do SUS. É importante
ressaltar que a construção do PDVisa se deu no bojo dos debates do Pacto pela Saúde
e, por isso, tem interface e está articulado com essa temática contemporânea do SUS e
seus desdobramentos. Portanto, todo o processo foi devidamente balizado e pactuado
pelas instâncias colegiadas do SUS – CIT e CNS e suas comissões e grupos de trabalho
temáticos de vigilância. Esse Plano aborda as diretrizes para o fortalecimento do SNVS e
sua efetiva consolidação como parte integrante do SUS, agregando-as em cinco eixos, a
saber: 1) Organização e gestão do SNVS no âmbito do SUS; 2) Ação regulatória: vigilância
de produtos, de serviços e de ambientes; 3) A vigilância sanitária no contexto da atenção
integral à saúde; 4) Produção do conhecimento, pesquisa e desenvolvimento tecnológico;
e 5) Construção da consciência sanitária: mobilização, participação e controle social. O
intuito é que essas diretrizes orientem o processo de planejamento das ações de vigilância
sanitária, viabilizando os instrumentos de gestão já instituídos no SUS. Daí afirmarmos que
não se trata de mais um instrumento de gestão; mas sim de um instrumento e de um pro-
cesso articulado à dinâmica do Pacto pela Saúde, que respeita e se norteia pelos princípios
do SUS e que busca fortalecer esse sistema, ressaltando o papel que a Vigilância Sanitária
detém nesse processo de fortalecimento (BRASIL, 2009c).
Plano Plurianual (PPA)
O PPA é o instrumento de planejamento de médio prazo do governo federal que es-
tabelece, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal, as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas
de duração continuada. Lei quadrienal prevista no artigo 165 da Constituição Federal,
entra em vigor a partir do segundo ano de mandato do governante até o primeiro ano
do mandato seguinte. Os princípios que norteiam o PPA são: 1) identificação clara dos

56 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


objetivos e prioridades do Governo; 2) integração do planejamento e do orçamento; 3)
promoção da gestão empreendedora; 4) estímulo às parcerias; 5) gestão orientada para
resultados; 6) organização das ações de governo em programas (BRASIL, 2009c).
Política Nacional de Assistência Farmacêutica
Conjunto de ações voltadas à promoção, à proteção e à recuperação da saúde, garan-
tindo os princípios da universalidade, integralidade e equidade. É uma política norteadora
para as demais políticas intersetoriais, como as políticas de Medicamentos, de Ciência,
Tecnologia e Inovação, de Desenvolvimento Industrial e de Formação de Pessoal envol-
vendo os setores público e privado de Atenção à Saúde. Os eixos estratégicos da Política
abrangem, principalmente, a descentralização das ações, com definição das responsabili-
dades das diferentes instâncias gestoras, de forma pactuada e visando à superação de frag-
mentação em programas desarticulados e à ampliação e qualificação dos serviços de Assis-
tência Farmacêutica, na rede pública de saúde, por meio da modernização e ampliação da
capacidade instalada e de produção dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais. Com essas
estratégias, pretende-se garantir o acesso da população a medicamentos seguros, eficazes,
de qualidade e a baixo custo, além da promoção do uso racional (BRASIL, 2009c).
Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF)
Política de caráter interministerial que objetiva garantir à população brasileira o acesso
seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso susten-
tável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.
Alguns princípios nortearam sua elaboração, tais como melhoria da atenção à saúde, uso
sustentável da biodiversidade brasileira e fortalecimento da agricultura familiar, geração
de emprego e renda, desenvolvimento industrial e tecnológico e perspectiva de inclusão
social e regional, além da participação popular e do controle social sobre todas as ações
decorrentes dessa iniciativa. Entre os fatores previamente admitidos, deve-se ressaltar a
necessidade de minimização da dependência tecnológica e do estabelecimento de uma
posição de destaque de nosso país no cenário internacional. A PNPMF estabelece dire-
trizes e linhas prioritárias para o desenvolvimento de ações pelos diversos parceiros em
todas as etapas da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos. Essa Política foi
elaborada por Grupo de Trabalho Interministerial, instituído por Decreto Presidencial, co-
ordenado pelo MS, constituído de representantes da Casa Civil da Presidência; Ministérios:

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 57


da Saúde; da Integração Nacional; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; do Desenvolvimento Agrário; da Ciência
e Tecnologia; do Meio Ambiente; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e representan-
tes da Anvisa e Fiocruz, com o auxílio de representantes de outros órgãos e entidades. A
PNPMF foi aprovada pelo Decreto Presidencial nº 5.813/2006 (BRASIL, 2009c).
Programação Anual em Saúde
É o instrumento que operacionaliza as intenções expressas no Plano de Saúde. Esse
instrumento deve conter: a definição das ações que, no ano específico, garantirão o al-
cance dos objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Saúde; o estabelecimento
das metas anuais relativas a cada uma das ações definidas; a identificação dos indicadores
que serão utilizados para o monitoramento da Programação; a definição dos responsáveis
e das parcerias; e a definição dos recursos orçamentários necessários ao cumprimento da
Programação (BRASIL, 2009c).
Programação das Ações Prioritárias da Vigilância em Saúde (PAP-VS)
Define atividades e metas que visam a fortalecer o SNVS, tendo como premissas o
aumento da capacidade do município para assumir as atividades de notificação, investiga-
ção e confirmação laboratorial, imunização, sistemas de informação, vigilância ambiental
em saúde, análise de fatores de risco para doenças e agravos não transmissíveis, controle
de doenças e ações de vigilância sanitária; bem como estimular as secretarias estaduais a
cooperar tecnicamente com os municípios e a desenvolver monitoramento e avaliação das
atividades programadas. Garante ainda que os compromissos assumidos entre os gestores
federais, estaduais e municipais do SUS, na área de Vigilância em Saúde, sejam objeto
de efetiva programação e responsabilização conjunta. Subsidia a melhor distribuição dos
recursos financeiros entre as secretarias estaduais e municipais de saúde e torna suas apli-
cações mais transparentes, facilitando a participação e o controle da sociedade (BRASIL,
2009c).
Programação Pactuada e Integrada (PPI)
Processo de programação da atenção à saúde e alocação de recursos da assistência à
saúde que deve ser realizado pelos estados e municípios brasileiros. Envolve a definição, a
negociação e a formalização de pactos entre os gestores, com o objetivo de estabelecer,
de forma transparente, os fluxos assistenciais das redes regionalizadas e hierarquizadas de

58 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


serviços, bem como os limites financeiros destinados a cada município, explicitando as par-
celas destinadas à assistência da população e as referências recebidas de outros municípios.
É, portanto, uma etapa do planejamento em saúde que agrega funções de alocação de
recursos e reorganização das redes de atenção, concretizando as diretrizes e prioridades
expressas nos processos e instrumentos gerais de planejamento, tais como: planos de
saúde, planos plurianuais de saúde e outros. Embora, até o momento, a PPI tenha se res-
tringido a recursos federais de custeio, pretende-se que passe a englobar recursos próprios
dos estados e dos municípios (BRASIL, 2009c).
Programa de Medicamentos de Alto Custo
Criado em 1993, com a denominação de Programa de Medicamentos de Dispensação
Excepcional, este Programa representa a consolidação de várias ações políticas iniciadas
a partir de 1971. O Programa foi concebido com a prerrogativa de garantir o acesso da
população a medicamentos importados para o tratamento de doenças de rara incidên-
cia. Historicamente, os marcos regulatórios do programa eram as Portarias MS/SAS nº
409/1999, MS/GM nº 1.481/1999, MS/GM nº 1.318/2002, MS/SAS nº 921/2002, MS/SAS
nº 203/2005, MS/GM nº 445/2006, MS/GM nº 562/2006, além das portarias de publica-
ção dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). O Programa está em con-
sonância com as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Medicamentos, a Política
Nacional de Assistência Farmacêutica e o Pacto pela Saúde; e considera também a pactu-
ação da reunião da CIT, de 5 de outubro de 2006, que estabeleceu um novo marco com
a publicação, em 30 de outubro de 2006, da Portaria MS/GM nº 2.577. Esse instrumento
regulamentou o Componente de Medicamentos de Dispensação Excepcional (CMDE) e
revogou todas as portarias vigentes, exceto as que publicaram os PCDTs. A Portaria MS/
GM nº 2.577/2006 caracterizou-se como uma estratégia da Política de Assistência Farma-
cêutica, que teve por objetivo disponibilizar medicamentos no âmbito do SUS para trata-
mento dos agravos inseridos nos seguintes critérios: doença rara ou de baixa prevalência,
com indicação de uso de medicamento de alto valor unitário ou que, em caso de uso
crônico ou prolongado, seja um tratamento de custo elevado; doença prevalente, com uso
de medicamento de alto custo unitário ou que, em caso de uso crônico ou prolongado,
seja um tratamento também de custo elevado, desde que haja tratamento previsto para o
agravo no nível da atenção básica, ao qual o paciente apresentou necessariamente intole-
rância, refratariedade ou evolução para quadro clínico de maior gravidade, ou ainda, se o

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 59


diagnóstico ou estabelecimento de conduta terapêutica para o agravo estiverem inseridos
na atenção especializada. (BRASIL, 2009c). A Portaria MS/GM nº 1.554/2013, que dispõe
sobre as regras de financiamento e execução do Componente Especializado da Assistência
Farmacêutica no âmbito do SUS, é atualmente a norma que regulamenta o programa de
medicamentos de alto custo.
Programa Aqui tem Farmácia Popular
Política pública com o objetivo de ampliar o acesso da população a medicamentos
essenciais. O Programa destina-se ao atendimento igualitário de pessoas, usuárias ou não,
dos serviços públicos de saúde, mas principalmente daquelas que utilizam os serviços pri-
vados de saúde, e que têm dificuldades em adquirir medicamentos prescritos. Atualmente,
o Programa “Aqui tem Farmácia Popular” funciona por meio do credenciamento de far-
mácias e drogarias comerciais, aproveitando a dinâmica da cadeia farmacêutica (produção
x distribuição x varejo). São oferecidos medicamentos gratuitos para hipertensão (pressão
alta), diabetes e asma, além de medicamentos com até 90% de desconto indicados para
dislipidemia (colesterol alto), rinite, Parkinson, osteoporose e glaucoma. Ainda pelo sistema
de copagamento, o Programa oferece anticoncepcionais e fraldas geriátricas.
Programa Nacional de DST/Aids (PN-DST/Aids)
O PN-DST/Aids tem como missão reduzir a incidência de HIV/Aids e melhorar a quali-
dade de vida das pessoas que vivem com HIV/Aids. Para isso, formula políticas, diretrizes e
estratégias que orientam ações de promoção à saúde, de prevenção e de assistência. Para
expandir a qualidade e o acesso às intervenções, busca-se a ampliação das ações de pre-
venção, a inserção dos grupos mais vulneráveis nas redes de atenção, o acesso aos insumos
(preservativos, gel lubrificante, kits de redução de danos) e a implementação de serviços de
referência em assistência. Na área de diagnóstico, as ações visam à detecção precoce da in-
fecção pelo HIV, assim como o monitoramento da infecção e a garantia de uma avaliação da
qualidade do diagnóstico laboratorial. Importante, também, é a rede de vigilância epidemio-
lógica do vírus e a capacitação de profissionais de saúde. Em relação aos direitos humanos,
o PN-DST/Aids tem atuado historicamente em parceria com movimentos sociais e Organi-
zações da Sociedade Civil (OSC) na execução de ações para o enfrentamento da epidemia.
Destaca-se o desenvolvimento de projetos nas áreas de assessoria jurídica para a garantia
dos direitos humanos de pessoas que vivem com HIV e Aids, entre outros (BRASIL, 2009c).

60 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde)
O MS, por meio da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SG-
TES), o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Superior (SESU), e o
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) instituíram o
Pró-Saúde. O Programa intenciona, com incentivos às Instituições de Educação Superior
(IES) e às Secretarias de Saúde, promover transformações na formação em saúde, geração
de conhecimentos e prestação de serviços à população, para abordagem integral do pro-
cesso saúde-doença. O Programa tem três eixos: orientação teórica, orientação pedagó-
gica e cenários de prática (inserção dos estudantes na rede pública de serviços de saúde),
sendo este último seu eixo central. Destacam-se, entre seus objetivos: 1) reorientar o
processo de formação, inicialmente nos cursos de Enfermagem, Medicina e Odontologia,
de modo a oferecer à sociedade profissionais habilitados para responder às necessidades
da população brasileira, de acordo com os princípios e diretrizes do SUS; 2) estabelecer
mecanismos de cooperação entre os gestores do SUS e as IES, visando à melhoria da
qualidade e à maior resolutividade da atenção prestada, com base na integração da rede
pública de serviços de saúde e dos profissionais de saúde, na graduação e na educação
permanente; 3) incorporar, no processo de formação na área da Saúde, a abordagem in-
tegral do processo saúde-doença e a promoção da saúde; e 4) ampliar a duração da prática
educacional na rede pública de serviços de saúde. Inicialmente, três áreas foram contempla-
das no Pró-Saúde: Enfermagem, Medicina e Odontologia, cujas profissões fazem parte das
equipes de SF. Foram selecionados, por meio de edital público, 90 projetos, com impacto
inicial sobre aproximadamente 46 mil estudantes de graduação da área da Saúde no país. A
Portaria MS/MEC nº 3.019/2007 amplia o Programa para os demais cursos de graduação da
área da Saúde, além dos cursos de Medicina, Enfermagem e Odontologia, já tendo ocorrido
a seleção de novos projetos conjuntos de IES e secretarias de saúde. O Pró-Saúde se pro-
põe a desempenhar um papel indutor na transformação dos processos formativos no país,
em consonância com as diretrizes do SUS, de modo a conferir direcionalidade ao processo
de mudança na graduação e facilitar a consecução dos objetivos propostos, em busca de
uma atenção à saúde mais equânime, resolutiva e de qualidade (BRASIL, 2009c).
Propaganda de medicamentos
A Anvisa é responsável pelo monitoramento da propaganda de medicamentos no Bra-
sil. Atualmente, a propaganda, a publicidade, a promoção e informação de medicamentos

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 61


são regulamentadas pela RDC Anvisa nº 96/2008, que define critérios distintos para a pro-
paganda de medicamentos de venda livre e controlados, além de proibir frases e imagens
que induzam ao consumo de medicamentos.
Recursos financeiros/liberação
A transferência de recursos financeiros federais para os estados e municípios, em qual-
quer modalidade de financiamento do SUS, é processada pelo FNS, com o apoio de
sistemas operacionais que asseguram a agilidade necessária ao atendimento dos objetivos,
associada à segurança e ao controle que o processo requer. Os sistemas do FNS estão
interligados com o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), do Governo Fe-
deral, com a Imprensa Nacional e com os sistemas operacionais das instituições financeiras
conveniadas, o que dá transparência e visibilidade às movimentações de recursos do SUS,
em âmbito federal (BRASIL, 2009c).
Recursos financeiros/transferências
As ações e serviços de saúde são pactuadas entre a União, estados e municípios e,
geralmente, realizadas pelo município. Excepcionalmente, podem ser realizadas pelo es-
tado e, mais excepcionalmente ainda, pela União. Para tanto, os planos de saúde devem
contemplar os recursos próprios e as necessárias transferências intergovernamentais, re-
passadas de forma regular e automática (inclusive “fundo a fundo”), mediante a celebração
de convênios (BRASIL, 2009c).
Regionalização
Um dos princípios que orientam a organização do SUS definidos pela Constituição
Federal Brasileira e pela Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990). Constitui eixo es-
truturante do Pacto de Gestão do SUS, definido pela CIT, de 26 de janeiro de 2006,
e aprovado pelo CNS, em 9 de fevereiro de 2006, o que evidencia a importância
da articulação entre os gestores estaduais e municipais na implementação de políti-
cas, ações e serviços de saúde qualificados e descentralizados, que possibilitem aces-
so, integralidade e resolutividade na atenção à saúde da população. A regionalização
deve orientar a descentralização das ações e serviços de saúde. Neste processo são
identificadas e constituídas as regiões de saúde – espaços territoriais nos quais serão
desenvolvidas as ações de atenção à saúde objetivando alcançar maior resolutividade
e qualidade nos resultados, assim como maior capacidade de cogestão regional. Os

62 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


principais instrumentos de planejamento da regionalização são o PDR, o PDI e a PPI.
A política de regionalização prevê a formação dos colegiados de gestão regionais que
tenham a responsabilidade de instituir processo de planejamento regional que defina
prioridades e pactue soluções para organizar a rede de ações e serviços de atenção à
saúde das populações locais (BR ASIL, 2009c).
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename)
É a relação definida pelo MS que contempla um elenco necessário de medica-
mentos ao tratamento e controle das principais enfermidades em saúde pública e
nos diversos níveis de atenção no país; sua utilização é fundamental para orientar a
prescrição e a distribuição de medicamentos no SUS. Deve ser a base utilizada na
elaboração das relações de medicamentos estaduais e municipais, de forma a instru-
mentalizar o processo de descentralização, além de orientar e direcionar a produ-
ção farmacêutica. Serve, também, de parâmetro para a Anvisa estabelecer as listas
prioritárias na análise dos processos para concessão de registros de medicamentos
genéricos para o desenvolvimento científico e tecnológico no país. A Rename deve
ser organizada considerando-se as doenças prevalentes e os agravos à saúde mais
relevantes, respeitadas as diferenças regionais do Brasil. É editada pelo MS, por
meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) através da
Comissão Técnica e Multidisciplinar de atualização da Relação Nacional de Medica-
mentos Essenciais (Comare) (BR ASIL, 2009c).
Relatório de gestão
É instrumento que apresenta os resultados alcançados com a execução da Programação
Anual de Saúde. Esse instrumento deve conter: o resultado da apuração dos indicadores; a
análise da execução da programação (física e orçamentária/financeira); e as recomendações
(por exemplo, revisão dos indicadores, reprogramação) (BRASIL, 2009c).
Remédio
É qualquer substância ou recurso como, por exemplo, massoterapia, radioterapia etc., usado
para combater uma moléstia ou manter estado adequado de saúde. O termo “remédio”, apesar
de ser muito usado popularmente como sinônimo de medicamento, não corresponde ao mes-
mo conceito. O termo medicamento deve ser utilizado quando se quer falar especificamente de
uma formulação farmacêutica (contendo um ou vários princípios ativos, denominados fármacos)

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 63


usada para tratar (ou prevenir) uma doença, uma vez que o conceito de medicamento considera
um produto tecnicamente elaborado, o que não ocorre com o termo remédio (BRASIL, 2009c).
Reorientação da Assistência Farmacêutica
Estratégia para a organização da Assistência Farmacêutica dentro dos preceitos do Ci-
clo da Assistência Farmacêutica e que prevê a superação de fragmentação em serviços já
implantados visando à articulação e à integração das diversas áreas que compõem o siste-
ma, estabelecendo-se fluxos na construção de um conjunto articulado que influencia e é
influenciado por cada um de seus componentes (BRASIL, 2009c).
Saúde da criança
A organização da atenção à saúde dirigida a esse segmento (que compreende crianças
do nascimento ao décimo ano de vida) inclui o desenvolvimento de ações que atendem às
necessidades específicas desse público (BRASIL, 2009c).
Saúde da Família (SF)
A Estratégia de Saúde da Família visa à reorganização da Atenção Básica no país, de
acordo com os preceitos do SUS. Além dos princípios gerais da Atenção Básica, a Estra-
tégia Saúde da Família deve: ter caráter substitutivo em relação à rede de Atenção Básica
tradicional nos territórios em que as Equipes de SF atuam; atuar no território, realizando
cadastramento domiciliar, diagnóstico situacional, ações dirigidas aos problemas de saúde
de maneira pactuada com a comunidade onde atua, buscando o cuidado dos indivíduos e
das famílias ao longo do tempo, mantendo sempre postura proativa frente aos problemas
de saúde-doença da população; desenvolver atividades de acordo com o planejamento e
a programação realizados com base no diagnóstico situacional e tendo como foco a família
e a comunidade; buscar a integração com instituições e organizações sociais, em especial
em sua área de abrangência, para o desenvolvimento de parcerias; e ser um espaço de
construção de cidadania (BRASIL, 2009c).
Saúde da Mulher
As políticas do SUS voltadas à saúde da mulher têm por finalidade a responsabilização
do sistema pela promoção da qualidade de vida da população feminina, estimulando esse
segmento a ampliar seus conhecimentos sobre seus direitos, na área da Saúde, e conheci-
mentos sobre sexualidade e cuidados com o corpo. Desenvolvida sob a coordenação da

64 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


Área Técnica de Saúde da Mulher do MS, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher contempla ações de promoção da saúde, prevenção e tratamento dos principais
agravos e problemas de saúde que afetam as mulheres, como o câncer de colo do útero,
câncer de mama, gravidez de alto risco, violência contra a mulher, dentre outros. Em
2004, o MS lançou o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal,
cuja meta principal é reduzir em pelo menos 15% os índices de mortes de mulheres e
de bebês com até 28 dias de vida, até o final de 2007. O MS tem uma série de ações na
área da Saúde da Mulher, em parceria com outros departamentos e áreas técnicas, para
realização de projetos especiais como Saúde da População Indígena (Funasa), DST/Aids,
Saúde da Mulher Trabalhadora (SGTES e Área Técnica de Saúde do Trabalhador). Possui
também parceria com outros ministérios para desenvolvimento de programas e projetos,
como Saúde da Mulher Negra (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade
Racial - SEPPIR) e Violência contra a Mulher (Secretaria Especial de Políticas para Mulheres
e Secretaria Nacional de Segurança Pública) (BRASIL, 2009c).
Saúde da população idosa
Política que objetiva, no âmbito do SUS, garantir atenção integral à saúde da população
idosa, enfatizando o envelhecimento familiar, saudável e ativo e fortalecendo o protago-
nismo dos idosos no Brasil (Portaria MS/GM nº 2.598/2006). São diretrizes importantes
para a atenção integral à saúde do idoso: 1) promoção do envelhecimento saudável; 2)
manutenção e reabilitação da capacidade funcional; 3) apoio ao desenvolvimento de cuida-
dos informais. O envelhecimento saudável compreende ações que promovem modos de
viver favoráveis à saúde e à qualidade de vida, orientados pelo desenvolvimento de hábitos
como: alimentação adequada e balanceada, prática regular de exercícios físicos, convi-
vência social estimulante, busca de atividades prazerosas e/ou que atenuem o estresse,
redução dos danos decorrentes do consumo de álcool e tabaco e diminuição significativa
da automedicação. Promover o envelhecimento saudável significa, entre outros fatores,
valorizar a autonomia e preservar a independência física e psíquica da população idosa,
prevenindo a perda de capacidade funcional ou reduzindo os efeitos negativos de eventos
que a ocasionem. Além disso, garantir acesso aos instrumentos diagnósticos adequados,
medicação e reabilitação funcional. É importante qualificar os serviços de saúde para traba-
lhar com aspectos específicos da saúde da pessoa idosa (como a identificação de situações
de vulnerabilidade social, a realização de diagnóstico precoce de processos demenciais, a

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 65


avaliação da capacidade funcional, etc.). O sistema formal de atenção à saúde precisa atuar
como parceiro da rede de suporte social do idoso (sistema de apoio informal), auxiliando
na otimização do suporte familiar e comunitário e fortalecendo a formação de vínculos de
corresponsabilidade. Cabe, portanto, à gestão municipal da saúde desenvolver ações que
objetivem a construção de uma atenção integral à saúde dos idosos em seu território. No
âmbito municipal, é fundamental organizar as equipes de SF e a atenção básica, incluindo
a população idosa em suas ações (por exemplo: atividades de grupo, promoção da saúde,
hipertensão arterial e diabetes mellitus, sexualidade, DST/Aids). Seus profissionais devem
estar sensibilizados e capacitados a identificar e atender às necessidades de saúde dessa
população (BRASIL, 2009c).
Saúde mental
A prevalência de transtornos mentais é elevada na população brasileira e, em geral,
com peso relevante entre as principais causas de anos de vida saudável perdidos. O Bra-
sil enfrenta o desafio de aumentar a acessibilidade e a qualificação da atenção em saúde
mental de forma paralela e articulada com a transformação do modelo anterior, que se
pautava pela internação em hospitais especializados. Por esse novo modelo, preconizado
pela reforma psiquiátrica, a atenção à saúde mental deve ter base comunitária e territorial,
avançando na redução do número de leitos hospitalares e na expansão da rede de serviços
de atenção diária. A desinstitucionalização da assistência psiquiátrica, a defesa dos direitos
humanos dos portadores de transtornos mentais, o combate ao estigma, o cuidado com a
saúde mental por meio de dispositivos extra-hospitalares e sua inclusão na atenção básica
são algumas das diretrizes da política de saúde mental do SUS (BRASIL, 2009c).
Saúde suplementar
Conjunto de instituições privadas que oferece serviços de atenção à saúde pré ou
pós-pagos (isto é, planos e seguros de saúde). O setor de Saúde Suplementar brasi-
leiro reunia, em 2005, mais de 2 mil empresas operadoras de planos de saúde. Essa
rede prestadora de serviços de saúde atende mais de 37 milhões de beneficiários que
utilizam planos privados de assistência à saúde para realizar consultas, exames ou in-
ternações. A Lei nº 9.961/2000 criou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
com a atribuição de regular, normalizar, controlar e fiscalizar as atividades que garantam
a assistência suplementar à saúde, em todo o território nacional. São finalidades institu-

66 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


cionais da ANS: 1) promover a defesa do interesse público na assistência suplementar
à saúde, pela regulação das operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações com
prestadores de serviço de saúde e com os usuários; 2) contribuir para o desenvolvimen-
to das ações de saúde no país. (BRASIL, 2009c).
Transdisciplinaridade
É um objetivo audacioso e difícil de ser equacionado, pois implica na abertura e articulação de
campos disciplinares e de campos de responsabilidade bastantes distintos entre si. Saber apren-
der e fazer aprendendo são belas recomendações (CAMPOS, 1999).
Unidades da atenção básica
Compõem a estrutura física básica de atendimento aos usuários do SUS. Devem ser
prioridade na gestão do sistema, porque, quando funcionam adequadamente, a comuni-
dade consegue resolver, com qualidade, a maioria dos seus problemas de saúde. A prática
comprova que a atenção básica deve ser sempre prioritária, pois possibilita uma melhor
organização e funcionamento também dos serviços de média e alta complexidade. Estando
bem estruturada, ela reduzirá as filas nos prontos-socorros e hospitais, o consumo abusivo
de medicamentos e o uso indiscriminado de equipamentos de alta tecnologia. Isso porque
os problemas de saúde mais comuns passam a ser resolvidos nas UBS, deixando os am-
bulatórios de especialidades e hospitais cumprirem seus verdadeiros papéis, o que resulta
em maior satisfação dos usuários e utilização mais racional dos recursos existentes. As UBS
podem variar em sua formatação, adequando-se às necessidades de cada região. Podem
ser: 1) unidade de Saúde da Família: unidade pública específica para prestação de assistência
em atenção contínua programada nas especialidades básicas e com equipe multidisciplinar
para desenvolver as atividades que atendam às diretrizes da Estratégia Saúde da Família do
MS. Quando a equipe funcionar em unidade não específica, deverá ser informado o serviço/
classificação; 2) posto de saúde: unidade destinada à prestação de assistência a uma determi-
nada população, de forma programada ou não, por profissional de nível médio, com a pre-
sença intermitente ou não do médico; 3) centro de saúde/unidade básica de saúde: unidade
para realização de atendimentos de atenção básica e integral a uma população, de forma
programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica
e de outros profissionais de nível superior. A assistência deve ser permanente e prestada
por médico generalista ou especialistas nessas áreas. Pode ou não oferecer Serviços Auxi-

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 67


liares de Diagnóstico e Terapia (SADT) realizados por unidades vinculadas ao SUS e pronto
atendimento 24 horas; 4) unidade móvel fluvial: barco/navio, equipado como unidade de
saúde, contendo, no mínimo, um consultório médico e uma sala de curativos, podendo ter
consultório odontológico; 5) unidade terrestre móvel para atendimento médico/odontoló-
gico: veículo automotor equipado, especificamente, para prestação de atendimento ao pa-
ciente; 6) unidade mista: unidade de saúde básica destinada à prestação de atendimento em
atenção básica e integral à saúde, de forma programada ou não, nas especialidades básicas,
podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais, com unidade de inter-
nação, sob administração única. A assistência médica deve ser permanente e prestada por
médico especialista ou generalista; 7) ambulatórios de unidade hospitalar geral: o município
deve garantir em seu orçamento recursos para a construção, ampliação e reforma das suas
unidades. O MS destina, anualmente, via convênios (Fundo Nacional de Saúde), recursos
que podem ser utilizados para esse fim (BRASIL, 2009c).
Uso Racional de Medicamentos
Essa expressão corresponde à adequada utilização dos medicamentos, no momento
em que o paciente o recebe para a sua necessidade clínica em questão, na dose, posologia
e duração corretas por um período de tempo adequado e suficiente para a resolubilidade
da situação clínica, ao menor custo para esse paciente e para a comunidade. O MS criou,
por meio da Portaria MS/GM nº 1.956/2006, o Comitê Nacional para a Promoção do
Uso Racional de Medicamentos, vinculado ao Departamento de Assistência Farmacêutica
e Insumos Estratégicos (DAF) da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
O Comitê tem o papel de coordenar todas as proposições e ações voltadas para a promo-
ção do uso racional de medicamentos no SUS. A coordenação do Comitê será conduzida
pelo DAF, Anvisa e Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Compõem o Comitê as
seguintes instituições: CNS, Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), Conselho Federal
de Medicina (CFM), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Conselho Federal de Odonto-
logia (CFO), Federação Nacional dos Farmacêuticos e Federação Nacional dos Médicos
(BRASIL, 2009c).
Vigilância em saúde
A vigilância em saúde abrange as seguintes atividades: a vigilância das doenças transmis-
síveis, a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de risco, a

68 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


vigilância ambiental em saúde e a vigilância da situação de saúde. A adoção do conceito de
vigilância em saúde procura simbolizar uma abordagem nova, mais ampla do que a tradi-
cional prática de vigilância epidemiológica (BRASIL, 2009c).
Vigilância sanitária
A vigilância sanitária é um conjunto de ações legais, técnicas, educacionais, de pes-
quisa e de fiscalização que exerce o controle sanitário de serviços e produtos para o
consumo que apresentem potencial risco à saúde e ao meio ambiente, visando à pro-
teção e à promoção da saúde da população. O campo de atuação da vigilância sanitá-
ria é amplo. Tem por responsabilidade o controle sanitário sobre medicamentos, ali-
mentos e bebidas, saneantes, equipamentos e materiais médico-odonto-hospitalares,
hemoterápicos, vacinas, sangue e hemoderivados, órgãos e tecidos humanos para uso
em transplantes, radioisótopos e radiofármacos, cigarros, assim como produtos que
envolvam riscos à saúde, obtidos por engenharia genética. Exerce também o controle
sanitário dos serviços de saúde, portos, aeroportos e fronteiras, das instalações físicas
e equipamentos, tecnologias, ambientes e processos envolvidos em todas as fases de
produção desses bens e produtos e mais o controle da destinação de seus resíduos,
do transporte e da distribuição dos produtos referidos. A vigilância sanitária é parte
do SUS. A Anvisa é a instância federal do SNVS e, como tal, formuladora de políticas
e coordenadora desse subsistema do SUS. Em todos os estados brasileiros existem
unidades específicas – coordenações, departamentos ou similares – que executam,
implementam e orientam as ações de vigilância sanitária. O mesmo ocorre em muitos
municípios brasileiros (BR ASIL, 2009c).
VigiSUS/projeto
O projeto VigiSUS II visa a fortalecer as ações de vigilância de doenças no país,
assim como a capacidade de gestão dos estados e municípios nessa área. É financiado
com recursos do Banco Mundial e do governo brasileiro. O projeto viabiliza a reali-
zação de análises de situação de saúde da população, a fim de subsidiar a implantação
de políticas públicas para a redução de casos, mortes e fatores de risco das doenças
e desigualdades em saúde, além do subsistema nacional de vigilância das doenças e
agravos não transmissíveis. Além disso, também estão contempladas ações de vigi-
lância epidemiológica e controle de doenças, saúde ambiental e fortalecimento da

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 69


capacidade de gestão. Os campos de aplicação dos recursos serão: infraestrutura,
capacitação, desenvolvimento científico e tecnológico e programas de educação e
comunicação em saúde (BR ASIL, 2009c).
Zoonoses
São infecções ou doenças infecciosas transmissíveis, sob condições naturais, de homens
a animais, e vice-versa. A higiene e o cuidado com os animais domésticos, como pássaros,
cães e gatos, são ações importantes para evitar a proliferação de zoonoses. A vacinação anu-
al de cães e gatos é fundamental para o controle da raiva, uma importante zoonose trans-
mitida pela mordida, arranhão ou lambedura de animais contaminados (BRASIL, 2009c).

70 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


LEGISLAÇÃO

ŠŠ Constituição Federal de 1988;


ŠŠ Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe sobre o Controle Sanitário do
Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras
Providências;
ŠŠ Lei nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, que dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que
ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos,
Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências;
ŠŠ Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977, que configura infrações à legislação sanitária
federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a pro-
moção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos servi-
ços correspondentes e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comuni-
dade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergover-
namentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Cons-
tituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá
outras providências;
ŠŠ Lei nº 8.883, de 8 de junho de 1994, que altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, que define o Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 9.787, de 10 de fevereiro de 1999, que altera a Lei no 6.360, de 23 de setembro
de 1976, que dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico,
dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras
providências;

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 71


ŠŠ Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, que dispõe sobre a aquisição de produtos
para a implementação de ações de saúde no âmbito do Ministério da Saúde;
ŠŠ Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, que institui, no âmbito da União, Estados, Dis-
trito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,
modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns,
e dá outras providências;
ŠŠ Lei nº 13.021, de 08 de agosto de 2014, que dispõe sobre o exercício e a fiscalização
das atividades farmacêuticas.
ŠŠ Decreto SES/SP nº 12.342, de 27 de setembro de 1978, que aprova o Regulamento
a que se refere o artigo 22 do Decreto-Lei 211, de 30 de março de 1970, que dispõe
sobre normas de promoção, preservação e recuperação da saúde no campo de com-
petência da Secretaria de Estado da Saúde.
ŠŠ Lei Estadual nº 10.083, de 23 de setembro de 1998, que dispõe sobre o Código Sani-
tário do Estado;
ŠŠ Lei Estadual nº 10.145, de 23 de dezembro de 1998, que altera a Lei n. 10.083, de
23/09/1998, que dispõe sobre o Código Sanitário do Estado;
ŠŠ Portaria MS/GM nº 1.818, de 2 de dezembro de 1997, que recomenda que nas com-
pras de licitações públicas de produtos farmacêuticos realizadas nos níveis federal, es-
tadual e municipal pelos serviços governamentais, conveniados e contratados pelo sus,
sejam incluídas exigências sobre requisitos de qualidade a serem cumpridas pelos fabri-
cantes e fornecedores desses produtos.
ŠŠ Portaria MS/SVS nº 344, de 12 de maio de 1998, que aprova o Regulamento Técnico
sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial;
ŠŠ Portaria MS/SVS nº 802, de 8 de outubro de 1998, institui o Sistema de Controle e
Fiscalização em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos;
ŠŠ Portaria MS/GM nº 2.510, de 19 de dezembro de 2005, que institui comissão para ela-
boração da política de gestão tecnológica no âmbito do Sistema Único de Saúde - CPGT;
ŠŠ Portaria MS/GM nº 699, de 30 de março de 2006, que regulamenta as Diretrizes Ope-
racionais dos Pactos Pela Vida e de Gestão;
ŠŠ Portaria MS/GM nº 1554, de 30 de julho de 2013, dispõe sobre as regras de financia-

72 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


mento e execução do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica no âmbi-
to do Sistema Único de Saúde (SUS);
ŠŠ Portaria MS/GM nº 1555, de 30 de julho de 2013, que dispõe sobre as normas de finan-
ciamento e de execução do Componente Básico da Assistência Farmacêutica no âmbito
do Sistema Único de Saúde (SUS).
ŠŠ Portaria de Consolidação nº 2, de 28 de setembro de 2017, que consolida normas so-
bre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde.
ŠŠ Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de setembro de 2017, que consolida as normas
sobre o financiamento e transferência dos recursos federais para as ações e os serviços
de saúde do Sistema Único de Saúde.
ŠŠ Norma Operacional Básica – NOB/SUS nº 01/1991, que trata da nova política de finan-
ciamento do Sistema Único de Saúde – SUS para 1991;
ŠŠ Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS/SUS nº 01/2001, que amplia as
responsabilidades dos municípios na Atenção Básica; define o processo de regionaliza-
ção da assistência; cria mecanismos para o fortalecimento da capacidade de gestão do
Sistema Único de Saúde e procede à atualização dos critérios de habilitação de estados
e municípios;
ŠŠ Resolução MS/CNS nº 338, de 6 de maio de 2004, que aprova a Política Nacional
de Assistência Farmacêutica, estabelecida com base nos princípios constantes no anexo
desta portaria.
ŠŠ Resolução MS/CNS nº 453, de 10 de maio de 2012, que aprova as diretrizes para insti-
tuição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde;
ŠŠ RDC Anvisa nº 80, de 11 de maio de 2006, que institui que as farmácias e drogarias po-
derão fracionar medicamentos a partir de embalagens especialmente desenvolvidas para
essa finalidade de modo que possam ser dispensados em quantidades individualizadas
para atender às necessidades terapêuticas dos consumidores e usuários desses produ-
tos, desde que garantidas as características asseguradas no produto original registrado e
observadas as condições técnicas e operacionais estabelecidas nesta resolução;
ŠŠ RDC Anvisa nº 67, de 8 de outubro de 2007, que dispõe sobre Boas Práticas de Mani-
pulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias;

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 73


ŠŠ RDC Anvisa nº 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre Boas Práticas Farmacêu-
ticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização
de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá
outras providências;
ŠŠ RDC Anvisa nº 36, de 26 de julho de 2013, que institui ações para a segurança do pa-
ciente em serviços de saúde e dá outras providências;
ŠŠ RDC Anvisa nº 222, de 28 de março de 2018, que regulamenta as Boas Práticas de
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e dá outras providências.
ŠŠ Resolução CFF nº 357, de 20 de abril de 2001, que aprova o regulamento técnico das
Boas Práticas de Farmácia.
ŠŠ Resolução CFF nº 578, de 26 de julho de 2013, que regulamenta as atribuições técnico-
-gerenciais do farmacêutico na gestão da assistência farmacêutica no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS);
ŠŠ Resolução CFF nº 585, de 29 de agosto de 2013, que regulamenta as atribuições clínicas
do farmacêutico e dá outras providências;
ŠŠ Resolução CFF nº 586, de 29 de agosto de 2013, que regula a prescrição farmacêutica
e dá outras providências;
ŠŠ Resolução CFF nº 596, de 21 de fevereiro de 2014 que dispõe sobre o Código de
Ética Farmacêutica, o Código de Processo Ético e estabelece as infrações e as regras de
aplicação das sanções disciplinares.
ŠŠ Resolução CFF nº 654, de 22 de fevereiro de 2018, que dispõe sobre os requisitos
necessários à prestação do serviço de vacinação pelo farmacêutico e dá outras provi-
dências;
ŠŠ Portaria Secretaria Municipal da Saúde - SMS nº 2.267 de 10 de dezembro de 2015, que
altera o § 3º do art. 3º e substitui o anexo 4 da Portaria SMS.G. 82/2015, que normatiza
a prescrição e a dispensa de medicamentos no âmbito das unidades pertencentes ao
Sistema Único de Saúde - SUS sob gestão municipal.

74 COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA


SITES INTERESSANTES
ŠŠ Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – portal.anvisa.gov.br/
ŠŠ ALFOB – Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil – www.alfob.org.br
ŠŠ BVS – Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde – bvsms.saude.gov.br/
ŠŠ CVS/SP – Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo – www.cvs.saude.
sp.gov.br
ŠŠ CVE/SP – Centro de Vigilância Epidemiológica – www.cve.saude.sp.gov.br
ŠŠ CFF – Conselho Federal de Farmácia – www.cff.org.br
ŠŠ CRF-SP – Conselho Regional de Farmácia de São Paulo – portal.crfsp.org.br/
ŠŠ Conasems - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde - www.conasems.
org.br/
ŠŠ Conass - Conselho Nacional de Secretários de Saúde – www.conass.org.br
ŠŠ Cosems - Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São
Paulo - www.cosemssp.org.br/
ŠŠ MS – Ministério da Saúde – portalms.saude.gov.br/
ŠŠ OMS – Organização Mundial da Saúde – www.who.int
ŠŠ OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde – www.paho.org/bra/
ŠŠ Sinfar – Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo – www.sinfar.org.br
ŠŠ FURP – Fundação para o Remédio Popular – www.furp.sp.gov.br

COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 75


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMERICANA. Secretaria de Saúde de Americana. Visão geral. Disponível em: <http://www.
saudeamericana.com.br/portal/uvisa.php>. Acesso em: 21 jun. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 3.916, de 30 de outubro de


1998. Aprova a Política Nacional de Medicamentos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 10
de nov. 1998. Seção 1, p.18. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/
prt3916_30_10_1998.html>. Acesso em: 20 jun. 2017.

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de 23 de setembro de 1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento genérico,
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COMISSÃO ASSESSORA DE SAÚDE PÚBLICA 81


82 COMISSÃO ASSESSORA DE
TELEFONES
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Avaré: Tel.: (14) 3733.3583 4990.7449
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