Original Protocolo Enfermagem PDF
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2º EDIÇÃO - 2016
2016 - Fundação
Gestão Municipal:
Municipal de Saúde -
FMS
Firmino da Silveira Soares Filho
Todos os direitos
Prefeito Municipal de Teresina
reservados a FMS.
Normas e Manuais Francisco das Chagas de Sá e
Técnicos. Pádua
Presidente da Fundação
Elaboração e Municipal de Saúde – FMS
Distribuição
Fundação Municipal de Smithanny Barros da Silva
Saúde Diretoria de Articulação das
End. Rua 1º de Maio, nº Ações Assistenciais
1530, Bairro Aeroporto.
Telefone: Diretorias Regionais de Saúde -
086.3215.7732 / 7719 DRS
APRESENTAÇÃO ................................................................... 08
CAPÍTULO I
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE
DA CRIANÇA ..............................................................................17
CAPÍTULO II
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE
DO ADOLESCENTE ...................................................................74
CAPÍTULO III
PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
SAÚDE DA MULHER PRÉ-NATAL DE BAIXO RISCO
........................................................................................................ 88
- PREVENÇÃO DE CÂNCER COLO ÚTERO .........................114
- PREVENÇÃO DE CÂNCER DE MAMA ................................130
- CLIMATÉRIO ..........................................................................140
- PLANEJAMENTO REPRODUTIVO .....................................149
CAPÍTULO IV
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE
DO ADULTO - HIPERTENSÃO ARTERIAL .....................164
CAPÍTULO V
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE
DO ADULTO DIABETES MELLITUS .................................191
CAPÍTULO VI
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
PESSOA IDOSA .........................................................................214
CAPÍTULO VII
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO
USUÁRIO EM SAÚDE MENTAL ..........................................239
CAPÍTULO VIII
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA VIGILÂNCIA EM
SAÚDE - DENGUE, TUBERCULOSE, HANSENIASE E
OUTROS AGRAVOS ...............................................................259
CAPÍTULO IX
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM – INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS, AIDS E HEPATITES
VIRAIS .......................................................................................330
CAPÍTULO X
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM ................363
CAPÍTULO XI
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP ........375
ANEXO: PORTARIA Nº 1.294 .............................................. 448
APRESENTAÇÃO
8
de saúde buscando o cuidado e a prestação de serviços ao ser
humano, no contexto individual, familiar, na comunidade e
sociedade em que se insere.
Este documento também é o resultado do trabalho de um
grupo de profissionais visionários que almejam desenvolver com
qualidade a assistência prestada ao usuário, com base solida e
fundamentada na legislação e Constituição Brasileira, e nas
mudanças imprescindíveis para atenção à saúde no modelo da
Clínica Ampliada e das Redes de Atenção à Saúde. E também da
gama de ações necessárias ao desenvolvimento de uma Atenção
Básica de Saúde/SUS com atenção integral, com equidade, de
qualidade e humanizada.
O Protocolo de Enfermagem na Atenção Básica de Saúde e
Ambulatórios foi instituído através da Portaria/FMS nº 1.294 de 2
de outubro de 2012 e poderá passar por revisões a cada dois anos
para que se proceda adequações as leis, portarias e manuais do
Ministério da Saúde / SUS e da Enfermagem.
9
1. O PAPEL DA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA
NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMILIA
10
- Realizar diagnóstico de enfermagem e prescrições das ações e
intervenções de enfermagem de acordo com problemas de
saúde detectados.
- Solicitar exames complementares que são necessários para
avaliação clínica de enfermagem da situação de saúde do
paciente/cliente.
- Prescrever medicamentos conforme padronização deste
protocolo, normativas do Ministério da Saúde e/ou portaria
municipal.
- Divulgar para os usuários quanto à importância das consultas
de enfermagem com vistas à prevenção e promoção da saúde,
recuperação e reabilitação, em todo o ciclo da vida.
- Estimular a adesão ao agendamento das consultas em
conformidade com padrões determinados em manuais do
Ministério da Saúde e estipuladas pela equipe.
- Realizar a escuta qualificada e avaliação minuciosa,
detectando riscos.
- Identificar situações de risco e vulnerabilidades da pessoa,
família e comunidade.
- Identificar dúvidas e dificuldades procurando esclarecê-las.
- Avaliar a pessoa em todo seu ciclo vital buscando solucionar
problemas através da escuta qualificada e de encaminhamentos
aos demais profissionais da equipe de saúde e serviços de
referências.
- Identificar os faltosos dos programas e solicitar a busca ativa
pelo Agente Comunitário de Saúde (ACS).
11
- Verificar estado vacinal dos usuários do Sistema único de
Saúde (SUS).
- Encaminhar e/ou administrar as vacinas conforme o calendário
do Programa Nacional de imunização (PNI).
- Encaminhar usuários para o serviço de odontologia da
unidade, se necessário.
- Realizar encaminhamentos para médico da ESF e
especialidades médicas, se necessário.
- Supervisionar o trabalho dos Auxiliares e Técnicos de
enfermagem e dos Agentes Comunitários de Saúde - ACS.
- Corrigir problemas detectados, bem como planejar, gerenciar
e avaliar as ações desenvolvidas pelos ACS, preferencialmente
em conjunto com os outros membros da equipe/ESF.
12
- Verificar sinais vitais, peso, estatura, perímetro cefálico e
perímetro torácico de acordo com cada caso e necessidade.
- Preencher todos os formulários e fichas de atendimento
necessário ao bom andamento das consultas de enfermagem e
médica.
- Orientar aos usuários sobre os serviços existentes na UBS (sala
de reuniões, SAME, farmácia, vacinas, ferro, vitaminas,
marcação de consultas).
- Executar atividades prescritas pelo enfermeiro com vistas a
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).
2. A CONSULTA DE ENFERMAGEM
A Consulta de Enfermagem consiste em uma
oportunidade de atenção à saúde da criança e adolescente, do
adulto e do idoso. É um momento de acolhimento, interação e
avaliação das condições de saúde e vulnerabilidades na vida
do ser humano em todo o ciclo da vida.
No caso especifico da avaliação das condições de saúde
da criança e da mãe, se destacam a consulta de enfermagem no
aleitamento materno e apoio às dificuldades apresentadas,
aplicação das vacinas para a puérpera e criança, agendamento
da consulta puerperal e de planejamento familiar para a mãe, e
de acompanhamento para a criança sadia – consulta de
puericultura (BRASIL, 2005).
Na consulta permite-se realizar avaliação de acordo
com idade, verificando o crescimento e desenvolvimento
13
adequado para cada idade, fazer o registro nos instrumentos da
SAE e UBS, encaminhamentos para o médico da ESF e/ou
especialidades médicas, ou para psicólogos e nutricionistas,
dentre outros, de acordo com alterações detectadas. Outro
momento da consulta de enfermagem se dá também no
domicílio.
Para o desenvolvimento da Sistematização da
Assistência de Enfermagem e ações de enfermagem com base
científica tem-se como referência a Resolução COFEN nº
358/09, que determina as etapas do Processo de Enfermagem:
1. Coleta de Dados de Enfermagem (Histórico de
Enfermagem), 2. Diagnóstico de Enfermagem, 3.
Planejamento de Enfermagem, 4. Implementação e
5.Avaliação de Enfermagem.
16
CAPÍTULO I
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA
ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA
Autores
Maria de Jesus Lima Almeida
Maria Eliane Martins Oliveira da Rocha
Luís Pires de Sousa
Rogers Pires Lima
1 INTRODUÇÃO
17
A taxa de mortalidade infantil (referente às crianças
menores de um ano) caiu muito nas últimas décadas no Brasil
devido às ações relacionadas ao contexto social, ampliação da
cobertura da Estratégia Saúde da Família e a outros fatores, os
óbitos infantis diminuíram de 47,1 a cada mil nascidos vivos,
em 1990, para 15,6 em 2010 (IBGE, 2010). Porém, a meta de
garantir a toda criança brasileira o direito à vida e à saúde ainda
não foi alcançada, além de persistirem elevadas taxas de
morbimortalidade infantil, principalmente as mortes de
crianças com menos de um ano acontecem no período neonatal
(até 27 dias de vida) e que representam 68,6%, sendo a maioria
no primeiro dia de vida (BRASIL, 2012).
Assim, um número expressivo de mortes por causas
evitáveis por ações dos serviços de saúde – tais como a atenção
pré-natal, ao parto e ao recém-nascido (RN) – faz parte da
realidade social e sanitária de nosso país. Com o objetivo de
nortear uma assistência de enfermagem qualificada e de
reduzir a morbimortalidade infantil este protocolo tem como
referência a Portaria MS Nº 1.130, de 5 de agosto de 2015, que
institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Criança (PNAISC) no âmbito do SUS. A mesma tem por
finalidade promover e proteger a saúde da criança e o
aleitamento materno, mediante a atenção e cuidados integrais
e integrados, com especial atenção à primeira infância e às
populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da
morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com
18
condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.
Nesta nova ótica de atendimento as ações de saúde serão
planejadas segundo as necessidades da criança, família e
comunidade e/ou as queixas apresentadas pelo indivíduo.
(BRASIL, 2015)
Portanto, a promoção da saúde integral da criança e o
desenvolvimento das ações de prevenção de agravos e
assistência são objetivos que, para além da redução da
mortalidade infantil, apontam para o compromisso de se
prover qualidade de vida para a criança, ou seja, que esta possa
crescer e desenvolver todo o seu potencial.
1.1 DIRETRIZES
População Alvo
Crianças de 0 a 9 anos residentes na zona
urbana e rural da cidade de Teresina.
População de Risco / Situações de Vulnerabilidade
Criança residente em área de risco;
Baixo peso ao nascer (menor que 2.500g);
Prematuros (idade gestacional menor que 37
semanas);
Asfixia grave ou Apgar menor que 7 no 5º
minuto de vida;
Crianças internadas ou com intercorrências na
maternidade ou em unidade de assistência ao recém-nascido;
Idade materna menor que 18 anos;
19
RN de mãe com baixa instrução (< 8 anos de
estudo);
História familiar de morte de crianças com
menos de 5 anos de idade;
O ciclo da criança compreende um período da vida do
ser humano onde incidem diferentes ricos de adoecer e morrer,
conforme o momento do crescimento e desenvolvimento e a
inserção social da criança. De um modo geral, a
vulnerabilidade da criança ao agravo de saúde é maior nos dois
primeiros anos de vida, especialmente no primeiro ano de vida,
em função da imaturidade de alguns sistemas e órgãos (sistema
imunológico, sistema neurológico, motor e outros), que vão
passar por intenso processo de crescimento.
Outras situações reconhecidas de vulnerabilidade:
aleitamento materno ausente ou não exclusivo, gestação
gemelar, malformação congênita, mais do que três filhos
morando juntos, ausência de pré-natal, problemas familiares e
socioeconômicos que interfiram na saúde da criança,
problemas específicos da criança que interfiram na sua saúde,
não realização de vacinas, identificação de atraso no
desenvolvimento (PORTO ALEGRE, 2004 apud BRASIL,
2015) e suspeita ou evidência de violência.
Planejar o atendimento sob o enfoque de risco significa
um olhar diferenciado para a criança que estar exposta a
determinada condições, sejam biológicas, ambientais ou
sociais- as chamadas situações de riscos- que a predispõe a
20
uma maior probabilidade de apresentar problemas de saúde ou
mesmo de morrer.
1.2 METAS
- Garantir a Consulta do recém-nascido na primeira semana de
vida - através de visita domiciliar a 100% das crianças;
- Identificar os recém-nascidos com fatores de risco para
morbimortalidade infantil;
- Acompanhar prioritariamente 100% dos recém-nascidos de
risco da área;
- Monitorar o cumprimento do calendário mínimo de
atendimento, para acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança;
- Estimular a prática do aleitamento materno exclusivo até o
sexto mês de vida em 100% das crianças, tendo como
referência a estratégia da “Rede Amamenta Alimenta
Brasil”- EAAB.
- Manter atualizado o esquema vacinal de 100% das crianças da
área de abrangência da unidade;
- Orientar a família quanto a medidas para prevenir acidentes
comuns na infância;
- Trabalhar a prevenção de doenças infectocontagiosas e
doenças carências através de orientações básicas de saúde para
as famílias;
21
- Atuar na prevenção de situação de violência e maus-
tratos à criança referenciando à rede de cuidados e acompanhar
as famílias vítimas deste agravo.
Nesta ótica de atendimento as ações de saúde deverão
ser planejadas segundo as necessidades da criança, família e
comunidade e/ou as queixas apresentadas pelo indivíduo.
22
1.3.2 POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA - PNAISC
Para fins da PNAISC, considera-se:
I - criança: pessoa na faixa etária de 0 (zero) a 9 (nove)
anos, ou seja, de 0 (zero) a 120 (cento e vinte) meses; e
II - primeira infância: pessoa na faixa etária de 0
(zero) a 5 (cinco) anos, ou seja, de 0 (zero) a 72 (setenta e dois)
meses.
Parágrafo único. Para fins de atendimento em serviços
de pediatria no SUS, a PNAISC contemplará crianças e
adolescentes até a idade de 15 (quinze) anos, ou seja, 192
(cento e noventa e dois) meses, sendo este limite etário
passível de alteração de acordo com as normas e rotinas do
estabelecimento de saúde responsável pelo atendimento.
A PNAISC se estrutura em 7 eixos estratégicos, com a
finalidade de orientar e qualificar as ações e serviços de saúde
da criança, considerando os determinantes sociais e
condicionantes para garantir o direito à vida e a saúde
proporcionando a efetivação de medidas que permitam o
nascimento e o pleno desenvolvimento na infância, de forma
saudável e harmoniosa. Bem como a redução das
vulnerabilidades e risco para o adoecimento e outros agravos,
a prevenção das doenças crônicas na vida adulta e da morte
prematura de crianças (BRASIL, 2015).
EIXO I - atenção humanizada e qualificada à gestação,
ao parto, ao nascimento e ao recém-nascido: consiste na
23
melhoria do acesso, cobertura, qualidade e humanização da
atenção obstétrica e neonatal, integrando as ações do pré-natal
e acompanhamento da criança na atenção básica com aquelas
desenvolvidas nas maternidades, conformando-se uma rede
articulada de atenção;
EIXO II - aleitamento materno e alimentação
complementar saudável: estratégia ancorada na promoção,
proteção e apoio ao aleitamento materno, iniciando na
gestação, considerando-se as vantagens da amamentação para
a criança, a mãe, a família e a sociedade, bem como a
importância de estabelecimento de hábitos alimentares
saudáveis;
EIXO III - promoção e acompanhamento do
crescimento e do desenvolvimento integral: consiste na
vigilância e estímulo do pleno crescimento e desenvolvimento
da criança, em especial do "Desenvolvimento na Primeira
Infância (DPI)", pela atenção básica à saúde, conforme as
orientações da "Caderneta de Saúde da Criança", incluindo
ações de apoio às famílias para o fortalecimento de vínculos
familiares;
EIXO IV - atenção integral a crianças com agravos
prevalentes na infância e com doenças crônicas: consiste em
estratégia para o diagnóstico precoce e a qualificação do
manejo de doenças prevalentes na infância e ações de
prevenção de doenças crônicas e de cuidado dos casos
24
diagnosticados, com o fomento da atenção e internação
domiciliar sempre que possível;
EIXO V - atenção integral à criança em situação de
violências, prevenção de acidentes e promoção da cultura de
paz: consiste em articular um conjunto de ações e estratégias
da rede de saúde para a prevenção de violências, acidentes e
promoção da cultura de paz, além de organizar metodologias
de apoio aos serviços especializados e processos formativos
para a qualificação da atenção à criança em situação de
violência de natureza sexual, física e psicológica, negligência
e/ou abandono, visando à implementação de linhas de cuidado
na Rede de Atenção à Saúde e na rede de proteção social no
território;
EIXO VI - atenção à saúde de crianças com deficiência
ou em situações específicas e de vulnerabilidade: consiste na
articulação de um conjunto de estratégias intrassetoriais e
intersetoriais, para inclusão dessas crianças nas redes
temáticas de atenção à saúde, mediante a identificação de
situação de vulnerabilidade e risco de agravos e adoecimento,
reconhecendo as especificidades deste público para uma
atenção resolutiva; e
EIXO VII - vigilância e prevenção do óbito infantil,
fetal e materno: consiste na contribuição para o monitoramento
e investigação da mortalidade infantil e fetal e possibilita a
avaliação das medidas necessárias para a prevenção de óbitos
evitáveis.
25
1.4 AÇÕES ESTRATÉGICAS DA PNAISC
O Art 7º diz - São ações estratégicas do eixo de
atenção humanizada e qualificada à gestação, ao parto, ao
nascimento e ao recém-nascido:
I - a prevenção da transmissão vertical do HIV e da
sífilis;
II - a atenção humanizada e qualificada ao parto e ao
recém-nascido no momento do nascimento, com capacitação
dos profissionais de enfermagem e médicos para prevenção da
asfixia neonatal e das parteiras tradicionais;
III - a atenção humanizada ao recém-nascido
prematuro e de baixo peso, com a utilização do "Método
Canguru";
IV - a qualificação da atenção neonatal na rede de
saúde materna, neonatal e infantil, com especial atenção aos
recém-nascidos graves ou potencialmente graves, internados
em Unidade Neonatal, com cuidado progressivo entre a
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a Unidade de
Cuidado Intermediário Neonatal Convencional (UCINCo) e a
Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru
(UCINCa);
V - a alta qualificada do recém-nascido da maternidade,
com vinculação da dupla mãe-bebê à Atenção Básica, de
forma precoce, para continuidade do cuidado, a exemplo da
estratégia do "5º Dia de Saúde Integral", que se traduz em um
26
conjunto de ações de saúde essenciais a serem ofertadas para a
mãe e bebê pela Atenção Básica à Saúde no primeiro contato
após a alta da maternidade;
VI - o seguimento do recém-nascido de risco, após a
alta da maternidade, de forma compartilhada entre a Atenção
Especializada e a Atenção Básica; e
VII - as triagens neonatais universais.
Art. 8º São ações estratégicas do eixo de aleitamento
materno e alimentação complementar saudável:
I - a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC);
II - a Estratégia Nacional para Promoção do
Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável
no SUS - Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB);
III - a Mulher Trabalhadora que Amamenta (MTA);
IV - a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano;
V - a implementação da Norma Brasileira de
Comercialização de Alimentos para Lactentes, para Crianças
de Primeira Infância, Bicos Chupetas e Mamadeiras
(NBCAL);
VI - a mobilização social em aleitamento materno.
Art. 9º São ações estratégicas do eixo de promoção e
acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento
integral:
I - a disponibilização da "Caderneta de Saúde da
Criança", com atualização periódica de seu conteúdo;
27
II - a qualificação do acompanhamento do crescimento
e desenvolvimento da primeira infância pela Atenção Básica à
Saúde;
III - o Comitê de Especialistas e de Mobilização Social
para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância, no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e
IV - o apoio à implementação do Plano Nacional pela
Primeira Infância.
Art. 10. São ações estratégicas do eixo de atenção
integral a crianças com agravos prevalentes na infância e
com doenças crônicas:
I - a Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância (AIDPI);
II - a construção de diretrizes de atenção e linhas de
cuidado; e
III - o fomento da atenção e internação domiciliar.
Art. 11. São ações estratégicas do eixo de atenção
integral à criança em situação de violências, prevenção de
acidentes e promoção da cultura de paz:
I - o fomento à organização e qualificação dos serviços
especializados para atenção integral a crianças e suas famílias
em situação de violência sexual;
II - a implementação da "Linha de Cuidado para a
Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e suas
Famílias em Situação de Violência";
28
III - a articulação de ações intrassetoriais e
intersetoriais de prevenção de acidentes, violências e
promoção da cultura de paz; e
IV - o apoio à implementação de protocolos, planos e
outros compromissos sobre o enfrentamento às violações de
direitos da criança pactuados com instituições governamentais
e não-governamentais, que compõem o Sistema de Garantia de
Direitos.
Art. 12. São ações estratégicas do eixo de atenção à
saúde de crianças com deficiência ou em situações
específicas e de vulnerabilidade:
I - a articulação e intensificação de ações para inclusão
de crianças com deficiências, indígenas, negras, quilombolas,
do campo, das águas e da floresta, e crianças em situação de
rua, entre outras, nas redes temáticas;
II - o apoio à implementação do protocolo nacional
para a proteção integral de crianças e adolescentes em situação
de risco e desastres; e
III - o apoio à implementação das diretrizes para
atenção integral à saúde de crianças e adolescentes em situação
de trabalho infantil.
Art. 13. Os comitês de vigilância do óbito materno,
fetal e infantil em âmbito local são ações estratégicas do
eixo de vigilância e prevenção do óbito infantil, fetal e
materno.
29
1.5 COMPROMISSO DA UBS.
Identificação e priorização do atendimento da
criança de alto risco.
Incentivo ao aleitamento materno.
Verificação dos testes de triagem neonatal.
Aplicação e orientação sobre as vacinas do
esquema básico.
Orientação sobre amamentação e alimentação
saudável.
Acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento.
Atendimento aos agravos de saúde.
33
crianças de risco ou não, até os 2 anos de idade (PANPANICH;
GARNER, 2008).
E se algumas crianças necessitarem de maior atenção - deve
ser vistas com maior frequência e/ou serem referenciadas ao
atendimento médico especializado.
Nas consultas de enfermagem entre os 2 e os 10 anos de
idade, deve-se aferir o peso e a altura e plotá-los no gráfico
nas consultas realizadas. A altura para a idade é o melhor
indicador de crescimento da criança e, no Brasil, representa o
déficit antropométrico mais importante. Recomenda-se a
plotagem de peso, estatura/comprimento nas curvas de IMC
por idade e gênero desde o nascimento (LYNCH; WANG;
WILCKEN, 2000). O índice de massa corporal (IMC) teve
seu uso validado em crianças como bom marcador de
adiposidade e sobrepeso, além do fato de que seu valor na
infância pode ser preditivo do IMC da vida adulta (TANAKA
et al., 2001 apud BRASIL 2012, p.63).
Importante na Consulta de Enfermagem á criança realizar
avaliação de acordo com idade verificando o crescimento e
desenvolvimento adequado para cada idade, registrando dados
no cartão ou caderneta da criança e fazendo encaminhamentos
de acordo alterações detectadas.
Visitas domiciliares devem ser realizadas para crianças que
apresentaram alterações no estado de saúde e/ou em caso de
faltosos às consultas de rotina.
34
4. SOLICITAÇÃO DE EXAMES
COMPLEMENTARES
Os exames complementares são como o próprio nome
diz, complementares à consulta, visando ao estabelecimento de
diagnósticos que a anamnese e o exame físico não são capazes
de estabelecer isoladamente. Durante o acompanhamento de
puericultura, podem surgir intercorrências que demandem a
solicitação de exames complementares. Poderão ser
solicitados durante a realização da Consulta de Enfermagem
os exames especificados no quadro 1.
Hemograma:
Solicitar em caso de dúvidas em relação à situação
clínica da criança; avaliar o grau da palidez palmar e mucosa.
Em casos de crianças com história anterior de anemia.
35
Parasitológico de Fezes (PPF).
Solicitar nas diarreias frequentes; suspeita de
infestações por parasitas ou infecções intestinais recorrentes;
fezes com presença de muco ou sangue.
A reavaliação laboratorial complementar mínima é de
caráter anual, mas depende também da avaliação clínica de
enfermagem à criança e sua idade.
5. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
A Prescrição de medicamentos pelo enfermeiro no
atendimento a criança pode ser realizada de acordo com
avaliação clínica de enfermagem a ser realizada nas consultas
de enfermagem e conforme quadro a seguir.
36
Quadro 2 – Tratamento medicamentoso
MEDICAMENTOS INDICAÇÕES DOSES ADMINISTRAÇÃO
Acetaminofem/ Antitérmico e 1 gota por Kg de Via oral, até 4 vezes/dia (gotas
Paracetamol gotas (200 analgésico peso (máximo de ou comprimido).
mg/ml) / Comprimido 40 gotas por
(500mg) dose)
Dipirona gotas (500mg/ml) / Antitérmico e 1 gota /2kg/ dose
Via oral, até 4 vezes ao dia;
solução oral / Comprimidos analgésico Gotas - dose máxima por dia:
(500mg) * 60 gotas até 6 anos, 120 gotas
de 6 a 12 anos e 160 gotas para
maiores de 12 anos.
Ibuprofeno (50mg/ml – Febre e dores leves e Uso oral, adulto Via oral
suspensão oral) / Comprimido moderadas, associadas a e pediátrico
(200, 300 ou 600mg) gripes e resfriados, dor
de garganta, cabeça,
dente, nas costas,
cólicas
menstruais, dores
musculares e outras.
37
MEDICAMENTOS INDICAÇÕES DOSES ADMINISTRAÇÃO
Permetrina - Loção 1% (10 Escabiose Aplicar loção Aplicação local à noite; Lavar
mg/g) / 5% (50 mg/g) ** Pediculose após 8 -12 h; Pode ser usada a
partir de 2 meses
Aplicar loção Aplicar loção por 10 a 15
minutos por 3 dias seguidos;
Repetir após 7 dias
Permanganato de potássio Anti-séptico. Adultos e Tópico – Banho, higiene local
100mg – Tópico Limpeza e Crianças: ou compressas úmidas
desodorização de dissolver um
feridas e úlceras. Evitar comprimido de
infecção bacteriana 100 mg em 1
secundária das lesões; litro de água
morna.
Banho – diluir 1
comprimido de
100mg de
permanganato de
potássio para 4
litros de água
morna.
38
MEDICAMENTOS INDICAÇÕES DOSES ADMINISTRAÇÃO
Nistatina 100.000 UI/ml – Monilíase oral ½ conta-gotas Via oral
suspensão oral em cada canto da 4 x dia durante 7 dias
boca
Nistatina Creme Moniliase e Dermatite Aplicar na Uso tópico - após a troca de
Cetoconazol 2% - Creme perineal região perineal fraldas e higiene prévia
Neomicina / Bacitracina Infecções locais Aplicação local Uso tópico
Pomada
Dexametaxona Anti-inflamatório e Uso adulto e Uso tópico - o acetato de
pomada/creme 1mg/g (0,1%) antipruriginoso tópico pediátrico – dexametasona atua no alívio da
utilizado no tratamento aplicação local coceira e dos sintomas de
de muitas formas de inflamação.
dermatoses.
Sais de reidratação oral Doença diarreica Pó para solução Via oral
(27,9g) oral – Uso
conforme norma
Solução fisiológica nasal Obstrução nasal Solução nasal – Local
(cloreto de sódio 0,9% - Uso de ½ conta-
9mg/ml) gotas em cada
narina antes das
mamadas
39
MEDICAMENTOS INDICAÇÕES DOSES ADMINISTRAÇÃO
Sulfato ferroso Profilático; 1 mg/kg/dia a Via oral;
xarope (5mg/ml); Solução Palidez palmar leve e/ou
partir do 4º/6º Verificar orientações na Figura
oral (25mg/ml); gotas (1 mg = Hb: 10 a 11 g/dl mês, após inicio 1 em anexo no final deste
1 gota) do desmame até capítulo.
2 anos de idade.
Vitaminas A Profilático Cápsulas de Via oral
Criança de 6 -11 meses 100.000 UI;
(100.000 UI); Cápsulas de
Criança de 12 a 59 200.000 UI:
meses (200.000 UI) 1 Dose de 6 / 6
meses
Albendazol (40 mg/ml e Amebíase, Enterobíase, Suspensão e Via oral
400mg) Oxiuríase, Giardíase e comprimidos
Mebendazol suspensão oral Ascaridíase
(20mg/ml e 100 mg) ****
Metronidazol suspensão oral
(40mg/ml), Comprimidos
(250 e 400 mg)
Fonte de referência: RENAME, 2014; REMUME, 2015.
40
* Crianças menores de 3 meses de idade ou pesando
menos de 5 kg não devem ser tratadas com dipirona sódica.
Doses maiores, somente a critério médico.
** Usar com cautela em menores de 2 anos.
*** Prescrição dos medicamentos do quadro 2 pelo
enfermeiro devem ser aceitos em toda a rede do município e
em farmácias populares que recebem prescrições do SUS.
****Não use mebendazol em crianças com menos de 1
ano de idade.
6. ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
41
sensibilização do cliente orientando quanto aos fatores de
riscos e preventivos associados, prescrição de intervenções e
cuidados de enfermagem.
43
Suspender fraldas descartáveis; Lavar as fraldas com sabão
neutro;
Usar nistatina creme após cada troca de fralda por 5 dias;
Usar cremes a base de óxido de zinco.
Avaliação de Enfermagem: retorno após 5 dias. Melhora do
quadro: Alta
OBS.: Avaliar outras dermatites e se o eritema for muito
intenso encaminhar para avaliação médica. Ver também
manual AIDPI Neonatal.
6. Miliária (Brotoeja) – Erupção cutânea causada pela
retenção de suor na pele com consequente formação de
vesículas. Localizam-se, frequentemente, em áreas de flexão
da pele (pescoço, axilas e virilhas), região frontal e dorso.
Os RNs podem apresentar miliária nos dias mais quentes,
durante processos febris ou situações que favoreçam sudorese
intensa.
Cuidados de Enfermagem: manter o bebê em local ventilado,
usar roupas leves, evitar banhos muito quentes ou sabonetes
em excesso, dar preferência a sabonetes neutros.
Avaliação de Enfermagem: retorno após 7 dias. Não melhora
do quadro – consulta médica.
7. Nódulo mamário - Ocorre em ambos os sexos devido a
presença de excesso de hormônio feminino.
Cuidados de Enfermagem: não existem medidas terapêuticas,
desaconselha-se expressão da mama, se houver sinais de
inflamação encaminhar para pediatra.
44
8. Dermatite seborreica - Descamação oleosa do couro
cabeludo e eritema difuso constituindo a crosta láctea.
Cuidados de Enfermagem: remover as escamas com óleo de
amêndoas, vaselina liquida, utilizando pente fino e, se
necessário consultar pediatra.
9. Granuloma Umbilical - Cicatrização incompleta do coto
umbilical.
Cuidados de Enfermagem: higiene com álcool 70%, 4 vezes
ao dia;
Tratamento médico - cauterização do coto com nitrato de prata
em bastão.
10. Constipação fisiológica - Característico em recém-
nascidos com aleitamento materno exclusivo.
Cuidados de Enfermagem: Orientação à mãe: Amamentar ao
seio; Respeitar o horário de amamentação, buscando sempre
uma periodicidade (2/2 horas ou 3/3 horas.);
A mãe que amamenta deve beber boa quantidade de líquidos
diariamente (cerca de 4 litros).
11. Constipação por uso de leite artificial - É a eliminação
de fezes de consistência endurecida, em pequenos volumes,
ocasionando grande esforço por parte da criança e dor,
independente do intervalo entre as evacuações.
- O Uso do leite artificial, quando necessário, fora das
concentrações recomendadas pelo pediatra ou fabricante e a
adição de "engrossantes" ao leite artificial podem causar a
constipação.
45
Cuidados de Enfermagem: hidratação oral com água filtrada e
fervida nos intervalos das mamadas, em pequenos volumes.
12. Diarreia - Pode ser definida como um aumento no número
de evacuações ou uma diminuição na consistência das fezes. A
severidade da diarreia pode variar muito, sendo o aumento da
frequência das evacuações o seu maior indicador. Os sintomas
de diarreia e vômito são comuns nas crianças e podem causar
a desidratação, sendo necessário oferecer água em pequena
quantidade, várias vezes ao dia. Para combater a desidratação,
deve-se fazer uso de sais de reidratação oral.
Cuidados de Enfermagem: Os bebês devem continuar sendo
amamentados ou tomar mamadeira. Nas crianças maiores,
boas opções de alimentos são as papinhas de arroz, arroz
cozido, frango ou peixe cozido, banana, maçã e sopas.
- Seguir Manuais AIDPI / Plano A e B.
13. Tosse ou dificuldade para respirar
- Orientar cuidados. Seguir Manuais do AIDPI.
14. Escabiose (em crianças maiores de 1 ano) - Doença
altamente infecciosa causada pelo parasita Sarcoptes scabiei,
transmissível pelo contato íntimo entre pessoas ou mesmo
através das roupas. Esse parasita se alimenta da queratina, ou
seja, proteína que constitui a camada superficial da pele.
Depois do acasalamento, a fêmea põe os ovos (seis em média
por fêmea) que eclodem após duas semanas. As lesões mais
comuns ocorrem entre os dedos das mãos e é, especialmente,
a mão que serve de veículo para levar a escabiose a outros
46
pontos do corpo, principalmente coxas, nádegas, axilas,
cotovelo.
Cuidados de Enfermagem:
- Orientar que a transmissão se dá por contato pessoal, por uso
de roupas e objetos de uso pessoal; higiene pessoal.
- Tratamento simultâneo dos comunicantes do núcleo familiar
e se possível da escola.
Para tratamento medicamentoso seguir quadro com
medicamentos estabelecido neste protocolo e portaria
municipal.
Avaliação de Enfermagem: retorno após 3 a 5 dias.
15. Pediculose (em crianças maiores de 1 ano) - A
pediculose da cabeça é uma doença parasitária, causada pelo
Pediculus humanus var. capitis, vulgarmente chamado de
piolho da cabeça. Atinge todas as classes sociais, afetando
principalmente crianças em idade escolar e mulheres. É
transmitida pelo contato direto interpessoal ou pelo uso de
objetos como bonés, gorros, escovas de cabelo ou pentes de
pessoas contaminadas. A doença tem como característica
principal a coceira intensa no couro cabeludo, com a coçadura
das lesões pode ocorrer a infecção secundária por bactérias,
levando, inclusive, ao surgimento de glânglios no pescoço.
Cuidados de Enfermagem:
- Orientar hábitos adequados de higiene;
- Lavar cabelos pela manhã, secar bem, aplicar solução de
vinagre morno diluído em partes iguais (1:1); deixar agir por
47
20 a 30 minutos e pentear os cabelos com pente fino com
objetivo de remover as lêndeas; Orientar cuidados com os
olhos.
- Lavar roupas de uso pessoal e de cama com água quente ou
lavar e depois passar ferro, além de higienizar chapeis e bonés
de uso pessoal.
Para tratamento medicamentoso seguir quadro com
medicamentos estabelecido neste protocolo.
Avaliação de Enfermagem: retorno até 5 dias. Não melhora
do quadro – Repetir tratamento.
16. Parasitoses intestinais - Constituem grave problema de
saúde pública em países em desenvolvimento. Associando-se
a quadros de diarreia crônica e desnutrição são um dos
principais fatores debilitantes na criança. A incidência de
parasitas intestinais tem relação direta com condições
ambientais, higiênicas e sanitárias às quais uma população está
submetida. Principais parasitoses intestinais: Amebíase,
Enterobiase ou oxiuríase, Giardíase e Ascaridiase.
Cuidados de Enfermagem:
- Orientar hábitos adequados de higiene pessoal e saneamento
básico.
Para tratamento medicamentoso seguir anexo com
medicamentos estabelecido neste protocolo.
17. Hipertermia - A temperatura corporal normal também
conhecida como normotermia ou eutermia, é um conceito que
depende do local do corpo no qual a temperatura é medida,
48
hora do dia, e nível de atividade do corpo. A hipertermia
resulta de sobrecarga dos mecanismos termorreguladores do
corpo. É uma condição aguda que ocorre quando o corpo
produz ou absorve mais calor do que pode dissipar. Isso
geralmente é causado por exposição prolongada a altas
temperaturas. A temperatura de 37,0 °C é comumente aceita
como média da medição retal, enquanto 36,8 °C ± 0,7 °C é o
considerado normal para medições na boca ou axilas.
Cuidados de Enfermagem:
- Avaliar a condição clínica da criança e doenças associadas.
Seguir Manuais do AIDPI.
- Prescrever antitérmico quando hipertermia (Temp. ≥ 38,5),
situações como pós-vacina, dengue e conforme determinações
em manuais do MS e risco para paciente.
- O tratamento da hipertermia envolve resfriar e hidratar o
corpo. Isso pode ser feito removendo a pessoa da luz direta do
sol para um local mais fresco, beber água, remover a roupa, ou
sentar em frente a um ventilador.
- Banhar em água fria ou tépida, ou até lavar a face ou outras
áreas expostas do corpo.
- Encaminhar para avaliação medica em casos de doenças
associadas.
18. Regurgitação / Refluxo Gastroesofágico (RGE) é um
distúrbio do sistema digestivo, onde ocorre retorno do
alimento do estômago para o esôfago. O RGE pode aparecer
nos primeiros dias de vida do recém nascido (RN), ou nos
49
primeiros meses de vida (ou mesmo na fase adulta), com
vômitos, ausência de ganho de peso, irritação antes de ser
amamentado e após amamentação, criança fica irritada ao ser
deitada, hiperextensão (quando a criança joga-se para trás),
choro (devido a azia) entre outros sintomas.
Cuidados de Enfermagem:
- Auxiliar os pais no posicionamento adequado para dormir
(elevar cabeceira do berço em 30 graus, com travesseiro ou
outro objeto abaixo do colchão);
- Manter o bebê apoiado no colo após as mamadas em posição
vertical (para arrotar).
- Evitar trocas de fraldas e manuseios bruscos após as
mamadas. Ao colocá-lo no berço, mantê-lo em decúbito lateral
ou dorsal com cabeceira elevada.
- Não deixe a criança no bebê-conforto por muito tempo, pois
essa posição favorece a regurgitação.
19. Dor no ouvido -
Cuidados de Enfermagem:
- Se secreção secar o pavilhão auditivo 3 vezes ao dia com
algodão ou gaze;
- Tratar a dor com analgésico; Seguir Manuais do AIDPI.
- Verificar doenças associadas e encaminhar para consulta
médica.
Avaliação de Enfermagem: retorno em 2 dias.
20. Higiene corporal e bucal
50
Cuidados de Enfermagem: A higiene da criança deve ser
realizada a cada evacuação e diurese, sendo também
importante o banho diário e orientação de higiene da menina e
menino. Toda a equipe de saúde deve estar apta a dar
informações adequadas aos pais e aos cuidadores sobre higiene
corporal e bucal das crianças. A higiene bucal deve se iniciar
na mais tenra infância: 1. Para bebês sem dentes: a limpeza da
cavidade bucal deve ser iniciada a partir dos primeiros dias de
vida, com a finalidade de remover o leite estagnado em seu
interior e nas comissuras labiais, massagear a gengiva e
acostumá-lo à manipulação da boca. A limpeza pode ser
realizada com uma gaze ou fralda limpa – embebida em água
potável ou solução com uma colher de água oxigenada (vol.
10) em ½ copo de água potável (fria), que deve ser passada
delicadamente na gengiva e em toda a mucosa oral do bebê
pelo menos uma vez ao dia; 2. Para bebês em fase de erupção
dos incisivos (de 6 a 18 meses): gaze ou fralda umedecida em
água potável, duas vezes ao dia; 3. Para bebês em fase de
erupção de molares (de 18 a 36 meses): com a erupção dos
molares decíduos (ao redor dos 18 meses), deve-se iniciar o
uso da escova dental macia, duas vezes ao dia (BRASIL,
2012). Além disso, pode-se encaminhar a criança para
avaliação e acompanhamento odontológico.
53
Passo 3 - Ao completar 6 meses, dar alimentos
complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas,
frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em
aleitamento materno.
Passo 4 - A alimentação complementar deve ser
oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em
intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.
Passo 5 - A alimentação complementar deve ser
espessa desde o início e oferecida de colher; iniciar com a
consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente,
aumentar a consistência até chegar à alimentação da família.
Passo 6 - Oferecer à criança diferentes alimentos ao
dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
Passo 7 - Estimular o consumo diário de frutas,
verduras e legumes nas refeições.
Passo 8 - Evitar açúcar, café, enlatados, frituras,
refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos
primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.
Passo 9 - Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos
alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação
adequados.
Passo 10 - Estimular a criança doente e convalescente
a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus
alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.
54
As crianças menores de seis meses que recebem com
exclusividade o leite materno já muito cedo começam a
desenvolver a capacidade de autocontrole da ingestão,
aprendendo a distinguir as sensações de fome, durante o jejum,
e de saciedade, após a alimentação.
57
desenvolve habilidade para sentar-se, facilitando a
alimentação oferecida por colher.
Com a introdução dos alimentos complementares é
importante que a criança receba água nos intervalos.
A partir dos 8 meses de idade a criança já pode
receber gradativamente os alimentos preparados para a
família, desde que sem temperos picantes, sem alimentos
industrializados, com pouco sal e oferecidos amassados,
desfiados, triturados ou picados em pequenos pedaços.
Os alimentos complementares, especialmente
preparados para a criança, são chamados de alimentos de
transição.
A introdução dos alimentos complementares deve
respeitar a identidade cultural e alimentar das diversas regiões,
resgatando e valorizando os alimentos regionais, ou seja, as
frutas, legumes e verduras produzidas localmente.
A água oferecida deve ser a mais limpa possível
(tratada, filtrada e fervida). •
58
Ao completar 12 meses Comida da família
Fonte: Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasil 2013,
p.16.
59
complementares, é necessário garantir o aporte calórico com
papas de alta densidade energética.
3. Aos 6 meses, a trituração complementar dos alimentos é
realizada com as gengivas que já se encontram suficientemente
endurecidas (devido a aproximação dos dentes da superfície da
gengiva). A introdução da alimentação complementar espessa
vai estimular a criança nas funções de lateralização da língua,
jogando os alimentos para os dentes trituradores e no reflexo
de mastigação.
4. Com 8 meses, a criança que for estimulada a receber papas
com consistência espessa, vai desenvolver melhor a
musculatura facial e a capacidade de mastigação. Assim, ela
aceitará, gradativamente, com mais facilidade a comida da
família a partir dessa idade.
60
Carnes ou ovo Exemplos: frango, peixe,
pato, boi, ovo, miúdos e
vísceras.
Fonte: Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasil 2013,
p.19.
61
12 – 24 meses para crianças amamentadas
62
amamentadas ao peito e não há a possibilidade de reverter essa
situação. Assim, as orientações a seguir permitirão aos
profissionais de saúde atuar de maneira mais adequada frente
a tais casos e de forma individualizada. Essas devem ser
adotadas apenas excepcionalmente, quando esgotadas todas as
possibilidades de relactação da mãe e analisados caso a caso.
Recomendações importantes:
1. É importante reforçar que o leite de vaca integral fluido
ou em pó não é recomendado para criança menor de um
ano. Diante da impossibilidade de impedir a utilização desse
alimento para o lactente o profissional de saúde deve orientar
a mãe quanto aos procedimentos a seguir, que incluem a
diluição adequada para a idade, a correção da deficiência de
ácido linoléico com óleo nos primeiros quatro meses e a
suplementação com vitamina C e ferro.
2. A amamentação deve ser protegida. Por isso, a orientação
sobre preparo de leites artificiais nunca deve ser coletiva. Nos
casos em que há necessidade de orientar sobre o preparo de
leites artificiais (por exemplo, mães HIV positivo) esta
orientação deve ser feita de maneira individualizada e por
profissional qualificado.
3. Para crianças menores de 4 meses:
Perguntar à mãe ou responsável como ela prepara o
leite que oferece à criança e corrigir, se for o caso, a diluição
(que pode estar muito diluída ou concentrada), o volume de
cada refeição e o número de refeições que estão sendo
63
oferecidos (as tabelas a seguir mostram as diluições e volumes
aproximados por faixa etária).
Identificar as práticas de higiene usadas na
manipulação e no preparo dos alimentos complementares,
orientando adequadamente as mães e cuidadores, quando
necessário.
Orientar a mãe para preparar cada refeição láctea
próxima à hora de oferecê-la à criança, sobretudo se não possui
refrigerador. E nunca oferecer à criança sobras de leite da
refeição anterior.
4. Caso a criança não amamentadas, oferecer quatro refeições
diárias, além de duas refeições lácteas, a partir dos 4 meses de
vida: duas refeições básicas (almoço e jantar) e duas frutas,
além do leite sem adição de açúcar. A composição das papas,
forma de introdução e consistência deve seguir as orientações
contidas nos passos para crianças a partir de 6 meses.
5. A partir dos 4 meses, a orientação básica é iniciar logo a
alimentação (não esperar que a criança entre no sexto mês) e
ir substituindo a refeição láctea pura pela alimentação, de
modo gradativo. Todas as demais orientações dadas para as
crianças menores de 4 meses também se aplicam a esse grupo
de idade.
6. Preparo do leite de vaca integral em pó: primeiro, diluir
o leite em pó em um pouco de água tratada, fervida e filtrada e
em seguida adicionar a água restante necessária. Ver Quadro
de volume por refeição.
64
Quadro 5 – Volume e frequência da refeição láctea para
crianças não amamentadas, de acordo com idade
Idade Volume/Refeição Número de
refeições/dia
Do nascimento 60 – 120 ml 6a8
a 30 dias
30 a 60 dias 120 – 150 ml 6a8
2 a 3 meses 150 – 180 ml 5a6
3 a 4 meses 180 – 200 ml 4a5
> 4 meses 180 - 200 ml 2a3
Fonte: Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasil 2013, p.
36.
65
Importante:- Se a criança estiver recebendo fórmula infantil,
não há necessidade de suplementação com ferro e vitaminas,
porque já são enriquecidas. Fórmulas infantis são os leites
industrializados próprios para o lactente.
- Se a criança estiver recebendo preparação com leite
de vaca integral em pó ou fluido, seguir o seguinte esquema:
com 2 meses – suplementação com vitamina C (30mg/dia) -
suco de fruta ou suplemento medicamentoso na idade de 2 a 3
meses – suplementação com ferro (1 a 2mg por kg de peso/dia)
até que a alimentação complementar seja introduzida e supra
as necessidades desses minerais
8.5 Imunização
O calendário básico de vacinação da criança adotado
corresponde ao proposto pelo Programa Nacional de
Imunização (PNI). Este calendário pode sofrer alterações que
dependem da situação epidemiológica de cada doença ou da
inclusão de novos imunobiológicos. Assim, o enfermeiro na
sua consulta deve avaliar e fazer as indicações de acordo com
calendário de vacinação e idade da criança.
66
8.6 Doenças Prevalentes na Infância - Infecções
Respiratórias Agudas/ Diarreia/ Desidratação/ Infecção
local.
REFERÊNCIAS
67
_________. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da Criança:
nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação
complementar. Brasília: Editora MS, 2009.
68
69
Quadro 1 – Classificação de crianças conforme idade e
necessidade de suplementação de ferro
Classificação Condutas
Grupo 1 (com menos de 12 meses)
A. Crianças em aleitamento A. Crianças em aleitamento
materno exclusivo materno exclusivo
B. Crianças em uso de B. Crianças em uso de
fórmulas com leite de fórmulas com leite de
C. Prematuros sadios e bebês C. Prematuros sadios e bebês
pequenos para a pequenos para a
D. Prematuros com história D. Prematuros com história
de hemorragia de hemorragia
Grupo 2 (de risco para maiores de 24 meses)
- Dieta pobre em ferro: Solicite hemograma e aja
vegetarianos, excesso de conforme o resultado.
laticínios (mais de 2 copos Sugere-se pesquisa anual
de leite por dia ou neste grupo de risco até os 5
equivalente) e baixa ingesta anos de idade. Trate a
de frutas e verduras. anemia com 3mg/kg/dia de
- Infecções frequentes, ferro e aconselhe os pais
hemorragias frequentes ou sobre dieta rica em ferro.
profusas (epistaxes,
sangramentos digestivos),
cardiopatias congênitas
cianóticas, uso prolongado
de Aine e/ou corticoides por
via oral, fatores ambientais
(pobreza, acesso limitado a
alimentos).
Fonte: Caderno de Atenção Básica, Nº 33, Brasil 2012, p. 81.
70
Quadro 2 – Frequência respiratória normal segundo
Organização Mundial de Saúde
De 0 a 2 meses Até 60mrm*
De 2 a 11 meses Até 50mrm
De 12 meses a 5 Até 40mrm
anos
De 6 a 8 anos Até 30mrm
Acima de 8 anos Até 20mrm
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E
TISIOLOGIA, 2007, p. 31-50. In: Caderno de Atenção Básica Nº 33, Brasil
2012, p. 65.
(*) mrm=movimentos respiratórios por minto.
Quadro 3 – Frequência cardíaca normal
Idade Variação Média normal
Recém-nato De 70 a 170 120
11 meses De 80 a 160 120
2 anos De 80 a 130 110
4 anos De 80 a 120 100
6 anos De 75 a 115 100
8 anos De 70 a 110 90
10 anos De 70 a 110 90
Fonte: DIECKMANN; BROWNSTEIN; GAUSCHE-HILL, 2000, p. 43-
45. In: Caderno de Atenção Básica Nº 33, Brasil 2012, p. 65.
71
Quadro 5 – Distribuição dos valores normais de lipídios
em individuas de 5 a 19 anos, conforme idade e sexo
Homens Mulheres
Idade (anos) Idade (anos)
5a9 10 a 14 15 a 19 5a9 10 a 14 15 a 19
Colesterol total (mg/dl) Colesterol total (mg/dl)
*P 50 153 161 152 P 50 164 159 157
P 75 168 173 168 P 75 177 171 176
P 90 183 191 183 P 90 189 191 198
P 95 186 201 191 P 95 197 205 208
Triglicerideos (mg/dl) Triglicerideos (mg/dl)
P 50 48 58 68 P 50 57 68 64
P 75 58 74 88 P 75 74 85 85
P 90 70 94 125 P 90 103 104 112
P 95 85 111 143 P 95 120 120 126
LDL (mg/dl) LDL (mg/dl)
P 50 90 94 93 P 50 98 94 93
P 75 103 109 109 P 75 115 110 110
P 90 117 123 123 P 90 125 126 129
P 95 129 133 130 P 95 140 136 137
HDL (mg/dl) HDL (mg/dl)
P5 38 37 30 P5 36 37 35
P 10 43 40 34 P 10 38 40 38
P 25 49 46 39 P 25 48 45 43
P 50 55 55 46 P 50 52 52 51
Fonte: DANIELS; GREER, 2008, p. 198-208 (com adaptações).In:
Caderno de Atenção Básica Nº 33, Brasil 2012, p. 83.
(*) P = percentil
72
CAPÍTULO II
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA
ATENÇÃO AO ADOLESCENTE
Autores
Amália de Oliveira Carvalho
Conceição de Maria Costa
Jairo José de Moura Feitosa
Marilene Araújo Barradas Brito
Ozirina Maria da Costa
1 INTRODUÇÃO
73
Uma atitude acolhedora e compreensiva também possibilitará
a continuidade de um trabalho com objetivos específicos e
resultados satisfatórios no dia a dia (BRASIL, 2010).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera,
ainda, como juventude o período que se estende dos 15 aos 24
anos, identificando adolescentes jovens (de 15 a 19 anos) e
adultos jovens (de 20 a 24 anos). A lei brasileira, através do
Estatuto da Criança e do Adolescente, considera adolescente o
indivíduo de 12 a 18 anos (FRANGOSO; MAURO, 2006).
Para efeitos deste protocolo levaremos em consideração o
preconizado pela OMS.
A vulnerabilidade desta faixa etária é outra questão
importante e deve ser considerada como fator importante para
o desenvolvimento de ações junto aos profissionais da
Estratégia Saúde da Família (ESF), determinada pelo processo
de crescimento e desenvolvimento, suas características
psicológicas peculiares da idade, contexto social em que está
inserido, condições que muitas vezes o tornam mais
suscetíveis às mais diferentes situações de risco, como
gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis (DST),
acidentes, violência, maus tratos, uso de drogas, evasão
escolar, dentre outros fatores.
2. DIRETRIZES
População Alvo
Adolescente de 10 a 19 anos de idade residentes na
zona urbana e rural da cidade de Teresina.
74
Rede de Atenção à Saúde
Participar e desenvolver ações de promoção e
prevenção da saúde da criança e do adolescente;
Realizar avaliação clínica, nutricional, oftalmológica e
auditiva;
Avaliação da saúde e higiene bucal;
Avaliação psicossocial;
Monitorar e acompanhar o calendário vacinal;
Redução da morbimortalidade por acidentes e
violências;
Prevenção e redução do consumo do álcool e de drogas;
Promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva;
Controle do tabagismo e outros fatores de risco de
câncer;
Educação permanente em saúde;
Estimulo a atividade física e saúde;
Promoção da cultura da prevenção no âmbito escolar;
Inclusão de temáticas de educação em saúde no projeto
político pedagógico das escolas;
Uso da Caderneta de Saúde do Adolescente.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) deve buscar
trabalhar às necessidades específicas dos adolescentes, a partir
dos recursos humanos e materiais disponíveis para
atendimento aos adolescentes, respeitando suas características
pessoais, socioeconômicas e culturais, além do perfil
75
epidemiológico da população local e estimular a participação
ativa dos jovens nas ações de prevenção e promoção à saúde.
77
4 REFERÊNCIA PARA PROTOCOLO DE
ACOMPANHAMENTO DE ENFERMAGEM AO
ADOLESCENTE
78
5 CONSULTA DE ENFERMAGEM AO
ADOLESCENTE
80
Para adolescentes do sexo feminino, que já iniciaram
atividade sexual, deve ser solicitado ou realizado o exame de
Papanicolau. Outros exames poderão ser solicitados de
acordo com a necessidade de cada caso e previsíveis neste
protocolo.
7 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
A prescrição medicamentosa deve seguir as condutas
deste protocolo municipal e Manuais do Ministério da Saúde:
Saúde da Mulher (Pré-natal, Prevenção de
Câncer de Mama e Colo de Uterino);
D S T s / AI D S ;
Planejamento reprodutivo e familiar;
Também poderão ser prescritos pelo enfermeiro
os medicamentos citados no Quadro 2 do Capítulo I - Saúde
da Criança, acrescidos dos itens do quadro a seguir.
81
Quadro 2 – Tratamento medicamentoso
6 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
82
REFERÊNCIAS
83
ANEXOS
FLUXOGRAMA 1- CONSULTA DE ENFERMAGEM AO ADOLESCENTE
ACOLHIMENTO
Exame físico*
84
*EXAME FÍSICO:
1. Aspecto geral (aparência física, humor, pele hidratada, eupnéico, normocorado, etc.);
2. Avaliar aspectos emocionais, de estresse, ansiedade, tristeza, euforia, (des) orientação mental, física e /ou
espacial e uso de medicação psicotrópica;
3. Avaliação de peso, altura, IMC/idade e Altura/idade – usar curvas e critérios da OMS (2007);
4. Verificação da pressão arterial (deve ser mensurada pelo menos uma vez/ano usando as curvas de pressão
arterial para idade);
5. Avaliação dos sistemas: respiratório, cardiovascular; gastrointestinal, etc;
6. Avaliação do Estagiamento Puberal – usar critérios de Tanner (masculino e feminino);
7. Avaliação da acuidade visual (escala de Snelle) e auditiva;
8. Avaliação de aspectos cognitivos e comportamentais;
9. Avaliação de possíveis sintomas ou sinais (físicos, psíquicos e sociais) sugestivos ou indicativos de violência
doméstica, sexual, maus tratos, dentre outros.
85
FLUXOGRAMA 2 - ATENDIMENTO DO USUÁRIO
ADOLESCENTE
ADOLESCENTE PROCURA
UBS/AMBULATÓRIO
(Demanda espontânea ou encaminhado pelo
ACS)
Acolhimento no SAME
Identificação de Riscos e
Vulnerabilidades
Encaminhamento para
Grupo de
atividades em outras
adolescente
instituições
86
CAPÍTULO III
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
SAÚDE DA MULHER NO PRÉ-NATAL DE BAIXO
RISCO E PUERPÉRIO
Autores
Ivanilda Sepúlveda Gomes
Raimundo Nonato Pereira de Sousa
Rosilane dos Santos Oliveira
Susanne Emanuelle G. dos Santos
Tatiana Maria Melo Guimarães dos Santos
1 INTRODUÇÃO
A atenção pré-natal constitui-se em uma das ações mais
elementares da atenção básica, impactando de maneira positiva os
indicadores materno-infantis. Assim, o principal objetivo da
atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início
da gravidez, assegurando, ao fim da gestação, o nascimento de
uma criança saudável e a garantia do bem-estar materno e
neonatal.
Uma atenção pré-natal e puerperal qualificada e
humanizada se dá por meio da incorporação de condutas
acolhedoras e sem intervenções desnecessárias; do fácil acesso
a serviços de saúde de qualidade, com ações que integrem
87
todos os níveis da atenção: promoção, prevenção e assistência
à saúde da gestante e do recém-nascido, desde o atendimento
ambulatorial básico ao atendimento hospitalar para alto risco
(BRASIL, 2006).
Por tanto, é necessário no mínimo seis consultas com
profissionais de nível superior (consultas alternadas e
complementares entre o médico e o enfermeiro) que devem ser
oferecidas mensalmente até a 28ª semana; quinzenalmente da 28ª à
36ª semana; semanalmente da 36ª a 41ª semana. Quando o parto não
ocorrer até a 41ª semana, é necessário encaminhar a gestante para
avaliação do bem-estar fetal, incluindo avaliação do índice de
líquido amniótico e monitoramento cardíaco fetal (BRASIL, 2013).
O enfermeiro solicita os exames complementares
indicados, exames para diagnóstico e prevenção do câncer de colo
de útero e de mama, imunização. Faz uma avaliação clínica em cada
consulta, que, no mínimo, envolve classificação de risco, avaliação
nutricional, mensuração da pressão arterial e da altura uterina,
ausculta do batimento cardíaco fetal.
Realiza atividades educativas mensais, abordando temas
relativos à gravidez, parto e puerpério. Busca promover ou
ampliar a participação do companheiro no pré-natal, parto e
puerpério, pois essa participação repercute positivamente na
melhoria do estado geral de saúde da gestante. Mantém o
acompanhamento por meio de visitas domiciliares e de grupo de
educação em saúde das gestantes que optaram por realizar o pré-
natal em outros serviços (BRASIL, 2013).
88
2 REFERÊNCIAS PARA PROTOCOLO DE
ACOMPANHAMENTO DE ENFERMAGEM NO PRÉ-
NATAL
89
• Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou
identificadas como de alto risco e encaminhá-las para consulta
médica. Caso seja classificada como de alto risco e houver
dificuldade para agendar a consulta médica (ou demora
significativa para este atendimento), a gestante deve ser
encaminhada diretamente ao serviço de referência;
• Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame
citopatológico do colo do útero;
• Desenvolver atividades educativas, individuais e em grupos
(grupos ou atividades de sala de espera);
• Orientar as gestantes e a equipe quanto aos fatores de risco e
à vulnerabilidade;
• Orientar as gestantes sobre a periodicidade das consultas e
realizar busca ativa das gestantes faltosas;
• Realizar visitas domiciliares durante o período gestacional e
puerperal, acompanhar o processo de aleitamento e orientar a
mulher e seu companheiro sobre o planejamento familiar.
Positivo
Ausculta dos BCF: a partir de desenvolvimento de feto,
pode-se auscultar a partir de 12ª semanas com sonar Doppler,
e após 24ª semana com Pinard.
Percepção do movimento fetal pela palpação do
examinador: pode ser percebido como ondulação na parede
abdominal;
Sinal de Puzos: Rechaço: movimento passivo do feto.
91
Após confirmação da gravidez em consulta de
enfermagem, dá-se o início ao acompanhamento da gestante.
93
desfavoráveis; • Altura menor do que 1,45m; • IMC que
evidencie baixo peso, sobrepeso ou obesidade.
- Fatores relacionados à história reprodutiva anterior:
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou
malformado; • Macrossomia fetal; • Síndromes hemorrágicas
ou hipertensivas; • Intervalo interpartal menor do que dois
anos ou maior do que cinco anos; • Nuliparidade e
multiparidade (cinco ou mais partos); • Cirurgia uterina
anterior; • Três ou mais cesarianas.
- Fatores relacionados à gravidez atual:
• Ganho ponderal inadequado; • Infecção urinária; • Anemia.
94
depressão grave etc.); • Doenças autoimunes (lúpus
eritematoso sistêmico, outras colagenoses); • Alterações
genéticas maternas; • Antecedente de trombose venosa
profunda ou embolia pulmonar; • Ginecopatias (malformação
uterina, miomatose, tumores anexiais e outras); • Portadoras de
doenças infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção
pelo HIV, sífilis terciária (USG com malformação fetal) e
outras ISTs (condiloma); • Hanseníase; • Tuberculose; •
Dependência de drogas lícitas ou ilícitas; • Qualquer patologia
clínica que necessite de acompanhamento especializado.
- Fatores relacionados à história reprodutiva anterior:
• Morte intrauterina ou perinatal em gestação anterior,
principalmente se for de causa desconhecida; • História prévia
de doença hipertensiva da gestação, com mau resultado
obstétrico e/ou perinatal (interrupção prematura da gestação,
morte fetal intrauterina, síndrome Hellp, eclâmpsia, internação
da mãe em UTI); • Abortamento habitual; •
Esterilidade/infertilidade.
- Fatores relacionados à gravidez atual:
• Restrição do crescimento intrauterino; • Polidrâmnio ou
oligoidrâmnio; • Gemelaridade; • Malformações fetais; ou
arritmia fetal; • Distúrbios hipertensivos da gestação
(hipertensão crônica preexistente, hipertensão gestacional ou
transitória); • Infecção urinária de repetição ou dois ou mais
episódios de pielonefrite (toda gestante com pielonefrite deve
ser inicialmente encaminhada ao hospital de referência, para
95
avaliação); • Anemia grave ou não responsiva a 30-60 dias de
tratamento com sulfato ferroso; • Portadoras de doenças
infecciosas como hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV,
sífilis terciária (USG com malformação fetal) e outras DSTs
(condiloma); • Infecções como a rubéola e a citomegalovirose
adquiridas na gestação atual; • Evidência laboratorial de
proteinúria; • Diabetes mellitus gestacional; • Desnutrição
materna severa; • Obesidade mórbida ou baixo peso (nestes
casos, deve-se encaminhar a gestante para avaliação
nutricional); • NIC III (nestes casos, deve-se encaminhar a
gestante ao oncologista); • Alta suspeita clínica de câncer de
mama ou mamografia com Bi-rads III ou mais (nestes casos,
deve-se encaminhar a gestante ao oncologista); • Adolescentes
com fatores de risco psicossocial.
96
Obs.: Edema não é mais considerado critério
diagnóstico (grau de recomendação C).
Sinais premonitórios de eclâmpsia em gestantes
hipertensas: escotomas cintilantes, cefaleia típica occipital,
epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito;
Eclâmpsia (crises convulsivas em pacientes com pré-
eclâmpsia);
Crise hipertensiva (PA > 160/110); • Amniorrexe
prematura: perda de líquido vaginal (consistência líquida, em
pequena ou grande quantidade, mas de forma persistente),
podendo ser observada mediante exame especular com
manobra de Valsalva e elevação da apresentação fetal;
Isoimunização Rh;
Anemia grave (hemoglobina < 8);
Trabalho de parto prematuro (contrações e modificação
de colo uterino em gestantes com menos de 36 semanas); • IG
a partir de 41 semanas confirmadas;
Hipertermia (Tax > = 37,8C), na ausência de sinais ou
sintomas clínicos de Ivas;
Suspeita/diagnóstico de abdome agudo em gestantes;
Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular
ou outra infecção que necessite de internação hospitalar;
Suspeita de trombose venosa profunda em gestantes
(dor no membro inferior, edema localizado e/ou varicosidade
aparente);
Investigação de prurido gestacional/icterícia;
97
Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento,
com comprometimento sistêmico com menos de 20 semanas;
Vômitos inexplicáveis no 3º trimestre;
Restrição de crescimento intrauterino;
Oligoidrâmnio; Casos clínicos que necessitem de
avaliação hospitalar: cefaleia intensa e súbita, sinais
neurológicos, crise aguda de asma etc. Nos casos com menos
de 20 semanas, as gestantes podem ser encaminhadas à
emergência clínica.
98
Anamnese atual sucinta;
Verificação do calendário de vacinação.
Controles maternos:
– Cálculo e anotação da idade gestacional;
– Determinação do peso para avaliação do índice de
massa corporal (IMC), anotar no gráfico e observar o sentido
da curva para avaliação do estado nutricional;
– Medida da pressão arterial;
– Palpação obstétrica e medida da altura uterina. Anotar
no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do
crescimento fetal;
– Pesquisa de edema;
– Verificação dos resultados dos testes para sífilis
(VDRL e confirmatório, sempre que possível) e, no caso de
resultado positivo, o esquema terapêutico utilizado (na
gestante e em seu parceiro), além do resultado dos exames
(VDRL) realizados mensalmente para o controle de cura;
– Avaliação dos outros resultados de exames
laboratoriais.
Controles fetais:
– Ausculta dos batimentos cardíacos;
– Avaliação dos movimentos percebidos pela mulher
e/ou detectados no exame obstétrico.
Condutas:
– Interpretação dos dados de anamnese, do exame
obstétrico e dos exames laboratoriais com solicitação de
outros, se necessários;
99
– Tratamento de alterações encontradas, ou
encaminhamento, se necessário;
– Prescrição de suplementação de sulfato ferroso (40mg
de ferro elementar/dia) e ácido fólico (400mcg/dia) que deverá
ser iniciado na primeira consulta e permanecer até o final do
pré-natal e demais medicamentos em caso de verminoses
(conforme quadro abaixo) e infecções ginecológicas conforme
demais protocolos (IST/AIDS)
– Orientação alimentar;
– Acompanhamento das condutas adotadas em serviços
clínicos especializados (a mulher referenciada ao serviço
especializado deverá continuar sendo acompanhada pela
equipe da atenção básica);
– Realização de ações e práticas educativas individuais e
em grupos (os grupos educativos para adolescentes devem ser
exclusivos dessa faixa etária, abordando temas de interesse do
grupo);
– Agendamento de consultas subsequentes.
3.5.1 Atividades:
100
1. Preencher FICHA DE REGISTRO DIÁRIO DOS
ATENDIMENTOS DAS GESTANTES NO
SISPRENATALWEB (conclusão da assistência pré-natal).
2. Completar o preenchimento da FICHA PERINATAL
com os dados relativos ao parto, constantes na Caderneta da
gestante, bem como preencher os dados no e-SUS.
3. Proceder ao exame ginecológico completo e registrar
as eventuais queixas para tratamento e/ou encaminhamento
adequado.
4. Solicitar os exames complementares, se necessário.
5. Referenciar a gestante para completar as doses de
vacina, se necessário.
6. Prescrever e orientar o uso de Sulfato Ferroso (1
comprimido ao dia) por 3 meses pós-parto ou pós-aborto.
7. Orientar alimentação.
8. Averiguar se a amamentação se processa normalmente,
corrigindo as distorções identificadas.
9. Discutir a importância da observação de adequado
intervalo gestacional e ministrar subsídios técnicos na
abordagem do planejamento familiar.
10. Assinalar a importância do acompanhamento
ginecológico de rotina (prevenção do câncer cérvico-uterino e
de mama) e o acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criança.
102
4 EXAMES COMPLEMENTARES E CONDUTAS
103
Quadro 2 - Condutas diante dos resultados dos exames
complementares de rotina
Exames de Resultados Condutas
rotina
Tipagem Rh negativo e Solicite o teste de Coombs
sanguínea parceiro Rh indireto:
positivo ou fator Se for negativo, deve-se
Rh desconhecido repeti-lo a cada 4 semanas, a
partir da 24ª semana;
Quando for positivo, deve-se
referir a gestante ao pré-natal
de alto risco.
Teste rápido para TR positivo Colete amostra sanguínea
sífilis (triagem) para realização do VDRL e
teste parceiros sexuais
TR negativo Realize sorologia no 3º
trimestre, no momento do
parto e em caso de
abortamento
Sorologia para VDRL positivo Trate a gestante e seu
sífilis (lues) parceiro.
Sífilis primária = trate com
penicilina benzatina, em dose
única de 2.400.000 UI
(1.200.000 em cada nádega).
Sífilis secundária ou latente
recente (menos de 1 ano de
evolução) = trate com
penicilina benzatina,
2.400.000 UI (1.200.000 UI
em cada nádega), em duas
doses, com intervalo de uma
semana. Dose total de
4.800.000 UI.
Sífilis terciária ou latente
tardia (1 ano ou mais de
evolução ou duração
ignorada) = trate com
penicilina benzatina, 3
aplicações de 2.400.000 UI
(1.200.000 UI em cada
nádega), com intervalo de
uma semana. Dose total de
7.200.000 UI.
104
Exames de Resultados Conduta
rotina
Sorologia para VDRL positivo Realize exame mensal para
sífilis (lues) controle de cura
VDRL negativo Repita o exame no 3º
trimestre, no momento do
parto e em caso de
abortamento.
Urina tipo I e Proteinúria “Traços”: repita em 15 dias;
urocultura caso se mantenha, encaminhe
a gestante ao pré-natal de alto
risco.
“Traços” e hipertensão e/ou
edema: é necessário referir a
gestante ao pré-natal de alto
risco.
“Maciça”: é necessário
referir a gestante ao pré--
natal de alto risco.
Piúria/bacteriúria/ Trate a gestante para infecção
leucocitúria do trato urinário (ITU)
Cultura positiva empiricamente, até o
(> 105 col/ml) resultado do antibiograma.
Solicite o exame de urina tipo
I (sumário de urina) após o
término do tratamento.
Em caso de ITU de repetição
ou refratária ao tratamento,
após ajuste da medicação
com o resultado do
antibiograma, é necessário
referir a gestante ao pré-natal
de alto risco.
Caso haja suspeita de
pielonefrite, é necessário
referir a gestante ao hospital
de referência para
intercorrências obstétricas.
Hematúria Se for piúria associada,
considere ITU e proceda da
mesma forma como foi
apresentada no item anterior.
Se for isolada, uma vez que
tenha sido excluído
sangramento genital, é
105
Exame de rotina Resultados Condutas
Urina tipo I e Hematúria necessário referir a gestante
urocultura para consulta especializada.
Cilindrúria É necessário referir a gestante
ao pré-natal de alto risco
Outros elementos. Não necessitam de condutas
especiais.
Dosagem de Hemoglobina Suplementação de ferro a
hemoglobina > 11g/dl partir da 20ª semana:
Ausência de 1 drágea de sulfato
anemia ferroso/dia (200mg), que
corresponde a 40mg de ferro
elementar.
Recomenda-se ingerir a
medicação antes das
refeições.
Hemoglobina A)Solicite exame
(Hb) entre 8g/dl e parasitológico de fezes e trate
11g/dl as parasitoses, se presentes;
Anemia leve a B) Trate a anemia com 120 a
moderada 240mg de ferro elementar ao
dia. Normalmente,
recomendam-se
5 (cinco) drágeas/dia de
sulfato ferroso, de 40mg
cada, via oral (podem ser 2
pela manhã, 2 à tarde e 1 à
noite), uma hora antes das
refeições;
C) Repita a dosagem de
hemoglobina entre 30 e 60
dias:
- Se os níveis estiverem
subindo, mantenha o
tratamento até a Hb atingir
11g/dl, quando deverá ser
iniciada a dose de
suplementação (1 drágea ao
dia, com 40mg de ferro
elementar). Repita a dosagem
no 3º trimestre;
- Se a Hb permanecer em
níveis estacionários ou se
diminuir, será necessário
referir a gestante ao pré-natal
106
Exames de Resultados Condutas
rotina
Dosagem de de alto risco
hemoglobina Hemoglobina Será necessário referir a
< 8g/dl gestante ao pré-natal de
Anemia grave alto risco.
Glicemia em 85 – 119mg/dl Realize TTG de 24 a 28
jejum semanas de gestação.
> 110mg/dl Repita o exame de glicemia
em jejum. Se o resultado for
maior do que 110mg/dl, o
diagnóstico será de DM
gestacional.
TTGO 75g (2h) Jejum < 110mg/dl Teste negativo.
2h < 140mg/dl
Jejum > 110mg/dl DM gestacional
2h > 140mg/dl
Proteinúria (teste
rápido)
Teste rápido TR positivo Realize o aconselhamento
diagnóstico para pós-teste e encaminhe a
HIV gestante para o seguimento
ao pré-natal no serviço de
atenção especializada em
DST/Aids de referência.
TR negativo Realize o aconselhamento
pós-teste e repita a sorologia
no 3º trimestre.
Sorologia para Positivo Realize o aconselhamento
HIV pós-teste e encaminhe a
gestante para o seguimento
ao pré-natal no serviço de
atenção especializada em
DST/Aids de referência.
Negativo Realize o aconselhamento
pós-teste e repita o exame no
3º trimestre.
Sorologia para Positivo Realize o aconselhamento
hepatite B pós-teste e encaminhe a
gestante para o seguimento
ao pré-natal no serviço de
atenção especializada em
hepatites de referência.
107
Exames de Resultados Condutas
rotina
Sorologia para Teste Negativo Realize o aconselhamento
hepatite B pós-teste e vacine a gestante
caso ela não tenha sido
vacinada anteriormente. Em
seguida, repita a sorologia no
3º semestre.
Fonte: Cadernos de Atenção Básica, n° 32, p.111
5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
108
Quadro 3 - Condutas medicamentosa na presença de
helmintíases e protozooses
109
Não se recomenda o tratamento durante o primeiro
trimestre da gestação. Medidas profiláticas (como educação
sanitária, higiene correta das mãos, controle da água, dos
alimentos e do solo) devem ser encorajadas devido ao impacto
positivo que geram sobre a ocorrência de parasitoses
intestinais.
6 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
Médico obstetra; psicólogo e nutricionista, de acordo com a
necessidade identificada e não solucionada na Unidade Básica
de Saúde.
7 TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO
Compete a(o) enfermeira(o) atuar na sensibilização da cliente
orientando quanto a concepção e contracepção por meio de:
Práticas Educativas
Promover Orientações Individuais ou em Grupo quanto:
Importância do pré-natal;
Aconselhamento quanto aos exames;
Alimentação e ganho de peso;
Sono e repouso;
Gestação e parto;
Cuidado com as mamas e amamentação;
Possíveis intercorrências: contrações uterinas, sangramento,
perda de líquido, febre;
Movimentação fetal;
Atividade física e sexual.
110
REFERÊNCIAS
111
FLUXOGRAMA 1 – SUSPEITA DE GRAVIDEZ
MULHER
Atraso menstrual acima de 15 dias
1ª CONSULTA DE -
Repetri Beta-HCG ou
-ENFERMAGEM TIG com 15 dias
- Seguir Fluxograma II
Agendar 1ª consulta)
- Beta-HCG/TIG
-
Beta-HCG ou Negativo
TIG positivo
Persistência da
amenorreia –
identificar outros
fatores
Encaminhar para
Consulta Médica
112
FLUXOGRAMA 2- CONSULTA DE ENFERMAGEM
CONSULTA DE
ENFERMAGEM NO PRÉ-
NATAL Histórico e exame físico (deverá ser feito em todas as consultas
Identificação de risco
Avaliação nutricional
Sim Encaminhar para a
referência
Solicitação de US obstétrica
Não Cessado o risco
Solicitação de exames laboratoriais
113
FLUXOGRAMA 3 – Infecção EXAME DE URINA I
Urinária na Gravidez (ITU)
SOLICITAR
ENCAMINHAR PARA
UROCULTURA
CONSULTA MÉDICA
<100.000 col/ml
ROTINA >=100.000 col/ml de
ORIENTAÇÕES bactérias patogênicas
114
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
SAÚDE DA MULHER PREVENÇÃO DO CÂNCER DO
COLO DE ÚTERO
Autores
Ozirina Maria da Costa
Svetlana Coelho Martins
Tatiana Maria Melo Guimarães dos Santos
1 INTRODUÇÃO
115
estratégico no monitoramento e gerenciamento das ações
(Portaria nº 408, de 30 de agosto de 1999).
Em 2002, o fortalecimento e a qualificação da rede de
atenção primária, bem como a ampliação de centros de
referência possibilitaram a realização de uma segunda fase de
intensificação, priorizando mulheres que jamais haviam se
submetido ao exame preventivo ou que estavam sem fazê-lo
há mais de três anos.
Em 2005, foi lançada a Política Nacional de Atenção
Oncológica (PNAO), que estabeleceu o controle dos cânceres
do colo do útero e de mama como componente fundamental a
ser previsto nos planos estaduais e municipais de saúde
(Portaria GM nº 2.439/2006, de 31 de dezembro de 2005). A
importância da detecção precoce dessas neoplasias foi
reafirmada no Pacto pela Saúde em 2006, por meio da inclusão
de indicadores na pactuação de metas com estados e
municípios, para a melhoria do desempenho das ações
prioritárias da agenda sanitária nacional.
Depois de todas essas iniciativas, ainda que o
SISCOLO tenha registrado cerca de 11 milhões de exames
citopatológicos no Brasil no ano de 2009 e, apesar dos avanços
em nível da atenção primária e de todo SUS, reduzir a
mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil ainda é um
desafio a ser vencido.
Segundo dados do INCA o câncer de colo de útero é a
segunda causa de óbitos por câncer em mulheres, precedido do
116
câncer de mama e seguido por câncer de colo e reto, pulmão e
estômago. A faixa etária mais acometida compreende dos 25 a
69 anos.
Os fatores de risco mais importantes para o
desenvolvimento do câncer do colo do útero são:
• Infecção pelo Papiloma Vírus Humano – HPV - sendo
esse o principal fator de risco;
• Início precoce da atividade sexual;
• Multiplicidade de parceiros sexuais;
• Tabagismo, diretamente relacionados à quantidade de
cigarros fumados;
• Baixa condição sócio-econômica;
• Imunossupressão;
• Uso prolongado de contraceptivos orais;
• Higiene íntima inadequada
O exame citopatológico ou Papanicolau se tornou uma
técnica de alta eficácia e baixo custo na detecção precoce das
lesões iniciais provocadas pelo agente do câncer de colo de
útero e tem sido amplamente adotado em diversos países,
dentre eles o Brasil, por meio do Ministério da Saúde como
método de prevenção desse tipo de câncer.
A enfermeira da Atenção Básica deverá ter
conhecimentos técnicos para realizar o procedimento de coleta
de exame de prevenção de câncer de colo uterino
(PCCU/citologia oncótica Resolução COFEN nº 381/2011),
bem como habilidades para sensibilizar todas as mulheres de
117
sua área de abrangência, na faixa etária recomendada pelo
Ministério da Saúde, a realizá-lo. É também o membro da
equipe com capacidade de promover a educação em saúde e
ser um facilitador dos seguimentos dos casos alterados na rede
de referência e contrareferência da Fundação Municipal de
Saúde (FMS).
Objetivos do Cuidado de Enfermagem à mulher na
Prevenção do Câncer do Colo Uterino:
Realizar atividades educativas e informativas sobre a
prevenção do câncer de colo do útero;
Orientar quanto à importância da vacina contra o HPV para
prevenção primária e realizar a captação em tempo oportuno
das adolescentes (9 a 13 anos);
Realizar consulta de enfermagem: histórico, exame físico
geral e ginecológico com coleta para citologia oncótica;
Solicitar e/ou encaminhar para exames complementares
Avaliar resultados dos exames solicitados e coletados, e, de
acordo com os protocolos e diretrizes clínicas,
Realizar o encaminhamento para os serviços de referência em
diagnóstico e/ou tratamento do câncer do colo do útero.
Examinar e avaliar pacientes com sinais e sintomas
relacionados aos cânceres do colo do útero e de mama.
Prescrever tratamento para outras doenças detectadas, como
DSTs, na oportunidade do rastreamento, de acordo com os
protocolos ou normas técnicas estabelecidas pelo gestor local.
118
Fazer acompanhamento das pacientes com exames alterados;
Realizar cuidado paliativo, na UBS ou no domicílio, de
acordo com as necessidades da usuária;
Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer alguma
intercorrência, as pacientes acompanhadas em AD1, e, se
necessário, realizar o encaminhamento para unidades de
internação ou Emad;
Contribuir, realizar e participar das atividades de educação
permanente de todos os membros da equipe;
Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o
adequado funcionamento da Unidade Básica de Saúde.
119
Geral de Ações Estratégicas. Divisão de Apoio à Rede de
Atenção Oncológica. – Rio de Janeiro: INCA, 2011.
Protocolos da Atenção Básica: Saúde das
Mulheres [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Instituto
Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da
Saúde, 2015.
Assim considerando tais documentos apontamos as
recomendações abaixo para a periodicidade e o público alvo
para a realização da citologia oncótica
120
3.2 Periodicidade para realização do Papanicolau
O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após
dois exames anuais negativos para células neoplásicas. As
mulheres que se enquadrarem no grupo de risco deverão
realizar o exame com a frequência a critério do especialista
conforme o seguimento.
3.3 Operacionalização
Antes do exame é necessário o preenchimento correto
da requisição do exame citopatológico, pois a falta ou os dados
incompletos poderá comprometer por completo coleta do
material, o acompanhamento, o tratamento e outras ações de
controle do câncer do colo do útero.
A lâmina e o frasco que serão utilizados para colocar o
material a ser examinado devem ser preparados e identificados
previamente. Observar para Fluxograma da Consulta de
Enfermagem.
122
3.4 Coleta para citologia oncótica
O exame citopatológico (Papanicolaou) é o exame
preventivo do câncer do colo do útero. Consiste na análise de
células oriundas da ectocérvice e da endocérvice que são
extraídas por raspagem do colo do útero.
A coleta do exame é realizada durante uma consulta
ginecológica de rotina. Introduz-se o espéculo bivalve na
vagina em sentido longitudinal-obliquo (para desviar da
uretra), afastando os pequenos lábios e imprimindo
delicadamente um trajeto direcionado para trás, ao mesmo
tempo em que se gira o instrumento para o sentido transverso.
Sempre se deve avisar a paciente de que está introduzindo o
espéculo, preveni-la quanto ao desconforto e tranquilizá-la
com relação à dor. Não se devem utilizar lubrificantes, pois
confunde a avaliação das secreções (utilizar soro fisiológico se
for o caso).
Depois de introduzido o espéculo, e aberto, procurar
individualizar o colo uterino e avaliar o pregueamento e o
trofismo da mucosa vaginal, as secreções, as lesões da mucosa,
os condilomas, os pólipos, os cistos de retenção e a ectopia. Se
necessário, proceder a limpeza das secreções vaginais em
excesso com gaze seca.
Com a espátula de Ayre colhe-se o esfregaço da
ectocérvice fazendo uma rotação de 360° para obter células de
toda a mucosa cervical com cuidado para não traumatiza-la e
espalha o esfregaço na metade superior da lamina próximo à
123
parte fosca no sentido transversal. Com a escova endocervical,
fazer a coleta citológica do canal cervical fazendo uma rotação
de 360° e espalhar na metade inferior da lâmina no sentido
longitudinal.
O material deve ser fixado, com fixador celular ou
imerso em solução alcoólica a 96%, rapidamente para evitar
dessecação. Uma vez coletado o material, ele deve ser
adequadamente rotulado para identificação da paciente e
acompanhado pela requisição contendo todas as informações
necessárias, e assinada pelo profissional que coletou. Os
exames devem ser enviados ao laboratório, o mais breve
possível, para que o tempo entre a coleta e o resultado não seja
prolongado desnecessariamente.
A visualização de um colo com aspecto tumoral é uma
indicação de encaminhamento direto a colposcopia, mesmo na
vigência de um resultado citológico negativo para malignidade
(a coleta pode ter sido efetuada em áreas necrótica, onde o
resultado poderá ser falso-negativo).
124
Os resultados das citologias oncóticas alteradas
deverão ser acompanhados pelo médico da equipe e deverão
ter seguimento de acordo com as novas Diretrizes Brasileiras
para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero (Portaria nº
2.508/2011).
125
RESULTADO O QUE FAZER
Achados microbiológicos: A colpocitologia oncótica não é
• Chlamydia sp. método com acurácia diagnóstica
• Efeito citopático compatível suficiente para o diagnóstico de
com vírus do grupo herpes infecções microbianas, inclusive por
• Trichomonas vaginalis ISTs. No entanto, diante da
• Actinomyces sp indisponibilidade de realização de
métodos mais sensíveis e específicos
para confirmar a presença destes
micro-organismos, tais achados
microbiológicos são oportunidade
para a identificação de agentes que
devem ser tratados.
Achados microbiológicos: Chlamydia, Gonococo e
• Chlamydia sp. Trichomonas: mesmo que
• Efeito citopático compatível sintomatologia ausente, seguir
com vírus do grupo herpes esquema de tratamento da mulher e
• Trichomonas vaginalis parceiro, além de oferta de sorologias
• Actinomyces sp. e orientações, conforme Quadro-
síntese sobre corrimentos do capítulo
sobre Atenção aos Problemas/Queixas
mais Comuns em Saúde das Mulheres;
Actinomyces: bactéria encontrada
no trato genital de um percentual (10%
a 20%) de mulheres usuárias de DIU;
raramente estão presentes em não
usuárias. A conduta é expectante: não
se trata, não se retira o DIU;
Herpes vírus: recomenda-se o
tratamento em caso de presença de
lesões ativas de herpes genital,
conforme orientações do capítulo
sobre IST/AIDS.
Citologia com células Seguir a rotina de rastreamento
endometriais normais fora do citológico;
período menstrual ou após a Avaliar a cavidade endometrial,
menopausa confirmando se o exame não foi
realizado próximo ao período
menstrual. Essa avaliação deve ser
preferencialmente através de
histeroscopia. Na dificuldade de
acesso a esse método, avaliar o eco
endometrial através de
ultrassonografia transvaginal.
Fonte: BRASIL, 2015
126
Quadro 2 - Exames citopatológicos anormais e conduta recomendada
GRAU DE CONDUTA
RESULTADOS SUSPEIÇÃO
Atipias de Em células Provavelmente não Repetição da citologia em 06 meses (> 30
significado escamosas neoplásica Menor anos) ou 12 meses (< 30 anos)
indeterminado
Não pode afastar lesão Encaminhamento para colposcopia
alto grau Maior
Em células Provavelmente não Maior Encaminhamento para colposcopia
glandulares neoplásica
Não se pode afastar Maior Encaminhamento para colposcopia
lesão de alto grau
De origem Provavelmente não Maior Encaminhamento para colposcopia
indefinida neoplásica
Não se pode afastar Maior Encaminhamento para colposcopia
lesão de alto grau
Atipias em células Lesão intraepitelial de baixo grau Menor Repetição da citologia em seis meses
escamosas Lesão intraepitelial de alto grau Maior Encaminhamento para colposcopia
Lesão intraepitelial de alto grau, não Maior Encaminhamento para colposcopia
podendo excluir microinvasão
Carcinoma epidermoide invasor Maior Encaminhamento para colposcopia
Atipias em células Adenocarcinoma in situ Maior Encaminhamento para colposcopia
glandulares Adenocarcinoma invasor Maior Encaminhamento para colposcopia
Fonte: BRASIL, 2011.
127
5 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
Médico da equipe (na própria UBS) e/ou ginecologista.
REFERÊNCIAS
128
FLUXOGRAMA 1 - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA
E COLO DO ÚTERO
Consulta de Ginecologia de Enfermagem
Exame citológico
Exame Clinico das mamas Solicitação de exames de rotina Coleta anual
129
*Realizar o Exame físico geral e específico: Órgãos genitais
externos: Observar presença de: Lesões cutâneas; Distribuição
dos pelos; Abscessos da glândula de Bartolin; Aspecto do
clitóris; Aspecto do meato uretral. Ao esforço, verificar se
ocorre prolapso das paredes vaginais anterior e posterior ou
perda de urina. A) Exame especular - Inspecionar o colo
uterino, anotando: Cor; Tamanho; Lacerações; Máculas;
Neoformações. Inspecionar o orifício do colo, anotando:
Tamanho; Forma; Cor; Presença de secreções e/ou pólipos.
Inspecionar as paredes vaginais, anotando: Presença de
lacerações; Lesões verrucosas; Ulcerações. Colo sem lesões:
aguardar resultado da citologia oncótica e orientar quanto à
higiene e cuidados prevenção de DSTs/AIDS e câncer de colo
uterino. Colo com lesões: encaminhar para consulta médica
com ginecologista.
130
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
SAÚDE DA MULHER CÂNCER DE MAMA
Autores
Maria do Carmo B. Marinho
Svetlana Coelho Martins
Tatiana Maria Melo Guimarães dos Santos
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres,
representando 23% do total de casos de câncer no mundo, em
2008, com aproximadamente 1,4 milhão de casos novos
naquele ano. É a quinta causa de morte por câncer em geral
(458 mil óbitos) e a causa mais frequente de morte por câncer
em mulheres (WHO, 2008).
A taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada
pela população mundial, apresenta uma curva ascendente e
representa a primeira causa de morte por câncer na população
feminina brasileira, com 11,28 óbitos por 100 mil mulheres em
2009 (INCA, 2012).
Apesar de ser considerado um câncer com bom
prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as
taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas
131
no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda seja
diagnosticada em estágios avançados.
Sendo o profissional enfermeiro um educador em
saúde por excelência, torna-se de suma importância que este
profissional esteja preparado para atuar na dimensão do cuidar,
prevenindo e detectando o câncer de mama, contribuindo para
redução da morbimortalidade por esta patologia.
132
Realizar atividades educativas e informativas sobre a
prevenção do câncer de mama;
Realizar consulta de enfermagem: histórico, exame físico
geral e ginecológico com exame clínico das mamas;
Solicitar mamografia de rastreamento de acordo com as
normas estabelecida no protocolo do Ministério da Saúde
para detecção precoce do câncer de mama;
Avaliar resultados dos exames solicitados e, de acordo com
os protocolos e diretrizes clínicas;
Realizar o encaminhamento para os serviços de referência em
diagnóstico e/ou tratamento do câncer de mama;
Examinar e avaliar pacientes com sinais e sintomas
relacionados ao câncer de mama;
Fazer acompanhamento das pacientes com exames alterados;
Realizar cuidado paliativo, na UBS ou no domicílio, de
acordo com as necessidades da usuária;
Avaliar periodicamente, e sempre que ocorrer alguma
intercorrência, as pacientes acompanhadas em AD1, e, se
necessário, realizar o encaminhamento para unidades de
internação ou Emad;
Contribuir, realizar e participar das atividades de educação
permanente de todos os membros da equipe;
Alimentar e analisar dados dos Sistemas de Informação em
Saúde (Sistema de Informação em Saúde na Atenção Básica
133
– SISAB-e-SUS, SISCAN e outros), para planejar, programar
e avaliar as ações de controle do câncer de mama.
4 EXAMES COMPLEMENTARES
134
São definidos como grupos populacionais com risco
elevado para o desenvolvimento do câncer de mama:
Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente
de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de
câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade;
Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de
primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer
de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa
etária;
Mulheres com história familiar de câncer de mama
masculino;
Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária
proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ.
Padronização dos laudos mamograficos - BI-RADS
O objetivo do BI-RADS consiste na padronização dos
laudos mamográficos levando em consideração a evolução
diagnóstica e a recomendação da conduta, não devendo se
esquecer da história clínica e do exame físico da mulher.
135
Quadro 1 – Categorias BI-RADS no exame mamográfico,
interpretação e recomendação de conduta
136
4 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
Médico da equipe (na própria UBS) e mastologista.
5 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO
Compete a(o) enfermeira(o) atuar na sensibilização a
usuária orientando quanto aos fatores de riscos e preventivos
associados ao Câncer de Mama.
É recomendável que alguns fatores de risco,
especialmente a obesidade e o tabagismo, sejam alvo de ações
visando à promoção à saúde e a prevenção das doenças
crônicas não transmissíveis, em geral. Portanto, a orientação é
para a prática de atividade física regularmente e alimentação
saudável.
6 CUIDADOS DE ENFERMAGEM
137
B) Inspeção Dinâmica: Solicitar que a mulher eleve os braços
ao longo do segmento cefálico e que ela coloque as mãos atrás
da nuca, fazendo movimentos de abrir e fechar os braços,
observar presença de abaulamento, retrações ou exacerbação
de assimetrias. C) Palpação: Dos linfonodos: colocar a mulher
sentada, apoiar o braço do lado a ser examinado, sobre o braço
do examinador. Palpar os linfonodos cervicais,
supraclaviculares, infraclaviculares e axilares; Das mamas:
colocar a mulher em decúbito dorsal, sem travesseiro e com as
mãos atrás da nuca. Palpar todos os quadrantes, iniciando a
palpação com a face palmar dos dedos sempre de encontro ao
gradeado costal, de forma suave, no sentido horário, partindo
da base da mama para a papila, até o prolongamento axilar,
pesquisando a presença de nódulos.
D) Expressão da Aréola e Papila Mamária: É realizado após
a palpação da mama, com a mulher deitada. Fazer a expressão
suave na região da aréola.
REFERÊNCIAS
139
FLUXOGRAMA 1 – CONSULTA DE ENFERMAGEM
A USUÁRIA NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE
MAMA
Não Sim
-Realizar exame
Encaminhar para
clínico anual;
médico da ESF e/ou
-Solicitar a
mamografia de especialista
rastreamento:
50 – 69 anos.
(
5
140
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À
SAÚDE DA MULHER CLIMATÉRIO
Autores
Maria do Carmo B. Marinho
Svetlana Coêlho Martins
Tatiana Maria Melo Guimarães dos Santos
1 INTRODUÇÃO
3 CONSULTA DE ENFERMAGEM
143
climatério, os aspectos emocionais. Podem ocorrer,
concomitantemente, patologias sistêmicas, repercutindo em
queixas como as dores articulares ou musculares, o ganho de
peso gradativo, a depressão ou mesmo sintomas de um
hipotireoidismo ainda não diagnosticado, simulado por uma
coincidência na transição hormonal ovariana.
Observar Fluxograma anexo.
4 EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares essenciais para o
acompanhamento do climatério estão abaixo relacionados,
cuja indicação e periodicidade de realização deverão seguir as
orientações definidas de acordo com os protocolos clínicos
adotados pelo Ministério da Saúde seguindo cada
especificidade.
Avaliação laboratorial (Hemograma Completo, TSH, TGO,
TGP, Glicemia em Jejum, Colesterol Total e Frações,
144
Triglicérides, Sumário de Urina, Urocultura, Creatinina
Sérica, Teste de tolerância à glicose).
ECG repouso
Mamografia (de acordo com as diretrizes de rastreamento
para o câncer de mama).
Exame Preventivo do câncer do colo do útero (de acordo com
as diretrizes de rastreamento para o câncer de colo do útero).
Ultrassonografia Transvaginal.
Mamografia
Deve ser solicitada de rotina para as mulheres com
idade entre 50 e 69 anos, com o intervalo máximo de dois anos
entre os exames, conforme protocolo de CA de mama.
Preventivo ginecológico
A coleta do material para citopatologia deve abranger
a ectocérvice e endocérvice, e nas mulheres histerectomizadas,
o fundo de saco vaginal. A ocorrência de hipo ou atrofia da
mucosa pode comprometer a qualidade do material citológico,
podendo ocorrer sangramentos por traumatismos e processo
inflamatório que são comuns nesta fase. A JEC (Junção
Escamo Colunar) migra para o interior do canal endocervical,
causando entropia e dificuldade de obtenção das células
glandulares na amostra. O pH vaginal também sofre
alterações, com tendência a alcalinização e mudança da flora,
predispondo muitas vezes ao crescimento bacteriano com
145
ocorrência de vaginite ou vaginose. As lesões suspeitas
identificadas devem ser biopsiadas e tratadas. A presença de
atrofia que comprometa a qualidade do exame ou traga
desconforto importante a mulher, indica a utilização previa de
estrogênio vaginal. A paciente deverá ser encaminhada para o
médico para prescrição de estrogênização local.
5 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO
A atuação do enfermeiro na assistência ao climatério
envolve necessariamente atividades educativas e assistenciais,
objetivando acompanhamento adequado, com esclarecimentos
sobre modificações biológicas inerentes ao climatério, com
adequada vigilância epidemiológica as situações de risco
associadas.
Abordagens:
Modificações biológicas no climatério
Influência das mudanças sexuais, afetivas e sociais
Hábitos de vida saudáveis – alimentação adequada à fase,
com aquisição de hábitos saudáveis (uso de alimentos ricos
em cálcio e fibras).
Atividades físicas, culturais e práticas integrativas e
complementares: caminhadas, danças, natação, yoga, uso de
fitoterápicos, participação de reuniões festivas e formação de
grupos de convivência e outros.
Nas atividades de educação em saúde o enfermeiro aborda
as alterações presentes nesta fase da vida e esclarece dúvidas.
146
6 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
REFERÊNCIAS
147
FLUXOGRAMA 1 - ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM AO CLIMATÉRIO
CONSULTA DE ENFERMAGEM
CONDUTAS
Interpretação dos
resultados e Atividades de
tratamento Educação em Saúde;
Grupos Terapêuticos
148
* Histórico de enfermagem: Motivo da consulta e queixas da
paciente (sinais e sintomas - início e tempo de duração).
Antecedentes gineco-obstétricos: ciclos menstruais, data da
última menstruação (DUM - duração, intervalos,
regularidade), dismenorréia, idade da primeira relação sexual,
número de gestações, número de partos, números de abortos,
número de filhos vivos, vida sexual, frequência urinária e fecal
e citopatológico cervical, mamografia e cirurgias anteriores;
Antecedentes patológicos: doenças crônicas, doenças
endêmicas, alergias, antecedentes familiares; Situação vacinal;
Anticoncepção (método, tempo de uso, adequação do método);
Reposição hormonal.
Exame Físico Geral: Iniciar exame físico geral; Verificar e
anotar peso, estatura, IMC, SSVV, circunferência abdominal;
(IMC= PESO(kg) /ALTURA (m2); Avaliação risco
cardiovascular; Inspeção e palpação de cabeça e pescoço;
Ausculta pulmonar; Ausculta cardíaca; Manobra de Giordano
(investigar infecção do trato urinário); Inspeção, palpação,
percussão e ausculta abdominal; Inspeção e palpação de
membros inferiores.
Exame clínico-ginecológico: exame clínico da mama (ECM)
e orientação sobre autoexame e exame de genitália externa e
interna (coleta do citopatológico cervical, se necessário).
149
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO
À SAÚDE DA MULHER PLANEJAMENTO
REPRODUTIVO
Autores
Ivanilda Sepúlveda Gomes
Raimundo Nonato Pereira de Sousa
Tatiana Maria Melo Guimarães dos Santos
1 INTRODUÇÃO
A atuação do enfermeiro no Planejamento
Reprodutivo deve estar baseada no Art.226, Parágrafo 7, da
Constituição da República Federativa do Brasil, no direito de
livre escolha dos indivíduos e/ou casais e na paternidade
responsável. E, tem como objetivo possibilitar o acesso
preferencialmente do casal, aos métodos anticoncepcionais,
buscando diminuir as gestações não planejadas e as Infecções
Sexualmente Transmissíveis (IST).
A lei nº 9.263/96 no capítulo I, Art. 4, defini que o
Planejamento Reprodutivo orienta-se por ações preventivas e
educativas e pela garantia do acesso igualitário a informações,
meios, métodos e técnicas disponíveis para regulação da
fecundidade.
150
O Planejamento Reprodutivo envolve a assistência na
concepção e contracepção por meio de atividades educativas,
oferecendo ao usuário conhecimento sobre os métodos
contraceptivos disponíveis na Atenção Primária,
aconselhamento para a participação ativa do casal e avaliação
clínica para averiguar a adequação ao método, bem como
prevenir, identificar e tratar as possíveis intercorrências.
151
• Prescrição de anticoncepcionais hormonais (orais e
injetáveis)
• Prescrição do anticoncepcional de emergência;
• Avaliação para utilização do DIU;
• Orientações e indicações para laqueadura ou
vasectomia (seguir o Fluxograma I);
• Orientações e/ou indicação do preservativo masculino
e feminino;
• Aconselhamento e prescrição do diafragma;
• Aconselhamento e prescrição dos métodos naturais e
comportamentais;
• Consulta de rotina;
• Consulta subsequente e acompanhamento da paciente
em uso de contraceptivos
• Dispensação e orientação sobre efetividade e segurança
dos métodos hormonais.
3 CONSULTA DE ENFERMAGEM NO
PLANEJAMENTO FAMILIAR
Na Entrevista:
Registrar os antecedentes pessoais obstétricos e patológicos
(com atenção especial às IST e às doenças cardiovasculares e
metabólicas), conforme as categorias de elegibilidade da
OMS.
Abordar, sempre que pertinente, as questões referentes às
parcerias, à identidade de gênero, à orientação sexual e à
satisfação sexual pessoal ou do casal.
152
Questionar se há medicações em uso.
Investigar presença de dispaurenia e de sangramentos vaginais
pós-coito ou anormais, principalmente se há intenção de uso
do DIU.
Questionar sobre o desejo de concepção ou anticoncepção por
parte da mulher ou do casal.
Indagar sobre o conhecimento e uso prévio de métodos
anticoncepcionais.
Exame físico geral e específico:
Realizar se necessário, conforme o método de escolha e os
critérios de elegibilidade;
Solicitar exames de rotina e/ou exames complementares:
hemograma, Teste rápido para sífilis/VDRL, Teste rápido para
HIV/Sorologia para HIV, beta-HCG, sumário de urina,
HBsAg.
Educação em saúde:
Orientar individual ou coletivamente pessoas em idade fértil
(10-49 anos), considerando os aspectos biopsicossociais
relacionados ao livre exercício da sexualidade e do prazer,
além dos aspectos culturais e transgeracionais relacionados à
sexualidade e à reprodução.
Orientar acerca de temas importantes como direitos sexuais e
direitos reprodutivos, sexo seguro, métodos anticoncepcionais,
papéis sociais e projeto de vida, reprodução humana assistida,
atenção humanizada ao abortamento, riscos implicados em
certas práticas sexuais.
153
Orientar sobre os métodos anticoncepcionais existentes e
disponíveis na Atenção Básica.
Informar a eficácia de cada método, sua forma de uso e
possíveis efeitos adversos.
Orientar sobre suas contraindicações diante de certos
antecedentes clínicos e/ou ginecológicos.
Reforçar a importância do retorno para acompanhamento
clínico conforme método em uso e disponibilidade da usuária.
Recomendar métodos de acordo com adequação e escolha
informada da usuária, considerando fatores individuais e
contexto de vida dos usuários(as) no momento da escolha do
método.
Observar Fluxograma II e III.
155
3.3 Consulta de enfermagem na avaliaçao pré-
concepcional
A Avaliação pré-concepcional é a consulta que o casal
faz antes de uma gravidez, objetivando identificar fatores de
risco ou doenças que possam alterar a evolução normal de uma
futura gestação. Constitui um instrumento importante na
melhoria dos índices de morbidade e mortalidade materno e
infantil, garantindo uma gestação mais saudável em um
período reprodutivo adequado e diminui riscos de gravidezes
não desejadas e de abortos (BRASIL, 2013).
As atividades a serem desenvolvidas na consulta para
aconselhamento pré-concepcional devem incluir:
Realizar o Histórico de enfermagem e Exame físico e
ginecológico completo, conforme descrito na consulta de
Planejamento Reprodutivo;
Orientação nutricional visando à promoção do estado
nutricional adequado tanto da mãe como do recém-nascido,
além da adoção de práticas alimentares saudáveis;
Orientações sobre os riscos do tabagismo e do uso rotineiro de
bebidas alcoólicas e outras drogas;
Orientações quanto ao uso de medicamentos e, se necessário
mantê-los, realização da substituição para drogas com menores
efeitos sobre o feto;
Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os
riscos nos casos de exposição a tóxicos ambientais;
156
Administração preventiva de ácido fólico no período pré-
gestacional, para a prevenção de anormalidades congênitas do
tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes
desse tipo de malformações (5mg, VO/dia, durante 60 a 90
dias antes da concepção);
Orientação para registro sistemático das datas das
menstruações e estímulo para que o intervalo entre as
gestações seja de, no mínimo, 2 (dois) anos. Em relação à
prevenção e às ações que devem ser tomadas quanto às
infecções e a outras doenças crônicas, são consideradas
eficazes as investigações para:
Solicitar os exames laboratoriais – VDRL, HBsAg, Sorologia
para rubéola, teste anti-HIV; Tipagem Sanguínea da mulher
e/ou do homem (se necessário).
Rubéola e hepatite B: nos casos negativos, deve-se
providenciar a imunização previamente à gestação;
Toxoplasmose: deve-se oferecer o teste no pré-natal;
HIV/Aids: deve-se oferecer a realização do teste anti-HIV,
com aconselhamento pré e pós-teste. Em caso de teste
negativo, deve-se orientar a paciente para os cuidados
preventivos. Já em casos positivos, deve-se prestar
esclarecimentos sobre os tratamentos disponíveis e outras
orientações para o controle da infecção materna e para a
redução da transmissão vertical do HIV. Em seguida, deve-se
encaminhar a paciente para o serviço de referência
especializado;
157
Sífilis: nos casos positivos, devem-se tratar as mulheres e seus
parceiros para evitar a evolução da doença, fazer o
acompanhamento de cura e orientá-los sobre os cuidados
preventivos para sífilis congênita. Para as demais DST, nos
casos positivos, deve-se instituir diagnóstico e tratamento no
momento da consulta (abordagem sindrômica) e orientar a
paciente para a sua prevenção. Deve-se também sugerir a
realização de exame de eletroforese de hemoglobina se a
gestante for negra e tiver antecedentes familiares de anemia
falciforme ou se apresentar histórico de anemia crônica.
A partir de todo este levantamento procedem-se as
orientações ao casal como anotar a DUM e definir o período
fértil. A avaliação pré-concepcional tem-se mostrado
altamente eficaz também quando existem doenças crônicas
como: Diabetes mellitus, Epilepsia, Hipertensão arterial, além
de outras situações como anemias, carcinomas de colo uterino
e mama, etc. No caso de identificação de fatores de risco
conceptivo para uma futura gravidez encaminhar ao médico da
ESF ou ao nível secundário para o ginecologista e/ou obstetra.
158
5 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
Ginecologista, Urologista e Psicólogo.
REFERÊNCIAS
159
FLUXOGRAMA 1 – ESTERILIZAÇÃO CIRÚGICA
160
REQUISITOS
A esterilização cirúrgica por meio da laqueadura tubária e da
vasectomia será indicada nos casos em que se caracterizar
como a melhor opção, conforme critérios definidos pela Lei
Federal Nº 9263 de 12 de janeiro de 1996:
Mulheres e homens com capacidade civil plena;
Maiores de vinte e cinco anos de idade;
Com pelo menos, dois filhos vivos;
Observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a
manifestação da vontade e o ato cirúrgico.
Apresentação de documento escrito e firmado, com a
expressa manifestação da vontade da pessoa, após receber
informações a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos
colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de
contracepção reversíveis existentes;
Em caso de convivência conjugal a realização da
laqueadura/vasectomia depende do consentimento expresso de
ambos os cônjuges em documento escrito e firmado.
ATENÇÃO:
É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante períodos de parto ou
aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por cesarianas
sucessivas anteriores ou na caracterização de risco de vida. A indicação da
laqueadura tubária será médica, sempre nos casos de risco à vida ou à saúde
da mulher ou do futuro concepto.
Consideram-se risco reprodutivo, com indicação à esterilização cirúrgica
na mulher (laqueadura tubária), obedecidos critérios acima citados, as
seguintes patologias:
a) Hipertensão Arterial Sistêmica;
b) Diabetes mellitus;
c) Doença Renal Crônica;
d) Cardiopatias;
e) Outras patologias, justificadas e com indicação médica.
Quando se evidenciar clinicamente risco, à vida ou à saúde da mulher
ou do futuro concepto, que recomende a esterilização, o procedimento
deverá ser testemunhado em relatório escrito e assinado por dois
médicos.
161
FLUXOGRAMA 2 – CONSULTA DE
ENFERMAGEM NO PLANEJAMENTO
REPRODUTIVO
CONSULTA DE ENFERMAGEM
162
FLUXOGRAMA 3- ASSISTÊNCIA NO
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
ORIGEM DA DEMANDA
MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
Comportamentais
Hormonais Dispositivo intra-uterino
Barreira
Anticoncepcionais
Tabelinha orais e injetáveis; - Esterilização
Muco Camisinha Minipílula; cirúrgica:
cervical masculina Pílula de laqueadura;
Temperatura e feminina emergência vasectomia
Basal
corporal
Sinto-térmico
163
CAPÍTULO IV
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO
ADULTO COM HIPERTENSÃO ARTERIAL
Autores
Danieli Maria Matias Coêlho
Dária Maria Bernardes Nogueira
Jaqueline Carvalho e Silva Sales
Maria Eliane Martins Oliveira da Rocha
Mariângela Gomes Barbosa
Vera Lúcia Evangelista de Sousa Luz
1 INTRODUÇÃO
1
A aferição causal da pressão arterial é a aferição comumente realizada no
consultório, através de método indireto com utilização de estetoscópio e
esfignomanômetro (BRASIL, 2012).
165
(BRASIL, 2012). A partir de 115 mmHg de pressão sistólica
(PS) e de 75 mmHg de pressão diastólica (PD), o risco para
eventos cardiovasculares aumenta de forma constante,
dobrando a cada 20 mmHg no primeiro caso e a cada 10 mmHg
no segundo caso (LEWINGTON et al., 2002; CHOBANIAN
et al., 2003).
No Brasil, os desafios do controle e prevenção da HAS
e suas complicações são, sobretudo, das equipes de Atenção
Básica (AB). As equipes são multiprofissionais, cujo processo
de trabalho pressupõe vínculo com a comunidade e a clientela
adscrita, levando em conta a diversidade racial, cultural,
religiosa e os fatores sociais envolvidos (GRUPO
HOSPITALAR CONCEIÇÃO, 2009; BRASIL, 2013).
A classificação da PA de acordo com a Tabela 1, será
realizada após dois atendimentos, utilizando-se o maior valor
médio obtido na PA sistólica ou diastólica.
166
Quadra 1 - Classificação da pressão arterial para adultos
maiores de 18 anos*
CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO PRESSÃO
SISTÓLICA DIASTÓLICA
(mmHg) (mmHg)
Ótima <120 <80
167
Todo adulto com 18 anos ou mais de idade, ao procurar
a Unidade Básica de Saúde (UBS) para consulta, atividades
educativas, procedimentos, entre outros, e não tiver registro no
prontuário de ao menos uma verificação da PA nos últimos
dois anos, deverá tê-la verificada e registrada A primeira
verificação deve ser realizada em ambos os braços. Caso haja
diferença entre os valores, deve ser considerada a medida de
maior valor. O braço com o maior valor aferido deve ser
utilizado como referência nas próximas medidas. O indivíduo
deverá ser investigado para doenças arteriais se apresentar
diferenças de pressão entre os membros superiores maiores de
20/10 mmHg para as pressões sistólica/diastólica,
respectivamente (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA; SOCIEDADE BRASILEIRA DE
NEFROLOGIA, 2010).
De acordo com a média dos dois valores pressóricos
obtidos, a PA deverá ser novamente verificada a cada dois
anos, se PA menor que 120/80 mmHg; a cada ano, se PA entre
120 – 139/80 – 89 mmHg nas pessoas sem outros fatores de
risco para doença cardiovascular (DCV); em mais dois
momentos com intervalo de 1 – 2 semanas, se PA maior ou
igual a 140/90 mmHg ou PA entre 120 – 139/80 – 89 mmHg
na presença de outros fatores de risco para DCV (BRASIL,
2006; CHOBANIAN et al., 2003).
168
O diagnóstico da pressão arterial é baseado na história
de saúde, anamnese, no exame físico completo e consiste na
média aritmética da PA maior ou igual a 140/90mmHg,
verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo
mínimo de uma semana entre as medidas, ou seja, soma-se a
média das medidas do primeiro dia mais as duas medidas
subseqüentes e divide-se por três. Os exames laboratoriais
rotineiros incluem exame de urina, potássio, creatinina,
glicemia de jejum, hematócrito, colesterol total, HDL,
LDL,VLDL, triglicérides, além do Eletrocardiograma
(BRASIL, 2006; BRASIL, 2013).
. O controle da HAS se faz por meio de tratamento
medicamentoso e não medicamentoso, este último através de
mudanças no estilo de vida, com hábitos alimentares
saudáveis, baixo consumo de sal, gorduras e álcool, prática
regular de atividade física, dentre outros, exigindo de seus
portadores controle durante toda a vida, o que pode estar
relacionado à dificuldade na adesão ao tratamento. Já o
tratamento medicamentoso, objetiva a redução da morbidade e
da mortalidade cardiovasculares reduzindo não só a pressão
arterial como os eventos cardiovasculares fatais e não fatais
(CARVALHO et al., 2011; GASPERIN; FENSTERSEIFER,
2006).
Os profissionais de saúde da rede básica têm
importância primordial nas estratégias de controle da
hipertensão arterial, quer na definição do diagnóstico clínico e
169
da conduta terapêutica, quer nos esforços requeridos para
informar e educar o paciente hipertenso como de fazê-lo seguir
o tratamento.
É preciso ter em mente que a manutenção da motivação
do paciente em não abandonar o tratamento é talvez uma das
batalhas mais árduas que profissionais de saúde enfrentam em
relação ao paciente hipertenso. Para complicar ainda mais a
situação, é importante lembrar que um grande contingente de
pacientes hipertensos também apresenta outras co-
morbidades, como diabetes mellitus, dislipidemia e obesidade,
o que traz implicações importantes em termos de
gerenciamento das ações terapêuticas necessárias para o
controle de um aglomerado de condições crônicas, cujo
tratamento exige perseverança, motivação e educação
continuada (BRASIL, 2006).
A assistência de enfermagem ao paciente com
hipertensão arterial deve estar voltada para a prevenção de
complicações cardiovasculares, manutenção de níveis
pressóricos normais, avaliando e controlando os fatores de
risco. O serviço de saúde deve oferecer agendamento prévio
para os atendimentos individuais ou em grupo, para
monitoramento das condições de saúde, segundo projeto
terapêutico individual e coletivo elaborado pela sua equipe de
referência.
Na perspectiva de uniformizar as ações de enfermagem
a nível municipal surgiu a necessidade de criação, implantação
170
e implementação de protocolos de atendimento para
indivíduos com suspeita de HAS, bem como para o controle e
acompanhamento dos pacientes de acordo com os fluxos
estabelecidos e discutidos abaixo.
171
Adotar os Critérios Diagnósticos, Classificação e
Estratificação de Risco adotados nos referidos Cadernos de
Atenção Básica.
172
Verificação da PA nas consultas:
• Em cada consulta deverão ser realizadas no mínimo
duas aferições, com intervalo de 1 a 2 minutos entre si;
• Caso as pressões diastólicas obtidas apresentem
diferenças superiores a 5 mmHg, sugere-se que sejam
realizadas novas aferições, até que seja obtida aferição com
diferença inferior a esse valor.
• De acordo com a situação clínica presente,
recomenda-se que as aferições sejam repetidas em pelo menos
duas ou mais visitas.
• As medições na primeira avaliação devem ser obtidas
em ambos os membros superiores.
• As posições recomendadas na rotina para a aferição
de pressão arterial são: sentada e/ou deitada.
Realizar Classificação de risco cardiovascular.
173
4 SOLICITAÇÃO DE EXAMES COMPLEMENTARES
Os exames complementares são como o próprio nome
diz complementares à consulta, visando ao estabelecimento de
diagnósticos que a anamnese e o exame físico não são capazes
de estabelecer isoladamente. Assim, o Enfermeiro deve
solicitar anualmente:
Exame de urina, potássio, creatinina, glicemia de
jejum, hematócrito, colesterol total, HDL, LDL,VLDL,
triglicérides;
Outros exames complementares, tais como ECG, fundo
de olho e Raio-X de tórax PA/P, podem ser solicitados de
acordo com a rotina da instituição.
Na avaliação laboratorial complementar mínima da
pessoa com HAS deve constar os seguintes exames descritos a
seguir no Quadro 1 e que poderão ser solicitados pelo
enfermeiro na 1ª consulta de enfermagem e nas subsequentes
caso sejam necessários.
174
Quadro 2 - Exames Complementares mínimos para a avaliação inicial de Hipertensão Arterial Sistêmica
2
A partir da Cretinina plasmática faz-se o cálculo da estimativa de filtração glomerular (TFGE) = (140-idade) x peso (kg) ÷ creatinina plasmática (mg/dl) x
72 x 1 para homens ou x 0.85 para mulheres;
175
Exame Valor de Referência
3
As demais frações do Colesterol podem ser calculadas pela fórmula: LDL = CT - (HDL + TGL ÷ 5); e VLDL = TGL ÷ 5
176
Ao avaliar os exames de rotina, o profissional deve
observar alguns aspectos:
• O eletrocardiograma é razoavelmente sensível para
demonstrar repercussões miocárdicas da hipertensão, como
sobrecarga de ventrículo esquerdo.
• A presença de proteinúria leve a moderada no
sedimento urinário é, geralmente, secundária à repercussão de
hipertensão sobre os rins. Proteinúria mais acentuada,
leucocitúria e hematúria (excluídas outras causas),
especialmente se acompanhadas dos cilindros
correspondentes, indicam hipertensão grave ou hipertensão
secundária à nefropatia.
• O potássio sérico anormalmente baixo sugere o uso
prévio de diuréticos. Excluída essa causa, o paciente deve
realizar, via encaminhamento, investigação de
hiperaldosteronismo primário.
• A dosagem do colesterol e da glicemia visa detectar
outros fatores que potencializam o risco cardiovascular da
hipertensão.
A reavaliação laboratorial complementar mínima é de
caráter anual em pacientes com níveis pressóricos limítrofes,
assintomáticos e sem intercorrências. A fundoscopia será
solicitada apenas na avaliação inicial do paciente hipertenso
(BRASIL, 2012
177
5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
A indicação do anti-hipertensivo deverá ser a critério médico, sendo de competência da (o) enfermeira (o)
a transcrição do medicamento durante a consulta de enfermagem nos casos de clientes com a pressão arterial
controlada.
Quadro 3 – Tratamento medicamentoso
Grupos e representantes Dose diária Intervalo de dose (h) Risco de emprego mais Indicações
(mg) importantes Favoráveis
hipocalemia, hiperuricemia
DiúreticoTiazidicos: hipovolemia, hipocalemia
Hidroclorotiazida 12,5 – 50 24/24
De alça: Furosemida 20 - 320 12 - 24
178
Dose diária Risco de emprego mais Indicações
Grupos e representantes Intervalo de dose (h) importante favoráveis
(mg)
179
6 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
Médico e cirurgião dentista da equipe (na própria
UBS); Nutricionistas; Médicos especialistas: cardiologista e
oftalmologista.
7 CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Oferecer ao cliente informações em relação à doença e à
prevenção das complicações;
Envolver o cliente no cuidado de forma a torná-lo ativo e
co-responsável por sua saúde;
Estimular a adesão ao tratamento:
– Estabelecendo objetivos junto com o cliente;
– Através do vínculo com o paciente e familiares;
– Considerando e adequando crenças, hábitos e cultura do
paciente;
– Realizando visita domiciliar para sensibilizar os familiares na
adesão ao tratamento;
– Através de busca de faltosos;
– Incentivando a participação do cliente e familiares em grupos
educativos.
–
8 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO
181
9 CONDUTA DE ENFERMAGEM EM CASOS DE
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
HIPERTENSIVA4
4
Pode-se definir emergência hipertensiva como toda situação clínica em que a
elevação crítica da pressão arterial é acompanhada de grave quadro clínico,
progressiva e rápida lesão de órgão-alvo e risco de morte, exigindo imediata
redução da pressão arterial com agentes por via parenteral. Já o termo urgência
hipertensiva refere-se à substancial elevação da pressão arterial, porém, sem lesão
de órgão-alvo, exigindo a redução da pressão arterial em até 24 horas.
182
atendimento em local apropriado (pronto-atendimento
hospitalar ou emergência).
REFERÊNCIAS
Mapa ou MRPA
Normal Anormal
Normotensão Hipertensão
Normal Mascarada
Consultório
Jaleco Hipertensão
Branco
Anormal
184
Fonte: Caderno de Atenção Básica Nº 37, p. 36.
185
Fonte: Caderno de Atenção Básica Nº 37, p.62
186
Figura 4 – Fluxograma da abordagem nutricional com pessoas
com PA limítrofe ou HAS em consulta médica e de
enfermagem na Atenção Básica
A Avaliação antropométrica
(IMC e CA)
Obesidade ou sobrepeso
e/ou CA aumentada?
NÃO
SIM
Apoio do Fatores de
Orientação nutricional
nutricionista risco relacionados
(individual ou em
ou de outro à alimentação?
grupo) com
profissional
estabelecimento de
da UBS e/ou Nasf
regras
Segue as orientações?
SIM NÃO
188
189
190
CAPÍTULO V - PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA
ATENÇÃO AO ADULTO COM DIABETES
Autores
Francisca Costa de Abreu
Gilda dos Santos Costa
Iolete Soares da Cunha
Joana Rodrigues de Lima
Marcelo de Moura Carvalho
Nancy Nay Leite de Araújo Loiola Batista
Sandra Maria G. de Sousa
1. INTRODUÇÃO
3 RASTREAMENTO
192
Recomenda-se que a consulta de rastreamento para a
população-alvo definida pelo serviço de Saúde seja realizada
pelo enfermeiro da UBS, encaminhando para o médico em um
segundo momento, a fim de confirmar o diagnóstico dos casos
suspeitos.
193
4 CRITÉRIOS LABORATORIAIS PARA O
DIAGNÓSTICO DE DIABETES
5.1 Histórico
5.2 Exame físico específico:
196
(capacidade de flexão, extensão, limitações de mobilidade,
edemas); pés (bolhas, sensibilidade, ferimentos, calosidades e
corte das unhas).
• Durante a avaliação ginecológica, quando pertinente, deve-
se estar atento à presença de candida albicans.
Exame Periodicidade
Glicemia de jejum A cada seis meses ou
Glicemia pós-prandial conforme a necessidade
Hemoglobina Glicada A cada seis meses
(HbA1c)
Colesterol Total
Triglicerídeos
HDL- colesterol
LDL- colesterol Anual ou conforme
Creatinina sérica necessidade
Proteína e creatinina em
amostra de urina
Urina tipo I
TSH
197
• Problemas emocionais, sintomas depressivos e outras
barreiras psicológicas;
• Sentimento de fracasso pessoal, crença no aumento da
severidade da doença;
• Medos: da perda da independência; de hipoglicemia, do
ganho de peso, das aplicações de insulina;
• Automonitorização: Consegue realizar a verificação da
glicemia capilar? Apresenta dificuldades no manuseio do
aparelho?
198
Uso da insulina e o modo correto de como reutilizar agulhas;
planejamento de rodízio dos locais de aplicação para evitar
lipodistrofia.
• Solicitar e avaliar os exames previstos no protocolo
assistencial local.
• Quando pertinente, encaminhar ao médico e, se necessário,
aos outros profissionais.
199
Avaliar a necessidade de mudança ou adaptação no processo
de cuidado e reestruturar o plano de acordo com essas
necessidades.
Registrar em prontuário todo o processo de acompanhamento.
6 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
200
Figura 2 – Fluxograma de Tratamento do DM tipo 2
MEV
SIM
SIM
Atingiu metas após 3 meses?
Glicemia Glicemia ao
Glicemia deitar Solicitar
antes do antes do HbA1c após
almoço aumentada:
jantar adicionar 2-3 meses da
aumentada: meta de GJ
aumentada insulina de
adicionar : adicionar atingida
insulina de ação rápida
NPH pela antes do
ação rápida manhã
antes do jantar.
café. Fonte: DAB/SAS/MS.
201
*Introduzir metformina ao diagnóstico para pessoas com
sobrepeso e obesos.
**Quando há o diagnóstico, nessa situação, a insulinoterapia
deve ser plena e pode ser temporária.
AMGC – automonitorização de glicemia capilar.
202
6.2 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO
203
Técnica de aplicação e locais para avaliação do teste com
monofilamento de Semmes-Weinstem:
204
Método de avaliação da sensibilidade vibratória
utilizando o diapasão de 128 Hz
205
Técnica palpatória para identificação de artérias:
206
Quadro 7: Cuidados recomendados para o Pé Diabético,
segundo a Classificação de Risco:
Categoria Definição Recomendação Periodicidade de
de risco acompanhamento
recomendada
Sem PSP* Orientações sobre Anual,
Sem DAP* calçados preferencialmente
0 apropriados. com médico ou
Estímulo ao enfermeiro da AB.
autocuidado.
PSP com ou Considerar o uso A cada 3 a 6
sem de calçados meses, com
1 deformidades adaptados. médico ou
Considerar enfermeiro da AB.
correção cirúrgica,
caso não haja
adaptação.
DAP com ou Considerar o uso A cada 2 a 3
sem de calçados meses, com
2 PSP adaptados. médico e/ou
Considerar enfermeiro da AB.
necessidade de Avaliar
encaminhamento necessidade de
ao cirurgião encaminhamento
vascular. para outro ponto
de atenção.
História de Considerar o uso A cada 1 a 2
úlcera ou de calçados meses, com
amputação adaptados. médico e/ou
3 Considerar enfermeiro da AB,
correção cirúrgica, ou equipe
caso não haja especializada.
adaptação.
Se houver DAP,
avaliar a
necessidade de
encaminhamento
ao cirurgião
vascular.
Fonte: Boulton et al., 2008; Brasil, 2013.
207
Quadro 8 - Classificação fisiopatológica do Pé Diabético,
segundo sinais e sintomas
Sinal/Sintoma Pé Neuropático Pé Isquêmico
Temperatura do pé Quente ou morno Frio
Coloração do pé Coloração normal Pálido com
elevação ou
cianótico com
declive
Aspecto da pele do Pele seca e Pele fina e
pé fissurada brilhante
Deformidade do Dedo em garra, Deformidades
pé dedo em martelo,
ausentes
pé de Charcot ou
outro
Sensibilidade Diminuída, Sensação
abolida ou dolorosa, aliviada
alterada quando as pernas
(parestesia) estão pendentes
Pulsos pediais Pulsos amplos e Pulsos
simétricos diminuídos ou
ausentes
Calosidades Presentes, Ausentes
especialmente na
planta dos pés
Edema Presente Ausente
Localização mais 1º e 5º Latero-digital;
comum da úlcera metacarpos e sem anel
(se houver) calcâneo querotásico;
(posterior); dolorosas
redondas, com
anel querotásico
periulcerativo;
não dolorosas
Fonte: Dealey, 2006; International Diabetes Federation, 2006.
208
Orientações para o autocuidado no Pé Diabético –
prevenindo as feridas:
Realize a inspeção diária dos pés (seja por você mesmo ou
com a ajuda de um familiar ou um cuidador orientado),
incluindo as áreas entre os dedos.
Realize a higiene regular dos pés, seguida da secagem
cuidadosa deles, principalmente entre os dedos.
Cuidado com a temperatura da água! Ela deve estar sempre
inferior a 37°C, para evitar o risco de queimadura.
Evite andar descalço, seja em ambientes fechados ou ao ar
livre.
Sempre use meias claras ao utilizar calçados fechados.
Use, sempre que possível, meias com costura de dentro para
fora ou, de preferência, sem costura.
Procure trocar de meias diariamente.
Nunca use meias apertadas e evite usar meias altas acima do
joelho.
Inspecione e palpe diariamente a parte interna dos calçados, à
procura de objetos que possam machucar seus pés.
Use calçados confortáveis e de tamanho apropriado, evitando
o uso de sapatos apertados ou com reentrâncias e costuras
irregulares.
Use cremes ou óleos hidratantes para pele seca, porém, evite
usá-los entre os dedos.
Corte as unhas em linha reta.
Não utilize agentes químicos ou emplastros para remover
calos.
Calos e calosidades devem ser avaliados e tratados pela sua
equipe de saúde.
Faça a reavaliação dos seus pés com a sua equipe de saúde
uma vez ao ano (ou mais vezes, se for solicitado).
Procure imediatamente sua Unidade de Saúde se uma bolha,
corte, arranhão ou ferida aparecer.
Em caso de dúvidas, procure sempre a sua equipe de saúde!
209
As alterações cutâneas mais frequentes e condutas:
Xerodermia (pele seca): orientar quanto ao uso de
hidratante comum após o banho, sempre cuidando para poupar
os espaços interdigitais, a fim de evitar o aparecimento de
micoses.
Calosidades: avaliar adequação de calçado, a
necessidade de órteses para mudança de pontos de pressão e a
redução do nível de atividade para os pés. Em caso de falha
terapêutica com as medidas conservadoras, avaliar a
necessidade de debridamento.
Alterações ungueais: as unhas devem ser cortadas
sempre retas e o profissional de saúde deve orientar o
indivíduo ou seu cuidador quanto à técnica correta. Diante de
um quadro de unha encravada, deve-se encaminhar o indivíduo
para consulta com o médico da equipe, para avaliação da
necessidade de cantoplastia.
Infecções mais frequentes e condutas:
Infecções fúngicas:
Tinea pedis (“micose dos pés”) ou Onicomicose
(“micose das unhas”): manter dedos secos, manter local
ventilado; usar meias de algodão, secar os pés após o banho;
cuidados locais: se tratamento tópico coadjuvante (lixar unhas
para melhor absorção).
Infecções bacterianas:
O tratamento recomendado para infecções bacterianas no Pé
Diabético depende gravidade da infecção. Condutas:
210
tratamento medicamentoso; avaliação médica e controle
glicêmico.
211
• em viagens de avião, não despachar o frasco com a bagagem,
visto que a baixa temperatura no compartimento de cargas
pode congelar a insulina.
Preparação e aplicação:
• lavar as mãos com água e sabão antes da preparação da
insulina;
• o frasco de insulina deve ser rolado gentilmente entre as
mãos para misturá-la, antes de aspirar seu conteúdo;
• em caso de combinação de dois tipos de insulina, aspirar
antes a insulina de ação curta (regular) para que o frasco não
se contamine com a insulina de ação intermediária (NPH);
• não é necessário limpar o local de aplicação com álcool;
• o local deve ser pinçado levemente entre dois dedos e a
agulha deve ser introduzida completamente, em ângulo de 90
graus;
• em crianças ou indivíduos muito magros esta técnica pode
resultar em aplicação intramuscular, com absorção mais rápida
da insulina. Nestes casos podem-se utilizar agulhas mais curtas
ou ângulo de 45 graus;
• não é necessário puxar o êmbolo para verificar a presença de
sangue;
• esperar cinco segundos após a aplicação antes de se retirar a
agulha do subcutâneo, para garantir injeção de toda a dose de
insulina;
212
• é importante mudar sistematicamente o local de aplicação de
insulina de modo a manter uma distância mínima de 1,5 cm
entre cada injeção. Orientar a pessoa a organizar um esquema
de administração que previna reaplicação no mesmo local em
menos de 15 a 20 dias, para prevenção da ocorrência de
lipodistrofia.
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o
cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 160 p.: il. (Cadernos de
Atenção Básica, n. 36)
213
CAPÍTULO VI
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO A
PESSOA IDOSA
Autores
Francisca Cecília Viana Rocha
Ravena Napoleão da Rocha
1 INTRODUÇÃO
217
Caderno de Atenção Básica – nº 19 /Envelhecimento e saúde
da pessoa Idosa.
Estatuto do Idoso – Lei nº 10.741/2003.
Caderneta do Idoso – 3ª edição
Portaria nº 2.488/2011, que aprova a Política Nacional de
Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e
normas para a organização da Atenção Básica, para a
Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes
Comunitários de Saúde (PACS).
3 CONSULTA DE ENFERMAGEM
218
a) Realizar atenção integral às pessoas
idosas.
b) Realizar assistência domiciliar,
quando necessário.
c) Realizar consulta de enfermagem,
incluindo a avaliação multidimensional
rápida e instrumentos complementares,
se necessário, solicitar exames
complementares e prescrever
medicações, conforme protocolos ou
outras normativas técnicas estabelecidas
pelo gestor municipal, observadas as
disposições legais da profissão.
d) Supervisionar e coordenar o trabalho
dos ACS e da equipe de enfermagem.
e) Realizar atividades de educação
permanente e interdisciplinar junto aos
demais profissionais da equipe.
f) Orientar ao idoso, aos familiares e/ou
cuidador sobre a correta utilização dos
medicamentos.
219
especificidades do sujeito. Para isso, no acolhimento, o
Enfermeiro deve estar atento para:
Promover relação de ajuda, dedicando tratamento respeitoso
e cordial à pessoa idosa;
Tratar o idoso pelo nome e estabelecer diálogo buscando
resguardar a privacidade, conforto e segurança da pessoa
idosa;
Dirigir-se ao idoso com perguntas e/ou orientações claras e
objetivas. Caso o idoso esteja acompanhado, fazer
esclarecimentos ao acompanhante após dirigir-se ao idoso;
Dedicar tempo ao idoso a fim de realizar escuta ampliada das
necessidades e identificar problemas;
Se necessário, discutir o caso com outros membros da equipe;
Dar seguimento adequado ao caso:
Encaminhar ou agendar para consulta médica, odontológica,
de enfermagem ou especializada;
Inserir o idoso nas ações ofertadas da unidade básica;
Inserir na rede social de apoio, conforme a necessidade.
221
Lembre-se:
1 - o declínio da altura é observado com o avançar da
idade, em decorrência da compressão vertebral, mudanças
nos discos intervertebrais, perda do tônus muscular e
alterações posturais;
2 - o peso pode diminuir com a idade, porém, com variações segundo
o sexo. Essa diminuição está relacionada à redução do conteúdo da
água corporal e da massa muscular, sendo mais evidente no sexo
masculino;
3 - alterações ósseas em decorrência da osteoporose;
4 - mudança na quantidade e distribuição do tecido adiposo
subcutâneo.
5-redução da massa muscular devida à sua transformação em gordura
intramuscular, o que leva à alteração na elasticidade e na capacidade
de compressão dos tecidos (BRASIL, 2010, p.33).
É importante investigar:
Prejuízos na autonomia para comprar e preparar alimentos;
Dificuldades para alimenta-se;
Alterações no apetite, na ingesta de líquidos (água) e na
percepção da temperatura dos alimentos;
222
Alterações visuais5 e olfativas que interfiram na alimentação;
Necessidade de restrição alimentar por algum problema de
saúde ou intolerância alimentar;
Observar e investigar prejuízos na mastigação em decorrência
de ausência de elementos dentários, presença de cáries ou
lesões na cavidade bucal, condições de prótese dentária.
Avaliar condição dos elementos dentários/próteses. Caso
necessário, encaminhar para avalição odontológica.
Decidir sobre a necessidade de orientações e/ou
encaminhamentos diante de problemas identificados.
f) Avaliar a função auditiva do idoso. Se necessário, utilizar o
“teste do sussurro” (Anexo B).
g) Investigar atividade sexual do idoso. É importante
esclarecer que a atividade sexual pode fazer parte do cotidiano
do idoso. Para isso, esclarecer quanto às mudanças fisiológicas
que ocorrem nesta fase. Nesta oportunidade, investigar
ocorrências de infecções sexualmente transmissíveis / AIDS.
h) Investigar e orientar necessidade de realizar exame de
prevenção (citologia oncótica) e mamografia de rastreamento
na mulher e o exame de toque retal no homem (ver protocolos
de saúde da mulher e saúde do homem).
i) Fazer a avaliação da situação vacinal do idoso (ver protocolo
de imunização do idoso).
5
Caso seja identificada alguma alteração, aproveite para investigar
também dificuldade ao ler, escrever, assistir TV, dirigir ou realizar
outras tarefas. Se necessário, fazer a avaliação usando o Cartão de
Jaeger (Anexo A).
223
j) Investigar estado mental do idoso. Perguntar sobre interação
social e familiar; queixas de esquecimento frequente
(condições da memória); episódios depressivos, isolamento,
perda do interesse por atividades tidas como prazerosas,
padrão de consumo de álcool, fumo ou outras drogas. Realizar
avaliação cognitiva do idoso (Anexo C) e avaliação de
depressão (Anexo D).
l) Avaliar capacidade de mobilidade e investigar risco de
quedas.
m) Avaliar desempenho funcional: investigar autonomia para
autocuidados (alimentar-se, banhar-se, vestir-se, mobilizar-se,
deambular, ir ao banheiro, controle das necessidades
fisiológicas) e atividades da vida diária (utilizar meios de
transporte, realizar compras, realizar tarefas domésticas,
utilizar telefone, preparar refeições e cuidar das finanças).
n) Investigar suporte familiar e social: relacionamento
intrafamiliar e social, riscos e vulnerabilidades a violências.
224
queixas, fragilidades e disfunções identificadas durante a
avaliação do idoso.
b) Diante do idoso com complicações o enfermeiro deve:
Investigar queixas e ocorrências relacionadas.
Avaliar riscos e complicações.
Investigar adesão e continuidade do tratamento.
Orientar necessidade de uso regular da medicação prescrita e
realização de exames de controle.
Solicitar avaliação do médico da equipe ou encaminhar para
avaliação com especialista, caso necessário.
c) Participar da elaboração e gestão do Projeto Terapêutico
Singular (PTS)6. (Ver Caderno de Atenção Básica n. 19.
Páginas 127 a 131)
d) Idoso em situação de urgência e emergência deve ser
encaminhado pelo Serviço Móvel de Urgência e Emergência
(SAMU).
6
“Projeto terapêutico é um plano de ação que considera todos os fatores
envolvidos no processo de adoecimento, formulando uma estratégia de
intervenção, pactuada com o usuário, que vai além do medicamento, e da
solicitação de exames, mas que considera o ambiente, a família, o
trabalho, os recursos da comunidade e outros aspectos que podem ser
relevantes” (BRASIL, 2010, p 127).
7
A avaliação dos exames laboratoriais obedecerá aos parâmetros de
referência descritos nos protocolos de atenção à pessoa com hipertensão
arterial e diabetes.
225
Hemograma
EAS
Lipidograma
ECG
Glicemia de Jejum
Parasitológico de Fezes
Citologia Oncótica (*)
Mamografia de rastreamento (*)
(*)
Ver protocolo de saúde da mulher.
5 TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
226
6 TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO
Compete a(o) Enfermeira(o) atuar na sensibilização do
cliente orientando quanto aos fatores de riscos e medidas
preventivas associados as doenças crônicas como hipertensão
arterial, diabetes, doenças osteoarticulares, entre outras. Entre
estes cuidados incluem:
Estímulo à adoção de estilo de vida saudável.
Orientações quanto à alimentação saudável (rica em frutas e
legumes; pobre gordura e sal).
Adoção de medidas para o controle do peso.
Ingestão adequada de Líquidos (água e sucos).
Desenvolvimento de atividade física – com orientação de um
educador físico e após avaliação médica (Academia da
Saúde).
Orientação quanto aos danos caudados pelo consumo de
álcool e ao tabagismo.
Orientações sobre a necessidade de proteção à exposição ao
sol e outros agentes nocivos.
Incentivo à inclusão social e aos grupos comunitários.
7 ENCAMINHAMENTOS ESPECIALIZADOS
228
saúde, em condições de abandono/violência, por solicitação do
próprio usuário e em caso de interesse epidemiológico.
Desenvolver visita domiciliar para realização de
procedimentos de competência do Enfermeiro (curativos
complexos, administração de medicamentos especiais,
sondagens e outros).
Articular visita com equipe interdisciplinar em casos
específicos (CAPS, CRAS, Serviço Social, Melhor em Casa e
outras).
Realizar visita domiciliar para investigação de denuncias.
Monitorar cuidados domiciliares ao idoso.
Lembrando que é atribuição da equipe e do Enfermeiro a
notificação compulsória dos casos de violência.
229
9 FLUXOGRAMA: CONSULTA DE ENFERMAGEM
AO IDOSO
PACIENTE IDOSO
ACOLHIMENTO
(Escuta qualificada, identificação de problemas, busca de
solução)
CONSULTA DE ENFERMAGEM
(Histórico de enfermagem, exame físico e mental, avaliação de
risco e vulnerabilidade)
NÃO SIM
Existem
complicações
?
- Realizar consulta de
Enfermagem;
- Realizar consulta de Enfermagem; - Investigar e avaliar
- Solicitar exames de complicações;
acompanhamento; - Solicitar exames de
- Ofertar medicação de uso contínuo; controle;
- Agendar retorno. - Encaminhar (se
- Incentivar a participação em grupos necessário).
comunitários e rede social de apoio. - Elaborar Projeto
Terapêutico Singular
(PTS)
VISITA DOMICILIAR
230
REFERÊNCIAS
231
Anexo A – Avaliação da visão
CARTÃO JAEGER
O cartão é colocado a uma distância de 35 cm da pessoa idosa
que se possuir óculos deve mantê-los durante o exame. A visão
deve ser testada em cada olho em separado e depois em
conjunto. Os olhos devem ser vendados com as mãos em forma
de concha.
232
Anexo B – Avaliação da audição
233
Anexo C – Avaliação cognitiva
236
Anexo D – Avaliação de Depressão
237
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA ABREVIADA
1. Está satisfeito(a) com sua vida?
Sim ( ) Não ( )
2. Interrompeu muitas de suas atividades?
Sim ( ) Não ( )
3. Acha sua vida vazia?
Sim ( ) Não ( )
4. Aborrece-se com frequência?
Sim ( ) Não ( )
5. Sente-se bem com a vida na maior parte do tempo?
Sim ( ) Não ( )
6. Teme que algo ruim lhe aconteça?
Sim ( ) Não ( )
7. Sente-se alegre a maior parte do tempo?
Sim ( ) Não ( )
8. Sente-se desamparado com frequência?
Sim ( ) Não ( )
9. Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas?
Sim ( ) Não ( )
10. Acha que tem mais problemas de memória que outras
pessoas? Sim ( ) Não ( )
11. Acha que é maravilhoso estar vivo(a)?
Sim ( ) Não ( )
12. Sente-se inútil?
Sim ( ) Não ( )
13. Sente-se cheio/a de energia?
Sim ( ) Não ( )
14. Sente-se sem esperança?
Sim ( ) Não ( )
15. Acha que os outros tem mais sorte que você?
Sim ( ) Não ( )
238
CAPÍTULO VII
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO
USUÁRIO EM SAÚDE MENTAL
Autora
Claudia Maria Sousa de Carvalho
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
239
portadores de transtornos mentais, citados na Lei nº 10.216/01
(BRASIL, 2004).
Assim, de acordo com o delineamento da Política de
Saúde Mental, a rede de cuidados em saúde mental deve
estruturar-se a partir da Atenção Básica, obedecendo ao
modelo de rede, de base territorial e comunitária, buscando o
estabelecimento de vínculo e a continuidade do cuidado
(BRASIL, 2011a).
Sendo assim, a Unidade Básica de Saúde (UBS) é parte
integrante desta rede de cuidados e constitui a porta de entrada
preferencial no sistema de saúde. Além disso, deve ter livre
interlocução com os demais dispositivos da rede como: os
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Serviços
Residenciais Terapêuticos (SRT), Centros de Convivência,
Ambulatórios de Saúde Mental e Hospitais Gerais para
garantir a integralidade do cuidado e, assim, a efetivação das
diretrizes do SUS (BRASIL, 2011a).
Nesse sentido, o sistema de saúde do município busca
consolidar um modelo de atenção com acesso aos diversos
equipamentos assistenciais que vão desde cuidados básicos
nos domicílios e atendimento nas UBS, através da atuação das
Equipes de Saúde da Família (ESF), até os serviços
especializados ambulatoriais e hospitalares.
Deste modo, as ações de cuidado devem ser ofertadas
de acordo com as diferentes necessidades manifestadas pelo
sujeito, considerando não somente a condição clínica do
240
paciente, mas, também, desenvolvendo ações que promovam
a autonomia, reinserção social e familiar desse sujeito.
Para isso, o Município de Teresina está buscando
organizar a rede de cuidados por meio da ampliação dos
serviços extra-hospitalares e dos pontos de cuidados em saúde
mental. Tal condição tem favorecido ao processo de mudança
no modelo de cuidados às pessoas com transtorno mental,
modificando o fluxo dos usuários do sistema de saúde, antes
direcionado para o modelo de serviço do tipo manicomial e,
atualmente, voltado para os CAPS e outros dispositivos
substitutivos do hospital psiquiátrico tradicional.
Atualmente, a rede de cuidados em saúde mental do
município de Teresina, considerando os serviços de gestão
estadual e municipal, é composta por: CAPS II, CAPS III,
CAPS ad e CPAS i; leitos de atenção integral no hospital geral
(Hospital da Primavera), leitos no Serviço Hospitalar de
Referência em Álcool e Drogas (Hospital do Mocambinho),
Serviços Residenciais Terapêuticos, Equipe do Consultório na
Rua, Unidade de Acolhimento (infanto-juvenil). Além das
263 Equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF), dos
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), Centro de
Convivência da Terceira Idade (CCTI), Serviços de Urgência
e Emergência (SAMU e UPAS) e Ambulatórios
Especializados de Saúde Mental em funcionamento no
município. Vale destacar, que o Hospital Psiquiátrico Areolino
241
de Abreu, ainda constitui elemento da rede devido à
insuficiência de recursos substitutivos no município.
Diante do exposto, para atender a estas diretrizes de
cuidado à pessoa com transtorno mental ou com algum grau de
sofrimento psíquico, a Fundação Municipal de Saúde
disponibiliza mais uma ferramenta de trabalho aos
profissionais Enfermeiros da Atenção Básica que se traduz no
protocolo aqui apresentado.
242
3 SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO BÁSICA
243
constituem medidas fundamentais para o sucesso terapêutico
do paciente (CHIAVERINE, et al, 2011).
Nessa perspectiva, a Unidade Básica de Saúde, como
componente da Rede de Atenção Psicossocial, deve
desenvolver em parceria com outros pontos de atendimento
existentes no território, ações de promoção de saúde mental,
tratamento e reabilitação das pessoas com transtorno mental
incluindo ações de redução de danos e cuidados às pessoas
com complicações decorrentes do uso de crack, álcool e outras
drogas (BRASIL, 2011b).
Assim, para o planejamento e desenvolvimento de
intervenções voltadas para as questões relacionadas à saúde
mental é importante que o Enfermeiro possa construir uma
conexão entre as queixas somáticas e o sofrimento psíquico,
buscando identificar a causa de conflitos que muitas vezes não
apresentam explicações de origem física.
Para isso, apresentamos, a seguir, o fluxograma da rede de
atenção em saúde mental (em anexo) e as principais
intervenções para o cuidado de enfermagem em saúde mental
no âmbito da atenção básica, de acordo com a condição
manifestada pelo paciente / família.
244
3.1 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM AO
PACIENTE EM SOFRIMENTO PSÍQUICO / CRISE
PSIQUIÁTRICA.
246
Realizar Visita Domiciliar após o retorno do usuário para a
comunidade a fim de garantir a continuidade do cuidado.
248
Estabelecer com o usuário projeto terapêutico singular,
compartilhado com o projeto terapêutico elaborado no CAPS,
incluindo participação em atividades existentes na rede de
apoio social disponível no território.
Se necessário, encaminhar ou discutir com a equipe do CAPS
alterações no comportamento do usuário (insônia, agitação,
alucinações, delírios, recusa da medicação, tentativa de
suicídio e outros).
Articular com outros setores, como os Centros de Referência
da Assistência Social (CRAS), escolas ou outros segmentos
para a solução de demandas sociais do usuário e de familiares.
251
Considerando o modelo de organização da Estratégia
Saúde da Família, em consonância com os princípios e
diretrizes das políticas de saúde do SUS, a atenção básica
constitui o nível da assistência privilegiado para o
desenvolvimento de ações de promoção de saúde mental.
O fato das equipes da atenção básica conhecerem o
modo de viver das famílias cadastradas, os problemas
existentes no território, bem como os recursos disponíveis para
enfrentamento das condições de vulnerabilidades favorecem à
identificação dos problemas existentes na comunidade e
possibilita a implementação de medidas que visem a promoção
da saúde.
Nesse sentido, vale destacar que as ações de promoção
de saúde, desenvolvidas pela ESF, dirigidas às diferentes
necessidades das famílias que constituem a população adscrita
da equipe, também implicam em ações de promoção de saúde
mental e de prevenção dos problemas relacionados aos
transtornos mentais incluindo os problemas decorrentes do uso
de substâncias psicoativas.
Dito isso, seguem algumas ações que podem ser
desenvolvidas no âmbito da atenção básica e que tem como
resultado a promoção da saúde mental. Vale lembrar que tais
ações podem ser realizadas com o apoio matricial das
equipes de saúde mental do município (equipes dos CAPS):
Realizar o diagnóstico do território, identificando as situações
de risco e os casos de transtorno mental existentes na área;
252
Identificar situações de vulnerabilidade para o uso abusivo de
drogas;
Fazer o reconhecimento no território dos equipamentos de
apoio às atividades de promoção de saúde desenvolvidas pela
ESF;
Cadastrar as pessoas com problemas relacionados à saúde
mental (utilizar a ficha de cadastro dos problemas de saúde
mental)
Desenvolver grupos de educação em saúde, abrindo espaço
para diálogo com os participantes;
Realizar ações de educação em saúde abordando temas
variados, entre eles o tema das drogas e seus prejuízos físicos,
mentais e sociais;
Desenvolver a formação de grupos de familiares para a
discussão de temas que ajudem na solução de problemas;
Estimular a inserção de criança e adolescentes em atividades
de grupos desenvolvidas pela escola e assistência social;
Realizar atendimento individual das demandas do paciente
ampliando a escuta dos problemas e desenvolvendo vínculo
com o paciente e responsabilização pela solução de seus
problemas;
Realizar visitas domiciliares às famílias dirigindo o foco para
as questões de vulnerabilidades ao transtorno mental e outras
situações de risco;
253
Buscar parcerias com as escolas, CRAS, grupos comunitários
e outras organizações sócias para o trabalho de prevenção dos
agravos, incluindo o transtorno mental e o uso de drogas;
Monitorar o tratamento das pessoas com transtorno mental;
Desenvolver reuniões de equipe, inclusive com as equipes do
CAPS, para a discussão do projeto terapêutico de pacientes
cadastrados na ESF.
Durante as consultas de enfermagem para os grupos
específicos (gestantes, hipertensos, adolescentes e outros)
investigar situações de risco para a saúde mental;
Fazer encaminhamentos para os serviços de atenção à saúde
mental para os casos que necessitam de intervenção
especializada.
257
FLUXOGRAMA 1 - DE ATENDIMENTO AO USUÁRIO
EM SAÚDE MENTAL
USUÁRIO / COMUNIDADE
UNIDADE Consultório
BÁSICA DE na Rua
SAÚDE
Crise psiquiátrica?
NÃO SIM
Urgência
Permanece na UBS Psiquiátrica
(Hospital Geral,
Centro de Atenção
HAA, UPA)
Psicossocial (CAPS)
UNIDADE ,
BÁSICA DE
SAÚDE CAPS II
CAPS III
LAIHG1 Dependência
Química
CAPSAD
SRHAD2
1
LAIHG - Leitos de Atenção Integral no Hospital Geral (Hospital da
Primavera),
2
SRHAD - Serviço Hospitalar de Referência em Álcool e outras Drogas
(Hospital do Mocambinho)
258
CAPÍTULO VIII
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA VIGILÂNCIA
EM SAÚDE: DENGUE; ZIKA, CHICUNGUNYA,
DST/HIV; HANSENIASE; TUBERCULOSE.
Autores
Fabrícia Alves Soares
Luciana Gonçalves da Silva Miranda
Neile Socorro Alves Bezerra
1 INTRODUÇÃO
259
2. PROTOCOLO DE DENGUE/CHIKUNGUNYA/ZIKA
260
Febre de Chikungunya: manejo clínico: diagnóstico e manejo
clínico – adulto e criança – Brasília : Ministério da Saúde,
2015;
Nota Informativa: Procedimentos a serem adotados para
Vigilância da Febre do vírus Zika no Brasil – 2016.
Em relação às atribuições do profissional enfermeiro
(a) das equipes a FMS resolve:
Manter as atribuições e competências da equipe de
saúde estabelecidas nos Manuais e demais normativas da
vigilância publicadas pelo Ministério da Saúde, acrescidas de
ações definidas pelo município.
A partir de 2014 o Brasil passou a utilizar a nova
classificação de dengue. Esta abordagem enfatiza que a dengue
e uma doença única, dinâmica e sistêmica. Isso significa que a
doença pode evoluir para remissão dos sintomas, ou pode
agravar-se exigindo constante reavaliação e observação, para
que as intervenções sejam oportunas e que os óbitos não
ocorram (BRASIL, 2015).
A febre de chikungunya é uma arbovirose causada pelo
vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do
gênero Alphavirus. A viremia persiste por até dez dias após o
surgimento das manifestações clínicas. A transmissão ocorre
pela picada de fêmeas dos mosquitos Ae. Aegypti e Ae.
albopictusinfectadas pelo CHIKV. Casos de transmissão
vertical podem ocorrer quase que, exclusivamente, durante o
período de intraparto em gestantes virêmicas e, muitas vezes,
261
provoca infecção neonatal grave. Pode ocorrer transmissão por
via transfusional, todavia é rara se os protocolos forem
observados (BRASIL, 2015).
A infecção pelo vírus Zika afeta todos os grupos etários
e ambos os sexos e, à luz do conhecimento atual, é uma doença
febril aguda, autolimitada na maioria dos casos, que leva a uma
baixa necessidade de hospitalização e que, via de regra, não
vinha sendo associada a complicações. Quando sintomática, a
infecção pelo vírus Zika pode cursar com febre baixa (ou,
eventualmente, sem febre), exantema maculopapular,
artralgia, mialgia, cefaleia, hiperemia conjuntival e, menos
frequentemente, edema, odinofagia, tosse seca e alterações
gastrointestinais, principalmente vômitos. Formas graves e
atípicas são raras, mas, quando ocorrem, podem
excepcionalmente evoluir para óbito (BRASIL, 2015).
262
c) Realizar medidas antropométricas (peso, altura, índice de
massa corporal (IMC)).
d) Pesquisar sinais de alarme.
e) Pesquisar fatores de risco para doença grave
(comorbidades): história de convulsão febril, diabetes, asma,
insuficiência cardíaca, doenças reumatológicas, consumo
abusivo de álcool, anemia falciforme, talassemia e hipertensão
arterial sistêmica. Atualmente a incidência de casos de
infecção pelo vírus Zika impõe a intensificação do cuidado da
gestante durante o acompanhamento pré-natal, devido a uma
possível associação com os casos atuais de microcefalia em
recém-nascidos por isso, uma atenção especial as gestantes
com suspeita de zika.
f) Realizar prova do laço na ausência de manifestações
hemorrágicas.
g) Segmento da pele: pesquisar pele fria ou quente, sinais de
desidratação, exantema, petéquias, hematomas, sufusões e
outros como: prurido, dermatite esfoliativa, hiperpigmentação,
lesões por fotossensibilidade, lesões simulando eritema
nodoso, úlceras orais, bolhas e vesículas.
h) Segmento cabeça: observar sensibilidade a luz, edema
subcutâneo palpebral, hemorragia conjuntival, petéquias de
palato, epistaxe e gengivorragia. Investigar queixas oculares:
dor ocular, diminuição da acuidade visual, turvação visual,
moscas volantes e olho vermelho.
263
i) Segmento torácico: pesquisar sinais de desconforto
respiratório, de derrame pleural e pericárdico.
j) Segmento abdominal: pesquisar dor, hepatomegalia, ascite,
timpanismo, macicez e outros.
k) Segmento neurológico: pesquisar cefaleia, convulsão,
sonolência, delírio, insônia,
Inquietação, irritabilidade e depressão, paresia, parestesia,
tontura, rebaixamento do nível de consciência.
l) Sistema musculoesquelético: pesquisar mialgias, artragias e
edemas, caracterizar o envolvimento articular determinando a
duração, intensidade, localização das articulações
primariamente envolvidas, progressão para outras
articulações, natureza aguda ou insidiosa, assim como a
periodicidade das dores (principalmente na chikungunya).
m) Investigar dor lombar: procurar indícios para diferenciá-la
de outras causas (por exemplo, comprometimento discal ou
lombalgia mecânica comum).
n) Questionar uso de medicamentos: aspirina e anti-
inflamatórios.
o) Realizar a notificação e investigação do caso.
EXAME FÍSICO
• Sinais vitais: pressão arterial em duas posições, frequência
cardíaca e respiratória e temperatura axilar.
•. Examinar a pele em busca de lesões maculares, papulares,
vesiculares ou bolhosas.
264
• Exame neurológico e oftalmológico, quando queixas na
anamnese estiverem presentes.
• Exame articular: levando em consideração que
frequentemente não se percebem sinais de calor e rubor nas
articulações afetadas, devem-se examinar, criteriosamente, as
articulações, em busca de sinais de comprometimento
articular.
• Exame físico dos membros superiores e inferiores: deve-se
iniciar com a inspeção e palpação das mãos, observando
formas e dimensões, edema, paralisia, atrofias e contraturas
musculares. As outras articulações devem ser examinadas
quanto ao aspecto da pele, à mobilidade ativa e passiva
(abdução, adução, flexão, extensão, rotação, movimentos do
ombro em suas três articulações), ao aumento do volume, à
crepitação, à limitação dos movimentos, às atrofias musculares
e aos nódulos.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
Feito a partir dos problemas detectados ou necessidade
afetadas, que culmina na tomada de decisão sobre conceitos
diagnósticos, e constituem a base para seleção das ações ou
intervenções de enfermagem (possíveis diagnósticos descritos
no Anexo D).
265
PLANEJAMENTO DA ASSISTENCIA DE
ENFERMAGEM
A assistência de enfermagem se dá a partir da avaliação
dos estados de desequilíbrio do ser humano e tem como
objetivo satisfazer as necessidades humanas básicas afetadas
buscando o estado de saúde da pessoa/individuo. Aqui se
determina as prescrições das ações e intervenções de
Enfermagem e os resultados a serem alcançados (possíveis
intervenções descritas no Anexo D).
266
para fase subaguda, sendo de extrema importância. Deve-se
evitar atividades que sobrecarreguem as articulações e orientar
sobre o posicionamento adequado dos membros favorecendo
a proteção articular e o retorno venoso.
e) É importante que aquelas mulheres ou casais que desejam
engravidar recebam as orientações necessárias sobre a
prevenção da infecção pelo vírus Zika e sobre os cuidados
necessários para evitar essa infecção durante a gravidez,
principalmente no primeiro trimestre.
267
Na febre do chigunkunya orientar a retornar à unidade
de saúde no caso de persistência da febre por 5 dias ou no
aparecimento de fatores de gravidade.
268
• em períodos epidêmicos, solicitar o exame em todo
paciente grave ou quando houver dúvidas no diagnostico,
seguindo as orientações da Vigilância Epidemiológica do
município.
269
. As alterações laboratoriais de chikungunya, durante a
fase aguda, são inespecíficas. Leucopenia com linfopenia
menor que 1.000 cels/mm3 é a observação mais frequente. A
trombocitopenia inferior a 100.000 cels/mm3 é rara. A
velocidade de hemossedimentação e a Proteína C-Reativa
encontram-se geralmente elevadas, podendo permanecer
elevadas por algumas semanas. Outras alterações podem ser
detectadas como elevação discreta das enzimas hepáticas, da
creatinina e da creatinofosfoquinase (CPK).
ATEN ÇÃO!
O hemograma na dengue tem como finalidade
principal avaliar o hematócrito, para identificação de
hemoconcentração. Hemoconcentração indica provável
alteração de permeabilidade capilar (extravasamento
plasmático), associado à gravidade, além de definir a
necessidade de hidratação e resposta a terapia de reposição
instituída. Queda de hematócrito pode sugerir hemorragias.
270
Quadro 1. Eritrograma: valores de referência
(média ± 2 desvios padrões); eritrócitos: M/μL;
hemoglobina: g/dL; hematócrito: % VCM*:
fL.
2.6 TRATAMENTO
Hidratação oral:
Adultos
Calcular o volume de líquidos de 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 com
solução salina e no início com volume maior. Para os 2/3
restantes, orientar a ingestão de líquidos caseiros (água, suco
de frutas, soro caseiro, chás, água de coco etc), utilizando-se
os meios mais adequados à idade e aos hábitos do paciente.
Especificar o volume a ser ingerido por dia. Por exemplo, para
um adulto de 70 kg, orientar:
• 80 ml/kg/dia 6,0 l:
» período da manhã: 1 l de SRO e 2 l de líquidos caseiros.
» período da tarde: 0,5 l de SRO e 1,5 l de líquidos caseiros.
» período da noite: 0,5 l de SRO e 0,5 l de líquidos caseiros.
272
» a alimentação não deve ser interrompida durante a
hidratação, mas administrada de acordo com a aceitação do
paciente.
Crianças
Orientar hidratação no domicílio, de forma precoce e
abundante, com soro de reidratação oral (um terço das
necessidades basais), oferecido com frequência sistemática,
independentemente da vontade da criança; completar a
hidratação oral com líquidos caseiros, tais como água, sucos
de frutas naturais, chás e água de coco; evitar uso de
refrigerantes e alimentos como beterraba e açaí; para crianças
<2 anos, oferecer 50-100 ml (¼ a ½ copo) de cada vez; para
crianças >2 anos, 100-200 ml (½ a 1 copo) de cada vez.
• Paracetamol
≫ Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750mg) até
de 6/6 horas.
≫ Crianças: 10 mg/kg/dose até de seis em seis horas (respeitar
dose máxima para peso e idade):
■ Gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas);
■ Comprimidos: 500 e 750 mg por unidade;
ATENÇÃO!
Os salicilatos, como o AAS, são contraindicados e não devem
ser administrados, pois podem causar ou agravar
sangramentos.
Os antiinflamatórios não-hormonais (Cetoprofeno,
Ibuprofeno, Diclofenaco, Nimesulidae outros) e as drogas com
potencial hemorrágico não devem ser utilizados.
274
2.9 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Febre
Objetivo
a) Reduzir a temperatura.
b) Avaliar a evolução clinica.
c) Prevenir a convulsão por febre.
d) Proporcionar conforto para o paciente.
Conduta
a) Controle rigoroso de temperatura.
b) Aplicar compressas mornas (nunca fria devido ao risco de
vasoconstricção súbita).
c) Orientar, auxiliar e supervisionar a ingesta de líquidos
(oferta de soro oral).
d) Orientar banho com água morna.
e) Atentar para o risco de crise convulsiva (crianças menores
de 5 anos, principalmente lactentes).
f) Orientar observação da diurese (quantidade, aspecto e cor).
g) Prescrever antitérmico.
h) Registrar no prontuário as condutas de enfermagem
prestadas.
276
Dor abdominal
Objetivo
a) Avaliar a evolução clínica.
b) Observar evolução para formas graves.
c) Proporcionar alivio a dor.
d) Controlar complicações.
e) Proporcionar conforto ao paciente.
Conduta
a) Realizar exame físico dirigido: localização da dor, distensão
abdominal, som maciço a percussão, edema, presença de
defesa abdominal.
b) Orientar o paciente para adotar posição confortável,
preferencialmente com a cabeceira elevada (semi-Fowler).
c) Verificar e avaliar os sinais vitais.
d) Orientar controle da ingesta de líquidos e da eliminação.
e) Registrar no prontuário as condutas de enfermagem
prestadas.
ATENÇÃO!!!
A dor abdominal é um achado importante que pode anteceder
o choque, constituindo um dos principais sinais de alarme.
Plaquetopenia
Objetivo
a) Avaliar a evolução clinica.
b) Controle e avaliação de exames de laboratório.
c) Prevenir complicações.
277
Conduta
a) Realizar exame físico dirigido: verificar edema, petéquias,
equimose, hematoma,
sangramentos (epistaxe, gengivorragia, metrorragia e outros).
b) Encaminhar ao médico sempre que o resultado da plaqueta
for menor ou igual
a 100.000 e o hematócrito maior do que 10% em relação ao
valor basal ou anterior (crianças: ≥ 38% e ≤ 42%; mulheres: ≥
40% e ≤ 44%; homens: ≥ 45% e ≤ 50% e/ou plaquetopenia
entre 50 e 100.000 cels/mm3 e/ou leucopenia <1.000
cels/mm3).
c) Verificar sinais vitais.
i) Observar sinais de irritação, agitação, sonolência e
convulsão.
j) Registrar no prontuário as condutas de enfermagem
prestadas
278
c) Estimular a ingesta de soro de reidratação oral (livre
demanda em crianças e em adultos 1/3 do peso corporal,
conforme aceitação).
d) Incentivar a ingesta de alimentos/frutas ricas em potássio
(laranja, banana, tomate, etc.).
e) Adequar a ingesta de líquidos conforme os hábitos do
paciente (água de coco, etc.).
f) Pesar o paciente a cada retorno.
g) Observar e avaliar os sinais e sintomas de desidratação
(turgor e elasticidade da pele reduzidos, diminuição da reserva
salivar, pulso filiforme, oliguria ou anuria, fontanela
deprimida e taquicardia).
h) Verificar e avaliar as alterações dos sinais vitais.
i) Orientar para que seja anotado característica, data, hora do
vômito, frequência e estimativa do volume.
j) Manter o ambiente livre de odores desagradáveis.
k) Registrar no prontuário as condutas de enfermagem
prestadas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde:
Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e
Tuberculose. 2. ed. rev. - Brasília: Ministério da Saúde, 2008.
195 p.: il. - (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos
de Atenção Básica, n. 21)
279
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de
vigilância epidemiológica. 7. ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2009. (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
280
ANEXO A - FLUXOGRAMA PARA CLASSIFICAÇÃO
DE RISCO DE DENGUE
281
ANEXO B - CARTÃO DE ACOMPANHAMENTO DO
PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE
282
ANEXO C - PROVA DO LAÇO
283
ANEXO D - FLUXOGRAMA PARA CLASSIFICAÇÃO
DE RISCO DE PACIENTES COM SUSPEITA DE
CHIKUNGUNYA
284
ANEXO E - FLUXOGRAMA PARA CONDUTA
CLÍNICA DE PACIENTES COM SUSPEITA DE
CHIKUNGUNYA
285
ANEXO F – ORIENTÇÕES PARA O DOMICÍLIO DE
PACIENTES COM SUSPEITA DE CHIKUNGUNYA
286
ANEXO G - FLUXOGRAMA PARA CONDUTA
CLÍNICA DE PACIENTES COM SUSPEITA DE ZIKA
287
ANEXO H - DIFERENÇAS ENTRE AS DOENÇAS
DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA:
288
3. PROTOCOLO DE ENFERMAGEM –
TUBERCULOSE
289
b) pesquisar tosse persistente, produtiva ou não (com muco e
eventualmente sangue), febre vespertina, sudorese noturna,
inapetência e emagrecimento (BRASIL, 2011a);
c) investigar outras comorbidades, situação de moradia,
uso/abuso de álcool e drogas, abandono de tratamento, dentre
outros;
d) solicitar o Teste Rápido Molecular para tuberculose (TRM-
TB), baciloscopia, cultura e teste de sensibilidade aos
antimicrobianos (TSA), de acordo com o anexo A –
Fluxograma de investigação diagnóstica;
e) preencher ficha GAL – TUBERCULOSE;
f) orientar a coleta de escarro;
g) fornecer pote de coleta de escarro, identificado com nome
completo do paciente e data da coleta. A identificação do
escarro deve constar no corpo do pote e não na tampa;
i) registrar corretamente os dados do paciente no “Livro de
Registro de Sintomático Respiratório”;
j) agendar consulta subsequente.
3.1.2 Consulta de enfermagem subsequente
3.2 EXAMES
a) o enfermeiro deve solicitar TRM-TB de SR de possíveis
casos novos (nunca antes tratados para tuberculose), conforme
anexo A;
292
b) solicitar baciloscopia de escarro (2 amostras), TRM-TB,
cultura e TSA para os SR de casos de retratamentos (recidiva
ou retorno após abandono), conforme anexo C;
c) solicitar TRM-TB, cultura e TSA para os SR de casos novos
de populações mais vulneráveis: profissional de saúde, pessoas
que vivem com o HIV/aids, pessoa privada de liberdade,
pessoas em situação de rua, indígenas e contatos de TBDR,
conforme BRASIL, 2014a (anexo B).
293
Quadro 1 - Esquema básico para o tratamento da TB em
adultos e adolescentes.
Regime Fármacos Faixa de Unidade/dose Meses
peso
2 RHZE RHZE 20 a 35 kg 2 comprimidos
Fase 150/75/400/27
Intensiva 5 36 a 50 kg 3 comprimidos
Comprimidos 2
em dose fixa
> 50 kg 4 comprimidos
combinada
4 RH RH 20 a 35 kg 2 comprimidos
Fase de Comprimido de 150/75
manuten de 150/75
ção 36 a 50 kg 3 comprimidos
de 150/75 4
> 50 kg 4 comprimidos
de 150/75
Indicação:
1. Casos novos adultos e adolescentes (> 10 anos), de todas as
formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar (exceto a forma
meningoencefálica), infectados ou não por HIV;
2. Retratamento: recidiva (independentemente do tempo decorrido
do primeiro episódio) ou retorno após abandono com doença ativa
em adultos e adolescentes (> 10 anos) (exceto a forma
meningoencefálica).
Obs.: 1. Esquema com RHZE pode ser administrado nas doses
habituais para gestantes e está recomendado o uso de Piridoxina
(50mg/dia) durante a gestação pela toxicicidade neurológica (devido
à isoniazida) no recém-nascido;
294
b) quando não for possível escolher nenhuma das modalidades
acima, a unidade poderá propor ao doente que a observação
seja realizada por uma pessoa da família ou da comunidade
treinada, mas não será considerado TDO para fins operacionais
(registro no Sinan);
c) conversar com o doente sobre a doença, transmissão,
duração do tratamento, regularidade na tomada do
medicamento, abandono do tratamento, medicamentos a serem
utilizados e possíveis efeitos adversos; estimulá-lo para o
controle de seus contatos;
d) a tomada observada deve ser diária, de segunda à sexta-
feira. No entanto, se para o doente a opção de três vezes por
semana for à única possível, deve ser exaustivamente a ele
explicada a necessidade da tomada diária, incluindo os dias em
que o tratamento não será observado;
e) em caso de falta do paciente, proceder a contato telefônico
e/ou visita domiciliar, preferencialmente no mesmo dia;
f) solicitar cesta básica para pacientes com tuberculose
pulmonar positiva, quando necessário, conforme os critérios;
g) ao final do tratamento, para a definição se o tratamento foi
observado, convenciona-se que este doente deverá ter tido no
mínimo 24 tomadas observadas na fase de ataque e 48 tomadas
observadas na fase de manutenção;
o) registrar as doses supervisionadas na “Ficha de
acompanhamento de Tuberculose”.
295
3.5 CONTROLE DOS CONTATOS
296
f) após serem avaliados, não sendo constatada TB ou não
existindo indicação de tratamento da ILTB, deverão ser
orientados a retornar a unidade de saúde, em caso de
aparecimento de sinais e sintomas sugestivos de tuberculose,
particularmente sintomas respiratórios;
g) os contatos de pacientes portadores de bacilos resistentes
devem ser encaminhados para a unidade de referência
terciária;
h) contatos em menores de 5 anos, pessoas vivendo com
HIV/aids e portadores de condições de alto risco devem ser
considerados prioritários no processo de avaliação de contatos
e tratamento de ILTB.
REFERÊNCIAS
298
ANEXO A - Fluxograma para investigação de tuberculose
em possíveis casos novos (nunca antes tratados para TB).
299
ANEXO B - Fluxograma para investigação de tuberculose
em populações vulneráveis nunca tratados para TB
(possíveis casos novos).
300
ANEXO C - Fluxograma para investigação de tuberculose
em retratamento (recidiva ou retorno após abandono).
302
ANEXO E - Fluxograma para avaliação de contatos
crianças (< 10 anos).
303
ANEXO F - Indicações de tratamento ILTB de acordo com
a idade, resultado da PT e risco de adoecimento.
304
FICHAS UTILIZADAS NO ACOMPAHAMENTO E
VIGILÂNCIA DE PACIENTES COM TUBERCULOSE
Ficha de notificação/investigação de Tuberculose
Ficha de acompanhamento de tuberculose
Ficha de controle dos contatos
Registro de pacientes e acompanhamento de tratamento dos
casos de tuberculose
Registro de sintomático respiratório no serviço de saúde
Boletim de acompanhamento de tuberculose (Relatório Sinan)
Ficha de requisição GAL – TUBERCULOSE
Ficha de Referência e contra referência Tuberculose
Ficha de Encaminhamento para Avaliação especializada
Ficha de notificação de tuberculose latente (ILTB)
Classificação de risco quanto à necessidade de internação ao
paciente suspeito ou diagnosticado por tuberculose
305
4. PROTOCOLO DE ENFERMAGEM – HANSENÍASE
307
Quadro 1 – Classificação operacional da hanseníase
CARACTERÍSTICAS
Formas Classificação
Clínicas Baciloscópicas
clínicas operacional
Áreas de hipo ou anestesia, parestesias, manchas
Indeterminada
hipocrômicas e/ou eritemo-hipocrômicas, com ou sem Negativa
(HI)
diminuição da sudorese e rarefação de pelos Paucibacilar
Placas eritematosas, eritemato-hipocrômicas, até 5 (até cinco lesões)
Tuberculóide
lesões de pele bem delimitadas, hipo ou anestésicas, Negativa
(HT)
podendo ocorrer comprometimento de nervo
Lesões pré-foveolares (eritematosas planas com o Positiva (bacilos
centro claro). Lesões foveolares e globias ou
Dimorfa
(eritematopigmentares de tonalidade ferruginosa ou com raros
(HD)
pardacenta), apresentando alterações de sensibilidade bacilos) ou Multibacilar
negativa (mais de cinco
Eritema e infiltração difusos, placas eritematosas de lesões)
Positiva (bacilos
pele infiltradas e de bordas mal definidas, tubérculos e Virchowiana
abundantes e
nódulos, madarose, lesões das mucosas, com alteração (HV)
globias)
de sensibilidade
Fonte: BRASIL, 2014
308
4.1 CONSULTA DE ENFERMAGEM
309
j) avaliar o grau de incapacidade física, utilizando o formulário
de avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico e
na alta de PQT;
k) registrar em prontuário todo o exame dermatoneurológico;
l) orientar sobre a doença, crenças e pré-conceitos, forma de
contágio, cura e importância do envolvimento da família em
um possível tratamento, incluindo o exame de contatos;
m) orientar o paciente e a família para a realização de
autocuidado;
n) orientar e/ou realizar técnicas simples de prevenção de
incapacidades físicas;
o) o enfermeiro deve iniciar o esquema terapêutico
padronizado de acordo com a classificação operacional;
p) observar a tomada da dose supervisionada mensal, entregar
a cartela com os medicamentos das doses a serem
autoadministradas em domicílio e orientar sobre os efeitos
adversos dos medicamentos;
q) agendar retorno a cada 28 dias;
r) esclarecer ao paciente a importância da avaliação de todos
os contatos e agendar consulta para exame
dermatoneurológico e vacinação. N o caso de não
comparecimento dos contatos, realizar busca ativa;
s) realizar a notificação e investigação do caso;
t) registrar as informações nas fichas específicas;
u) orientar anticoncepcional para mulheres em tratamento com
PQT e garantir a realização de citologia oncótica;
310
v) encaminhar para consulta odontológica todos os casos
diagnosticados;
w) solicitar exames de laboratório (TGO, TGP, ureia,
creatinina e hemograma)
x) encaminhar para referência casos com lesão única e extensa,
casos cuja classificação seja definida pelo número de nervos
acometidos, suspeitos de recidiva e menores de quinze anos.
Consulta de enfermagem subsequente
a) identificar estados reacionais, efeitos adversos aos
medicamentos em uso e surgimento de dano neural;
b) observar a tomada da dose supervisionada e entregar a
cartela com os medicamentos das doses autoadministradas,
caso o retorno para dose supervisionada coincida com final de
semana ou feriado, agendar a dose para o primeiro dia útil
posterior;
c) orientar o paciente a não tomar a dose autoadministrada no
dia da dose supervisionada;
d) encaminhar ao médico da equipe ou da unidade de
referência os pacientes com reações adversas a PQT e/ou
reação hansênica;
e) orientar repouso do membro afetado em caso de suspeita de
neurite;
f) orientar o paciente e a família para a realização de
autocuidado;
g) orientar e/ou realizar técnicas simples de prevenção de
incapacidades físicas;
311
h) agendar consulta médica para avaliação de alta após término
do tratamento;
i) realizar visita domiciliar aos pacientes que não
comparecerem à dose supervisionada, no máximo em até 30
dias, buscando-se continuar o tratamento e evitar o abandono;
j) registrar em prontuário.
312
OBS: a) a gravidez e o aleitamento não contraindicam o tratamento PQT
padrão.
b) para mulheres em idade reprodutiva atentar ao fato de que a rifampicina
pode interagir com anticoncepcionais orais, diminuindo a sua ação.
313
O tratamento de crianças segue a recomendação do
peso corporal como fator mais importante do que a idade,
sendo o mesmo tratamento de adultos para crianças com peso
superior a 50 kg, para crianças com peso entre 30 e 50 kg
utilizar as cartelas infantis (azul/marrom), para crianças com
peso menor que 30 kg devem-se fazer os ajustes de dose
conforme peso (BRASIL, 2016).
316
convivido em relações familiares ou não, de forma próxima e
prolongada. Os contatos sociais, que incluem vizinhos, colegas
de trabalhos e de escola, entre outros, devem ser investigados
de acordo com o grau e tipo de convivência, ou seja, aqueles
que tiveram contato muito próximo e prolongado com o
paciente não tratado. Atenção especial deve ser dada aos
contatos familiares do paciente (BRASIL, 2016).
A investigação epidemiológica dos contatos consiste em:
a) realizar anamnese dirigida aos sinais e sintomas da
hanseníase;
b) realizar exame dermatoneurológico em todos os contatos de
casos novos, independente da classificação operacional;
c) indicar a vacina Bacilo de Calmette Guérin intradérmica –
BCG-ID para os contatos sem presença de sinais e sintomas de
hanseníase no momento da avaliação, não importando se são
contatos de casos PB ou MB. A vacinação deve ser realizada
de forma seletiva, a partir da avaliação da cicatriz vacinal,
devendo ser adotadas as seguintes recomendações:
1) contatos de hanseníase com menos de 1 ano,
comprovadamente vacinados, não necessitam da
administração de outra dose de BCG;
317
2) contatos de hanseníase com mais de 1 ano, adotar o seguinte
esquema:
318
FICHAS QUE DEVERÃO SER UTILIZADAS NO
ACOMPANHAMENTO E VIGILANCIA DE
PACIENTES E FAMILIARES, ALÉM DAS DE
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
FORMULÁRIOS DE HANSENÍASE
I - Ficha individual de notificação/investigação do SINAN;
II- Ficha de avaliação neurológica simplificada;
III- Formulário para avaliação do grau de incapacidade;
IV- Protocolo complementar de investigação diagnóstica de
casos de hanseníase em menores de 15 anos - PCID < 15;
V- Ficha de investigação de suspeita de recidiva;
VI- Formulário de vigilância de contatos de hanseníase;
VII- Formulários de referência e contra referência;
VIII- Formulário de transferência
IX – Registro de casos de hanseníase.
319
5. PROTOCOLO DE ENFERMAGEM – DOENÇAS
EXANTEMÁTICA E DEMAIS AGRAVOS DE
RELEVÂNCIA PARA O MUNICÍPIO
5.1.2 Rubéola
Definição de caso: Todo paciente que apresente febre
e exantema maculo papular, acompanhado de linfoadenopatia
retroauricular, occiptal e cervical, independentemente da idade
e situação vacinal ou todo indivíduo suspeito com história de
viagem ao exterior nos últimos 30 dias ou de contato, no
mesmo período, com alguém que viajou ao exterior.
320
5.1.3 Síndrome da Rubéola Congênita
Definição de caso: A síndrome da rubéola congênita
(SRC) é uma importante complicação da infecção pelo vírus
da rubéola durante a gestação, principalmente no primeiro
trimestre, podendo comprometer o desenvolvimento do feto e
causar aborto, morte fetal e anomalias congênitas. As
manifestações clínicas da SRC podem ser transitórias
(púrpura, trombocitopenia, hepatoesplenomegalia, icterícia,
meningoencefalite, osteopatia radioluscente), permanentes
(deficiência auditiva, malformações cardíacas, catarata,
glaucoma, retinopatia pigmentar), ou tardias (retardo do
desenvolvimento, diabetes mellitus). As crianças com SRC
freqüentemente apresentam mais de um sinal ou sintoma, mas
podem ter apenas uma malformação, das quais a deficiência
auditiva é a mais comum.
Vigilância epidemiológica das doenças exantemáticas:
1.Notificar casos suspeitos, preencher ficha de notificação e
investigação no momento do atendimento;
2.Encaminhar para consulta médica;
3.Comunicar imediatamente por telefone ou fax à DRS e FMS
todos os casos suspeitos;
4.Encaminhar as fichas à DRS;
5.Investigar em até 48 horas
6.Identificar novos casos suspeitos
7.Identificar ocorrência de surtos;
8.Identificar área de transmissão;
321
9.Avaliar cobertura vacinal da área;
10.Realizar vacinação de bloqueio limitada aos contatos- deve
ser administrada, de preferência, dentro de 72hs após a
exposição, mesmo considerando que nem sempre é possível
estabelecer com precisão quando ocorreu a exposição, como
forma de implementar a cobertura vacinal da área, ainda que
esse prazo tenha sido ultrapassado. A vacinação de bloqueio
deve abranger as pessoas do mesmo domicílio do caso
suspeito, vizinhos próximos, creches, ou, quando for o caso, as
pessoas da mesma sala de aula, do mesmo quarto de
alojamento ou da sala de trabalho, etc.
Na vacinação de bloqueio, utilizar a vacina tríplice viral para
a faixa etária de 6 meses a 39 anos de idade, de forma seletiva.
A dose de vacina tríplice viral, aplicada em crianças menores
de 1 ano, não será considerada como dose válida. Aos 12
meses, a criança deverá ser vacinada com a tríplice viral (dose
válida) e receber a segunda dose entre 4 e 6 anos de idade. Para
outras faixas, acima dos 40 anos de idade, a vacina só é
indicada com base na análise da situação epidemiológica.
11- Realizar operação limpeza frente a um caso confirmado ou
surto- a conduta indicada é a realização da operação limpeza,
com o objetivo de interromper a cadeia de transmissão do vírus
da rubéola, numa área geográfica determinada.
322
A operação limpeza implica na busca exaustiva de todos os
suscetíveis mediante a vacinação casa a casa, incluindo os
domicílios e os estabelecimentos coletivos, como, por
exemplo, escolas, creches, orfanatos, canteiros de obras, etc.
A operação limpeza deve abranger:
• os locais frequentados pelo caso confirmado;;
• todo o quarteirão, área residencial ou bairro, se
necessário;
• a escola, creche, cursinhos, faculdade, alojamento,
local de trabalho e outros estabelecimentos coletivos
frequentados pelo caso;
• todo o município, quando indicado.
A faixa etária a ser vacinada deve ser aquela exposta no
parágrafo anterior. Essa vacinação é utilizada de forma
seletiva.
A realização do monitoramento rápido de cobertura vacinal
auxiliará na análise da cobertura local, após a operação
limpeza.
Encerrar os casos notificados, no prazo de até 30 dias, no
boletim de notificação semanal (BNS).
Realizar atividades educativas de forma integrada com a área
de educação. Na escola, deverá ser trabalhada a doença e meios
de prevenção. No momento da investigação, deve-se orientar
as pessoas sobre a importância da prevenção do sarampo e o
dever de cada cidadão de informar, ao serviço de saúde mais
próximo de sua casa, a existência de um caso suspeito.
323
5.2 POLIOMIELITE
Definição de caso:
A poliomielite ou “paralisia infantil” é uma doença
infectocontagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de
paralisia flácida, de início súbito. O déficit motor instala-se
subitamente e a evolução dessa manifestação, frequentemente,
não ultrapassa três dias. Acomete em geral os membros
inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal
característica a flacidez muscular, com sensibilidade
conservada e arreflexia no segmento atingido.
Investigação epidemiológica
Todo caso de paralisia flácida aguda deve ser investigado, nas
primeiras 48 horas após o conhecimento, e coletada uma
amostra de fezes para pesquisa de poliovírus.
5.4 MENINGITE
Definição de caso:
A meningite é uma síndrome na qual, em geral, o quadro
clinico e grave e caracteriza se por febre, cefaleia intensa,
náusea, vomito, rigidez de nuca, prostração e confusão mental,
sinais de irritação meníngea, acompanhados de alterações do
liquido cefalorraquidiano (LCR)
Investigação epidemiológica
O instrumento de coleta de dados e a ficha de investigação
do Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(Sinan), que contem as informações essenciais a serem
coletadas em uma investigação de rotina. Todos os campos
dessa ficha devem ser criteriosamente preenchidos, mesmo
que a informação seja negativa.
326
5.5 DOENÇAS DIARREICAS
Definição de caso
A doença diarreica aguda (DDA) é uma síndrome causada por
diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e parasitos),
cuja manifestação predominante é o aumento do número de
evacuações, com fezes aquosas ou de pouca consistência. Em
alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser
acompanhadas de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No
geral, é autolimitada, com duração de 2 a 14 dias.
327
5.6 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, SEXUAL E/OU
OUTRAS VIOLÊNCIAS
Definição de caso
Considera-se como violência o uso intencional de força física
ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que resulte ou
tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano
psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação
(OMS, 2002).
328
5.7 MONITORAMENTOS DE ÓBITOS EM MENORES
DE ANO, MULHERES EM IDADE FÉRTIL E
GESTANTES
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Guia de
vigilância epidemiológica. 7. ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2009. 816 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
329
CAPÍTULO IX
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM –INFECÇÕES
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (IST), AIDS E
HEPATITES VIRAIS
Autor
Kledson Augusto Morais Batista
1 INTRODUÇÃO
A terminologia Infecções Sexualmente Transmissíveis
(IST) passa a ser adotada neste Protocolo, em substituição à
expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), em
consonância com a utilização internacional empregada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), pela Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS), pela sociedade científica e por
alguns países. Nesse contexto, alerta-se a população sobre a
possibilidade de ter e transmitir uma infecção, mesmo sem
sintomas, o que aponta para estratégias de atenção integral,
eficaz e resolutiva.
Segundo estimativas da OMS (2013), mais de um
milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente. A cada ano,
estima-se que 500 milhões de pessoas adquirem uma das IST
curáveis (gonorréia, clamídia, sífilis e tricomoníase). Da
330
mesma forma, estima-se que 530 milhões de pessoas estejam
infectadas com o vírus do herpes genital e que mais de 290
milhões de mulheres estejam infectadas pelo HPV.
As Infecções sexualmente transmissíveis (IST), AIDS
e as Hepatites Virais estão dentro de um único Departamento
no âmbito do Ministério da Saúde e da Fundação Municipal de
Saúde, portanto, o protocolo de enfermagem e o fluxograma
de atendimento vão seguir as mesmas diretrizes.
1.2 HIV/AIDS
A epidemia de AIDS no Brasil vem estabilizando em
número de casos novos e de mortalidade, em consequência as
ações do Programa Nacional de combate a AIDS, que financia
ações de promoção em saúde, prevenção, diagnóstico precoce
e tratamento antirretroviral, além de garantir tratamento contra
doenças oportunistas e efeitos adversos e de reabilitação em
casos de pacientes que apresentam lipoatrofia facial.
331
No entanto, essa estabilização de casos não está
acontecendo em todo Brasil uniformemente. Em algumas
regiões, como o nordeste, a epidemia de AIDS ainda não
estabilizou, apresentado números crescentes de casos novos a
cada ano. Outras mudanças no perfil da epidemia são: a
feminização; interiorização; pauperização; e,
heterossexualização.
333
Quadra 1 - Estratégia de Atenção
Integral às Pessoas com IST
3 CONSULTA DE ENFERMAGEM
• Aconselhar e oferecer sorologias anti-HIV1 e 2 ,
VDRL, hepatite B (HBsAg) e C (Anti-HCV);
• Vacinar contra hepatite B independente da idade e
HPV conforme faixa etária recomendada;
• Enfatizar a adesão ao tratamento;
334
• Prescrever medicamentos, conforme fluxogramas
descritos neste protocolo;
• Encaminhar para infectologista, urologista ou
ginecologista, quando necessário;
• Orientar para que a pessoa conclua o tratamento
mesmo se os sintomas ou sinais tiverem desaparecidos;
• Interromper as relações sexuais até a conclusão do
tratamento e o desaparecimento dos sintomas;
• Oferecer preservativos, orientando sobre as técnicas de
uso;
• Encorajar o paciente a comunicar a todos os seus
parceiros (as) sexuais do último mês mesmo que
assintomáticos (as) para que possam ser atendidos e tratados.
• Notificar o caso no formulário apropriado do SINAN.
• Registrar em prontuário a Consulta de Enfermagem;
• Marcar o retorno para conhecimento dos resultados dos
exames solicitados e para o controle de cura em 7 dias.
• Recomendar o retorno ao serviço de saúde se voltar a
ter problemas genitais.
• Após a cura, usar preservativo em todas as relações
sexuais, caso não exista o desejo de engravidar, ou adotar
outras formas de sexo mais seguro.
335
Quadra 2 - Sinais e sintomas das principais síndromes de
IST e suas etiologias
336
4 ABORDAGEM SINDRÔMICA DAS IST
O objetivo da abordagem sindrômica é facilitar a
identificação das síndromes para então maneja-las de forma
adequada. Cada fluxograma conduz as decisões e ações que
precisam ser tomadas, levando à condição ou condições que
devam ser tratadas. Esses fluxogramas poderão ser utilizados
pelos enfermeiros, tornando possível a assistência aos
portadores de IST em qualquer serviço de saúde, onde ele
então terá acesso à orientação, educação, aconselhamento,
prescrição de medicamentos, solicitação de exames
complementares e encaminhamento para especialistas,
oferecimento de testes para sífilis (VDRL), Hepatite B
(HBsAg) e C (Anti-HCV) e para o HIV (Anti-HIV 1 e 2) e o
tratamento desde a sua primeira consulta. A prescrição dos
medicamentos contidos nesse protocolo deverá ocorrer dentro
do processo de enfermagem, a partir de uma consulta de
enfermagem.
337
FLUXOGRAMA 1 - MANEJO DO CORRIMENTO
URETRAL
Fonte: DDAHV/SVS/MS
338
Quadra 3 - Tratamento para corrimento uretral
Fonte: DDAHV/SVS/MS
ATENÇÃO:
No retorno, em caso de persistência do corrimento ou recidiva,
encaminhar para consulta com urologista.
Observações:
Deve-se considerar a existência de infecções associadas por C.
trachomatisou T. vaginalis. Caso um destes ocorra, será
necessário tratamento específico em conjunto. Os pacientes
devem se abster de relações sexuais e evitar contaminação dos
339
olhos, além de bebidas alcoólicas (irritante de mucosa), bem
como a expressão da glande para evidenciação de possível
secreção uretral.
Os pacientes devem ser aconselhados e estimulados a
encaminhar todas as parceiras (ou parceiros) sexuais para
atendimento médico, pois é elevado o risco de transmissão (90
a 97%). É fundamental que todas as parceiras (ou parceiros),
com sintomas ou não, de homens com infecções gonocócicas
recebam prontamente o tratamento.
Pacientes infectados pelo HIV devem ser encaminhados para
o SAE CIS Lineu Araújo (sem necessidade de
encaminhamento CGSUS, portando somente documentos e
resultado de HIV)
340
FLUXOGRAMA 2 – CORRIMENTOS VAGINAIS
Fonte: DDAHV/SVS/MS
341
Na ausência do teste pH vaginal KOH 10%: tratar vaginose
bacteriana quando paciente apresentar: corrimento
acinzentado ou esbranquiçado em pequena quantidade, com
aspecto bolhoso, e mau cheiro semelhante ao de peixe podre e
por vezes, coceira na vulva e na vagina; Tratar tricomoníase
quando apresentar corrimento amarelo-esverdeado com mau
cheiro, que por vezes pode apresentar-se espumoso. Pode
ocorrer ainda dor durante a relação sexual e ao urinar. Casos
raros apresentam dor no baixo ventre.
O exame ginecológico é parte essencial do fluxograma de
conduta e deve ser realizado segundo os passos abaixo:
• Examinar a genitália externa e região anal;
• Separar os lábios vaginais para visualizar o intróito
vaginal integralmente. Introduzir o espéculo para examinar a
vagina, suas paredes, fundo de saco e colo uterino.
• Fazer o teste de pH vaginal, colocando, por um minuto,
a fita de papel indicador na parede vaginal lateral (evitar tocar
o colo).
• Colher material para realização da bacterioscopia
quando disponível e para o teste de Whiff (teste das aminas
ou do “cheiro” = lâmina com uma gota de KOH 10% sobre
uma gota de conteúdo vaginal, considerando o resultado
positivo se o cheiro for de peixe podre).
342
• Fazer teste do cotonete do conteúdo cervical (colher
swabendocervical com cotonete e observar se muco purulento
contrapondo em papel branco).
• Havendo possibilidade de realização no local ou em
referência, coletar material para cultura de gonococos,
pesquisa de clamídia. Se houver mucopusendocervical (teste
do cotonete positivo) ou colo friável ou dor à mobilização do
colo ou presença de algum critério de risco, recomenda-se o
tratamento como cervicite (gonorréia e clamídia).
• A vaginose bacteriana e a candidíase são infecções
endógenas. Assim, apenas os parceiros de mulheres com
tricomoníase, devem ser tratados com o mesmo medicamento
em dose única, porque esta é considerada uma IST.
Mulheres vivendo com HIV/AIDS: devem ser
encaminhadas para o SAE do CIS Lineu Araújo.
Durante o tratamento para tricomoníase, deve-se evitar
a ingestão de álcool (efeito antabuse, devido interação de
derivados imidazólicos com álcool, caracterizado por mal-
estar, náuseas, tonturas, “gosto metálico na boca”).
• A tricomoníase vaginal pode alterar a classe da
citologia oncológica. Por isso, nos casos em que houver
alterações morfológicas celulares e tricomoníase, deve-se
realizar o tratamento e repetir a citologia após 3 meses, para
avaliar se as alterações persistem. Durante o tratamento,
devem ser suspensas as relações sexuais.
• Manter o tratamento se a paciente menstruar.
343
Na vaginose bacteriana – os parceiros não precisam ser
tratados.
O tratamento sistêmico, os casos de difícil controle ou
recorrentes (4 ou mais episódios/ano) de candidíase deverão
ser feito por médico. Pois, nesses casos, o médico deverá
investigar causas sistêmicas predisponentes (diabetes,
imunodepressão, inclusive a infecção pelo HIV, uso de
corticoides e outros). Observações:
O simples achado de cândida na citologia oncótica em
uma paciente assintomática não permite o diagnóstico de
infecção clínica, e, portanto, não justifica o tratamento.
O enfermeiro poderá encaminhar pacientes com
corrimento vaginal ou cervicite para ginecologista.
344
Quadro 4 - Tratamento para corrimento vaginal
345
FLUXOGRAMA 3 – ÚLCERA GENITAL
346
Quadro 5 - Tratamento para herpes genital
347
• Em pacientes com HIV/AIDS, encaminhar para o SAE CIS
Lineu Araújo;
349
FLUXOGRAMA 5 - MANEJO DA SÍFILIS UTILIZANDO
TESTE NÃO TREPONÊMICO COM TESTE RÁPIDO
CONFIRMATÓRIO
350
Quadro 7 - Esquema terapêutico para sífilis
Fonte: DDAHV/SVS/MS
351
FLUXOGRAMA 6 - MANEJO DA DIP
352
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA- DIP
É uma síndrome clínica atribuída à ascensão de micro-
organismos do trato genital inferior, espontânea ou devida à
manipulação (inserção de DIU, biópsia de endométrio, curetagem,
entre outros), comprometendo endométrio (endometrite), tuba
uterina, anexos uterinos e/ou estruturas contíguas (salpingite,
miometrite, ooforite, parametrite, pelviperitonite).
É uma das mais importantes complicações das IST e um sério
problema de saúde pública, sendo comum em mulheres jovens com
atividade sexual desprotegida. Está associada a sequelas importantes
em longo prazo, causando morbidades reprodutivas que incluem
infertilidade por fator tubário, gravidez ectópica e dor pélvica
crônica (em 18% dos casos). Mulheres que já tiveram um episódio
de DIP têm chance de 12% a 15% de ter gravidez ectópica no futuro.
A taxa de infertilidade é de 12% a 50%, aumentando com o número
de episódios. Estima-se um caso de DIP para cada 8 a 10 casos de
pacientes com cervicite por algum desses patógenos.
353
Os critérios elaborados podem aumentar a especificidade do
diagnóstico clínico de DIP.
Fonte: DDAHV/SVS/MS
5
355
NA INFECÇÃO PELO VÍRUS T-LINFOTRÓPICO HUMANO
(HTLV) E INFECÇÃO PELO PAPILOMAVÍRUS HUMANO
(HPV)
356
Quadro 9–IST de notificação compulsória
municipal/nacional
IST
SINDROME DA ULCERA GENITAL (EXCLUIDO HERPES
GENITAL)
SINDROME DO CORRIMENTO URETRAL
SINDROME DO CORRIMENTO CERVICAL
(SINTOMATICO)
SIFILIS EM ADULTOS (EXCLUIDA A FORMA PRIMARIA)
HERPES GENITAL (APENAS O PRIMEIRO EPISODIO)
CONDILOMA ACUMINADO (VERRUGAS ANOGENITAIS)
SIFILIS NA GESTANTE
HEPATITES VIRAIS
HIV E AIDS
Observação: Para garantir o tratamento utilizando a abordagem
sindrômica, a medicação estará presente na UBS. Para reposição
desse medicamento, o enfermeiro deverá preencher a ficha de
notificação da IST, anexar a receita e enviar para a DRS. A
Coordenação Municipal de DST/AIDS será a responsável para
abastecer os medicamentos das DRS.
357
profissionais das UBS, deverão despertar os indivíduos para a
realização do teste anti-HIV. Pessoas com sintomas sugestivos de
infecção pelo HIV chegarão as UBS para esclarecimento de seu
quadro clinico. Portanto, as UBS devem se estruturar para responder
a essa demanda, proporcionando oportunidade de diagnóstico ao
primeiro contato, e encaminhamento aos serviços especializados
disponíveis no SUS.
Os serviços especializados para atenção às pessoas vivendo
com HIV/aids em Teresina é o Serviço de Assistência Especializado
(SAE) , que está localizado no CIS Lineu Araújo, com atendimento
direto (sem necessidade de encaminhamento via CGSUS, apenas
documento de identidade e resultado de exame laboratorial de HIV),
no turno manhã e tarde.
O enfermeiro, dentro da consulta de enfermagem, poderá
solicitar exame anti HIV 1 e 2 para qualquer paciente e em qualquer
vulnerabilidade para doença, devendo encaminhar os soropositivos
para o serviço de referência. No entanto, as pessoas vivendo com
HIV/AIDS que necessitarem de outras demandas de saúde, terão
suas necessidades supridas na atenção básica, como qualquer outro
paciente da rede SUS.
O enfermeiro estará autorizado a laudar resultado de teste
rápido para HIV, Sífilis, hepatite B e C, como triagem ou
diagnóstico, desde que tenha recebido treinamento e possua
certificado emitido pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual da
Saúde ou Fundação Municipal de Saúde.
358
O esquema vacinal da pessoa vivendo com HIV/AIDS deve
ser completado dentro do SAE CIS Lineu Araújo, com prescrição do
médico infectologista.
359
As hepatites virais têm grande importância pelo número de
indivíduos atingidos e pela possibilidade de complicações das
formas agudas e crônicas.
A distribuição das hepatites virais é universal, sendo que a
magnitude dos diferentes tipos varia de região para região. No Brasil,
há grande variação regional na prevalência de cada um dos agentes
etiológicos; devem existir cerca de dois milhões de portadores
crônicos de hepatite B e três milhões de portadores da hepatite C. A
maioria das pessoas desconhece seu estado de portador e constitui
elo importante na cadeia de transmissão do vírus da hepatite B
(HBV) ou do vírus da hepatite C (HCV), que perpetua as duas
infecções.
Hepatite B e C
Na consulta de enfermagem, o enfermeiro poderá solicitar HBsAg e
Anti-HBc para triar Hepatite B e solicitar Anti-HCV para Hepatite
C para todos os pacientes, em qualquer faixa etária ou grupo
vulnerável, devido ao grande número de portadores assintomáticos
dessa patologia.
Outras ações do enfermeiro no manejo da Hepatite B e C:
Orientar e ofertar o preservativo para prevenir a Hepatite B;
Orientar quanto ao não compartilhamento de seringas,
barbeadores, esmalte de unha, tesourinha para cortar unhas, lixa de
unha, escova de dentes;
Orientar sobre o risco de fazer uma tatuagem ou colocar
piercing em local que não utilize material descartável;
360
Notificar e encaminhar para o SAE CIS Lineu Araújo todos
os casos de HBsAG e Anti-HCV reagente;
Ofertar vacina contra Hepatite B para pessoas até 29 anos e
populações vulneráveis (profissionais de saúde, prostitutas,
população LGBT, presidiários, policiais, bombeiros, agentes
penitenciários, manicures, pedicures, doadores de sangue, entre
outros)
Realizar teste rápido para Hepatite B e C, triagem ou
diagnóstico, quando treinado e possuir certificado expedido pelo
Ministério da Saúde, Secretaria de Saúde ou Fundação Municipal de
Saúde.
Hepatite D
Agravo que se apresenta apenas em pacientes com hepatite B,
devendo ao serviço de referência solicitar exames sorológicos e
subsequentes.
REFERÊNCIAS
361
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Programa Nacional de DST/AIDS. Diretrizes para controle da
sífilis congênita: manual de bolso. 2. ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006. 72 p. il. – (Série Manuais 24)
362
CAPÍTULO X
PROTOCOLO DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO
HOMEM
Autores
Ayla Maria Calixto de Carvalho
Kledson Augusto Morais Batista
Marcelo de Moura Carvalho
Maria Eliane Martins Oliveira da Rocha
Paula Cynara de Lima Ramos
Rogers Pires Lima
Colaboração
Afonso Ribeiro Alves Filho (cirurgião dentista)
Carlos Henrique Ferreira (médico)
1. INTRODUÇÃO
363
de modo a estimular sua participação em campanhas de prevenção e
promoção de sua saúde.
É nesse contexto que acontece o atendimento de enfermagem
destinado aos homens, independente de identidade de gênero e com
idade de 20 a 59 anos, de modo a garantir a consulta de enfermagem
contemplando os problemas que mais atingem a população
masculina, a referência e contra referência para consultas
especializadas, e a garantia de acesso a procedimentos como
vasectomia e outros inerentes ao homem.
365
FLUXOGRAMA 1 - ATENDIMENTO DO HOMEM NA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE
Acolhimento
Consulta de
Enfermagem
Consulta Consulta
Médica Odontológica
366
FLUXOGRAMA 2 - CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA
O HOMEM
Consulta de Enfermagem
367
FLUXOGRAMA 3 – DISFUNÇÃO ERÉTIL
368
FLUXOGRAMA 4 – PROSTATISMO
369
Escala Internacional de Avaliação dos Sintomas Prostáticos (IPSS)
No último mês, quantas vezes: Nenhuma Menos Menos que a Cerca de Mais que a Quase
vez de 1 vez metade das metade metade Das sempre
em cada 5 vezes das vezes vezes
371
FLUXOGRAMA 6 – ATENDIMENTO PARA REALIZAÇÃO
DE ESTERILIZAÇÃO CIRÚRGICA: VASECTOMIA
372
REQUISITOS:
4. EXAMES COMPLEMENTARES
Todos os previstos nos fluxogramas apresentados no item 3.
5. ENCAMINHAMENTOS
Médico e odontólogo (na própria UBS)
373
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
374
CAPÍTULO XI
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO (POP) DE
ENFERMAGEM NAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
ORIENTAÇÕES PARA VISITA DO CONSELHO REGIONAL DE
ENFERMAGEM
PROPOSTA DE ESCALA MENSAL DO SERVIÇO DE
ENFERMAGEM
POP SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
POP VISITA DOMICILIAR
SUPERVISÃO/ACOMPANHAMENTO
POP Coleta de Sangue Capilar (glicemia)
POP Coleta de Papanicolaou
POP Administração de Medicamentos
POP Terapia de Reidratação Oral
POP Aerossolterapia
POP Higienização das mãos
POP Sondagem Vesical
POP Aferição da Pressão Arterial
POP Curativos
POP da Organização e Funcionamento da Sala de Vacinação
POP de Registro das Atividades e Arquivos da Sala de Vacinação
POP de Limpeza na Sala de Vacinação
POP para o Setor de Medicação
POP para Sala de Expurgo
POP para o Preparo do Material ou Instrumental
POP para Sala de Esterilização
POP para Limpeza e Desinfecção de Superfícies
POP para Recebimento de Material Contaminante, Infectante e
Perfurocortante de uso domiciliar
POP para o Setor de Coleta de Exames Laboratoriais
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
375
POP DE ENFERMAGEM
Autores
Ayla Maria Calixto de Carvalho
Adriana Sávia de Souza Araújo
Smithanny Barros da Silva
Colaboradores
Maria de Fátima Santana Moreira
Soraia Martins da Fonseca
1 INTRODUÇÃO
377
3 POP - SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE
ENFERMAGEM
Objetivo:
Identificar situações de saúde/doença, prescrever e implementar
medidas de enfermagem que contribuam para a promoção, prevenção
e proteção da saúde, recuperação e reabilitação do indivíduo, família
e comunidade. Para tanto, a consulta de enfermagem na Atenção
Básica deve garantir atenção individual no ciclo vital e aos grupos
prioritários (crianças menores de 2 anos e desnutridos, gestantes,
idosos, diabéticos, hipertensos, portadores de tuberculose e
hanseníase).
Responsável: Enfermeiro.
Descrição do procedimento:
1. Receber o usuário e explicar o procedimento;
2. Desenvolver a consulta conforme as etapas previstas na
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), seguindo o
roteiro e fluxo de seguimento contido nos Protocolos de Enfermagem
de FMS;
3. Fazer anotação no prontuário e boletim de produção;
4. Manter a organização da sala/consultório.
378
4 POP - VISITA DOMICILIAR
Definição:
É o ato de visitar o domicílio com finalidade de intervir no processo
saúde / doença de indivíduos, famílias e o planejamento de ações
visando à promoção de saúde da coletividade.
Objetivo:
– Conhecer a realidade do indivíduo (condições de moradia, hábitos
familiares, levantamento de dados, cadastro das famílias e outros) a
fim de obter subsídios para intervenção no processo saúde/doença.
– Realizar procedimentos (medicações, orientações, curativos e
outros).
– Realizar busca ativa para determinadas patologias.
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Enfermeiro, técnico de enfermagem e auxiliar de enfermagem
Material:
Conforme as ações planejadas.
Descrição da Técnica de VD:
1. Planejamento;
2. Execução;
3. Registro de dados;
4. Avaliação do processo.
Descrição do procedimento:
1. Identificar a necessidade da visita domiciliar;
2. Planejar de acordo com a necessidade identificada;
379
3. Realizar a visita domiciliar possibilitando a participação do maior
número possível, de membros da família;
4. Na chegada ao domicílio, o profissional deve identificar-se e
expressar de maneira informal, mas com clareza o objetivo da visita;
5. Ser cordial no relacionamento, evitando os extremos da formalidade
e da intimidade no contato com os usuários;
6. Realizar a observação sistematizada da dinâmica da família;
7. Caso a VD demande procedimento de enfermagem:
– Contactar antecipadamente o usuário;
– Preparar o material necessário;
– Realizar o procedimento conforme técnica ou protocolo
8. Registrar a atividade e os procedimentos executados no prontuário
e boletim de produção.
380
5 POP - SUPERVISÃO E ACOMPANHAMENTO
Definição:
É o planejamento e o acompanhamento do serviço de enfermagem
pelo enfermeiro.
Objetivo:
Assegurar a assistência de Enfermagem com qualidade,
proporcionando a educação em serviço
Responsável:
Enfermeiro Responsável Técnico
Execução do procedimento:
Enfermeiro
Descrição do procedimento:
O enfermeiro deve supervisionar diariamente os diversos setores e as
ações desenvolvidas pelo auxiliar de enfermagem, proporcionando a
educação em serviço:
1. Inalação:
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Fluxo e acomodação da clientela;
– Avaliação do estoque e qualidade do material de consumo;
– Checagem das condições dos equipamentos;
– Checagem da Rotina de desinfecção dos materiais;
– Registro dos procedimentos realizados (produção, prontuário,
identificação do profissional);
– Técnica utilizada nos procedimentos;
381
– Postura do profissional no setor;
-– Avaliação do conteúdo das ações educativas;
– Avaliação da qualidade da assistência;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal.
2. Medicação / Observação
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Fluxo e acomodação do usuário;
– Avaliação do estoque e qualidade do material de consumo;
– Rotina de desinfecção dos materiais;
– Registro dos procedimentos realizados;
– Técnica utilizada nos procedimentos;
– Checagem dos materiais e medicamentos de emergência;
– Postura do profissional no setor;
– Avaliação do conteúdo e desenvolvimento das ações educativas;
– Avaliação da qualidade da assistência;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal;
Procedimentos de biossegurança
Condição do descarte do material perfuro cortante;
Manutenção da privacidade do usuário.
3. Vacina
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Fluxo e acomodação do usuário;
– Avaliação do estoque e qualidade do material de consumo;
– Checagem das condições dos equipamentos;
– Registro dos procedimentos realizados;
382
– Técnica utilizada nos procedimentos;
– Postura do profissional no setor;
– Avaliação do conteúdo e desenvolvimento das ações educativas;
– Avaliação da qualidade da assistência;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal;
– Descarte do material perfuro cortante;
– Manutenção da privacidade do usuário;
– Registro das temperaturas dos equipamentos;
– Registro das doses aplicadas no mapa de produção diária;
– Disposição adequada dos equipamentos na sala;
– Acondicionamento das vacinas em geladeira de estoque;
– Identificação de data e horário da abertura dos frascos; – Técnica de
limpeza da geladeira.
4. Coleta de Exames, Papanicolaou
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Fluxo e acomodação do usuário;
– Avaliação do estoque e qualidade do material de consumo;
– Rotina de desinfecção dos materiais;
– Registro dos procedimentos realizados (produção, prontuário,
identificação do profissional);
– Técnica utilizada nos procedimentos;
– Postura do profissional no setor;
– Conteúdo e desenvolvimento das ações educativas;
– Qualidade da assistência;
– Cumprimento da escala de limpeza terminal;
383
Condições do descarte do material perfuro cortante;
Manutenção da privacidade do usuário;
Acondicionamento correto das amostras dentro da caixa de
transporte;
– Verificação do encaminhamento da solicitação de exames conforme
amostras;
– Retirada do material conforme horário estipulado;
– Identificação correta dos frascos de exames, lâminas; –
Encaminhamento das amostras para o destino correto;
5. Curativo:
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Fluxo e acomodação do usuário;
– Avaliação do estoque e qualidade do material de consumo;
– Registro dos procedimentos realizados (produção, prontuário,
identificação do profissional);
– Técnica utilizada nos procedimentos;
– Postura do profissional no setor;
– Avaliação do conteúdo e desenvolvimento das ações educativas;
– Avaliação da qualidade da assistência;
– Cumprimento da escala de limpeza terminal.
– Conhecimento técnico quanto à evolução das feridas;
– Rotina de arquivamento e preenchimento das fichas de curativo.
6. Esterilização de material:
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
384
– Checagem da existência e a aplicação da instrução de manuseio dos
aparelhos;
– Checagem da entrada e saída dos materiais da sala;
– Checagem da utilização correta do teste de eficácia e registros afins;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal;
– Procedimento de biossegurança;
– Técnica de lavagem e desinfecção do material conforme o tipo;
– Identificação do material;
– Acondicionamento do material a ser esterilizado;
– Validade do material esterilizado;
– Monitoramento e controle da esterilização do material;
– Conforme o equipamento, acomodação do material, tempo de
esterilização e temperatura.
7. Expurgo:
Limpeza e organização da sala e mobiliários;
Checagem das condições dos equipamentos;
Educação em serviço;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal;
– Acondicionamento e descarte dos resíduos;
– Procedimentos de biossegurança;
– Técnica de lavagem e desinfecção do material conforme o tipo.
Observação: em relação ao preparo do material:
– Limpeza e organização da sala e mobiliários;
– Checagem do cumprimento da escala de limpeza terminal;
– Acondicionamento e descarte dos resíduos;
385
– Procedimentos de biossegurança;
– Controle do encaminhamento dos materiais para esterilização em
outra unidade.
Registro: A supervisão deverá ser registrada em livro ATA de
intercorrências de enfermagem da Unidade.
386
6 POP - COLETA DE SANGUE CAPILAR (GLICEMIA)
Definição:
Amostra de sangue capilar a fim de detectar o nível de glicose no
sangue.
Objetivos:
Detectar alterações no nível de glicose sanguínea.
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro
Materiais:
1. Glicosímetro
2. Fita teste
3. Lanceta ou agulha descartável
4. Algodão
5. Álcool a 70%
Descrição do procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Orientar o usuário quanto ao procedimento a ser realizado;
3. Deixar o braço pendente ao longo do corpo por 30 segundos;
4. Pressionar o dedo da base para a ponta;
5. Solicitar para o usuário a lavagem das mãos com água e sabão, se não
for possível, fazer assepsia com algodão e álcool na face lateral da
ponta do dedo, esperando secar;
387
6. Puncionar a face lateral da ponta do dedo com lanceta ou agulha
esterilizadas;
7. Com o dedo puncionado voltado para baixo preencher com a gota de
sangue toda a área da fita;
8. Ler o resultado, anotar em prontuário e no boletim de produção
diária;
9. Orientar o usuário quanto ao resultado e seguir o fluxo de
acompanhamento do Protocolo – FMS.
388
7 POP - COLETA DE PAPANICOLAOU
Definição:
Coleta de material cérvico vaginal para realização de exame
diagnóstico.
Objetivos:
Detectar a presença de lesões neoplásicas ou pré-neoplásicas e alguns
processos de outra natureza (parasitas, processos inflamatórios, etc).
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro
Materiais e equipamentos:
1. Mesa ginecológica 15. Gazes esterilizadas
2. Mesa auxiliar 16. Lençol
3. Biombo 17. Avental
4. Escada de dois degraus 18. Recipiente para acondicionamento
de lâminas usadas
5. Foco de luz com cabo 19. Balde com solução desincrostante
flexível em caso de instrumentos não
descartáveis
6. Cesto de lixo com pedal 20. Formulário de requisição e de
remessa de exames;
7. Espéculo P, M e G 21. Livro de registro
8. Fixador citológico 22. Lápis preto nº 2
9. Escova endocervical 23. Apontador
10. Espátula de Ayres 24. Borracha
11. Lâmina com uma 25. Canetas
extremidade fosca
12. Luvas de procedimento 26. Régua
13. Pinça Cheron 27. Fita adesiva de papel para
identificação dos recipientes de lâmina
14. Soro fisiológico 0,9%
389
Descrição do procedimento
1. Lavar as mãos
2. Preparar e separar o material
3. Criar um ambiente acolhedor;
4. Respeitar a privacidade;
5. Saber ouvir e esclarecer para a mulher possíveis dúvidas ou
angústias;
6. Descrever para a mulher como será realizada a coleta de exame,
possibilitando a sua familiarização com os materiais (kit educativo
prático: espéculo, escova, espátula e lâmina);
7. Realizar a entrevista da usuária com o preenchimento da ficha
padronizada para coleta pelo serviço, identificando situações
específicas (gestação, virgindade);
8. Anotar no prontuário: idade, data da coleta, DUM, se possível, anotar
resultado do papa anterior, descrever a acuidade, avaliação e
orientação de enfermagem e retorno;
9. Fazer a identificação da lâmina na extremidade fosca, com
lápis preto nº 2, contemplando: – Abreviatura do nome da UBS; -
Data da coleta; – O número de registro da mulher na Unidade; – As
iniciais do nome da mulher.
10. Solicitar que a usuária esvazie a bexiga;
11. Em seguida solicitar que ela retire as partes inferiores da roupa,
dando-lhe um lençol para que se cubra;
12. Ajudar a usuária a posicionar-se na mesa;
13. Iniciar o exame através da inspeção da vulva e vagina;
390
14. Introduzir o espéculo sem lubrificá-lo com óleo ou vaselina,
recomenda-se em caso de pessoas idosas ou de vagina ressecada o
uso de espéculo umedecido com soro fisiológico;
15. Introduza-o em posição vertical e ligeiramente inclinado (inclinação
de 15º);
16. Iniciada a introdução faça uma rotação de 90 graus deixando-o em
posição transversa, de modo que a fenda de abertura do espéculo
fique na posição horizontal. Uma vez introduzido totalmente na
vagina abra-o lentamente com delicadeza e, se ao visualizar o colo
houver grande quantidade de muco ou secreção, seque-o
delicadamente com uma gaze montada em uma pinça, sem esfregar
para não perder a qualidade do material a ser colhido;
17. Para a coleta no ectocérvice utilize a espátula de madeira tipo Ayres,
do lado que apresenta a reentrância.
18. Encaixe a ponta mais longa da espátula no orifício externo do colo
(figura 1), apoiando-a firmemente, fazendo uma raspagem na
mucosa ectocervical em movimento rotativo de 360 graus, em torno
de todo orifício, procurando exercer uma pressão firme, mas
delicada, sem agredir o colo, para não prejudicar a qualidade da
amostra.
19. Estenda o material de maneira uniforme, dispondo-o no
sentido transversal, na metade superior da lâmina, próximo da região
fosca, previamente identificada com as iniciais da mulher e nº do
registro. Vale lembrar que o esfregaço deve ser feito no lado da
lâmina onde se encontra a região fosca.(figura 1).
391
20. Realizar a coleta da endocérvice utilizando a escova de coleta.
Recolha o material introduzindo a escova delicadamente no canal
cervical, girando a 360º
(figura 2). Em gestante não colher material endocervical.
21. Colocar o material retirado da endocérvice na metade inferior da
lâmina, no sentido longitudinal. Distender todo o material sobre a
lâmina de maneira delicada para a obtenção de um esfregaço
uniformemente distribuído, fino e sem destruição celular. (figura 2).
22. Fazer a fixação da lâmina imediatamente após a coleta. Borrifa-se a
lâmina, imediatamente após a coleta, com Spray fixador, a uma
distância de 20 cm. Armazenando as lâminas separadamente em
recipiente adequado.
23. Fechar o espéculo, retirar delicadamente, inspecionando a vulva e
períneo.
24. Retirar as luvas, auxiliar o paciente a descer da mesa e solicitar que
ela troque de roupas.
25. Avisar a paciente que um pequeno sangramento poderá ocorrer após
a coleta.
26. Orientar a paciente para que venha receber o resultado do exame
conforme a rotina da sua Unidade de Saúde.
27. Preencher a relação de remessa na mesma sequência das lâminas e
das requisições.
28. As lâminas deverão ser acondicionadas em caixas específicas
para transportá-las.
392
Figura 1 – Coleta na ectocérvice
393
8 POP - ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Definição:
Administração do medicamento com a técnica adequada e de acordo
com a prescrição do profissional responsável.
Objetivos:
Proporcionar com segurança o tratamento medicamentoso prescrito
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Materiais:
1. Álcool 70º 6. Medicamento prescrito
2. Algodão 7. Garrote
3. Seringas (3 ml, 5 ml, 10 8. Equipo de soro
ml, 20 ml)
4. Agulhas (30x07, 30x08, 9. Esparadrapo
25x07, etc)
5. Scalps (23, 25, 27) 10. Bandeja ou cuba rim
394
Descrição do procedimento
395
9 POP - TERAPIA DE REIDRATAÇÃO ORAL
Definição:
Reposição de líquidos e eletrólitos
Objetivos:
Prevenção da desidratação e dos agravos
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Material:
1. Envelope de Soro de 5. Colher de plástico cabo
Reidratação Oral - SRO; longo;
2. Água filtrada ou fervida (fria); 6. Colher de sopa ou de chá;
3. Jarra de 1 litro (plástico com 7. Balança adulto e infantil;
tampa);
4. Copo descartável;
396
Procedimentos:
397
10 POP - AEROSSOLTERAPIA
Definição:
É a introdução de soro fisiológico e/ou medicamento em forma de
aerosol ou vapor no trato respiratório.
Objetivos:
Umidificar as vias aéreas, fluidificar secreções da membrana mucosa
do trato respiratório, facilitando a sua expectoração.
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Materiais:
1. Inalador limpo e desinfetado
2. Recipientes com tampa para acondicionar inaladores e tubos
contaminados, limpos e desinfetados
3. Solução desinfetante (hipoclorito de sódio 0,5%)
4. Tubo extensor
5. Fluxômetro
6. Fonte de ar comprimido
7. Seringa descartável de 10 ml
8. Agulha 40x12
9. Ampola ou frasco de SF 0,9% ou água destilada
10. Medicamento prescrito (se houver)
11. Lenços de papel ou papel higiênico
398
12. Sabão líquido
Descrição do procedimento
1. Lavar as mãos;
2. Preparar o material;
3. Preparar a solução inalatória conforme prescrição médica ou do
enfermeiro;
4. Orientar o paciente sobre o procedimento;
5. Conectar o copo do inalador ao tubo extensor e ligar no fluxômetro;
6. Abrir o fluxômetro e regular a quantidade de ar comprimido de
acordo com a prescrição;
7. Orientar o paciente ou responsável quanto à posição para segurar o
inalador;
8. Desligar o fluxômetro e retirar o inalador após o término da solução;
9. Lavar com água e sabão líquido, secar o inalador e colocá-lo em
solução desinfetante (hipoclorito de sódio 0,5% por 30 minutos);
10. Retirar os inaladores da solução desinfetante e deixar secar
através da aeração sobre superfície limpa (papel lençol ou toalha);
11. Lavar externamente e diariamente a extensão do inalador com
água e sabão líquido. Após a lavagem, fazer a desinfecção injetando
na parte interna da extensão o hipoclorito de sódio a 0,5% por 60
minutos de contato direto, mantendo a outra extremidade ocluída.
Considerações Gerais:
– O uso de inalação pode ser feito com oxigênio ou ar comprimido,
sendo este último mais indicado para pacientes portadores de DPOC
que fazem retenção de CO2;
399
– Deve-se fazer à inalação com o paciente sentado ou em decúbito
elevado, sempre que possível, para facilitar a expectoração;
– Os inaladores devem ser lavados e desinfetados imediatamente após
cada uso, mesmo que tenha um para cada paciente, uma vez que o
material de aerossolterapia propicia um meio ideal para o
desenvolvimento de bactérias patogênicas e contaminação cruzada;
– Caso não seja possível fazer a desinfecção imediata, mantê-los em
recipiente exclusivo, fechado e identificado como
“Contaminado”;;
– A extensão deverá ficar um período para aeração até secagem e
armazenados em recipiente plástico, tampado e identificado como
“Desinfetado”.
– A circulação desnecessária de acompanhantes na sala deve ser
evitada.
400
11 POP - HIGIENIZAÇÃO SIMPLES DAS MÃOS
Definição:
Limpeza das mãos para a remoção das células mortas, sujidades e
microrganismos.
Objetivos:
Prevenir infecção cruzada. Deve ser realizado antes do início e após
todo e qualquer procedimento.
Responsável:
Enfermeiro (supervisão dos auxiliares de enfermagem)
Execução do procedimento:
Todos os profissionais de assistência direta ou indireta ao usuário
Materiais:
1. Água corrente
2. Sabão líquido
3. Papel toalha
Descrição do procedimento:
1. Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando encostar- se à pia.
2. Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabão líquido para
cobrir todas as superfícies das mãos.
3. Ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as entre si.
4. Esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda
entrelaçando os dedos e vice-versa.
5. Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais.
6. Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta,
segurando os dedos, com movimento de vai-e-vem e vice-versa.
401
7. Esfregar o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda,
utilizando-se movimento circular e vice-versa.
8.Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a
palma da mão direita, fechada em concha, fazendo movimento
circular e vice-versa.
9. Esfregar o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita,
utilizando movimento circular e vice-versa.
10. Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão. Evitar contato
direto das mãos ensaboadas com a torneira.
11. Secar as mãos com papel-toalha descartável, iniciando pelas mãos e
seguindo pelos punhos. Desprezar o papel-toalha na lixeira para
resíduos comuns.
12. Feche a torneira utilizando o papel toalha descartável.
13. Desprezar o papel-toalha na lixeira.
Observação
• Use luvas somente quando indicado.
• Utilize-as antes de entrar em contato com sangue, líquidos corporais,
membrana mucosa, pele não intacta e outros materiais
potencialmente infectantes.
• Troque de luvas sempre que entrar em contato com outro paciente.
• Troque também durante o contato com o paciente se for mudar de um
sítio corporal contaminado para outro, limpo.
• Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como
telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas.
• Lembre-se: o uso de luvas não substitui a higienização das mãos.
402
Lembrete
Momentos em que o procedimento deve ser realizado, não sendo
indicada a substituição pela fricção antisséptica das mãos:
• Quando as mãos estiverem visivelmente sujas;
• Ao iniciar e terminar o turno de trabalho;
• Antes e após ir ao banheiro;
• Antes e após as refeições;
• Antes de manipulação e preparo de medicamentos e alimentos.
403
12 POP - SONDAGEM VESICAL
Definição:
É a introdução de um cateter estéril através da uretra até a bexiga.
Objetivos
- Esvaziar a bexiga dos pacientes com retenção urinária;
- Controlar o volume urinário;
- Promover drenagem urinária dos pacientes com incontinência
urinária; - Auxiliar no diagnóstico das lesões traumáticas do trato
urinário.
Responsável: Enfermeiro.
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Material:
– Pacote de cateterismo vesical esterilizado contendo cuba rim, cuba
redonda, gaze, pinça Pean ou similar;
– Sonda vesical número 10, 14 ou 16 (Polivinil ou demora, dependendo
do caso);
– Seringa de 10 ml (sondagem de demora);
– Água destilada (sondagem de demora);
– Agulha 30x8 (sondagem de demora);
– Bolsa coletora sistema fechado (sondagem de demora);
– Luvas estéreis;
– Biombo;
– Frasco de PVPI Tópico e Soro Fisiológico;
404
– Seringa de 20ml para assepsia;
– Geleia anestésica;
– Frasco coletor de urina (se necessário);
– Saco plástico de lixo; – Lençol.
Descrição do procedimento:
1 - Feminino:
– Preparar o material;
– Explicar o procedimento e sua finalidade a paciente;
– Encaminhar a paciente para higiene íntima ou fazê-la se necessário;
– Preservar a privacidade da paciente com o biombo;
– Colocar a paciente em posição ginecológica, protegendo-a com o
lençol;
– Lavar as mãos;
– Abrir com técnica asséptica o pacote de cateterismo entre as pernas
da paciente;
– Colocar na cuba redonda o antisséptico;
– Colocar o lubrificante na gaze;
– Abrir o invólucro da sonda vesical, colocando-a na cuba rim;
– Calçar a luva com técnica asséptica;
– Lubrificar a sonda e aproximar a cuba rim;
– Afastar os pequenos lábios com o polegar e o indicador da mão
esquerda e com a mão direita fazer a antissepsia no períneo usando
as gazes embebidas na solução antisséptica e a pinça Pean (sentido
púbis/anus na sequência: grandes lábios, pequenos lábios e
vestíbulo).
405
Usar a bola de algodão uma vez e desprezá-la;
– Limpar a região com soro fisiológico, obedecendo aos mesmos
princípios descritos acima;
– Afastar com a mão direita a cuba redonda e a pinça;
– Continuar a manter exposto o vestíbulo com a mão esquerda e, com
a mão direita, introduzir a sonda lubrificada (mais ou menos 10 cm),
colocar a outra extremidade na cuba rim para receber a urina drenada.
a) Na sondagem de alívio:
• Retirar a sonda (terminada a drenagem) e o campo fenestrado e
controlar o volume urinário e colher uma amostra se necessário.
b) Na sondagem de demora:
• Insuflar o balão com água destilada e puxar a sonda até sentir a
ancoragem do balão no trigono vesical;
• Conectar a sonda na extensão do sistema coletor e retirar as luvas
(sistema fechado conectado).
• Medir o volume drenado, se necessário.
2. Masculino, repetir a técnica do cateterismo feminino com as
seguintes diferenças:
• Colocar o paciente em decúbito dorsal e com as pernas
afastadas;;
• Após enluvar as mãos, colocar 8 ml de geleia anestésica na seringa
com o auxílio de outra pessoa;
• Segurar o pênis com uma gaze (com a mão esquerda) mantendo-
o perpendicular ao abdome;
406
• Fazer a antissepsia afastando o prepúcio com o polegar e o
indicador da mão esquerda e, com a pinça montada fazer a
antissepsia do meato uretral para a periferia (trocar as luvas se usar
material descartável);
• Injetar a geleia anestésica na uretra com a seringa e pressionar
a glande por 2 ou 3 minutos a fim de evitar o refluxo da geleia;
• Introduzir a sonda até a sua extremidade (18 a 20 cm), com
movimentos circulares, com o pênis elevado perpendicularmente
e baixar o pênis lentamente para facilitar a passagem na uretra bulbar;
• Recobrir a glande com o prepúcio, a fim de evitar edema de
glande;
Observação: deixar a unidade e o material em ordem e proceder à
limpeza concorrente caso haja contaminação de superfícies
Registro:
Fazer o registro no prontuário do paciente e no mapa de produção.
407
13 POP: AFERIÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL
Definição:
Verificação dos níveis pressóricos.
Objetivos:
Detectar, acompanhar e controlar os níveis pressóricos para
prevenção das doenças cardiovasculares.
Responsável:
Enfermeiro (supervisão do auxiliar de enfermagem)
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Materiais:
1. Esfigmomanômetro
2. Estetoscópio
3. Material para anotação
Descrição do procedimento:
1. Explicar o procedimento ao paciente, orientar que evite falar
e deixar que descanse por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com
temperatura agradável. Promover relaxamento para atenuar o efeito
do avental branco;
2. Certificar-se de que o paciente não está com a bexiga cheia;
não praticou exercícios físicos há 60- 90 minutos; não ingeriu bebidas
alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes; e não está
com as pernas cruzadas;
408
3. Utilizar manguito de tamanho adequado ao braço do paciente,
cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa
de borracha sobre a artéria braquial.;
4. Manter o braço do paciente na altura do coração, livre de
roupas, com a palma da mão voltada para cima e cotovelo
ligeiramente estendido;
5. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou
do mostrador do manômetro aneroide;
6. Palpar o pulso radial e insuflar o manguito até seu
desaparecimento, para a estimativa do nível da pressão sistólica;
desinsuflar rapidamente e aguardar um minuto antes de insuflar
novamente;
7. Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a
artéria braquial, na fossa cubital, evitando compressão excessiva;
8. Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até ultrapassar, de 20
a 30 mmHg, o nível estimado da pressão sistólica. Proceder à
deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por
segundo. Após identificação do som que determina a pressão
sistólica, aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg para evitar
congestão venosa e desconforto para o paciente; 9. Determinar a
pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase
I de Korotkoff), seguido de batidas regulares que se intensificam com
o aumento da velocidade de deflação. Determinar a pressa diastólica
no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff). Auscultar cerca
de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
409
desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa.
Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a
pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff),
anotar valores da sistólica/zero;
10. Registrar os valores das pressões sistólicas e diastólicas;
11. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas;
12. O paciente deve ser informado sobre os valores obtidos da pressão
arterial;
13. Seguir o fluxo de acompanhamento do Protocolo FMS.
410
14 POP - CURATIVOS
Definição:
É o procedimento que se baseia na limpeza mecânica diária da lesão,
diminuindo a concentração de bactérias no local.
Objetivo:
Proporcionar o processo de cicatrização da lesão
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
– Enfermeiro: Avaliação e tratamento da ferida e
preenchimento da ficha - Consulta de Enfermagem.
– Auxiliares e Técnicos de Enfermagem: Execução da
prescrição Materiais:
• Bandeja contendo:
• 1 pacote de curativo estéril
• Luvas de procedimento
• Gazes estéreis
• Esparadrapo ou micropore
• Soro fisiológico a 0,9% (SF 0,9%) de 125 ou 250 ml
• Agulha 40x12
• Curativos padronizados pela FMS
• Acrescentar, se necessário:
• 1 lâmina de bisturi nº 23 com cabo, estéril
• 1 bacia ou cuba estéril
411
• Ataduras de crepe
• Compressa estéril
• Luvas estéreis
Descrição:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e levá-lo próximo ao paciente;
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4. Garantir a privacidade do paciente;
5. Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a área a
ser tratada;
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gazes em quantidade suficiente sobre o campo estéril;
8. Abrir a embalagem do SF a 0,9%(morno) e colocá-la sobre o campo
estéril;
9. Umedecer o micropore com SF a 0,9% para facilitar a retirada;
10. Calçar as luvas;
11. Perfurar na parte superior do frasco do SF a 0,9% com agulha 40x12;
12. Remover o curativo antigo;
13. Desprezar essas luvas;
14. Calçar novas luvas;
15. Realizar a limpeza da ferida;
16. Cobrir a ferida com gaze embebida em SF a 0,9% cobrindo todo o
leito da ferida (cobertura primária) em quantidade suficiente para
412
manter o leito da ferida úmida ou utilizar uma cobertura apropriada
para o tipo de tecido da lesão;
17. Ocluir a ferida com gaze estéril, chumaço ou compressa (cobertura
secundária) e fixar com esparadrapo, micropore ou atadura de crepe,
quando necessário;
18. Retirar as luvas;
19. Lavar as mãos;
20. Anotar na ficha de enfermagem (Evolução Diária) e/ou prontuário e
Boletim de Produção Diária.
Observações:
1. Cobertura primária é a que permanece em contato direto com a ferida;
2. Cobertura secundária é a cobertura seca colocada sobre a cobertura
primária;
3. A troca do curativo será prescrita de acordo com a avaliação da ferida
e o tipo de cobertura utilizada;
4. Proceder à desinfecção da bandeja ou mesa auxiliar após a execução
de cada curativo, com álcool a 70%;
5. Após cada curativo, proceder a lavagem e preparo do material usado
para a esterilização; 6. A lixeira deverá estar próximo do local onde
realiza o procedimento para o descarte da sujidade de forma que você
não necessite manipulá-la durante o mesmo;
413
15 POP - ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA SALA
DE VACINAÇÃO
414
• Armário com porta para guarda de material;
• Bandeja de aço inoxidável (grande, média e pequena);
• Tesoura reta com ponta romba;
• Bandeja de aço inoxidável (grande, média, pequena)
• Maca.
• Notebook ou computador para as salas informatizadas.
• Bobinas reutilizáveis para a conservação dos
imunobiológicos em caixas térmicas.
Observações:
O refrigerador, de compartimento único, deve ter capacidade mínima
para 280 litros, aproximadamente.
– De Consumo:
• Termômetro de máxima e mínima;;
• Termômetro de cabo extensor;;
• Termômetro clínico;;
• Bandeja plástica perfurada;;
• Gelo reciclável;;
• Garrafa plástica com água e corante;
• Caixa térmica para a conservação dos imunobiológicos
nas seguintes situações:
– no dia-a-dia da sala de vacinação;
– no caso de falhas na corrente elétrica;
– para a vacinação extramuros (intensificação, campanha e
bloqueio); e – para o transporte de vacinas.
• Álcool a 70%
• Algodão hidrófilo;;
415
• Recipiente com tampa para algodão;;
• Seringas descartáveis (1ml, 3ml, 5ml e 10 ml);;
• Agulhas descartáveis para uso intradérmico, subcutâneo,
intra-muscular e para diluição;
• Imunobiológicos;
• Campo plástico para vacinação extramuros;
• Caixa especial para coleta de material perfuro-cortante;
• Papel toalha;;
• Depósito para lixo comum, com tampa;;
• Saco plástico para lixo, descartável;;
• Material para o registro das atividades: lápis, caneta,
borracha, carimbo, almofada e outros;
• Sabão liquido.
Observação:
O saco plástico é de cor branca para o lixo hospitalar e de outra cor
para outros tipos de lixo.
Impressos e Manuais:
• Formulários para registro da vacina administrada: cartão ou
caderneta da criança, do adolescente, do adulto, do idoso, da gestante.
• Livro de Registro;
• Mapa Diário de Vacinação (registro imediato);
• Boletim Mensal de Vacinação;
• Boletim de Campanha de Doses Aplicadas de Vacina;
416
• Mapa para Controle Diário da Temperatura do
Refrigerador;
• Ficha de Investigação dos Eventos Adversos Pós-
Vacinação;
• Ficha de Fluxo Imediato de Eventos Adversos Pós-
Vacinação;
• Outros impressos, como o formulário para inutilização
de imunobiológicos;
• Manual técnico operacional de Vacinação do Ministério
da Saúde;
• Quadro com o esquema básico de vacinação;
• Instruções simplificadas quanto às condutas imediatas frente
à alteração de temperatura do(s) refrigerador (es) a ser fixado em
local visível;
• Outros impressos: pareceres técnicos, notas técnicas,
informes técnicos e legislações atualizadas referentes ao PNI.
Descrições:
– Equipe e Funções Básicas:
A equipe é composta, preferencialmente, por um técnico ou auxiliar
de enfermagem, para cada turno de trabalho.
A supervisão e o treinamento em serviço são realizados pelo
enfermeiro. A equipe pode ser ampliada, dependendo da demanda do
serviço de saúde.
São funções da equipe que trabalha na sala de vacinação:
• manter a ordem e a limpeza da sala;
417
• prover, periodicamente, as necessidades de material e de
imunobiológicos;
• manter as condições ideais de conservação dos
imunobiológicos;
• manter os equipamentos em boas condições de
funcionamento;
• encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos
inutilizados e ao lixo da sala de vacinação;
• orientar e prestar assistência à clientela, com segurança,
responsabilidade e respeito;
• registrar a assistência prestada nos impressos adequados;
• avaliar, sistematicamente, as atividades desenvolvidas.
418
• Verificar o prazo de validade dos imunobiológicos,
usando com prioridade aqueles que estiverem com prazo mais
próximo do vencimento;
• Retirar do refrigerador de estoque a quantidade de vacinas
e diluentes necessária ao consumo na jornada de trabalho;
• Colocar as vacinas e os diluentes da jornada de
trabalho na caixa térmica (com gelo reciclável e com o
termômetro) quando a temperatura já estiver adequada;
• Suprir o serviço com os materiais necessários no dia/período.
Triagem
A triagem engloba as seguintes condutas:
• Se o usuário está comparecendo à sala de vacinação pela primeira
vez, abra os documentos padronizados do registro pessoal de
vacinação (cartão ou caderneta de vacinação) ou cadastre o usuário
no SI-PNI.
• No caso de retorno, verificar que vacinas devem ser administradas,
consultando o documento de registro da vacinação (CARTÃO OU
CARDENETA) e a ficha de registro ou o Cartão de Controle;
• Obter informações sobre o estado de saúde da pessoa a
ser vacinada, a fim de observar as indicações e possíveis
contraindicações à administração dos imunobiológicos, evitando as
falsas contraindicações;
• Orientar sobre a importância da vacinação e conclusão do
esquema básico de vacinação;
419
• Fazer o registro da vacina a ser administrada, no
espaço reservado dos documentos de registro:
– o Cartão da Criança, do Adulto, gestante, adolescente ou
idoso carimbando, datando e assinando;
– a Livro de Controle (datando);
– o Mapa Diário de Vacinação (registro imediato);
• Fazer o aprazamento, ou seja, verificar a data de retorno
do cliente para receber nova dose de vacina;
• Administrar o imunobiológico indicado.
Observação:
Nos casos em que for indicada a administração de imunobiológicos
especiais, encaminhar a pessoa para o Centro de Referência de
Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Administração de Imunobiológicos
Na administração dos imunobiológicos adotar os seguintes
procedimentos:
• Verificar qual o imunobiológico a ser administrado,
conforme indicado no Cartão ou caderneta;
• Orientar o usuário quanto ao procedimento a ser
realizado;
• Lavar as mãos com água e sabão;
• Examinar o frasco da vacina, observando a aparência da
solução, o estado da embalagem, o prazo de validade, inclusive
pela abertura do frasco, a via de administração, o número do lote e a
dosagem;
420
• Preparar e administrar o imunobiológico segundo a técnica
específica;;• Observar reações imediatas;
• Reforçar as orientações, especialmente a data aprazada
para o retorno;
• Desprezar o material descartável em caixa de
perfurocortante;
• Lavar as mãos.
Observações:
As orientações, além de considerar as especificidades de cada um dos
imunobiológicos, incluem:
– A indicação dos imunobiológicos e, quando for o caso, a
necessidade do retorno na data agendada para receber as demais
doses, ou para receber outros imunobiológicos;
– Os cuidados a serem observados após a administração do
imunobiológico;
– A possível ocorrência de eventos adversos associados à
vacinação e medidas necessárias; – Os cuidados com a guarda do
Cartão da Criança ou de outro documento, bem como a sua
importância como registro do imunobiológico recebido.
Encerramento do trabalho diário
Ao final das atividades do dia, adotar os seguintes procedimentos:
• desprezar os frascos com sobras de vacinas que
ultrapassaram o prazo estabelecido após abertura do frasco e os
frascos de vacina que estejam com o rótulo danificado, na caixa de
pérfuro-cortante ou no recipiente para autoclavação (se indicado);
421
• Retirar da caixa térmica as demais vacinas que podem
ser utilizadas no dia seguinte, recolocando-as no refrigerador de
estoque;
• Proceda à limpeza da caixa térmica, deixando-a seca.
• Verificar e anotar a temperatura do refrigerador no
respectivo Mapa de Controle Diário de Temperatura;
• Guardar todo material, em local limpo e seco, de preferência
em armário fechado;
• Fechar somatórias do boletim diário de vacinação.
Encerramento do trabalho mensal
Ao final das atividades do mês, a equipe de vacinação deve adotar os
seguintes procedimentos:
• Controlar o estoque de insumos e imunobiológicos.
Compete ao técnico de enfermagem:
• Somar as doses administradas, registradas no Mapa Diário
de Vacinação, transferindo para o consolidado do Boletim Mensal
de Doses Aplicadas;
Compete ao enfermeiro:
• Avaliar e calcular o percentual de utilização e perda de
imunobiológicos;
• Avaliar a cobertura vacinal da área de abrangência do
serviço de saúde, junto à equipe;
• Fazer solicitação de insumos e imunobiológicos para o
mês subsequente.
422
16 POP - REGISTRO DAS ATIVIDADES E ARQUIVOS DA
SALA DE VACINAÇÃO
Definição:
Descrição das atividades e arquivamento da sala de vacinação.
Objetivos:
Acompanhar e analisar as doses de vacinas administradas e a
cobertura vacinal.
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de Enfermagem, técnico de enfermagem e Enfermeiro
Materiais:
• Cartão ou caderneta da Criança e do adolescente
• Livro registro
• Cartão do Adulto e do idoso
• Cartão da Gestante
• Boletim Diário de Vacinação
• Boletim Mensal de Doses Aplicadas
• Formulário para Avaliação de imunobiológicos sob suspeita
• Boletim de movimento Mensal de Imunobiológicos e Insumos
• Mapa para Controle Diário de Temperatura
• Ficha de Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinação
Descrição:
– Preenchimento do Cartão de Registro da Vacinação
423
Os dados de identificação registrados no Cartão da Criança e no livro
de registro são copiados da Certidão de Nascimento. O responsável
pelo registro deve copiar da Certidão os seguintes dados: o nome da
criança, a data do nascimento e nome dos pais, registrando-os a
caneta, assim como dados referentes ao parto, peso e apgar que deve
ser copiado do documento hospitalar.
Observações:
• No caso dos dados serem obtidos por meio de informação verbal,
anotar os dados a lápis e aguardar a apresentação de documento para
confirmação e registro a caneta.
• O endereço é anotado a lápis para permitir mudanças posteriores. No
Livro de Registro também é anotado o número da matricula na UBS,
a localização do domicílio, telefone para facilitar por ocasião da
busca de faltosos, principalmente em áreas não urbanizadas como
favelas, invasões, periferias e na área rural e outras referências.
• Os imunobiológicos administrados são registrados a caneta,
incluindo a data (dia, mês e ano), o lote da vacina, a assinatura, além
do carimbo de identificação do serviço de saúde.
• A data do aprazamento (dia, mês e ano) é registrada a lápis,
orientando o usuário ou responsável quanto ao retorno.
Salas Informatizadas: alimentar o sistema de informação,
atualizando os registros anteriores e a vacina administrada.
Arquivo da Sala de Vacinação: O arquivo da sala de vacinação é o
local destinado à guarda e à classificação dos impressos utilizados
para o registro das atividades, com o objetivo de:
424
• Centralizar todos os dados registrados;
• Controlar o comparecimento da clientela à vacinação;
• Identificar e possibilitar a convocação dos faltosos à vacinação;
• Disponibilizar informações para o monitoramento e avaliação das
atividades.
São também arquivados na sala de vacinação, em pastas com
identificação:
1. Os formulários utilizados para o registro das informações sobre os
imunobiológicos estocados, recebidos (notas), distribuídos,
remanejados ou devolvidos;
2. O controle diário da temperatura;
3. O registro diário de vacinação;
4. O registro mensal.
Busca de Faltosos
A busca de faltosos deverá ser feita mensalmente, através da Equipe
Saúde da Família ou de acordo com as possibilidades da equipe de
saúde. Para fazer a busca deve-se adotar, entre outros, os seguintes
mecanismos ou estratégias:
• Ir à casa do faltoso (visita domiciliar);
• Fazer ligação ao telefone de contato do responsável;
• Alertar por meio de alto-falantes volantes ou fixos (em feiras, por
exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas, ou por meio
dos grupos e organizações da comunidade, a necessidade de manter
a vacinação em dia.
• Colocar listagens de faltosos na porta do serviço de saúde ou
em locais de movimento na comunidade.
425
17 POP - LIMPEZA NA SALA DE VACINAÇÃO
Definição
Descrição da técnica e periodicidade de limpeza na sala de vacinação
Objetivos
• prevenir infecções cruzadas;
• proporcionar conforto e segurança à clientela e à equipe de
trabalho;
• manter um ambiente limpo e agradável.
Responsável:
Administrador e enfermeiro
Execução do procedimento: Auxiliar de serviços
Materiais
• Balde (2 a 10 litros);
• Calçado fechado;
• Desinfetante (hipoclorito de sódio a 1%, água sanitária), se
necessário;
• Escova de mão;
• Esponja;
• Luva para limpeza;
• Pano de chão (limpos);
• Pano de limpeza;
• Pá para lixo;
• Rodo;
• Sabão líquido;
426
• Saco descartável para lixo;
Descrição:
A limpeza da sala de vacinação é feita diariamente, no final do turno
de trabalho, e sempre que necessário.
Uma vez por semana o chão é lavado com água e sabão.
A limpeza terminal deve ser feita quinzenalmente, quando, então, são
limpos o teto, as paredes, as janelas, as luminárias, as lâmpadas e as
portas. Para executar a limpeza da sala de vacinação, o funcionário
deve:
• Estar uniformizado e com os equipamentos de proteção
individual necessário (luvas e calçados);
• Lavar as mãos;
• Calçar as luvas para iniciar a limpeza;
• Organizar os materiais necessários;
• Recolher o lixo do cesto, fechando o saco corretamente, e a caixa de
perfuro-cortante (já fechada adequadamente por um profissional da
enfermagem).
Observação:
• O saco de lixo é descartável e nunca deve ser reutilizado;
• Todo resíduo infectante a ser transportado é acondicionado em saco
plástico branco e impermeável;
• Para garantir a segurança não misturar os vários tipos de lixo;
427
• Fechar e vedar completamente os sacos plásticos antes de encaminhá-
los para o transporte.
• Limpar os cestos de lixo com pano úmido;
• Iniciar a limpeza pelo teto;
• Limpar as luminárias lavá-las com sabão, secando-as em seguida;
• Limpar janelas, vitrôs e esquadrias internas e externas com pano
úmido e finalizar com pano seco;
• Limpar as paredes e os interruptores de luz com pano úmido;
• Lavar as pias e torneiras com esponja, água e sabão, enxaguar e secar;
• Limpar o chão com pano úmido e, em seguida, passar pano seco.
• Não varrer o chão para evitar a dispersão do pó no ambiente.
• Fazer a limpeza do fundo para a saída, tantas vezes quantas forem
necessárias, até que o ambiente fique limpo (três vezes no mínimo).
428
18 POP - SETOR DE MEDICAÇÃO
Definição:
É a organização do setor de medicação visando à realização dos
procedimentos com qualidade e segurança.
Objetivos:
Organizar o setor de forma a garantir a qualidade e a continuidade do
tratamento prescrito.
Responsável:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem e enfermeiro.
Materiais:
1. Medicamentos
2. Seringas
3. Agulhas
4. Escalpes
5. Algodão
6. Álcool a 70%
7. Garrote (tubo de látex)
8. Cuba rim
9. Equipo (macro e micro gotas)
10. Suporte de soro
11. Braçadeira
12. Sabão liquido
429
13. Esparadrapo/micropore
14. Caixa para descarte de material perfuro cortante
15. Divã
16. Escada 02 degraus
17. Torpedo de oxigênio para transporte
18. Caixa de emergência
19. Aspirador
20. Tábua
21. Esfigmomanômetro
22. Estetoscópio
23. Equipamentos / materiais de emergência
Descrição:
1. Fazer limpeza concorrente do setor de medicação diariamente com
água, sabão e álcool a 70% nas superfícies;
2. Realizar a limpeza dos armários e gabinetes semanalmente com
solução alcoólica a 70%, mantendo o local limpo e organizado;
3. Verificar a existência e a quantidade de materiais e medicamentos e
fazer a reposição, se necessário, conforme padrão estabelecido;
4. Checar conforme lista de padronização, que deve estar afixada no
local, os medicamentos e materiais da assistência em emergência,
semanalmente;
5. Testar diariamente os equipamentos de emergência;
6. Realizar semanalmente a lavagem das almotolias com água e sabão.
Realizar a secagem e fazer a desinfecção na solução de hipoclorito
430
de sódio a 0,5% por 30 minutos. Acondicionar as almotolias em
recipiente tampado, após a secagem;
7. Preencher as almotolias com volume mínimo de solução e sua
reposição deverá ser semanal;
8. Levantar semanalmente a validade das medicações, utilizando
primeiramente aqueles com menor prazo de validade;
9. Manter-se atento as especificações do fabricante quanto à utilização
da caixa para perfuro cortante, para não haver sobrecarga desta
capacidade;
10. Atentar para as normas de biossegurança, não realizar o reencape das
agulhas.
Observação: A solução de hipoclorito de sódio para desinfecção das
almotolias deverá ser trocada a cada 6 horas, devido a sua
instabilidade.
431
19 POP - SALA DE EXPURGO
Definição:
É a descrição sistematizada das atividades de higienização e
organização da sala de expurgo.
Objetivo:
Manter o ambiente limpo e organizado para execução das etapas de
recepção, higienização, descontaminação ou esterilização de artigos
contaminados visando à prevenção e controle das Infecções
Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
Responsável pela supervisão:
Enfermeiro
Responsável pela execução do procedimento:
Auxiliar e técnico de enfermagem
Materiais:
1. Sabão líquido ou solução desincrostante (detergente enzimático)
2. Álcool a 70%
3. EPI (avental impermeável, luva de borracha cano longo, sapatos
fechados impermeáveis e óculos protetor)
4. Esponjas
5. Escovas
6. Papel toalha
7. Pia ou tanque
8. Mesa auxiliar ou bancada
9. Recipiente plástico com tampa
432
10. Saco plástico de lixo azul e branco (até 20 litros)
Descrição:
1. Fazer limpeza concorrente diariamente da sala de expurgo com água
e sabão. Na presença de sangue, excreção ou secreção deverá ser feita
a desinfecção com hipoclorito de sódio a 1%, deixando agir por 10
minutos e se necessário fazer fricção mecânica com esponja, escova
ou vassoura;
2. Manter a sala limpa e organizada;
3. Recolher ao término de cada turno todos os artigos utilizados na
rotina de serviço da unidade para processo de lavagem, desinfecção
e esterilização dos artigos críticos inclusive instrumental
odontológico;
4. Os resíduos (lixo) devem ser segregados e acondicionados
corretamente, sendo transportados em recipiente adequado, nunca
ultrapassando 2/3 da sua capacidade, o saco plástico deve ser fechado
com nó e levado imediatamente à sala de resíduos ou lixeira;
5. Remover os resíduos observando a periodicidade e horários de
acordo com a necessidade do serviço;
6. Limpar e desinfectar imediatamente a área no caso de rompimento
do saco de lixo;
7. Observar as normas de separação de materiais;
8. Higienizar as mãos ainda enluvadas removendo o excesso de
contaminação para posterior higienização das luvas;
9. Retirar os EPI´s na sala, higienizá-los e mantê-los em local
apropriado para secagem;
433
10. Higienizar as mãos.
OBSERVAÇÃO:
1. Nas unidades onde não exista sala específica para lavagem do
material contaminado, adequar a rotina ás condições locais.
2. O expurgo deve ser separado da sala de esterilização.
434
20 POP - PREPARO DO MATERIAL OU INSTRUMENTAL
Definição:
É a sistematização do preparo do instrumental ou material em
embalagem adequada para proceder a esterilização.
Objetivos:
Prevenir e ou controlar as Infecções Relacionadas a Assistência à
Saúde (IRAS)
Responsável para Supervisão:
Enfermeiro
Responsável pelo procedimento:
Auxiliar e técnico de enfermagem
Materiais:
1. Papel grau cirúrgico
2. Tesoura
3. Fita teste
4. Seladora, em caso de papel cirúrgico
5. Detergente enzimático
6. Compressa
7. Escova e esponja
Descrição do Procedimento:
• Imergir em solução desincrostante (limpador enzimático) por 02 a 05
minutos;
• Fazer fricção mecânica;
435
• Enxugar com Compressa;
Observações:
• Substituir o instrumental danificado
436
• 21 POP - SALA DE ESTERILIZAÇÃO
Definição:
É a sistematização das etapas que irão viabilizar a esterilização
utilizando agentes físicos ou químicos.
Objetivos:
Garantir o atendimento ao cliente com segurança e qualidade.
Responsável pela Supervisão:
Enfermeiro
Responsável pelo procedimento:
Auxiliar e técnico de enfermagem
Materiais:
1. Autoclave;
2. Integradores químicos e biológicos;
3. Estufa;
4. Armário para armazenamento e estocagem;
5. Mesa auxiliar;
6. Incubadoras.
Descrição da Rotina:
1. Fazer diariamente a limpeza concorrente da sala de
esterilização com água e sabão, em seguida passar álcool a 70% nas
superfícies.
2. Manter a sala limpa e organizada;
3. Checar o funcionamento da autoclave;
437
4. Proceder diariamente a limpeza interna e externa da autoclave
com água e sabão neutro e em seguida pano úmido;.
5. Proceder semanalmente a rotina de monitoramento da
autoclave teste biológico
(ATTEST)e diariamente com os indicadores químicos;
6. A unidade deverá manter datados, assinados e arquivados, os
indicadores químicos utilizados;
7. Se os indicadores não apresentarem resultados positivos para o
processo de esterilização, não considerar os artigos estéreis e
providenciar a revisão do processo e manutenção da autoclave;
8. Checar a validade do agente químico padronizado;
9. Proceder a limpeza terminal da autoclave conforme
especificações do fabricante.
Descrição do procedimento:
1. Colocar na autoclave artigo embalado e identificado
adequadamente;
2. Dispor os pacotes dentro da câmara, deixando espaço entre eles
para facilitar a drenagem do ar e a penetração do vapor;
3. Colocar pacotes mais leves sobre os mais pesados;
4. Evitar encostar os pacotes nas paredes da câmara;
5. Utilizar até 2/3 de capacidade do aparelho evitando sobrecarga;
6. Colocar bacias e cubas em posição horizontal;
7. Realizar os testes com indicadores biológicos e químicos
conforme especificações;
438
8. Ligar o aparelho conforme instruções do fabricante, fixadas em
local de fácil acesso; Aguardar o ciclo de esterilização, observando se
a temperatura e pressão corretas foram atingidas;
9. Terminado o ciclo e após o manômetro ter indicado ausência
total de pressão, entreabrir a porta por 10 minutos ou conforme
orientação do fabricante.
10. Realizar a higienização das mãos para retirar os artigos estéreis
da câmara;
11. Não colocar os pacotes quentes em superfícies frias, para evitar
a condensação do vapor que ainda resta dentro deles,
12. Verificar a integridade dos pacotes;
13. Datar e assinar os pacotes após processo de esterilização;
14. Estocar os materiais esterilizados em local fechado e sem
presença de umidade;
15. Armazenar o material sendo que os artigos com vencimento
mais breve deverão ser colocado na frente daqueles cujo prazo de
validade for maior (prazo máximo de validade 07 dias);
16. Armazenar somente materiais que tenham sido identificados
corretamente;
17. Manter os pacotes íntegros e secos e não misturar com artigos
não estéreis.
439
22 POP - LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES
Definição:
É a padronização das etapas para a realização dos procedimentos de
limpeza e desinfecção de superfícies Relacionadas à Assistência à
Saúde.
Objetivos:
Definir a execução e a periodicidade do procedimento para garantir
o atendimento seguro ao cliente e ao profissional.
Responsável pela Supervisão:
Enfermeiro
Responsável pelo procedimento:
Auxiliar e técnico de enfermagem
Materiais:
1. Água
2. 03 Panos limpos
3. Luva de borracha
4. Álcool a 70%
5. (Hipoclorito de sódio 1% ) para utensílios com secreção)
6. Sabão líquido
7. Balde
8. Papel toalha
Descrição da limpeza da superfície sem secreção:
1. Preparar o material de acordo com o procedimento (balde,
água, sabão e etc);
2. Calçar as luvas de borracha;
440
3. Umedecer um pano limpo em solução de água e sabão e
realizar a limpeza com bastante pressão utilizando sempre o mesmo
sentido, de uma extremidade para outra e do mais alto para o mais
baixo;
4. Umedecer um pano limpo em água limpa e realizar a retirada
do sabão respeitando as orientações acima;
5. Realizar a secagem com um pano limpo e seco;
6. Higienizar as mãos;
Descrição da desinfecção:
1. Preparar o material para a desinfecção após a limpeza de
acordo com o procedimento:
- Superfície sem secreção - Álcool a 70% e pano limpo;
- Superfície com secreção – Hipoclorito de sódio a 1%, papel
toalha e pano limpo.
2. Calçar as luvas:
3. Para superfície com secreção proceder a retirada da mesma
com papel toalha;
4. Colocar o hipoclorito de sódio 1% no local onde estava a
secreção. Aguardar 10 minutos e proceder á limpeza conforme
descrito acima,
5. Proceder a limpeza com água e sabão - conforme as
orientações acima;
6. Realizar a desinfecção das superfícies antes de iniciar o turno
de trabalho;
7. Recolher os panos de limpeza e fazer a higienização ou
encaminhar para lavanderia:
8. Higienizar as mãos.
441
23 POP - RECEBIMENTO DE MATERIAL
CONTAMINANTE, INFECTANTE E PERFUROCORTANTE
DE USO DOMICILIAR
Definição:
Estabelecer nas Unidades de Saúde, o fluxo de recebimento do
material dejeto residencial (contaminantes, infectantes e
perfurocortantes) dos pacientes portadores de diabetes e insulino-
dependentes.
Objetivos:
Oferecer destino adequado para o material contaminado e segundo
Normas de Biossegurança.
Responsáveis:
Todos os profissionais de saúde e usuários.
Execução do procedimento:
Todos os usuários que necessitarem deste serviço
Materiais:
1. Frascos de parede rígida com tampa
Descrição do procedimento:
–A UBS deverá:
1. Orientar o usuário quanto à devolução dos resíduos
domiciliares infectantes, perfurocortantes de uso do portador de
diabetes (seringas, agulhas, algodão e fitas de glicemia) quando da
sua ida à Unidade Básica de Saúde de sua área de abrangência;
2. Orientar o usuário a entregar o material infectante em
recipiente de plástico rígido, com tampa rosqueada e preenchido
apenas 2/3 de sua capacidade;
3. Receber os frascos dos pacientes e acondicionar em local
apropriado (saco plástico branco de lixo e lixeira hospitalar).
442
24 POP - SETOR DE COLETA DE EXAMES
LABORATORIAIS
Definição:
È a organização do fluxo dos exames de laboratório na Unidade de
Saúde.
Objetivos:
Definir a organização do setor necessária à adaptação das
características locais da UBS, equação de funcionários, dinâmica de
rotinas, supervisão sistematizada na manutenção da qualidade e
integridade do material biológico.
Responsáveis:
Enfermeiro
Execução do procedimento:
Auxiliar, técnico de enfermagem e enfermeiro
Materiais:
1. Tubos para coleta de exames
2. Agulhas para a coleta a vácuo
3. Scalpes
4. Garrote
5. Seringas
6. Algodão
7. Álcool 70%
8. Adaptador para coleta à vácuo
9. Caixa de isopor
10. Gelox
443
11. Braçadeira
12. Caixa de descarte para material perfuro-cortante
13. Fita adesiva
14. Etiquetas para identificação
154. Luvas de procedimento
16. Impressos/caderno para registro
17. Grade para suporte dos tubos
18. Coletor Universal
19. Esparadrapo
20. Papel Lençol
21. Sacos de lixo branco
22. Papel toalha
23. Sabão líquido
Descrição do procedimento:
1. Preparar a sala que será usada, no dia anterior ao da coleta,
organizando e abastecendo de materiais necessários; o que deverá ser
feito pelo auxiliar de enfermagem;
2. Receber o usuário, checando o preparo adequado para o
exame; levantando o rol de exames a serem realizados e orientando
para os procedimentos;
3. Registrar os exames em impressos ou cadernos destinados
para tal;
4. Receber materiais coletados (fezes, urina e escarro)
identificando-os e armazenando nas caixas do laboratório;
444
5. Identificar os tubos para a coleta de exames (bioquímica,
sorologia, hematologia e outros), relacionando a quantidade de
exames/tubos;
6. Receber o usuário no setor de coleta de sangue, orientar o
procedimento a ser realizado, checando se os tubos estão
corretamente identificados;
7. Colher o material segundo técnica específica;
8. Realizar as coletas domiciliares de acordo com a rotina
estabelecida na Unidade de Saúde; 9. Acondicionar os tubos após a
coleta, em recipiente próprio para o transporte ao laboratório e
conferi-los;
10. Realizar o descarte de material perfurocortante, respeitando
as normas de biossegurança;
11. Afixar em local de fácil acesso aos funcionários as
normatizações de encaminhamento às Unidades de Referência, em
caso de acidente biológico;
12. Checar o retorno dos resultados dos exames em caderno
próprio de registro; não esquecendo de anotar exames não realizados,
realizados de forma indevida, etc;
Observações:
• Macas, cadeiras e braçadeiras devem ser mantidas
limpas, e deve-se providenciar sua imediata descontaminação caso
ocorra contaminação com material biológico (desinfecção com água
sanitária ou hipoclorito a 1%);
• Os resíduos gerados no posto de coleta deverão ser
segregados de acordo com as normas de biossegurança;
445
• O acondicionamento bem feito e o preparo correto
da amostra permite a qualidade da análise;
• As amostras devem ser protegidas da exposição da luz
solar, quando a técnica assim exigir, por exemplo, na determinação
de bilirrubinas.
•
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
447
ANEXO A – PORTARIA Nº 1.294
PREFEITURA MUNICIPAL DE TERESINA
FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
448
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências.
Considerando os “Cadernos de Atenção Básica” instituídos pelo
Ministério da Saúde (MS), e os manuais e portarias normativas do
Ministério que tratam da Atenção Básica de Saúde (ABS).
Considerando que o enfermeiro é preparado e tem lei de exercício
profissional que o respalda, garantindo ao usuário ser assistido com
segurança e qualidade, evitando uso indevido de medicamento e
consequências nocivas a sua saúde.
Considerando a necessidade de organizar a Atenção Básica de Saúde
de Teresina com garantia de um cuidado integral, da clínica ampliada
e da integração da equipe de Saúde da Família.
Considerando a importância e resolutividade do trabalho do
profissional enfermeiro no âmbito do SUS, e como membro da
equipe de saúde, faz-se necessário normatizar as atividades dos
enfermeiros nos programas de saúde pública e ambulatórios da rede
municipal de saúde, e já previsto em Lei.
Considerando a necessidade de apoiar ações e atividades de
promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, reabilitação e
recuperação da saúde, e de facilitar e ampliar o acesso da população
aos serviços de saúde pública.
RESOLVE:
Art. 1º - Normatizar, no âmbito da Fundação Municipal de Saúde /
Sistema Único de
Saúde, o Protocolo de Enfermagem na Atenção Básica de Saúde
e Ambulatórios do Município de Teresina.
449
Art. 2º - Ficam os profissionais enfermeiros por ocasião da Consulta
de Enfermagem autorizados a prescrever e transcrever
medicamentos, solicitar exames laboratoriais e radiológicos
complementares padronizados nos Programas de Saúde Pública
fixados pelo Ministério da Saúde, pelos Programas Municipais e/ou
neste Protocolo de Enfermagem instituído.
Art.3º- Ficam os profissionais enfermeiros autorizados também, a
prescrever outros medicamentos de uso nas Unidades Básicas de
Saúde e serviços da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de
Teresina, e que são estabelecidos no Protocolo de Enfermagem
Municipal.
Parágrafo único - Os itens que tratam este artigo referem-se à
prescrição de antipiréticos e analgésicos, visto que o uso indevido
traz risco à população e podem ser adquiridos em qualquer drogaria
e farmácias sem nenhum controle ou prescrição médica.
Art.4º - Os medicamentos referidos no Protocolo de Enfermagem
Municipal são de uso no SUS/MS e estão listados na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME) e caso haja mudanças, a referência será sempre o
RENAME vigente e a ANVISA, visto atualização do protocolo.
Art.5º - Para atender ao Protocolo de Enfermagem Municipal,
quanto a questão da marcação de encaminhamentos e exames
solicitados pelo enfermeiro na Consulta de Enfermagem, a
Coordenação de Gestão do Serviço Único de Saúde (CGSUS)/FMS
promoverá adequação da rede SUS de Teresina e Central de
Marcação de Consultas básicas e especializadas(médicas), de modo
450
a garantir o encaminhamento do usuário para especialidades médicas
e para outros profissionais de saúde, no âmbito do SUS e Prefeitura
Municipal de Teresina/FMS.
Parágrafo único - A Central de Regulação de Consultas do Município
de Teresina deverá se organizar para atender a demanda de
encaminhamentos para especialidades médicas e outras, feita pelo
enfermeiro, sejam elas nas unidades municipais, estaduais, federais
e/ou privadas conveniadas com SUS de Teresina.
Art.6º - Fica autorizado o recebimento de medicamentos, prescritos
e/ou transcritos pelo enfermeiro e padronizados nos Programas de
Saúde Pública/MS, pela rede de farmácias conveniadas com SUS de
Teresina.
Art.7º - Fica parcialmente revogada a Portaria/PRES/FMS nº 284/92,
28 de dezembro de 1992, apenas nos itens que tratam da atuação do
enfermeiro (Consulta de Enfermagem) na atenção básica e a nível
ambulatorial.
Art.8º - Revogadas as disposições em contrário, a presente portaria
entrará em vigor nesta data.
Publique-se e cumpra-se.
Teresina, 02 de outubro de 2012.
JOÃO RODRIGUES FILHO
PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE
TIAGO DE SOUSA MACEDO
SUPERINTENDENTE DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE
SAÚDE
451