Resumo Artigo Geologia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA


CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

GABRIELLE LARA ALCANTARA

RESUMO, DO ARTIGO “O ensino da geologia de engenharia nos cursos de


engenharia no Brasil”.

Cuiabá/MT
2024
O artigo "O Ensino da Geologia de Engenharia nos Cursos de Engenharia Civil do Brasil" não
apenas discute o estado atual do ensino de geologia de engenharia, mas também oferece uma
visão profunda sobre seu desenvolvimento histórico e as interações entre geologia e
engenharia civil.
História e Evolução da Geologia de Engenharia no Brasil
O estudo relata que a geologia de engenharia no Brasil surgiu em duas vertentes principais:
através das escolas de engenharia e das escolas de geologia. A disciplina começou a ser
desenvolvida no início do século XX, com documentos que registram a aplicação da geologia
em obras de engenharia a partir de 1907. O engenheiro Miguel Arrojado Lisboa é citado
como um dos primeiros a aplicar a geologia em obras de infraestrutura, com seus estudos
voltados para a construção de barragens e estradas de ferro no Nordeste do Brasil.
A partir de 1937, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em São Paulo formou um
núcleo importante para a disseminação de estudos geológicos aplicados à engenharia, com o
surgimento de seções especializadas no estudo de geologia e petrografia. Essas iniciativas
contribuíram para a consolidação da disciplina no Brasil e influenciaram diretamente a
criação de cursos de geologia nas décadas seguintes. Em 1957, surgiram os primeiros cursos
formais de geologia em universidades brasileiras, como as de Porto Alegre, São Paulo, Ouro
Preto e Recife.

Fases do Desenvolvimento da Geologia de Engenharia


O artigo aponta que a evolução da geologia de engenharia ocorreu em três fases:
1. Fase Inicial (até a Segunda Guerra Mundial): A abordagem era puramente geológica, com
foco em fornecer informações básicas sobre a geologia do local da obra. As decisões eram
tomadas com base apenas em levantamentos geológicos, sem integração com a mecânica dos
solos.
2. Segunda Fase (pós-Segunda Guerra Mundial): A partir dessa fase, houve uma maior
interação entre geólogos e engenheiros civis. Os engenheiros começaram a demandar mais
informações para correlacionar os aspectos geológicos com o processo de construção.
Grandes obras de infraestrutura no Brasil, como a construção de barragens e rodovias,
exemplificam a aplicação prática desse novo enfoque.
3. Terceira Fase (atual): A fase contemporânea adiciona uma forte preocupação com o
impacto ambiental das obras de engenharia. A geologia de engenharia passou a considerar não
apenas a viabilidade técnica e econômica das obras, mas também a proteção ambiental. Essa
fase reflete a evolução da sociedade e a crescente conscientização dos problemas ambientais
causados pelas intervenções humanas. A Associação Brasileira de Geologia de Engenharia
passou a incorporar o termo “Ambiental” em seu nome, refletindo essa nova
responsabilidade.

Desafios no Ensino da Geologia de Engenharia


Um dos pontos centrais do artigo é o desafio de estabelecer uma uniformidade no ensino da
geologia de engenharia no Brasil. Embora haja esforços para padronizar os currículos, ainda
existem variações significativas entre as instituições. Além disso, o texto menciona que
muitos professores que ensinam geologia de engenharia vêm de 3 formações distintas –
geólogos, engenheiros civis e engenheiros de minas –, cada um com suas próprias lacunas de
conhecimento. Por exemplo:
• Geólogos tendem a ter menos conhecimento em mecânica dos solos e fundações.
• Engenheiros civis muitas vezes carecem de um entendimento profundo dos processos
geológicos e das características do solo e das rochas.
• Engenheiros de minas possuem mais familiaridade com geologia, mas ainda precisam de um
maior aprofundamento nos processos geotécnicos e na interação com obras civis.
Essas diferenças de formação exigem que os professores estejam constantemente se
atualizando, não apenas em termos de conteúdo, mas também das novas técnicas e
equipamentos utilizados na engenharia civil moderna.

Programas e Conteúdos de Ensino


O artigo sugere que o ensino de geologia de engenharia deve ser orientado para as
necessidades práticas da engenharia civil. Muitos dos programas atuais tentam integrar os
conceitos básicos de geologia com suas aplicações diretas em obras, como fundações, túneis,
barragens e rodovias. Esse enfoque prático facilita o entendimento por parte dos alunos e
aumenta o interesse pela disciplina, especialmente quando a relação com outras matérias,
como mecânica dos solos e materiais de construção, é reforçada.
Outro aspecto importante destacado é o uso crescente de recursos visuais e práticos no ensino,
como vídeos e programas eletrônicos que mostram fenômenos geológicos de forma acessível.
Isso ajuda os alunos a entenderem melhor a influência da geologia nas obras de engenharia.
Importância do Conhecimento Geológico para Engenheiros Civis
O estudo ressalta que não é esperado que engenheiros civis se tornem especialistas em
geologia, mas é essencial que tenham uma compreensão básica dos fatores geológicos que
podem impactar suas obras. Esse conhecimento permite que eles interajam de forma eficaz
com geólogos e façam as perguntas corretas ao lidar com questões geotécnicas. Além disso,
com a crescente responsabilidade ambiental associada às construções, os engenheiros civis
devem estar cientes de como suas obras afetam o meio ambiente.
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