TA I Pediatria PDF
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Broncopulmonar
Fisioterapia Neonatal e Pediátrica
Laura Araújo e Maria Eduarda Rodrigues
Conceito:
Quando o recém-nascido prematuro precisa de ventilação mecânica para sua sobrevivência, essa resulta
numa inflamação pulmonar, que produz cicatrizes pulmonares e interfere com o desenvolvimento normal dos
pulmões A lesão pulmonar que ocorre, deixa a criança com dificuldade para respirar, com respiração
acelerada e dependência de oxigênio, além de chiado no peito e tosse.
Fisiopatologia:
A fisiopatologia da Displasia Broncopulmonar envolve uma combinação de desenvolvimento pulmonar
imaturo, lesão aguda devido a intervenções médicas, inflamação e fibrose, e alterações estruturais nos
pulmões. Essas alterações comprometem a função respiratória e podem ter efeitos a longo prazo sobre a
saúde pulmonar das crianças afetadas.
Os pulmões dos recém-nascidos prematuros são imaturos, com uma estrutura ainda em desenvolvimento e
uma produção insuficiente de surfactante, uma substância essencial para reduzir a tensão superficial nos
alvéolos e evitar seu colapso. A prematuridade resulta em:
Deficiência de Surfactante: Sem surfactante suficiente, os alvéolos tendem a colapsar, levando a
atelectasia e dificuldade na troca gasosa;
Atraso na Maturação Brônquica: As vias aéreas estão menos desenvolvidas e mais suscetíveis a danos.
Fisiopatologia:
2. Lesão Pulmonar Aguda:
A DBP frequentemente é desencadeada por lesões pulmonares agudas devido à ventilação mecânica e
oxigenoterapia:
Ventilação Mecânica: A ventilação assistida pode causar barotrauma (lesão dos pulmões devido a pressões
elevadas) e volutrauma (lesão por volumes de ar excessivos). A pressão positiva prolongada pode danificar o
epitélio brônquico e alveolar;
Oxigenoterapia: A exposição prolongada a altas concentrações de oxigênio pode causar toxicidade
pulmonar, levando a inflamação e dano oxidativo.
Hiperinflação: O aumento da pressão intratorácica devido à ventilação mecânica pode causar hiperinflação dos
pulmões, distendendo os alvéolos e danificando as paredes brônquicas;
Desenvolvimento Anormal dos Alvéolos: Os alvéolos podem não se desenvolver completamente, resultando em
uma área reduzida para a troca gasosa. Além disso, o colapso e a dilatação excessiva dos alvéolos prejudicam
a ventilação eficiente.
Fatores de risco:
Gestação Precoce: Bebês nascidos antes de 28 semanas de
gestação;
Peso Inferior a 1.000 Gramas;
Fonte: google imagens
Uso Prolongado da ventilação mecânica;
Meninos: Estudos indicam que meninos têm um risco ligeiramente maior de desenvolver
DBP em comparação com meninas, embora a diferença não seja muito pronunciada;
Respiração Rápida e Trabalhosa: Bebês com DBP frequentemente apresentam respiração rápida e
esforço respiratório aumentado;
Cianose: A cianose, ou coloração azulada da pele e mucosas, pode ocorrer devido à baixa saturação de
oxigênio no sangue;
Desaturação de Oxigênio: A medição da saturação de oxigênio pode revelar níveis baixos, indicando
problemas na oxigenação do sangue;
Tosse e Respiração Ofegante: A tosse persistente e a respiração ofegante podem ser sinais de inflamação e
lesão nos pulmões;
Retração Intercostal e Estertores: O bebê pode apresentar retrações intercostais (afundamento da pele entre
as costelas) e estertores respiratórios (sons anormais durante a respiração) devido à dificuldade em expandir
os pulmões.
Classificação:
A classificação da DBP é baseada na gravidade dos sintomas e na necessidade de suporte de oxigênio
suplementar. De acordo com a definição revisada pela National Institute of Child Health and Human
Development (NICHD):
1. DBP Leve:
Diagnóstico em recém-nascidos que necessitam de oxigênio suplementar por pelo menos 28 dias.
Aos 36 semanas de idade corrigida (ou 56 dias de vida, o que for mais tarde), o bebê não requer oxigênio
suplementar.
2. DBP Moderada:
Diagnóstico em recém-nascidos que necessitam de oxigênio suplementar por pelo menos 28 dias.
Aos 36 semanas de idade corrigida (ou 56 dias de vida, o que for mais tarde), o bebê ainda requer
oxigênio suplementar a uma concentração menor que 30%.
Classificação:
3. DBP Grave:
Diagnóstico em recém-nascidos que necessitam de oxigênio suplementar por pelo menos 28 dias.
Aos 36 semanas de idade corrigida (ou 56 dias de vida, o que for mais tarde), o bebê requer oxigênio
suplementar a uma concentração de 30% ou mais, ou suporte ventilatório positivo (como ventilação
mecânica ou pressão positiva contínua nas vias aéreas, CPAP).
Os fatores mais importantes para confirmar o diagnóstico é a necessidade que o bebê teve de oxigênio
suplementar e/ou de um ventilador ou CPAP durante, no mínimo, os primeiros 28 dias de vida e ainda
apresenta problemas respiratórios.
Diagnóstico
O uso de ventilação mecânica invasiva (por tubo endotraqueal) é necessário em muitos casos graves de
DBP, mas deve ser minimizado para evitar mais danos aos pulmões. Técnicas de ventilação protetora,
como baixas pressões e volumes correntes adequados, são utilizadas para reduzir o risco de barotrauma e
volutrauma;
Sempre que possível, deve-se priorizar o uso de métodos de ventilação não invasiva, como o CPAP nasal
(pressão positiva contínua nas vias aéreas) ou a ventilação de alta frequência;
Tratamento:
A administração de oxigênio é feita com cautela, mantendo níveis adequados de oxigenação, mas evitando
hiperóxia (excesso de oxigênio), que pode causar danos oxidativos às células pulmonares;
O uso de corticosteroides são utilizados para reduzir a inflamação pulmonar. Pode tambêm ser eficaz para
melhorar a função pulmonar e reduzir a dependência de ventilação, porém, seu uso precoce deve ser feito
com cautela, devido aos potenciais efeitos adversos, como atraso no desenvolvimento neurológico;
Diuréticos podem ser usados para controlar o acúmulo de líquidos nos pulmões, que pode exacerbar os
sintomas respiratórios e dificultar a troca gasosa;
Em alguns casos, broncodilatadores, são utilizados para tratar a hiperreatividade brônquica e melhorar o
fluxo de ar nas vias aéreas. No entanto, o uso prolongado desses medicamentos deve ser monitorado com
cuidado;
Tratamento:
A nutrição é fundamental para o crescimento e desenvolvimento dos pulmões em bebês com DBP. A
demanda calórica desses bebês é aumentada devido ao trabalho respiratório adicional e ao crescimento
pulmonar comprometidom, portanto, é importante garantir o suporte nutricional adequado;
A fisioterapia respiratória é uma parte importante do manejo da DBP, ajudando a melhorar a mobilidade
torácica, eliminar secreções das vias aéreas e prevenir complicações como atelectasias (colapso
pulmonar). Técnicas de drenagem postural e exercícios respiratórios podem ser aplicados de acordo com a
condição clínica do bebê;
Bebês que até a 36ª semana de idade gestacional dependem de ventilação mecânica têm 20 a 30% de taxa
de mortalidade;
Bebês que desenvolvem hipertensão arterial pulmonar também têm maior risco de mortalidade durante o
primeiro ano de vida;