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nal channels, in turn, are the ones that most publish videos. There was also a
movement to professionalize podcasts, as most have a website, description
and are anchored in a distribution platform. While on YouTube the majority
of promoters are men from the Southeast, podcasts have more diversity.
Keywords: Scientific dissemination; Podcast, YouTube; Internet.
1 INTRODUÇÃO
Como pensar os caminhos da ciência e da divulgação científica em um
país repleto de desigualdades sociais e onde os cortes públicos nas áreas de
ciências e educação têm sido cada vez mais frequentes? Massarani e Morei-
ra (2002) nos indicam alguns caminhos a partir da investigação de aspectos
históricos da ciência no Brasil desde o período colonial.
A princípio, as necessidades do governo português relacionadas à ciên-
cia e tecnologia estavam conectadas aos interesses políticos, econômicos
e militares. Apenas no início do século XIX houve uma manifestação consis-
tente de comunicação científica no Brasil. Nesse período, o país ganhou os
primeiros periódicos em que notícias relacionadas à ciência foram escritas:
A Gazeta do Rio de Janeiro e O Patriota.
Segundo Massarani e Moreira (2002), em uma análise do catálogo da
Biblioteca Nacional, foi constatado que 300 dos 7000 periódicos criados no
Brasil no século XIX eram de alguma forma relacionados à ciência. Além dis-
so, houve um crescimento acentuado na criação desses veículos a partir de
1860. O editorial da edição de 1876 da Revista do Rio de Janeiro, por exem-
plo, já defendia que uma das formas mais eficazes para estimular a educação
e o desenvolvimento social era popularizar as ciências, as letras, as artes, a
agricultura, o comércio e a indústria (MASSARANI e MOREIRA, 2002).
Já no século XX, foram criadas instituições que contribuíram significati-
vamente para a difusão científica no país. Este período foi rico em termos
de diversificação de iniciativas de comunicação de ciência no Brasil. Revistas
populares foram criadas para atendar a demanda. Mais tarde, canais da te-
levisão aberta, como na Rede Globo e na TV Cultura, desenvolveram diversos
programas de caráter científico e educacional.
Entre o final do século XX e início do século XXI, a criação de fundações
de amparo à pesquisa e a proliferação de eventos que fomentavam o inte-
resse pela ciência, tal como olimpíadas de diferentes áreas, tem contribuído
nesse contexto. Além disso, museus e centros de interação com o público,
TVs universitárias educativas, espaços exclusivos para a ciência em jornais,
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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para coletar os metadados dos canais do YouTube da lista pública e cola-
borativa disponível na plataforma GitHub, foi utilizado o software “YouTube
Data tools” (RIEDER/sd). O pograma disponibiliza uma ferramenta de análise
precisa das informações pertinentes à esta pesquisa. Os critérios utilizados
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6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.1 Dados do Youtube
Entre os dados encontrados observamos que a maioria dos canais de
divulgação científica do YouTube (35,39%) apresenta conteúdos gerais, po-
dendo assim transitar entre diversos temas. Exemplos de canais com essa
dinâmica são o Nerdologia, Nostalgia e Manual do Mundo, além de canais
institucionais como o Canal USP, LabI UFScar, TV UFG, dentre outros. Para
organizar os canais em temas, à priori seguimos a classificação contida na
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disso, pode-se observar novamente que os três canais com mais visualiza-
ções são aqueles que produzem conteúdo voltado para a divulgação cien-
tífica com conteúdos gerais. Mais uma vez, vemos os canais sobre saúde,
Drauzio Varella e Tua Saúde; entretanto, a lista também contém o canal do
Ministério da Saúde, com mais visualizações do que os dois canais citados
anteriormente. O canal Univesp aparece como o único de uma instituição de
ensino superior a ter mais de 100 milhões de visualizações.
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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O YouTube oferece aos divulgadores a oportunidade de interagir com
sua audiência, fomentando o interesse pela ciência por meio do estímulo à
cultura participativa. Além disso, a facilidade de criação de um canal – cujos
vídeos não precisam necessariamente de uma produção sofisticada – é uma
das características que contribuem para que o YouTube seja uma alternati-
va viável de divulgar ciência. Existem, ainda, projetos que visam utilizar os
vídeos de divulgação científica no YouTube como forma de auxiliar em am-
bientes pedagógicos, proporcionando uma abordagem criativa e acessível
aos estudantes.
Contudo, ainda há muito a avançar. Observamos que, com algumas
exceções, a rede Science Vlogs Brasil, por exemplo, ainda é composta majo-
ritariamente por homens, entre 18 e 35 anos, que estão situados no Sudeste.
Ou seja, mesmo em iniciativas promissoras existem barreiras geográficas, de
gênero e etnia, que são estruturais na sociedade brasileira, e que, se fossem
superadas, causariam impactos importantes. Além disso, observamos que a
produção de divulgação científica no YouTube se concentra em temas gerais
e na área de Ciências Exatas e da Terra. As áreas de Ciências Sociais Aplica-
das e Ciências Agrárias são as que menos possuem conteúdos na platafor-
ma. Sobre os canais, constatamos que o Manual do Mundo e o Nostalgia são
os que mais possuem inscritos e visualizações, concentrando boa parte da
audiência no YouTube. Ainda, observamos que os canais institucionais são
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REFERÊNCIAS
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estado da arte. In. CONGRESSO INTERNACIONAL GALEGO PORTUGUÊS DE PSICOPEDA-
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torium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7094/1/pod.pdf. Acesso em: 04 set. 2020.
CARVALHO Mariela Costa. Divulgação científica no Youtube: narrativa e cultura participa-
tiva nos canais Nerdologia e Peixe Babel. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA
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4 set. 2020.
FONSECA, André Azevedo da. Do horror tecnocrático ao encanto da máquina: imagens
e mitos do fascínio tecnológico. Eikon: Journal on Semiotics and Culture, Covilhã, v. 1, n.
6, p.7-16, dez. 2019a. Disponível em: http://ojs.labcom-ifp.ubi.pt/index.php/eikon/article/
view/710. Acesso em: 31 jan. 2020.
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