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Breve panorama da divulgação

científica brasileira no YouTube e


nos podcasts

André Azevedo da Fonseca


Universidade Estadual de Londrina
londrina, paraná, BRASIL
[email protected]
Leonardo Mendes Bueno
Universidade Estadual de Londrina
londrina, paraná, BRASIL
[email protected]
cadernos de comunicação
uNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

Breve panorama da divulgação científica brasileira no


YouTube e nos podcasts
Resumo: AA partir da análise do contexto histórico da ciência no país, essa
pesquisa exploratória quali-quantitativa investiga o panorama de iniciativas
de divulgação científica no YouTube e nos podcasts. Os métodos emprega-
dos foram a pesquisa bibliográfica e análise documental, com dados sis-
tematizados no software Tableu Public. Foi constatado que os canais com
maior número de visualizações e inscritos se dedicam à divulgação científi-
ca de temas gerais e de interesse multidisciplinar. Os canais institucionais,
por sua vez, são os que mais publicam vídeos. Também foi constatado um
movimento de profissionalização dos podcasts, pois a maioria possui site,
descrição e está ancorado em uma plataforma de distribuição. Enquanto
no YouTube a maioria dos divulgadores são homens do Sudeste, os pod-
casts têm mais diversidade.
Palavras-chave: Divulgação científica; Podcast, YouTube; Internet.

Breve descripción de la comunicación científica brasi-


leña en YouTube y podcasts
Resumen: A partir del análisis del contexto histórico de la ciencia en Brasil,
esta investigación exploratoria cuali-cuantitativa indaga en el panorama de
las iniciativas de divulgación científica en YouTube y podcasts. Los métodos
empleados fueron la investigación bibliográfica y el análisis de documen-
tos, con datos sistematizados en el software Tableu Public. Se encontró
que los canales con mayor número de visualizaciones y suscriptores se
dedican a la divulgación científica de temas generales y de interés multidis-
ciplinario. Los canales institucionales, a su vez, son los que más publican
videos. También hubo un movimiento para profesionalizar los podcasts, ya
que la mayoría tienen sitio web, descripción y están anclados en una plata-
forma de distribución. Mientras que en YouTube la mayoría de los promo-
tores son hombres del sureste, los podcasts tienen más diversidad.
Palabras clave: Difusión científica; Podcast, YouTube; Internet.

Brief overview of Brazilian science communication on


YouTube and podcasts
Abstract: Based on the analysis of the historical context of science in Brazil,
this exploratory quali-quantitative research investigates the panorama of
scientific dissemination initiatives on YouTube and podcasts. The methods
employed were bibliographic research and document analysis, with data sys-
tematized in the Tableu Public software. It was found that the channels with
the highest number of views and subscribers are dedicated to the scientific
dissemination of general topics and of multidisciplinary interest. Institutio-

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nal channels, in turn, are the ones that most publish videos. There was also a
movement to professionalize podcasts, as most have a website, description
and are anchored in a distribution platform. While on YouTube the majority
of promoters are men from the Southeast, podcasts have more diversity.
Keywords: Scientific dissemination; Podcast, YouTube; Internet.

1 INTRODUÇÃO
Como pensar os caminhos da ciência e da divulgação científica em um
país repleto de desigualdades sociais e onde os cortes públicos nas áreas de
ciências e educação têm sido cada vez mais frequentes? Massarani e Morei-
ra (2002) nos indicam alguns caminhos a partir da investigação de aspectos
históricos da ciência no Brasil desde o período colonial.
A princípio, as necessidades do governo português relacionadas à ciên-
cia e tecnologia estavam conectadas aos interesses políticos, econômicos
e militares. Apenas no início do século XIX houve uma manifestação consis-
tente de comunicação científica no Brasil. Nesse período, o país ganhou os
primeiros periódicos em que notícias relacionadas à ciência foram escritas:
A Gazeta do Rio de Janeiro e O Patriota.
Segundo Massarani e Moreira (2002), em uma análise do catálogo da
Biblioteca Nacional, foi constatado que 300 dos 7000 periódicos criados no
Brasil no século XIX eram de alguma forma relacionados à ciência. Além dis-
so, houve um crescimento acentuado na criação desses veículos a partir de
1860. O editorial da edição de 1876 da Revista do Rio de Janeiro, por exem-
plo, já defendia que uma das formas mais eficazes para estimular a educação
e o desenvolvimento social era popularizar as ciências, as letras, as artes, a
agricultura, o comércio e a indústria (MASSARANI e MOREIRA, 2002).
Já no século XX, foram criadas instituições que contribuíram significati-
vamente para a difusão científica no país. Este período foi rico em termos
de diversificação de iniciativas de comunicação de ciência no Brasil. Revistas
populares foram criadas para atendar a demanda. Mais tarde, canais da te-
levisão aberta, como na Rede Globo e na TV Cultura, desenvolveram diversos
programas de caráter científico e educacional.
Entre o final do século XX e início do século XXI, a criação de fundações
de amparo à pesquisa e a proliferação de eventos que fomentavam o inte-
resse pela ciência, tal como olimpíadas de diferentes áreas, tem contribuído
nesse contexto. Além disso, museus e centros de interação com o público,
TVs universitárias educativas, espaços exclusivos para a ciência em jornais,

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bem como jornalistas especializados atuando nos maiores periódicos do


país e, mais recentemente, a criação de redes de cientistas e comunicadores
de ciência na internet também são fatores importantes no estímulo à cultu-
ra científica.
Ainda assim, boa parte dos brasileiros não conhece seus cientistas. Se-
gundo Massarani e Moreira (2016), os desafios para a comunicação científica
podem ser divididos em três dimensões: ampliar o alcance social; criar políti-
cas públicas que favoreçam as universidades e apoiem a produção científica
nacional; melhorar a qualidade da comunicação científica que está sendo
produzida.
Um dos pesquisadores pioneiros que desenvolveu teorias e práticas da
cultura científica no Brasil, Carlos Vogt (2003), ressaltou a relação dinâmica
entre ciência e cultura.

A ideia de que o processo que envolve o desenvolvimento científi-


co é um processo cultural, quer seja ele considerado do ponto de
vista de sua produção, de sua difusão entre pares ou na dinâmica
social do ensino e da educação, ou ainda do ponto de vista de sua
divulgação na sociedade, como um todo, para o estabelecimento
das relações críticas necessárias entre o cidadão e os valores cul-
turais, de seu tempo e de sua história (VOGT, 2003).

No contexto das transformações aceleradas na comunicação a partir


do desenvolvimento da Internet e das redes sociais, o objetivo da presente
pesquisa é identificar o panorama das iniciativas de divulgação científica no
YouTube e nos podcasts brasileiros. Para isso, a partir dos dados fornecidos
por uma lista pública1 de iniciativas de divulgação científica nas redes sociais,
estabelecemos um conjunto de categorias para compreender os temas, as
áreas do conhecimento e o alcance dessas iniciativas.
Essa pesquisa de caráter quali-quantitativo se vale, inicialmente, do mé-
todo de pesquisa bibliográfica. Os critérios foram estabelecidos a partir de
alguns parâmetros. No parâmetro temático, selecionamos artigos que ana-
lisaram canais de ciência no YouTube e podcasts, delimitando as buscas ao
contexto brasileiro. No parâmetro de fontes, consideramos artigos publi-
cados em periódicos, dissertações e teses, bem como textos analíticos em

1 Disponível em: https://github.com/DivulgacaoCientifica/divulgacaocientifica/blob/


master/YOUTUBE.md. Acesso em: 12 de set. 2020.

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revistas de divulgação científica, de forma a priorizar trabalhos produzidos


nos últimos cinco anos. Assim, “a pesquisa bibliográfica possibilita um am-
plo alcance de informações [...] auxiliando também na construção, ou na
melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo pro-
posto” (GIL apud LIMA, 2007).
Em seguida, a partir de um mapeamento de iniciativas de divulgação
científica no YouTube e em podcasts realizado de forma colaborativa, defini-
mos categorias para sistematizar os dados. Em relação aos canais do YouTu-
be, consideramos o número de inscritos no canal, número de visualizações,
número de vídeos publicados e os respectivos temas. Em relação aos pod-
casts, consideramos o número de faixas produzidas, se possui descrição, se
está ancorado em alguma plataforma ou em um site próprio e, por fim, seus
respectivos temas.
A pesquisa se concentrou em podcasts e vídeos no Youtube porque es-
tas tecnologias se firmaram como as principais alternativas contemporâne-
as em áudio e vídeo para a produção de conteúdos aprofundados de divul-
gação científica. Neste trabalho, portanto, não foram abordados stories no
Instagram, vídeos curtos do TikTok ou as iniciativas de divulgação científica
no Twitter. Para nos concentrarmos na produção em áudio e vídeo, também
não foram abordados os tradicionais blogs de ciência. Assim, espera-se con-
tribuir no entendimento da atual cena de divulgadores científicos naquelas
plataformas e contribuir para futuras pesquisas.

2 DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO YOUTUBE


O YouTube tem oferecido uma oportunidade interessante ao movimento
de divulgação científica na Internet. A plataforma é o maior site de com-
partilhamento de vídeos do mundo, comportando conteúdos de diversos
assuntos e temáticas. O Brasil é um dos principais consumidores dessa
plataforma. Graças a isso, a divulgação científica encontrou um espaço de
grande reverberação, com relativa demanda de público. Naturalmente,
como apontado por Silva et al (2019), há muitas contradições no modelo de
negócio das plataformas, fazendo com que divulgadores tenham que en-
frentar uma série de problemas, tais como ataques ideológicos e baixa remu-
neração de seu trabalho. Além disso, é preciso considerar o encantamento
provocado pelas propagandas de tecnologia, que costumam prometer mais
benefícios do que realmente entregam (FONSECA, 2019a). Contudo, ao lado
dos desafios, há muitas oportunidades.

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Para se consolidar como youtuber, o divulgador fomenta comunidades


com seu público e com outros canais, que podem estar atreladas a outras
redes sociais como Instagram, Twitter ou Facebook, por exemplo. Essas
comunidades se relacionam com o canal de forma ativa, compartilhando
e distribuindo seu conteúdo. Essencialmente, um divulgador científico no
YouTube deve tornar a ciência atrativa para seu público, estimulando não
apenas visualizações, mas engajamento e disseminação orgânica. A grande
virtude envolvendo o YouTube é a facilidade de inscrição, produção e distri-
buição de conteúdo. Se considerarmos que, de acordo com uma pesquisa
de mercado do Google, youtubers já são mais influentes do que jornalistas
(FONSECA, 2019c), fica evidente o poder da plataforma.
Reale e Martyniuk (2016) sustentam que a divulgação científica através
do YouTube é uma excelente ferramenta para democratizar o conhecimento
científico. Vídeos de ciência proporcionam a muitos jovens o primeiro
contato com assuntos importantes para a formação cidadã. Esse movimento
de aproximação em que o professor sai do seu “pódio doutoral” e se coloca
mais próximo do espectador se dá quando ele faz uma conexão entre os
gostos de ambos.

A construção de sentido ligada a elementos sensíveis, pensada no


imaginário do destinatário, propõe um caminho de formação do
gosto pela ciência. O apelo ao sensível é fundamental para a cons-
trução de uma comunicação normativa em diálogo com o outro
em busca de um ideal comum: gostar sobre ciência (REALE; MAR-
TYNIUK, 2016).

Além disso, pesquisas como a de Aranha et tal (2017) confirmam que o


YouTube pode ser também um aliado no ensino de ciências. Ele observou as
maneiras pelas quais os vídeos de divulgação científica no YouTube podem
ser utilizados no ensino e constatou que “canais aliados a outras metodo-
logias ou estratégias educacionais, planejadas frente às competências al-
mejadas, podem auxiliar os professores em suas novas tarefas” (ARANHA
et al, 2017, p. 14).

3 SCIENCE VLOGS BRASIL


Uma das comunidades mais importantes criadas por divulgadores cien-
tíficos brasileiros foi o Science Vlogs Brasil (SVBR). O SVBR atua como um
selo de qualidade para os youtubers que abordam temas de ciência ou as-

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suntos relacionados. Para um canal obter a certificação, ele deve, em primei-


ro lugar, ser indicado por um parceiro SVBR. Em seguida, o conselho SVBR
avalia os indicados, convidando especialistas para avaliar o canal. Por fim, os
conteúdos são avaliados pela comunidade de canais da rede.
Velho (2019) analisou canais do SVBR e concluiu que os objetivos pro-
postos pelo projeto, tal como “maximizar o alcance dos vídeos de cada
youtuber na plataforma através da citação cruzada (feita pelos colegas de
projeto), alcançar maior visibilidade do grupo como um todo, [...] e garan-
tir confiabilidade da informação veiculada” (SCIENCEBLOGS apud VELHO,
2016, 120) são desafios a serem ainda alcançados. Considerando a intensa
disputa por atenção no contexto da plataforma, é inegável que canais de en-
tretenimento e notícias têm mais alcance. Além disso, apesar de estimular a
colaboração, o YouTube monetiza a visibilidade de canais em um sentido in-
dividual, e não coletivo. O último ponto se relaciona à dificuldade estrutural
de alcance de vídeos com informações científicas e confiáveis, visto que o
algoritmo da plataforma gera maior visibilidade para conteúdos sensaciona-
listas que promovem amplo engajamento (FONSECA, 2019b).
Ramos (2017) constatou que inúmeros canais no YouTube produzidos
por criadores sem formação científica se dedicam a debater temas que, por
princípio, exigem subsídio acadêmico. Para verificar a confiabilidade de in-
formações de teor científico veiculadas na internet, portanto, ela analisou
cinco canais certificados pelo SVBR e cinco canais não certificados. Os cri-
térios de qualidade foram estabelecidos a partir dos moldes descritos por
Tomaél (2001). Nesse sentido, chegou-se à conclusão de que a maioria dos
vídeos analisados não possui orientação ou padronização em relação a pos-
sibilidade de falseamento de informações. Entretanto, Ramos (2017) cons-
tatou que há um movimento no sentido de garantir a qualidade dos canais
certificados pelo SVBR, incluindo no que diz respeito ao vídeo, som e pós-
-produção.
Para identificar questões relacionadas à profissionalização, Reale (2018),
analisou 197 canais de divulgação científica no YouTube e concluiu que mais
da metade (58,98%) não possuía vídeo introdutório; 91,9% possuíam descri-
ção de seus objetivos; 66% estavam vinculados a um selo de qualidade; 53,81%
trabalhavam em grupo; 52,3% possuíam formação acadêmica; e 68,53% atu-
avam com uma produção de conteúdo “frio” – ou seja, aquele que discute
temas mais amplos, sem vínculo imediato com temas do momento
Na mesma linha, Velho (2019) também traçou um perfil dos youtubers

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divulgadores de ciência; entretanto, se restringiu a uma parcela dos parti-


cipantes do SVBR. Ela concluiu que são majoritariamente graduandos ou
pós-graduandos, homens, entre 18 e 35 anos, residentes no Sudeste e que
tratam de assuntos relacionados às Ciências Exatas e Biológicas.
Utilizando dados de Bärtl (2018), Borghol et al (2012), Allgaier (2016) e
Welbourne & Grant (2015), Velho (2019) observa que, dos vídeos publicados
no YouTube, os mais antigos são mais populares em relação aos mais no-
vos; os identificados com um maior número de palavras-chave são, em ge-
ral, mais acessados; os que veiculam conteúdos polêmicos tendem a exibir
maior engajamento e número de visualizações; e os apresentados em ritmo
mais rápido são mais visualizados. Ainda, a partir de Morcillo, Czurda e Tro-
tha (2016), Velho (2019) observa que o poder narrativo dos apresentadores,
somado ao uso competente das técnicas de edição de vídeo, são essenciais
para a popularidade de vídeos de divulgação científica.

4 PODCAST E DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA


Podcasts são produtos de comunicação em áudio distribuídos em plata-
formas na Internet e consumidos sob demanda, diferentemente do modelo
de transmissão dos programas de rádio tradicionais. As vantagens na produ-
ção e consumo de podcasts vão desde o baixo uso de dados nas etapas de
transmissão até a facilidade de consumo de conteúdos enquanto o ouvinte
realiza outras tarefas. Além disso, o podcast é uma alternativa que pode ser
acessada a qualquer momento nos mais diversos dispositivos tecnológicos,
tal como smartphones, computadores ou tablets. O nome tem origem nas
palavras iPod, que é o dispositivo de arquivo MP3 da empresa Apple, e Bro-
adcast, que significa “transmissão” ou “radiodifusão”.
Para a produção de um podcast, o criador do conteúdo precisa de pou-
cos recursos técnicos: um microfone simples e um programa de edição de
áudio. Apesar de o formato ter sido inaugurado por produtores indepen-
dentes, atualmente tem sido amplamente explorado por veículos de comu-
nicação da mídia tradicional. Podcasts podem ser veiculados em um site pró-
prio ou em plataformas específicas de streaming, que são muito acessadas.
Segundo Luiz e Assis (2010), a interatividade faz com que o conceito
tradicional de receptor passivo das mídias de massa seja mais uma vez ul-
trapassado. Assim, a divulgação científica atinge novos parâmetros quando
aliada ao podcast. E assim, com auxílio da própria comunidade, pode contri-
buir ainda mais para o combate às fake news e a pseudociência disseminada

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na internet (MORAIS, et tal, 2019).


Gums et al (2019) mapearam 63 podcasts de divulgação científica atra-
vés de uma pesquisa exploratória de caráter quantitativo. Eles utilizaram o
mapeamento anterior feito pela pesquisadora e colaboradora do podcast
de divulgação científica Dragões de Garagem, Gabriela Barbosa Sobral de
Oliveira, e se basearam no período de atividade dos podcasts entre janei-
ro e abril de 2019. Foi constatado que a maioria dos podcasts (53,33%) são
apresentados por uma equipe constituída de homens e mulheres. Quando
se trata de um apresentador único, homens respondem por cerca de 38,33%
e mulheres 8,33%. Grande parte dos podcasts são independentes (70%). Mas
13% são vinculados a universidades. Também se constatou que 51% dos pro-
dutores de podcast são pesquisadores, 16% são profissionais da área em que
atuam, 8% são mistos entre profissionais e pesquisadores, 3% são jornalistas
e 3% são feitos pelo público em geral. Naturalmente, podcasts são produ-
ções muito dinâmicas. Por isso, esses dados representam um momento es-
pecífico do desenvolvimento dessa comunidade.
Em relação às áreas do conhecimento em que esses podcasts estão situ-
ados, Gums et al (2019) concluíram que a maioria (32%) têm conteúdo multi-
temático. Em relação à periodicidade, constatou-se que apenas 2% dos pod-
casts produzem conteúdo inédito diariamente. Na maioria deles não há um
cronograma definido. Assim, os autores concluem que o mais marcante nos
podcasts é o desafio da reformulação do discurso científico, historicamente
presente na questão da divulgação científica. Ainda, nos podcasts analisa-
dos destacam-se os cientistas que, “antes tidos como fontes de informação
dos jornalistas – passaram a atuar diretamente na produção do conteúdo”
(GUMS et al, 2019, 13).
Para Mendes (2019), o podcast tem um grande potencial de divulgação
científica graças ao seu crescimento, facilidade de produção, distribuição e
consumo, além da linguagem acessível. O podcast pode ser ouvido individu-
almente ou em grupo sem muitos desafios tecnológicos, além de ser uma
ótima ferramenta para ser utilizada em sala de aula por um professor.

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para coletar os metadados dos canais do YouTube da lista pública e cola-
borativa disponível na plataforma GitHub, foi utilizado o software “YouTube
Data tools” (RIEDER/sd). O pograma disponibiliza uma ferramenta de análise
precisa das informações pertinentes à esta pesquisa. Os critérios utilizados

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para análise foram o número de visualizações do canal, número de inscri-


tos, número de vídeos publicados e eixo temático. Inicialmente analisamos
249 canais do YouTube, com alguns deles participando do SVBR; entretanto,
sete canais ou foram excluídos ou estavam repetidos na lista. Dessa forma,
chegamos ao número de 242 canais. Desses, apenas os que tinham a pala-
vra “channel” em sua URL foram analisados pelo software; assim, todos os
outros canais que possuíam a palavra “user” em sua URL, foram analisados
manualmente.
Já em relação à coleta de dados dos podcasts, inicialmente a lista con-
tinha 96 títulos; entretanto, oito deles não puderam ser analisados porque
as URLs estavam inativas. Desse modo, coletamos informações de 88 pod-
casts e analisamos: o número de faixas produzidas, se possui descrição, se
está ancorado em alguma plataforma e se possui site próprio. Os dados fo-
ram coletados e tabulados em gráficos utilizando o software Tableau Public,
que possui diversas ferramentas para comparação e cruzamento dos dados.
A coleta nos canais de YouTube e nos podcasts foi efetuada no período de
23 de maio até 29 de junho de 2020. Portanto, representa um retrato deste
período.
É importante salientar que o biólogo e divulgador científico Átila Iamari-
no conquistou grande relevância durante a pandemia do novo coronavírus.
Além de participar do canal Nerdologia, Iamarino passou a publicar vídeos
regularmente no seu próprio canal a partir de agosto de 2019. E depois de
uma live no dia 20 de março de 2020, quando discutiu as projeções da pande-
mia, o canal cresceu exponencialmente, alcançando, até novembro de 2020,
a marca de 1,3 milhão de inscritos. Por isso, no presente artigo, realizamos
uma nova coleta de dados entre os dias 2 e 6 de novembro para registrar o
crescimento deste canal, que não estava contemplado na primeira versão
da pesquisa.

6 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.1 Dados do Youtube
Entre os dados encontrados observamos que a maioria dos canais de
divulgação científica do YouTube (35,39%) apresenta conteúdos gerais, po-
dendo assim transitar entre diversos temas. Exemplos de canais com essa
dinâmica são o Nerdologia, Nostalgia e Manual do Mundo, além de canais
institucionais como o Canal USP, LabI UFScar, TV UFG, dentre outros. Para
organizar os canais em temas, à priori seguimos a classificação contida na

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própria lista do GitHub. Depois utilizamos a divisão de áreas da Coordena-


ção de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Gráfico 1: Porcentagem de temas por canal.

Fonte: o autor (2020).

Dessa forma, o canal que antes estava classificado como conteúdo de


“História”, passou a ser classificado como “Ciências Humanas”, por exem-
plo. Deste modo, podemos constatar que um quarto (25,51%) dos canais pro-
duz conteúdo sobre Ciências Exatas e da Terra, apresentando o segundo
maior tema a ser abordado. Também é possível observar que menos de 1%
dos canais tem como foco o conteúdo voltado às Ciências Sociais Aplicadas.
Além disso, podemos observar que o canal Manual do Mundo, junta-
mente com o canal Nostalgia, são os maiores do Brasil em número de ins-
critos. Seguido do canal Nerdologia, que também faz divulgação científica
com conteúdos diversos. Outro dado importante é que dois canais de Saúde
estão entre os com mais inscritos: Drauzio Varella e Tua saúde – o que indica
a grande busca por informações médicas na Internet.

Gráfico 2: Canais com mais escritos.

Fonte: o autor (2020).

Sobre os canais mais acessados no YouTube, podemos observar que o


Manual do Mundo possui mais de dois bilhões de visualizações, seguido pelo
canal Nostalgia, com um pouco mais de um bilhão de visualizações. Além

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disso, pode-se observar novamente que os três canais com mais visualiza-
ções são aqueles que produzem conteúdo voltado para a divulgação cien-
tífica com conteúdos gerais. Mais uma vez, vemos os canais sobre saúde,
Drauzio Varella e Tua Saúde; entretanto, a lista também contém o canal do
Ministério da Saúde, com mais visualizações do que os dois canais citados
anteriormente. O canal Univesp aparece como o único de uma instituição de
ensino superior a ter mais de 100 milhões de visualizações.

Gráfico 3: Canais com mais visualizações.

Fonte: o autor (2020).

Em relação aos canais com mais vídeos publicados, podemos observar


que a maioria são canais institucionais como TV UFG, Univesp, Canal USP,
Ministério da Saúde, TV Escola e LabI UFSCar, respectivamente. Além disso,
esses canais também estão dentro dos 35,39% que fazem parte da categoria
Geral.

Gráfico 4: Canais com mais vídeos publicados.

Fonte: o autor (2020).

Por fim, nesse gráfico comparativo, constatamos que os canais de tema


geral são os que possuem os maiores números, não importa em qual cate-
goria. Além disso, percebe-se que, por mais que as Ciências Sociais Aplica-
das tenham o menor número de canais produzindo conteúdo, como visto

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no Gráfico 1, seus números de inscritos e visualizações são maiores que os


das Ciências Agrárias, que possui mais vídeos publicados.

Gráfico 5: Número de inscritos, número de visualizações e número de vídeos publica-


dos, divididos por área do conhecimento.

Fonte: o autor (2020).

6.2 Dados dos podcasts


Sobre os dados dos podcasts de divulgação científica, constatamos que
um pouco mais de um quinto deles (20,45%) não está ancorado em alguma
plataforma como Spotify, SoundCloud, Apple podcast, Deezer, Google pod-
cast, dentre outros. Assim, essa parcela de podcasts geralmente só é aces-
sível por um site.

Gráfico 6: Porcentagem de podcasts que estão ancorados em uma plataforma.

Fonte: o autor (2020).

A maioria dos podcasts (92,05%) possui um site próprio, tanto aqueles


que não ancoram seu produto nas plataformas citadas anteriormente quan-
to aqueles que fazem essa distribuição. Também constatamos que a maioria
dos podcasts analisados contém descrição em algum momento: seja uma
aba “Sobre” no site próprio, seja na descrição do Spotify ou outro agrega-

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dor.

Gráfico 7: Porcentagem de podcasts que possuem site.

Fonte: o autor (2020).

Algumas descrições continham dados da equipe juntamente com a des-


crição; outros optavam por ter uma aba específica para isso. A descrição é
essencial para que o ouvinte saiba, em linhas gerais, do que se trata aquele
podcast.

Gráfico 8: Porcentagem de podcasts que possuem descrição.

Fonte: o autor (2020).

Por fim, observamos os 15 podcasts com mais faixas produzidas no Grá-


fico 9. Existem dois podcasts institucionais em evidência: Pesquisa FAPESP
e Ciência USP, mostrando o empenho das instituições em comunicar a ciên-
cia produzida em seus programas de pós-graduação. Também identificamos
que os dois podcasts com mais faixas produzidas têm produção diária. O
primeiro trata de tecnologia e o segundo de divulgação científica geral.

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Gráfico 9: Podcastas com mais faixas produzidas.

Fonte: o autor (2020).

Esses dados indicam a vitalidade, a diversidade e as características do


movimento de divulgação científica nessas plataformas.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O YouTube oferece aos divulgadores a oportunidade de interagir com
sua audiência, fomentando o interesse pela ciência por meio do estímulo à
cultura participativa. Além disso, a facilidade de criação de um canal – cujos
vídeos não precisam necessariamente de uma produção sofisticada – é uma
das características que contribuem para que o YouTube seja uma alternati-
va viável de divulgar ciência. Existem, ainda, projetos que visam utilizar os
vídeos de divulgação científica no YouTube como forma de auxiliar em am-
bientes pedagógicos, proporcionando uma abordagem criativa e acessível
aos estudantes.
Contudo, ainda há muito a avançar. Observamos que, com algumas
exceções, a rede Science Vlogs Brasil, por exemplo, ainda é composta majo-
ritariamente por homens, entre 18 e 35 anos, que estão situados no Sudeste.
Ou seja, mesmo em iniciativas promissoras existem barreiras geográficas, de
gênero e etnia, que são estruturais na sociedade brasileira, e que, se fossem
superadas, causariam impactos importantes. Além disso, observamos que a
produção de divulgação científica no YouTube se concentra em temas gerais
e na área de Ciências Exatas e da Terra. As áreas de Ciências Sociais Aplica-
das e Ciências Agrárias são as que menos possuem conteúdos na platafor-
ma. Sobre os canais, constatamos que o Manual do Mundo e o Nostalgia são
os que mais possuem inscritos e visualizações, concentrando boa parte da
audiência no YouTube. Ainda, observamos que os canais institucionais são

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os que mais possuem vídeos publicados, disponibilizando conteúdos e con-


tribuindo para a comunicação pública da ciência.
No caso dos podcasts, foi observado que a distribuição entre gêneros
é mais equilibrada. Em geral, pesquisadores falam sobre conteúdos multi-
temáticos. O podcast é ainda mais fácil de ser produzido do que conteúdos
audiovisuais, pois necessita de poucos recursos técnicos. Entretanto, ape-
nas 2% deles lançam episódios diariamente. Constatamos que a maioria dos
podcasts estão ancorados em plataformas agregadoras como o Spotify e
SoundCloud, o que permite maior alcance. Também foi constatado que boa
parte dos podcasts possui um site próprio com informações da equipe e com
a descrição geral do produto, fazendo com que o ouvinte tenha uma noção
prévia dos assuntos. Por fim, observamos que os dois podcasts com mais
episódios têm produção diária e tratam de tecnologia e divulgação científica
geral, respectivamente. Além disso, observamos que dois podcasts institu-
cionais estão entre os que mais produzem; entretanto, se compararmos ao
YouTube, o número de canais institucionais em evidência é maior.
Canais no YouTube e podcasts de ciência têm se consolidado como al-
ternativas viáveis para a comunicação de ciência de forma aprofundada. Es-
peramos que o mapeamento realizado neste trabalho auxilie novas pesqui-
sas sobre divulgação científica na Internet e contribua com produtores de
conteúdo interessados em compreender as métricas relacionadas às suas
atuações.

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André Azevedo da Fonseca


Professor adjunto no Centro de Educação, Comunicação e
Artes (CECA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Doutor em História (Unesp) com pós-doutorado no Progra-
ma Avançado de Cultura Contemporânea (UFRJ).
E-mail: [email protected]

Leonardo Mendes Bueno


Estudante de Jornalismo na Universidade Estadual de Lon-
drina. Bolsista de Iniciação Científica (CNPq).
E-mail: [email protected]

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