Lei 14790 29 Dezembro 2023 795206 Normaatualizada PL

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 27

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Centro de Documentação e Informação

LEI Nº 14.790, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2023

Dispõe sobre a modalidade lotérica denominada


apostas de quota fixa; altera as Leis nºs 5.768, de
20 de dezembro de 1971, e 13.756, de 12 de
dezembro de 2018, e a Medida Provisória nº
2.158-35, de 24 de agosto de 2001; revoga
dispositivos do Decreto- Lei nº 204, de 27 de
fevereiro de 1967; e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a modalidade lotérica denominada apostas de quota fixa
e altera:
I - a Lei nº 5.768, de 20 de dezembro de 1971, para consolidar e estabelecer novas
regras sobre a distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda e sobre a distribuição de
prêmios realizada por organizações da sociedade civil, com o intuito de arrecadar recursos
adicionais destinados à sua manutenção ou custeio;
II - a Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, para estabelecer diretrizes e regras
para a exploração da loteria de apostas de quota fixa; e
III - a Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, para dispor sobre a
taxa de autorização referente às atividades de que trata a Lei nº 5.768, de 20 de dezembro de
1971.
Parágrafo único. O disposto nesta Lei não se aplica às loterias, que permanecerão
sujeitas à legislação especial.

Art. 2º Para fins do disposto nesta Lei, considera-se:


I - aposta: ato por meio do qual se coloca determinado valor em risco na expectativa
de obtenção de um prêmio;
II - quota fixa: fator de multiplicação do valor apostado que define o montante a ser
recebido pelo apostador, em caso de premiação, para cada unidade de moeda nacional apostada;
III - apostador: pessoa natural que realiza aposta;
IV - canal eletrônico: plataforma, que pode ser sítio eletrônico, aplicação de internet,
ou ambas, de propriedade ou sob administração do agente operador de apostas, que viabiliza a
realização de aposta por meio exclusivamente virtual;
V - aposta virtual: aquela realizada diretamente pelo apostador em canal eletrônico,
antes ou durante a ocorrência do evento objeto da aposta;
VI - aposta física: aquela realizada presencialmente mediante a aquisição de bilhete
em forma impressa, antes ou durante a ocorrência do evento objeto da aposta;
VII - evento real de temática esportiva: evento, competição ou ato que inclui
competições desportivas, torneios, jogos ou provas, individuais ou coletivos, excluídos aqueles
que envolvem exclusivamente a participação de menores de 18 (dezoito) anos de idade, cujo
resultado é desconhecido no momento da aposta e que são promovidos ou organizados:
a) de acordo com as regras estabelecidas pela organização nacional de administração
do esporte, na forma prevista na Lei nº 14.597, de 14 de junho de 2023 (Lei Geral do Esporte), ou
por suas organizações afiliadas; ou
b) por organizações de administração do esporte sediadas fora do País;
VIII - jogo on-line: canal eletrônico que viabiliza a aposta virtual em jogo no qual o
resultado é determinado pelo desfecho de evento futuro aleatório, a partir de um gerador
randômico de números, de símbolos, de figuras ou de objetos definido no sistema de regras;
IX - evento virtual de jogo on-line: evento, competição ou ato de jogo on-line cujo
resultado é desconhecido no momento da aposta;
X - agente operador de apostas: pessoa jurídica que recebe autorização do Ministério
da Fazenda para explorar apostas de quota fixa; e
XI - aplicações de internet: o conjunto de funcionalidades que podem ser acessadas
por meio de um terminal conectado à internet.

Art. 3º As apostas de quota fixa de que trata esta Lei poderão ter por objeto:
I - eventos reais de temática esportiva; ou
II - eventos virtuais de jogos on-line.
Parágrafo único. Não poderão ser objeto das apostas de que trata o caput deste artigo
os eventos esportivos que envolvam as categorias de base ou eventos que envolvam
exclusivamente atletas menores de idade em qualquer modalidade esportiva.

CAPÍTULO II
DO REGIME DE EXPLORAÇÃO

Art. 4º As apostas de quota fixa serão exploradas em ambiente concorrencial,


mediante prévia autorização a ser expedida pelo Ministério da Fazenda, nos termos desta Lei e da
regulamentação de que trata o § 3º do art. 29 da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018. (Vide
Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)

Art. 5º A autorização para exploração das apostas de quota fixa terá natureza de ato
administrativo discricionário, praticado segundo a conveniência e oportunidade do Ministério da
Fazenda, à vista do interesse nacional e da proteção dos interesses da coletividade, observadas as
seguintes regras:
I - não estará sujeita a quantidade mínima ou máxima de agentes operadores;
II - terá caráter personalíssimo, inegociável e intransferível; e
III - poderá, a critério do Ministério da Fazenda, ser outorgada com prazo de duração
de 5 (cinco) anos.
§ 1º A autorização de que trata este artigo poderá ser revista sempre que houver, na
pessoa jurídica autorizada, fusão, cisão, incorporação, transformação, bem como transferência ou
modificação de controle societário direto ou indireto.
§ 2º A revisão de autorização já concedida dar-se-á mediante processo administrativo
específico, que poderá ser instaurado de ofício, nos termos da regulamentação, assegurados ao
interessado o contraditório e a ampla defesa. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024,
publicada no DOU de 22/05/2024)

CAPÍTULO III
DO AGENTE OPERADOR DE APOSTAS

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 6º A exploração de apostas de quota fixa será exclusiva de pessoas jurídicas que,
nos termos desta Lei e da regulamentação do Ministério da Fazenda, receberem prévia
autorização para atuar como agente operador de apostas. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de
21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)

Seção II
Dos Requisitos Gerais

Art. 7º Somente serão elegíveis à autorização para exploração de apostas de quota


fixa as pessoas jurídicas constituídas segundo a legislação brasileira, com sede e administração
no território nacional, que atenderem às exigências constantes da regulamentação editada pelo
Ministério da Fazenda.
§ 1º A regulamentação de que trata o caput deste artigo disporá, pelo menos, sobre:
I - valor mínimo e forma de integralização do capital social da pessoa jurídica
interessada;
II - exigência de comprovado conhecimento e experiência em jogos, apostas ou
loterias de pelo menos um dos integrantes do grupo de controle da pessoa jurídica interessada;
III - requisitos para posse e exercício de cargos de direção ou gerência nas pessoas
jurídicas interessadas;
IV - designação de diretor responsável pelo relacionamento com o Ministério da
Fazenda;
V - estrutura e funcionamento de serviço de atendimento aos apostadores e
componente de ouvidoria do agente operador;
VI - designação de diretor responsável pelo atendimento aos apostadores e pela
ouvidoria;
VII - requisitos técnicos e de segurança cibernética a serem observados pela
infraestrutura de tecnologia da informação e pelos sistemas dos agentes operadores, com a
exigência de certificação reconhecida nacional ou internacionalmente;
VIII - integração ou associação do agente operador a organismos nacionais ou
internacionais de monitoramento da integridade esportiva; e
IX - exigência de ter brasileiro como sócio detentor de ao menos 20% (vinte por
cento) do capital social da pessoa jurídica.
§ 2º O sócio ou acionista controlador de empresa operadora de loteria de apostas de
quota fixa, individual ou integrante de acordo de controle, não poderá deter participação, direta
ou indireta, em Sociedade Anônima do Futebol ou organização esportiva profissional, nem atuar
como dirigente de equipe desportiva brasileira. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024,
publicada no DOU de 22/05/2024)

Seção III
Das Políticas Corporativas Obrigatórias

Art. 8º Sem prejuízo de outros requisitos estabelecidos na regulamentação do


Ministério da Fazenda, a expedição e a manutenção da autorização para exploração de apostas de
quota fixa serão condicionadas à comprovação, pela pessoa jurídica interessada, da adoção e da
implementação de políticas, de procedimentos e de controles internos de:
I - atendimento aos apostadores e ouvidoria;
II - prevenção à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação
de armas de destruição em massa, especialmente quanto ao cumprimento dos deveres previstos
nos arts. 10 e 11 da Lei nº 9.613, de 3 de março de 1998, e na Lei nº 13.260, de 16 de março de
2016;
III - jogo responsável e prevenção aos transtornos de jogo patológico; e
IV - integridade de apostas e prevenção à manipulação de resultados e outras fraudes.
Parágrafo único. A regulamentação do Ministério da Fazenda estabelecerá os
requisitos e as diretrizes a serem observados na elaboração e na avaliação da eficácia das políticas
de que trata este artigo. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU de
22/05/2024)

CAPÍTULO IV
DO PROCEDIMENTO DE AUTORIZAÇÃO

Seção I
Do Tempo e da Forma de Requerimento e de sua Tramitação

Art. 9º A autorização para a exploração de apostas de quota fixa poderá ser requerida
a qualquer tempo pela pessoa jurídica interessada, observado o procedimento administrativo
estabelecido na regulamentação do Ministério da Fazenda.
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda estabelecerá condições e prazos, não
inferiores a 6 (seis) meses, para a adequação das pessoas jurídicas que estiverem em atividade às
disposições desta Lei e às normas por ele estabelecidas em regulamentação específica. (Vide
Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)
Art. 10. O procedimento administrativo de autorização tramitará em meio eletrônico,
e, durante sua análise, os autos serão de acesso restrito ao interessado e a seus procuradores.
§ 1º Sem prejuízo do disposto no caput deste artigo, a lista de requerimentos
apresentados deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública no sítio eletrônico
do Ministério da Fazenda.
§ 2º Ressalvadas as hipóteses de suspensão ou de prorrogação de prazos, em razão de
insuficiência, incompletude ou inconsistência da documentação apresentada pela pessoa jurídica
interessada, a análise dos requerimentos observará a ordem cronológica de seu protocolo. (Vide
Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)

Art. 11. A autorização somente será expedida se, após o exame da documentação e a
avaliação da capacidade técnica e financeira da pessoa jurídica requerente e da reputação e
conhecimento de seus controladores e administradores, o Ministério da Fazenda concluir pelo
atendimento de todos os requisitos legais e regulamentares. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de
21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)

Seção II
Da Contraprestação de Outorga

Art. 12. A expedição da autorização para exploração de apostas de quota fixa será
condicionada ao recolhimento do valor fixo de contraprestação de outorga, conforme estipulado
na regulamentação do Ministério da Fazenda.
Parágrafo único. O valor estipulado a título de outorga fixa será limitado a, no
máximo, R$ 30.000.000,00 (trinta milhões de reais), considerado o uso de 3 (três) marcas
comerciais a serem exploradas pela pessoa jurídica em seus canais eletrônicos por ato de
autorização. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU de 22/05/2024)

Art. 13. O valor da contraprestação da outorga deverá ser pago pelo interessado no
prazo improrrogável de 30 (trinta) dias, contado da comunicação da conclusão da análise de seu
requerimento.
Parágrafo único. O descumprimento do prazo de pagamento previsto neste artigo
importará o arquivamento definitivo do procedimento de autorização ou a caducidade da
autorização, conforme o caso. (Vide Portaria SPA/MF nº 827, de 21/05/2024, publicada no DOU
de 22/05/2024)

CAPÍTULO V
DA OFERTA E DA REALIZAÇÃO DE APOSTAS

Seção I
Da Forma de Realização de Apostas

Art. 14. As apostas de que trata esta Lei poderão ser ofertadas pelo agente operador
nas seguintes modalidades, isolada ou conjuntamente:
I - virtual: mediante o acesso a canais eletrônicos; e
II - física: mediante a aquisição de bilhetes impressos.
§ 1º O ato de autorização do Ministério da Fazenda especificará se o agente operador
poderá atuar em uma ou em ambas as modalidades.
§ 2º As apostas de quota fixa que tenham por objeto os eventos de jogo online
somente poderão ser ofertadas em meio virtual.
§ 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, é vedada a instalação ou
disponibilização de equipamentos ou outros dispositivos em estabelecimentos físicos que sejam
destinados à comercialização de apostas de quota fixa em meio virtual.

Art. 15. Os canais eletrônicos e os estabelecimentos físicos, quando autorizados, que


forem utilizados pelo agente operador deverão exibir, em local de fácil visualização:
I - a razão social, o nome de fantasia e o número da inscrição da entidade operadora
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
II - o número e a data de publicação da portaria de sua autorização para a exploração
de apostas de quota fixa;
III - o endereço físico de sua sede; e
IV - o número de telefone e o endereço de correio eletrônico de contato do serviço de
atendimento ao consumidor e da ouvidoria do agente operador.

Seção II
Da Publicidade e da Propaganda

Art. 16. As ações de comunicação, de publicidade e de marketing da loteria de


apostas de quota fixa observarão a regulamentação do Ministério da Fazenda, incentivada a
autorregulação.
Parágrafo único. A regulamentação de que trata o caput deste artigo disporá, pelo
menos, sobre:
I - os avisos de desestímulo ao jogo e de advertência sobre seus malefícios que
deverão ser veiculados pelos agentes operadores;
II - outras ações informativas de conscientização dos apostadores e de prevenção do
transtorno do jogo patológico, bem como da proibição de participação de menores de 18 (dezoito)
anos, especialmente por meio da elaboração de código de conduta e da difusão de boas práticas; e
III - a destinação da publicidade e da propaganda das apostas ao público adulto, de
modo a não ter crianças e adolescentes como público-alvo.

Art. 17. Sem prejuízo do disposto na regulamentação do Ministério da Fazenda, eì


vedado ao agente operador de apostas de quota fixa veicular publicidade ou propaganda
comercial que:
I - tenha por objeto ou finalidade a divulgação de marca, de símbolo ou de
denominação de pessoas jurídicas ou naturais, ou dos canais eletrônicos ou virtuais por elas
utilizados, que não possuam a prévia autorização exigida por esta Lei;
II - veiculem afirmações infundadas sobre as probabilidades de ganhar ou os
possíveis ganhos que os apostadores podem esperar;
III - apresentem a aposta como socialmente atraente ou contenham afirmações de
personalidades conhecidas ou de celebridades que sugiram que o jogo contribui para o êxito
pessoal ou social;
IV - sugiram ou deem margem para que se entenda que a aposta pode constituir
alternativa ao emprego, solução para problemas financeiros, fonte de renda adicional ou forma de
investimento financeiro;
V - contribuam, de algum modo, para ofender crenças culturais ou tradições do País,
especialmente aquelas contrárias à aposta;
VI - promovam o marketing em escolas e universidades ou promovam apostas
esportivas dirigidas a menores de idade.
§ 1º É vedado realizar qualquer tipo de publicidade ou propaganda em meios de
comunicação, físicos ou virtuais, sem o aviso de classificação indicativa da faixa etária
direcionada, conforme disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
Adolescente).
§ 2º As empresas divulgadoras de publicidade ou de propaganda, incluídos
provedores de aplicação de internet, deverão proceder aÌ exclusão das divulgações e das
campanhas irregulares após notificação do Ministério da Fazenda.
§ 3º As empresas provedoras de conexão à internet e de aplicações de internet
deverão proceder ao bloqueio dos sítios eletrônicos ou à exclusão dos aplicativos que ofertem a
loteria de apostas de quota fixa em desacordo com o disposto neste artigo após notificação do
Ministério da Fazenda.
§ 4º Os provedores de aplicações de internet que ofertam aplicações de terceiros
deverão proceder aÌ exclusão, no âmbito e nos limites técnicos do seu serviço, das aplicações que
tenham por objeto a exploração da loteria de apostas de quota fixa em desacordo com o disposto
neste artigo, após notificação do Ministério da Fazenda.
§ 5º A notificação prevista nos §§ 2º e 4º deste artigo deverá conter, sob pena de
nulidade, identificação clara e específica do conteúdo apontado como infringente, que permita a
localização inequívoca do conteúdo quando se tratar de provedor de aplicação de internet que
hospeda conteúdo de terceiro.

Art. 18. É vedado ao agente operador, bem como às suas controladas e controladoras,
adquirir, licenciar ou financiar a aquisição de direitos de eventos desportivos realizados no País
para emissão, difusão, transmissão, retransmissão, reprodução, distribuição, disponibilidade ou
qualquer forma de exibição de seus sons e imagens, por qualquer meio ou processo.

Seção III
Da Integridade das Apostas

Art. 19. O agente operador adotará mecanismos de segurança e integridade na


realização da loteria de apostas de quota fixa, observado o disposto na regulamentação do
Ministério da Fazenda e na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais).
§ 1º Os eventos esportivos objeto de apostas de quota fixa contarão com ações de
mitigação de manipulação de resultados e de corrupção nos eventos reais de temática esportiva,
por parte do agente operador, em observância ao disposto no art. 177 da Lei nº 14.597, de 14 de
junho de 2023 (Lei Geral do Esporte), e na regulamentação editada pelo Ministério da Fazenda.
§ 2º O agente operador integrará organismo nacional ou internacional de
monitoramento da integridade esportiva.
Art. 20. São nulas de pleno direito as apostas realizadas com a finalidade de obter ou
assegurar vantagens ou ganhos com a manipulação de resultados e a corrupção nos eventos reais
de temática esportiva.
Parágrafo único. Podem ser suspensos os pagamentos de prêmios oriundos de apostas
investigadas sobre as quais recaia fundada dúvida quanto à manipulação de resultados ou
corrupção nos eventos de temática esportiva.

CAPÍTULO VI
DAS TRANSAÇÕES DE PAGAMENTO

Art. 21. É vedado aos instituidores de arranjos de pagamento, bem como às


instituições financeiras e de pagamento, permitir transações, ou a elas dar curso, que tenham por
finalidade a realização de apostas de quota fixa com pessoas jurídicas que não tenham recebido a
autorização para exploração de apostas de quota fixa prevista nesta Lei.
Parágrafo único. A vedação prevista no caput deste artigo passará a vigorar em prazo
definido pelo Ministério da Fazenda, não podendo ser inferior a 90 (noventa) dias do início do
credenciamento dos agentes operadores de apostas de quota fixa.

Art. 22. É exclusiva de instituições brasileiras autorizadas a funcionar pelo Banco


Central do Brasil a oferta de contas transacionais ou de serviços financeiros de qualquer natureza
que permitam ao apostador:
I - efetuar depósitos e saques em sua conta gráfica perante o operador de aposta; ou
II - receber os valores de prêmios que lhe sejam devidos.
Parágrafo único. Os recursos de apostadores mantidos nas contas transacionais de que
trata este artigo:
I - constituem patrimônio separado, que não se confunde com o do agente operador
de apostas;
II - não respondem direta ou indiretamente por nenhuma obrigação do operador nem
podem ser objeto de arresto, de sequestro, de busca e apreensão ou de qualquer outro ato de
constrição judicial em função de débitos de responsabilidade do agente operador de apostas;
III - não compõem o ativo do agente operador de apostas, para efeito de falência, de
recuperação judicial ou extrajudicial, de intervenção ou de liquidação judicial ou extrajudicial; e
IV - não podem ser dados em garantia de débitos assumidos pelo agente operador de
apostas.

Art. 23. O agente operador de apostas deverá adotar procedimentos de identificação


que permitam verificar a validade da identidade dos apostadores, exigida a utilização da
tecnologia de identificação e reconhecimento facial.
§ 1º Os procedimentos de que trata o caput deste artigo deverão incluir a obtenção, a
verificação e a validação da autenticidade de informações de identificação do apostador, inclusive
mediante confrontação dessas informações com as disponíveis em bancos de dados de caráter
público e privado, se necessário.
§ 2º Os procedimentos de que trata o caput deste artigo deverão incluir a confirmação
da identidade do apostador por meio de canais de comunicação informados no cadastro do
usuário, tais como, e-mail, serviço de mensagens curtas (short message service - SMS) ou
aplicativos de mensagens.
§ 3º O Ministério da Fazenda deverá regulamentar a obrigatoriedade de que os
operadores desenvolvam sistemas e processos eficazes para monitorar a atividade do apostador a
fim de identificar danos ou danos potenciais associados ao jogo, desde o momento em que uma
conta é aberta, observados os seguintes critérios:
I - gastos do apostador;
II - padrões de gastos;
III - tempo gasto jogando;
IV - indicadores de comportamento de jogo;
V - contato liderado pelo apostador;
VI - uso de ferramentas de gerenciamento de jogos de azar.
§ 4º O Ministério da Fazenda deverá regulamentar a obrigatoriedade de que os
operadores desenvolvam recurso de limitação de tempo de uso a ser acionado pelo usuário, com,
no mínimo, as seguintes opções:
I - 24 (vinte e quatro) horas;
II - 1 (uma) semana;
III - 1 (um) mês; ou
IV - qualquer outro período que o apostador possa razoavelmente solicitar, até o
máximo de 6 (seis) semanas.

Art. 24. O agente operador de apostas, bem como as instituições financeiras e de


pagamento por ele contratadas para abertura ou manutenção de contas transacionais, deverá
manter, na forma e no prazo estabelecidos pela regulamentação do Ministério da Fazenda, o
registro de todas as operações realizadas, incluídos as apostas realizadas, os prêmios auferidos, e
os saques e depósitos nas contas transacionais.

Art. 25. O agente operador de apostas deverá, na forma estabelecida pela


regulamentação do Ministério da Fazenda, implementar procedimentos de:
I - análise das apostas por meio de mecanismos de monitoramento e de seleção, com
o objetivo de caracterizá-las ou não como suspeitas de lavagem de dinheiro e de financiamento
do terrorismo;
II - comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) das
operações que apresentarem fundada suspeita de lavagem de dinheiro e de financiamento ao
terrorismo.

CAPÍTULO VII
DOS APOSTADORES

Seção I
Dos Impedidos de Apostar

Art. 26. É vedada a participação, direta ou indireta, inclusive por interposta pessoa, na
condição de apostador, de:
I - menor de 18 (dezoito) anos de idade;
II - proprietário, administrador, diretor, pessoa com influência significativa, gerente
ou funcionário do agente operador;
III - agente público com atribuições diretamente relacionadas à regulação, ao controle
e à fiscalização da atividade no âmbito do ente federativo em cujo quadro de pessoal exerça suas
competências;
IV - pessoa que tenha ou possa ter acesso aos sistemas informatizados de loteria de
apostas de quota fixa;
V - pessoa que tenha ou possa ter qualquer influência no resultado de evento real de
temática esportiva objeto de loteria de apostas de quota fixa, incluídos:
a) pessoa que exerça cargo de dirigente desportivo, técnico desportivo, treinador e
integrante de comissão técnica;
b) árbitro de modalidade desportiva, assistente de árbitro de modalidade desportiva,
ou equivalente, empresário desportivo, agente ou procurador de atletas e de técnicos, técnico ou
membro de comissão técnica;
c) membro de órgão de administração ou de fiscalização de entidade de administração
de organizadora de competição ou de prova desportiva;
d) atleta participante de competições organizadas pelas entidades integrantes do
Sistema Nacional do Esporte;
VI - pessoa diagnosticada com ludopatia, por laudo de profissional de saúde mental
habilitado; e
VII - outras pessoas previstas na regulamentação do Ministério da Fazenda.
§ 1º São nulas de pleno direito as apostas realizadas em desacordo com o previsto
neste artigo.
§ 2º As vedações previstas nos incisos II, IV e V do caput deste artigo estendem-se
aos cônjuges, aos companheiros e aos parentes em linha reta e colateral, até o segundo grau,
inclusive, das pessoas impedidas de participar, direta ou indiretamente, na condição de apostador.
§ 3º A hipótese prevista no inciso III do caput deste artigo não exclui a observância
pelos agentes públicos dos deveres e das proibições previstos em leis e em regulamentos,
conforme o disposto nas Leis nºs 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei de Improbidade
Administrativa), e 12.813, de 16 de maio de 2013.
§ 4º Os impedimentos de que trata o caput deste artigo serão informados pelos
agentes operadores de apostas, de forma destacada, nos canais físicos ou on-line de
comercialização da loteria de aposta de quota fixa, bem como nas mensagens, nas publicações e
nas peças de publicidade e de propaganda utilizadas para divulgação das apostas.

Seção II
Dos Direitos Básicos

Art. 27. São assegurados aos apostadores todos os direitos dos consumidores
previstos na Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor).
§ 1º Além daqueles previstos no art. 6º da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990
(Código de Defesa do Consumidor), constituem direitos básicos dos apostadores:
I - a informação e a orientação adequadas e claras acerca das regras e das formas de
utilização de recintos, equipamentos, sistemas e canais eletrônicos das apostas;
II - a informação e a orientação adequadas e claras sobre as condições e os requisitos
para acerto de prognóstico lotérico e aferição do prêmio, vedada a utilização de escrita dúbia,
abreviada ou genérica no curso de efetivação da aposta;
III - a informação e a orientação adequadas e claras quanto aos riscos de perda dos
valores das apostas e aos transtornos de jogo patológico; e
IV - a proteção dos dados pessoais conforme o disposto na Lei nº 13.709, de 14 de
agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).
§ 2º Para os fins do disposto no inciso IV do § 1º deste artigo, o regulamento do
Ministério da Fazenda definirá limites à exigência e ao tratamento de dados pessoais e dados
pessoais sensíveis, obedecidas as disposições da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais).

Seção III
Do Direito à Orientação e ao Atendimento

Art. 28. O agente operador deverá dispor de serviço de atendimento aos apostadores,
operacionalizado por canal eletrônico ou telefônico de acesso e uso gratuitos, a fim de receber e
resolver dúvidas e solicitações relacionadas à operacionalização da loteria de aposta de quota
fixa, nos termos da regulamentação do Ministério da Fazenda.
§ 1º O atendimento de que trata este artigo será prestado em língua portuguesa, por
pessoas que sejam fluentes no vernáculo.
§ 2º Nos estabelecimentos em que houver oferta de apostas na modalidade física, o
agente operador deverá prestar o atendimento de que trata este artigo também de forma
presencial.

Seção IV
Das Condutas Vedadas na Oferta de Apostas

Art. 29. É vedado ao agente operador:

I - conceder, sob qualquer forma, adiantamento, antecipação, bonificação ou


vantagem prévia, ainda que a mero título de promoção, de divulgação ou de propaganda, para a
realização de aposta;
II - firmar parceria, convênio, contrato ou qualquer outra forma de arranjo ou ajuste
negocial para viabilizar ou facilitar o acesso a crédito ou a operação de fomento mercantil por
parte de apostador; e
III - instalar ou permitir que se instale em seu estabelecimento físico qualquer
agência, escritório ou representação de pessoa jurídica ou física que conceda crédito ou realize
operação de fomento mercantil a apostadores.
Parágrafo único. Em relação aos incisos II e III do caput deste artigo, excetuam-se os
permissionários lotéricos, nos termos da Lei nº 12.869, de 15 de outubro de 2013.

CAPÍTULO VIII
DOS PRÊMIOS

Seção I
Da Forma de Pagamento

Art. 30. O pagamento dos prêmios deverá ser efetuado exclusivamente por meio de
transferências, de créditos ou de remessas de valores em favor de contas bancárias ou de
pagamento de titularidade dos respectivos apostadores e por eles mantidas em instituições com
sede e administração no País que sejam autorizadas pelo Banco Central do Brasil.
§ 1º Mediante opção do apostador, os prêmios podem permanecer em carteira virtual
para utilização de seus créditos em novas apostas, perante o mesmo agente operador.
§ 2º A indicação da conta bancária ou de pagamento deverá ser feita por ocasião do
cadastro do apostador no agente operador de apostas ou no momento da efetivação da aposta
física ou on-line.

Seção II
Da Tributação

Art. 31. Os prêmios líquidos obtidos em apostas na loteria de apostas de quota fixa
serão tributados pelo Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF) à alíquota de 15%
(quinze por cento).
§ 1º Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se prêmio líquido o resultado
positivo auferido nas apostas de quota fixa realizadas a cada ano, após a dedução das perdas
incorridas com apostas da mesma natureza. (Parágrafo vetado pelo Presidente da República,
mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 22/5/2024)
§ 2º O imposto de que trata o caput deste artigo incidirá sobre os prêmios líquidos
que excederem o valor da primeira faixa da tabela progressiva anual do IRPF. (Parágrafo vetado
pelo Presidente da República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de
22/5/2024)
§ 3º O imposto de que trata o caput deste artigo será apurado anualmente e pago até o
último dia útil do mês subsequente ao da apuração. (Parágrafo vetado pelo Presidente da
República, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no DOU de 22/5/2024)
§ 4º O disposto neste artigo aplicar-se-á ao fantasy sport.

Seção III
Da Prescrição

Art. 32. O apostador perde o direito de receber seu prêmio ou de solicitar reembolsos
se o pagamento devido não for creditado em sua conta gráfica mantida no agente operador e não
for reclamado pelo apostador no prazo de 90 (noventa) dias, contado da data da divulgação do
resultado do evento objeto da aposta.
§ 1º Os valores dos prêmios não reclamados serão revertidos em 50% (cinquenta por
cento) ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e em 50% (cinquenta por cento) ao Fundo
Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap), observada a programação
financeira e orçamentária do Poder Executivo federal.
§ 2º Dos recursos do Fies de que trata o § 1º deste artigo, no mínimo, 10% (dez por
cento) atenderão a estudantes das populações do campo, dos povos originários, incluídos os
indígenas, e dos povos quilombolas.

CAPÍTULO IX
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 33. O agente operador deverá utilizar sistemas auditáveis, aos quais deverá ser
disponibilizado acesso irrestrito, contínuo e em tempo real ao Ministério da Fazenda, sempre que
por este requisitado.
Art. 34. A regulamentação do Ministério da Fazenda disporá sobre o modo e o
procedimento de envio ou disponibilização, pelos agentes operadores, de esclarecimentos, de
informações técnicas, operacionais, econômico-financeiras e contábeis, de dados, de documentos,
de certificações, de certidões e de relatórios que sejam considerados necessários para a
fiscalização das atividades desenvolvidas pelos operadores de apostas.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput deste artigo, especialmente no que
diz respeito aos apostadores, o tratamento de dados pessoais e de dados pessoais sensíveis deverá
seguir o previsto na Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de Dados
Pessoais).

Art. 35. O agente operador comunicará ao Ministério da Fazenda e ao Ministério


Público os indícios de manipulação de eventos ou resultados que identificar ou que lhe forem
reportados.
Parágrafo único. A comunicação de que trata este artigo será feita no prazo de 5
(cinco) dias úteis, contado a partir da data em que o agente operador identificar ou tomar ciência
do indício de manipulação, observado o disposto na regulamentação.

Art. 36. Os procedimentos de fiscalização, uma vez iniciados, poderão perdurar pelo
tempo que for necessário à elucidação dos fatos, observado o disposto na Lei nº 9.873, de 23 de
novembro de 1999.

Art. 37. O agente operador deverá dispor de estrutura administrativa capaz de atender,
de forma célere e eficaz, a requisições, requerimentos, questionamentos ou solicitações
provenientes:
I - de qualquer órgão ou entidade integrante da estrutura regimental do Ministério da
Fazenda;
II - dos órgãos públicos integrantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor,
de que trata o art. 105 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código de Defesa do
Consumidor);
III - do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública;
IV - dos demais órgãos, entidades e autoridades brasileiras, para o exercício de suas
atribuições legais.
Parágrafo único. A entidade operadora deverá estruturar área e canal específicos para
o atendimento às demandas de que trata este artigo.

CAPÍTULO X
DO REGIME SANCIONADOR

Seção I
Disposições Preliminares

Art. 38. As infrações serão apuradas mediante processo administrativo sancionador


que obedecerá aos princípios da legalidade, da finalidade, da motivação, da razoabilidade, da
proporcionalidade, da moralidade, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica e da
eficiência, entre outros.

Seção II
Das Infrações

Art. 39. Constitui infração administrativa punível nos termos desta Lei ou das demais
normas legais e regulamentares aplicáveis à loteria de apostas de quota fixa cujo cumprimento
seja fiscalizado pelo Ministério da Fazenda, sem prejuízo da aplicação de outras penalidades
previstas na legislação:
I - explorar loteria de apostas de quota fixa sem prévia autorização do Ministério da
Fazenda;
II - realizar operações ou atividades vedadas, não autorizadas ou em desacordo com a
autorização concedida;
III - opor embaraço à fiscalização do órgão administrativo competente;
IV - deixar de fornecer ao órgão administrativo competente documentos, dados ou
informações cuja remessa seja imposta por normas legais ou regulamentares;
V - fornecer ao órgão administrativo competente documentos, dados ou informações
incorretos ou em desacordo com os prazos e as condições estabelecidos em normas legais ou
regulamentares;
VI - divulgar publicidade ou propaganda comercial de operadores de loteria de
apostas de quota fixa não autorizados;
VII - descumprir normas legais e regulamentares cujo cumprimento caiba ao órgão
administrativo competente fiscalizar; e
VIII - executar, incentivar, permitir ou, de qualquer forma, contribuir ou concorrer
para práticas atentatórias à integridade esportiva, à incerteza do resultado esportivo, à igualdade
entre os competidores e à transparência das regras aplicáveis ao evento esportivo, bem como para
qualquer outra forma de fraude ou interferência indevida apta a afetar a lisura ou a higidez das
condutas associadas ao desempenho idôneo da atividade esportiva.
Parágrafo único. Constitui embaraço à fiscalização negar ou dificultar o acesso a
sistemas de dados e de informação e não exibir ou não fornecer documentos, papéis e livros de
escrituração, inclusive em meio eletrônico, nos prazos, nas formas e nas condições estabelecidos
pelo órgão administrativo competente no exercício de sua atividade de fiscalização.

Art. 40. O disposto neste Capítulo também se aplica às pessoas físicas ou jurídicas
que:
I - exerçam, sem a devida autorização, atividade relacionada a apostas de quota fixa
sujeitas à competência do Ministério da Fazenda;
II - atuem como administradores ou membros da diretoria, do conselho de
administração ou de outros órgãos previstos no estatuto de pessoa jurídica sujeita à competência
do Ministério da Fazenda, nos termos desta Lei.

Seção III
Das Penalidades

Art. 41. São aplicáveis às pessoas físicas e jurídicas que infringirem o disposto nesta
Lei as seguintes penalidades, de forma isolada ou cumulativa:
I - advertência;
II - no caso de pessoa jurídica: multa no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20%
(vinte por cento) sobre o produto da arrecadação após a dedução das importâncias de que tratam
os incisos III, IV e V do caput do art. 30 da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, relativo
ao último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo sancionador, observado
que a multa nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação, nem
superior a R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por infração;
III - no caso das demais pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado e de
quaisquer associações de entidades ou pessoas constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, que não exerçam atividade empresarial,
quando não for possível a utilização do critério do produto da arrecadação: multa de R$
50.000,00 (cinquenta mil reais) a R$ 2.000.000.000,00 (dois bilhões de reais) por infração;
IV - suspensão parcial ou total do exercício das atividades, pelo prazo de até 180
(cento e oitenta) dias;
V - cassação da autorização, extinção da permissão ou da concessão, cancelamento
do registro, descredenciamento ou ato de liberação análogo;
VI - proibição de obter titularidade de nova autorização, outorga, permissão,
credenciamento, registro ou ato de liberação análogo, pelo prazo máximo de 10 (dez) anos;
VII - proibição de realizar determinadas atividades ou modalidades de operação, pelo
prazo máximo de 10 (dez) anos;
VIII - proibição de participar de licitação que tenha por objeto concessão ou
permissão de serviços públicos, na administração pública federal, direta ou indireta, por prazo
não inferior a 5 (cinco) anos;
IX - inabilitação para atuar como dirigente ou administrador e para exercer cargo em
órgão previsto em estatuto ou em contrato social de pessoa jurídica que explore qualquer
modalidade lotérica, pelo prazo máximo de 20 (vinte) anos.
Parágrafo único. Uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas poderão ser consideradas,
isolada ou conjuntamente, responsáveis por uma mesma infração.

Art. 42. Na aplicação das penalidades estabelecidas neste Capítulo, serão


considerados:
I - a gravidade e a duração da infração;
II - a primariedade e a boa-fé do infrator;
III - o grau de lesão ou o perigo de lesão à economia nacional, ao esporte, aos
consumidores ou a terceiros;
IV - a vantagem auferida pelo infrator;
V - a capacidade econômica do infrator;
VI - o valor da operação; e
VII - a reincidência.
§ 1º Considera-se primário o infrator que não tiver condenação administrativa
definitiva por infrações à legislação ou a regulamentos aplicáveis à exploração de loterias.
§ 2º Verifica-se a reincidência quando o infrator comete nova infração da mesma
natureza no período de 3 (três) anos subsequente à data da decisão condenatória administrativa
transitada em julgado relativa à infração anterior.
§ 3º Nos casos de reincidência, a sanção de multa será aplicada de forma isolada ou
cumulativamente com outras sanções, e seu valor será agravado em dobro.

Seção IV
Do Termo de Compromisso
Art. 43. O Ministério da Fazenda, em juízo de conveniência e oportunidade
devidamente fundamentado, com vistas a atender ao interesse público, poderá deixar de instaurar
ou suspender, em qualquer fase que preceda a tomada da decisão de primeira instância, o
processo administrativo destinado à apuração de infração prevista nesta Lei, se o investigado
firmar termo de compromisso no qual se obrigue a, cumulativamente:
I - cessar a prática sob investigação ou os seus efeitos lesivos;
II - corrigir as irregularidades apontadas e indenizar os prejuízos; e
III - cumprir as demais condições que forem acordadas no caso concreto, com
obrigatório recolhimento de contribuição pecuniária.
§ 1º A proposta de termo de compromisso poderá ser apresentada apenas uma vez.
§ 2º A proposta de termo de compromisso poderá, a requerimento do interessado ou
mediante decisão fundamentada do Ministério da Fazenda, ser classificada como documento
sigiloso.
§ 3º A apresentação de proposta de termo de compromisso suspenderá a contagem do
prazo de prescrição.
§ 4º A proposta de termo de compromisso será rejeitada quando não houver acordo
entre o Ministério da Fazenda e os investigados com relação às obrigações a serem
compromissadas.
§ 5º A apresentação da proposta e a celebração do termo de compromisso não
importarão confissão quanto à matéria de fato nem reconhecimento da ilicitude da conduta
analisada.
§ 6º O termo de compromisso será celebrado pelo Ministro de Estado da Fazenda,
admitida a delegação de competência, e sua versão pública será publicada no sítio eletrônico do
Ministério da Fazenda no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado da data de sua assinatura.
§ 7º O termo de compromisso constituirá título executivo extrajudicial.
§ 8º O processo administrativo será suspenso na data da publicação do termo de
compromisso pelo Ministério da Fazenda, sem prejuízo de sua retomada na hipótese de
descumprimento das obrigações compromissadas.
§ 9º A suspensão do curso do processo administrativo e da contagem do prazo de
prescrição somente terá efeito em relação ao interessado que apresentou a proposta e firmou o
termo de compromisso, mantidos o curso do processo e a contagem do prazo em relação aos
demais investigados ou envolvidos.
§ 10. O termo de compromisso fixará o valor da multa a ser aplicada na hipótese de
descumprimento total ou parcial das obrigações compromissadas.
§ 11. Declarado o descumprimento das obrigações compromissadas, o Ministério da
Fazenda aplicará as sanções previstas no termo de compromisso e adotará as demais medidas
administrativas, extrajudiciais e judiciais cabíveis para sua execução.
§ 12. O processo administrativo será arquivado ao término do prazo fixado no termo
de compromisso, desde que atendidas as obrigações compromissadas.
§ 13. O Ministério da Fazenda editará normas complementares sobre o termo de
compromisso de que trata este artigo.

Seção V
Das Medidas Coercitivas e Acautelatórias
Art. 44. Poderão ser aplicadas, cautelarmente, antes da instauração ou durante a
tramitação do processo administrativo sancionador, quando estiverem presentes os requisitos de
verossimilhança e do perigo de demora, em decisão fundamentada, as seguintes medidas:
I - desativação temporária de instrumentos, de equipamentos, de sistemas ou de
demais objetos e componentes destinados ao funcionamento das máquinas e das instalações;
II - suspensão temporária de pagamento de prêmios;
III - recolhimento de bilhetes emitidos; e
IV - outras providências acautelatórias necessárias para proteção do bem jurídico
tutelado.

Art. 45. Havendo fundada suspeita de manipulação de resultados ou outras fraudes


semelhantes, o Ministério da Fazenda poderá determinar, cautelarmente:
I - a imediata suspensão de apostas e a retenção do pagamento de prêmios
relativamente ao evento suspeito;
II - a suspensão ou a proibição, a um ou mais agentes operadores, de apostas em
eventos intercorrentes ou específicos ocorridos durante a prova, a partida ou a disputa suspeita,
que não o prognóstico específico do resultado final; e
III - outras medidas restritivas destinadas a evitar ou a mitigar as consequências de
práticas violadoras da integridade no esporte.

Art. 46. O descumprimento das medidas cautelares, bem como a recusa, a omissão, a
falsidade ou o retardamento injustificado no fornecimento de informações ou de documentos
requeridos pelo Ministério da Fazenda no exercício de suas atribuições de fiscalização, sujeitam o
infrator ao pagamento de multa cominatória no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) a R$
200.000,00 (duzentos mil reais) por dia.
Parágrafo único. A regulamentação do Ministério da Fazenda disporá sobre a
aplicação da multa cominatória e os critérios a serem considerados para a definição de seu valor,
tendo em vista os seus objetivos.

Seção VI
Do Processo Administrativo Sancionador

Art. 47. O processo administrativo sancionador será instaurado nos casos em que se
verificarem indícios da ocorrência de infração prevista nesta Lei ou nas demais normas legais e
regulamentares aplicáveis à loteria de apostas de quota fixa cujo cumprimento seja fiscalizado
pelo Ministério da Fazenda.

Art. 48. O rito do processo administrativo sancionador observará o disposto na


regulamentação expedida pelo Ministério da Fazenda no exercício das atribuições que lhe são
conferidas pelo § 3º do art. 29 da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018.

CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 49. Não configura exploração de modalidade lotérica, promoção comercial ou


aposta de quota fixa, estando dispensada de autorização do poder público, a atividade de
desenvolvimento ou prestação de serviços relacionados ao fantasy sport.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, considera-se fantasy sport o
esporte eletrônico em que ocorrem disputas em ambiente virtual, a partir do desempenho de
pessoas reais, nas quais:
I - as equipes virtuais sejam formadas de, no mínimo, 2 (duas) pessoas reais, e o
desempenho dessas equipes dependa eminentemente de conhecimento, análise estatística,
estratégia e habilidades dos jogadores do fantasy sport;
II - as regras sejam preestabelecidas;
III - o valor garantido da premiação independa da quantidade de participantes ou do
volume arrecadado com a cobrança das taxas de inscrição; e
IV - os resultados não decorram do resultado ou da atividade isolada de uma única
pessoa em competição real.

Art. 50. A Lei nº 5.768, de 20 de dezembro de 1971, passa a vigorar com as seguintes
alterações, numerado o parágrafo único dos arts. 12 e 13 como § 1º:

"Art. 1º .................................................................................................................
...............................................................................................................................
§ 7º O ato de autorização poderá impor limitação, por número de inscrição no
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), da participação de consumidores em cada
um dos sorteios, vales-brindes, concursos ou operações assemelhadas." (NR)

"Art. 12. A realização de operações sem prévia autorização sujeita os infratores


às seguintes sanções, aplicáveis alternativa ou cumulativamente:

I - ...........................................................................................................................
................................................................................................................................
b) proibição de realizar as operações pelo prazo de até 2 (dois) anos; e
c) advertência.
§ 1º Incorre também nas sanções previstas neste artigo quem, em desacordo
com as normas aplicáveis, prometer publicamente realizar operações regidas
por esta Lei.
§ 2º Caracteriza reincidência o cometimento de nova infração da mesma
natureza no período de 3 (três) anos subsequente à data da decisão condenatória
administrativa definitiva relativa à infração anterior.
§ 3º Na hipótese de reincidência, a sanção de multa será aplicada isolada ou
cumulativamente com outras sanções, e seu valor será agravado em dobro."
(NR)

"Art. 13. .................................................................................................................


................................................................................................................................
III - multa de até 100% (cem por cento) da soma dos valores dos bens
prometidos como prêmio; e
IV - advertência.
§ 1º Incorre também nas sanções previstas neste artigo quem, em desacordo
com as normas aplicáveis, prometer publicamente realizar operações regidas
por esta Lei.
§ 2º Na hipótese de reincidência, nos termos do § 2º do art. 12 desta Lei, a
sanção de multa será aplicada isolada ou cumulativamente com outras sanções,
e seu valor será agravado em dobro." (NR)

"Art. 13-A. .............................................................................................................


................................................................................................................................
III - multa de até 100% (cem por cento) da soma dos valores dos bens
prometidos como prêmio; e
IV - advertência.
Parágrafo único. Na hipótese de reincidência, nos termos do § 2º do art. 12
desta Lei, a sanção de multa será aplicada isolada ou cumulativamente com
outras sanções, e seu valor será agravado em dobro." (NR)

"Art. 14. .................................................................................................................


................................................................................................................................
III - sujeição a regime especial de fiscalização;
IV - multa de até 100% (cem por cento) das importâncias, recebidas ou a
receber, previstas em contrato, a título de despesa ou taxa de administração; e
V - advertência.
Parágrafo único. Na hipótese de reincidência, nos termos do § 2º do art. 12
desta Lei, a sanção de multa será aplicada isolada ou cumulativamente com
outras sanções, e seu valor será agravado em dobro." (NR)

"Art. 14-A. As infrações ao disposto nesta Lei e nos atos que a regulamentem
não alcançadas pelos arts. 12, 13 e 14 desta Lei sujeitam o infrator, de modo
isolado ou cumulativo, às seguintes sanções:
I - cassação da autorização;
II - proibição de realizar as operações por período estabelecido pelo Ministério
da Fazenda, que não poderá exceder a 2 (dois) anos;
III - multa de até 100% (cem por cento) da soma dos valores dos bens
prometidos como prêmio, a ser estabelecida pelo Ministério da Fazenda; e
IV - advertência.
§ 1º Caracteriza reincidência o cometimento de nova infração da mesma
natureza no período de 3 (três) anos subsequente à data da decisão condenatória
administrativa definitiva relativa à infração anterior.
§ 2º Na hipótese de reincidência, a sanção de multa será aplicada isolada ou
cumulativamente com outras sanções, e seu valor será agravado em dobro."

"Art. 17-A. Na hipótese de denúncia com elementos insuficientes de autoria ou


de materialidade ou que contenha defeitos ou irregularidades capazes de
dificultar sua análise, poderá ser concedido prazo, apenas uma vez, para que o
denunciante a emende, sob pena de arquivamento."

"Art. 18-A. O Ministério da Fazenda, em juízo de conveniência e oportunidade


devidamente fundamentado, com vistas a atender ao interesse público, poderá
deixar de instaurar ou suspender, em qualquer fase que preceda a tomada da
decisão de primeira instância, o processo administrativo destinado à apuração
de infração prevista nesta Lei, se o investigado firmar termo de compromisso
no qual se obrigue a, cumulativamente:
I - cessar a prática sob investigação ou os seus efeitos lesivos;
II - corrigir as irregularidades apontadas e indenizar os prejuízos; e
III - cumprir as demais condições que forem acordadas no caso concreto, com
obrigatório recolhimento de contribuição pecuniária.
§ 1º A proposta de termo de compromisso poderá ser apresentada apenas uma
vez.
§ 2º A proposta de termo de compromisso poderá, a requerimento do
interessado ou mediante decisão fundamentada do Ministério da Fazenda, ser
classificada como documento sigiloso.
§ 3º A apresentação de proposta de termo de compromisso suspenderá a
contagem do prazo de prescrição.
§ 4º A proposta de termo de compromisso será rejeitada quando não houver
acordo entre o Ministério da Fazenda e os investigados com relação às
obrigações a serem compromissadas.
§ 5º A apresentação da proposta e a celebração do termo de compromisso não
importarão confissão quanto à matéria de fato nem reconhecimento da ilicitude
da conduta analisada.
§ 6º O termo de compromisso será celebrado pelo Ministro de Estado da
Fazenda, admitida a delegação de competência, e sua versão pública será
publicada no sítio eletrônico do Ministério da Fazenda no prazo de 5 (cinco)
dias úteis, contado da data de sua assinatura.
§ 7º O termo de compromisso constituirá título executivo extrajudicial.
§ 8º O processo administrativo será suspenso na data da publicação do termo de
compromisso pelo Ministério da Fazenda, sem prejuízo de sua retomada na
hipótese de descumprimento das obrigações compromissadas.
§ 9º A suspensão do curso do processo administrativo e da contagem do prazo
de prescrição somente terá efeito em relação ao interessado que apresentou a
proposta e firmou o termo de compromisso, mantidos o curso do processo e a
contagem do prazo em relação aos demais investigados ou envolvidos.
§ 10. O termo de compromisso fixará o valor da multa a ser aplicada na
hipótese de descumprimento total ou parcial das obrigações compromissadas.
§ 11. Declarado o descumprimento das obrigações compromissadas, o
Ministério da Fazenda aplicará as sanções previstas no termo de compromisso e
adotará as demais medidas administrativas, extrajudiciais e judiciais cabíveis
para sua execução.
§ 12. O processo administrativo será arquivado ao término do prazo fixado no
termo de compromisso, desde que atendidas as obrigações compromissadas.
§ 13. O Ministério da Fazenda editará normas complementares sobre o termo de
compromisso."

Art. 51. A Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, passa a vigorar com as


seguintes alterações:

"Art. 17. ..............................................................................................................


I - ...........................................................................................................................
................................................................................................................................
i) 22% (vinte e dois por cento) para as organizações de prática esportiva da
modalidade futebol em contrapartida ao uso de suas denominações, suas
marcas, seus emblemas, seus hinos ou seus símbolos para divulgação e
execução do concurso de prognóstico específico;
................................................................................................................................
II - ..........................................................................................................................
................................................................................................................................
i) 22% (vinte e dois por cento) para as organizações de prática esportiva da
modalidade futebol em contrapartida ao uso de suas denominações, suas
marcas, seus emblemas, seus hinos ou seus símbolos para divulgação e
execução do concurso de prognóstico específico;
.................................................................................................................." (NR)

"Art. 20. .................................................................................................................


................................................................................................................................
V - 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) para as organizações de prática
esportiva da modalidade futebol em contrapartida ao uso de suas denominações,
suas marcas, seus emblemas, seus hinos, seus símbolos e similares para
divulgação e execução da Lotex;
.............................................................................................................." (NR)

"Art. 22. .................................................................................................................


................................................................................................................................
VIII - as organizações de prática esportiva da modalidade futebol em
contrapartida ao uso de suas denominações, suas marcas, seus emblemas, seus
hinos ou seus símbolos para divulgação e execução do concurso de prognóstico
específico e da
Lotex; ..................................................................................................................."
(NR)

"Art. 29. Fica criada a modalidade lotérica, sob a forma de serviço público,
denominada aposta de quota fixa, cuja exploração comercial ocorrerá no
território nacional.
§ 1º A modalidade lotérica de que trata o caput deste artigo consiste em sistema
de apostas relativas a eventos reais ou virtuais em que é definido, no momento
de efetivação da aposta, quanto o apostador pode ganhar em caso de acerto do
prognóstico.
§ 2º A loteria de apostas de quota fixa será autorizada, em caráter oneroso, pelo
Ministério da Fazenda e será explorada, exclusivamente, em ambiente
concorrencial, sem limite do número de autorizações, com possibilidade de ser
comercializada em quaisquer canais de distribuição comercial, observado o
disposto em lei especial e na regulamentação.
§ 3º O Ministério da Fazenda regulamentará o disposto neste artigo." (NR)

"Art. 30. .................................................................................................................


................................................................................................................................
V - ao pagamento do imposto de renda incidente sobre a premiação.
§ 1º-A. Do produto da arrecadação após a dedução das importâncias de que
tratam os incisos III e V do caput deste artigo, 88% (oitenta e oito por cento)
serão destinados à cobertura de despesas de custeio e manutenção do agente
operador da loteria de apostas de quota fixa e demais jogos de apostas,
excetuadas as modalidades lotéricas previstas nesta Lei, e 12% (doze por cento)
terão as seguintes destinações:
I - 10% (dez por cento) para a área de educação, conforme ato do Ministério da
Educação, por meio da seguinte decomposição:
a) 6,50% (seis inteiros e cinquenta centésimos por cento) destinados às escolas
de educação básica das redes públicas estaduais e municipais, incluídas aquelas
que atendem às modalidades de educação profissional e tecnológica, educação
de jovens e adultos, educação escolar indígena, educação quilombola, educação
do campo, educação especial inclusiva e educação bilíngue de surdos, no
âmbito do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), estabelecido pela Lei
nº 11.947, de 16 de junho de 2009;
b) 3,50% (três inteiros e cinquenta centésimos por cento) às escolas técnicas
públicas de nível médio;
II - 13,60% (treze inteiros e sessenta centésimos por cento) para a área da
segurança pública, por meio da seguinte decomposição:
a) 12,60% (doze inteiros e sessenta centésimos por cento) ao FNSP;
b) 1% (um por cento) ao Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras
(Sisfron);
III - 36% (trinta e seis por cento) para a área do esporte, por meio da seguinte
decomposição:
a) 7,30% (sete inteiros e trinta centésimos por cento) às entidades do Sistema
Nacional do Esporte, observado o disposto no art. 11 da Lei nº 14.597, de 14 de
junho de 2023 (Lei Geral do Esporte), e aos atletas brasileiros ou vinculados a
organizações de prática esportiva sediada no País, em contrapartida ao uso de
suas denominações, seus apelidos esportivos, suas imagens, suas marcas, seus
emblemas, seus hinos, seus símbolos e similares para divulgação e execução da
loteria de apostas de quota fixa;
b) 2,20% (dois inteiros e vinte centésimos por cento) ao COB;
c) 1,30% (um inteiro e trinta centésimos por cento) ao CPB;
d) 0,70% (setenta centésimos por cento) ao CBC;
e) 0,50% (cinquenta centésimos por cento) à CBDE;
f) 0,50% (cinquenta centésimos por cento) à CBDU;
g) 0,30% (trinta centésimos por cento) ao CBCP;
h) 22,20% (vinte e dois inteiros e vinte centésimos por cento) ao Ministério do
Esporte;
i) 0,70% (setenta centésimos por cento) às secretarias de esporte, ou órgãos
equivalentes, dos Estados e do Distrito Federal;
j) 0,30% (trinta centésimos por cento) ao Comitê Brasileiro do Esporte Master
(CBEM);
IV - (revogado);
IV-A - 10% (dez por cento) para a seguridade social;
V - 28% (vinte e oito por cento) para a área do turismo, por meio da seguinte
decomposição:
a) 5,60% (cinco inteiros e sessenta centésimos por cento) à Agência Brasileira
de Promoção Internacional do Turismo (Embratur);
b) 22,40% (vinte e dois inteiros e quarenta centésimos por cento) ao Ministério
do Turismo;
VI - 1% (um por cento) para o Ministério da Saúde, para medidas de prevenção,
controle e mitigação de danos sociais advindos da prática de jogos, nas áreas de
saúde;
VII - 0,50% (cinquenta centésimos por cento) divididos entre as seguintes
entidades da sociedade civil:
a) 0,20% (vinte centésimos por cento) à Fenapaes;
b) 0,20% (vinte centésimos por cento à Fenapestalozzi;
c) 0,10% (dez centésimos por cento) à Cruz Vermelha Brasileira;
VIII - 0,50% (cinquenta centésimos por cento) para o Fundo para
Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da Polícia Federal
(Funapol);
IX - 0,40% (quarenta centésimos por cento) para a Agência Brasileira de
Desenvolvimento Industrial (ABDI).
................................................................................................................................
§ 2º Os agentes operadores repassarão as arrecadações das loterias diretamente
aos beneficiários legais de que tratam o inciso I, as alíneas a a g e j do inciso III
e o inciso VII do § 1º-A deste
artigo. .....................................................................................................................
...........
§ 6º A regulamentação de que trata o § 3º do art. 29 desta Lei estabelecerá a
forma e o processo pelos quais serão concedidas autorizações para que todos os
agentes operadores da modalidade lotérica de apostas de quota fixa façam uso:
I - da imagem, do nome ou do apelido desportivo e dos demais direitos de
propriedade intelectual dos atletas; e
II - das denominações, das marcas, dos emblemas, dos hinos, dos símbolos e
similares das organizações esportivas.
§ 7º A destinação de que trata a alínea a do inciso III do § 1º-A deste artigo será
revertida, na forma estabelecida pelo regulamento:
I - às organizações de prática desportiva sediadas no País e aos atletas
brasileiros a elas vinculadas, nas hipóteses em que seu nome, apelido, imagem e
demais direitos de propriedade intelectual forem expressamente objeto de
aposta; ou
II - à organização nacional de administração da modalidade de que tratar o
evento, quando os participantes não integrarem o Sistema Nacional do Esporte.
§ 8º Os repasses de que tratam os incisos I, II, III, V, VI, VIII e IX do § 1º-A
deste artigo serão apurados e recolhidos pelos agentes operadores,
mensalmente, na forma estabelecida pela regulamentação de que trata o § 3º do
art. 29 desta Lei.
§ 9º A contribuição de que trata o inciso IV-A do § 1º-A deste artigo será
apurada e recolhida pelos agentes operadores, mensalmente, na forma
estabelecida pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil do Ministério
da Fazenda, no exercício das atribuições de que trata o art. 2º da Lei nº 9.003,
de 16 de março de 1995.
§ 10. Do montante arrecadado nos termos da alínea i do inciso III do § 1º-A
deste artigo, 50% (cinquenta por cento) caberão às secretarias de esporte, ou
órgãos equivalentes, dos Estados e do Distrito Federal, e 50% (cinquenta por
cento) serão distribuídos pelos Estados aos seus respectivos Municípios, na
proporção de sua população." (NR)

"Art. 32. É instituída a Taxa de Fiscalização devida pela exploração comercial


da loteria de apostas de quota fixa, que tem como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia de que trata o § 2º do art. 29, e incide mensalmente
sobre o produto da arrecadação após a dedução das importâncias de que trata o
§ 1º-A do art. 30 desta Lei.
§ 1º A Taxa de Fiscalização abrange todos os atos do regular poder de polícia
inerentes aÌ atividade e será aplicada de acordo com as faixas de valores
destinados à cobertura de despesas de custeio e manutenção do agente operador
da loteria de apostas de quota fixa mensalmente, na forma do Anexo desta Lei.
................................................................................................................................
§ 6º A taxa de que trata o caput deste artigo será atualizada monetariamente por
ato do Ministro de Estado da Fazenda, em periodicidade não inferior a 1 (um)
ano, e o valor da atualização não excederá a variação do índice oficial de
inflação apurado no período desde a última correção.
................................................................................................................" (NR)

"CAPÍTULO V-A
DA EXPLORAÇÃO DAS LOTERIAS PELOS ESTADOS E PELO
DISTRITO FEDERAL

Art. 35-A. Os Estados e o Distrito Federal são autorizados a explorar, no


âmbito de seus territórios, apenas as modalidades lotéricas previstas na
legislação federal.
§ 1º A exploração de loterias pelos Estados e pelo Distrito Federal poderá ser
efetuada mediante concessão, permissão ou autorização ou diretamente,
conforme regulamentação própria, observada a legislação federal.
§ 2º Ao mesmo grupo econômico ou pessoa jurídica será permitida apenas 1
(uma) única concessão e em apenas 1 (um) Estado ou no Distrito Federal.
§ 3º Em caso de exploração pelos Estados e pelo Distrito Federal de
modalidade lotérica semelhante à prevista no art. 2º do Decreto-Lei nº 204, de
27 de fevereiro de 1967, é vedado o uso da expressão "Loteria Federal".
§ 4º A comercialização e a publicidade de loteria pelos Estados ou pelo Distrito
Federal realizadas em meio físico, eletrônico ou virtual serão restritas às
pessoas fisicamente localizadas nos limites de suas circunscrições ou àquelas
domiciliadas na sua territorialidade.
§ 5º São vedadas a exploração multijurisdicional de serviço de loteria estadual e
distrital e a comercialização das modalidades lotéricas, não permitidos
associação, participação, convênio, compartilhamento, representação,
contratação, subcontratação ou qualquer avença, onerosa ou não onerosa,
diretamente entre Estados ou entre estes e o Distrito Federal, ou por meio de
pessoa física ou jurídica interposta, com o objetivo de explorar loterias,
inclusive estrangeiras, em canal físico, eletrônico ou digital, ou de executar
processos de suporte a esse negócio.
§ 6º Considera-se multijurisdicional para os fins do § 5º deste artigo a
exploração de loteria que abranja o território e a população fisicamente
localizada nos limites da circunscrição de mais de 1 (um) ente federativo.
§ 7º Os Estados e o Distrito Federal deverão prestar contas dos recursos
aplicados, respectivamente, aos tribunais de contas estaduais e ao Tribunal de
Contas do Distrito Federal.
§ 8º São preservadas e confirmadas em seus próprios termos todas as
concessões, permissões, autorizações ou explorações diretas promovidas pelos
Estados e pelo Distrito Federal a partir de procedimentos autorizativos iniciados
antes da publicação da Medida Provisória nº 1.182, de 24 de julho de 2023,
assim entendidos aqueles cujo primeiro edital ou chamamento público
correspondente tenha sido publicado em data anterior à edição da referida
Medida Provisória, independentemente da data da efetiva conclusão ou
expedição da concessão, permissão ou autorização, respeitados o direito
adquirido e os atos jurídicos perfeitos."

Art. 52. O art. 50 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, passa a


vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 50. Fica instituída a Taxa de Autorização referente à autorização das


atividades de que trata a Lei nº 5.768, de 20 de dezembro de 1971, que incidirá
sobre o valor do plano de operação, na forma e nas condições estabelecidas em
ato do Ministro de Estado da Fazenda.
§ 1º A Taxa de Autorização de que trata o caput deste artigo será cobrada na
forma do Anexo I desta Lei.
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado)." (NR)

Art. 53. (VETADO).

Art. 54. O Anexo da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018, passa a vigorar na


forma do Anexo II desta Lei.

Art. 55. (VETADO).

Art. 56. (VETADO).

Art. 57. Ficam revogados:


I - do Decreto-Lei nº 204, de 27 de fevereiro de 1967:
a) o art. 1º; e
b) o art. 32;
II - da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001:
a) os §§ 2º, 3º e 4º do art. 50; e
b) o Anexo II; e
III - da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018:
a) o art. 28;
b) o inciso IV do caput e o inciso IV do § 1º-A do art. 30;
c) o art. 31;
d) o art. 34; e
e) o art. 35.

Art. 58. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e produz efeitos:
I - quanto ao inciso VI do caput do art. 39, a partir da data de vigência da
regulamentação do Ministério da Fazenda que possibilite aos interessados a apresentação de
pedido de autorização para a exploração de apostas de quota fixa;
II - quanto ao art. 51, na parte em que altera o § 1º-A do art. 30 da Lei nº 13.756, de
12 de dezembro de 2018, para dispor sobre a contribuição à seguridade social, a partir do
primeiro dia do quarto mês subsequente ao de sua publicação;
III - quanto à alínea b do inciso III do caput do art. 57, a partir do primeiro dia do
quarto mês subsequente ao de sua publicação; e
IV - quanto aos demais dispositivos, na data de sua publicação.

Brasília, 29 de dezembro de 2023; 202º da Independência e 135º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Fernando Haddad
André Luiz Carvalho Ribeiro
Gustavo José de Guimarães e Souza (Assinaturas retificadas no DOU de 9/1/2024)

ANEXO I
(VETADO)

ANEXO II
(Anexo da Lei nº 13.756, de 12 de dezembro de 2018)

“ANEXO

Faixa de Valor Valor da Taxa de Fiscalização mensal


Até R$ 30.837.749,76 R$ 54.419,56
De R$ 30.837.749,77 a R$ R$ 90.699,26
51.396.249,60
De R$ 51.396.249,61 a R$ R$ 151.165,44
85.660.416,00
De R$ 85.660.416,01 a R$ R$ 251.942,40
142.767.360,00
De R$ 142.767.360,01 a R$ R$ 419.904,00
237.945.600,00
De R$ 237.945.600,01 a R$ R$ 699.840,00
396.576.000,00
De R$ 396.576.000,01 a R$ R$ 1.166.400,00
660.960.000,00
Acima de R$ 660.960.000,01 R$ 1.944.000,00
................................................................................................................................"

Você também pode gostar