Principios Diretrizes Supervisao Escolar Paulistana 1

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Supervisão

Escolar
Paulistana
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
Ricardo Nunes

SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO
Fernando Padula

SECRETÁRIO ADJUNTO DE EDUCAÇÃO


Bruno Lopes Correia

SECRETÁRIA EXECUTIVA MUNICIPAL


Malde Maria Vilas Bôas

CHEFE DE GABINETE
Omar Cassim Neto
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

Supervisão
Escolar
Paulistana

São Paulo | 2022


COORDENADORIA PEDAGÓGICA – COPED Marcelo Fontana
Simone Aparecida Machado - Coordenadora Márcia Cordeiro Moreira
Maria Angelica Chagas Ferreira
NÚCLEO DE ACOMPANHAMENTO - NAC Maria Cristina Rodrigues
Maria Cristina Rodrigues - Coordenadora Maria Nazareth Moreira Vasconcelos
Daniela Oliveira Silva Marina Garcia Machado
Jurema Carla Pupo de Freitas Matilde Aparecida da Silva Franco Campanha - SME/COPED/DIEI
Karina Pellegrino Brossi Mônica Cristina Mussi
Marcelo Alexandre Merce Nasser Hasan Mahmoud Mohamad (in memoriam)
Norma Lucia Barbosa
EQUIPE DE AUTORIA Orgides Maria da Silva Neta
Adriana Aparecida da Silva Prado Paloma Martins da Silva
Adriana Fernandes da Silva - SME/COPED/DIEJA Patrícia Helena Ferreira
Adriana Pássaro Corinaldesi Renata Lívia Soares Perini
Agostinho de Paula Pereira Rosangela Ferreira de Souza Queiroz - SME/COPED/DIEFEM
Aline Garcia de Oliveira Pedroso Samantha Meconi
Ana Paula Guimarães Selma Maria Bernardes Caetano
Ana Regina Santos Borges Soraya Rahal
Andrea Costa Garcia Tássio Jose da Silva
Antonio Gomes Jardim Zélia Jorge Pessoa - SME/COPED/DIEJA
Claudia Ribeiro Calixto
Claudio Santana Bispo - SME/COPED/DIEJA ASSESSORIA
Cristiane Carvalhais Regis Mônica Apezzatto Pinazza
Cyntia Simone de S. Rodrigues
Daniel Aparecido Teles PROJETO EDITORIAL
Daniela Gilvana Alfredo Sene CENTRO DE MULTIMEIOS
Denise Regina da Costa Aguiar Ana Rita da Costa - Coordenadora
Edna de Oliveira Telles
Eduardo de Paula NÚCLEO DE CRIAÇÃO E ARTE
Eliana Scaravelli Arnoldi Angélica Dadario - projeto e editoração
Eliene Gomes Vanderlei Mardegan Cassiana Paula Cominato
Fernanda Medeiros Bezerra das Neves Fernanda Gomes Pacelli - editoração
Fernanda Santos de Andrade Albuquerque Priscila da Silva Leandro
Fernando Araújo de Oliveira Simone Porfirio Mascarenhas
Gisele Pereira Kubo
Leticia Augusta Arakaki REVISÃO
Lígia Cristiane Ferreira de Carvalho Roberta Cristina Torres da Silva
Ligia Ramo de Souza

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

São Paulo (SP). Secretaria Municipal de Educação. Coordenadoria Pedagógica.


Princípios e diretrizes gerais da prática da supervisão escolar paulistana. – São
Paulo : SME / COPED, 2022.
46 p. : il.

Bibliografia

1. Supervisão escolar. 2. Educação e ensino. I. Título.


CDD 22. ed. 371.203

Código da Memória Documental: SME111/2022


Elaborado por Patrícia Martins da Silva Rede – CRB-8/5877
prezados(as)
Em janeiro de 2022, ao iniciar minha atuação na coordenação da COPED –
Secretaria Municipal de Educação, trouxe como premissa de trabalho pensar
e construir processos qualificados de acompanhamento das aprendizagens
e desenvolvimento dos bebês, crianças, adolescentes e adultos, sem perder
de vista conceitos fundamentais da política educacional da Cidade de São
Paulo: o da gestão democrática e da promoção da cultura participativa nos
diferentes processos.
Como gestores escolares, acreditamos na importância do acompanhamento
das ações educativas, de modo a dimensionar a assertividade das proposições
e/ou a necessidade de replanejamento, para a garantia do atendimento aos
direitos de aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes atendidos
pela nossa Rede.
Ao pensar em uma proposta desta natureza para a Rede e na garantia do
envolvimento e engajamento dos gestores escolares, tornou-se fundamental
a constituição do Núcleo de Acompanhamento da COPED e, por sua vez, o
resgate do trabalho desenvolvido pelo grupo referência durante a pandemia,
que culminou em um importante documento sobre princípios e diretrizes da
ação supervisora.
Este projeto, realizado por este grupo referência entre 2019 e 2020, é exem-
plo de espaço democrático de reflexões e de trabalho que resultou em um pro-
duto final, portanto o seu lugar é nas mãos das supervisoras e supervisores des-
ta Rede, para estudo e planejamento das novas ações e dos próximos passos
no aprimoramento da nossa atuação enquanto gestores e articuladores de uma
educação pública de qualidade.
Estaremos juntos nesse caminho para novas e boas práticas de gestão!
Desejo uma boa leitura!

Simone Aparecida Machado


COORDENADORA - COPED
Foto: Daniel Cunha - Acervo MEM | CM | SME
colegas
Considerando o complexo contexto de elaboração deste documento Princí-
pios e Diretrizes Gerais da prática da Supervisão Escolar Paulistana, em meio
à pandemia, e todos os desdobramentos advindos desse período, o trabalho
da Supervisão Escolar, que já se fazia complexo, se deparou com outros desa-
fios, a começar pela necessidade de delinear novos planejamentos de gestão e
acompanhamento das aprendizagens e desenvolvimento dos estudantes. Cabe
salientar que a construção do documento se deu por meio de uma produção
coletiva e representativa da Supervisão Escolar e com discussões embasadas
por documentos legais e saberes práticos dos envolvidos no processo.
A proposta de elaboração do documento, sob assessoria da professora
Dr.ª Mônica Appezzato Pinazza, ocorre mediante a necessidade de pensar a
continuidade dos processos formativos da Supervisão Escolar, compreenden-
do a produção como um espaço a mais para discussões que visam ampliar
a articulação pedagógica e prática entre os segmentos educativos da Rede
Municipal de Ensino de São Paulo, em especial às Equipes Gestoras.
É com alegria que apresentamos os Princípios e Diretrizes Gerais da Prática
da Supervisão Escolar, compreendendo que se faz necessário promover a con-
tinuidade das discussões aqui apresentadas, uma vez que as configurações
dos processos da ação educativa em si não são findas e as transformações
decorrentes deste período pandêmico exigem o aprofundamento nas discus-
sões sobre as diretrizes que regem a ação supervisora. Acreditamos que a
Supervisão Escolar potencializa a gestão democrática em suas práticas e que
esse documento delineia Princípios e Diretrizes fundamentais para garantia do
direito das aprendizagens dos nossos bebês, crianças, adolescentes, jovens
e adultos. Seguimos desejosos que a leitura desse documento continue a nos
inspirar na construção de uma educação pública de qualidade.

Núcleo de Acompanhamento - NAC


COPED - SME
sumário

introdução......................................9

princípios.....................................17

diretrizes gerais............................21

dimensões da prática da
supervisão escolar........................27

referências....................................39
Foto: Jovino Soares - Acervo MEM | CM | SME
introdução

Em meados de 2020, foi realizada a discussão que colocou em voga muitos


dos princípios que fundamentam a educação brasileira, tendo como balizadores
importantes marcos legais do final dos anos de 1980 e da década de 1990, que
ratificam e procuram assegurar a educação como um direito fundamental de
cidadãos/cidadãs em uma democracia social.
É neste cenário que, com a anuência e suporte da Coordenação Pedagógi-
ca da Secretaria Municipal de Educação – COPED-SME, constituiu-se, por livre
9
adesão, um Grupo de Trabalho – GT composto de representações do segmento
da Supervisão Escolar de Diretorias Regionais de Educação – DREs, que acolhe- Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
ram a proposta de colocar em foco a Prática da Supervisão Escolar Paulistana,
procurando explicitá-la a partir dos preceitos basilares que devem subsidiá-la.
De agosto a dezembro de 2020, o GT reuniu-se sistematicamente, segundo
um cronograma prévio de atividades, pondo em curso a construção do que se
definiu ser um documento com os Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da
Supervisão Escolar Pauslitana, ora apresentado.
Tratou-se de um processo intenso de estudos partilhados pelos membros
do GT que, em um movimento dialógico, trouxeram para os encontros as con-
tribuições de seus pares nas respectivas DREs, resultantes das reuniões não
presenciais com a equipe local da Supervisão Escolar e de manifestações indivi-
duais expressas em ambientes remotos (por exemplo, em formulários digitais)
concebidos para assegurar a possibilidade da mais ampla participação de todas
as pessoas interessadas.
Como ponto de partida, a convicção de que um país democrático deve prezar
por ações equânimes e por uma educação pública, laica, antirracista, inclu-
siva, progressista, emancipatória, zelosa da diversidade e atenta às desigualda-
des sociais. As primeiras inspirações advêm da Constituição Federal de 1988,
que afirma que a Educação é um “direito de todos”, sendo regida por princípios
elementares dos quais destacam-se a igualdade, a liberdade, o pluralismo de
ideias, a gestão democrática e a valorização profissional (BRASIL,1988); do
Estatuto da Criança e do Adolescente, que assegura “as oportunidades e fa-
cilidades” para facultar-lhes “o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual
e social, em condições de liberdade e dignidade” (BRASIL, 1990) e da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96, que ratifica o disposto
no texto constitucional e assevera que a Educação Nacional inspira-se “nos
princípios da liberdade e nos ideais de solidariedade humana” (BRASIL, 1996).
Desses dispositivos legais derivaram outros importantes documentos regu-
ladores e orientadores, que se encontram em plena vigência e, portanto, mere-
ceram observância na composição do presente documento. Em destaque nas
10
considerações do GT, o conceito de educação integral que pressupõe o desen-
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

volvimento do sujeito em suas múltiplas facetas, o que implica a concepção de


um currículo plural e dinâmico constituído no cotidiano pelos diferentes atores
envolvidos na ação educativa, com a garantia dos direitos à aprendizagem e ao
desenvolvimento dos bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos, em uma
perspectiva emancipatória e transformadora da realidade, visando à construção
de uma sociedade mais justa e igualitária.
O propósito de formular o documento foi trazer, em um texto elucidativo e
adensado, os saberes e fazeres da Supervisão Escolar, avançando para além
de documentos legais, já existentes, que se restringem ao anúncio de um rol
de atribuições concernentes ao exercício do cargo de Supervisor Escolar no
município. Pretendeu-se, mesmo, expressar a potência de todo um segmento
profissional em pensar sobre as complexas tarefas que compõem o cotidiano de
supervisores(as) escolares na Cidade de São Paulo.
Exercer o cargo de Supervisor Escolar em uma Rede Municipal de Ensino
– RME como a paulistana requer antes de mais nada fazer jus a uma trajetória
histórica marcada pela construção de identidade profissional, em um contexto
sócio-histórico-cultural de atuação muito peculiar, quando comparada às de-
mais redes de todo o país. Como município de dimensão e de complexidade
ímpares, São Paulo representa uma condição desafiadora a todos os setores de
serviços e não poderia ser diferente ao setor da educação.
Fala-se da maior rede de ensino do Brasil que conta, atualmente, com
4.9041 Unidades Educacionais de diferentes etapas e modalidades. São 902
unidades de Ensino Fundamental, Ensino Médio e MOVA; 950 unidades de
Educação Infantil (CEIs, EMEIs e CEMEIs) da rede direta e 2.230 unidades
de Educação Infantil da rede parceira indireta (CEIs - RPI) e da rede parceira
particular (CEIs/creches - RPP). Somam-se a essas unidades, 822 instituições
educacionais particulares que são acompanhadas pela Supervisão Escolar
paulistana. O grande número de unidades supervisionadas em seus aspec-
tos técnico-administrativos e pedagógicos pelos(as) supervisores(as) levou
a uma intensa mobilização da categoria para ampliação do módulo, que con-
11
templa, hoje, 427 cargos, distribuídos entre as treze DREs, sendo que cada
supervisor(a), a depender da DRE, possui uma média de 10 a 15 Unidades Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
Educacionais sob sua supervisão.
O marco legal definidor do cargo de Supervisor Escolar é o Estatuto do Ma-
gistério, conquista histórica de educadores(as) da cidade, consubstanciado pela
Lei nº 11.229/92. Diferente das denominações e atribuições anteriores (Inspetor
Escolar, Orientador Pedagógico e Supervisor de Ensino de 1º e 2º graus) com
prevalência de indicações políticas, a partir desse momento, o cargo passa a ser
provido por concurso público, sendo o primeiro realizado no ano de 1995, e os
seguintes em 2004, 2009 e 2015. A partir da Lei nº 14.660/07, a realização dos

1 Dados da Escola Online – EOL, setembro de 2022.


concursos públicos, inicialmente de acesso e ingresso e, a partir de 2009, de
acesso, passou a impactar diretamente na atuação e na concretização da carreira.
Com uma história singular, os(as) supervisores(as) escolares protagonizam
importantes momentos da educação municipal e enfrentam grandes desafios
impostos pela realidade específica de uma Rede Municipal de Ensino quando
atua pela garantia de acesso, permanência e qualidade social de educação em
face da natureza variada de atendimentos nas instituições educacionais, em
diferentes etapas e modalidades educacionais.
O processo de profissionalização e a construção identitária da Supervisão
Escolar constituíram-se objeto de estudos teórico-práticos de investigações
desenvolvidas, no âmbito do próprio segmento, por supervisores(as) empe-
nhados(as) em recuperar e registrar a história da Supervisão Escolar, identi-
ficar as especificidades e discutir a atuação no cargo e, em última instância,
apresentar proposições à qualificação e ao fortalecimento dos profissionais
como legítimos partícipes na gestão de políticas públicas educacionais. Den-
tre esses estudos, podem ser citados os de: Cabral (2010); Salmaso (2011);
Possani et al. (2012); Souza (2012); Teixeira (2014) e Rodrigues (2020). Outras
publicações e relatos reúnem-se a essas pesquisas, tais como a coletânea
de artigos produzidos por supervisores(as) em parceria com a universidade
(NEIRA; PINAZZA, 2018) e comunicações em encontros, como os de Pimenta
12
e Cintra (1981) e do I Foro de Debates da Supervisão Escolar Paulistana, rea-
2
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

lizado em 19 de março de 2019.


A ampliação e a complexificação constantes da RME-SP, que acolhe cres-
centes desafios em uma pluralidade de frentes de atendimento, em diferentes
etapas e modalidades de educação, fazem-se acompanhar pela intensificação e
complexificação do trabalho da Supervisão Escolar. Para além do número de ins-
tituições administradas, exclusiva e diretamente, pela municipalidade, constam
entre as condições desafiantes a expressiva expansão das parcerias firmadas
por convênios público-privados no atendimento em Centros de Educação Infantil

2 O I Foro de Debates da Supervisão Escolar Paulistana foi um evento organizado por uma equipe de represen-
tantes da Supervisão Escolar das 13 DREs, resultante de um processo formativo promovido pela Secretaria Municipal de
Educação, no ano de 2018.
e em instituições destinadas à Educação Especial; nas unidades de MOVA; nas
recém-integradas Escolas Técnicas de Saúde, dentre outras iniciativas.
No que tange aos compromissos de caráter pedagógico, constam as
imprescindíveis ações de acompanhamento do trabalho educativo e de formação
junto às equipes das Unidades Educacionais, tão caras ao segmento da Super-
visão Escolar, por tratarem essencialmente da promoção da qualidade social do
que se desenvolve em todas as instituições municipais de educação com bebês,
crianças, jovens e adultos e seus familiares, em favor do bem público comum.
Reúnem-se a esses compromissos as atuações indispensáveis de ordem
técnico-administrativa que, alinhadas aos propósitos pedagógicos, incluem a
autorização do funcionamento de instituições parceiras indiretas e particulares
vinculadas ao sistema educacional da Cidade de São Paulo, em observância aos
marcos reguladores estabelecidos pelo Conselho Municipal de Educação e pela
Secretaria Municipal de Educação, como também ações de mediação no plano
das relações interpessoais, envolvendo equipe escolar, família e comunidade.
A multiplicidade de demandas atribuídas à Supervisão Escolar representa
uma condição desafiadora ao coletivo de supervisores(as) escolares, posto que
requer não só a premente ampliação do módulo de supervisores(as), mas tam-
bém o alinhamento das proposições de ação no âmbito da equipe de Supervisão
Escolar de cada DRE e entre as equipes de supervisores(as) das treze DREs. 13
Além disso, torna-se imperativo que, nos Planos de Ação das DREs, ocorra a efe-
tiva articulação entre Supervisão Escolar e outros setores das DREs (DIAF, DIPED Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

e DICEU) e a estreita interlocução desse segmento com as demais instâncias


decisórias da Secretaria Municipal de Educação.
A formulação deste documento, chancelada pela Coordenadoria Pedagógica
da Secretaria Municipal de Educação (COPED-SME), vem ao encontro do anseio
de um coletivo de profissionais que, em suas histórias, acumulam saberes e
ricas experiências como educadores(as) da RME-SP e, como supervisores(as)
escolares, consolidam o segmento da Supervisão Escolar paulistana.
Este documento visa à explicitação das concepções, princípios e diretrizes
gerais que devem subsidiar as ações da Supervisão Escolar, da maneira como,
na atualidade, se pretende reafirmada e legitimada nos planos da proposição,
implantação e implementação de políticas públicas para a educação na RME-SP.

Considerando
Os documentos legais vigentes balizadores:

• Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988 (Art. 37; 205 a 214).


• Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 13 de julho de 1990.
• Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes
e Bases da Educação Nacional.
• Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, de
09/07/2010.
• Lei nº 11.645/2008, altera a Lei nº 9.394/1996, modificada pela Lei nº
10.639/2003, a qual estabelece as diretrizes e bases da educação na-
cional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatorieda-
de da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.
• Lei Orgânica do Município, de 1989 (Art. 200 a 211).
14 • Indicação CME nº 01/2000, que trata sobre o papel do Supervisor Esco-
lar no sistema municipal de ensino da Cidade de São Paulo.
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

• Lei nº 14.660, de 26 de dezembro de 2007, que reorganiza o Quadro dos


Profissionais de Educação, com as respectivas carreiras, e consolida o
Estatuto dos Profissionais da Educação Municipal.
• Lei nº 16.271, de 17 de setembro de 2015, que aprova o Plano Munici-
pal de Educação de São Paulo.
• Programa Mais Educação São Paulo: Subsídios 5: A Supervisão Escolar
na Rede Municipal de Ensino de São Paulo: a gestão educacional em
uma perspectiva sistêmica. São Paulo: SME/ DOT, 2015.
• Decreto nº 57.379, de 13 de outubro de 2016, institui, no âmbito da
Secretaria Municipal de Educação, a Política Paulistana de Educação
Especial, na Perspectiva da Educação Inclusiva.
• Portaria nº 8.764, de 23 de dezembro de 2016. Regulamenta o Decreto
nº 57.379, de 13 de outubro de 2016, que “Institui no Sistema Municipal
de Ensino a Política Paulistana de Educação Especial, na Perspectiva da
Educação Inclusiva”.
• Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana. São Paulo:
SME/ DOT, 2016.
• Currículo da Cidade - Ensino Fundamental: todos os componentes. São
Paulo: SME / COPED, 2019.
• Currículo da Cidade - Educação de Jovens e Adultos: todos os compo-
nentes. São Paulo: SME/COPED, 2019.
• Currículo da Cidade: Educação Infantil. São Paulo: SME / COPED, 2019.
• Portaria nº 4.548/17, que estabelece normas para a celebração e o
acompanhamento de termos de colaboração entre a Secretaria Munici-
pal de Educação e Organizações da Sociedade Civil, visando à manuten-
ção, em regime de mútua colaboração, de Centros de Educação Infantil 15
- CEI para o atendimento de crianças na faixa etária de zero a três anos,
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
bem como todas alterações subsequentes.
• Decreto nº 59.660, de 04 de Agosto de 2020, que dispõe sobre a
organização e o funcionamento da Secretaria Municipal de Educação,
Art. 70.
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

16
princípios

O presente documento, pautado em uma perspectiva progressista de edu-


cação, admite que à Prática da Supervisão Escolar subjazem três ordens comple-
mentares de princípios: os éticos, os políticos e os epistemológicos.

P RPRINCÍPIOS
INCÍPIOS
17
Éticos políticos epistemológicos
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
Construção do conhecimento
O interesse público Democratização
sobre o particular Interculturalidade dos saberes
Participação
Equidade Pluralidade de ideias e de
Legalidade expressão da linguagem
Autonomia
Responsabilidade Valorização dos diferentes
Solidariedade estatutos dos saberes
Colaboração
Emancipação
Éticos
Supremacia do interesse público sobre o particular: defesa do bem comum
com objetividade, imparcialidade e transparência dos critérios adotados nas to-
madas de decisões e em ações em qualquer instância de atuação.
• Equidade: discernimento ao tratar as universalidades e as diferenças
entre os seres humanos e suas singularidades; julgamento equânime das
circunstâncias, respeito à diversidade (gênero; etária/geracional; étnico-
-racial; religiosa; territorial e linguística) e desnaturalização das desigual-
dades socioeconômicas e culturais.
• Autonomia: condição humana cuja plenitude revela-se na busca cons-
tante dos sujeitos em se fazerem autorregulados ou auto-orientados;
empreendimento que se dá no terreno das inter-relações, da intersubje-
tividade, concretizando-se em ações autorais.
• Solidariedade: reciprocidade de responsabilidades e interesses; con-
dição de mutualidade e interdependência no plano das relações entre
as pessoas.

Políticos
18 • Democratização: condição de direito das pessoas, indistintamente, ao
acesso irrestrito aos bens da cultura e à educação; garantia da possibili-
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

dade plena de experienciar aprendizagens ao longo da vida em espaços


educacionais formais e informais.

• Participação: reconhecimento da potência do ser humano como su-


jeito cognoscente e histórico-cultural, capaz de atuar em seus diferentes
contextos de vida e de transformar a realidade.

• Legalidade: observância das legislações como balizadoras das circuns-


tâncias sociais e interpretação crítica dos documentos reguladores em
favor da justiça social.
• Responsabilidade: exercício de constante atenção e autocrítica das
pessoas em relação às decisões e ações empreendidas em contextos
sócio-institucionais, implicados com interesses da coletividade.
• Colaboração: desenvolvimento de trabalho em comum entre pessoas,
condição que expressa sinergia, partilha e cooperação em torno de um
mesmo projeto.

Epistemológicos
• Construção do conhecimento: compreensão da natureza processual e si-
tuada do ato de conhecer; capacidade de experienciar, investigar e (re)signi-
ficar a cultura, visando à transformação da realidade sócio-histórico-cultural.
• Interculturalidade dos saberes: reconhecimento da pluralidade e
interconectividade de conhecimentos; admissão e legitimação das sin-
gularidades das diferentes culturas, igualmente responsáveis na consti-
tuição de saberes; superação da hegemonia no plano do conhecimento.
• Pluralidade de ideias e de expressões da linguagem: compreen-
são do caráter político do ato educativo e da escola; desmitificação da
concepção de neutralidade de currículos e de práticas educativas; legi-
timação dos saberes expressos por diferentes manifestações da lingua- 19
gem (oral, escrita; plástica; gestual e outras).
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

• Valorização dos diferentes estatutos dos saberes: legitimação dos


saberes construídos pelos bebês, crianças, jovens e adultos em seus
próprios contextos de vida como primeiros referenciais na constituição
de conceitos e enunciados formulados e sistematizados pelas distintas
áreas do conhecimento humano.
• Emancipação: ação transformadora da realidade constituída median-
te desenvolvimento da possibilidade argumentativa circunstanciada e da
criticidade em face aos fatos e situações; exercício autorregulador de
tomada de consciência para a tomada de decisão.
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

20
Foto: Roberto Tersi - Acervo MEM | CM | SME
diretrizes gerais

Dos princípios éticos, políticos e epistemológicos, anunciados anterior-


mente, derivam as Diretrizes Gerais subjacentes ao trabalho da Supervisão
Escolar paulistana.
O exercício da Supervisão Escolar define-se como um ato político, supra-
partidário, eticamente liberto dos interesses e das intenções particulares e em
defesa da justiça social. Como tal, deve firmar-se como transformadora e de
orientação emancipatória. Num contexto de ação supervisora autoral, atenta à
21
promoção da equidade, com explícita postura antirracista, antissexista, comba-
tiva das injustiças e desigualdades sociais, refutando quaisquer níveis de avalia- Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
ções meritocráticas e atitudes excludentes.
Considera a educação como lócus da (re)significação cultural e define a
instituição educacional como essencial à promoção da melhoria da qualidade
social construída coletivamente e, portanto, responsável pela consolidação dos
princípios democráticos, pautando-se em visão transformadora da educação
para todos.
Concebe a educação de qualidade social para todos como sendo implicada com
um trabalho pedagógico de intencionalidade explícita que possibilita as relações
de aprendizagens entre sujeitos, orientadas pela ética profissional. A qualidade da
educação escolar extrapola os limites dos fatos e feitos meramente mensuráveis,
mas, como prática social, a educação baliza-se pelos processos transformadores
que promove em todos os atores implicados na ação educativa. Assim, a qualidade
social traduz-se na formação de sujeitos críticos, autônomos e criativos, capazes de
compreender as contradições da sociedade e identificar os problemas contemporâ-
neos, que se fazem presentes em seu território e na esfera global, envolvendo-se
nas lutas e ações para que se prevaleça a justiça, combatendo as desigualdades e
promovendo as transformações necessárias.
Neste documento, postula-se que a ação supervisora deve ser, acima de
tudo, constitutiva de propostas para a construção de uma sociedade pautada
em ideias democráticas, progressistas e inclusivas. Trata-se, desse modo, de
uma ação permeada por um conjunto de concepções que balizam o olhar do(a)
profissional da Supervisão Escolar, sua postura e suas formas de interpretação
da realidade, o que deve ser explicitado e dialogado com as equipes das institui-
ções educacionais supervisionadas.
As referências para o exercício das ações de Supervisão Escolar devem
ser os direitos dos(as) cidadãos/cidadãs em contraste à ideia de direitos de
consumidores e a superação de uma visão meramente técnico-racionalista para
uma perspectiva de práticas educativas inventivas, criativas e reveladoras da
complexidade do cotidiano das unidades de educação. Ademais, a Supervisão
22
Escolar deve atuar como articuladora e integradora entre as políticas educacio-
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

nais, as necessidades dos territórios e as diretrizes municipais para a educação.


Tendo como foco de sua ação a valorização do que se desenvolve nas Uni-
dades Educacionais; dos saberes produzidos no cotidiano e, portanto, na legi-
timação dos saberes de professores(as) e gestores(as), a Supervisão Escolar
deve se fazer interessada pela trajetória histórica de cada unidade e comuni-
dade, assim como pela história de formação e profissão de professores(as) e
gestores(as). E, nesse sentido, deve considerar as situações de trabalho como
espaços privilegiados de desenvolvimento profissional.
A Supervisão Escolar deve atuar no enfrentamento de tensões e da plu-
ralidade que encerra a cultura escolar, contribuindo para um ambiente de
negociações e partilhas conceptuais em torno de um projeto comum da
unidade. Nesse sentido, a Supervisão Escolar poderá fomentar, fortalecer e
qualificar a gestão democrática das Unidades Educacionais, concretizando o
princípio previsto na legislação.
A ação supervisora contribuirá efetivamente quando, ao se aproximar dos
contextos educativos, realizar leituras críticas e desenvolver ações formadoras,
não impositivas, estabelecendo-se relações democráticas e horizontais junto
às equipes das unidades educativas, com um olhar externo e parceiro na cons-
trução de um projeto de educação. Homologamente, ao que se pretende que
as Unidades Educacionais desenvolvam com bebês, crianças, jovens e adultos,
as ações da supervisão escolar serão assentadas no diálogo e na possibilidade
transformadora da realidade.
No plano de sua prática formativa e autoformativa, a Supervisão Escolar
tem o compromisso ético-político de desvelar as interligações do conhecimento
produzido historicamente pela humanidade com o poder, o capital, a coloniali-
dade e os processos de elaboração do próprio conhecimento. Entende-se que a
descolonização dos saberes não é a inversão da lógica binária do colonialismo
ou a recusa da modernidade ocidental em bloco. Portanto, descolonizar signifi-
ca considerar a pluriversalidade, descentrar as teorias ocidentais e defender a
multiplicidade de conhecimentos que coexistem e que foram produzidos pelos
23
diferentes coletivos humanos.
Na perspectiva de ação libertadora e emancipatória, a Supervisão Escolar Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

deve orientar-se pela defesa:


I. Da autonomia das Unidades Educacionais por meio do fortalecimento da
perspectiva coletiva da construção do conhecimento, considerando os
seus respectivos Projetos Político-Pedagógicos. Para isso, é necessário
considerar as contribuições dos diferentes grupos sociais que compõem
a comunidade. É salutar que a Supervisão Escolar destaque a importân-
cia do estudo da realidade da comunidade junto às Unidades Educacio-
nais como ação imprescindível e disparadora da elaboração dos seus
Projetos Político-Pedagógicos;
II. Da integração dos equipamentos da Educação, articulando as demandas
das Unidades Educacionais, considerando as características históricas,
geográficas, socioeconômicas e culturais presentes na comunidade
onde os equipamentos se localizam, bem como as interfaces e con-
tradições entre as características locais, a cidade, o país e o mundo.
Desse modo, ganham importância as temáticas de relevância social e
contemporâneas que dialogam com a educação e com a sociedade. Isso
implica considerar que o conhecimento escolar é construído a partir do
estudo da realidade e dos saberes historicamente acumulados na busca
de soluções coletivas e intersetoriais, mediante a pedagogia da pergun-
ta e o combate aos negacionismos históricos e sociais.
III. Da utilização de parâmetros epistemológicos para o estabelecimento de
prioridades e a orientação dos currículos considerando:
a. a pluralidade pedagógica no interior da educação, promoven-
do no plano epistemológico a discussão da historicidade e dos
padrões de análise científica em uso nas diferentes ciências.
Desta forma, é tarefa da supervisão escolar contribuir à reflexão
sobre a complexidade que abarca o conhecimento, suas pro-
blemáticas, suas gêneses na história do pensamento humano,
24 desde os paradigmas hegemônicos até aqueles que consideram
as multidimensões de saberes e suas relações. Sublinha-se a
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

importância das Leis nº 10.639/03 e nº 11.645/08, que legiti-


maram a inserção no debate das tentativas recorrentes de si-
lenciamento e invisibilização de negros e povos indígenas, suas
culturas e contribuições para o conhecimento da humanidade;
b. a necessidade de superação de uma concepção de neutra-
lidade e pensamento único, articulando criticamente debates
epistemológicos para, a partir de reflexões sobre as ideologias,
os discursos, o poder e as relações de poder abordarem-se as
ciências, as tecnologias, as artes, as linguagens, a história, a
filosofia e os demais campos de saberes;
c. as relações do conhecimento com os grupos sociais que são seus
produtores, discutindo o papel das ciências e das tecnologias no
processo de financeirização de todos os aspectos da vida e da
construção de alternativas de independência a esse modelo;
d. os desafios das condições sociais e históricas em transforma-
ção, superando a preservação acrítica do status quo manifesto
no pensamento meritocrático, no individualismo, no desenvolvi-
mento de competências socioemocionais e no empreendedoris-
mo, orientados para a sociedade de mercado;
e. a sociedade de controle e os processos de normatização e nor-
malização orientada para a internalização e conformação a nor-
mas de identificações e de condutas que são disponibilizadas
na arena social de forma transversalizada, abarcando todos os
espaços de formação de subjetividades;
f. os processos históricos e sociais que impedem a superação de
uma pretensa universalidade cultural, em sua raiz excludente.
Ao invés disso, a edificação de formações sociais que rompam
padronizações e fortaleçam a pluriversalidade de modo a cons-
truir uma nova lógica de relações insurgente ancorada pela di-
versidade, pelo diálogo e pela emancipação humana; 25
VII. Da relevância do conhecimento escolar e dos conhecimentos historica- Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

mente acumulados na defesa de uma sociedade livre, justa e igualitária,


sem preconceitos ou privilégios de qualquer natureza, assentada nos
direitos humanos constitucionalmente assegurados e na valorização das
políticas públicas promotoras do bem comum para todos, sem distinção
de origem, raça/etnia/cor, sexo/gênero, faixa etária, religião e quaisquer
outras formas de discriminação.
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

26
Foto: Maria Conceição - Acervo MEM | CM | SME
dimensões da
prática da
supervisão
escolar
Os Princípios e as Diretrizes Gerais norteadoras da Prática da Supervisão
Escolar Paulistana devem ganhar concretude em ações potentes e transforma-
doras da realidade, com qualidade social, ancoradas em processos educativos
democráticos, progressistas, humanizadores e emancipadores.
Ao enunciar as Dimensões da Prática pretende-se tornar mais explícitas as
ações da Supervisão Escolar, da forma como se desenvolvem no trabalho co-
tidiano de supervisores(as) escolares, desvelando os importantes desafios da
27
atuação desses(as) profissionais na RME-SP.
A Supervisão Escolar, como uma ação que se faz em diálogo, está implicada Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

estreitamente com a promoção de ações coletivas e articuladas dentro e fora


dos muros das instituições educacionais, tendo o olhar voltado à territorialida-
de e às necessidades que, ao mesmo tempo, aproximam as unidades entre si e
também as diferenciam em face às suas especificidades.
Assim posto, as Dimensões da Prática podem ser sintetizadas, essencialmente:
1. proposição – implementação – articulação;
2. formação – autoformação;
3. orientação – acompanhamento – apreciação.
D I M EDIMENSÕES
N S Õ E S DA
DA PRÁTICA
PRÁTICA

1a DIMENSÃO 2a DIMENSÃO 3a DIMENSÃO


Proposição, Articulação Formação e Orientação, Acompanhamento
e Implementação Autoformação e Apreciação

1º Dimensão
Proposição - Articulação – Implementação

• Participação na (re)formulação de políticas públicas educacionais, com


base no acompanhamento sistemático das Unidades Educacionais, pro-
movendo ações e reflexões que fortaleçam as instituições e comunida-
des educativas;

28 • Análise e participação na composição de minutas de legislação educa-


cional a serem publicadas, sugerindo comissão de estudos para elabo-
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

ração de leis, diretrizes, instruções normativas, orientações normativas,


editais de concursos públicos, dentre outros textos oficiais;
• Contribuição ativa nos processos de formulação e de implementação
das políticas públicas municipais para a educação, tendo como base a
diversidade de territórios, respeitando as especificidades e generalida-
des e suscitando problematizações que possam culminar em pesquisas
sobre as práticas da RME;
• Articulação das demandas pedagógicas e administrativas das Unidades
Educacionais em parceria com os setores da DRE, SME e redes interse-
toriais, mediante a escuta e a promoção do diálogo e do debate;
• Análise crítica e dialógica junto às instituições educacionais da multipli-
cidade de significados e possibilidades do currículo, como expressão de
uma dada forma de conceber ética, política e epistemologicamente a
educação e o papel de todos os atores nela envolvidos;
• Contribuição na construção coletiva de um currículo orientado pela multi-
culturalidade e interculturalidade e, portanto, pela valorização dos sabe-
res decoloniais, originários, territoriais, populares, tradicionais, urbanos,
camponeses, quilombolas, de origem africana, de imigrantes, indígenas,
orientais, feministas, entre outros, e pelo combate à reprodução de con-
teúdos e de modus operandi negacionistas, racistas, sexistas, homo-
fóbicos, xenofóbicos e que desconsideram os Direitos Humanos e os
direitos constitucionais;
• Análise e interpretação dos documentos oficiais em parceria com as
equipes da Unidades Educacionais, de modo que possam, conjunta-
mente, compor uma leitura crítica e uma base argumentativa sobre
esses textos;
• Aproximação dos espaços educativos, mediante realização de leituras
críticas e não cerceadoras das propostas pedagógicas, colocando-se
como parte integrante na concepção de um projeto de educação com
base no diálogo, com vistas a contribuir para a construção de uma so- 29
ciedade justa e democrática;
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

• Apoio às Unidades Educacionais no processo de (re)construção de seus


Projetos Político-Pedagógicos, problematizando as práticas pedagógicas
e constituindo, em parceria com as equipes, o sentido da responsabilização
pelas escolhas no exercício do trabalho autônomo, comprometido com a
educação democrática e de qualidade social;
• Identificação das complexas relações que acompanham os desafios
pedagógicos enfrentados em cada Unidade Educacional, orientando e
indicando possibilidades de articulações desta com o território, com di-
ferentes setores e atores;
• Fortalecimento do trabalho colegiado, em que cada profissional se re-
conheça como partícipe, de modo a fomentar a gestão democrática e a
autonomia dos sujeitos envolvidos, na tomada de decisão, visando à par-
ticipação crítica na implementação das políticas públicas educacionais;
• Fomento, em colaboração com as equipes gestoras, à mobilização de todos
os atores comprometidos direta ou indiretamente com a ação educativa para
que se façam devidamente representados em colegiados no âmbito das ins-
tituições educacionais: Conselho de Escola; APM; Conselho Mirim; Grêmio
Estudantil; Assembleias de Classe e em outras esferas decisórias colegiadas;
• Promoção de processos de mediação de conflitos, como prioridade para
o fortalecimento da escuta e diálogo, na construção de relações demo-
cráticas, solidárias e colaborativas;
• Análise de estudo de caso, realizado pela própria Supervisão Escolar,
de circunstâncias que possam ratificar e/ou retificar a instauração de
apurações preliminares;
• Elaboração coletiva do Plano de Trabalho anual, de modo a organizar
de forma autônoma o trabalho do conjunto da Supervisão Escolar de
cada DRE, no que tange à composição dos setores, à programação das
30 agendas de visitações às unidades e de reuniões internas do grupo
e à distribuição dos plantões de atendimento à comunidade em geral,
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

respeitando as peculiaridades regionais e territoriais, mas sem perder


de vista a necessária coerência e diálogo entre os Planos de Trabalho da
Supervisão Escolar, considerada a totalidade das DREs;
• Concepção de um Plano de Trabalho anual do coletivo da Supervisão
Escolar de cada DRE que explicite os preceitos elementares que deverão
ser compartilhados por todo o grupo como orientadores das práticas
supervisoras cotidianas, de modo a viabilizar o desenvolvimento das pro-
postas pedagógicas das Unidades Educacionais;
• Interlocução transparente e horizontalizada da Supervisão Técnica com o
grupo da Supervisão Escolar, de modo que haja partilha de informações
e orientações advindas de SME, fortalecimento dos vínculos da Supervi-
são Escolar com os demais setores da DRE e, sobretudo, com respeito
às decisões do coletivo expressas no Plano de Trabalho anual formulado
pelo segmento, legitimando-o no interior do Plano de Trabalho da DRE;
• Participação na construção e implementação do Plano de Trabalho da
DRE, dialogando com as demandas e propostas de trabalho expres-
sas nos Projetos Político-Pedagógicos das Unidades Educacionais de
cada região.

2º Dimensão
Formação - Autoformação

• Fomento do debate, junto às Unidades Educacionais, das questões das


políticas públicas para educação em uma perspectiva situada, mas
também, panorâmica do cenário sócio-histórico-cultural, que compõe
as realidades de cada bairro/região, da cidade, do estado, do país e do
mundo;
• Contribuição ao desenvolvimento profissional e institucional mediante
partilha e construção conjunta de saberes com as equipes das Unidades
31
Educacionais, empregando variadas possibilidades de práticas supervi-
soras, tais como: Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

1. Reuniões setoriais (entre unidades de um mesmo setor e/ou de


diferentes setores; entre unidades de diferentes etapas e/ou moda-
lidades de educação), que podem ser organizadas conjuntamente
por um grupo de supervisores(as) ou, ainda, em uma ação individual;
2. Visitas às unidades com foco nos processos educativo-pedagógi-
cos, orientando e acompanhando as questões administrativas que
lhes dão suporte;
3. Discussão dos planos de formação concebidos autonomamente
das unidades supervisionadas, tematizando com as equipes a sua
pertinência em relação ao Projeto Político-Pedagógico e apoiando a
sua consecução;
4. Participação, com periodicidade ou não, nos horários de formação
coletiva das unidades, de modo a realizar um diálogo sobre as práti-
cas pedagógicas com docentes e gestores(as), problematizando-as
com vistas à promoção da aprendizagem integral de bebês, crian-
ças, jovens e adultos;
5. Organização coletiva de eventos (seminários, encontros de estu-
do) pelos(as) supervisores(as) com foco nas realizações e nos desa-
fios administrativos e pedagógicos comuns e peculiares a cada uma
das Unidades Educacionais supervisionadas;
• Diálogo amplo e contínuo com a Divisão Pedagógica – DIPED das DREs
para a formulação e a avaliação dos processos formativos destinados às
equipes das instituições educacionais, de modo a assegurar os preceitos
defendidos nesta Orientação Normativa;
• Apoio às equipes gestoras em suas ações formativas, como superviso-
ras de práticas no interior das Unidades Educacionais, de modo a forta-
lecê-las em seus propósitos de analisar e discutir com suas respectivas
32 equipes de profissionais os seus trabalhos pedagógicos em favor de
uma educação equânime e de qualidade social;
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

• Fomento de processos investigativos sobre as práticas desenvolvidas


no âmbito das instituições educacionais, vislumbrando junto às equipes
possibilidades de concepção de projetos e estudos partilhados com as
universidades e outros centros de formação e pesquisa, considerada a
primazia dos interesses públicos;
• Incentivo a professores(as) e gestores(as) atuantes nas Unidades
Educacionais a buscarem aprimoramento profissional nos planos te-
órico-argumentativo e metodológico, em outros contextos formativos
(universidades e outros centros de formação e pesquisa; participações
em eventos acadêmico-científicos; cursos promovidos pela SME/SP
ou por outras entidades), para além dos processos formativos em con-
texto de trabalho;
• Participação na idealização e organização de eventos regionais e/ou inter-
-regionais para apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos(as) pro-
fessores(as) e toda a comunidade escolar, promovendo a circulação de
saberes e o debate, a partir das produções das Unidades Educacionais.
• Incentivo à realização de encontros de crianças, jovens e adultos de di-
ferentes Unidades Educacionais (em seminários e em outros foros) para
que se conheçam, interajam e, quando oportuno, apresentem e deba-
tam suas produções, propiciando aos discentes os importantes exercí-
cios formativos de registro e divulgação de ideias e, ao mesmo tempo,
visibilizando a produção de conhecimento no âmbito das Unidades;
• Investimento em processos de autoformação, que propiciem perma-
nente atualização profissional, adensamento e circulação de saberes
teóricos e práticos no âmbito do segmento da Supervisão Escolar, para
o desenvolvimento de ações supervisoras, atinentes aos constantes de-
safios impostos pela complexidade da prática educativa cotidiana nas
instituições educacionais;
• Identificação e encaminhamento à DRE e à COPED/SME de demandas 33
formativas da Supervisão Escolar, que expressem as necessidades e an-
seios do coletivo e, assim, orientem as políticas de formação para esse Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

segmento profissional, não só em relação às temáticas abordadas, mas


também às dinâmicas dos programas formativos;
• Concepção de processos autoformativos que possam reunir temáticas
provenientes de diferentes fontes: dos termos de acompanhamento
das Unidades Educacionais de diferentes etapas e modalidades de
educação, de encontros setoriais, do diálogo com os diferentes seto-
res de cada DRE, da participação de ações formativas da SME e dos
territórios educativos; de encontros de representação sindical, semi-
nários, congressos e demais espaços coletivos, desvelando aos(às)
supervisores(as) não só a condição de formador(a), mas também de
estudioso(a) e investigador(a) de sua prática;
• Constituição de um Plano de Formação anual para os(as) superviso-
res(as), previsto no Plano de Trabalho da Supervisão Escolar de cada
DRE, no qual esteja explicitada uma sistemática de encontros formati-
vos, com periodicidade (de no mínimo, uma vez por semana), duração e
3
espaço previamente reservados para esse fim ;
• Construção de um Plano de Formação para o segmento da Supervisão Es-
colar em cada DRE, que privilegie os aspectos pedagógicos do cotidiano
das Unidades Educacionais e compreenda as questões técnico-adminis-
trativas em favor da qualidade do processo educativo;
• Concepção de um Plano de Formação que, garantindo a autonomia de
cada DRE, contemple ações, tais como: realização de estudos de casos
compostos a partir de práticas presentes nas Unidades Educacionais,
sobretudo, casos ilustrativos de processos democráticos e de ações in-
tersetoriais; realização de leituras dialogadas de documentos da SME e
produção de documentos como coletâneas, artigos, livros, que possam
subsidiar o trabalho da Supervisão Escolar; organização de seminários e
fóruns de debates internos destinados ao segmento da Supervisão Es-
34 colar; proposição de visitas de ação supervisora compartilhadas, dentre
outras ações coletivas.
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

3º Dimensão
Orientação - Acompanhamento - Apreciação

• Orientação sobre a legislação (Leis, Portarias e outros documentos oficiais),


de modo a propiciar a leitura crítica, compreensão e articulação com o PPP,

3 A Lei nº 17.232, de 12 de novembro de 2019, que altera a Lei nº 14.660, de 26 de dezembro de 2007, considera como
horas de formação e aperfeiçoamento 10% (dez por cento) das horas de trabalho semanal dos Assistentes de Diretor de Escola e
dos Profissionais da Classe dos Gestores, referidos no inciso II do art. 6º da Lei nº 14.660, de 2007, e dá outras providências.
com o cotidiano da Unidade Educacional e com o cenário sócio-histórico-cul-
tural mais amplo em que está circunscrita, numa relação formativa;
• Subsidiar as ações dos Conselhos Escolares das Unidades Educacionais
supervisionadas, bem como fortalecer esses Conselhos com a represen-
tação no Conselho de Representantes de Conselhos Escolares – CRECE.
• Suporte à equipe na construção coletiva do Projeto Político-Pedagógico,
preservando a autonomia da Unidade Educacional e fomentando ações
democráticas, compartilhadas entre toda comunidade educativa, funda-
mentadas nas reais necessidades formativas de bebês, crianças, jovens e
adultos e em referenciais teóricos e documentais validados socialmente;
• Orientação e acompanhamento do Plano de Trabalho das unidades das
redes parceiras (indireta e particular), considerando as metas previstas
em legislação vigente, bem como a qualidade social da educação, em
consonância aos Indicadores de Qualidade da Educação Infantil Paulistana;
• Acompanhamento das realizações das Unidades Educacionais e apoio
às equipes por meio de visitações regulares, pautadas na disposição
em conhecer as ações educativas e identificar em que medida o Projeto
Político-Pedagógico materializa-se no cotidiano, com olhar e escuta sen-
síveis e também a constituição de crítica e problematização, suscitando, 35
quando necessário, o estranhamento diante do aparentemente banal e a
desnaturalização de modus operandi sedimentados, comprometedores Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

da qualificação de práticas;
• Elaboração coletiva da pauta dos Termos de Visita, com questões perti-
nentes às necessidades formativas expressas no Projeto Político-Peda-
gógico, em diálogo com orientações da DRE/SME e especificidades da
Unidade Educacional;
• Acompanhamento dos processos educativos mediante análise de re-
gistros produzidos nas Unidades Educacionais, analisando e proble-
matizando, junto com as equipes, a qualificação desses registros, de
modo que possam constituir documentações pedagógicas reveladoras
das práticas e (re)orientadoras dos Projetos Político-Pedagógicos e
dos Planos de Ação, instrumentos de implementação curricular, por
meio dos quais o Currículo se manifesta.
• Apreciação do trabalho educativo desenvolvido nas Unidades Educa-
cionais, suscitando a problematização das práticas, observadas e docu-
mentadas, aos propósitos e planos de ação expressos em seus respec-
tivos Projetos Político-Pedagógicos;
• Explicitação dos critérios empregados no processo de apreciação das
práticas pedagógicas, de modo a abrir para as equipes das unidades
educacionais a possibilidade de argumentação e de delineamento de
futuros Planos de Ação;
• Elaboração de devolutivas de apreciações realizadas, em registros res-
peitosos e reflexivos, de modo a acolher o trabalho educativo desen-
volvido e indicar caminhos que possam promover avanços nas práticas,
tendo em perspectiva uma educação de qualidade social;
• Suporte à equipe da Unidade Educacional na concepção e organização
de processos autoavaliativos do trabalho desenvolvido, com a partici-
pação de todos os atores envolvidos direta ou indiretamente com as
36 ações educativas;
• Problematização conjunta de apreciações do trabalho educativo resul-
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

tantes da autoavaliação institucional, avaliação da Supervisão Escolar


e outras esferas avaliativas externas legitimadas pelas equipes educa-
cionais, de modo a validar avanços processuais e a identificar aspectos
da prática merecedores de maior atenção em futuros planos de ação;
• Orientação e suporte às equipes em processos de mediação de relações
conflituosas, como alternativa à judicialização de conflitos ocorridos no
cotidiano da comunidade educativa, caso haja necessidade de modera-
ção e extrapole a ação da Direção Escolar.
Foto: Daniel Cunha - Acervo MEM | CM | SME

Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana


37
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana

38
referências

As postulações defendidas neste texto inspiram-se fortemente nos enun-


ciados teórico-argumentativos de textos da literatura e nas concepções anun-
ciadas nas disposições legais, abaixo elencados.

39
Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
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para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
Brasileira”, e dá outras providências. Brasília, DF:
Presidência da República, 2003.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada
pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que
estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
para incluir no currículo oficial da rede de ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-
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Princípios e Diretrizes Gerais da Prática da Supervisão Escolar Paulistana
Foto: Daniel Cunha - Acervo MEM | CM | SME
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