TEORIA

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O ANO LITÚRGICO

Com o primeiro domingo do advento iniciamos na Igreja um novo ano litúrgico. A cada primeiro
domingo do Advento a Santa Igreja muda o seu Ano Litúrgico, diferentemente do ano civil que é numeral
e a cada ano vai somando mais anos, o ano litúrgico dominical é trienal, e distinto pelas letras A, B e C.
Durante a semana o ciclo é de dois anos: impar e par – seguindo o ano civil. Cada Ano Litúrgico
dominical é dedicado a um evangelista sinótico, Mateus (A), Marcos (B) ou Lucas (C) e João aparece
nos dias de festa e solenidades, e, principalmente no Tempo Pascal.

OS TEMPOS LITÚRGICOS

ADVENTO: O período do Advento abre o ano litúrgico. Advento significa vinda, chegada. É o tempo
em que se espera o nascimento de Jesus, a vinda de Cristo. No Advento celebra-se, pois, o mistério da
vinda do Senhor, não apenas seu nascimento na gruta de Belém, mas também sua vinda entre nós hoje,
por meio dos sacramentos, e sua futura vinda, no fim dos tempos. O tempo do Advento é vivido, portanto
pelos cristãos com alegria, com fé e com empenho.

NATAL: O tempo litúrgico do Natal começa com as primeiras vésperas do Natal e termina no domingo
depois da Epifania (entre 2 e 8 de janeiro). A solenidade do Natal prolonga sua celebração por oito dias
contínuos, conhecidos como Oitava do Natal. Natal é tempo de festa e alegria. É tempo de estar unido à
comunidade celebrando o dom da vida manifestada no nascimento de Jesus Cristo. Celebrar o
nascimento de Cristo é estar unido à Igreja em todo o mundo que se une na fé e na esperança de um novo
tempo.

QUARESMA: Esse tempo visa preparar para a celebração da Páscoa. É um tempo de renovação
espiritual, de arrependimento, de penitência, de perdão, de muita oração e principalmente de
fraternidade. O tempo quaresma se estende da Quarta-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor.

TRÍDUO PASCAL: O Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor começa com a Missa
vespertina da Ceia do Senhor, possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do
Domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor,
“quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério
pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida”.
TEMPO PASCAL: Os cinquenta dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes
sejam celebrados com alegria e exultação, como se fossem um só dia de festa, ou melhor, “como um
grande Domingo”. Os Domingos deste tempo sejam tidos como Domingos da Páscoa e, depois do
Domingo da Ressurreição, sejam chamados 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, e 7º Domingos da Páscoa. “Os oito primeiros
dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor”. O
Domingo de Pentecostes encerra este tempo sagrado de cinquenta dias. No Brasil, celebra-se no 7º
Domingo da Páscoa a solenidade da Ascensão do Senhor. A semana entre a Ascensão e Pentecostes
caracteriza-se pela preparação da vinda do Espírito Santo.

TEMPO COMUM: O Tempo Comum começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do
Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois
do domingo de Pentecostes e termina antes do 1º domingo do Advento. O Tempo Comum, ao longo de
todos seus domingos, mostra-nos a própria vida de Cristo, com seus ensinamentos, seus milagres, suas
orações. Com Jesus e seus exemplos, aprendemos a viver na verdadeira vida cristã, uma vida a serviço,
respeito e amor e a todas as coisas criadas por Deus.

AS CORES LITÚRGICAS

BRANCO: Usa-se a cor branca nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor. Além
disso: nas celebrações do Senhor, exceto as da Paixão, nas celebrações da bem-aventurada Virgem
Maria, dos Anjos, dos Santos não Mártires, nas solenidades de Todos os Santos (1 de Novembro), de S.
João Batista (24 de Junho), nas festas de S. João Evangelista (27 de Dezembro), da Cadeira de S. Pedro
(22 de Fevereiro) e da Conversão de S. Paulo (25 de Janeiro). Simboliza a vitória, a paz, a alegria.

VERMELHO: Usa-se a cor vermelha no Domingo de Ramos e na Sexta-Feira da Semana Santa, no


Domingo do Pentecostes, nas celebrações da Paixão do Senhor, nas festas natalícias dos Apóstolos e
Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires. Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o
martírio.

VERDE: Usa-se a cor verde nos Ofícios e Missas do Tempo Comum. É a cor da esperança.

ROXO: Usa-se a cor roxa no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode usar-se também nos Ofícios e
Missas de defuntos. Simboliza a penitência, a preparação e a espera.

PRETO: A cor preta pode usar-se, onde for costume, nas Missas de defuntos. É símbolo de luto.

ROSA: A cor de rosa pode usar-se, onde for costume, nos Domingos Gaudete (3º domingo do Advento)
e Laetare (4º domingo da Quaresma).

PARAMENTOS LITÚRGICOS

Túnica: Veste longa, de cor branca, comum aos ministros de qualquer grau.

Amito: O amito (do latim amicere, envolver, cobrir) é um lenço de tecido branco, geralmente
de linho, munido de dois cordões, utilizado sempre conjuntamente com a alva/túnica durante
as ações litúrgicas.

Casula: A casula (do latim casulla, pequena casa), também chamada de planeta
(derivação de paenula, manto de viagem romano) é uma veste da cor litúrgica do ofício
celebrado, paramento próprio dos sacerdotes (presbíteros e bispos) para a Celebração
Eucarística.
Estola: A estola (do grego stolé, veste) é uma faixa de tecido, na cor litúrgica do
ofício celebrado, utilizada pelos diáconos, presbíteros e bispos em todas as
celebrações litúrgicas. O sentido da estola, que é a insígnia própria dos ministros
ordenados, é justamente indicar a dignidade que lhes é concedida pelo Sacramento
da Ordem. Esta dignidade, porém, é distinta para os sacerdotes e para os diáconos,
o que é visivelmente expresso na forma de vestir este paramento.

Cíngulo: O cíngulo é uma espécie de corda utilizada em volta da cintura, cuja


finalidade prática é ajustar a alva e prender a estola sob a casula; e a finalidade
simbólica de se cingir os rins, tradição semítica que representa o respeito e a reverência
ao sagrado durante as celebrações litúrgicas.

Dalmática: Veste própria do Diácono. É colocada sobre a alva e a estola.

Capa pluvial: O pluvial (do latim pluviale, capa de chuva) é uma capa da cor litúrgica
do ofício celebrado utilizada pelo sacerdote (e em alguns casos específicos pelo
diácono) em algumas celebrações litúrgicas. Como o pluvial é usado sempre em
substituição à casula, seu sentido é análogo ao deste paramento: recorda o jugo suave
da cruz e o amor de Deus que envolve o sacerdote.

Véu umeral: O umeral (do latim humerus, ombro) ou véu de ombros, é um véu
utilizado pelo sacerdote ou diácono quando porta o Santíssimo Sacramento ou
relíquias da Santa Cruz. O sentido do véu na Liturgia é sempre o de proteger uma
realidade que é sagrada. Assim, o uso do umeral expressa o respeito pela sacralidade
da Eucaristia e da Santa Cruz, que se evita tocar diretamente pelas mãos do ministro.
Estas são envoltas no véu para simbolizar que as realidades sagradas não devem ser
maculadas pela nossa impureza.

Batina: A veste conhecida como batina ou sotaina é referida no Cerimonial dos


Bispos como “hábito talar” (do latim talus, calcanhar). O hábito talar é, pois, uma
veste ampla, que desce até os calcanhares, utilizada por todos os clérigos. Sua origem
remonta aos monges eremitas que, para expressar sua consagração, costumavam
trajar uma túnica longa na cor preta, símbolo de sua “morte para o mundo”. Com o
tempo seu uso foi estendido a todos os sacerdotes. Além disso, foi enriquecida por
alguns elementos, como os 33 botões no corpo (em alusão aos anos da vida terrena
de Cristo) e cinco em cada manga (recordando o número das chagas do Senhor).
Sobrepeliz: Dentre as vestes talares e corais, encontramos apenas uma que pode ser
considerada uma veste litúrgica: trata-se da sobrepeliz (do latim superpelliceum, sobre
as peles, sendo na origem um agasalho para o inverno). Esta é uma simplificação da
alva ou túnica, mais curta (se estendendo até acima dos joelhos) e com mangas mais
largas. Costuma ser ornada com pregas, com rendas ou crivos, e algumas possuem
cordões junto ao pescoço (o mais, comum, porém, é possuírem uma gola quadrada).

OBJETOS LITÚRGICOS

Cálice: O cálice (do latim cálix, taça) é o principal dos vasos sagrados. Destinado a
conter o Sangue do Senhor durante a Celebração Eucarística, remonta ao gesto do
próprio Senhor em sua Última Ceia, quando “tomou o cálice em suas mãos”. A Igreja,
ao celebrar o Sacrifício Eucarístico, repete este gesto de Cristo. Devido a sua função de
conter o Sangue do Senhor, o cálice deve sempre ser feito de metal nobre (cf.
Instrução Redemptionis Sacramentum, n. 117). Isto para se preserve a integridade e se
evidencie a dignidade das Sagradas Espécies. O cálice diferencia-se da âmbula por não
conter tampa. Isto se dá porque é utilizado apenas dentro da Celebração Eucarística, ao contrário da
âmbula, que é guardada no tabernáculo.

Âmbula: O cibório (do latim ciborium, caixa), também chamado de âmbula (do
latim ambulare, transportar) ou píxide (do latim púxis, pequena caixa) é o vaso
destinado a conter as hóstias para a comunhão dos fieis na Celebração Eucarística e
para a conservação da Reserva Eucarística no tabernáculo. O cibório pode possuir
vários formatos, sendo o mais comum o de taça, semelhante ao cálice. Diferencia-se
deste, contudo, por possuir tampa, dada sua função de conservar as Sagradas Espécies
por um espaço maior de tempo. Esta conservação das hóstias consagradas se dá no
sentido de assegurar a comunhão dos enfermos e a adoração eucarística fora da Missa

Patena: A patena (do latim patena, pequeno prato) é o vaso sagrado destinado a conter
o Corpo de Cristo durante a Celebração Eucarística. A patena, assim como o cálice,
remonta ao gesto de Cristo na Última Ceia, que “tomou o pão em suas mãos”. Como
este pão deveria estar em um prato, a Igreja passou a utilizar a patena na Celebração
Eucarística.

Pala: A pala (do latim palliare, cobrir) é um cartão quadrado coberto com linho ou
outro pano utilizado para cobrir o cálice durante a Liturgia Eucarística. Pode seguir a
cor litúrgica ou ser sempre branca. Para a Celebração Eucarística, a pala permanece
sobre o cálice e é levada ao altar junto deste no momento da Apresentação das
Oferendas. Após a imposição do vinho e da água no cálice, este é coberto com a pala.
Esta só é retirada antes da epiclese, sendo então recolocada após a Consagração. É
retirada novamente durante a Doxologia Final, durante a imposição da fração da hóstia
no cálice e durante a Comunhão do sacerdote. Após a Comunhão, é levada com o
cálice novamente para a credência.

Galhetas: As galhetas (do espanhol galleta, pequeno vaso) são dois pequenos frascos de
vidro destinados a conter o vinho e a água para a Celebração Eucarística, desde o início
da celebração até o momento da Apresentação das Oferendas. O sentido de manter o
vinho e a água nas galhetas e não no cálice é justamente para dar sentido ao rito da
mistura da gota de água no vinho no momento da Apresentação das Oferendas: nossa
humanidade, simbolizada pela gota d’água, é oferecida a Deus junto à divindade de
Cristo, simbolizada pelo vinho.
Teca: A teca (do grego théke, caixa) é um pequeno recipiente, comumente redondo, destinado
a transportar as hóstias consagradas à casa dos enfermos para a administração do Viático.
Também pode ser utilizada para a conservação de uma hóstia maior no tabernáculo, a qual é
exposta à adoração dos fieis no ostensório.

Ostensório: O ostensório (do latim ostendere, mostrar) é um vaso sagrado destinado a expor
a hóstia consagrada para a adoração dos fieis fora da Missa. Possui duas partes: a custódia,
que é a parte fixa, e a luneta, pequena parte em forma de meia lua, que é móvel e na qual se
encaixa a hóstia consagrada. A custódia deve possuir uma parte central em vidro (viril), pelo
qual os fiéis podem ver a hóstia.

Corporal: O corporal (do latim corporalis, relativo ao corpo) é um pano quadrado, dobrado
em nove pequenos quadrados, colocado sobre o altar durante a Liturgia Eucarística e sobre o
qual são colocados o cálice, a patena e os cibórios.

Sanguíneo: O sanguíneo ou sanguinho (do latim sanguinis, relativo a sangue) é um pano


retangular, de linho ou de outro tecido branco, utilizado para enxugar o cálice e os cibórios
após a purificação. Pode ser ornado com uma pequena cruz ou símbolo eucarístico.

Lavabo: O conjunto do lavabo (do latim lavabo, eu lavo) é composto por jarra e bacia
utilizados para lavar as mãos do sacerdote após a Apresentação das Oferendas, como prescrito
pelo Missal Romano.

Manustérgio: O manustérgio (do latim manus, mão, e tergere, enxugar) é um pano, de linho
ou de outro tecido branco, utilizado pelo sacerdote para enxugar as mãos após o Lavabo no
momento da Apresentação das Oferendas.

Atril: O atril (originado provavelmente do latim lectroril, do leitor) é uma estante, de metal,
de madeira ou de outro material resistente, colocada sobre o altar durante a Liturgia
Eucarística para sustentar o Missal Romano, facilitando sua leitura pelo sacerdote.

Asperge e Caldeirinha: O asperge ou aspersório (do latim aspergere, espalhar) é


um tubo de metal com pequenos furos na ponta utilizado para a aspersão de água
benta sobre os fiéis. Dentro do tubo do asperge já está contida a água benta. Ao invés
do asperge pode-se utilizar a hissope e a caldeirinha. A hissope (de Hyssopus
officinalis, gênero de planta utilizado na Antiguidade em aspersões rituais), é muito semelhante ao
asperge, diferindo deste pelo fato de não conter água em si mesma. Necessita-se então da caldeirinha,
recipiente em forma de vaso, mormente com uma alça, que contém a água benta.

Sineta: As sinetas são pequenos conjuntos de sinos que são tocados em momentos festivos
das celebrações litúrgicas por um acólito ou coroinha denominado sineteiro.

Turíbulo: O turíbulo é um recipiente sustentado por quatro correntes no qual se queima


incenso nas celebrações mais solenes. É conduzido nas procissões por um acólito ou
coroinha denominado turiferário.

Naveta: A naveta (do latim naveta, pequena nave, referência ao seu formato) é o vaso
destinado a conter os grãos de incenso que são queimados nas celebrações solenes. É
conduzida nas procissões por um acólito ou coroinha denominado naveteiro ou naviculário.

Pálio: O pálio (do latim pallium, manto) é um manto sustentado por quatro ou mais hastes
sob o qual se conduz o Santíssimo Sacramento exposto no ostensório em procissões fora da
igreja.
Missal Romano: O Missal Romano ou Missale Romanum (do latim missale, relativo a Missa)
é o livro litúrgico que contém todas as orações utilizadas na Celebração Eucarística.

Lecionários: Os lecionários ou Lectionarium (do latim lectio, leitura) são os livros litúrgicos que
contém as perícopes (trechos das Sagradas Escrituras) lidas nas Celebrações Eucarísticas e celebrações
da Palavra de Deus. Para os demais sacramentos e sacramentais as leituras estão contidas nos próprios
rituais.

1. Lecionário Dominical: apresenta as duas leituras, o salmo e o Evangelho para os domingos e


solenidades, divididos em um ciclo trienal (anos A, B e C) no qual se lê os Evangelhos de Mateus,
Marcos e Lucas, respectivamente. O Evangelho de João é lido em algumas celebrações nos três anos.

2. Lecionário Semanal: também chamado de ferial, apresenta a leitura e o salmo para os dias de semana,
em um ciclo bienal (ano par e ano ímpar) e o Evangelho, que é anual, conforme o tempo litúrgico.

3. Lecionário para as missas dos santos, dos comuns, para diversas necessidades e votivas: às vezes
chamado simplesmente de santoral, apresenta leituras, salmos e Evangelhos para as celebrações da
Virgem Maria e dos santos e para as demais celebrações propostas no Missal Romano. Geralmente este
lecionário apresenta várias sugestões de leituras, cabendo ao sacerdote ou responsável pela celebração
escolher as mais oportunas.

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