Associar

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Associar

Essa prática será realizada com algumas influencias por parte do


analista, em que ele precisará conhecer bem a dinâmica sintomática do
paciente para que consiga elaborar propostas associativas que gerem
resultados mais efetivos. Ocorre da seguinte maneira: o analista vai propor
uma associação sobre um tema especifico criado por ele, visando que se
apresentem características opostas ao sintoma do paciente. O paciente estará
olhando de fora e isso fará com que ele tenha uma visão clara a respeito do
que está sendo colocado. Mesmo com essa clareza sendo exposta, com base
em nossa concepção da formação do inconsciente, o analisando estará
associando com a própria estrutura dos sintomas. Isso fará com que a energia
libidinal estrelada ao ciclo sintomático se reorganize.

Imaginemos que o sintoma seja formado por uma sequência 12345678 e


987654, então, o analista formulará uma base para elaboração baseada em
12345678 e a outra parte do sintoma que o paciente vai usar para elaborar,
sofrerá alteração e passará a ser 978654. Quando isso ocorre, não mudará
apenas a segunda base sintomática, mas também a primeira, porque nossa
cadeia significante tem uma relação de codependência entre seus elementos.
A efetividade dessa prática estará baseada nessa inter-relação, vamos utilizar
a própria psicopatologia como base de sua própria alteração.

Vamos ver um exemplo de associação: um paciente tem problemas com


autoestima (base primária) e apresenta uma grande vontade de ajudar as
pessoas (segunda base). Ajudar é uma projeção sublimada do seu sentimento
de inferioridade.

Como analista, um rapaz muito bem resolvido com uma elevada


autoestima, uma vez me disse que não entendia porque as pessoas sentiam
vontade de ajudar pessoas introvertidas, pois elas só precisavam olhar com
mais atenção para si mesmas. Ele pensava nessas pessoas como vitimistas. E,
você como você pensa essas pessoas?

Associar com a estrutura dos sintomas:

As duas formas de associação serão complementares uma a outra,


segunda só será possível se a primeira for realizada de forma correta. A
primeira vamos associar a questões sintomáticas do próprio paciente, para
isso, precisaremos compreender a forma com que os sintomas do paciente se
organizam. Vamos considerar que o analista já consiga identificar o sistema
dos sintomas e sua padronagem. Nessa identificação, o analista vai elaborar
intervenções que tenham relações diretas com os elementos que constroem os
sintomas. Exemplo: paciente com fobia de pano. O analista identificou padrões
de repetição e esse padrão é formado pelos significantes: o pano de chão,
pessoa, roupa, sujeira. O analista pode dizer coisas do tipo: “mas o pano
também está associado a limpeza, porque ter medo de coisas limpas?” Essa é
uma associação que o analista poderá usar de uma forma mais direta.

Associar com questões mais distantes:

Esse tipo de associação terá o objetivo de apresentar ao paciente uma


visão mais distante daquela que ele apresenta, para isso, vamos pegaremos
questões que estão relacionadas ao seu sintoma e vamos criar uma situação
distante. Exemplo: paciente com pânico de pano de chão. O analista pode dizer
ao paciente que conheceu alguém que trabalhou num local onde ele ficava o
tempo todo lavando pano de chão e se aposentou sem nenhum dano. Esse
tipo de associação vai gerar no paciente a seguinte dúvida: será que realmente
não existe perigo? Mesmo associando, o paciente ainda continuará sentido a
fobia, mas agora ele começará a perceber que é um medo sem fundamento e
isso irá estimulá-lo a uma elaboração que será o próximo passo.

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