Atividade 4 PV

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Aula 4

A vida é cheia de curvas, mas eu posso aprender


a dirigir

Se a vida fosse um caminho reto, sem surpresas e indecisões, não teria a menor graça.
Nasceríamos, cresceríamos e morreríamos apenas andando para frente, em um processo
direto do começo ao fim, sem curvas ou imprevistos.

Mas, seguramente, ela não é assim. É estar o tempo todo se defrontando com o inesperado,
o imponderável. Às vezes, é possível seguir em frente; outras vezes, é necessário retornar ou
tomar novos rumos, principalmente quando se sente a insegurança acompanhando os passos.

Entretanto, há situações em que a tomada de decisões pode ser guiada por critérios que são
racionalmente admitidos, no sentido de ponderar as consequências, os ganhos e as perdas
decorrentes das escolhas. Ao saber que amanhã fará frio e se as baixas temperaturas inco-
modam, pode-se decidir levar um agasalho, por exemplo. Ou, ao saber que a alimentação é
um aspecto importante para a qualidade de vida, pode-se decidir por um suco natural, no
lugar de um refrigerante.

O modo como essas pequenas decisões são pensadas pode ser a referência para aquelas
muito mais determinantes no Projeto de Vida. É preciso considerar o que, de fato, se quer

Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


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e quais as ações que aproximarão da realização dos sonhos. Evidente que toda escolha
encerra ganhos e perdas. Quando se decide estudar, porque se pretende determinada car-
reira como Projeto de Vida, em vez de assistir à TV ou ficar no celular, ganha-se a condição
de preparo para o que se pretende e perde-se, nesse momento, o prazer de ficar relaxado
ou de se comunicar com os amigos pela internet. Mas essa condição é temporária, caso se
consiga equilibrar o tempo para priorizar diferentes coisas em diferentes momentos.

E isso é tomar as rédeas, é aprender a dirigir a vida, incluindo nela os sonhos, aquilo que é
preciso fazer para realizá-los, a diversão, o prazer, as amizades... Quase tudo cabe, se houver
consciência e planejamento e a capacidade de compreender que há um tempo para tudo.
Para isso, é preciso desenvolver uma qualidade muito importante chamada temperança, ou
seja, o domínio sobre si próprio.

Objetivo Geral
• Aprimorar a capacidade de tomar decisões.

Materiais Necessários
• Cópias da ilustração Escolhas – Anexo A - 1 por estudante.

Roteiro

ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO

1º Momento: Escolha de uma imagem ou


palavra definida na aula Quando é o futuro?,
para ponderar o que devem fazer e o que de- 50 minutos
Atividade: vem deixar de lado na busca de seus sonhos.
O futuro começa Trocas de ideias entre duplas e grupos.
hoje.
2º Momento: Registro de palavras que
representem ganhos na direção à realização 45 minutos
do Projeto de Vida.

Avaliação. Observação do professor. 5 minutos

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Orientações para as atividades

ATIVIDADE: O FUTURO COMEÇA HOJE

Objetivos

• Tomar consciência da progressiva necessidade de decidir sobre os próprios


caminhos;
• Ponderar sobre as escolhas, suas consequências, os ganhos e as perdas.

Desenvolvimento

1º Momento

Em Roda de Conversa, os estudantes discutirão sobre como veem a necessidade progressiva


de tomarem decisões que os encaminhem para a realização dos sonhos projetados para suas
vidas. É fácil tomar decisões? O que implica cada decisão tomada (consequências, ganhos,
perdas)? O que pode ajudar a tomar as decisões mais acertadas?

Em seguida, individualmente, retomarão as imagens ou palavras que colaram na ponte


elaborada na aula Quando é o futuro?, escolhendo uma representação dentre elas, consi-
derada a mais importante para o alcance de seus sonhos.

No Anexo A, Escolhas, vão desenhar figuras ou cenas que representam cada aspecto
solicitado: o que quero, o que preciso fazer, o que devo deixar de lado, no momento, para
chegar aonde quero.

Ao terminarem a tarefa, em duplas, cada estudante expõe sua produção ao colega, trocando
ideias sobre o que os dois registraram em cada aspecto determinado na folha.

Em seguida, cada dupla se juntará a mais uma dupla, com o mesmo propósito: trocar ideias
sobre suas produções.

2º Momento

Em Roda de Conversa, os estudantes exporão o que discutiram no momento em que as


duas duplas se encontraram, com o objetivo de encontrar pontos comuns e diferenças entre
suas ideias, sempre com foco em o que querem, o que precisam fazer e o que devem deixar
de lado para chegarem aonde pretendem. Importante que possam expor os sentimentos
quanto ao prazer de poderem vislumbrar o alcance de seus sonhos, como também quanto
ao que deverão deixar de lado, o peso que cada decisão tem em suas vidas.

Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental • 9º ano


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Ao final da Roda de Conversa, individualmente, os estudantes pensarão em uma palavra
que represente os sentimentos de ganho, nas escolhas que fizeram durante a atividade. Em
seguida, cada um escreve, na lousa ou em um painel, a palavra escolhida. Todos lerão, em
voz alta, as palavras escritas.

Avaliação

Os dois momentos da aula solicitam ações diferentes, mas complementares. No primeiro


momento, a observação do professor deve estar voltada para a retomada do que foi feito
na aula Quando é o futuro. Lembram-se do que registraram? As ideias permanecem as
mesmas? Essa observação é importante para que se tenha noção da continuidade ou
descontinuidade dos sonhos, o que evidencia se encontraram o que querem fazer ou se
estão em busca, o que é perfeitamente plausível no processo de construção do Projeto
de Vida.

Ainda no primeiro momento, os estudantes deverão esboçar o que precisam fazer e o que
devem deixar de lado para conseguirem o que pretendem. O foco da observação deverá
ser, então, a consciência que têm sobre essas decisões: definem os dois aspectos com
segurança? Demonstram dúvidas? Estão dispostos a abrir mão do que consideram que
devem deixar de lado?

Nas duplas e nos quartetos, é importante que o professor observe como ocorre a interação,
se trocam ideias de maneira clara, se se dispõem a explicar suas anotações aos outros,
se manifestam concordância ou discordância ou se expressam ampliar suas escolhas ao
escutar as apresentações dos colegas.

No segundo momento da aula, as mesmas observações devem ser feitas, agora com todo o
grupo. Espera-se que, ao final, as palavras escolhidas para serem escritas na lousa manifestem
sentimentos positivos, tais como otimismo, força interior, dedicação.

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Na estante

VALE A PENA LER

Livro: Diário do Outro


Autor: Ronald Claver
Editora: Atual
Ano: 2004
Número de páginas: 103
Carlos, o protagonista do livro, já adulto recebe de seu irmão os
bilhetinhos e as memórias que escrevia em seu diário. Relembra
seus sentimentos de adolescente, inclusive a descoberta de seu amor por Carol, entre
outros fatos marcantes de sua vida nessa época.

A trama se desenrola nos momentos iniciais da Ditadura Militar, em 1964. Misturando a


história do país com os acontecimentos da adolescência de Carlos, o Diário do Outro traz
os conflitos próprios da adolescência.

VALE A PENA ASSISTIR

Filme: Lion, uma jornada para casa


Direção: Garth Davis
País de origem: Austrália/EUA/Grã-Bretanha
Ano: 2016
Duração: 118 minutos
Lion é um belíssimo filme, baseado na história real de um menino
indiano que, ao acompanhar o irmão em seu trabalho de catador de
carvão, perde-se numa estação de trem. Nas diversas tentativas de reencontrar a mãe e o
irmão, é adotado por uma família australiana, assim como outra criança indiana.

O filme relata as escolhas de Lion, promovidas por sua família adotiva, até que a vontade de
reencontrar a família o leva a deixar suas conquistas para trás e sair à procura desesperada
de suas memórias.

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Paralelamente, o filme mostra as escolhas erradas do irmão adotivo de Lion, que lhe trazem
consequências negativas.

Texto de apoio ao professor

A LUTA PELO SIGNIFICADO

Bruno Bettelheim

Se esperamos viver não só cada momento, mas ter verdadeira consciência de nossa exis-
tência, nossa maior necessidade e mais difícil realização será encontrar um significado
em nossas vidas. É bem sabido que muitos perderam o desejo de viver, e pararam de
tentá-lo, porque tal significado lhe escapou. Uma compreensão do significado da própria
vida não é subitamente adquirida numa certa idade, nem mesmo quando se alcança a
maturidade cronológica. Ao contrário, a aquisição de uma compreensão segura do que
o significado da própria vida pode ou deveria ser é o que constitui a maturidade psico-
lógica. E esta realização é o resultado final de um longo desenvolvimento: a cada idade
buscamos e devemos ser capazes de achar alguma quantidade módica de significado
congruente com o “quanto” nossa mente e compreensão já se desenvolveram.

Ao contrário do que diz o mito antigo, a sabedoria não irrompe integralmente desenvolvi-
da como Atenas saindo da cabeça de Zeus; é construída por pequenos passos a partir do
começo mais irracional. Apenas na idade adulta podemos obter uma compreensão inte-
ligente do significado da própria existência neste mundo a partir da própria experiência
nele vivida. Infelizmente, muitos pais querem que as mentes dos filhos funcionem como as
suas – como se uma compreensão madura sobre nós mesmos e o mundo, e nossas ideias
sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão lentamente quanto nossos
corpos e mentes.

Hoje, como no passado, a tarefa mais importante e também mais difícil na criação de uma
criança é ajudá-la a encontrar significado na vida. Muitas experiências são necessárias para
se chegar a isso. A criança, à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se
entender melhor: com isto, torna-se mais capaz de entender os outros, e, eventualmente
pode-se relacionar com eles de forma mutuamente satisfatória e significativa.

Para encontrar um significado mais profundo, devemos ser capazes de transcender os li-
mites estreitos de uma existência autocentrada e acreditar que daremos uma contribuição
significativa para a vida – senão imediatamente agora, pelo menos em algum tempo futuro.

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Este sentimento é necessário para uma pessoa estar satisfeita consigo mesma e com o
que está fazendo. Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos
recursos interiores, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se
enriqueçam mutuamente. Nossos sentimentos positivos dão-nos força para desenvolver
nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que
encontramos inevitavelmente.

[...]

Referência Bibliográfica
BETTELHEIM, B. Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 11-12 p.

Referência Iconográfica
PLENIO, J. [woman walking on the rail road]. 1 fotografia. 5 jun 2017. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?46dcc5. Acesso em: set 2020.

Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?d0ca71. Acesso em: set 2020.

Disponível em: icebrasil.org.br/surl/?006536. Acesso em: set 2020.

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