Atividade 4 PV
Atividade 4 PV
Atividade 4 PV
Se a vida fosse um caminho reto, sem surpresas e indecisões, não teria a menor graça.
Nasceríamos, cresceríamos e morreríamos apenas andando para frente, em um processo
direto do começo ao fim, sem curvas ou imprevistos.
Mas, seguramente, ela não é assim. É estar o tempo todo se defrontando com o inesperado,
o imponderável. Às vezes, é possível seguir em frente; outras vezes, é necessário retornar ou
tomar novos rumos, principalmente quando se sente a insegurança acompanhando os passos.
Entretanto, há situações em que a tomada de decisões pode ser guiada por critérios que são
racionalmente admitidos, no sentido de ponderar as consequências, os ganhos e as perdas
decorrentes das escolhas. Ao saber que amanhã fará frio e se as baixas temperaturas inco-
modam, pode-se decidir levar um agasalho, por exemplo. Ou, ao saber que a alimentação é
um aspecto importante para a qualidade de vida, pode-se decidir por um suco natural, no
lugar de um refrigerante.
O modo como essas pequenas decisões são pensadas pode ser a referência para aquelas
muito mais determinantes no Projeto de Vida. É preciso considerar o que, de fato, se quer
E isso é tomar as rédeas, é aprender a dirigir a vida, incluindo nela os sonhos, aquilo que é
preciso fazer para realizá-los, a diversão, o prazer, as amizades... Quase tudo cabe, se houver
consciência e planejamento e a capacidade de compreender que há um tempo para tudo.
Para isso, é preciso desenvolver uma qualidade muito importante chamada temperança, ou
seja, o domínio sobre si próprio.
Objetivo Geral
• Aprimorar a capacidade de tomar decisões.
Materiais Necessários
• Cópias da ilustração Escolhas – Anexo A - 1 por estudante.
Roteiro
ATIVIDADES PREVISÃO
DESCRIÇÃO
PREVISTAS DE DURAÇÃO
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 105
Orientações para as atividades
Objetivos
Desenvolvimento
1º Momento
No Anexo A, Escolhas, vão desenhar figuras ou cenas que representam cada aspecto
solicitado: o que quero, o que preciso fazer, o que devo deixar de lado, no momento, para
chegar aonde quero.
Ao terminarem a tarefa, em duplas, cada estudante expõe sua produção ao colega, trocando
ideias sobre o que os dois registraram em cada aspecto determinado na folha.
Em seguida, cada dupla se juntará a mais uma dupla, com o mesmo propósito: trocar ideias
sobre suas produções.
2º Momento
Avaliação
Ainda no primeiro momento, os estudantes deverão esboçar o que precisam fazer e o que
devem deixar de lado para conseguirem o que pretendem. O foco da observação deverá
ser, então, a consciência que têm sobre essas decisões: definem os dois aspectos com
segurança? Demonstram dúvidas? Estão dispostos a abrir mão do que consideram que
devem deixar de lado?
Nas duplas e nos quartetos, é importante que o professor observe como ocorre a interação,
se trocam ideias de maneira clara, se se dispõem a explicar suas anotações aos outros,
se manifestam concordância ou discordância ou se expressam ampliar suas escolhas ao
escutar as apresentações dos colegas.
No segundo momento da aula, as mesmas observações devem ser feitas, agora com todo o
grupo. Espera-se que, ao final, as palavras escolhidas para serem escritas na lousa manifestem
sentimentos positivos, tais como otimismo, força interior, dedicação.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 107
Na estante
O filme relata as escolhas de Lion, promovidas por sua família adotiva, até que a vontade de
reencontrar a família o leva a deixar suas conquistas para trás e sair à procura desesperada
de suas memórias.
Bruno Bettelheim
Se esperamos viver não só cada momento, mas ter verdadeira consciência de nossa exis-
tência, nossa maior necessidade e mais difícil realização será encontrar um significado
em nossas vidas. É bem sabido que muitos perderam o desejo de viver, e pararam de
tentá-lo, porque tal significado lhe escapou. Uma compreensão do significado da própria
vida não é subitamente adquirida numa certa idade, nem mesmo quando se alcança a
maturidade cronológica. Ao contrário, a aquisição de uma compreensão segura do que
o significado da própria vida pode ou deveria ser é o que constitui a maturidade psico-
lógica. E esta realização é o resultado final de um longo desenvolvimento: a cada idade
buscamos e devemos ser capazes de achar alguma quantidade módica de significado
congruente com o “quanto” nossa mente e compreensão já se desenvolveram.
Ao contrário do que diz o mito antigo, a sabedoria não irrompe integralmente desenvolvi-
da como Atenas saindo da cabeça de Zeus; é construída por pequenos passos a partir do
começo mais irracional. Apenas na idade adulta podemos obter uma compreensão inte-
ligente do significado da própria existência neste mundo a partir da própria experiência
nele vivida. Infelizmente, muitos pais querem que as mentes dos filhos funcionem como as
suas – como se uma compreensão madura sobre nós mesmos e o mundo, e nossas ideias
sobre o significado da vida não tivessem que se desenvolver tão lentamente quanto nossos
corpos e mentes.
Hoje, como no passado, a tarefa mais importante e também mais difícil na criação de uma
criança é ajudá-la a encontrar significado na vida. Muitas experiências são necessárias para
se chegar a isso. A criança, à medida que se desenvolve, deve aprender passo a passo a se
entender melhor: com isto, torna-se mais capaz de entender os outros, e, eventualmente
pode-se relacionar com eles de forma mutuamente satisfatória e significativa.
Para encontrar um significado mais profundo, devemos ser capazes de transcender os li-
mites estreitos de uma existência autocentrada e acreditar que daremos uma contribuição
significativa para a vida – senão imediatamente agora, pelo menos em algum tempo futuro.
Caderno do Professor • Projeto de Vida • Anos finais do Ensino Fundamental •9º ano 109
Este sentimento é necessário para uma pessoa estar satisfeita consigo mesma e com o
que está fazendo. Para não ficar à mercê dos acasos da vida, devemos desenvolver nossos
recursos interiores, de modo que nossas emoções, imaginação e intelecto se ajudem e se
enriqueçam mutuamente. Nossos sentimentos positivos dão-nos força para desenvolver
nossa racionalidade; só a esperança no futuro pode sustentar-nos nas adversidades que
encontramos inevitavelmente.
[...]
Referência Bibliográfica
BETTELHEIM, B. Psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990. 11-12 p.
Referência Iconográfica
PLENIO, J. [woman walking on the rail road]. 1 fotografia. 5 jun 2017. Disponível em: icebrasil.org.br/
surl/?46dcc5. Acesso em: set 2020.