APG 11-Sistema Endócrino

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SISTEMA ENDÓCRINO-APG 11

SOI 2

Sistema Endócrino COMPOSIÇÃO:


DEFINIÇÃO:
1. Glândulas endócrinas - possuem ductos e por
→ É uma rede integrada de múltiplos órgãos, de
meio deles secretam seus produtos químicos
diferentes origens embriológicas, que liberam
no espaço intersticial (espaços entre os tecidos
hormônios, incluindo desde pequenos
e os vasos sanguíneos) e a partir desse espaço
peptídeos até glicoproteínas, que exercem
os hormônios alcançam a corrente sanguínea.
seus efeitos em células-alvo próximas ou
As glândulas endócrinas não possuem conexão
distantes. Essa rede está diretamente
anatômica e estão distribuídas por todo o
integrada aos sistemas nervosos central e
corpo.
periférico e com o sistema imune.
2. Hormônios- são produtos químicos liberados
FUNÇÕES:
em quantidades muito pequenas que exercem
→ Coordenar e integrar a atividade das células
uma ação biológica sobre uma célula-alvo.
em todo o organismo por meio da regulação
→ Hormônios proteicos: constituem a maioria
das funções celular e orgânica e pela
dos hormônios, são armazenados em grânulos
manutenção da homeostasia.
secretores antes de sua liberação por
→ Regular o equilíbrio entre sódio e água,
exocitose. São sintetizados na forma de pré-
controlar o volume sanguíneo e a pressão
pró-hormônio e só depois sofrem
arterial.
acondicionamento para serem transformados
→ Regular o equilíbrio cálcio- fosfato a fim de
em hormônio propriamente dito e é secretado
manter as quantidades adequadas para
nessa forma.
manter a integridade da membrana celular,
exemplos: insulina, glucagon, hormônio
bem como a sinalização intracelular.
adrenocorticotrófico, hormônios gonadotróficos,
→ Regulação do balanço energético e controle da
hormônio luteinizante, hormônio folículo-
mobilização, da utilização e do
estimulante, hormônio tireoestimulante e a
armazenamento da energia para assegurar o
gonadotrofina coriônica humana.
suprimento das demandas metabólicas
→ Hormônios esteróides: derivam do colesterol e
celulares.
são sintetizados no córtex da suprarrenal, nas
→ Coordenação das respostas contrarreguladoras
gônadas e na placenta. São lipossolúveis e
hemodinâmicas e metabólicas do hospedeiro
circulam no plasma ligados às proteínas e
ao estresse.
atravessam a membrana plasmática para se
→ Regulação da reprodução, do desenvolvimento,
ligarem a receptores intracelulares citosólicos
do crescimento e do processo de
ou nucleares.
envelhecimento.
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uma ação biológica. As proteínas carreadoras
→ Hormônios derivados de aminoácidos são em sua maioria globulinas sintetizadas no
(aminas): são sintetizados a partir do fígado, portanto, alguma alteração hepática
aminoácido tirosina. Meia vida: 4-40 minutos pode prejudicar a síntese dessas proteínas de
Exemplos: norepinefrina, epinefrina, dopamina e ligação,podendo afetar indiretamente os
hormônios tireoidianos. níveis totais de hormônios. Uma vez liberados
→ Efeitos dos hormônios: o efeito provocado no sangue os hormônios podem se ligar aos
pelos hormônios pode ser endócrino (quando seus receptores específicos, sofrer
o hormônio é liberado na circulação e em transformação metabólica pelo fígado ou ser
seguida é transportado pelo sangue para excretados na urina. No fígado os hormônios
produzir um efeito biológico distante do local podem ser inativados pelas reações de fase I
de produção), parácrino (quando o hormônio e/ou de fase II, e em seguida ser excretados
liberado de uma célula exerce efeito biológico pelo fígado por meio da bile ou do rim. Em
sobre uma célula vizinha, frequentemente outros casos os fígado pode ativar um
localizada dentro do mesmo órgão ou tecido) e precursor hormonal, como ocorre no caso da
autácrino (quando o hormônio produz um vitamina D. Os hormônios podem ser
efeito biológico sobre a mesma célula que o degradados em suas células-alvo pela
libera). Recentemente foi proposto um internalização do complexo hormônio-
mecanismo adicional de ação hormonal, o receptor, seguida da degeneração lisossomal
mecanismo intácrino (o hormônio é do hormônio. Apenas uma fração muito
sintetizado e atua intracelularmente na pequena da produção total de hormônio é
mesma célula que o produziu) excretada de modo intacto na urina e nas
→ Transporte dos hormônios: os hormônios fezes.
podem circular em sua forma livre ou ligados a → Efeitos celulares dos hormônios: os
proteínas carreadoras, que são as proteínas de hormônios circulam em baixas quantidades,
ligação. Elas atuam como reservatório para o portanto os receptores precisam possuir alta
hormônio e prolongam sua meia-vida.O afinidade para que o efeito desejado seja
hormônio livre constitui a forma ativa, que se produzido. A afinidade é determinada pelas
liga ao receptor hormonal específico. Por taxas de dissociação e associação do complexo
conseguinte, a ligação de um hormônio a sua hormônio-receptor em condições de equilíbrio.
proteína carreadora serve para regular a A especificidade refere-se à capacidade de um
atividade hormonal, estabelecendo a receptor hormonal de discriminar entre vários
quantidade de hormônio livre para exercer hormônios com estruturas correlatas. A

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ligação dos hormônio a seus receptores é hormonais intracelulares exige que o
passível de saturação, existindo um número hormônio seja hidrofóbico e atravesse a
finito de receptores ao qual um hormônio membrana plasmática, ou que seja
pode se ligar. transportado ativamente para dentro da célula,
→ Receptores hormonais e transdução de sinais: como no caso do hormônio tireoidiano). As
os receptores são classificados em receptores células-alvo têm a capacidade de detectar
de membrana celular (a ligação do hormônio alterações no sinal hormonal em uma
aos receptores de membrana celular e a variedade de intensidades de estímulo. Isso
formação do complexo hormônio-receptor requer a capacidade de sofrer um processo
desencadeiam uma cascata de sinalização de reversível de adaptação ou dessensibilização,
eventos intracelulares, resultando em uma por meio do qual a exposição prolongada a
resposta biológica específica, podem ser canais determinado hormônio diminui a resposta da
iônicos regulados por ligantes, que estão célula a esse nível hormonal. Isso permite que
funcionalmente acoplados a canais iônicos ou as células respondam a mudanças na
receptores que regulam a atividade das concentração de um hormônio ao longo de
proteínas intracelulares, que consistem em uma faixa muito ampla de concentrações
proteínas transmembrana que transmitem hormonais. Os receptores hormonais também
sinais a alvos intracelulares quando ativadas. A podem sofrer suprarregulação, envolvendo
ligação do ligante ao receptor sobre a um aumento no número de receptores
superfície celular e a ativação da proteína hormonais específicos e ocorre quando os
associada desencadeiam uma cascata de níveis prevalentes do hormônio se encontram
sinalização de eventos que ativa as proteínas e baixos durante certo período.
as enzimas intracelulares, podendo induzir → Controle da liberação dos hormônios: os
alterações na transcrição e na expressão de níveis plasmáticos hormonais oscilam durante
genes) ou receptores intracelulares o dia, e esse padrão variável é controlado pela
(consistem em fatores de transcrição que interação e pela integração de múltiplos
possuem locais de ligação para o hormônio mecanismos de controle, os quais incluem
(ligante) e para o DNA e funcionam como fatores hormonais, neurais, nutricionais e
fatores de transcrição regulados por ligantes ambientais que regulam a secreção basal e a
(hormônios). A formação do complexo secreção estimulada dos hormônios. Existem
hormônio-receptor e a ligação ao DNA três mecanismos básicos que controlam essa
resultam em ativação ou repressão da liberação hormonal:
transcrição gênica. A ligação a receptores

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 Controle neural: o sistema nervoso central 3. Órgão-alvo- esse componente possui células
controla diretamente a liberação endócrina que expressam receptores hormonais
por meio de neurotransmissores e o sistema específicos, os quais respondem à ligação de
nervoso autônomo inerva alguns órgãos determinado hormônio com uma ação
endócrinos, que contribui para a regulação da biológica demonstrável.
liberação de insulina e glucagon, no caso do
pâncreas.
 Controle hormonal: a liberação de hormônios
frequentemente é controlada por outro
hormônio e o hormônio que ocasiona esse
efeito é chamado de trófico. Um exemplo são
os hormônios produzidos pela adeno-hipófise.
 Regulação por nutrientes ou íons: os níveis
plasmáticos de nutrientes ou de íons também
podem regular a liberação hormonal. Por
exemplo, a quantidade de glicose estimula a
liberação de insulina ou de glucagon. A
retroalimentação positiva se dá quando o
estímulo inicial é reforçado e a
retroalimentação negativa ocorre quando a
CONCEITOS CHAVE:
ação inicial é inibida.
 Retroalimentação positiva: uma ação reforça
→ Devido à variabilidade dos níveis circulantes de
outra ação.
hormônios em consequência da liberação
 Retroalimentação negativa: uma ação inibe a
pulsátil, dos ritmos circadianos, do ciclo
outra ação que estava inicialmente ocorrendo.
sono/vigília e do estado nutricional, a
 Hormônio trófico: aquele hormônio uqe
interpretação de dosagens isoladas dos níveis
controla a liberação de outro hormônio.
plasmáticos hormonais deve ser feita sempre
 Dessensibilização: processo no qual os
com muita cautela e com o conhecimento dos
receptores vão ficando menos sensíveis a ação
componentes do eixo hormonal em questão.
de um hormônio com o passar do tempo, isso
As dosagens dos hormônios no plasma só
ocorre principalmente quando o hormônio
refletem a função endócrina quando
está presente em alta quantidade.
interpretadas no contexto correto.
 Especificidade: é a propriedade que cada
receptor interage com um hormônio específico
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e provoca uma resposta biológica a a partir (1) liberação dos neuropeptídeos hipotalâmicos
dessa interação. sintetizados dos neurônios hipotalâmicos e
 Suprarregulação: quando ocorre o aumento transportados através do trato hipotalâmico-
do número de receptores para um hipofisário até a neuro-hipófise;
determinado neurônio. Ocorre quando, por (2) controle neuroendócrino da adeno-hipófise
exemplo, o hormônio está presente em baixas por meio da liberação dos peptídeos que medeiam
quantidades, sendo necessário aumentar o a liberação dos hormônios adeno-hipofisários
número de receptores para que o hormônio (hormônios hipofisiotróficos). A liberação dos
produza a ação desejada. neuropeptídeos hipotalâmicos é regulada por
 Proteínas de ligação: são geralmente sinais aferentes provenientes de outras regiões do
globulinas sintetizadas pelo fígado e cérebro, de aferentes viscerais pelos níveis
transportam os hormônios pelo organismo. circulantes de substratos e hormônios.
Alguma disfunção hepática pode danificar a → O hipotálamo está ligado tanto
produção dessas proteínas, diminuindo a anatomicamente quanto funcionalmente à
quantidade de hormônios. adeno-hipófise e à neuro-hipófise, pois estão
HIPOTÁLAMO estreitamente relacionados devido ao sistema
É a região do cérebro envolvida na coordenação porta de suprimento sanguíneo.
das respostas fisiológicas de diferentes órgãos que, → Anatomia do hipotálamo: constitui a parte do
em seu conjunto, mantêm a homeostasia. Para diencéfalo localizada abaixo do tálamo e entre
desempenhar essa função o hipotálamo integra os a lâmina terminal e os corpos mamilares,
sinais provenientes do ambiente, de outras regiões formando as paredes e o assoalho do terceiro
do cérebro e de aferentes viscerais e a seguir ventrículo. Nesse assoalho as duas metades do
estimula respostas neuroendócrinas apropriadas. hipotálamo são unidas, formando uma região
Ele influencia inúmeros aspectos da função diária, semelhante a uma ponte, conhecida como
como a ingestão de alimentos, o consumo de eminência mediana (região onde os terminais
energia, o peso corporal, a ingestão de líquido e o axônicos dos neurônios hipotalâmicos liberam
equilíbrio hídrico, a pressão arterial, a sede, a neuropeptídeos envolvidos no controle da
temperatura corporal e o ciclo do sono. Essas função da adeno-hipófise). Os corpos
respostas hipotalâmicas são mediadas pelo neuronais estão organizados em núcleos que
controle da função hipofisária pelo tratam-se de aglomerados ou grupos de
hipotálamo. Esse controle é obtido por dois neurônios cujas projeções alcançam outras
mecanismos: regiões cerebrais e também terminam em
outros núcleos hipotalâmicos. Esse complexo

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sistema de conexões neurais assegura uma grande quantidade de neuropeptídeos
comunicação contínua entre os neurônios ocitocina e vasopressina.
hipotalâmicos e as outras regiões do cérebro. → Vascularização: a rede especializada de
Os núcleos do hipotálamo podem ser capilares que fornece sangue à eminência
classificados com base em sua localização mediana, ao pedículo infundibular e à hipófise
anatômica ou no neuropeptídeo principal desempenha um importante papel no
produzido por suas células. transporte dos neuropeptídeos
hipofisiotróficos até a adeno-hipófise. Os
peptídeos hipofisiotróficos liberados próximo à
eminência mediana são transportados ao
longo do pedículo infundibular até a adeno-
hipófise, onde exercem seus efeitos
fisiológicos. O suprimento sanguíneo da
hipófise é constituído por ramos da artéria
carótida interna. As artérias hipofisárias
superiores formam o plexocapilar que fornece
sangue à eminência mediana. Apartir dessa
→ Núcleos hipotalâmicos: alguns dos neurônios rede de capilares, o sangue drena para veias
que compões esses núcleos hipotalâmicos são paralelas, denominadas veias porta
de natureza neuro-hormonal (ou seja, hipofisárias longas, que descem pelo pedículo
secretam neuropeptídeos que atuam como infundibular até o plexo sencundário. Os
hormônios). Os neurônios magnocelulares peptídeos hipofisiotróficos liberados na
localizam-se nos núcleos paraventriculares e eminência mediana penetram nos capilares do
supraópticos do hipotálamo e produzem plexo primário. A partir saí, são transportados
até a adeno-hipófise pelas veias
porta hipofisárias longas até o plexo
secundário. Esse plexo consiste em
um rede de capilares sinusoides
frenestrados que são responsáveis
pelo suprimento sanguíneo da
hipófise anterior ou adeno-hipófise.
Devido à arquitetura fenestrada
desses vasos capilares, os

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neuropeptídeos difundem-se facilmente da
circulação para alcançar as células da adeno-
hipófise. Essas células expressam receptores → Os neurônios sensores de glicose estão
da superfície celular específicos acoplados à presentes no hipotálamo e detectam as
proteína G que se ligam aos neuropeptídeos, mudanças nas concentrações extracelulares de
ativando cascatas de segundos mensageiros glicose, sendo crucial na resposta a flutuações
intracelulares que produzem a liberação dos no estado energético do corpo. Já os
hormônios adeno-hipofisários. O suprimento neurônios osmorreceptores desempenham a
sanguíneo da neuro- hipófise e do pedículo função de detectar pequenas mudanças na
hipofisário é fornecidos pelas artérias osmolalidade dos líquidos e manter a pressão
hipofisárias mediais e inferiores e em menor osmótica do líquido extracelular próximo a um
grau pelas artérias hipofisárias superiores. ponto de ajuste ideal por meio da manutenção
Vasos portais curtos estabelecem conexões de um equilíbrio entre a ingestão de água e a
venosas que se originam no lobo neural e excreção.
atravessam o lobo intermediário da hipófise → Hormônios da neuro-hipófise: a neuro-
até o lobo anterior. Essa estrutura assegura hipófise é uma extensão do hipotálamo que
que os neuropeptídeos liberados pela neuro- contém as terminações axonais dos neurônios
hipófise tenham acesso às células da adeno- magnocelulares localizados nos NSO e nos NPV,
hipófise, de modo que as funções das duas os neuropeptídeos sintetizados pelos
principais regiões da hipófise não possam ser neurônios magnocelulares e liberados pela
dissociadas uma da outra. O sangue da adeno- neuro-hipófise são a ocitocina e a vasopressina.
hipófise e da neuro-hipófise drena no seio A ocitocina e a vasopressina são sintetizadas
intercarvenoso e a seguir na veia jugular no retículo endoplasmático dos neurônios
interna, passando para a circulação venosa magnocelulares hipotalâmicos na forma de
sistêmica. pré-pró hormônios. No aparelho de golgi elas
são acondicionadas em grânulos secretores e
transportadas ao longo do trato hipotalâmico-
hipofisário. Durante o trasnporte os
precursores hormonais são processados,
produzindo o hormônio final e as respectivas
neurofisinas. O conteúdo das vesículas
neurossecretoras é liberado dos terminais
axonais por exocitose na neuro-hipófise. A

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exocitose é deflagrada pelo influxo de cálcio útero, nas glândulas mamárias e no cérebro. A
ao longo dos canais regulados por voltagem, a deficiência de ocitocina está associada a
elevação do cálcio facilita o encaixe das dificuldade no aleitamento materno.
vesículas secretoras na membrana plasmática 2. Arginina vasopressina: também conhecida
axonal e a liberação dos neuropeptídeos no como hormônio antidiurético, também é
espaço intersticial. As neurofisinas são sintetizado pelos neurônios magnocelulares do
subprodutos do processamento pós-tradução hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise. Seu
do pró-hormônio nas vesículas secretoras, principal efeito consiste no aumento da
acredita-se que as neurofisinas desmpenham reabsorção de água, também aumenta a
papel fundamental na síntese de vasopressina. resistência vascular o que indica ser um
1. Ocitocina: esse neuropeptídeo é sintetizado potente vasoconstritor. Os efeitos celulares da
pelos neurônios magnocelulares nos NSO e AVP são mediados por sua ligação aos
NPV do hipotálam, sendo liberado pela neuro- receptores da membrana acoplados à proteína
hipófise na circulação periférica, e a liberação G. Foram caracterizados até o momento três
da ocitocina é estimulada pela sucção durante receptores de AVP, que diferem quanto ao
a lactação e pela distensão do colo do útero local onde são expressos e quanto ás proteínas
durante o parto. A distensão do colo do útero G específicas com as quais estão acopladas e,
na gravidez e a contração durante o parto portanto, aos sistemas de segundos
estimulam sinais que são enviados aos núcleos mensageiros que eles ativam. A quantidade
supraóptico e paraventricular do hipotálamo, total de urina que seria excretada na ausência
que regulam a liberação da ocitocina por desse hormônio seria bem maior, trazendo
retroalimentação positiva. Além de sua prejuízos ao organismo. A liberação desse
secreção pelas terminações neuro-hipofisárias hormônio é fortemente controlada pos
na hipófise posterior, a ocitocina é liberada alterações da osmolaridade plasmática ou uma
nos núcleos supraóptico e paraventricular do redução do volume sanguíneo. Os
hipotálamo. A função dessa liberação intra- osmorreceptores localizados no hipotálamo é
hipotalâmcia consiste em controlar a atividade que detectam as alterações de osmolaridade
dos neurônios de ocitocina de modo autácrino plasmática, e estimulam os neurônios
por meio de um mecanismo de magnocelulares para estimular a liberação de
retroalimentação positiva, aumentando a AVP. Em contrapartida, os estímulos
liberação neuro-hipofisária de ocitocina. Os hipotônicos como o excesso de aporte de
receptores de ocitocina são de membrana líquidos resultam na diminuição da liberação
celular acoplados à proteína G, expressos no de AVP. A sensibilidade desse sistema é muito

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alta, o que significa que pequenas alterações embriológica, modo de desenvolvimento e
da osmolaridade plasmática já causam estrutura. A adeno-hipófise é originada a
aumentos significativos na produção e na partir das células derivadas do revestimento
liberação de AVP. A secreção desse hormônio ectodérmico do palato e a neuro-hipófise é de
também é estimulada por uma redução da origem nervosa e consiste em fibras nervosas
pressão arterial superior a 10%, sendo que a não mielinizadas e terminações axonais dos
diminuição da PA é detectada pelos neurônios magnocelulares dos núcleos
barorreceptores ques estão localizados no seio supraópticos e paraventriculares do
carotídeo, na aorta e nos átrios cardíacos. hipotálamo. A adeno-hipófise produz
ACTH,TSH,LH,FSH e prolactina. A regulação da
produção dos hormônios pela adeno-hipófise
ADENO-HIPÓFISE é realizada pela liberação dos neuropeptídeos
→ A adeno-hipófise desempenha um papel hipotalâmicos que são transportados pelas
fundamental na regulação da função longas veias hipofisárias até a adeno-
endócrina, por meio da produção e da hipófise,onde se ligam a receptores específicos
liberação dos hormônios tróficos. a função da de superfície celular acoplados á proteína G,
adeno-hipófise é regulada pelo hipotálamo por ativando cascatas intracelulares de segundos
meio dos neuropeptídeos hipofisários mensageiros que levam a liberação ou
liberados na eminência mediana. Os supressão dos hormônios hipofisários pelas
hormônios tróficos produzidos pela adeno- respectivas células-alvo. A liberação de
hipófise são liberados na circulação sistêmica hormônios da adeno-hipófise é de natureza
por meio da qual alcançam seus órgãos-alvo cíclica, sendo esse padrão cíclico de liberação
para produzir uma resposta fisiológica, hormonal governado pelo sistema nervoso.
envolvendo mais frequentemente a liberação Lembrando que os ritmos são controlados pelo
de um hormônio do órgão-alvo. Os hormônios núcleo supraquiasmático do hipotálamo. É
produzidos pelos órgãos-alvo afetam a função evidente que os padrões dessas liberações
da adeno-hipófise, bem como a liberação dos hormonais são extremamente importantes
neuropeptídeos hipofisiotróficos,mantendo para a manutenção da homeostasia, já que
um sistema integrado de controle da função regulam funções fisiológicas importantes.
endócrina por retroalimentação. HORMÔNIOS DA ADENO-HIPÓFISE
→ Anatomia funcional da adeno-hipófise: a Glicoproteínas
hipófise é constituída por um lobo anterior e → Hormônio tireoestimulante: hormônio
um lobo posterior, que diferem em sua origem sintetizado e secretado pelos tioreotrofos da

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adeno-hipófise. Estimula todos os eventos por volta das 04h da manhã e o menor pico é a
envolvidos na síntese e na liberação dos tarde.
hormônios tireoidianos e também atua como → Hormônio melanócito-estimulante: a principal
fator de crescimento e sobrevida para a função é aumentar a síntese de melanina pelos
glândula tireoide. A liberação de TSH pela melanócitos.
adeno-hipófise é inibida pelo hormônio → Beta-endorfina: as ações fisiológicas incluem
tireoidiano, por retroalimentação negativa. analgesia, efeitos comportamentais e funções
→ Gonadotrofinas (hormônio folículo- neuromoduladoras.
estimulante e hormônio luteinizante): são Família do hormônio do crescimento e da
sintetizados e secretados por gonadotrofos da prolactina
adeno-hipófise em resposta à estimulação → Hormônio do crescimento: é liberado dos
pelo hormônio de liberação das somatotrofos, um tipo celular presente na
gonadotrofinas. A maioria dos gonadotrofos adeno-hipófise em quantidades abundantes. A
produz tanto LH quanto FSH e uma fração liberação ocorre em surtos pulsáteis, e a maior
menor sintetiza apenas um ou outro hormônio. parte da secreção é noturna, ocorrendo em
Esses dois hormônios exercem efeitos sobre os associação ao sono de ondas lentas. O
testículos e sobre os ovários. As respostas hormônio de liberação do hormônio de
fisiológicas produzidas pelas gonadotrofinas crescimento exerce efeito excitatório sobre o
consistem em estimulação da síntese dos GH e a somatostatina exerce efeito inibitório.
hormônios sexuais, espermatogênese, O efeito mais importante do GH é o
foliculogênese e ovulação. Por conseguinte seu crescimento longitudinal pós-natal.
papel principal consiste em controlar a função → Prolatina: sintetizado e secretado pelos
reprodutiva em ambos os sexos. lactotrofos presentes na adeno-hipófise e
o pico de sua liberação se dá mediante
Pró-opiomelanocortina estímulo da sucção. Os principais efeitos
→ Hormônio adrenocorticotrófico: a liberação fisiológicos da Prl consistem na
desse hormônio é estimulada por estresses estimulação do crescimento e do
psicológicos e físico, como medo, infecção, desenvolvimento da glândula mamária, na
hipoglicemia, cirurgia e traumatismo, sendo síntese de leite e na manutenção da
considerada de suma importância na mediação secreção de leite. A Prl estimula a

do estresse ou da resposta adaptativa do captação da glicose e de aminoácidos,

indivíduo ao estresse. Esse hormônio é bem como a síntese das proteínas do

liberado em pulsos,sendo que o maior pico é leite β-caseína e α-lactalbumina, do

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açúcar do leite (lactose) e das gorduras do
leite pelas células epiteliais da mama.
Durante a gravidez, a Prl prepara a mama
para a lactação. A produção e a secreção
de leite são impedidas durante a gravidez
pelos níveis elevados de progesterona.
Outros efeitos da Prl incluem a inibição da
liberação de GnRH, a biossíntese de
progesterona e a hipertrofia das células
lúteas durante a gravidez. A Prl também
modula os comportamentos reprodutivos
e parentais.

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