Reduplicação Verbal em Linguas Bantu - Caso de Lingua Sena
Reduplicação Verbal em Linguas Bantu - Caso de Lingua Sena
Reduplicação Verbal em Linguas Bantu - Caso de Lingua Sena
2º Ano – Turma B
Tema:
Nome do Estudante:
Código: 708234939
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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1
8. Conclusão .......................................................................................................................... 10
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1. Introdução
As línguas Bantu, uma das maiores famílias linguísticas do continente africano, desempenham
um papel crucial na diversidade linguística e cultural da África Subsaariana. Este estudo se
concentra na língua Sena, uma das línguas Bantu mais faladas em Moçambique, e investiga a
reduplicação verbal, um fenômeno linguístico presente em muitas línguas Bantu.
O primeiro segmento deste estudo discute a metodologia adotada, que inclui pesquisa
bibliográfica, análise de textos linguísticos e seleção de exemplos práticos. Essa abordagem
visa fornecer uma compreensão abrangente da reduplicação na língua Sena, embasada em
estudos anteriores e em dados linguísticos autênticos.
O segundo segmento oferece uma visão geral das línguas Bantu, destacando sua grande
diversidade e complexidade, além de explorar as características gramaticais distintivas das
línguas Bantu, com ênfase na tonalidade e na complexa estrutura verbal.
Em seguida, analisamos a função da reduplicação nas línguas Bantu, enfocando seu uso para
expressar intensidade, continuidade e aspectos verbais, como tempo e modo. Examinamos
exemplos práticos de reduplicação em diferentes línguas Bantu para ilustrar esses usos.
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2. Objectivos do Trabalho
3. Metodologia do Trabalho
Este Este estudo sobre a reduplicação verbal na língua Sena adotou uma metodologia que
combina pesquisa bibliográfica, análise de textos linguísticos e seleção de exemplos práticos.
Inicialmente, foi realizado um levantamento bibliográfico em obras especializadas, incluindo
contribuições de Sambo (2015), Ngunga (2000) e Makoni e Mufwene (2001). Em seguida,
foram analisados textos linguísticos em Sena para compreender os padrões e usos da
reduplicação. A partir dessas fontes, selecionaram-se exemplos que ilustram diferentes
funções da reduplicação na língua Sena.
Sambo (2015) destaca a importância de estudar textos linguísticos senaenses para entender a
estrutura e os padrões da língua. Ngunga (2000) ressalta a relevância da seleção criteriosa de
exemplos para exemplificar os usos da reduplicação. Makoni e Mufwene (2001) enfatizam a
importância de embasar o conteúdo por meio de citações e referências confiáveis.
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Após a coleta e análise dos dados, o conteúdo foi organizado de forma clara e estruturada,
dividindo-se em seções que abordam diferentes aspectos da reduplicação verbal na língua
Sena. A metodologia adotada possibilitou uma abordagem detalhada e abrangente do tema,
contribuindo para uma melhor compreensão desse fenômeno linguístico e sua importância na
língua Sena.
As línguas Bantu são uma família linguística impressionante que desempenha um papel
fundamental na diversidade linguística da África Subsaariana. Segundo Heine e Nurse (2000),
"as línguas Bantu são reconhecidas por sua grande diversidade e complexidade, abrangendo
centenas de línguas e dialetos falados em grande parte da África Subsaariana".
O termo "Bantu" deriva da raiz proto-Bantu -ntu, que significa "pessoa" ou "povo", refletindo
a identidade cultural compartilhada entre os falantes dessas línguas (Guthrie, 1967).
Segundo Meeussen (1967), as línguas Bantu são conhecidas por suas características
gramaticais distintivas. As línguas Bantu são notáveis por sua complexa estrutura nominal e
verbal, bem como por seu sistema tonal". A tonalidade é uma característica marcante das
línguas Bantu, onde a mudança de tom pode alterar o significado das palavras.
A dispersão das línguas Bantu é vasta, abrangendo uma vasta região do continente africano.
De acordo com Williamson e Blench (2000), "as línguas Bantu são faladas em uma ampla
faixa geográfica, desde o sudoeste da Nigéria e Camarões até o leste da África e o sul da
África, incluindo países como Tanzânia, Quênia, Zâmbia, Angola e Moçambique".
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da ação. Segundo Meeussen (1967), em Kikongo, "a reduplicação do verbo kubika (escrever)
resulta em kubika-bika, que significa escrever muito."
Além de indicar intensidade, a reduplicação está relacionada a aspectos verbais, como tempo
e modo. Em algumas línguas Bantu, ela pode indicar um aspecto habitual, ou seja, uma ação
repetida ou rotineira. De acordo com Doke (1967), em Zulu, "a reduplicação do verbo hamba
(ir) resulta em hamba-hamba, que indica uma ação repetida, como em 'ele vai frequentemente.
De acordo com Doke (1967), a duplicação verbal nas Línguas Bantu pode estar dividido da
seguinte forma:
a) Intensidade:
Kubika (escrever) -> kubika-bika (escrever muito)
Kudya (comer) -> kudya-dya (comer muito)
Lamba (bater) -> lamba-lamba (bater com força)
Kudla (comer) -> kudla-dla (comer em excesso)
Guga (chorar) -> guga-guga (chorar muito)
b) Continuidade:
kuhamba (caminhar) -> kuhamba-hamba (caminhar continuamente)
tuka (falar) -> tuka-tuka (falar incessantemente)
kula (gritar) -> kula-kula (gritar repetidamente)
c) Aspecto Habitual:
fika (chegar) -> fika-fika (chegar frequentemente)
gona (dormir) -> gona-gona (dormir habitualmente)
kanya (pensar) -> kanya-kanya (pensar constantemente)
tunda (trabalhar) -> tunda-tunda (trabalhar regularmente)
d) Outros Exemplos:
buya (voltar) -> buya-buya (voltar repetidamente)
goba (cair) -> goba-goba (cair repetidamente)
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landa (ler) -> landa-landa (ler continuamente)
A reduplicação na língua Sena é um fenômeno linguístico complexo que tem suas raízes na
história e na evolução da própria língua. Estudar as origens e a evolução desse processo
morfológico proporciona insights valiosos sobre a estrutura e o funcionamento da língua Sena
ao longo do tempo (Sambo, 2015).
A evolução da língua Sena e, por conseguinte, da reduplicação, foi influenciada por interações
com outras línguas e culturas ao longo da história de Moçambique. Contatos com línguas
vizinhas, bem como com idiomas introduzidos durante a colonização, podem ter introduzido
novos padrões de reduplicação ou influenciado a aplicação de formas já existentes. Makoni &
Mufwene (2001) destacam que as influências externas desempenharam um papel importante
na evolução da língua Sena, incluindo sua reduplicação.
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avanços tecnológicos ou influências religiosas. O estudo da reduplicação na língua Sena
oferece insights não apenas sobre sua estrutura linguística, mas também sobre sua história e
cultura (Makoni & Mufwene, 2001).
A língua Sena é uma língua tonal, o que significa que a mudança no tom de uma palavra pode
alterar seu significado. De acordo com Sambo (2015), "A tonalidade é uma característica
proeminente da língua Sena, com as palavras frequentemente diferindo apenas em tom para
distinguir seus significados”.
Além disso, a estrutura verbal da língua Sena é notável por sua complexidade. Ngunga (2000)
observa que "A língua Sena possui uma estrutura verbal rica, com diversos morfemas verbais
que indicam aspectos gramaticais, como tempo, aspecto, modo e negação."
Além de intensidade, a reduplicação na língua Sena também é usada para expressar aspectos
temporais e modais. Ngunga (2000) destaca que "a reduplicação verbal na língua Sena pode
indicar uma ação contínua ou habitual ao longo do tempo." Por exemplo, o redobramento do
verbo tambula (andar) resulta em tambula-tambula, indicando uma caminhada contínua ou
repetida.
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pisa-pisa (pisar com força)
O verbo guga (chorar) é reduplicado para enfatizar uma intensa emoção de choro.
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O adjetivo tima (assustador) é reduplicado para transmitir uma forte sensação de medo ou
terror.
A reduplicação do verbo tambula (andar) indica uma ação contínua ou repetida de caminhar.
O verbo longa (falar) é reduplicado para expressar uma fala prolongada ou uma conversa
longa.
A reduplicação do verbo koma (dormir) sugere uma ação de dormir que ocorre repetidas
vezes.
O verbo pita (ir) é reduplicado para indicar uma ação de ir que ocorre rapidamente e várias
vezes.
A reduplicação do verbo famba (andar) forma um iterativo, indicando uma ação de andar
que se repete várias vezes.
O verbo sinda (guardar) é reduplicado para expressar uma ação de guardar que é realizada
com cuidado e atenção.
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A reduplicação do verbo nyamuka (levantar-se) indica uma ação de levantar-se que ocorre
repetidamente.
Aqui, o verbo kutya (ter medo) é reduplicado para expressar uma ação de ficar com medo.
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8. Conclusão
Além disso, exploramos as raízes históricas da reduplicação na língua Sena, desde seus
estágios iniciais de desenvolvimento até sua evolução ao longo do tempo. Observamos como
mudanças fonológicas, morfológicas e semânticas contribuíram para a diversificação desse
fenômeno linguístico.
Em suma, este estudo contribuiu para uma compreensão mais abrangente da reduplicação na
língua Sena, fornecendo uma base sólida para pesquisas futuras sobre este fenômeno
linguístico e seu papel na sociedade moçambicana.
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9. Considerações Finais
Além disso, exploramos as raízes históricas da reduplicação na língua Sena, desde seus
estágios iniciais de desenvolvimento até sua evolução ao longo do tempo. Observamos como
mudanças fonológicas, morfológicas e semânticas contribuíram para a diversificação desse
fenômeno linguístico.
Em suma, este estudo contribuiu para uma compreensão mais abrangente da reduplicação na
língua Sena, fornecendo uma base sólida para pesquisas futuras sobre este fenômeno
linguístico e seu papel na sociedade moçambicana.
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10. Referências Bibliográficas
Heine, B., & Nurse, D. (2000). African Languages: An Introduction. Cambridge University
Press.
Makoni, S., & Mufwene, S. S. (2001). The Linguistic Landscape of Africa: From Typology to
Ideology. Africa World Press.
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