Antropometria

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 140

Universidade Federal de Santa Catarina Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo

Mrio Uriarte Neto

ANTROPOMETRIA E PRTICA PROFISSIONAL DO CIRURGIODENTISTA

Tese de Doutorado

Florianpolis 2005

Mrio Uriarte Neto

ANTROPOMETRIA E PRTICA PROFISSIONAL DO CIRURGIODENTISTA

Tese apresentada ao Programa de Engenharia de Produo - rea de concentrao: Ergonomia, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para a obteno do grau de Doutor em Engenharia de Produo. Orientadora: Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph.D.

Florianpolis 2005

Mrio Uriarte Neto

ANTROPOMETRIA E PRTICA PROFISSIONAL DO CIRURGIO-DENTISTA

Esta tese foi julgada e aprovada para a obteno do grau de Doutor em Engenharia de Produo - rea de concentrao: Ergonomia, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianpolis, 08 de maro de 2005.

_______________________ Prof Edson Pacheco Paladini, Ph.D. Coordenador do Programa

BANCA EXAMINADORA ___________________________________ Profa Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph. D. Universidade Federal de Santa Catarina Orientadora ________________________________ Prof Gilse Ivan Rgis Filho, Dr. Universidade Federal de Santa Catarina Moderador

_______________________ Prof Paulo Csar Saquy, Dr. Universidade de So Paulo/Ribeiro Preto

_________________________ Prof Sigmar de Mello Rode, Dr. Universidade de So Paulo

_________________ Prof Henri Stuker, Dr. Universidade do Vale do Itaja

Dedico este trabalho primeiramente a minha famlia: Mnica, Lucas, Sarah e Brulia, que me zelaram e de mim cuidaram pacientemente, da concepo concretude deste nosso Projeto de Vida. E posteriormente, porm no menos intensamente, a todos aqueles que se percebem comprometidos e tambm artfices de uma sociedade melhor, mais justa e perfeita.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Jos Roberto Provesi, Magnfico Reitor da Universidade do Vale do Itaja (UNIVALI), pelo apoio confiado a mim desde o mestrado at aqui. Ao Prof. Dr. Valdir Cechinel Filho, Pr-Reitor de Pesquisa, Ps-Graduao, Extenso e Cultura da UNIVALI, pela importante contribuio. Profa Dra. Amndia Maria de Borba, Pr-Reitora de Ensino da UNIVALI. Pela compreenso e estmulo. Professora Ldia Conceio Morales Justino, Chefe da Seo Pedaggica do Centro de Cincias da Sade da UNIVALI. Professora Helosa Machado, Chefe da Seo de Aes e Programas Integrados do Centro de Cincias da Sade da UNIVALI. Aos Colegas Coordenadores de Cursos do Centro de Cincias da Sade da Universidade do Vale do Itaja. Aos Professores, Funcionrios, Alunos e Pacientes do Curso de Odontologia da UNIVALI. Aos professores das Disciplinas de Clnica Integrada e de Ergonomia. Aos Professores e Funcionrios do Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo Ergonomia da Universidade Federal de Santa Catarina. Aos Amigos e Professores: Henri Stuker, Nivaldo Murilo Diegoli, Elisabete Rabaldo Bottan, Jos Agostinho Blatt, Roberto Rogrio Molleri, Casimiro Manoel Martins Filho, Ricardo Ferreira, Juliana Sedrez Reis Patio, Shirlei Imianowski, Paulo Gilberto da Silveira Brisolara. Obrigado pela constncia na amizade e pelo apoio moral e intelectual. Espero continuar dividindo muitos momentos importantes com vocs.

Aos Amigos (as): Rosemery Goulart Alves Amorim, Mrcia Reiser de Souza Ardig, Lizete Maria dos Santos, Andr Ricardo dos Santos e Flvio Luis Pinto, funcionrios (as) dedicados (as) e companheiros (as) de todas as horas. Amiga Valria Mara de Oliveira, que alm de funcionria eficiente foi pea chave nesta longa trajetria. Serei sempre grato e lembrarei do carinho e do apoio que me dedicaste. Amiga Marli Geraldino, funcionria valiosa que torna a nossa convivncia familiar mais agradvel. Amiga Lgia Ghisi pela ajuda, alegria e espontaneidade. Maria Jos de Deus, grande amiga de Mestrado e Doutorado.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS

A Deus, pelo dom precioso da vida e da paternidade. Aos Cirurgies-Dentistas do municpio de Itaja (SC), sem os quais este trabalho no seria possvel. Profa Arlete Terezinha Besen Soprano, Diretora do Centro de Cincias da Sade da UNIVALI. Tua amizade, compreenso, estmulo e confiana foram fundamentais para que eu chegasse at aqui. Profa Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph.D., grande orientadora, professora e pesquisadora, mas, principalmente, grande amiga e estimuladora da produo e veiculao do conhecimento. Obrigado pela confiana, aprendizado e pela

oportunidade que me deste de conviver contigo durante mais esta etapa to especial da minha trajetria profissional. Ters sempre a minha admirao e o meu respeito! Aos membros da Banca Examinadora: - Prof. Dr. Gilse Ivan Rgis Filho - Prof. Dr. Henri Stuker - Prof. Dr. Paulo Csar Saquy - Prof. Dr. Sigmar de Mello Rode Obrigado pela dedicao, valorizao e, principalmente, pela humildade com que vocs apresentaram as sugestes, que em muito qualificaram o trabalho. Espero corresponder confiana que vocs depositaram em mim. Muito obrigado! A Mrio e Telma, pais biolgicos, que experimentaram a paternidade/maternidade muito cedo e que sempre acreditaram na vida. Com muita honra e orgulho, sou continuidade

de suas existncias, e desejo um dia significar para os meus filhos o que vocs representam para mim. Obrigado por tudo! Eu amo vocs! Maria de Ftima Uriarte e aos seus lindos rebentos, Daniel, Rafael e Gabriel, pela pousada e o acolhimento. Aos meus irmos: Mrcio Daniel, Mara Lcia, Luciana e Lus Felipe. Alm de irmos, meus grandes amigos. Aos mais antigos, agradeo as alegrias e tambm as

dificuldades que juntos soubemos superar. Aos mais recentes, o meu desejo de podermos compartilhar muitos momentos de satisfao e de cumplicidade. Divido com todos vocs esta importante conquista da minha trajetria profissional e pessoal. Aos queridos Saulo e Dirce, obrigado pelo exemplo de f e de dedicao famlia. Quando for grande tambm pretendo chegar l. Obrigado por tudo! querida ngela Sanson Zewe, pela cabea boa, pelos bons papos e pela alegria. av Brulia. Tua vida exemplo de perseverana, bom astral e de serenidade. Contigo aprendi que o importante caminhar, mesmo que seja devagar, pois devagar se vai a muito longe. Aos queridos e abenoados filhos Lucas e Sarah. Dos presentes que a vida me deu e que de certo me dar, vocs so o mais precioso, mesmo que eu fosse viver eternamente. Tenho orgulho da beleza, da inteligncia e do bom interior de vocs. De todo este empreendimento, que vocs sabem tanto quanto eu que no foi fcil, espero ter crescido um pouco mais como ser humano, para que a nossa convivncia seja ainda mais agradvel e torne-se cada vez mais estreita. Vocs so as pessoas mais importantes da minha vida. Amo muito vocs! Mnica, minha mulher, amiga, companheira e cmplice dos sonhos, aventuras e realizaes dos meus ltimos vintes anos. Obrigado pelo carinho, compreenso e confiana que me alentaram e encorajaram nas horas de desnimo e insegurana, principalmente nos dias em que no acreditava mais ser possvel superar os desafios. Teu amor, tua dedicao e confiana em mim sempre estiveram presentes. Crescemos

e cresceremos juntos, se Deus quiser. Esta importante conquista nossa! Vamos lutar agora para te ver em breve passando por experincia semelhante. Te amo muito!

Fazer a tese significa no apenas dominar parte do contedo relacionado ao assunto, mas tambm dominar nossas

inseguranas, medos, escapes, defesas, ansiedades e angstias. Significa tambm experimentar um genuno prazer e orgulho quando se escreve uma frase, um pargrafo, um captulo maravilhoso. Significa aprender a valorizar nossas conquistas e os apoios diversos que recebemos. (FREITAS, 2002, p. 93).

10

ANTROPOMETRIA E PRTICA PROFISSIONAL DO CIRURGIO-DENTISTA


Mrio Uriarte Neto Orientadora: Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph.D. Data da defesa: Dezembro de 2004.

Resumo: A ergonomia contribui, como cincia, alertando profissionais trabalhadores, mostrando-lhes a necessidade da observncia de princpios que concorram para uma prtica slida, eficiente, eficaz, e igualmente saudvel e prazerosa. Neste sentido o ambiente de trabalho, no caso da odontologia principalmente a sala clnica - posto de trabalho, deve ser agradvel; manter um bom clima organizacional; ser dotado de equipamentos odontolgicos que disponham de condies adequadas do ponto de vista ergonmico e que levem em considerao a antropometria do cirurgio-dentista. O principal objetivo do presente trabalho, portanto, constituiu-se em analisar variveis antropomtricas e a relao com a prtica profissional do cirurgio-dentista do municpio de Itaja (SC). A amostra constou de 89 cirurgies-dentistas, dos 163 inscritos no Conselho Regional de Odontologia (SC) at janeiro de 1998, que atuavam em consultrio particular na cidade de Itaja, Santa Catarina. Os resultados das variveis antropomtricas do cirurgio-dentista fazem parte de um banco de dados coletados em 1999, como tambm os dados referentes aos principais equipamentos que compunham a sala clnica, como cadeira, mocho e equipo odontolgico, e equipamentos perifricos. Em funo das muitas variveis levantadas no trabalho, utilizou-se a anlise multivariada como tratamento estatstico, optando-se pela anlise de clusters, que usa a distncia euclideana e o mtodo de agrupamento de Ward. A anlise teve o intuito de encontrar agrupamentos das categorias: variveis antropomtricas e equipamentos odontolgicos, em relao a gnero e tempo de profisso. Como resultado obteve-se a formao de seis grupos para as variveis antropomtricas e seis para os equipamentos odontolgicos. Concluiu-se, entre outros itens, que: a questo de gnero parece no ter sido determinante na formao dos grupos; h evidncias de uma implicao direta das variveis antropomtricas na prtica profissional do cirurgio-dentista; em alguns casos os equipamentos odontolgicos no esto adequados aos cirurgies-dentistas que os utilizam; a anlise de clusters concorreu para a evidenciao dos objetivos propostos no trabalho. A partir dos resultados se percebe a necessidade de uma ampla discusso no sentido de comprometer mais os segmentos envolvidos com a odontologia. Escolas formadoras de conhecimento; poder pblico (gestores); empresas fabricantes de equipamentos odontolgicos; cursos de odontologia; conselhos regionais de odontologia; e cirurgies-dentistas, devem ser convidados a refletir sobre a questo da responsabilidade social para com os trabalhadores. Pautada, inicialmente, na garantia de boas condies de trabalho, contribuindo para a valorizao do cirurgio-dentista e sua equipe, o que deve resultar numa prtica profissional de excelncia em qualquer nvel e instncia de atuao seja pblica ou privada. Palavras-chave: Antropometria/ Ergonomia / Equipamentos Odontolgicos

11

ANTHROPOMETRY AND THE PROFESSIONAL PRACTICE OF THE DENTAL SURGEON


Mrio Uriarte Neto Advisor: Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph.D. Data of defense: December 2004.

Abstract: Ergonomics contributes, as a science, to raising awareness among professionals and workers, showing them the need to observe principles which contribute to a solid, efficient and effective practice, and one which is healthy and enjoyable. Thus, the working environment, in the case of dentistry particularly in the dental clinic (the room where the workstation is located)- the work station, should be pleasant; it should maintain a good organizational climate; it should contain dental equipment which is appropriate from an ergonomic point of view, and which takes into consideration the anthropometry of the dental surgeon. The main objective of this work, therefore, was to analyze anthropometric variables and their relation to the professional practice of dental surgeons in the town of Itaja (SC). The sample consisted of 89 dental surgeons, from 163 members of the Conselho Regional de Odontologia (Regional Dentistry Council) (SC) up to January 1998, who were practicing in their own consultancy in the town of Itaja, Santa Catarina. The results of the anthropometric variables of the dental surgeon form part of a databank collected in 1999, as do the data relating to the main equipment that comprise the clinic, such as chairs, stool and dental equipment, as well as peripheral equipment. Due to the many variables studied in this work, multivariate analysis was used for the statistical modeling, opting for cluster analysis, using Euclidean distances. The purpose of the analysis was to identify groups of categories: anthropometric variables and dental equipment, in relation to gender and length of time in the profession. As a result, six groups were obtained for the anthropometric variables and six for the dental equipment. It was concluded that: the issue of gender was not a determining factor in the formation of the groups; anthropometric variables have a direct influence on the professional practice of the dental surgeon; in some cases, the dental equipment used is not appropriate for the dental surgeons who use it; the cluster analysis contributed to confirming the objectives proposed in the work. A need was observed for greater discussion in order to increase the level of commitment among the sectors involved in dentistry. Schools where knowledge is formed; public authorities (managers); companies that manufacture dental equipment; courses in dentistry; regional dentistry councils; and dental surgeons, should be invited to reflect on the issue of social responsibility towards workers. This should be based, Initially, on the guarantee of good working conditions, contributing to the valorization of the dental surgeon and his or her team, which should result in a professional practice of excellence at whatever level and instance of practice, whether public or private. Key words: Anthropometry/ Ergonomics / Dental Equipment

12

SUMRIO

RESUMO................................................................................................................. ABSTRACT.............................................................................................................. SUMRIO................................................................................................................ LISTA DE FIGURAS................................................................................................ LISTA DE TABELAS................................................................................................ 1 DADOS DE IDENTIFICAO........................................................................... 1.1 Do Trabalho...................................................................................................... 1.2 Dos Pesquisadores.......................................................................................... 2 INTRODUO................................................................................................... 2.1 Justificativa...................................................................................................... 2.2 Delimitao da Pesquisa................................................................................. 3 OBJETIVOS....................................................................................................... 3.1 Geral.................................................................................................................. 3.2 Especficos....................................................................................................... 4 REFERENCIAL TERICO................................................................................ 4.1 Ergonomia na Odontologia............................................................................. 4.2 Ambiente de Trabalho..................................................................................... 4.3 Equipamentos Odontolgicos Principais...................................................... 4.4 Equipamentos Odontolgicos Perifricos.................................................... 4.5 Princpios de Racionalizao......................................................................... 4.6 Doenas Ocupacionais................................................................................... 4.7 Antropometria.................................................................................................. 4.8 Sexualizao/feminizao das Ocupaes................................................... 5 MATERIAIS E MTODOS.................................................................................. 5.1 Amostra............................................................................................................ 5.2 Etapas da Coleta de Dados............................................................................. 5.3 Metodologia de Anlise dos Dados Coletados............................................. 6 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS.................................. 6.1 Resultados Gerais........................................................................................... 6.2 Caracterizao dos Grupos............................................................................ 6.3 Equipamentos Odontolgicos X Cirurgies-Dentistas................................ 6.4 Consideraes Finais...................................................................................... 7 CONCLUSO....................................................................................................

p.10 p.11 p.12 p.14 p.15 p.17 p.17 p.17 p.18 p.20 p.22 p.24 p.24 p.24 p.25 p.25 p.26 p.27 p.31 p.32 p.34 p.37 p.39 p.42 p.42 p.43 p.54 p.56 p.57 p.64 p.85 p.104 p.106

13

8 9

RECOMENDAES......................................................................................... REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS..................................................................

p.108 p.112 p.118 p.119 p.123

10 APNDICES...................................................................................................... APNDICE A - Instrumento de Coleta de Dados........................................... APNDICE B - Medidas da Cadeira Odontolgica e do Mocho Odontolgico APNDICE C - Representantes dos Grupos Clusters: Variveis Antropomtricas e Equipamentos Odontolgicos Principais e Perifricos.... APNDICE D - Variveis Antropomtricas por Tempo de Profisso e Amostra Total......................................................................................................... 11 ANEXOS ANEXO A - Parecer do Comit de tica em Pesquisa...................................

p.125 p.126 p.138 p.139

14

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Trena Lufkin com hastes adaptadas....................................................... Figura 2 Obteno da Estatura............................................................................. Figura 3 Instrumento Inter 16 Depose France, n 191....................................... Figura 4 Obteno da Massa Corporal................................................................. Figura 5 Balana Digital........................................................................................ Figura 6 Obteno da Altura Tronco-Ceflica....................................................... Figura 7 Obteno da Medida Sacro-Popltea...................................................... Figura 8 Obteno da Altura Popltea................................................................... Figura 9 Obteno da Altura Assento-Cotovelo (Esttica).................................... Figura 10 Obteno da Altura do Joelho (Esttica).............................................. Figura 11 Obteno da Medida Comprimento Total do Brao e Antebrao......... Figura 12 Obteno da Espessura do Encosto de Cabea, Encosto e Assento..

p.44 p.45 p.46 p.47 p.47 p.48 p.48 p.49 p.50 p.50 p.51 p.52

Figura 13 Obteno do Comprimento do Encosto de Cabea, Encosto e Assento..................................................................................................................... p.52 Figura 14 Obteno da Largura do Encosto de Cabea, Encosto e Assento....... Figura 15 Obteno da Altura Mnima do Mocho Odontolgico........................... Figura 16 Obteno da Altura Mxima do Mocho Odontolgico........................... p.52 p.53 p.53

Figura 17 Anlise de clusters: variveis antropomtricas dos cirurgiesdentistas de Itaja (SC) Amostra total.................................................................... p.63 Figura 18 Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos principais e perifricos Amostra total........................................................................................ p.69

15

LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas de Itaja (SC) Geral............................................................................................................... Tabela 02 Cadeira odontolgica: caractersticas gerais Amostra total........ Tabela 03 Mocho odontolgico: caractersticas gerais Amostra total......... Tabela 04 Equipo odontolgico: caractersticas gerais Amostra total......... Tabela 05 Equipamentos odontolgicos perifricos - Amostra total...............

p.57 p.58 p.59 p.60 p.61

Tabela 06 Anlise de clusters: variveis antropomtricas - Composio dos grupos 01,02,03,04,05 e 06 .............................................................................. p.64 Tabela 07 Anlise de clusters: resultados das variveis antropomtricas Grupos 01,02,03,04,05 e 06.............................................................................. p.65 Tabela 08 - Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos - Composio dos grupos 01,02,03,04,05 e 06........................................................................ p.70 Tabela 09 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 01....... Tabela 10 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 02....... Tabela 11 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 03....... Tabela 12 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 04....... Tabela 13 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 05....... Tabela 14 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 06....... p.71 p.73 p.75 p.77 p.79 p.81

Tabela 15 Variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas que utilizam os equipamentos odontolgicos dos seis grupos, agrupados pela anlise de clusters............................................................................................................... p.87 Tabela 16 Medidas do mocho odontolgico Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters dos equipamentos odontolgicos)...................................................... p.99 Tabela 17 Variveis antropomtricas relacionadas utilizao do mocho odontolgico Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters dos equipamentos odontolgicos).................................................................................................... p.100

16

Tabela 18 Anlise da relao: altura mnima do mocho odontolgico e altura popltea do cirurgio-dentista................................................................... p.102 Tabela 19 Medidas da cadeira odontolgica Geral .................................... Tabela 20 - Medidas do mocho odontolgico Geral....................................... p.123 p.123

Tabela 21 Medidas da cadeira odontolgica: Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters equipamentos odontolgicos)............................................................. p.123 Tabela 22 Medidas do mocho odontolgico: Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters equipamentos odontolgicos)............................................................. p.124 Tabela 23 Anlise de clusters: variveis antropomtricas. Representantes dos grupos 01,02,03,04,05,06, por nmero de entrevista................................. p.125 Tabela 24 Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos. Representantes dos grupos 01,02,03,04,05,06 que os utilizam, por nmero de entrevista....................................................................................................... p.125 Tabela 25 Estatura: por tempo de profisso e amostra total Geral............. Tabela 26 Massa corporal: por tempo de profisso e amostra total Geral.. p.127 p.128

Tabela 27 ndice de massa corporal: por tempo de profisso e amostra total Geral........................................................................................................ p.129 Tabela 28 Altura tronco-ceflica: por tempo de profisso e amostra total Geral................................................................................................................... p.130 Tabela 29 Medida sacro-popltea: por tempo de profisso e amostra total Geral................................................................................................................... p.131 Tabela 30 Altura popltea: por tempo de profisso e da amostra total Geral................................................................................................................... p.132 Tabela 31 Altura assento-cotovelo (esttica): por tempo de profisso e amostra total Geral.......................................................................................... p.133 Tabela 32 Altura assento-cotovelo (dinmica): por tempo de profisso e amostra total Geral.......................................................................................... p.134 Tabela 33 Altura do joelho (esttica): por tempo de profisso e amostra total Geral........................................................................................................ p.135 Tabela 34 Altura do joelho (dinmica): por tempo de profisso e amostra total Geral........................................................................................................ p.136 Tabela 35 Comprimento total de brao e antebrao: por tempo de profisso e amostra total Geral....................................................................................... p.137

17

1 DADOS DE IDENTIFICAO

1.1 Do Trabalho

1.1.1 Ttulo: Antropometria e prtica profissional do cirurgio-dentista. 1.1.2 reas de conhecimento: 4.00.00.00 1 Cincias da Sade 4.02.00.00 0 Odontologia

1.1.3 Palavras-chave: Antropometria/ Equipamentos Odontolgicos/ Ergonomia

1.2 Dos Pesquisadores

1.2.1 Nome do Doutorando: Mrio Uriarte Neto 1.2.2 Telefone: (47)3417564 e-mail: [email protected] ou [email protected] 1.2.3 Nome da orientadora: Maria de Ftima da Silva Duarte, Ph.D. 1.2.4 Telefone: (48)3317088 e-mail: [email protected]

18

2 INTRODUO
A odontologia, como profisso e cincia, vem evoluindo muito, principalmente nas ltimas dcadas. Socialmente tem apresentado sua contribuio na medida em que se constatam melhores ndices epidemiolgicos da populao brasileira para jovens de at 12 anos, de um modo geral, ainda que pese a falta de acesso aos servios odontolgicos a uma grande porcentagem da populao, e a alta demanda de atendimentos a pacientes adultos jovens e populao de terceira idade. Cangassu et al. (2002), em estudo que traou o perfil do paciente atendido na Faculdade de Odontologia da UFBA, apontaram para a grande necessidade de reabilitao prottica, justificada em funo da mutilao precoce. E ressalta-se que:
a perda total da dentio tambm tem efeito nocivo sobre o paciente fragilizado psiquicamente. Mexe com a auto-estima e faz com que o indivduo desdentado se identifique com o beb, mudando o referencial sobre si mesmo e perturba o psiquismo. (SOVIEIRO; MAEDA, 2002, p.336).

E Corbacho et al. (2001) concluram que apenas 25% das famlias atendidas na estratgia de sade da famlia correlacionaram a crie e a doena periodontal com doena bucal. odontolgicos. Na questo tecnolgica, entretanto, pode-se dizer do avano a partir de novos materiais, tcnicas e equipamentos que fazem com que cirurgies-dentistas tenham mo melhores condies de trabalho quando comparadas dcadas passadas. Especificamente, a odontologia brasileira considerada uma das mais avanadas mundialmente. Igualmente, o profissional que nela atua tambm goza de prestgio e do status de ser considerado tecnicamente competente e habilidoso. A prtica odontolgica proporciona a quem nela atua: satisfao, gratificao com os resultados obtidos e contribuio reabilitando e reintegrando socialmente um indivduo, por meio da preveno, recuperao e promoo da sade. (URIARTE NETO, 1999). Entretanto, como tambm presente em outras profisses, uma problemtica apresenta-se para a odontologia: configurar na lista das consideradas desgastantes, Estes dados indicam ainda uma grande carncia pelos servios

19

expondo o cirurgio-dentista a uma srie de agentes potencialmente causadores de doenas ocupacionais, com destaque para os mecnicos, desencadeadores de problemas musculoesquelticos. A ergonomia, cincia que estuda as leis naturais do trabalho humano (OXFORD, 1949, apud BARROS, 1991), com o seu referencial terico prprio e tambm consubstanciado em outras cincias como a psicologia, fisiologia, engenharia etc., vem contribuir alertando profissionais - trabalhadores, mostrando-lhes a necessidade da observncia de princpios que concorram para prtica slida, eficiente, eficaz, e igualmente saudvel e prazerosa. Neste sentido, o ambiente de trabalho, no caso da odontologia principalmente a sala clnica - posto de trabalho, deve ser agradvel, manter um bom clima organizacional e dotado de equipamentos que disponham de condies adequadas do ponto de vista ergonmico, que levem em considerao variveis antropomtricas do cirurgio-dentista. Portanto, dentre os fatores principais, que concorrem para um atendimento odontolgico rpido, otimizado, de qualidade e capaz de se traduzir numa abrangncia social de grandes dimenses, dentro de uma viso ergonmica, esto: alto grau de interao na relao profissional/paciente - advindo de uma compreenso e cooperao das partes implicadas no processo, garantido a partir de um comportamento emptico do profissional; elevado grau de exigncia nos padres de atendimento, quanto a tcnicas, instrumentais e materiais empregados; trabalho com as melhores possibilidades e requisitos individuais dos principais equipamentos de um consultrio odontolgico, tais como: equipo, cadeira, mocho, refletores etc., que correspondam s expectativas de toda a equipe de trabalho; melhores condies de instalao e design da sala clnica - posto de trabalho que sejam capazes de propiciar uma jornada prazerosa de trabalho para toda a equipe e, principalmente, para o profissional operador; a utilizao, em grande escala, de pessoal auxiliar, com qualificao para responder delegao de atividades, principalmente das que no exijam formao acadmica especfica;

20

uma racionalizao na distribuio de reas de atuao da sala clnica, destinando-as especificamente a cada componente da equipe, a fim de evitar o cruzamento, garantindo um fluxo contnuo na realizao do procedimento clnico;

racionalizao e organizao prvia de materiais e instrumentais, implicados no procedimento para facilitar a execuo; necessidade da preocupao constante do profissional, em adotar adequadas posies de trabalho para si e equipe no atendimento ao paciente. (URIARTE NETO, 1999).

2.1 Justificativa H uma incidncia expressiva de problemas de natureza musculoesqueltica em cirurgies-dentistas corroborada pela prtica profissional. indiscutvel o fato de que as doenas profissionais causadas por agentes mecnicos, tm real importncia em odontologia, e que as medidas ergonmicas adequadas, constituem o melhor mtodo de elimin-las. (NOGUEIRA, 1983, p. 18). E com certeza entre as medidas

ergonmicas configuram as condies, a eleio e a utilizao adequadas dos equipamentos odontolgicos, quando positivamente contemplados na prtica

profissional diria, podem contribuir preventivamente quela triste realidade registrada para vrios cirurgies-dentistas. Paralelamente problemtica das doenas ocupacionais infelizmente registradas em cirurgies-dentistas, identifica-se tambm a necessidade de mais trabalhos de pesquisa, especficos, que possam contribuir na busca de solues para determinadas situaes desfavorveis e a promoo do ser humano, quer esteja ele na condio de paciente ou profissional. A odontologia sem dvidas uma das profisses liberais que submete os trabalhadores a constrangimentos posturais para a execuo do ofcio. (VILAGRA, 2002, p.68). No entanto, o cirurgio-dentista recebendo conhecimentos preventivos e atravs de sua capacidade intelectual, pode criar condies para proteger-se das ameaas que afeta sua integridade. (ULBRICHT, 2000, p.79). Analisar a relao das variveis antropomtricas com a prtica profissional do cirurgio-dentista, por meio da caracterizao dos equipamentos odontolgicos utilizados por ele, pode ser um dos passos para se avaliar o dia-a-dia do profissional, e

21

tambm uma oportunidade para verificar o grau de adequao; e, caso apresentem alguns aspectos desfavorveis, propor recomendaes ergonmicas. Acredita-se com este trabalho colaborar no estmulo reflexo entre os cirurgies-dentistas sobre a importncia e o benefcio da agregao de princpios ergonmicos em suas prticas dirias, compreendendo-os como forma preventiva; e contribuir para uma prtica profissional mais saudvel, produtiva e prazerosa. Aps a concluso almeja-se disponibilizar, aos profissionais diretamente envolvidos com a pesquisa, os resultados da forma mais clara e prxima possvel, a fim de que lhes sirvam de referncias para a avaliao de suas prticas, valorizando aspectos positivos e revendo pontos que, porventura, meream investimentos. Para Beach e Debiase (1998) as informaes sobre princpios ergonmicos devem estar cada vez mais disposio fazendo parte da vida de estudantes e profissionais, como meio auxiliar na preveno de doenas ocupacionais. Tambm se quer colaborar para que a imagem do cirurgio-dentista continue positiva, pois esses profissionais so considerados atenciosos, confiveis, preparados e estudiosos e o consultrio visto como um lugar agradvel limpo e com um bom quadro de funcionrios. (BIBANCOS; LOUREIRO, 2004, p.19). O presente trabalho prope ainda uma reflexo acerca da responsabilidade social de setores envolvidos com a prtica profissional odontolgica: instituio formadora de conhecimento; rgo de classe e associaes; poder pblico a partir dos seus gestores; cirurgies-dentistas; e empresas fabricantes de equipamentos odontolgicos, pois se trata de um trabalho acadmico, que contou com a participao de profissionais inseridos no mercado de trabalho e pretende disponibilizar dados que se constituam em elementos de anlise aos envolvidos e comprometidos com o desenvolvimento de uma odontologia de excelncia em qualquer instncia e espao de atuao. Justifica-se, portanto, a importncia do trabalho ora proposto, no sentido de contribuir para com a classe odontolgica, quer seja dos cirurgies-dentistas exclusivamente direcionados a clnicas particulares ou inseridos no contexto da sade pblica, atuantes nas unidades de sade. Todo e qualquer espao de trabalho merece uma ateno especial, e deve ser dotado das melhores condies possveis, assim

22

como so fundamentais as observaes de princpios ergonmicos, a fim de tornar a relao entre a equipe de trabalho e principalmente profissional/paciente, bem como a prestao de servio mais efetiva e humanizada. 2.2 Delimitao da Pesquisa

O trabalho foi realizado no municpio de Itaja (SC), tendo como amostra 89 cirurgies-dentistas, dos 163 inscritos no Conselho Regional de Odontologia (SC) at janeiro de 1998, atuantes em Itaja. Foram entrevistados somente os que trabalhavam em suas clnicas ou consultrios particulares, muito embora alguns tambm atuassem em unidades de sade ou em outros empregos. A amostra foi aleatria e acidental, onde o pesquisador, de posse do cadastro dos profissionais contendo o endereo residencial e o do consultrio, saiu ao encontro daqueles, visitando os que se encontravam nos consultrios, naquele momento, entrevistando-os. Todos os resultados fazem parte de um banco de dados coletados em 1999 e foram obtidos por meio das respostas enunciadas pelo prprio cirurgio-dentista, as quais, acredita-se, tenham sido as mais verdadeiras possveis. Na parte da entrevista que compreendia uma observao, sempre se solicitava ao cirurgio-dentista que trabalhasse da maneira mais normal e cotidiana e que, na medida do possvel, esquecesse a presena do observador naquele momento, e conservasse todas as posies de trabalho e os conceitos utilizados freqentemente. A observao do

atendimento ao paciente retratou apenas uma situao de trabalho que, se quer acreditar, representa o dia-a-dia do cirurgio-dentista. Salienta-se que, como em toda pesquisa, as limitaes sempre estaro presentes, devendo-se levar em considerao uma margem de diferena nos resultados ainda que, provavelmente, muito pequena. Ressalta-se tambm, que os dados obtidos no trabalho, retratam a realidade do cirurgio-dentista do municpio de Itaja, no podendo ser generalizados para outras cidades ou situaes. Supe-se, no entanto, que muitos dos dados encontrados so aplicveis quando comparados a outros resultantes de pesquisas citadas no decorrer

23

do trabalho.

Portanto, acredita-se que podero servir de referncia a outros

pesquisadores, pois so poucos os trabalhos realizados nesta rea. Outro aspecto a ser considerado que este trabalho visa dar continuidade caracterizao do posto de trabalho do cirurgio-dentista do municpio de Itaja, realizado em 1999 pelo mesmo pesquisador; e contribuir para o levantamento e anlise mais completos da situao e das condies de trabalho daqueles profissionais.

24

3 OBJETIVOS
3.1 Geral: Analisar a antropometria relacionada aos equipamentos odontolgicos utilizados

na prtica profissional do cirurgio-dentista do municpio de Itaja (SC). 3.2 Especficos: Mensurar variveis antropomtricas do cirurgio-dentista diretamente

relacionadas com concepo de espaos de trabalho e equipamentos odontolgicos. Caracterizar a cadeira odontolgica quanto a: marca, tempo, acionamento, controles, revestimento; e obter medidas de espessura, comprimento e largura do encosto de cabea, encosto e assento. Caracterizar o mocho odontolgico quanto a: marca, tempo, nmero de rodas, acionamento, regulagem, nmero de unidades na sala clnica; e obter medidas da altura mnima e mxima. Analisar a relao de variveis antropomtricas do cirurgio-dentista com caractersticas de alguns equipamentos odontolgicos da sala clnica. Verificar a presena ou no de equipamentos odontolgicos perifricos na sala clnica. Oferecer aos fabricantes de equipamentos odontolgicos subsdios para anlise e/ou aprimoramento de determinados produtos. Integralizar a pesquisa iniciada em 1999, somando quela mais alguns dados a fim de contribuir para maior e melhor caracterizao da prtica profissional dos cirurgies-dentistas do municpio de Itaja (SC).

25

4 REFERENCIAL TERICO
4.1 Ergonomia na Odontologia

A ergonomia, cincia que estuda as leis naturais do trabalho humano (OXFORD, 1949, apud BARROS, 1991), com o seu referencial terico prprio e, consubstanciado tambm em outras cincias como a psicologia, fisiologia, engenharia etc., vem contribuir alertando profissionais trabalhadores, mostrando-lhes a necessidade da observncia de princpios que concorram para uma prtica slida, eficiente, eficaz, e igualmente saudvel e prazerosa. Ressalta-se o papel fundamental da ergonomia tendo em vista a necessidade da tomada de conscincia e a conseqente adoo de atitudes preventivas, pois infelizmente, Rosa e Ulbricht (2003, p.12) concluram que:
a desinformao um dos principais agravantes quando se trata de doenas ocupacionais. No caso das leses por esforos repetitivos e/ou distrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT) em que os dentistas pertencem ao grupo de risco, tem-se esta confirmao.

Saquy e Pcora (1994, p. 12) falaram que a ergonomia na odontologia surgiu a partir de estudos da racionalizao do trabalho, e que ela tem por objetivo, a sua simplificao, a preveno da fadiga e o maior conforto, para a equipe de trabalho. Na odontologia, a ergonomia foi fortemente incorporada a partir de alguns eventos histricos como: a fabricao da primeira cadeira do tipo relax por Albert Tompson, baseada em cadeiras de pilotos de avio de bombardeios; o prottipo do primeiro mocho rodante corretamente, que possua cinco rodzios; e, a disponibilizao do primeiro sistema de suco. (BARROS, 1991). Esta trade basicamente inaugurou uma nova era no que diz respeito incorporao de conceitos ergonmicos aos equipamentos odontolgicos, muito embora anteriormente algumas iniciativas foram registradas, porm de maneira isolada e artesanal.
Ao se tratar da questo da incorporao dos conceitos ergonmicos nos equipamentos, destaca-se que ocorreram melhorias significativas nos ltimos anos. Os cirurgies-dentistas apontam uma srie de

26

incrementos e mudanas que contriburam para melhorias no trabalho. (KOSMANN, 2004, p. 164).

A facilidade na execuo da maioria dos procedimentos clnicos aumentou muito, uma vez que o paciente se acomodou melhor na cadeira, o cirurgio-dentista passou a trabalhar mais confortavelmente sobre o mocho, com maior possibilidade de deslocamento e a controlar melhor a saliva e o sangue, que so elementos sabidamente complicadores na execuo de exames e procedimentos clnicos. (BARROS, 1991). Em relao ao conhecimento, no entanto, Michelotto (2001) constatou em sua pesquisa com endodontistas um baixo conhecimento a respeito de ergonomia e sua importncia para a diminuio da fadiga, aumento da produtividade e preveno das LER/DORT por parte do profissional. 4.2 Ambiente de Trabalho

Um posto de trabalho pode ser considerado como a menor unidade produtiva, dentro de um sistema de produo, geralmente, envolvendo um homem e o seu local de trabalho. Na prtica profissional do cirurgio-dentista a sala clnica pode ser

considerada o seu posto de trabalho. O enfoque ergonmico do posto de trabalho est no fato de adequ-lo s caractersticas psicofisiolgicas do trabalhador, reduzindo as exigncias biomecnicas posturais, procurando coloc-lo em uma boa postura de trabalho, adequando os equipamentos, ferramentas e objetos ao alcance dos movimentos corporais. (SANTOS, 1991).
Um melhor ambiente de trabalho, que ajude a manter o estado de alerta e a motivao (...) e respeite a melhor forma do trabalhador realizar suas atividades, elemento fundamental na busca de sistemas de trabalho em que se equilibre o bem estar e a produtividade. (APUD; MEYER, 2003, p.20).

A tecnologia, no seu significado mais amplo, abrangendo o conjunto de conhecimentos utilizados no apenas na fabricao, mas em todo o processo de interao da empresa com o seu ambiente, constitui-se elemento vital na determinao do grau de competitividade de uma empresa. No consultrio odontolgico que pode ser

27

considerado uma empresa prestadora de servios, pode-se dizer que toda a iniciativa que venha a resultar em uma melhoria no atendimento ao paciente e na qualidade da prestao de servio pode, em muito, aumentar a gama de resultados: contribuir para uma realidade social melhor; elevar o nmero de atendimentos s necessidades das populaes; e significar a conquista de novos espaos de atuao e oportunidades de emprego. (BARROS, 1991; UNFER; SALIBA, 2001). O ambiente fsico, se traduz como um dos elementos que determina o grau de satisfao do paciente em relao ao atendimento odontolgico. (CHAVES, 1986, apud RAMOS,1997, p. 58). E Mendes (1997, p. 180) acreditava numa abordagem que tenha como ponto de partida o processo de trabalho e a maneira como se organiza e da se dirija para os aspectos do ambiente do trabalho, ressaltando o posto de trabalho com mobilirios, equipamentos e ferramentas. Bibancos e Loureiro (2004, p.19) confirmaram o que foi dito pelos autores quando concluram que o consultrio visto como um lugar: agradvel, limpo e com um bom quadro de funcionrios; e que este foi um dos itens que fez com que a populao entrevistada considerasse o mdico e o dentista como ocupante de posio de destaque entre as diversas profisses. E cirurgies-dentistas do servio pblico de Santa Maria destacam as condies materiais, de equipamentos e instalaes como fatores primordiais no sentido de qualificar melhor a realizao do atendimento ao paciente e como um dos itens que diferencia o servio pblico e o privado. (UNFER; SALIBA, 2001). 4.3 Equipamentos Odontolgicos Principais

O conceito de equipamento, ou, e, a combinao dos diferentes elementos do equipamento ou deveria ser sempre a resultante do conceito de trabalho do profissional. Por isso no devemos comprar um equipamento antes de ter comprado um conceito de trabalho. (MARQUART, 1980, p. 20).

Como elemento de trabalho, o equipamento odontolgico pode ser classificado de acordo com a pessoa que o utiliza. Assim tem-se os elementos do paciente....do

28

cirurgio-dentista e da auxiliar.... (SAQUY; PCORA, 1994, p.14; SAQUY; PCORA, 1996, p.47). Segundo Pollack (1996b) os equipamentos odontolgicos dos consultrios podem contribuir para uma correta prtica ergonmica. O equipamento no deveria impossibilitar a equipe odontolgica de obter uma posio de trabalho ideal. Feuerwerker (2003, p. 24) falando de sade coletiva, afirmou que h necessidade de reorientao da ateno, ampliando a promoo e articulando-a com as aes de cura e reabilitao, buscando a utilizao mais racional da tecnologia e dos diferentes equipamentos de sade. E Souza (2003) se referiu a uma cadeira odontolgica, um equipo odontolgico e um aparelho de raios x como os principais equipamentos utilizados pelo cirurgiodentista. 4.3.1 Mocho Odontolgico

A partir do momento em que o cirurgio-dentista deixou de trabalhar em p e passou a sentar-se, o mocho um dos seus companheiros dirios, e com potencial muito grande de lhe oferecer mais conforto e jornadas laborais mais agradveis. Algumas caractersticas devem estar presentes no mocho odontolgico: todo assento para trabalho deve ter altura ajustvel, visando evitar a presso nos tecidos moles da coxa. A altura ideal a que vai do calcanhar crista tibial (altura popltea); para evitar escorregamentos recomendvel que o mocho tenha cinco rodzios em crculo (40 45cm de dimetro); as dimenses do assento deveriam ser: largura, 40-45cm; profundidade, 3842cm. Se o assento pouco profundo e a fossa popltea fica mais de 20cm frente do assento desconfortvel, pouco estvel; e o assento que muito profundo tambm desconfortvel porque ou o indivduo apia o dorso comprimindo a fossa popltea ou ele deixa de comprimir a fossa popltea, mas no consegue apoiar o dorso;

29

a borda anterior do assento deve ser curvada para baixo, para permitir a volta do sangue ao nvel da fossa popltea (mais indicado a inclinao de 5);

assentos com encostos ajustveis devem fornecer apoio s vrtebras lombares; sendo que no deve ir acima do ngulo inferior das escpulas, para no limitar o movimento dos membros superiores. Tambm deve deixar a regio sacra livre, pois se ali houver apoio, o corpo ser empurrado para frente. Idealmente a parte mais baixa do encosto deveria ser desenhada com uma forma convexa para preservar a curvatura da regio mais inferior das costas. O encosto deve ter 30 cm de altura e 38cm de largura, sendo ajustvel nos planos vertical e horizontal;

o material do assento deve permitir ventilao e limpeza adequadas; deve ser verstil e flexvel, com regulagens necessrias para altura de assento e do encosto em todas as direes. (COUTO, 1978; SELL, 1983; BARROS, 1991; POLLACK, 1996b; apud ANDERLE; MAFRA, 1999, p. 16-17). No entanto, preciso que se esclarea, que o fato do profissional ter adotado

esta nova postura, por si s no significa estar livre de todos os males que um dia de trabalho possa causar e garantir uma prtica saudvel. Em algumas situaes os

esforos e movimentos do operador sentado tornam-se mais forados. Portanto, alguns princpios devem ser observados, no momento de sentar-se ao mocho pelo profissional e por toda a equipe de trabalho durante a realizao do procedimento clnico, que so: a) sentar-se no mocho com as coxas paralelas ao cho, formando um ngulo de 90 com as pernas, ficando os ps bem apoiados no cho, propiciando ao profissional estabilidade e fcil deslocamento e, ao mesmo tempo, facilitando o retorno venoso dos membros inferiores; b) manter as costas retas e apoiadas no encosto do mocho, na regio renal e a cabea ligeiramente inclinada para baixo; c) posicionar o cliente deitado na cadeira, de tal maneira que a boca do mesmo fique no mesmo nvel dos seus joelhos; d) ajustar a altura da cadeira de tal maneira que uma das pernas do dentista possa ser colocada sob o encosto, sem sofrer presso. (MARQUART, 1980; BARROS, 1991; PORTO, 1994; SAQUY; PCORA, 1996).

30

4.3.2 Cadeira Odontolgica

A cadeira odontolgica sofreu vrias alteraes nos ltimos anos, principalmente em funo da mudana da posio de trabalho do cirurgio-dentista de p para sentado. Sendo assim, o desenho da cadeira evoluiu, permitindo a melhor postura e viso do profissional, bem como maior comodidade ao paciente deitado. Ela deve ter alguns requisitos essenciais para o trabalho ergonmico: o movimento de reclinar deve ter a elevao simultnea da perna do paciente, porque se for reclinado s o encosto pode haver estiramento dos msculos costais do paciente e compresso dos ossos da bacia, comprimindo tambm rgos internos abdominais; o espaldar da cadeira deve permitir a colocao das pernas do profissional embaixo; indiscutvel que o posicionamento da cadeira seja feito pelos ps para permitir pequenos movimentos, enquanto o operador trabalha, sem desfocar o campo operatrio, sem que haja o toque em botes manuais, anti-higinicos e muitas vezes mal localizados, o que acontece quando o cliente obeso; os apoios de braos e cotovelos devem estar numa posio que d conforto ao paciente sem sobressair do contorno da cadeira. Devem ser estreitos para permitir a aproximao do profissional e mvel para permitir a entrada e sada do paciente; o encosto deve ser o mais fino possvel e reto no sentido lateral para permitir ao paciente aproximar-se do operador; o cabeote deve ser facilmente removvel para os cuidados das crianas. (ALMEIDA, 1988; BARROS, 1991; PORTO, 1994). A cadeira odontolgica, ao proporcionar conforto para o paciente, influencia no seu comportamento e no grau de colaborao com o tratamento. Portanto, apesar de didaticamente pertencer ao paciente, a cadeira odontolgica passa a ser fundamental no desenvolvimento das atividades prprias do cirurgio-dentista. (KOSMANN, 2004, p. 167).

31

4.3.3 Equipo Odontolgico

Define-se como equipo odontolgico o equipamento do cirurgio-dentista onde esto inseridas as pontas de trabalho: entradas para canetas de alta e baixa rotao, seringa trplice, alm de bandeja para instrumentais e/ou materiais odontolgicos, normalmente presente. (MARQUART, 1980). Convencionalmente era essa a

composio do equipo. Atualmente eles so bastante diversificados, podendo apresentar-se com muitos opcionais como mais de uma entrada para as canetas de baixa ou alta rotao, assim como podem estar presentes opcionais como fibra ptica, entrada para aparelho de profilaxia, fotopolimerizador e laser. Quando da composio dos consultrios odontolgicos, h muitas dcadas atrs, os equipos normalmente eram fixos. Posteriormente, foi introduzida a opo de equipos mveis, muito utilizados at hoje; e, por fim, foram acoplados haste flexvel, permitindo uma determinada amplitude de movimentos, tornando-se conhecidos como semimveis. Esta ltima modalidade pode estar acoplada cadeira odontolgica ou fixada diretamente ao cho. (BARROS, 1993; PORTO, 1994). O sistema de ligao das pontas de trabalho, como as canetas de alta e baixa rotao, assim como a seringa trplice com o equipo propriamente dito, sustentado por mangueiras ou hastes, que as ligam ao ar comprimido ou gua vindos da caixa de comando. O sistema convencional e mais comumente encontrado nos consultrios odontolgicos o ligado por mangueiras lisas ou espiraladas, que podem ou no estar apoiadas por bandejas. Quando o sistema utiliza hastes, estas so flexveis e se

apresentam com graduao de regulagem, dependendo da marca e do modelo do equipo. (PORTO, 1994; SAQUY; PCORA, 1996). 4.4 Equipamentos Odontolgicos Perifricos

Inicialmente quando o cirurgio-dentista passou a trabalhar num espao fsico definido como sala clnica, contava basicamente com: cadeira e mocho odontolgicos e equipo. Com o crescimento da profisso e da cincia odontologia, e a evoluo tecnolgica, alguns equipamentos odontolgicos foram projetados e disponibilizados ao

32

mercado, com o objetivo de contribuir para tornar mais eficientes e eficazes os procedimentos clnicos/teraputicos. (PORTO, 1994). Em respeito a uma srie de critrios, definidos a partir de trabalhos de investigao cientfica, alguns equipamentos odontolgicos tidos como perifricos vieram dar respostas aos anseios e necessidades de toda a equipe de trabalho: operador, auxiliar e paciente. Entre eles se destacam: estufa, aparelho de raios X, amalgamador, fotopolimerizador, autoclave, aparelho de profilaxia, negatoscpio, bisturi eletrnico, ultra-som para limpeza prvia de instrumental, os quais servem ao clnico geral; alm da existncia de pontas de trabalho e equipamentos destinados principalmente aos especialistas. (PORTO, 1994; SAQUY; PCORA, 1996). Os grandes equipamentos somados aos perifricos vm auxiliar o profissional a caracterizar a prtica dentria do sculo XXI pela manuteno do equilbrio entre esttica, funo e sade da dentio natural. (RAMFJORD, 1989, p. 171). 4.5 Princpios de Racionalizao

Em relao aos equipamentos da sala clnica, sejam principais ou perifricos, destaca-se a preocupao que deve estar presente na prtica diria do cirurgiodentista, ou seja, a possibilidade de resposta aos quesitos de biossegurana. Na composio da sala clnica, h que se contemplar este importante item. Cabe ao profissional eleger o equipamento odontolgico que mais facilmente ir auxili-lo na rotina diria de desinfeco e esterilizao....utilizar equipos odontolgicos que permitam uma limpeza de reservatrio. (GAETTI-JARDIM; PEDRINI, 1997a, p.35). Deve-se dar preferncia s superfcies lisas, sem costuras e/ou reentrncias, pois so mais facilmente limpas e desinfectadas. O respeito aos princpios de biossegurana traduz-se, cada vez mais, numa questo tica de respeito ao paciente e tem sido cobrado dos profissionais, por usurios, rgos de classe e rgos fiscalizadores, como a vigilncia sanitria. (BRASIL, 2000). Dentre a grande variedade de situaes e a aplicao de procedimentos que asseguram ao ambiente de trabalho um certo nvel de salubridade,

33

destaca-se o conjunto de aes de descontaminao e esterilizao. (ARRUDA et al., 2001, p.11). Alm dos princpios de biossegurana, deve-se, para se obter um trabalho racionalizado rpido e menos estressante: 1. planejar para o freqente e no para o eventual; 2. dispor previamente s manobras todo o instrumental e material necessrio para a sua realizao; 3. dispor de maneira adequada os principais ou os grandes elementos do consultrio, respeitando acima de tudo a diviso de reas proposta pela ISO/FDI; 4. durante a realizao dos procedimentos no deve ocorrer invaso de reas na sala clnica, ou seja, operador e auxiliar devem trabalhar cada um nos seus espaos predeterminados; 5. o operador deve limitar-se ao movimento classe III (inclui movimento at cotovelo) ou no mximo at classe IV (movimento de todo o brao) e deixar os movimentos que incluem rotaes ou deslocamento de todo o corpo para o pessoal auxiliar; 6. utilizar superfcies de trabalho que estejam todas aproximadamente na mesma altura, para facilitar a pega dos instrumentais ou materiais; 7. trabalhar com superfcies comuns de trabalho, ou seja, entre operador e auxiliar, para facilitar a sua transferncia; 8. trabalhar com posies adequadas no sentido de buscar maior conforto e menor desgaste energtico possvel; 9. trabalhar em ambientes iluminados capazes de proporcionar um trabalho tranqilo; 10. trabalhar em ambientes com quantidade de rudo diminuda nunca alm dos 65 decibis; 11. trabalhar em ambientes com cores suaves e agradveis. (BARROS, 1991; BARROS, 1993; PORTO, 1994; apud URIARTE NETO, 1999, p. 31-32).
Deve-se, tambm, instituir condies de trabalho com critrios ergonmicos, como o trabalho com Auxiliar de Consultrio Dentrio, que permite alm do aumento da produtividade e melhor qualidade dos servios, a preveno de doenas de carter ocupacional. (LAZERIS, 2003, p. 84).

34

4.6 Doenas Ocupacionais

Muitos so os males, aos quais, os profissionais da rea da sade esto expostos. Tratando-se do cirurgio-dentista, no pequeno o potencial patognico presente no dia-a-dia num consultrio odontolgico, funcionando como uma arma engatilhada, necessitando apenas de um pequeno impulso, impacto ou algum elemento que a faa disparar. Por exemplo, a instrumentao repetida, o estresse dos msculos, tendes, em funo de posio inadequada, ampliam os riscos do cirurgio-dentista em adquirir Cumulative Trauma Disorders CTD. (LISKIEWICZ; KERSCHBAUM, 1997, p. 162). Aspectos evidenciados e corroborados por Rgis e Lopes (1997, p. 241). Ou nas concluses de Silva (2001, p. 138) o preparo do canal radicular exige um grande nmero de movimentos repetitivos, predispondo o profissional a fadiga fsica e conseqentemente mental, alm de ter uma estreita relao com o aparecimento de doenas ocupacionais (LER/DORT). Estudiosos classificam e dividem toda esta gama de elementos patognicos, denominando-os de Agentes Causais de Doenas Ocupacionais: fsicos, qumicos, mecnicos e biolgicos, com destaque para os agentes mecnicos, e dentre os males provocados por estes esto os problemas musculoesquelticos. Akhbari (1998, p. 44) concluiu numa pesquisa com estudantes de odontologia que a maioria relata sintomatologia dolorosa e 51,2% se queixaram de dor nas costas, e que destes 34,5% alegaram se manifestar ao final da atividade clnica; e concluiu tambm que, possivelmente, a dor nas costas vai acompanhar um grande nmero de cirurgies-dentistas, com o passar do tempo, aps a sua formao. Numa pesquisa com 89 cirurgies-dentistas da Paraba, Dvila et al. (2003) concluram: 87,6% dos profissionais verificaram que a jornada de trabalho cresceu e que a odontologia uma prtica desgastante para 64% deles. O estresse ocupacional constatado na prtica diria do profissional da odontologia, havendo necessidade de uma preocupao por parte de quem nela atua de observao de princpios ergonmicos. (PALM, 1994, p. 28). importante ressaltar que, estatisticamente, independente da profisso, no Brasil milhes de pessoas sofrem

35

de dor crnica e fibromialgia, diagnosticadas pela presena de mltiplos pontos dolorosos, fadiga e alteraes no sono; e atingem mais as mulheres, na proporo de nove para cada homem. (A DOR... 2004, p.11). Geremias (2002) numa pesquisa com funcionrios de uma linha de produo, de ambos os sexos, concluiu que as operadoras so as mais acometidas por leses de esforos repetitivos em 35%, enquanto os operadores so acometidos em 8%. Ohashi (2002) em pesquisa realizada no municpio de So Paulo concluiu que 15,5% dos cirurgies-dentistas entrevistados afirmaram ter adquirido alguma doena em decorrncia da atividade odontolgica. Afirmao corroborada por Moimaz et al., (2003), que analisando a fora de trabalho feminino na odontologia, concluram que 50,5% das entrevistadas declararam possuir algum problema relacionado atuao profissional, sendo com maior freqncia dores na coluna e varizes. Faz-se necessrio, porm, atentar para alguns aspectos, tendo em vista ser a maioria o contingente de mulheres exercendo a profisso de cirurgio-dentista, de um modo geral, nos estados brasileiros. (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 2002). Em relao doena ocupacional alguns itens so especialmente significativos.
Os perigos em relao exposio ao mercrio em mulheres: na fase pr-implantao, em que pode ocorrer mutagnese qumica; no primeiro trimestre de gravidez, em que pode ocorrer teratognese em nvel de distrbios neurolgicos; no terceiro trimestre da gestao, em que podem ocorrer fetopatias, como: espasticidade, amaurose, manifestaes neurolgicas; e na lactao, em que o mercrio pode ser levado ao beb via leite materno. (GLINA et al., 1997, p. 6).

Muito embora pesquisas tm mostrado que o risco aos agentes qumicos e fsicos est diminuindo em funo de melhores condies ergonmicas, em relao aos problemas decorrentes de agentes mecnicos, h um predomnio no atendimento de pacientes do sexo feminino com menos de 40 anos, sendo que, nos casos de LER esse predomnio mostrou-se mais acentuado. (REIS et al., 2000, p. 292). Janurio (2000) em sua pesquisa concluiu que h uma falta de orientao profissional sobre os aspectos ergonmicos, principalmente o rudo e uma falta de noo do perigo por parte da maioria dos cirurgies-dentistas e que encontrou um

36

nmero significativo de profissionais com alteraes auditivas e outras relacionadas exposio prolongada a nveis de presso sonora (NPS). Ainda pode-se falar de toda a sorte da patogenicidade dos agentes biolgicos, os quais so representados pelos microorganismos que, quer seja por contato direto ou pela ao dos aerossis, lanam-se constantemente no ambiente do consultrio odontolgico, transformando-se em agentes poderosos e capazes de desenvolver doenas como hepatite e aids, entre tantas outras. (BRASIL, 2000; SAQUY; PCORA, 1994; BRADASCH et al., 1995; ARRUDA et al., 2001).
Na prtica odontolgica, tem-se consideradas importantes as aes de segurana. Os riscos ocupacionais existem e o assunto relacionado ao potencial de infeco cruzada de microorganismos patognicos estimulou a adoo de normas e rotinas internacionais, que implementam o controle de infeco atravs de sua obrigatoriedade (PAULA, 2003, p.75).

Segundo Guimares et al. (2002, p. 257) o profissional da rea da sade pode ser um vetor de infeces para pacientes, outros profissionais no ambiente de trabalho e comunicantes domiciliares e da comunidade, bem como ser contaminados por eles. E soma-se a isto o fato de muitos profissionais nem sempre utilizarem todos os equipamentos de proteo individual ... no usam todos os tipos de proteo para a sua segurana e do paciente recomendados pelo Ministrio da Sade, concluiu Pereira (1997, p. 189) numa pesquisa com cirurgies-dentistas do municpio do Rio de Janeiro. E h que se salientar que dependendo das condies orgnicas do paciente e de sua inter-relao com a virulncia da microbiota que os coloniza, qualquer microorganismo possui a capacidade potencial de produzir quadros patolgicos. (GAETTI-JARDIM; PEDRINI, 1997b, p. 54). A Sade Ocupacional tem os objetivos seguintes: 1 - proteger os trabalhadores contra qualquer risco sua sade, que possa decorrer do seu trabalho ou das condies em que este realizado; 2 - contribuir para o ajustamento fsico e mental do trabalhador obtendo-o especialmente por meio da adaptao do trabalho aos trabalhadores e da sua colocao em atividades profissionais, para as quais tenham aptido;

37

3 - contribuir para o estabelecimento e para a manuteno do mais alto grau possvel de bem-estar fsico e mental dos trabalhadores. (NOGUEIRA, 1983, p. 16). 4.7 Antropometria

Atualmente, a avaliao antropomtrica, deve ser compreendida como um potencial de informaes valiosas capazes de analisar e compreender os aspectos culturais, sociais e econmicos, relacionados com o biotipo das pessoas de um determinado local, bem como, estabelecer padres para se avaliar crescimento, aptido fsica e sade. Os dados antropomtricos so elementos determinantes na carga fsica do trabalho do indivduo e no aspecto dimensional do posto/espao de trabalho, das ferramentas e mquinas que o compe. (TALMASKY, 1993).
Caractersticas fsicas como: tamanho, fora fsica e peso resultam na necessidade de adaptao do usurio ou riscos. O tamanho dos

mochos e o manejo de equipos e refletores so exemplos da necessidade de maior personificao ou individualizao dos

equipamentos. (KOSMANN, 2004, p. 166).

Medeiros (1971, p. 4) afirmou sobre o emprego do equipamento odontolgico, os dados que proporcionam as especificaes para o projeto de sua construo devem ser baseados em algumas caractersticas fsicas antropomtricas do indivduo que dever utiliz-lo. Alm da preocupao que deve estar presente quando da concepo e montagem de espaos de trabalho, o profissional da sade no pode negligenciar os ndices que apontam para o problema da obesidade que, por exemplo, que podem influenciar diretamente no resultado do seu trabalho dirio. A tendncia obesidade infanto-juvenil confirmada no Brasil, e deve se constituir numa preocupao, pois muito provavelmente acompanhar este indivduo durante sua vida adulta.

(GRANVILLE-GARCIA et al., 2002). Dados antropomtricos do paciente contribuem para que o profissional estabelea um bom diagnstico e plano de tratamento.
A viso panormica, atravs de uma inspeo preliminar, o primeiro passo do exame clnico, quando o profissional observa a atitude do

38

paciente, sua compleio fsica, estatura, peso, proporcionalidade corporal, maneira de andar, olhar etc. (POI et al., 2003, p. 20).

Os segmentos corporais considerados nos trabalhos de antropometria so bastante variados, uma vez que preciso se observar a finalidade dos resultados encontrados e a sua aplicabilidade. de interesse incorporar a dimenso do corpo de pessoas baixas, mdias e altas. Medidas de segmentos na posio em p e sentado so aplicados no desenho da altura da base e encostos de cadeiras, superfcies e lugares de trabalho. Sendo que as pessoas atingem diferentes tamanhos e formas, estudos antropomtricos so usados para ajudar os projetistas e produtores industriais a desenvolver um produto ajustado a todos os tamanhos. (POLLACK, 1996a, p. 65). Para o levantamento antropomtrico esttico, so utilizadas, principalmente, as medidas/segmentos seguintes: massa corprea: influencia indiretamente em todos os segmentos; estatura: influencia diretamente no comprimento dos segmentos medidos. o maior indicador do comprimento geral do corpo; tronco-ceflica: influencia na altura da cadeira quando da posio de trabalho; sacro-popltea: objetiva-se a dimensionar a profundidade de assentos na posio sentada; altura popltea: relacionada a altura do mocho para a correta posio de trabalho, com o ngulo coxa e perna em 90; comprimento do brao: necessria para determinar a distncia de alcance do operador; altura do joelho: necessria para acomodao das pernas abaixo do encosto da cadeira, quando deitada; assento-cotovelo: para determinar a rea de trabalho entre o cotovelo do operador e a boca do paciente. (LOHMAN, 1988; PINTO, 1981; SERRANO, 1987, apud ANDERLE; MAFRA, 1999, p. 19). A antropometria, portanto, um fator importante e relevante. O respeito aos dados antropomtricos, no entanto, por si s no tudo. preciso que estes sejam considerados dentro do contexto onde o trabalhador est inserido, e que venham a

39

colaborar com outros aspectos igualmente importantes no processo. (URIARTE NETO et al., 1997). E Medeiros (1971, p.59) apontou que nos pases desenvolvidos...a percentagem de profissionais do sexo feminino pequena...parece que os dados empregados para o dimensionamento de equipamento so baseados no indivduo de tamanho mdio do sexo masculino. 4.8 Sexualizao/feminizao das Ocupaes

A participao da mulher como fora de trabalho entre 1940 a 1970, diminui nos setores primrio e secundrio da produo e ocorre o aumento da participao da mulher no setor tercirio, que soma 70% da populao feminina economicamente ativa, em ocupaes tradicionalmente femininas. Esses dados referentes orientao e

concentrao de mulheres em carreiras femininas no Brasil mostram a existncia do fenmeno da feminizao ou sexualizao das ocupaes. (SILVA, 1988). Caetano (1993) falou que no mbito geral, podem ser apontados alguns traos que so comuns no cenrio histrico dos pases que experimentaram expressivo desenvolvimento socioeconmico ao longo deste sculo. O crescimento das ocupaes nos setores de indstria de transformao, nas atividades burocrticas e de prestao de servios, com declnio da ocupao em atividades agrcolas; e o incremento da participao feminina no mercado de trabalho. Monteiro et al. (2003) falaram que a predominncia do sexo feminino est presente desde o processo do vestibular, no entanto, exacerbado durante o processo de realizao do curso. O aumento da participao da mulher na rea de odontologia tem sido marcante nos ltimos vinte anos. Esta tendncia tambm se evidencia em outros pases, pois de acordo com Silverton (2001, p. 41) numa pesquisa sobre mulheres como dentistas clnicas nos Estados Unidos, o exame dos dados de 1995 mostra que as mulheres representam 25% do conjunto de dentistas com menos de 40 anos de idade. Desta forma, como dentistas clnicas, as mulheres jovens esto representadas em dobro.

40

E Bittencourt (2003) numa pesquisa realizada com cirurgies-dentistas do servio pblico do municpio de Itaja(SC) constatou que um pouco mais de 50% so do sexo feminino e que a carga horria semanal total de trabalho para 46% dos profissionais se situa acima de 40 horas. A jornada de trabalho feminino comea em casa, continua na empresa e termina novamente em casa. O trabalho domstico, alm de ser repetitivo e estender a jornada de trabalho, apresenta duas caractersticas que contribuem para levar muitas mulheres fadiga crnica e exausto fsica e mental: no tem descanso semanal e nem frias remuneradas. Soma-se a isso o fato de ser uma atividade desvalorizada socialmente, no ajudando, portanto, a elevar a auto-estima da trabalhadora. (SILVA, 1988). Mesmo assim, no entanto, numa pesquisa realizada na cidade de Campina Grande (PB) com 50 profissionais que atuavam em consultrios privados, os autores concluram: 48% das profissionais relataram conseguir conciliar a profisso com as atividades materna e domstica. (OLIVEIRA et al., 2003). E Rocha e Debert-Ribeiro (2001, p. 539) destacaram justamente a importncia de estudos sobre sade, trabalho e gnero, em analisar a interseo entre a esfera produtiva e a domstica. Acredita-se tambm que o reconhecimento da capacidade de trabalho do trabalhador, independente do sexo, ponto fundamental e elemento impulsionador para a construo de uma sociedade mais igualitria e menos sexista. (URIARTE NETO, 1999). As referncias bibliogrficas citadas na reviso da literatura ressaltam o importante papel da ergonomia, que preconiza um bom ambiente de trabalho baseado inicialmente na adaptao dos equipamentos odontolgicos que compem a sala clnica a determinadas variveis antropomtricas do cirurgio-dentista; e que seja agradvel e permeado por um bom clima organizacional. A literatura destaca tambm a questo de gnero em funo da crescente participao feminina, configurando atualmente como o maior contingente dos cirurgies-dentistas no Brasil; e aponta a necessidade de anlise e reviso de conceitos e posturas no trabalho pelos profissionais, visando uma prtica mais saudvel e prazerosa.

41

A indstria odontolgica vem se preocupando cada vez mais com o bem-estar do cirurgio-dentista. Estudos e testes desenvolvidos por essas empresas levam ao estado-da-arte o atual design de cadeiras odontolgicas e outros equipamentos utilizados em consultrios dentrios. (TRINDADE; ANDRADE, 2003, p. 79).

42

5 MATERIAIS E MTODOS

Os dados que sero tratados e discutidos neste trabalho fazem parte de um banco de dados; e foram coletados em 1999 quando da realizao da dissertao de mestrado junto ao Programa de Ps-graduao de Engenharia de Produo, rea de concentrao Ergonomia, da Universidade Federal de Santa Catarina. Ressalta-se, no entanto, que os dados que sero utilizados no presente trabalho no foram anteriormente tratados e/ou discutidos; e que o parecer do comit de tica em pesquisa favorvel ao desenvolvimento do trabalho se encontra no Anexo A. 5.1 Amostra A amostra foi constituda por 89 cirurgies-dentistas do municpio de Itaja (SC), dos 163 inscritos no Conselho Regional de Odontologia (SC) at janeiro de 1998, que na poca representavam 74,97% dos que atuavam em consultrio particular. Para a pesquisa interessava apenas os profissionais com consultrio particular, uma vez que o objetivo principal do estudo a anlise de dados morfolgicos e sua implicao na sala clnica do cirurgio-dentista, por meio da caracterizao dos equipamentos

odontolgicos. Inicialmente, foi realizado um grupamento por tempo de profisso e sexo dos dados obtidos no Conselho Regional de Odontologia (SC), para definir-se a amostra, onde os cirurgies-dentistas seriam comunicados do trabalho, por meio de uma correspondncia enviada com a cincia da Associao Brasileira de Odontologia, SubSeo de Itaja; e, ento as entrevistas seriam marcadas. Posteriormente, em funo de algumas ponderaes quanto a possveis modificaes no resultado final do trabalho, caso os cirurgies-dentistas fossem comunicados com antecedncia, e a possibilidade da pouca participao dos profissionais na pesquisa, optou-se por uma amostra aleatria; e, grande parte dos contatos com os cirurgies-dentistas, ocorreu diretamente no momento da visita, onde, na maioria dos casos, j foi realizada a entrevista, a qual ser descrita a seguir.

43

5.2 Etapas da Coleta de Dados O contato foi estabelecido com o cirurgio-dentista e, salvo os casos onde este solicitava que se retornasse posteriormente, imediatamente era iniciada a coleta de dados, por meio de uma entrevista estruturada num questionrio, que foi realizada por um nico pesquisador. As questes do instrumento de coleta de dados (Apndice A), estavam categorizadas em: Variveis antropomtricas relacionadas ao cirurgio-dentista. Dados relacionados aos equipamentos odontolgicos da sala clnica, tais como mocho e cadeira odontolgicos; e equipamentos odontolgicos perifricos. Inicialmente, explicou-se rapidamente ao cirurgio-dentista de que maneira ocorreria a entrevista, que compreendia a obteno de alguns dados durante um atendimento clnico e outros aps a dispensa do paciente. 1 - Quanto ao cirurgio-dentista: a) durante o atendimento clnico foram obtidas as medidas dinmicas: a.1 Altura Assento-Cotovelo/ACD: sempre medido o lado em que o cirurgio-dentista utilizava a mo (destro ou canhoto). Mediu-se da distncia do antebrao superfcie do assento. A ACD foi obtida com uma trena da marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2. Neste instrumento foram adaptadas e soldadas duas hastes de alumnio, de modo que ficassem paralelas entre si e ambas formando ngulo de 90 com a superfcie da fita, que continha as marcaes. Uma haste estava fixada no corpo da trena e a outra na ponta, onde havia a marca do ponto 0 (zero), de tal maneira, que se encostava uma haste numa extremidade e a outra ponta na outra extremidade do segmento corporal a ser medido. (Figura 1).

44

Figura 1 Trena Lufkin com hastes adaptadas

a.2 Altura do Joelho/AJD: mediu-se a altura do joelho com o cirurgiodentista sentado no mocho. A AJD foi obtida com uma trena da Marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1). Em alguns casos, durante esta parte da entrevista, o cirurgio-dentista estava sem o paciente e quando considerava possvel ou concordava, em alguns casos, agendava-se um outro horrio para a observao. Caso contrrio, criava-se uma

situao de simulao de um atendimento com o pessoal auxiliar, ou pessoas prximas ao local. Para efeito de padronizao desta situao, solicitou-se ao cirurgio-dentista que se colocasse em posio, inclusive com instrumentos e preparado, para realizar uma anestesia no dente 13 (canino superior direito) e a ento, registravam-se as observaes. Neste momento da entrevista, alguns cirurgies-dentistas que estavam atendendo, alegando a questo de violao da intimidade dos pacientes, no permitiram a avaliao. Algumas respostas foram obtidas ento de forma verbal ou, em alguns casos, elas no foram registradas. b) aps o atendimento clnico foram registradas as medidas estticas a seguir.

45

b.1 Estatura/E: o cirurgio-dentista ficava sem sapatos e com os ps mais prximos possveis um do outro, com a coluna vertebral encostada na parede e a cabea tambm, e o plano que passa pelas aurculas e a poro mdia das rbitas, paralelo ao cho. (Figura 2). A E foi obtida com o instrumento Inter 16 Depose France, n191, que consta de um corpo principal contendo duas extremidades formando entre elas ngulo de 90. A extremidade superior, consta de uma placa retangular com a ponta da fita milimetrada, embutida em seu interior. Esta placa fixada na parede com fita crepe, altura de dois metros do cho, previamente tomada das medidas. E a extremidade inferior, consta de uma base de superfcie plana, que se apia na poro superior craniana do indivduo que est sendo medido. No interior do corpo do instrumento existe uma fita metlica milimetrada enrolada, que vai se desenrolando a medida em que vai se puxando para ajustar o instrumento previamente s medies e um demonstrador registra o valor medido. (Figura 3).

Figura 2 Obteno da Estatura

46

Figura 3 - Instrumento Inter 16 Depose France, n191

b.2 - Massa Corporal/MC: o cirurgio-dentista usava um mnimo de roupa possvel (sem jaleco, gorro, mscara etc., ), somente de cala e camisa, ou vestido e sem sapato. (Figura 4). Esperava-se zerar o quadro demonstrativo de valores e o cirurgio-dentista subia na balana, ficando o mais imvel possvel at esperar o resultado. Em caso de dvidas, repetiu-se o procedimento. A MC foi obtida por meio de uma Balana Eletrnica da Marca Filizola, Modelo ID 1500, com capacidade mxima de 150kg e capacidade mnima de 2,5kg, cedida pelo Departamento de Educao Fsica, Centro de Desportes da Universidade Federal de Santa Catarina. (Figura 5). A partir dos valores da Estatura e da Massa Corporal foi calculado o ndice de Massa Corporal, um dos indicadores importantes em avaliaes antropomtricas e de sade. obtido a partir da diviso do resultado da massa corporal em Kg, pelo valor da estatura em metros quadrados (IMC= kg/m2), que segundo padres estabelecidos pela Organizao Mundial de Sade (WHO, 1990), classifica-se em:
IMC < 16 - DEC III; IMC 16-17 - DECII; IMC 17 - 18,4 - DECI; IMC 18,5 a 25 - ADEQUADO; IMC 25 A 30 - OBESIDADE NVEL I (SOBREPESO); IMC 30 A 39,9 - OBESIDADE DE NVEL II; IMC > 40 OBESIDADE MRBIDA

47

Figura 4 Obteno da Massa Corporal

Figura 5 Balana Digital

b.3 Altura Tronco-Ceflica/ATC ou Assento-Cabea/AAC: o cirurgiodentista sentava-se em um banco de madeira com as costas na parede e formando um ngulo de 90 em relao ao assento. O crnio era apalpado e trazia-se a fita at o ponto mais alto da cabea. Desta subtraiu-se da altura do banco: 50cm. (Figura 6). A ATC foi obtida com o instrumento Inter 16 Depose France, n191. (Figura 3).

48

Figura 6 Obteno da Altura Tronco-Ceflica

b.4 Medida Sacro-Popltea/SP: o cirurgio-dentista continuava sentado no banco de madeira com as costas num ngulo de 90 em relao ao assento. Mediu-se a distncia compreendida entre a cavidade popliteal e o ponto mais dorsal do tronco. (Figura 7). A MSP foi obtida com uma trena da Marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

Figura 7 Obteno da Medida Sacro-Popltea

49

b.5 Altura Popltea/AP ou Assento-P/AP: o cirurgio-dentista sentado no banco de madeira, com a planta dos ps totalmente tocando o cho e as pernas num ngulo de 90 com o solo. Mediu-se da distncia da cavidade

popliteal ao solo. (Figura 8). A AP foi obtida com uma trena da marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

Figura 8 Obteno da Altura Popltea

b.6 Altura Assento-Cotovelo Esttica/ACE: o cirurgio-dentista sentado no mocho, com o brao pendido na vertical e antebrao em 90 com este. Mediuse da distncia do antebrao superfcie do assento. (Figura 9). A AAC foi obtida com uma trena da Marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

50

Figura 9 Obteno da Altura Assento-Cotovelo (Esttica)

b.7 Altura do Joelho Esttica/AJE: o cirurgio-dentista sentado com os ps tocando o solo por inteiro. Mediu-se a distncia vertical do cho superfcie superior da patela. (Figura 10). A AJE foi obtida com uma trena da Marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

Figura 10 Obteno da Altura do Joelho (Esttica)

51

b.8 Comprimento Total do Brao e Antebrao/CTBA: o cirurgio-dentista sentado, esticava o brao na horizontal com a mo espalmada. Mediu-se da parte posterior das costas extremidade do dedo mdio. (Figura 11). O CTBA foi obtido com uma trena da marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

Figura 11 Obteno da Medida Comprimento Total do Brao e Antebrao

As medidas foram repetidas por trs vezes obtendo-se uma mdia, para maior autenticidade dos resultados. 2 - Quanto aos equipamentos odontolgicos : a) da cadeira odontolgica foram medidos trs segmentos: encosto de cabea, encosto e assento. Aspectos medidos: espessura,

comprimento e largura. (Figuras 12, 13 e 14, respectivamente). Levouse em considerao sempre o segmento mais largo, visualmente, de cada parte. E a cadeira estava sempre deitada o mais possvel. As

medidas foram obtidas com uma trena da marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

52

Figura 12 Obteno da Espessura do Encosto de Cabea, Encosto e Assento

Figura 13 Obteno do Comprimento do Encosto de Cabea, Encosto e Assento

Figura 14 Obteno da Largura do Encosto de Cabea, Encosto e Assento

Dados sobre marca, tempo, acionamento, controles, presena ou no de encosto de cabea e movimentos da cadeira odontolgica foram registrados, alm de se observar se seu revestimento apresentava ou no costuras. b) do mocho odontolgico, mediu-se a altura mnima e a mxima. b.1 Altura Mnima: superfcie do assento, com a regulagem levada ao limite inferior, at o cho. (Figura 15). Foi obtida com uma trena da Marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

53

Figura 15 Obteno da Altura Mnima do Mocho Odontolgico

b.2 Altura Mxima: superfcie do assento at o cho, com a regulagem levada ao limite superior, at o cho. (Figura 16). Foi obtida com uma trena da marca Lufkin, 3m/10, 3mx13mm 10x1/2, com duas hastes adaptadas. (Figura 1).

Figura 16 Obteno da Altura Mxima do Mocho Odontolgico

54

Do mocho odontolgico tambm se registrou: marca, tempo, nmero de rodas, acionamento, regulagem, nmero de mochos na sala clnica, e se a regulagem da altura estava ou no funcionando. c) do equipo odontolgico se registrou: fixao, tipo de mangueiras ou hastes, e nmero de equipos na sala clnica. d) dos equipamentos odontolgicos perifricos, apenas se registrou se estavam ou no presentes na sala clnica. No caso de estufa e autoclave, quando o cirurgio-dentista dispunha de uma sala de lavagem, acondicionamento de material, instrumental e esterilizao, tambm se considerou presente. O tempo total mdio, das entrevistas foi de 45 a 60 minutos. 5.3 Metodologia de Anlise dos Dados Coletados

Os dados coletados foram transportados para uma planilha eletrnica, categorizados em variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas e dados referentes s caractersticas equipamentos odontolgicos da sala clnica, levando-se em considerao a questo de gnero e nmero de entrevista atribudo ao cirurgiodentista durante a realizao da mesma. Em funo das muitas variveis levantadas no trabalho, optou-se pelo tratamento dos resultados por meio da anlise multivariada, elegendo-se a tcnica de clusters, que utiliza o mtodo de Ward como critrio de agrupamento e a distncia euclideana para determinar a similaridade, pois um dos interesses primordiais na anlise de clusters consiste em escolher a maneira de medir a distncia entre pares de casos...sendo o quadrado da distncia euclideana a medida de distncia mais freqentemente usada. (PESTANA; GAGEIRO, 2003, p.556).
Tem como objetivo principal o grupamento de casos com base num conjunto de variveis. Em outras palavras, a tcnica tenta formar grupos de casos chamados clusters. O nmero de cluster (k) no pode ser maior do que o nmero de variveis (p), e normalmente k muito menor do que p. Os casos dentro de um cluster so semelhantes entre si em termos de seus valores num conjunto de variveis, e so mais

55

semelhantes do que com qualquer um dos casos pertencentes a outro cluster. (HILL; HILL, 2000, p. 209).

A importncia da utilizao da tcnica de clusters reside, principalmente, no fato de possibilitar o agrupamento de indivduos muito semelhantes, pois para o presente estudo o fundamental foi conhecer o que caracteriza cada grupo de indivduos e no de variveis. Portanto, como anlise exploratria e no conclusiva, a anlise de clusters auxilia na compreenso do que caracteriza os indivduos.
A anlise de clusters um procedimento multivariado para detectar grupos homogneos nos dados, podendo os grupos ser constitudos por variveis ou casos. ... um bom procedimento quando da explorao dos dados, quando exista a suspeita de que a amostra no homognea. (PESTANA; GAGEIRO, 2003, p. 555).

Foi utilizado o Programa Statstica para a aplicao da anlise de clusters aos resultados das variveis. Para a matriz de distncia foram utilizadas as distncias euclideanas conforme descrito anteriormente. E para o agrupamento foi utilizado o mtodo de Ward que busca a menor varincia dentro dos grupos e a maior varincia entre grupos. Na aplicao da tcnica de clusters, foram inicialmente analisadas

separadamente as duas categorias anteriormente citadas, quais sejam: 1 variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas; e 2 referentes s caractersticas dos equipamentos odontolgicos principais e perifricos da sala clnica. Aps a aplicao da anlise multivariada de clusters, conforme o previsto para o tratamento estatstico, obteve-se os diagramas (figuras 17 e 18) cujos resultados sero apresentados e discutidos, a seguir.

56

6 APRESENTAO E DISCUSSO DOS RESULTADOS


Salienta-se, inicialmente, que em funo do trabalho versar sobre um banco de dados coletados anteriormente, de 1998 a 1999, conforme descrito na metodologia, h que se relativizar os resultados, talvez, para algumas variveis. Por outro lado, h que se destacar tambm que grande percentual dos oitenta e nove cirurgies-dentistas que participaram da pesquisa integrava a categoria 0 a 04 anos de atividade profissional, e, no geral, a maioria deles possua de 0 a 14 anos. Portanto, em relao a algumas variveis antropomtricas, sabe-se que na populao adulta tendem a uma estabilizao. E quanto aos equipamentos odontolgicos, por se tratar de profissionais jovens, provavelmente aqueles os acompanharo durante um bom tempo. Supe-se que a troca, especialmente dos equipamentos odontolgicos principais da sala clnica, convencionalmente no ocorra antes de, aproximadamente, uma dcada de utilizao. Apresentao e Discusso dos Resultados se inicia por uma exposio dos resultados gerais da amostra, distribudos nas categorias: 1 - variveis antropomtricas (tabela 01); e, 2 - caractersticas dos equipamentos odontolgicos principais e perifricos (tabelas 02,03,04,05), com uma breve exposio. Em seguida so apresentados os resultados aps a aplicao da anlise de clusters. A figura 17 referese formao dos clusters em relao s variveis antropomtricas. E a figura 18 se refere formao dos clusters em relao aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos das salas clnicas. Aps as figuras se segue a caracterizao dos grupos formados com as devidas explicaes. E, por fim, so apresentados os resultados de anlise da relao entre os grupos dos equipamentos odontolgicos principais e perifricos das salas clnicas e os cirurgies-dentistas que os utilizam. Os resultados que sero apresentados podem ser agrupados em: informaes e medidas (variveis antropomtricas) que estaro disponveis como referncias para futuros trabalhos e/ou empresas fabricantes de equipamentos odontolgicos; dados que contribuiro imediatamente, corroborando com outros trabalhos e autores, no sentido de alertar os cirurgies-dentistas, como, por exemplo, o resultado do ndice de massa corporal; dados mais especficos, como as alturas dinmicas do joelho e assento-

57

cotovelo, que serviro diretamente ao trabalho oportunizando uma anlise entre equipamentos odontolgicos principais e o cirurgio-dentista que os utiliza.

6.1 Resultados Gerais

A tabela 01 apresenta os resultados relativos s variveis antropomtricas dos oitenta e nove cirurgies-dentistas (amostra total), de maneira geral e por sexo.

Tabela 01 Variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas de Itaja (SC) - Geral


Amostra Total (89) Mdia Desviopad Mximo Mnimo Sexo Feminino (37) Mdia 1,621 61,503 23,497 0,860 0,486 0,431 0,215 0,287 0,489 0,510 0,650 Desviopad 0,069 10,313 4,225 0,040 0,028 0,020 0,021 0,063 0,025 0,039 0,034 Mximo 1,800 84,900 33,900 0,950 0,547 0,475 0,271 0,460 0,543 0,592 0,756 Mnimo 1,435 48,800 18,800 0,780 0,434 0,391 0,168 0,187 0,445 0,430 0,600 Sexo Masculino(52) Mdia 1,746 81,613 26,827 0,917 0,496 0,453 0,233 0,272 0,524 0,531 0,693 Desviopad 0,068 13,552 4,156 0,042 0,027 0,019 0,028 0,061 0,029 0,039 0,034 Mximo 1,900 113,600 38,800 1,000 0,548 0,505 0,290 0,465 0,591 0,600 0,790 Mnimo 1,610 56,400 19,800 0,805 0,449 0,413 0,166 0,162 0,442 0,409 0,596 Observao: E = estatura; MC = massa corporal; IMC = ndice de massa corporal; ATC = altura tronco-ceflica; SP = medida sacro-popltea; AP = altura popltea; ACE= altura assento-cotovelo esttica; ACD = altura assento-cotovelo dinmica; AJE = altura do joelho esttica; AJD = altura do joelho dinmica; CTBA = comprimento total do brao e antebrao. E (m) 1,694 0,092 1,900 1,435 MC (kg) 73,253 15,789 113,600 48,800 IMC (kg/m2) 25,383 4,362 38,794 18,828 ATC (m) 0,893 0,050 1,000 0,780 SP (m) 0,492 0,028 0,548 0,434 AP (m) 0,444 0,022 0,505 0,391 ACE (m) 0,225 0,027 0,290 0,166 ACD (m) 0,278 0,062 0,465 0,162 AJE (m) 0,510 0,032 0,591 0,442 AJD (m) 0,522 0,040 0,600 0,409 CTBA (m) 0,675 0,040 0,790 0,596

Dos resultados acima expostos (tabela 01), genericamente destacam-se os de trs variveis: ndice de Massa Corporal (IMC), Altura Assento-Cotovelo Esttica (ACE) e Altura Assento-Cotovelo Dinmica (ACD). Em relao ao IMC observa-se que o valor mdio para as mulheres est dentro do recomendado pela Organizao Mundial de Sade (WHO, 1990), diferente do valor mdio dos homens, que est acima. E quanto diferena de resultados entre ACE e ACD h que se observar a relevncia do seu significado, pois diretamente traduz-se em levantamento de brao e antebrao no momento da realizao do procedimento clnico, implicando em desigualdade de altura dos ombros.

58

Ulbricht (2000) concluiu em sua pesquisa que o ngulo entre a coxa e o tronco muitas vezes era menor que 90 o que caracteriza a inclinao do tronco para frente, o que trs como conseqncia o aumento da presso dos discos da coluna lombar. E que a inclinao lateral do tronco e/ou rotao do tronco para o lado direito foram freqentemente observadas, o que pode ocasionar problemas na coluna. Quando da caracterizao dos grupos, a partir da aplicao da anlise de clusters, os resultados das variveis antropomtricas sero mais amplamente discutidos e explorados. A seguir so apresentados os resultados relativos aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos das oitenta e nove salas clnicas.
Tabela 02 Cadeira odontolgica: caractersticas gerais Amostra total
VARIVEL (Categoria) MARCA Dabi Atlante Kavo Gnatus Olsen Siemens Outros TEMPO (Anos) 0 a 04 05 a 09 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 ACIONAMENTO Mecnica Semi-automtica Automtica 49,42 17,27 18,36 8,03 6,97 0,0 0,0 7,86 92,14 Freqncia (%) 50,53 18,0 21,35 4,5 4,5 1,12 VARIVEL ( Categoria) LOCAL DOS CONTROLES Manuais Manuais bilaterais De p Mo e p Bilaterais de mo e p Digitais ENCOSTO DE CABEA Presente Ausente MOVIMENTOS DO ENCOSTO DE CABEA Para Cima e para Baixo nteroposterior Ambos (Anteriores) No funciona REVESTIMENTO Com costura Sem costura Freqncia (%) 41,58 4,49 3,37 31,47 12,35 6,74 100 0,0

10,23 5,68 82,96 1,13 55,06 44,94

Quanto s marcas de cadeira odontolgica, tabela 02, a prevalncia a Dabi Atlante, seguida da Gnatus e Kavo, com uma grande concentrao na primeira. No que diz respeito ao tempo da cadeira odontolgica h um predomnio da categoria de 0 a 04 anos (tabela 02). E no geral, de 0 a 14 anos, indicando uma populao predominante de cirurgies-dentistas mais jovens.

59

Quanto ao local dos controles da cadeira odontolgica h um grande nmero somente com controles manuais 41,58% e de um lado s da cadeira. Seguido de controle de mo e p, j num bom nmero de consultrios, 31,47% (tabela 02). Outro resultado a ser considerado e destacado a presena de costuras no revestimento da cadeira odontolgica, na maioria dos consultrios, muito embora j o nmero expressivo de revestimentos sem costuras (tabela 02). Sabe-se da importncia de uma boa desinfeco das superfcies e da dificuldade maior quando diante de reentrncias ou costuras, tendo as boas condies dos equipamentos odontolgicos um papel fundamental naquela funo. A unidade auxiliar deve ser de cor clara e isenta de rugosidade, para facilitar a limpeza. (SAQUY; PCORA, 1994, p. 28). A tabela 19 (Apndice B) apresenta os valores de comprimento, espessura e largura do assento, encosto, encosto de cabea da cadeira odontolgica, das oitenta e nove salas clnicas.

Tabela 03 - Mocho odontolgico: caractersticas gerais Amostra total


VARIVEL (Categoria) MARCA Dabi Atlante Kavo Gnatus Olsen Siemens Outros TEMPO (Anos) 0 a 04 05 a 09 10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 NMERO DE RODAS 04 Rodas 05 Rodas Freqncia (%) 51,69 12,36 14,61 5,62 7,86 7,86 52,99 15,29 17,69 10,59 2,36 0,0 5,68 94,32 VARIVEL ACIONAMENTO ( Categoria) Mecnico Gs REGULAGENS Altura do Assento nteroposterior Altura das Costas Todas (Anteriores) Itens 1 e 2 Itens 1 e 3 NMERO DE MOCHOS Operador Operador e auxiliar REGULAGENS FUNCIONANDO Sim No Freqncia (%) 3,4 96,6 20,0 0,0 3,0 39,0 37,0 1,0 72,72 27,28 88,63 11,37

A exemplo da cadeira odontolgica, quanto s marcas do mocho odontolgico, a prevalncia a Dabi Atlante, seguida da Gnatus e Kavo, com uma grande concentrao na primeira (tabela 03).

60

No que diz respeito ao tempo do mocho odontolgico h um predomnio da categoria de 0 a 04 anos (tabela 03). E no geral, de 0 a 14 anos, indicando uma populao predominante de cirurgies-dentistas mais jovens. Em relao ao mocho odontolgico se destacam tambm alguns aspectos positivos. A maioria possui cinco rodas e mecanismo a gs (tabela 03), conforme recomendado. (MARQUART, 1980; BARROS, 1991). Um nmero bastante expressivo 39% dos mochos odontolgicos apresenta todas as regulagens (tabela 03). No entanto, muitos ainda possuem apenas uma ou duas regulagens e a maioria das salas clnicas possui somente um mocho odontolgico, o que dificulta o trabalho efetivo a quatro mos e, provavelmente, faz com que o cirurgio-dentista desempenhe funes delegveis o que no recomendado, pois Michelotto (2001, p. 140) concluiu em sua pesquisa com endodontistas que as posturas de trabalho mais constrangedoras ficaram evidenciadas no trabalho solitrio do profissional. A tabela 20 (Apndice B) apresenta os valores da altura mxima e altura mnima do mocho odontolgico, das oitenta e nove salas clnicas.

Tabela 04 Equipo odontolgico: caractersticas gerais Amostra total


VARIVEL FIXAO (Categoria) Mvel Semi-mvel Fixo MANGUEIRAS Mangueiras Lisas sem Bandejas Mangueiras Espiraladas sem Bandejas Mangueiras Lisas apoiadas por Bandejas Mangueiras Espiraladas dentro de Bandejas Mangueiras Suspensas por Hastes NMERO DE EQUIPOS Um Dois Freqncia (%) 49,44 50,56 0,0 74,16 13,49 2,25 4,49 5,62 96,63 3,37

Na tabela 04 se constata, praticamente, o mesmo percentual de equipos mveis e semi-mveis; e que a maioria das salas clnicas possui um equipo odontolgico; e que 74,16% das mangueiras so lisas e sem bandejas.

61

Tabela 05 Equipamentos odontolgicos perifricos - Amostra total


Equipamento Presente (%) Ausente (%) Total (%) AMG 93,26 6,74 100 AUC 31,46 68,54 100 APP 62,92 37,08 100 BOV 5,62 94,38 100 EST 84,26 15,74 100 FOT 93,26 6,74 100 ARX 82,02 17,98 100 USL 8,99 91,01 100 NEG 29,22 70,78 100 BIE 4,49 95,51 100

Observao: AMG = amalgamador; AUC = autoclave; APP = aparelho de profilaxia; BOV = bomba a vcuo; EST = estufa; FOT = fotopolimerizador; ARX = aparelho de raios x; USL = ultra-som para limpeza; NEG = negatoscpio; BIE = bisturi eltrico.

Quanto aos resultados dos equipamentos odontolgicos perifricos (tabela 05), destaca-se a presena de amalgamadores, fotopolimerizadores, estufas e aparelhos de raios x, na maioria das salas clnicas. Assim como se acredita que a ausncia de bisturi eltrico, na maioria, denota uma preocupao com a preservao de tecidos moles. No entanto, h que se destacar a ausncia de negatoscpio em muitos casos, o que causa preocupao pela dificuldade na interpretao de radiografias tendo em vista, em contrapartida, o expressivo nmero de aparelho de raios x, presente em 83% dos casos, bem como a ausncia de autoclave em muitos casos e da bomba a vcuo, na maioria, assim como ultra-som para limpeza. Segundo Bradasch et al. (1995, p.41) o mtodo de esterilizao por autoclave o mais eficiente e deve ser sempre a primeira opo no consultrio ou clnica...pode-se controlar temperatura, presso e tempo. E Marquart (1980, p. 215) falou que instrumentos em que impurezas esto firmemente aderidas so colocadas no banho do ultra-som... Na questo da biossegurana se destaca positivamente o resultado das mangueiras do equipo odontolgico, que na maioria dos casos so lisas, sem bandejas, facilitando sobremaneira o trabalho de desinfeco (tabela 05). Paula (2003) falou que no desenvolvimento das atividades clnicas as superfcies e equipamentos tendem a se contaminarem, por meio de dedos ou instrumentos, respingos de sangue e saliva ou aerossis; portanto, as condies da estrutura que facilitam a limpeza so de suma importncia. Destaca-se tambm o acionamento da cadeira odontolgica, que na maioria dos casos automtico, com algumas excees; e a presena do encosto de cabea da cadeira odontolgica em 100% dos casos, bem como que em 83% realizam todos os movimentos (tabela 02). Estes itens so importantes, pois no dia-a-dia contribuem para

62

um melhor ajuste e acomodao do paciente e uma jornada menos desgastante ao cirurgio-dentista. O encosto de cabea, com movimentos de altura e angulao, ir acomodar a cabea do paciente para o trabalho com viso direta nos diversos quadrantes da boca. (SAQUY; PCORA, 1994, p.10). Aps a exposio genrica dos resultados das duas categorias, na seqncia sero apresentados os resultados a partir da aplicao da anlise de clusters. A figura 17 a expresso da aplicao da anlise de clusters sobre os resultados das variveis antropomtricas dos oitenta e nove cirurgies-dentistas (amostra total). Aps a obteno do referido diagrama se optou por um recorte em nvel 70, com a conseqente obteno de seis grupos, que sero caracterizados e descritos a seguir.

63
Tree Diagram for 89 Cases

Ward`s method Euclidean distances


600

500

400

Linkage Distance

300

200

100

1
0

3 4

Figura 17 Anlise de clusters: variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas de Itaja (SC) Amostra total

80 64 86 17 52 45 50 68 29 70 48 43 81 73 39 41 23 84 20 83 28 38 57 16 53 87 59 51 13 10 88 61 74 34 63 36 67 58 85 21 19 72 46 54 35 12 71 25 8, 26 7, 60 77 6, 65 42 37 78 76 27 69 62 55 32 14 30 5, 47 18 33 66 24 9, 79 56 3, 40 75 4, 89 2, 31 15 44 22 11 49 82 1,

64

6.2 Caracterizao dos Grupos


6.2.1 Clusters das Variveis Antropomtricas

Esto dispostas na tabela 06 as composies dos grupos, quanto a gnero e nmero; e os representantes de cada grupo segundo o nmero da entrevista esto relacionados na tabela 23 (Apndice C).
Tabela 06 Anlise de clusters: variveis antropomtricas - Composio dos grupos 01,02,03,04,05 e 06 Mulheres Homens Total (%) da Amostra Total Grupos 01 20 02 07 03 08 04 02 05 06 Total 37 02 14 08 19 05 04 52 22 21 16 21 05 04 89 24,71 23,59 18,0 23,59 5,61 4,5 100

E a tabela 07 apresenta os resultados das variveis antropomtricas de cada um dos seis grupos, que sero descritos na seqncia.

65

Tabela 07 Anlise de clusters: resultados das variveis antropomtricas Grupos 01,02,03,04,05 e 06


Grupo 01 Mdia Desviopad Mximo Mnimo Grupo 02 Mdia Desviopad Mximo Mnimo Grupo 03 Mdia Desviopad Mximo Mnimo Grupo 04 Mdia Desviopad Mximo Mnimo Grupo 05 Mdia Desviopad Mximo Mnimo Grupo 06 Mdia Desviopad Mximo Mnimo E (m) 1,605 0,053 1,72 1,435 1,705 0,089 1,835 1,51 1,692 0,065 1,765 1,546 1,747 0,073 1,85 1,56 1,757 0,11 1,9 1,625 1,774 0,094 1,875 1,66 MC (kg) 53,7 2,983 57,6 48,8 75,214 2,956 79,5 69,6 65,056 2,444 67,9 60,7 88,219 5,305 99,7 81,4 84,76 10,699 100,1 76,9 110,325 3,464 113,6 106,9 IMC (kg/m2) 20,898 1,594 25,252 18,828 26,042 2,734 30,920 21,844 22,826 2,064 26,359 19,775 28,989 2,234 33,941 25,982 27,516 2,985 30,739 22,863 35,222 3,289 38,794 32,313 ATC (m) 0,851 0,031 0,931 0,780 0,888 0,052 0,969 0,785 0,898 0,035 0,945 0,840 0,925 0,042 1,000 0,830 0,916 0,045 0,964 0,870 0,946 0,053 0,992 0,870 SP (m) 0,479 0,022 0,514 0,434 0,494 0,026 0,540 0,443 0,501 0,025 0,547 0,463 0,495 0,032 0,541 0,435 0,493 0,032 0,548 0,465 0,502 0,033 0,531 0,471 AP (m) 0,432 0,015 0,456 0,402 0,450 0,025 0,505 0,407 0,446 0,019 0,475 0,391 0,448 0,022 0,491 0,395 0,445 0,019 0,462 0,413 0,452 0,035 0,485 0,420 ACE (m) 0,208 0,020 0,238 0,168 0,220 0,023 0,266 0,166 0,221 0,019 0,271 0,194 0,243 0,027 0,290 0,188 0,234 0,034 0,271 0,199 0,261 0,024 0,284 0,228 0,328 0,100 0,465 0,230 ACD (m) 0,273 0,063 0,460 0,187 0,271 0,066 0,392 0,162 0,285 0,057 0,417 0,185 0,276 0,052 0,415 0,195 AJE (m) 0,481 0,021 0,526 0,445 0,520 0,031 0,578 0,460 0,511 0,021 0,543 0,470 0,518 0,030 0,561 0,442 0,531 0,046 0,591 0,468 0,538 0,036 0,577 0,502 0,548 0,047 0,582 0,482 AJD (m) 0,505 0,037 0,573 0,430 0,529 0,040 0,600 0,460 0,518 0,038 0,575 0,409 0,528 0,041 0,590 0,442 CTBA (m) 0,647 0,024 0,697 0,605 0,682 0,039 0,756 0,604 0,677 0,031 0,726 0,612 0,693 0,042 0,790 0,600 0,683 0,066 0,757 0,596 0,686 0,053 0,750 0,622

O grupo 01 majoritariamente feminino (tabela 06), onde os homens que dele fazem parte apresentam um valor mdio de estatura menor do que a mdia geral para o sexo masculino. De um modo geral, os valores mdios so sensivelmente menores quando comparados aos demais grupos. O grupo 02 composto por 2/3 de homens (tabela 06) e se caracteriza por uma estatura mediana e um valor mdio de massa corporal ligeiramente acima da mdia geral. As mulheres que compem o grupo apresentam um valor de estatura superior mdia do sexo feminino. O grupo 03 misto com 50% de cirurgies-dentistas de cada sexo (tabela 06). As mulheres possuem um valor de estatura maior, assim como o da massa corporal. E os homens apresentam valor mdio de estatura menor que o da mdia geral.

66

O grupo 04 majoritariamente masculino (tabela 06), onde as mulheres que dele fazem parte apresentam um valor mdio de estatura significativamente maior e um valor de massa corporal maior do que a mdia. O grupo 05 totalmente masculino (tabela 06) e apresenta um comportamento muito parecido ao grupo 04 em relao estatura e massa corporal. Os componentes aproximaram-se tambm em funo da ausncia do resultado das medidas dinmicas. O grupo 06, a exemplo do 05, tambm masculino (tabela 06), onde os cirurgies-dentistas foram agrupados principalmente pelos valores de massa corporal, muito acima da mdia.

6.2.1.1 Generalidades

Os grupos anteriormente apresentados aproximaram-se a partir de um conjunto de intervalos prximos de resultados individuais das prprias variveis e tambm entre si, o que caracterstico da anlise de clusters. No entanto, genericamente se pode dizer que o intervalo de distncia das variveis estatura e massa corporal e, conseqentemente, do ndice de massa corporal foi um fator importante de aproximao entre os grupos. A estatura se destaca, principalmente, para os grupos 01, 03 e 04; a massa corporal para os grupos 04, 05 e 06; e o ndice de massa corporal nos grupos 04, 05 e principalmente 06. Em quatro, dos seis grupos, o valor do ndice de massa corporal est acima do recomendado pela Organizao Mundial de Sade (WHO, 1990), principalmente nos grupos 04 e 06 (tabela 07), indicando sobrepeso no primeiro e obesidade de nvel II no segundo. Analisando-se numericamente os resultados do IMC se obteve: dos oitenta e nove cirurgies-dentistas da amostra, quarenta e nove ou 55,05%, esto na faixa de 24,7 a 38,8; dos quais trinta e sete so homens (71,15%) e doze mulheres (32,43%). Os ndices expostos acima devem servir de alerta aos cirurgies-dentistas, pois principalmente em funo da posio, jornada de trabalho e muitas vezes do estilo de vida que em muitos casos se caracteriza pelo sedentarismo e, em alguns casos, alimentao inadequada, eles tendem a apresentar resultados progressivos. E alm disto todo o profissional da rea da sade deve atentar para a tendncia obesidade

67

infanto-juvenil que confirmada no Brasil, e deve se constituir numa preocupao, pois muito provavelmente acompanhar este indivduo durante sua vida adulta.

(GRANVILLE-GARCIA et al., 2002). Medeiros (1971) numa pesquisa junto a estudantes de odontologia, de 18 a 38 anos, obteve o valor mdio de 1,73m de estatura para os homens e 1,60m para as mulheres; e massa corporal de 59,700kg para os homens e 54,700kg para as mulheres. E Anderle e Mafra (1999) tambm num trabalho com estudantes de odontologia com faixa etria mdia de 20,8anos obtiveram como valor mdio de estatura 1,79m para o sexo masculino e 1,65m, para o sexo feminino; valores relativamente maiores que os encontrados no presente trabalho; e 74,590kg de massa corporal para os homens e 57,200kg para as mulheres. Ainda em relao aos seis grupos, pode-se dizer que vinte e quatro cirurgiesdentistas, sendo dezesseis mulheres e oito homens, apresentaram valores diferentes entre altura assento-cotovelo (esttica) e assento-cotovelo (dinmica). Esta diferena crescente de valores entre altura assento-cotovelo (esttica) e assento-cotovelo (dinmica), imediatamente indicam a elevao de brao e antebrao durante a realizao do atendimento clnico. Esta condio implica em desigualdade da altura de ombros, podendo resultar em tores da coluna, ampliando o cansao e o estresse e, ao longo do tempo, resultando em problemas de origem msculoesqueletal. Nogueira (1983) apud Saquy e Pcora (1994, p.9) falaram que a desigualdade na altura dos ombros encontrada em vrios cirurgies-dentistas, assim como a bursite dos ombros, dos cotovelos, a inflamao das bainhas tendinosas e artrites das mos. E Rgis (2000), como resultado de uma pesquisa com cirurgies-dentistas, concluiu que as regies mais afetadas por leses por esforos repetitivos foram: ombro/brao em 39,40%; punho/mo em 18,30%; e pescoo em 17,20% dos casos; e que as leses por esforos repetitivos so significativas para os dois sexos, sendo que o feminino apresenta mais patologias que o masculino. Vilagra (2002) disse que a abduo de ombro acima de 45 favorece a compresso de estruturas ligamentares e tendinosas pertencentes a esta articulao, favorecendo a instalao de processos dolorosos e inflamatrios relacionados postura adotada para a realizao do trabalho. E Uriarte Neto (1999) concluiu em pesquisa

68

realizada com a mesma amostra de cirurgies-dentistas do presente trabalho, que 94% dos profissionais apresentou desigualdade de altura dos ombros. Destacam-se os resultados das diferenas entre as alturas estticas e dinmicas de assento-cotovelo e altura do joelho, tendo em vista os resultados desfavorveis terem sido registrados em grande parte para os cirurgies-dentistas do sexo feminino. A odontologia no Brasil j uma profisso exercida por mulheres na maior parte dos estados brasileiros. (CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA, 2002). Monteiro et al. (2003) falaram que a predominncia do sexo feminino est presente desde o processo do vestibular, no entanto, exacerbado durante o processo de realizao do curso. O aumento da participao da mulher na rea de odontologia tem sido marcante nos ltimos vinte anos. Como agravante h que se considerar os ndices que apontam para as duplas ou triplas jornadas de trabalho dos profissionais do sexo feminino. Alm disto importante ressaltar que, estatisticamente, independente da profisso, no Brasil milhes de pessoas sofrem de dor crnica e fibromialgia... e atingem mais as mulheres, na proporo de nove para cada homem. (A DOR... 2004, p.11). Tendo em vista as consideraes supracitadas h que se buscar uma reflexo e uma tomada de deciso, pois se pode estar diante de uma situao epidemiolgica importante, com reflexos significativos na vida profissional dos cirurgies-dentistas, principalmente do sexo feminino, e que pode resultar em custos pessoais e altos custos para a sade pblica e a sociedade. Dando continuidade apresentao e discusso dos resultados a figura 18 a expresso da aplicao da anlise de clusters sobre os resultados das variveis relativas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos das oitenta e nove salas clnicas. Optou-se por um recorte em nvel 16, com a conseqente obteno de seis grupos, que sero descritos a seguir.

Linkage Distance
10 20 30 40 50 60 70 0

1 2
Tree Diagram for 89 Cases

Ward`s method

Euclidean distances

3 4 5

Figura 18 Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos principais e perifricos Amostra total

39 38 89 82 22 87 49 85 26 33 23 67 29 81 46 13 9, 7, 4, 77 34 79 83 84 25 24 72 44 47 58 40 86 64 14 19 6, 73 59 57 76 80 42 35 45 56 3, 30 65 18 60 43 52 17 61 37 12 71 50 5, 78 32 66 11 10 68 53 70 21 2, 27 69 51 88 75 36 74 16 15 62 20 8, 54 63 48 41 28 55 31 1,

69

70

6.2.2 Clusters dos Equipamentos Odontolgicos Principais e Perifricos:

Os resultados das caractersticas dos equipamentos odontolgicos sero expostos em tabelas individuais, para cada grupo. E a tabela 08 apresenta genericamente a composio, quanto a nmero e gnero, dos seis grupos de cirurgies-dentistas que utilizam aqueles equipamentos odontolgicos.

Tabela 08 - Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos - Composio dos grupos 01,02,03,04,05 e 06 Grupos Mulheres 01 08 02 03 03 05 04 03 05 08 06 10 Total 37 Homens 12 07 08 07 09 09 52 Total 20 10 13 10 17 19 89 (%) da Amostra Total 22,48 11,24 14,6 11,24 19,1 21,34 100

A tabela 24 (Apndice C) apresenta os representantes dos cirurgies-dentistas de cada um dos seis grupos, classificados pelo nmero atribudo aos mesmos por ocasio da entrevista. E as tabelas 21 e 22 (Apndice B) expem os resultados das medidas da cadeira odontolgica e os valores de altura mxima e altura mnima do mocho odontolgico, respectivamente, por grupos das salas clnicas. Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 01 esto dispostos na tabela 09.

71

Tabela 09 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 01


VARIVEL (Categoria) Marca da Cadeira Odontolgica Dabi Atlante Outras Marcas Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Semi-automtica Controles Manuais Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e ntero-posterior Para cima e para baixo ntero-posterior Revestimento da Cadeira Odontolgica Com costura Marca do Mocho Odontolgico Dabi Atlante Kavo Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Acionamento do Mocho Odontolgico Gs Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento e ntero-posterior Altura do assento, ntero-posterior e altura das costas Altura do assento e altura das costas 100 Freqncia (%) VARIVEL (Categoria) Nmero de Mochos Odontolgicos Um Dois Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Mangueiras lisas sem bandejas Mangueiras espiraladas sem bandejas Mangueiras espiraladas dentro de bandejas Nmero de Equipos Um Amalgamador Freqncia (%)

50 50

60 40

10 10 55 20 05

100

65 35

65 20 15

80 20

100

60 25 15 Autoclave

Presente

100

Presente Ausente Aparelho de Profilaxia Presente Ausente Bomba a Vcuo Ausente

50 50

100

75 25 100

70 30

25 15 50 10

Estufa Presente Fotopolimerizador Presente Aparelho de Raios X Presente Ultra-som para Limpeza Ausente Negatoscpio 100 100

100

100

100

100

60 35 Bisturi Eltrico

Presente Ausente

25 75

05

Ausente

100

72

Na tabela 09 percebe-se que os resultados de muitas variveis esto distribudos nas categorias de respostas. No entanto, em relao marca da cadeira odontolgica, a maioria concentra-se em uma; elas possuem de 10 a 19 anos de existncia; o acionamento automtico e o encosto de cabea desempenha todos os movimentos. Quanto marca do mocho odontolgico, a maioria concentra-se em uma; possuem de 10 a 19 anos de existncia; e possuem duas regulagens. Quanto ao equipo odontolgico, a maioria mvel e com mangueiras lisas sem bandejas. A maioria das salas clnicas dotada de autoclave e aparelho de profilaxia; alm dos demais equipamentos odontolgicos perifricos, exceto bomba a vcuo. Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 09). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de trs itens no mximo, para facilitar a anlise. Para o grupo 01 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, vinte salas clnicas. Portanto, o resultado de treze variveis foi, praticamente, igual em todas as salas clnicas do grupo 01 (tabela 09). Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 02 esto dispostos na tabela 10.

73

Tabela 10 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 02


VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) 30 20 20 20 10 30 30 10 10 20 VARIVEL Nmero de Mochos Um Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim No Possui um banco sem regulagem Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Mangueiras lisas sem bandejas Mangueiras espiraladas sem bandejas Nmero de Equipos Um Amalgamador Presente 70 10 10 10 Autoclave Presente Ausente Aparelho de Profilaxia Presente 50 10 30 10 Bomba a Vcuo Ausente Estufa Presente 80 20 50 50 20 20 40 10 10 Fotopolimerizador Presente Ausente Aparelho de Raios X Presente Ultra-som para Limpeza Presente Ausente Negatoscpio Presente Ausente Bisturi Eltrico 100 Ausente 100 30 70 30 70 100 70 30 100 100 Ausente 80 20 20 80 100 70 20 10 60 40 100 (Categoria) Freqncia (%) Marca da Cadeira Odontolgica Siemens Dabi Atlante Kavo Gnatus Olsen Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Semi-automtica Controles Controles manuais Controles manuais bilaterais Controles de p Controles de p e mo Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e nteroposterior ntero-posterior Para cima e para baixo No funciona Revestimento da Cadeira Odontolgica Com costura Sem costura Marca do Mocho Odontolgico Siemens Outros Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Possui um banco sem regulagem Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Acionamento do Mocho Odontolgico Gs Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento Altura do assento e ntero-posterior Altura do assento, antero-posterior e altura das costas (todas) Possui um banco sem regulagem

80 20

80 20

100

100

40 40 10 10

74

Na tabela 10 se percebe que o grupo 02 se caracteriza por uma distribuio maior dos resultados das variveis nas diversas categorias de respostas. Em relao marca e tempo da cadeira odontolgica os resultados so bem distribudos. Na maioria, o acionamento automtico, os controles manuais, o encosto de cabea realiza todos os movimentos e o revestimento possui costuras. Quanto ao mocho odontolgico no que diz respeito marca, os resultados concentram-se 50% em uma delas; o tempo de existncia bem distribudo nas categorias de respostas e a maioria estava funcionando. A maioria dos equipos odontolgicos mvel, com mangueiras lisas sem bandejas. E os resultados dos equipamentos odontolgicos perifricos esto distribudos nas categorias de respostas. Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 10). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de um item no mximo. Para o grupo 02 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, dez salas clnicas. Portanto, o resultado de nove variveis foi, praticamente, igual para todas as salas clnicas do grupo 02 (tabela 10). Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 03 esto dispostos na tabela 11.

75

Tabela 11 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 03


VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) Marca da Cadeira Odontolgica Dabi Atlante Kavo Gnatus Olsen Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Controles Manuais Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e nteroposterior ntero-posterior Para cima e para baixo No funciona Revestimento da Cadeira Odontolgica Com costura Sem costura Marca do Mocho Odontolgico Dabi Atlante Kavo Gnatus Siemens Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Quatro Acionamento do Mocho Odontolgico Gs 53,8 30,8 7,7 7,7 Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento Nmero de Mochos Um Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim No Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Mangueiras lisas sem bandejas Mangueiras espiraladas sem bandejas Nmero de Equipos Um Amalgamador Ausente Autoclave Ausente Aparelho de Profilaxia 77,0 23,0 Bomba a Vcuo 69,2 15,4 7,7 7,7 15,4 38,4 7,7 15,4 23,0 Ausente Estufa Presente Fotopolimerizador Presente Aparelho de Raios X Presente Ausente Ultra-som para Limpeza Ausente Negatoscpio 69,2 30,8 Bisturi Eltrico 100 Ausente 100 Presente Ausente 53,8 46,2 100 61,6 38,4 100 100 100 Presente Ausente 69,2 30,8 100 100

100 100

7,7 46,2 23,0 7,7 15,4

61,6 38,4 61,6 38,4

100

77,0 23,0

100

100

77,0 7,7 7,7 7,7

Na tabela 11 se observa que os resultados de muitas variveis esto distribudos nas categorias de respostas, ainda que haja uma concentrao maior em uma delas. Quanto marca da cadeira odontolgica 53% se concentram em uma e as demais

76

distribudas. H uma concentrao dos resultados de 05 a 14 anos de existncia. A maioria dos encostos de cabea realiza todos os movimentos e revestimento com costura. Quanto ao mocho odontolgico, a maioria concentra-se em uma marca, possui cinco rodas e funcionam as regulagens. O tempo de existncia bem distribudo nas categorias de respostas. A maioria dos equipos odontolgicos mvel e possuem mangueiras lisas sem bandejas. Os resultados dos equipamentos odontolgicos perifricos esto distribudos em praticamente 50% das categorias. Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 11). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de dois itens no mximo. Para o grupo 03 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, treze salas clnicas. Portanto, o resultado de treze variveis foi, praticamente, igual para todas as salas clnicas do grupo 03 (tabela 11). Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 04 esto dispostos nas tabelas 12.

77

Tabela 12 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 04


VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) Marca da Cadeira Odontolgica Dabi Atlante Gnatus Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos 20 a 24 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Controles Controles bilaterais de mo e controle de p Controles de mo e p Controles de p Controles digitais Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e nteroposterior Revestimento da Cadeira Odontolgica Com costura Sem costura Marca do Mocho Odontolgico Dabi Atlante Gnatus Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos 05 a 09 anos 10 a 14 anos 15 a 19 anos Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Acionamento do Mocho Odontolgico Gs Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento, ntero-posterior e altura das costas (todas) Altura do assento e ntero-posterior Nmero de Mochos Um Dois 70 30 50 10 10 20 10 Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Suspensas por hastes Lisas sem bandejas Lisas apoiadas por bandejas Espiraladas sem bandejas Nmero de Equipos Um 50 30 10 10 Amalgamador Presente Autoclave Presente Ausente Aparelho de Profilaxia Presente 50 50 70 30 50 10 20 20 Ausente Bomba a Vcuo Presente Ausente Estufa Presente Fotopolimerizador Presente Aparelho de Raios X Presente Ausente Ultra-som para Limpeza Ausente 100 Negatoscpio Presente 50 50 80 20 Bisturi Eltrico Ausente 100 Ausente 30 70 100 70 30 100 100 20 80 70 30 20 80 100 100 100 30 70

50 20 20 10

100

100

100

Na tabela 12 se observa que os resultados de muitas variveis esto distribudos de maneira particular nas categorias de respostas em relao aos demais grupos

78

descritos at aqui. Em relao cadeira odontolgica, a maioria se concentra em uma marca. Considerando-se o tempo de existncia e local dos controles, 50% dos resultados concentram-se em uma categoria e os 50% bem distribudos. O revestimento apresenta os resultados distribudos igualitariamente, 50% em cada categoria. Quanto ao mocho odontolgico, em relao marca e tempo, segue o mesmo comportamento de resultados da cadeira odontolgica, assim como os resultados da regulagem esto distribudos 50% em cada categoria. Os resultados de nmero de mochos concentramse, a maioria, em uma categoria. A maioria dos equipos odontolgicos semi-mvel, cujas mangueiras so 50% suspensas por hastes e 50% distribudas nas demais categorias. Considerando-se os equipamentos odontolgicos perifricos, 50%

praticamente deles esto ausentes e 50% presentes nas salas clnicas. Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 12). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de um item no mximo. Para o grupo 04 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, dez salas clnicas. Portanto, o resultado de onze variveis foi, praticamente, igual para todas as salas clnicas do grupo 04 (tabela 12). Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 05 esto dispostos na tabela 13.

79

Tabela 13 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 05


VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) 100 100 VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) 35,3 64,7 Marca da Cadeira Odontolgica Dabi Atlante Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Controles Controles de mo e p Controles digitais Controles bilaterais de mo e controle de p Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e anteroposterior Revestimento da Cadeira Odontolgica Sem costura Marca do Mocho Odontolgico Dabi Atlante Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Acionamento do Mocho Odontolgico Gs Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento, ntero-posterior e altura das costas (todas) Altura das costas Altura do assento Nmero de Mochos Um Dois Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Lisas sem bandejas Nmero de Equipos Um 58,8 29,4 11,8 Amalgamador Presente Autoclave Presente 100 Aparelho de Profilaxia 100 100 100 Bomba a Vcuo Ausente Estufa Presente 100 Fotopolimerizador 100 Aparelho de Raios X 70,6 17,6 11,8 52,9 47,1 Ultra-som para Limpeza Ausente Negatoscpio Presente Ausente Bisturi Eltrico Ausente 100 35,3 64,7 100 Presente Ausente 76,5 23,5 Presente 100 Ausente 64,7 35,3 100 Presente Ausente 47,1 52,9 Ausente 35,3 64,7 100 100

100

100

100

Na tabela 13 se observa que os resultados de muitas variveis esto distribudos de maneira concentrada em algumas categorias de respostas. Em relao cadeira odontolgica, quanto ao local dos controles a maioria se concentra em uma categoria. No que diz respeito ao mocho odontolgico, quanto regulagem a maioria possui todas e em praticamente 50% possuem um e os outros 50% dois mochos. A maioria dos equipos odontolgicos semi-mvel.

80

Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 13). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de trs itens no mximo. Para o grupo 05 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, dezessete salas clnicas. Portanto, o resultado de dezessete variveis foi praticamente igual para todas as salas clnicas do grupo 05 (tabela 13). Os resultados das variveis relacionadas aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos do grupo 06 esto dispostos na tabela 14.

81

Tabela 14 Caractersticas dos equipamentos odontolgicos - Grupo 06


VARIVEL (Categoria) Freqncia (%) 68,3 21,1 5,3 5,3 100 VARIVEL Nmero de Mochos Um Mocho Odontolgico estava Funcionando Sim Fixao do Equipo Odontolgico Mvel Semi-mvel Mangueiras do Equipo Odontolgico Lisas sem bandejas Nmero de Equipos Um Amalgamador Presente Autoclave Movimentos do Encosto de Cabea da Cadeira Odontolgica Para cima e para baixo e Anteroposterior Revestimento da Cadeira Odontolgica Sem costura Com costura Marca do Mocho Odontolgico Gnatus Olsen Dabi Atlante Kavo Siemens Outras Tempo do Mocho Odontolgico 0 a 04 anos 05 a 09 anos Nmero de Rodas do Mocho Odontolgico Cinco Acionamento do Mocho Odontolgico Gs Regulagem do Mocho Odontolgico Altura do assento e ntero-posterior Altura do assento, ntero-posterior e altura das costas Presente 100 Aparelho de Profilaxia 57,9 42,1 Bomba a Vcuo 47,4 26,4 5,3 5,3 5,3 10,3 73,6 26,4 Ausente Estufa Presente Ausente Fotopolimerizador Presente Aparelho de Raios X Presente Ultra-som para Limpeza Ausente 100 Negatoscpio Ausente 100 Bisturi Eltrico Ausente 52,6 47,4 100 100 100 100 100 78,9 21,1 100 Presente Ausente 52,6 47,4 Ausente 36,8 63,2 100 42,1 57,9 100 (Categoria) Freqncia (%) Marca da Cadeira Odontolgica Gnatus Dabi Atlante Kavo Olsen Tempo da Cadeira Odontolgica 0 a 04 anos Acionamento da Cadeira Odontolgica Automtica Controles Controles de mo e p Controles bilaterais de mo e controle de p Controle de p

100 73,6 21,1 5,3

100 100

100

Na tabela 14 se observa que os resultados de muitas variveis esto tambm distribudos de maneira concentrada em categorias de respostas. A maioria dos resultados da cadeira odontolgica quanto marca, local dos controles e revestimento, se concentra em uma categoria de respostas. Em relao marca do mocho

82

odontolgico 50% se concentram em uma categoria e 50% esto distribudos nas demais, bem como a regulagem onde 50% possuem duas e 50% trs regulagens. Quanto ao tempo de existncia a maioria concentra-se em uma categoria. A maioria dos equipos odontolgicos semi-mvel. Algumas variveis apresentam uma nica categoria de resposta e freqncia de 100% (tabela 14). Tratam-se das variveis cujos resultados se concentraram todos em uma categoria ou estavam distribudos em apenas duas categorias de respostas, onde a menos numerosa constava de trs itens no mximo. Para o grupo 06 este critrio foi adotado levando-se em considerao o nmero de componentes, dezenove salas clnicas. Portanto, o resultado de dezesseis variveis foi praticamente igual para todas as salas clnicas do grupo 06. 6.2.2.1 Generalidades

Sinteticamente, quanto ao resultado das variveis dos seis grupos de equipamentos odontolgicos se pode dizer que: 1 - os resultados foram, praticamente, iguais nos seis grupos, das seguintes variveis: - encosto de cabea da cadeira odontolgica: presente; - nmero de equipo odontolgico na sala clnica: um; - bisturi eltrico: ausente. 2 - os resultados foram, praticamente, iguais em cinco grupos, das seguintes variveis: - nmero de rodas do mocho odontolgico: cinco; - acionamento do mocho odontolgico: a gs; - altura mnima do mocho odontolgico: 0,448m (mdia); - amalgamador: presente. 3 - os resultados foram, praticamente, iguais em quatro grupos, das seguintes variveis: - acionamento da cadeira odontolgica: automtico; - espessura do encosto da cadeira odontolgica: 0,090m (mdia);

83

- altura mxima do mocho odontolgico: 0,547m (mdia); - regulagens do mocho odontolgico: funcionando; - bomba a vcuo: ausente; - estufa e fotopolimerizador: presentes. 4 - os resultados das seguintes variveis foram, praticamente, iguais em trs grupos: - movimentos do encosto de cabea da cadeira odontolgica: movimentos para cima e para baixo e antero-posterior; - espessura do assento da cadeira odontolgica: 0,088m (mdia); - ultra-som para limpeza: ausente. Na composio dos seis grupos dos equipamentos odontolgicos, quanto a questo de gnero, podem ser considerados mistos: - grupo 01: vinte cirurgies-dentistas, doze homens e oito mulheres. - grupo 05: dezessete cirurgies-dentistas, nove homens e oito mulheres. - grupo 06: dezenove cirurgies-dentistas, nove homens e dez mulheres. Os trs grupos anteriores totalizam cinqenta e seis cirurgies-dentistas, dos oitenta e nove da amostra total, o que representa 62,92% daquela. Observa-se que os componentes das salas clnicas dos grupos 05 e 06 (tabelas 13 e 14) apresentaram um padro de resposta mais parecido, somando um nmero maior de variveis com resultados praticamente iguais. Em relao marca, local dos controles, tempo de existncia e revestimento da cadeira odontolgica h uma concentrao, de um modo geral, numa nica categoria de resposta para todos os grupos. Assim como para os resultados de marca, tempo, nmero e regulagens do mocho odontolgico, e fixao e mangueiras do equipo odontolgico tambm. H um grande nmero de cadeiras odontolgicas ainda somente com controles manuais e de um lado s da cadeira. O nmero de mochos odontolgicos na sala clnica-posto de trabalho que na maioria, 73%, um, contribui para a interpretao de que o cirurgio-dentista, provavelmente, permanece por muito tempo sozinho durante o procedimento clnico, assumindo funes que poderiam ser delegadas ao pessoal auxiliar. Silva (2001, p.140) numa pesquisa com endodontista concluiu que o

84

treinamento do pessoal auxiliar outro aspecto fundamental para o bom desenvolvimento do seu trabalho,...por permitir ao profissional ater-se somente s atividades diretas, diminuindo seus deslocamentos, giros e inclinaes do tronco. Outro resultado a ser considerado e destacado a presena de costuras no revestimento da cadeira odontolgica, registrado na maioria dos consultrios, muito embora j o nmero tambm expressivo de revestimentos sem costuras. Sabe-se da importncia de uma boa desinfeco das superfcies e da dificuldade maior quando diante de reentrncias ou costuras.
A partir do momento em que no exista a possibilidade dos objetos contaminados realizarem a sua transferncia microbiana e que se possibilite uma desinfeco adequada da rea, diminuem as chances de contaminao do ambiente para os profissionais e clientes. (PAULA, 2003, p.70).

No que diz respeito freqncia dos equipamentos odontolgicos perifricos, nota-se que principalmente alguns deles esto ausentes na maioria das salas clnicas, como, por exemplo, autoclave, bomba a vcuo, ultra-som para limpeza e negatoscpio, independente do tempo de profisso. Muito embora a presena de determinados perifricos tenha sido mais freqentemente constatada em grupos cujo tempo de existncia dos equipamentos odontolgicos principais era menor, ainda se constata a ausncia de equipamentos odontolgicos perifricos importantes. Destaca-se, por exemplo, a ausncia de autoclave e negatoscpio em muitos casos. Quanto ao primeiro fundamental estar presente nos consultrios odontolgicos em funo da especificidade de alguns artigos que no devem ser colocados na estufa (presente na maioria dos consultrios) e vice-versa mostrando a importncia da presena dos dois equipamentos de esterilizao. Para Gaetti-Jardim e Pedrini (1997b, p.54) todo paciente deve ser tratado com todos os elementos que minimizem o contato com patgenos oriundos da cavidade bucal e da superfcie corprea de outros pacientes.. prevenindo complicaes por vezes srias. E Arruda et al. (2001, p. 11) concluram, numa pesquisa que envolvia profissionais de sessenta e cinco unidades de sade que prestavam assistncia odontolgica, que muito embora 93,10% dos profissionais preferissem a autoclave, 41,37% usavam a estufa, e que havia desinformao sobre o manuseio (temperatura); 74,07% no sabia informar corretamente sobre a utilizao da

85

autoclave... comportamento heterognio que denota uma flagrante desobedincia s normas vigentes o que certamente tem provocado riscos para os pacientes. E quanto ausncia do segundo em muitos consultrios, causa preocupao em funo de uma possvel dificuldade na interpretao de radiografias, pois, em contrapartida, 83% dos cirurgies-dentistas possuem aparelho de raios x. Positivamente, na questo da biossegurana, se destaca o resultado das mangueiras do equipo odontolgico, onde na maioria dos casos se apresentam lisas, sem bandejas, facilitando sobremaneira o trabalho de desinfeco. O acionamento automtico da maioria das cadeiras odontolgicas; a presena do encosto de cabea da cadeira odontolgica em 100% dos casos, e que em 83% dos casos eles realizam todos os movimentos. Estes itens so importantes, pois no dia-a-dia contribuem para um melhor ajuste e acomodao do paciente e uma jornada menos desgastante ao cirurgio-dentista. Alm do que a prpria populao atendida tem preocupaes em relao limpeza e segurana oferecidas nos consultrios odontolgicos, percebendo, muitas vezes, se o profissional trabalha no controle das infeces. (PAULA, 2003, p.70). Em relao ao mocho odontolgico se destacam tambm alguns aspectos positivos. A maioria possui cinco rodas, facilitando o deslocamento, conforme o proposto (MARQUART, 1980; BARROS, 1991) e mecanismo a gs. Um nmero bastante expressivo 39% apresenta todas as regulagens, muito embora ainda se tenha registrado muitos com apenas uma ou no mximo duas regulagens. E em certos casos as regulagens no estavam funcionando durante a entrevista. Considera-se que o mocho odontolgico um dos principais instrumentos de trabalho do cirurgio-dentista contemporneo. Ou nas palavras de Saquy e Pcora (1994, p. 10) outro equipamento odontolgico que deve ser observado com cuidado o mocho, visto que o cirurgiodentista passa a maior parte do seu dia clnico nele sentado.

6.3 Equipamentos Odontolgicos X Cirurgies-Dentistas


Como parte final da apresentao e discusso dos resultados, a seguir sero confrontados os resultados de algumas variveis mais relevantes dos equipamentos

86

odontolgicos das salas clnicas agrupadas pela anlise de clusters, em relao a algumas caractersticas antropomtricas dos cirurgies-dentistas, de ambos os sexos, que os utilizam. Ressalta-se, portanto, que a anlise a ser apresentada no da relao entre os agrupamentos dos resultados do primeiro e o segundo diagrama (figuras 17 e 18, respectivamente), mas sim dos resultados dos equipamentos odontolgicos (figura 17) em relao s variveis antropomtricas dos usurios dos mesmos. Os resultados dos aspectos mais relevantes dos equipamentos odontolgicos de cada grupo sero expostos ao longo da caracterizao de cada um deles. E os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas que utilizam aqueles

equipamentos odontolgicos esto na tabela 15, classificados por gnero, para cada grupo.

87

Tabela 15 Variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas que utilizam os equipamentos odontolgicos dos seis grupos, agrupados pela anlise de clusters.
G 01 M (08) Mdia Desviopad Mximo Mnimo G 01 H (12) Mdia 1,749 81,183 26,475 Desviopad 0,048 11,147 3,075 Mximo 1,830 99,700 32,200 Mnimo 1,650 62,000 20,600 G 02 M (03) Mdia 1,672 60,400 21,400 Desviopad 0,111 13,229 2,066 Mximo 1,800 75,400 23,300 Mnimo 1,597 50,400 19,200 G 02 H (07) Mdia 1,696 76,729 26,586 Desviopad 0,062 11,478 2,950 Mximo 1,790 87,800 30,300 Mnimo 1,610 56,400 21,800 G 03 M (05) Mdia 1,573 67,560 27,440 Desviopad 0,108 10,935 4,441 Mximo 1,722 77,700 30,900 Mnimo 1,435 52,000 20,600 G 03 H (08) Mdia 1,782 83,763 26,850 Desviopad 0,096 15,514 4,515 Mximo 1,900 113,600 37,300 Mnimo 1,625 65,100 22,900 G 04 M (03) Mdia 1,635 61,233 22,867 Desviopad 0,056 12,182 3,972 Mximo 1,670 75,300 27,200 Mnimo 1,570 54,200 19,400 G 04 H (07) Mdia 1,766 86,557 27,929 Desviopad 0,065 14,537 5,919 Mximo 1,850 106,900 38,800 Mnimo 1,660 60,700 19,800 G 05 M (08) Mdia 1,670 58,325 20,888 Desviopad 0,066 6,095 1,383 Mximo 1,760 66,700 22,800 Mnimo 1,567 48,800 18,800 G 05 H (09) Mdia 1,759 84,411 27,322 Desviopad 0,040 17,401 5,804 Mximo 1,820 113,000 37,200 Mnimo 1,680 67,200 21,700 G 06 M (10) Mdia 1,592 62,120 24,540 Desviopad 0,027 13,262 5,250 Mximo 1,640 84,900 33,900 Mnimo 1,546 49,700 19,400 G 06 H (09) Mdia 1,719 77,433 26,111 Desviopad 0,074 12,392 3,260 Mximo 1,840 94,100 29,700 Mnimo 1,610 57,600 21,300 Observao: G = grupo; M = mulheres; H = homens. E (m) 1,613 0,036 1,653 1,550 MC (kg) 60,638 9,123 73,700 50,000 IMC (kg/m2) 23,363 3,863 30,700 19,400 ATC (m) 0,856 0,027 0,900 0,817 0,917 0,038 0,977 0,820 0,881 0,061 0,950 0,835 0,887 0,047 0,947 0,805 0,842 0,067 0,945 0,780 0,928 0,053 0,992 0,840 0,848 0,038 0,878 0,805 0,932 0,043 1,000 0,870 0,886 0,040 0,940 0,825 0,917 0,032 0,962 0,884 0,849 0,019 0,898 0,830 0,919 0,041 0,980 0,848 SP (m) 0,484 0,021 0,517 0,449 0,505 0,025 0,536 0,462 0,481 0,024 0,503 0,455 0,475 0,025 0,526 0,449 0,474 0,035 0,517 0,434 0,503 0,031 0,548 0,470 0,485 0,027 0,514 0,460 0,498 0,027 0,543 0,467 0,491 0,030 0,547 0,454 0,500 0,023 0,531 0,463 0,490 0,033 0,540 0,435 0,490 0,027 0,541 0,450 AP (m) 0,437 0,013 0,459 0,416 0,450 0,017 0,483 0,423 0,441 0,014 0,457 0,431 0,456 0,018 0,491 0,441 0,420 0,022 0,459 0,405 0,461 0,013 0,483 0,445 0,435 0,014 0,451 0,423 0,452 0,016 0,471 0,424 0,441 0,020 0,475 0,405 0,459 0,026 0,505 0,420 0,421 0,022 0,456 0,391 0,444 0,020 0,464 0,413 ACE (m) 0,206 0,023 0,240 0,168 0,232 0,026 0,285 0,207 0,214 0,033 0,252 0,195 0,230 0,038 0,286 0,174 0,218 0,032 0,271 0,188 0,235 0,023 0,271 0,206 0,209 0,012 0,217 0,196 0,239 0,029 0,290 0,205 0,221 0,018 0,244 0,191 0,231 0,036 0,284 0,166 0,217 0,017 0,244 0,188 0,231 0,025 0,271 0,190 ACD (m) 0,295 0,055 0,375 0,232 0,262 0,039 0,330 0,197 0,253 0,052 0,295 0,195 0,280 0,070 0,415 0,224 0,340 0,053 0,392 0,291 0,257 0,039 0,292 0,195 0,219 0,032 0,250 0,187 0,245 0,061 0,330 0,185 0,282 0,066 0,417 0,225 0,290 0,090 0,465 0,162 0,292 0,069 0,460 0,215 0,295 0,056 0,371 0,190 AJE (m) 0,496 0,020 0,524 0,463 0,528 0,011 0,552 0,509 0,493 0,034 0,529 0,463 0,497 0,028 0,534 0,442 0,475 0,028 0,515 0,445 0,541 0,035 0,591 0,492 0,486 0,013 0,499 0,474 0,540 0,020 0,561 0,513 0,505 0,029 0,543 0,457 0,532 0,029 0,578 0,487 0,478 0,018 0,513 0,461 0,504 0,026 0,544 0,462 AJD (m) 0,510 0,028 0,548 0,468 0,526 0,027 0,564 0,484 0,483 0,047 0,519 0,430 0,518 0,044 0,572 0,442 0,535 0,042 0,592 0,490 0,537 0,069 0,600 0,409 0,475 0,022 0,500 0,460 0,537 0,046 0,590 0,482 0,547 0,030 0,575 0,489 0,543 0,028 0,590 0,503 0,493 0,031 0,531 0,450 0,523 0,035 0,582 0,465 CTBA (m) 0,640 0,021 0,672 0,605 0,697 0,028 0,764 0,668 0,684 0,063 0,756 0,645 0,679 0,053 0,790 0,639 0,634 0,027 0,662 0,604 0,712 0,031 0,757 0,680 0,651 0,032 0,681 0,616 0,696 0,037 0,730 0,622 0,673 0,037 0,726 0,605 0,699 0,018 0,730 0,675 0,636 0,023 0,671 0,600 0,675 0,035 0,710 0,596

88

6.3.1 Grupo 01 Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 01 (composio na tabela 08), os quais representam 22,48% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 09) que aqueles utilizam se pode dizer que: - as mulheres apresentam uma grande diferena de valores entre altura assentocotovelo esttica e dinmica, traduzindo-se, imediatamente, numa elevao de braos e antebraos durante o atendimento clnico. Situao que talvez possa ser justificada em parte quando se observam os resultados dos equipamentos odontolgicos do mesmo grupo e se constata que a maioria dos cirurgies-dentistas possui apenas um mocho odontolgico. Significa dizer que a auxiliar trabalha em p ou talvez at mesmo que o cirurgio-dentista lhe delegue poucas funes, provavelmente executando-as,

incorrendo na ampliao dos movimentos. Pode-se supor que as duas categorias de respostas apresentadas anteriormente possuam uma relao bastante direta. - o valor mdio da altura tronco-ceflica dos homens do grupo 01 0,917m, o que superior mdia geral 0,893m. Considerando-se que doze componentes do grupo 01 possuem mocho odontolgico sem a regulagem da altura das costas, h que se chamar ateno para a provvel impossibilidade de uma boa adequao ao sentar-se, principalmente quando se constata que a posio de trabalho

preferencialmente adotada pelo cirurgio-dentista contemporneo a sentada. E tambm quando 61% dos cirurgies-dentistas da amostra total alegam encostarem quando esto sentados no mocho odontolgico, conforme constatou Uriarte Neto (1999) em pesquisa realizada com a mesma populao de cirurgies-dentistas do presente trabalho. - o resultado de tempo da cadeira odontolgica do grupo 01, est distribudo na categoria de 10 a 19 anos com maior concentrao de 10 a 14 anos. Mesmo no sendo um tempo de exerccio profissional to grande a maioria, praticamente absoluta, apresenta apenas controles manuais e revestimento com costura.

6.3.2 Grupo 02

89

Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 02 (composio na tabela 08), os quais representam 11,24% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 10) que aqueles utilizam se pode dizer que: - os resultados de marca e tempo da cadeira odontolgica, esto bastante distribudos nas diversas categorias. J em relao ao revestimento das cadeiras odontolgicas a maioria apresenta costuras. E em 50% das cadeiras odontolgicas o encosto de cabea no possui todas as regulagens, o que dificulta muitas vezes o posicionamento do paciente e pode desfavorecer tambm ao cirurgio-dentista, principalmente quando este trabalha sozinho. - ainda em relao s cadeiras odontolgicas a maioria quase que absoluta possuem controles manuais. Comparando-se este resultado ao do nmero de mochos que em todos os casos um, e somando-se os resultados de regulagem do mocho odontolgico que so bastante variados incluindo uma ocorrncia na categoria sem resposta, pois se trata de um cirurgio-dentista que trabalha em p e possui apenas um banco sem regulagem, pode-se dizer que a auxiliar trabalha em p e inferir que em alguns casos, provavelmente, o cirurgio-dentista trabalha sozinho. Esta situao deve ampliar a dificuldade para se respeitar alguns princpios de biossegurana, alm da provvel sobrecarga legada ao profissional. - chama-se a ateno para os resultados que apontam a diferena entre a altura assento-cotovelo esttica e assento-cotovelo dinmica para os cirurgies-dentistas do sexo masculino. Pode-se supor uma correlao com os resultados supra apresentados. - comparando-se os resultados da medida sacro-popltea dos cirurgies-dentistas de ambos os sexos ao valor mdio da amostra total, se percebe que aqueles profissionais esto ligeiramente abaixo desta. Aliando-se a esta informao os resultados da ausncia da regulagem antero-posterior do mocho odontolgico, constatada praticamente em 50% dos componentes do grupo 02, h que se pressupor a dificuldade de adaptao diria de alguns cirurgies-dentistas do grupo 02, fato que deve ser levado em considerao e ser analisado de maneira mais minuciosa. - observa-se no grupo 02 a discreta, porm real, diferena entre a altura do joelho esttica e altura do joelho dinmica.

90

6.3.3 Grupo 03 Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 03 (composio na tabela 08), os quais representam 14,6% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 11) que aqueles utilizam se pode dizer que: - a maioria das cadeiras odontolgicas de uma marca, com tempo de existncia de 0 a 14 anos com uma concentrao maior de 05 a 09 anos. Todas as cadeiras odontolgicas dos componentes do grupo 03 possuem controles manuais e em 77% revestimento com costura, independente da marca e do tempo, onde os resultados de ambas as variveis esto distribudos pelas categorias. - grande parte dos mochos odontolgicos possui de 0 a 09 anos de existncia. Todos os mochos odontolgicos do grupo 03 possuem apenas a regulagem de altura do assento, independente da marca e do tempo e em 38,4% as regulagens no estavam funcionando. Assim como todos os cirurgies-dentistas possuem apenas um. Pode-se somar a este resultado o valor mdio da altura tronco-ceflica dos homens, que est acima da mdia geral; e os resultados da medida sacro-popltea das mulheres, que est abaixo da mdia geral. Em ambos justificaria a necessidade da presena das regulagens de altura das costas e antero-posterior, respectivamente, no mocho odontolgico. - salienta-se no grupo 03 h grande discrepncia entre os valores da altura assento-cotovelo esttica e dinmica, assim como da altura de joelho esttica e dinmica, registradas para as mulheres. Os resultados so bastante preocupantes quando comparados aos anteriormente apresentados para o mesmo grupo.

6.3.4 Grupo 04 Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 04 (composio na tabela 08), os quais representam 11,24% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 12) que aqueles utilizam se pode dizer que: - os cirurgies-dentistas do grupo 04 apresentam uma realidade mais favorvel comparando-se a dos grupos descritos anteriormente em relao aos resultados das

91

variveis: 50% das cadeiras odontolgicas possuem de 0 a 04 anos de existncia; controles da cadeira odontolgica, onde na maioria so manuais e de p; revestimento da cadeira odontolgica, onde em 50% dos casos sem costura; 50% dos mochos odontolgicos possuem de 0 a 04 anos; regulagem do mocho odontolgico, que em 50% dos casos apresentam todas e nos 50% duas, das trs regulagens; nmero de mochos odontolgicos que em 20% casos j possuem dois; mangueiras do equipo odontolgico, que na maioria so lisas e apoiadas por hastes. - observa-se que o valor mdio da altura tronco-ceflica dos homens do grupo 04 superior mdia geral, o que pode ser perfeitamente adequado em 50% dos casos em funo da presena de todas as regulagens do mocho odontolgico, uma vez que em todos os casos elas estavam funcionando. - h uma discreta, porm real discrepncia entre os resultados da altura do joelho esttica e a altura do joelho dinmica dos cirurgies-dentistas de ambos os sexos. - destaca-se que muito embora todo o avano do grupo 04, ainda h 80% das salas clnicas com apenas um mocho odontolgico e 50% dos mochos com duas regulagens.

6.3.5 Grupo 05 Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 05 (composio na tabela 08), os quais representam 19,1% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 13) que aqueles utilizam se pode dizer que: - a exemplo do grupo anterior os cirurgies-dentistas que compem o grupo 05 apresentam uma realidade mais favorvel em relao aos resultados das variveis: todas as cadeiras odontolgicas possuem de 0 a 04 anos de existncia; controles da cadeira odontolgica, onde todos possuem a opo de mo e p, inclusive alguns digitais; revestimento da cadeira odontolgica, onde em todos os casos sem costura, importante item na observncia dos princpios de biossegurana; todos os mochos odontolgicos possuem de 0 a 04 anos de existncia; regulagens do mocho odontolgico, que 80% dos casos possuem todas e que em todos os casos estavam

92

funcionando; nmero de mochos odontolgicos que 47% dos casos possuem dois; mangueiras do equipo odontolgico, que em todos os casos so lisas. Salienta-se que o tempo de existncia de todas as cadeiras e mochos odontolgicos de 0 a 04 anos. - destaca-se a importncia da presena de todas as regulagens do mocho odontolgico registrada para os cirurgies-dentistas do grupo 05, pois os mesmos possuem um valor mdio de massa corporal muito acima da mdia, assim como o valor elevado da altura tronco-ceflica, pois em funo da presena das regulagens em 80% dos casos, h a possibilidade de uma melhor adaptao. - h que se destacar tambm que muito embora os valores importantes agregados aos equipamentos odontolgicos principais, se observa a discrepncia nos resultados de altura assento-cotovelo esttica e dinmica registradas para os cirurgies-dentistas de ambos os sexos. Observa-se tambm a diferena de valores entre a altura do joelho esttica e dinmica registrada para as mulheres. - chama-se a ateno para o fato de que bomba vcuo no est presente em nenhuma das salas clnicas e de que a autoclave est presente somente em 35% dos casos, muito embora o pouco tempo de existncia e das maiores possibilidades dos equipamentos odontolgicos principais . - muito embora algumas observaes que merecem ateno, o grupo 05 apresenta um potencial maior de conferir situao mais favorvel aos cirurgiesdentistas que dele fazem parte.

6.3.6 Grupo 06 Observando-se na tabela 15, os valores das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas do grupo 06 (composio na tabela 08), os quais representam 21,34% da amostra total, em relao aos resultados de algumas caractersticas dos equipamentos odontolgicos (tabela 14) que aqueles utilizam se pode dizer que: - os cirurgies-dentistas que compem o grupo 06 apresentam uma realidade favorvel em relao aos resultados das variveis: controles da cadeira odontolgica, onde praticamente todos possuem a opo de mo e p; revestimento da cadeira odontolgica, onde em 57,8% dos casos so sem costura; regulagem do mocho odontolgico, que em 47,3% dos casos todas esto presentes e que em todos os casos

93

esto funcionando; mangueiras do equipo odontolgico, que em todos os casos so lisas. - entretanto, chama-se a ateno para o registro da presena de um mocho odontolgico em todos os casos e para a ausncia da regulagem altura das costas em 52,6% dos mochos odontolgicos, pois o resultado mdio da altura tronco-ceflica em ambos os sexos fora da mdia geral, o que justificaria a necessidade daquela, para uma melhor adaptao ao cirurgio-dentista. - observa-se ainda a diferena nos resultados da altura assento-cotovelo esttica e dinmica registrada em cirurgies-dentistas de ambos os sexos, principalmente para as mulheres. - chama-se a ateno tambm para a ausncia completa de bomba a vcuo e negatoscpio em todos os casos.

6.3.7 Generalidades

Da anlise do confronto entre equipamentos odontolgicos e variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas que os utilizam, dos seis grupos, se pode dizer que: - existe uma diferena nos resultados entre as alturas estticas e dinmicas de assento-cotovelo, registradas nos grupos 01,02,03,05,06, acentuadas para as mulheres dos grupos 01 e 03. E diferena tambm entre as alturas estticas e dinmicas do joelho, registradas nos grupos 02,03,04,05, acentuadas para as mulheres do grupo 03. No caso da diferena de valor crescente entre a altura esttica e dinmica do assento-cotovelo, os resultados traduzem imediatamente uma elevao de brao e antebrao na situao de trabalho, o que possivelmente resulta numa desigualdade na altura dos ombros, podendo significar, no mnimo, desconforto ou ser fator auxiliar no desenvolvimento de problemas musculoesquelticos, dependendo da constncia da situao. Vilagra (2002) concluiu, que 80% dos estudantes de odontologia apresentaram queixa de dor e desconforto e que 37,5% identificaram a adoo de posturas inadequadas durante a realizao do atendimento clnico como sendo a principal causa do agravamento dos sintomas por eles relatados. Tambm Akhbari

94

(1998) concluiu em sua pesquisa com estudantes de odontologia das evidncias de m postura dos acadmicos, com situao de riscos ergonmicos. Resultados

corroborados por Ulbricht (2000) que concluiu que a elevao dos braos foi observada com freqncia, sendo que a elevao do brao direito foi mais observada que a elevao do brao esquerdo, o que pode trazer problemas relacionados com as articulaes dos ombros. E, preventivamente, Michelotto (2001) como resultado de sua pesquisa recomendou aos cirurgies-dentistas evitarem afastar os braos do tronco e/ou mant-los elevados, bem como evitar rotaes e inclinaes do tronco para frente. Quanto diferena entre altura esttica e dinmica do joelho, quer seja de valor crescente ou decrescente, significa que alguns cirurgies-dentistas no esto trabalhando com os ps posicionados de maneira correta, ou seja, formando ngulo de aproximadamente 90 entre perna e coxa e apoiando a sola do sapato no cho, mas que, provavelmente, esto projetando os ps bem para frente ou bem para trs, ou os apoiando na base do mocho ou ainda, para as mulheres, em funo da utilizao de sapatos de saltos alto, todas situaes indesejveis para o dia-a-dia das mulheres, principalmente diante de longas jornadas de trabalho. O cirurgio-dentista deve se sentar no mocho com as coxas paralelas ao cho, formando um ngulo de 90 com as pernas, ficando os ps bem apoiados no cho, propiciando ao profissional estabilidade e fcil deslocamento e, ao mesmo tempo, facilitando o retorno venoso dos membros inferiores. (BARROS, 1991; PORTO, 1994). Aspectos corroborados por Saquy e Pcora (1996) que disseram que o cirurgio-dentista ao sentar-se no mocho odontolgico deve manter o ngulo entre coxa e perna entre 90 e 120 e ajust-lo de acordo com sua preferncia. E Uriarte Neto (1999) constatou em pesquisa realizada com a mesma amostra de cirurgies-dentistas do presente trabalho que em 26% o ngulo formado era menor que 90, em 41% igual a 90 e maior que 90 em 33% dos casos. E esta questo deve ser levada em considerao principalmente quando se constata que a posio de trabalho adotada pelo cirurgio-dentista contemporneo a sentada. Souza (2003) falou que a posio sentada adotada pelo profissional durante quase toda a realizao de seu trabalho e registra que em sua pesquisa os profissionais fazem referncia dor e desconforto na regio cervical, cansao fsico e dores nas costas, bem como nos membros superiores de intensidade moderada e inferiores, no final do

95

perodo de trabalho. E justamente por isto as diferenas entre as medidas estticas e dinmicas de assento-cotovelo ou joelho devem ser motivo de ateno e reflexo, pois podem trazer conseqncias muito srias aos cirurgies-dentistas. E elas,

possivelmente, podem ser justificadas por vrias causas, entre as quais: 1 - a ausncia de determinados equipamentos odontolgicos, por exemplo, a dificuldade gerada pela presena de um mocho odontolgico, registrada para a maioria dos grupos, o que significa dizer, provavelmente, que a auxiliar trabalha em p e que, possivelmente, em muitos casos o profissional assume funes que poderiam ser delegadas. 2 - o trabalho desenvolvido sem o pessoal auxiliar. Lazeris (2003, p.84) constatou em sua pesquisa que todo o trabalho realizado sem auxiliar de consultrio dentrio, apesar de a maioria dos cirurgies-dentistas se considerar apta para trabalhar a quatro mos quando se formou, ou seja, 69,23%. A autora ressalta a importncia do trabalho com o pessoal auxiliar por permitir, alm do aumento da produtividade e melhor qualidade nos servios, a preveno de doenas de carter ocupacional. O trabalho solitrio do cirurgio-dentista, possivelmente, tambm deve ampliar a dificuldade para se respeitar alguns princpios de biossegurana, alm da provvel sobrecarga legada ao profissional. Silva (2001, p. 138) em sua pesquisa, com endodontistas, registrou a alta incidncia de dor e desconforto nos membros superiores, sobretudo, naqueles relacionados ao ato de instrumentar os canais radiculares. Os dados so mais significativos se acrescentarmos os registros de Lazeris (2003) que constatou que 50% dos cirurgies-dentistas que trabalham no servio pblico do municpio de Itaja (SC) so especialistas em endodontia. E h que se preocupar tambm com os resultados das diferenas entre as alturas estticas e dinmicas assentocotovelo e joelho principalmente para as mulheres, de um modo geral. Bittencourt (2003) concluiu em sua pesquisa com cirurgies-dentistas do servio pblico do municpio de Itaja, que pouco mais de 50% so mulheres e que a carga horria semanal total de trabalho para 46% dos profissionais se situa acima de 40 horas. E Geremias (2002) concluiu numa pesquisa com portadores de leses por esforos repetitivos que trabalhavam em uma linha de produo

96

que os trabalhadores do sexo feminino so quatro vezes mais acometidas e que a regio de incidncia dos distrbios maior no ombro e punho, respectivamente. 3 - ausncia de determinadas condies do equipamento odontolgico utilizado. Por exemplo, a ausncia de algumas regulagens do mocho odontolgico registrada para alguns cirurgies-dentistas dos grupos 01,02,03 e 06, e o no funcionamento das mesmas em 11,37% dos grupos, em geral. Silva (2001, p.139) falou que a preveno mais indicada para estas situaes est na busca de solues para a melhoria do ambiente, dos equipamentos odontolgicos (coadjuvantes na realizao do trabalho), dos aspectos

organizacionais e cognitivos. 4 - no utilizao ou a subutilizao das condies presentes em determinados equipamentos odontolgicos por alguns cirurgies-dentistas, por exemplo, observada para alguns profissionais do grupo 05, principalmente, pois 80% dos mochos odontolgicos daquele grupo possuem todas as regulagens, assim como em todos os casos elas estavam funcionando e mesmo assim se registrou diferena entre os valores das alturas estticas e dinmicas de assentocotovelo e joelho. Ulbricht (2000, p.96) falou que as observaes dos

procedimentos realizados possibilitaram concluir que o cirurgio-dentista no alterava a altura nem a profundidade do assento. Dado que corroborado por Vilagra (2002) que numa pesquisa realizada com estudantes de odontologia concluiu que a posio sentada unanimidade entre eles e tambm registrou que os recursos de regulagem disponveis nos equipamentos so subutilizados ou utilizados de forma equivocada. E Silva (2001, p.138-139) ressaltou a

necessidade de incorporar os conhecimentos de ergonomia prtica do endodontista, analisando seu posto de trabalho, com vistas melhoria de suas condies. 5 - falta de observao dos princpios ergonmicos durante a prtica profissional, por parte de alguns cirurgies-dentistas. Aliada importncia da presena de todas as regulagens est o hbito que deve fazer parte da prtica profissional de todo o cirurgio-dentista, utilizando-se plenamente dos benefcios

97

que os equipamentos odontolgicos podem oferecer. Vilagra (2002) concluiu que 66% dos estudantes de odontologia relataram ter recebido informaes sobre a correta adequao do equipamento para o atendimento, e 88% destes dizem aplicar os conhecimentos tcnicos da adequao para a realizao do atendimento clnico. O que significa dizer que um grande nmero quer seja por desconhecimento ou inobservncia no se utiliza corretamente dos benefcios que o equipamento odontolgico pode lhe oferecer. E Medeiros (1971, p.66-67) citando vrios autores ressaltou que da inadequacidade do equipamento e da despreocupao do ajuste das reas de trabalho til resultam todas as alteraes de postura e suas conseqncias. - ainda se destaca o valor do ndice de massa corporal relativamente elevado em praticamente todas as composies dos grupos, constatados principalmente para as mulheres do grupo 03 e os homens dos grupos 03,04 e 05, visivelmente acima do recomendado pela WHO (1990). Pode-se supor que estes resultados tambm interfiram na situao de atendimento clnico, estando diretamente relacionados com uma provvel maior dificuldade de ajustes, pressupondo uma anlise mais minuciosa na eleio dos equipamentos odontolgicos, como o mocho, por exemplo. Alm do que o cirurgio-dentista como profissional da sade deve se preocupar com estes indicativos e inclusive alertar seus pacientes sobre os prejuzos que a obesidade pode trazer...e orientar para a adoo de hbitos saudveis de dieta para combater este eminente problema de sade pblica. (GRANVILLE-GARCIA et al., 2002, p.285). - constata-se a ausncia de alguns equipamentos odontolgicos perifricos como autoclave, bomba a vcuo, negatoscpio e ultrassom para limpeza. Saquy e Pcora (1994, p. 27) falando de formas de preveno hepatite B e AIDS disseram que a suco de alta potncia, por bomba a vcuo, um equipamento imprescindvel no consultrio, pois reduz significativamente a nevoa produzida pelo alta rotao. Sendo esta uma doas formas de contgio das doenas infecto-contagiosas. Posicionamento outrora emitido por Marquart (1980, p. 31) sem um bom suctor de alta potncia, seria difcil seno impossvel a prtica odontolgica a quatro mos. E em aproximadamente 50% dos grupos se registra a presena de revestimento com costuras nas cadeiras odontolgicas e a ausncia de outros controles que no sejam os manuais. Tambm

98

Saquy e Pcora (1994, p. 28) falaram que a cadeira odontolgica precisa ter o mnimo de costura possvel, pois estas possibilitam uma maior impregnao de bactrias, pela dificuldade de limpeza. - destacam-se, positivamente, as regulagens do encosto de cabea da cadeira odontolgica na maioria presentes, as mangueiras lisas do equipo odontolgico tambm presentes na maioria dos grupos, bem como as alternativas de local dos controles da cadeira odontolgica e o revestimento sem costuras j presente num certo nmero de grupos. - h que se destacar tambm o tempo de existncia das cadeiras odontolgicas e dos mochos odontolgicos, na maioria de 0 a 14 anos, com predomnio da categoria de 0 a 04 anos, indicando uma populao predominante de cirurgies-dentistas mais jovens. Resultado justificado, provavelmente, a partir do nmero crescente de cirurgies-dentistas disponibilizados ao mercado de trabalho a cada ano, conseqncia direta do crescente nmero de Cursos de Odontologia na ltima dcada. Especificamente no estado de Santa Catarina at quatorze anos atrs existia apenas o Curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. No presente, o estado de Santa Catarina j conta com sete cursos em funcionamento, formando em torno de 300 cirurgies-dentistas anualmente. No Apndice D do presente trabalho esto dispostas as tabelas com os resultados das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas classificados por tempo de profisso, cujos valores se concentram de 01 a 20anos de profisso, na maioria. Estes dados vm de encontro aos resultados anunciados por Lazeris (2003) que em sua pesquisa com cirurgies-dentistas do servio pblico tambm do municpio de Itaja encontrou uma concentrao grande de trabalhadores entre 25 a 34 e 35 a 44 anos, com 43,6% para cada categoria; e 51,2% dos profissionais possuem entre 06 a 15 anos de graduao.

6.3.7.1 Medidas do Mocho Odontolgico X Variveis Antropomtricas

Ainda dentro da anlise da relao dos equipamentos odontolgicos e seus usurios, tendo em vista a importncia do mocho odontolgico na prtica profissional do cirurgio-dentista por se constituir num dos principais instrumentos de trabalho, a seguir

99

ser apresentada uma comparao entre os resultados da altura mxima e altura mnima do mocho odontolgico (tabela 16) e os valores da altura popltea dos cirurgies-dentistas (tabela 17), comparando-se na seqncia todos os grupos. Observa-se que a tabela 17 tambm apresenta os valores das alturas estticas e dinmicas do joelho, apenas como referncia.
Tabela 16 Medidas do mocho odontolgico Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters dos equipamentos odontolgicos) AMI Grupos (sexo) AM (m) Grupo 01 Feminino Masculino Grupo 02 Feminino Masculino Grupo 03 Feminino Masculino Grupo 04 Feminino Masculino Grupo 05 Feminino Masculino Grupo 06 Feminino Masculino
Observao: AM = altura mxima; AMI = altura mnima.

(m) 0,448 0,443 0,447 0,458 0,460 0,446 0,440 0,441 0,447 0,451 0,453 0,454

0,551 0,554 0,553 0,580 0,555 0,542 0,548 0,541 0,538 0,543 0,551 0,556

100

Tabela 17 Variveis antropomtricas relacionadas utilizao do mocho odontolgico Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters dos equipamentos odontolgicos). Grupos (sexo) AP AJE AJD (m) Grupo 01 Feminino Masculino Grupo 02 Feminino Masculino Grupo 03 Feminino Masculino Grupo 04 Feminino Masculino Grupo 05 Feminino Masculino Grupo 06 Feminino Masculino 0,437 0,450 0,441 0,456 0,420 0,461 0,435 0,452 0,441 0,459 0,421 0,444 (m) 0,496 0,528 0,493 0,497 0,475 0,541 0,486 0,540 0,505 0,532 0,478 0,504 (m) 0,510 0,526 0,483 0,518 0,535 0,537 0,475 0,537 0,547 0,543 0,493 0,523

Observao: AP = altura popltea; AJE = altura do joelho esttica; AJD = altura do joelho dinmica.

Considerando-se dados do trabalho e os expostos nas tabelas 16 e 17 pode-se dizer que: 1 - Do grupo 01 (vinte cirurgies-dentistas, oito mulheres e doze homens): - o valor mdio da altura mnima 0,448m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,437m. Cinco mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,434m e o mais baixo 0,416m. - o valor mdio da altura mnima 0,443m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,450m. Dois homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,432m e o mais baixo 0,423m. 2 - Do grupo 02 (dez cirurgies-dentistas, trs mulheres e sete homens): - o valor mdio da altura mnima 0,447m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,441m. Duas mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,434m e o mais baixo 0,431m.

101

- o valor mdio da altura mnima 0,458m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,456m. Quatro homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,448m e o mais baixo 0,441m. 3 - O grupo 03 (treze cirurgies-dentistas, cinco mulheres e oito homens): - o valor mdio da altura mnima 0,460m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,420m. Quatro mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,416m e o mais baixo 0,407m. - o valor mdio da altura mnima 0,446m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,461m. Quatro homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,456m e o mais baixo 0,445m. 4 - Do grupo 04 (dez cirurgies-dentistas, trs mulheres e sete homens): - o valor mdio da altura mnima 0,440m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,435m. Duas mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,431m e o mais baixo 0,423m. - o valor mdio da altura mnima 0,441m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,452m. Quatro homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,450m e o mais baixo 0,424m. 5 - Do grupo 05 (dezessete cirurgies-dentistas, oito mulheres e nove homens): - o valor mdio da altura mnima 0,447m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,441m. Duas mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,434m e o mais baixo 0,405m. - o valor mdio da altura mnima 0,451m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,459m. Quatro homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,455m e o mais baixo 0,420m. 6 - Do grupo 06 (dezenove cirurgies-dentistas, dez mulheres e nove homens): - o valor mdio da altura mnima 0,453m para as mulheres e o valor mdio da altura popltea 0,421m. Cinco mulheres esto abaixo da mdia (AP) delas, sendo que o valor mais alto 0,415m e o mais baixo 0,391m. - o valor mdio da altura mnima 0,454m para os homens e o valor mdio da altura popltea 0,444m. Trs homens esto abaixo da mdia (AP) deles, sendo que o valor mais alto 0,428m e o mais baixo 0,413m.

102

Tomando-se a altura popltea como importante medida que auxilia na determinao de altura de assentos para trabalhos realizados na posio sentada, segundo Serrano (1987), pode-se constatar que nem todos os cirurgies-dentistas dos grupos descritos anteriormente possuem a possibilidade do ajuste adequado, em funo da falta de uma maior amplitude de regulagem da altura mnima do mocho odontolgico. Os valores das relaes consideradas inadequadas aps a anlise, foram categorizados e esto expostos na tabela 18.

Tabela 18 Anlise da relao: altura mnima do mocho odontolgico e altura popltea do cirurgio-dentista.
Categorias de at 01cm N de profissionais 04 mulheres e 01 homem 02 mulheres e 04 homens 01 mulher 02 mulheres e 01 homem 03 mulheres e 01 homem Grupo 01 02 04 05 06 > que 01cm e at 03cm N de profissionais 01 homem 01 mulher 01 homem 01 mulher 01 homem Grupo 01 04 05 06 06 > que 03cm N de profissionais 01 mulher 04 mulheres 01 mulher e 01 homem 05 mulheres e 02 homens Grupo 01 03 05 06

Na tabela 18 se observa o total de vinte e cinco cirurgies-dentistas do sexo feminino e treze do sexo masculino, com um resultado desfavorvel onde a altura pplite menor que altura mnima do mocho odontolgico. Considerando-se, no entanto, que a altura popltea foi obtida com os profissionais com ps sem sapatos e em funo da diferena de densidade do assento do mocho odontolgico, h que se ponderar em relao ao resultado da primeira categoria. Devendo-se, contudo, relevar o resultado da somatria da segunda e terceira categorias que totalizam dezenove profissionais, representando 21,35% da amostra total (89). Classificando-os pelo gnero se obteve treze mulheres o que significa 14,61% da amostra total (89) ou 35,13% se considerando as trinta e sete mulheres da amostra total; e seis homens o que significa 6,74% da amostra total (89) ou 11,54% se considerando os cinqenta e dois homens da amostra total. De qualquer forma se ressalta, principalmente, o resultado da terceira categoria, que representa 15,73% da amostra total se considerando os cirurgies-dentistas de

103

ambos os sexos e tambm categoria na qual se registrou diferena de at seis centmetros. Dos 15,73%, 12,36% so do sexo feminino e 3,37%, do masculino. Observa-se, portanto, em funo da altura mnima de alguns mochos odontolgicos, a impossibilidade de regulagem da altura do assento para um nmero de cirurgiesdentistas, talvez no to grande, porm real e que deve ser levado em considerao. Medeiros (1971, p.67) concluiu numa pesquisa com 383 estudantes de odontologia que basicamente 75% dos indivduos do sexo feminino ou 39% de ambos os sexos no podero utilizar adequadamente o menor mocho que tem altura de 0,480m, pois o autor registrou valores de 0,480m a 0,620m para a altura mnima dos mochos odontolgicos analisados. E ainda Medeiros (1971, p.79) conclui a menor altura dos mochos superior amplitude de tolerncia da dimenso da crista tibial do sexo feminino, o que dificulta uma postura balanceada. Marquart (1980, p.24) falou que as medidas antropomtricas imperativamente tem que ser observadas e levadas em conta no design e construo bem como na seleo do equipamento para o local de trabalho. E ainda ressaltara a importncia da regulagem da altura do mocho odontolgico e que esta deveria ser de 0,420m para altura mnima e 0,700m para altura mxima. E Anderle e Mafra (1999) num trabalho de pesquisa com estudantes de odontologia, cuja idade mdia era de 20,87anos, registraram a mdia de 0,427m de altura popltea para as mulheres e 0,454m para os homens; 0,497m de altura do joelho esttica para as mulheres e 0,539m para os homens; 0,493m de altura do joelho dinmica para as mulheres e 0,512m para os homens; e 0,563m para a altura mxima e 0,440m para a altura mnima do mocho odontolgico. E ainda Anderle e Mafra (1999, p. 34) concluram que a altura mnima do mocho foi insuficiente para oitenta e sete indivduos da amostra, o que dificultou a relao entre coxa e perna num ngulo de 90, na posio sentada. Sendo que dos oitenta e sete, setenta e dois eram mulheres e quinze homens, de cento e noventa e quatro da amostra total. No presente trabalho, quanto altura mxima do mocho odontolgico, em todos os grupos h uma relao favorvel em relao altura popltea dos cirurgiesdentistas que os utilizam.

104

6.4 Consideraes Finais


Acredita-se que, muito embora os resultados da pesquisa refiram-se

especificamente realidade de cirurgies-dentistas de um municpio, possa-se inferir que, possivelmente, retrate a situao de grande parte dos cirurgies-dentistas brasileiros. De forma alguma se est afirmando tal fato; no entanto, imagina-se que a extrapolao possa ocorrer baseada na localizao do municpio em questo, por ser a regio sul uma importante regio do pas; e tambm por se considerar se tratar de resultados de comportamentos e situaes fortemente influenciados por dados culturais de um povo. Diante dos resultados do trabalho, ora apresentado, expostos at aqui, e se observando as suposies supracitadas da probabilidade de extrapolao dos mesmos se chama ateno para o envolvimento com a questo da responsabilidade social que vrios segmentos ligados odontologia tm, no s para com as respostas s necessidades da populao, de um modo geral, mas para com o bom desenvolvimento da prtica profissional do cirurgio-dentista brasileiro. Entre eles se destacam: as escolas formadoras de profissionais; os rgos de classes como os conselhos e as associaes de odontologia; o poder pblico que atualmente empregador de um grande nmero de cirurgies-dentistas pelo pas afora, cuja perspectiva em funo da incluso dos mesmos na estratgia de sade da famlia aumentar; os cirurgiesdentistas; e as empresas de equipamentos odontolgicos. Todos aqueles podem e devem concorrer: 1 para uma prtica profissional odontolgica que se caracterize pelo elevado grau de exigncia nos padres de atendimento quanto tcnicas, instrumentais e materiais empregados, seja no servio particular ou privado; 2 para que os trabalhos sejam desenvolvidos com as melhores possibilidades e requisitos individuais dos equipamentos odontolgicos principais e perifricos, que correspondam s expectativas de toda a equipe de trabalho; 3 para que a populao verdadeiramente seja atendida em suas necessidades bsicas muitas vezes diferenciadas devido s condies, contextos ou cenrios scio-econmico-poltico e cultural; 4 para que cada vez mais a odontologia cresa como profisso e cincia e, especificamente, a odontologia brasileira continue se destacando no panorama mundial como uma das

105

mais expressivas. Mas, acima de tudo, para que o cirurgio-dentista brasileiro desempenhe sua prtica profissional, seja pblica ou privada, de maneira to saudvel e prazerosa quanto ele deseja aos seus pacientes; e para que ele seja cada vez mais respeitado em todos os nveis e instncias de atuao, e respeite a seus semelhantes. E que este respeito se origine da valorizao de pequenas e boas observaes e comportamentos que no dia-a-dia fazem muita diferena.
... todos os profissionais de Sade devem estar aptos a desenvolver aes de promoo, preveno, proteo e reabilitao ao nvel individual e coletivo; assegurar que sua prtica seja realizada de forma integrada e contnua com as demais instncias do sistema de sade; realizar seus servios dentro dos mais altos padres de qualidade e dos princpios da biotica (tica da vida); ter em conta que a

responsabilidade da ateno sade somente se encerra com a resoluo do problema de sade, tanto ao nvel individual quanto coletivo. (FEUERWERKER, 2003, p.25).

106

7 CONCLUSO
Observa-se que as concluses, a seguir, foram estabelecidas, exclusivamente, a partir do resultado de anlise da relao entre variveis antropomtricas e a caracterizao dos equipamentos odontolgicos, em momento algum questionando ou considerando a qualidade dos servios prestados pelos cirurgies-dentistas do municpio de Itaja (SC). Conclui-se que: - h evidncias de que as variveis antropomtricas implicam na prtica profissional do cirurgio-dentista; - h pouca valorizao dos aspectos antropomtricas quando da eleio de equipamentos odontolgicos por parte de alguns cirurgies-dentistas, quer seja por desconhecimento ou pela questo de acesso aos equipamentos mais adequados; - a partir do agrupamento dos equipamentos odontolgicos pela anlise de clusters parece no haver influncia da questo de gnero na eleio dos equipamentos odontolgicos; - a partir do agrupamento dos equipamentos odontolgicos pela anlise de clusters, a considerar pelo tempo de existncia dos equipamentos odontolgicos principais, parece haver uma influncia do tempo de profisso na composio da sala clnica; - os resultados de algumas variveis referentes aos equipamentos odontolgicos tiveram o mesmo comportamento de respostas, independente de gnero ou tempo de existncia dos equipamentos odontolgicos principais; - h evidncia de vrios aspectos positivos da prtica profissional do cirurgiodentista do municpio de Itaja relacionados aos equipamentos odontolgicos; - h ausncia de determinados equipamentos odontolgicos perifricos e de valores agregados em outros registrados em algumas salas clnicas, pois muitos equipamentos odontolgicos principais no possuem determinadas regulagens; alguns mochos odontolgicos eleitos pelos cirurgies-dentistas no

contemplam a possibilidade de adaptao aos resultados de algumas variveis antropomtricas suas, quer seja por desconhecimento, inacessibilidade aos mais adequados ou falta de condies do equipamento;

107

- h a presena de bons equipamentos odontolgicos principais do ponto de vista das possibilidades em algumas salas clnicas, indicando, provavelmente, a

disponibilizao dos mesmos no mercado; - nem sempre a falta de adaptao origina-se das caractersticas dos equipamentos odontolgicos, mas sim da eleio e do modo de utilizao dos mesmos, pois possuir o melhor equipamento odontolgico por si s no garantia de uma situao mais favorvel de trabalho ao cirurgio-dentista; - alguns cirurgies-dentistas, independente do gnero e tempo de profisso, a contar pelo tempo de existncia dos equipamentos odontolgicos principais, subutilizam as possibilidades de regulagens e ajustes oferecidas por alguns; - independente do equipamento odontolgico h que se conservar ou desenvolver bons hbitos de eleio e de utilizao do mesmo; - O mocho odontolgico um dos mais importantes instrumentos de trabalho na prtica profissional do cirurgio-dentista; e, portanto, como tal deve ser valorizado, devendo apresentar os melhores requisitos possveis; - a partir da constatao da ausncia de equipamentos odontolgicos perifricos em algumas salas clnicas, h necessidade de se discutir mais a questo da biossegurana do ponto de vista da importncia e das especificidades de funes daqueles; - a diferena entre as medidas estticas e dinmicas, registradas principalmente para as mulheres, apontam para a necessidade de uma ampla discusso acerca do seu verdadeiro significado, pois as mulheres representam atualmente a maioria dos cirurgies-dentistas em atividade no Brasil; - h que se insistir na orientao profissional ao cirurgio-dentista quanto importncia da observao dos aspectos ergonmicos na prtica profissional, que deve iniciar desde muito cedo durante o processo de formao; - a anlise de clusters se mostrou eficiente, contribuindo favoravelmente para com os objetivos estabelecidos inicialmente no trabalho.

108

8 RECOMENDAES
1 - s Instituies de Conhecimento Formadoras de Profissionais - Investir e insistir nos aspectos preventivos no s para os pacientes, mas sim chamar a ateno, dos futuros cirurgies-dentistas e dos profissionais em exerccio, para a importncia da autovalorizao, alicerada na busca da promoo de sade inicialmente para si mesmos e suas equipes. - Trabalhar e enfocar nas disciplinas das matrizes curriculares, acima de tudo as clnicas, a importncia da observao dos princpios ergonmicos como questo de responsabilidade social, que podem resultar na reduo de custos pessoais e sociais, e evitar afastamentos e aposentadorias precoces. - A partir de pesquisas realizadas e do desenvolvimento de novos trabalhos, introduzir e/ou ampliar a discusso nas disciplinas acerca de nmeros e dados concretos da ocorrncia de doenas ocupacionais em cirurgies-dentistas; no para desencorajar os novos, mas para que, coletivamente, se vislumbre uma nova odontologia, onde tambm a questo social do respeito aos princpios ergonmicos seja igualmente valorizada e elevada ao mesmo status dos bons resultados de ndices epidemiolgicos, de novas tcnicas, materiais e equipamentos. - Contribuir na formao e/ou capacitao de recursos humanos, como o auxiliar de consultrio dentrio ou o tcnico em higiene dental, como item auxiliar na ampliao e qualificao da prestao de servio. 2 - s Associaes de Classe e Conselhos de Odontologia - Ver-se igualmente implicadas no desenvolvimento de uma prtica profissional saudvel e prazerosa para todos os cirurgies-dentistas, em todos os nveis e instncias de atuao. - Assumir tambm o carter da promoo de sade para o seu maior patrimnio: o cirurgio-dentista, zelando por uma prtica profissional mais lcita no s do ponto de vista legal, mas, sobretudo, do exerccio pleno de sade do trabalhador e de seus potenciais.

109

3 - Ao Poder Pblico - Atualmente como grande empregador, valorizar cada vez mais os seus recursos humanos, especificamente neste caso o cirurgio-dentista, importante profissional no contexto da sade coletiva do pas. - Tratar a questo da valorizao dos profissionais de sade, do seu quadro, como fator importante de responsabilidade social, tanto quanto o benefcio que busca para a sociedade, a partir da prestao de servios dos mesmos. - Rever os espaos fsicos destinados sade coletiva no que diz respeito s condies dos equipamentos odontolgicos principais e perifricos, concebendo-as como fator intimamente ligado, aliados a outros como a manuteno de um bom clima organizacional e remunerao adequada, ao desenvolvimento de uma prtica profissional do cirurgio-dentista saudvel e de excelncia, e reduo de custos sociais. - Manter nas unidades de sade que os contemplem e dotar aquelas que porventura ainda no os possuam, equipamentos odontolgicos que possibilitem ajustes aos cirurgies-dentistas que nelas atuarem, bem como os equipamentos odontolgicos necessrios no s ao desenvolvimento do procedimento clnico em si, mas essenciais s questes de biossegurana, que se acredita traduzem o grau de respeito vida, ao cidado e ao ser humano. 4 - Aos Cirurgies-Dentistas - Acreditar na importncia da preveno, principalmente diante da constatao de exercerem uma profisso desgastante e de risco, ainda que pese a sua importncia e necessidade social. - Adotar princpios ergonmicos em suas prticas profissionais dirias, entendendo que a mensagem de promoo de sade que se busca transmitir aos pacientes diariamente, tambm deve ser perseguida e interiorizada por cada profissional, quer seja na iniciativa privada ou no servio pblico. - Valorizar as questes antropomtricas quando da eleio de equipamentos odontolgicos e da disposio e montagem da sala clnica-posto de trabalho. - Eleger, sempre que possvel, os equipamentos odontolgicos que apresentem melhores condies e valores agregados as suas funes principais, e que auxiliem em

110

itens importantes para toda a equipe e na qualidade do ambiente e da vida profissional, como a biossegurana. - Promover ou fomentar a discusso junto aos gestores pblicos e sociedade, acerca da importncia e da necessidade da conservao ou da conquista, provavelmente, em alguns casos, de novos e melhores espaos de trabalho, baseada em resultados de pesquisa, e enfocando a questo da reduo de custos pessoais e sociais. - Conscientizar-se da importncia de explorar e utilizar as possibilidades dos equipamentos odontolgicos, ajustando-os constantemente as suas situaes dirias de trabalho, principalmente em se tratando do mocho odontolgico, pois somente a presena dos mecanismos de regulagens nos equipamentos odontolgicos,

evidentemente, no garantia do desenvolvimento de uma prtica profissional mais favorvel. - Preocupar-se com a manuteno ou a adoo de hbitos alimentares mais saudveis e com a adoo da prtica de atividade fsica, importantes aliados no combate ao sedentarismo, ao estresse e ao sobrepeso, principalmente diante da perspectiva do aumento da longevidade da populao o que, provavelmente, tambm significar o aumento do tempo de atuao profissional. - Preferir sempre o trabalho em equipe delegando funes possveis, realizando somente as que exijam qualificao e titulao especficas. - Exercitar o trabalho multiprofissional e interdisciplinar, caractersticos do momento atual e, conseqentemente, exigncia aos profissionais que nele esto inseridos ou projetam faz-lo. 5 - s Empresas Fabricantes de Equipamentos Odontolgicos Perceberem-se tambm socialmente responsveis como auxiliares no

desenvolvimento de uma prtica profissional saudvel para o cirurgio-dentista, quer seja no servio particular ou pblico. - Dotarem os equipamentos odontolgicos das melhores condies individuais possveis contemplando itens importantes como biossegurana.

111

- Valorizarem a importncia das variveis antropomtricas dos usurios por meio da adoo de critrios amplos que contemplem s necessidades do maior nmero possvel de cirurgies-dentistas. - Agregarem valores aos equipamentos odontolgicos, minimamente, a todos, respeitando critrios de biossegurana e princpios ergonmicos bsicos, no os reservando somente aos mais sofisticados, a fim de que a diferenciao ocorra por quesitos estticos e ou de personalizao. - Discutirem suas polticas de negociaes, ampliando o acesso aos equipamentos odontolgicos para os clientes, quer sejam da iniciativa privada ou principalmente, na atual conjuntura, gestores pblicos, tendo em vista o crescente nmero de cirurgiesdentistas inseridos no contexto da sade pblica e a suposta carncia de melhora de espaos em muitos municpios brasileiros. - Disporem de assessoria para orientao aos clientes quando da aquisio e eleio de novos equipamentos odontolgicos, chamando a ateno para a importncia das possibilidades de adaptao se considerando as variveis antropomtricas, acima de tudo quando se tratar de ambientes coletivos que sero utilizados por vrios cirurgiesdentistas.

112

9 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

A DOR avaliada. E os efeitos de tcnicas de relaxamento em pacientes com fibromialgia. Medicina Social, a. 21, n. 186, p. 11 12, jul./ago. 2004. AKHBARI, F. Implicaes posturais e desconforto corporal referido pelos acadmicos da Faculdade de Odontologia da UNIVALI. Trabalho de Concluso de Curso. (Graduao) Faculdade de Odontologia, Universidade do Vale do Itaja, Itaja, 1998. ALMEIDA, F. P. Algumas consideraes sobre Ergonomia e Estomatologia. Revista Portuguesa de Estomatologia e Cirurgia Maxilofacial, v.29, n. 2, p. 81-86, abr./jun. 1988. ANDERLE, P. T.; MAFRA, L.V. Relao de dados antropomtricos dos alunos da Faculdade de Odontologia da Universidade do Vale do Itaja com os seus principais elementos de trabalho: uma abordagem ergonmica. Trabalho de Concluso de Curso. (Graduao) Curso de Odontologia, Universidade do Vale do Itaja, Itaja, 1999. APUD, E.; MEYER, F. La importncia de la ergonomia para los profesionales de la salud. Ciencia y enfermera, Concepcin, v.9, n.1, jun. 2003. Disponvel em:<http://www.scielo.br>. Acesso em: 17 mar. 2004. ARRUDA, A.K.B. et al. Avaliao dos mtodos de desinfeco e esterilizao dos consultorios odontolgicos da cidade do Natal-RN. Revista da ABOPREV, v.4, n.1, p.9-14, jan./jun. 2001. BARROS, O. B. Ergonomia 1: a eficincia ou rendimento e a filosofia correta de trabalho em odontologia. So Paulo: Pancast, 1991. 196p. BARROS, O. B. Ergonomia 2: o ambiente fsico de trabalho, a produtividade e a qualidade de vida em odontologia. So Paulo: Pancast, 1993. 385p. BEACH, J. C.; DEBIASE, C. B. Assessment of ergonomic education in dental hygiene curricula. J Dent Educ, Washington, v. 62, n. 6, p. 421 425, June 1998. BIBANCOS, F.; LOUREIRO, C. A. A imagem do cirurgio-dentista. Rev ABO Nac, So Paulo, v. 12, n. 1, p. 17 19, fev./mar. 2004. BITTENCOURT, M.S. Qualidade de vida no trabalho (QVT) do cirurgio-dentista em servios pblicos de sade um estudo de caso. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Odontologia rea de concentrao: Odontologia em Sade Coletiva, Florianpolis, 2003. BRADASCH, E.R.;RIBEIRO,A.I.;FUGMANN,C.F.M.;GEUS,E.L. Manual da atendente de consultrio dentrio. Odontex, Curitiba, 1995. BRASIL, Ministrio da Sade, Secretaria de Polticas de Sade, Coordenao Nacional de DST e Aids. Controle de infeces e a prtica odontolgica em tempos de aids: manual de condutas Braslia: Ministrio da Sade, 2000. 118p.

113

CAETANO, J. C. Formao profissional, fora e mercado de trabalho em Odontologia: tendncias e perspectivas em Santa Catarina. Tese. (Doutorado) Curso de Odontologia, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, 1993. CANGASSU, M.C.T. et al. Perfil dos pacientes atendidos na Faculdade de Odontologia da UFBA com nfase na necessidade de reabilitao prottica. Rev Fac Odontol Univ Fed Bahia, Salvador, v.24, p. 32-35, jan./jun. 2002. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Perfil do Cirurgio-Dentista. dez. 2002. Disponvel em: <http://www.abeno.org.br>. Acesso em 17 ago. 2004. CORBACHO, M. M. et al. Percepo da sade bucal uma anlise de famlias participantes do programa de sade, Salvador-BA. Rev Fac Odontol Univ Fed Bahia, Salvador, v.22, p. 6-11, jan./jun. 2001. DVILA, S. et al. Perfil do trabalho do cirurgio-dentista da Paraba. Revista Brasileira de Cincias da Sade. In: Resumos... v. 7, Suplemento P 23, 2003. FEUERWERKER, L. C.M. Educao dos profissionais de Sade hoje problemas, desafios, perspectivas e as propostas do Ministrio da Sade. Revista da ABENO/Associao Brasileira de Ensino Odontolgico, So Paulo, v.3, n.1, p. 24-27, jan./dez. 2003. FREITAS, M.E. Viver a tese preciso! Reflexes sobre as aventuras e desventuras da vida acadmica. RAE Revista de Administrao de Empresas/FGV-EAESP, So Paulo, v.42, n.1, p.88-93, jan./mar. 2002. GAETTI-JARDIM, E.J.; PEDRINI, D. Contaminao microbiana do sistema de gua do equipo odontolgico. Fol, v.10,n.2, p.32-35, jul./dez. 1997a. GAETTI-JARDIM, E.J.; PEDRINI, D. Avaliao dos nveis de contaminao microbiana em luvas cirrgicas utilizadas por docentes e graduandos da Faculdade de Odontologia de Araatuba-UNESP. Fol, v.10,n.2, p.51-55, jul./dez. 1997b. GEREMIAS, J.J. A influncia das caractersticas antomo-fsicas no aparecimento das leses por esforos repetitivos em uma linha de produo. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2002. GLINA, D. M. R.; BLANCA, T. G. S.; ANDRADE, E. M. O. A. C. A exposio ocupacional ao mercrio no mdulo odontolgico de uma unidade bsica de sade localizada na cidade de So Paulo. Cadernos de Sade Pblica, Rio de Janeiro, v. 13, n. 2, p.5-19, abr./jun. 1997. Disponvel em:<http://www.scielo.br>. Acesso em: 17 mar. 2004. GRANVILLE-GARCIA, A. F.; MOREIRA, P. V. L.; MENEZES, V. A. Obesidade como fator de risco para alteraes bucais. Arquivos em Odontologia, Belo Horizonte, v. 38, n. 4, p. 279286, out./dez. 2002. GUIMARES, A.R.D. et al. Conhecimento dos docentes do departamento de estomatologia da Universidade Federal de Santa Catarina em relao ao seu estado de imunizao. Arquivos em Odontologia, Belo Horizonte, v.38, n.4, p.257-267, out./dez. 2002.

114

HILL, M. M.; HILL, A. Investigao por questionrio. Lisboa: Slabo, Junho, 2000. JANURIO, A.C. Anlise dos nveis de presso sonora produzidos pelos equipamentos odontolgicos e sua relao com a ocorrncia de alteraes auditivas em cirurgiesdentistas: uma contribuio Ergonomia. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2000. KOSMANN, C. Modelo de avaliao da usabilidade dos equipamentos odontolgicos. Tese. (Doutorado) Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: Ergonomia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 2004. LAZERIS, A.M. A formao de recursos humanos em odontologia e as exigncias do setor pblico estudo de caso. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Odontologia rea de concentrao: Odontologia em Sade Coletiva, Florianpolis, 2003. LISKIEWICZ, S. T.; KERSCHBAUM, W. E. Cumulative trauma disorders: an ergonomic approach for prevention. Journal of Dental Hygiene, Washington, v. 71, n. 4, p.162 167, Summer 1997. MARQUART, E. Odontologia Ergonmica a 4 Mos. Rio de Janeiro: Quintessncia, 1980. 219p. MEDEIROS, E. P. G. Estudo biomtrico em estudantes de Odontologia e relao com equipamento odontolgico nacional - cadeiras e mochos. Tese. (Livre-docncia), Faculdade de Odontologia, Universidade de So Paulo, Bauru, 1971. MENDES, R. Patologia do Trabalho. So Paulo: Atheneu, 1997. p. 175-184. MICHELOTTO, A.L.C. Avaliao postural da endodontia a quatro mos: uma abordagem ergonmica. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2001. MOIMAZ, S. A. S.; SALIBA, N. A.; BLANCO, M. R. B. A fora do trabalho feminino na odontologia, em Araatuba- SP. Journal of Applied Oral Science, v. 11, n. 4, p.301-305, 2003. MONTEIRO, I.; BARBOSA, A.; GOES, P. S. A. Composio do componente gnero na formao e exerccio profissional odontolgico em Pernambuco. Revista Brasileira de Cincias da Sade. In: Resumos v. 7, Suplemento G 16, 2003. NOGUEIRA, D. P. Riscos ocupacionais de dentistas e sua preveno. Revista Brasileira de Sade Ocupacional, So Paulo, v.11, n.41, jan./fev./mar. 1983. OHASHI, M. M. O perfil do cirurgio-dentista frente ergonomia e a anlise do seu ambiente de trabalho no municpio de So Paulo. Dissertao. (Mestrado) Faculdade de Odontologia, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2002.

115

OLIVEIRA, F. S. F. et al. Perfil da cirurgi-dentista no mercado de trabalho na cidade de Campina Grande PB. Revista Brasileira de Cincias da Sade. In: Resumosv. 7, Suplemento G 14, 2003. PALM, N. Ergonomics. Journal of the Michigan Dental Association, Michigan, p. 28 30, June 1994. PAULA, N.V.K. Diagnstico de biossegurana em clnica odontolgica universitria da Universidade Paranaense UNIPAR. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-graduao em Engenharia de Produo - rea de Concentrao: Ergonomia, Florianpolis, 2003. PEREIRA, H. da C. Perfil dos cirurgies-dentistas da UNIODONTO e seu relacionamento com esta cooperativa no municpio do Rio de Janeiro. Rev ABO Nac, So Paulo, v. 5, n. 3, p. 185 190, jun./jul. 1997. PESTANA, M.H. e GAGEIRO, J.N. Anlise de dados para cincias sociais. A complementaridade do SPSS. 3 Edio, Lisboa, Edies Silabo, 2003. POI, W. R.; TREVISAN, C. L.; LUCAS, L. V. M. de. Consideraes sobre o exame clnico integrado. Rev Assoc Paul Cir Dent, So Paulo, v. 57, n.1, p. 19-22, jan./fev. 2003. POLLACK, R. Dento-ergonomics: the key to energy-saving performance. Ergonomics, v. 24, n. 4, p. 63-68, Apr. 1996a. POLLACK, R. Dental office ergonomics: how to reduce stress factors and increase efficiency. CDA Journal, v. 62, n. 6, p. 508510, June 1996b. PORTO, F. A. O Consultrio Odontolgico. So Carlos: Scritti, 1994. RAMFJORD, S. P. Dentistry in the 21st century. Quintessence Int, Berlim, v.20, n. 3, p. 167 171, 1989. RAMOS, F. B. Eficcia do atendimento oferecido aos pacientes da clnica integrada da Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina. Revista do CROMG, Belo Horizonte, v. 3, n. 3, p. 56-63, jul./dez. 1997. REGIS, G. I. F.; LOPES, M. C. Disorders suffered by surgeon-dentists due to cumulative trauma: Epidemiologic and Ergonomic aspects. In: Triennial Congress of the International Ergonomics Association, 13th., 1997. Tampere. Resumos Tampere, 1997. p. 239-241. REGIS, G.I.F. Leses por esforos repetitivos em cirurgies-dentistas: aspectos epidemiolgicos, biomecnicos e clnicos uma abordagem ergonmica. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2000. REIS, R. J. et al. Profile of occupational disease outpatients and the presence of repetitive strain injury. Rev Saude Publica, So Paulo, v. 34, n. 3, p. 292-298, June 2000. Disponvel em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: dia 17 mar. 2004.

116

ROCHA, L. E.; DEBERT-RIBEIRO, M. Work and health: a gender study on systems analysts. Rev Saude Publica, So Paulo, v. 35, n. 6, p. 539-547, Dec. 2001. Disponvel em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 17 mar. 2004. ROSA, M.; ULBRICHT, C. LER/DORT: Conhea e previna-se. Rev Ortodon Catar, Florianpolis, v.1, n.1, p. 9-13, jan./jun. 2003. SANTOS, C. M. D. Ergonomia: enfoque ergonmico dos postos de trabalho. Revista CIPA, a. 12, n. 143, p. 18-26, 1991. SAQUY, P. C.; PCORA, J. D. A Ergonomia e as Doenas Ocupacionais do Cirurgiodentista. Ribeiro Preto: Dabi Atlante, 1994. SAQUY, P. C.; PCORA, J. D. Orientao Profissional em Odontologia. So Paulo: Santos, 1996. 67p. SERRANO, R.C. Novo equipamento de medies antropomtricas. Ed. rev. So Paulo, FUNDACENTRO, 1987. 31p. il. SILVA, J.A.S.J. Estudo ergonmico do trabalho do endodontista: comparao entre duas tcnicas de preparo de canais radiculares. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduo em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2001. SILVA, M. R. G. C. G. Mulheres profissionais: um estudo de papis sexuais e suas implicaes no cotidiano. Dissertao. (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 1988. SILVERTON, S.F. Mulheres e Odontologia: Pacientes, Professoras e Dentistas. Compendium, Jamesburg, v.22, n.1, p. 32-44, Nmero Especial 2001. SOUZA, C.C. A iluminao em consultrios odontolgicos: uma anlise ergonmica especfica para melhora na qualidade de vida do cirurgio-dentista. Dissertao (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2003. SOVIEIRO, V.; MAEDA, A. Boca, reflexo do inconsciente. Rev ABO Nac, So Paulo, v. 9, n. 6, p.336, dez.2001/jan.2002. TALMASKY, E.M. Concepo de locais e espaos de trabalho: um enfoque ergonmico. Dissertao. (Mestrado) Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: Ergonomia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 1993. TRINDADE, E.; ANDRADE, M. de. Rotina dolorosa. Rev ABO Nac, So Paulo, v. 11, n. 2, p. 72-83, abr./maio 2003. ULBRICHT, C. Consideraes ergonmicas sobre a atividade de trabalho de um cirurgiodentista: um enfoque sobre as LER/DORT. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2000.

117

UNFER, B.; SALIBA, O. O cirurgio-dentista do servio pblico: formao, pensamento e ao. Revista Brasileira de Odontologia em Sade Coletiva/Brazilian Journal of Public Health Dentistry, Florianpolis, v.2, n.2, jul./dez. 2001. URIARTE NETO, M.; PROENA, R. P. C.; DUTRA, A. R. A. A Antropotecnologia e a Antropologia Fsica. . In: ENEGEPE 97, 17., 1997. Gramado. Anais...Gramado (RS), 1997. p. 35. URIARTE NETO, M. Caracterizao do posto de trabalho do cirurgio-dentista da cidade de Itaja (SC). Dissertao. (Mestrado) Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: Ergonomia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis, 1999. VILAGRA, J.M. Anlise de prevalncia de distrbios ocupacionais de origem musculoesqueltico em acadmicos do curso de Odontologia: consideraes com enfoque preventivo de LER/DORT. Dissertao (Mestrado), Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo rea de concentrao: ergonomia, Florianpolis, 2002. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Diet, nutrition, and the prevention of chronics diseases. Report of a WHO Study Group. WHO Technical Report Series n 797. Geneva: World Health Organization, 1990.

118

10 APNDICES

Apndice A Instrumento de Coleta de Dados Apndice B Medidas da Cadeira Odontolgica e do Mocho Odontolgico Apndice C -

Representantes

dos

Grupos

Clusters:

Variveis

Antropomtricas e Equipamentos Odontolgicos Principais e Perifricos


Apndice D - Variveis Antropomtricas por Tempo de Profisso e Amostra

Total

119

APNDICE A

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM ENGENHARIA DE PRODUO REA DE CONCENTRAO: ERGONOMIA ORIENTADORA: MARIA DE FTIMA DA SILVA DUARTE, Ph.D. ORIENTANDO: MRIO URIARTE NETO TRABALHO: ANTROPOMETRIA E PRTICA PROFISSIONAL DO CIRURGIODENTISTA.
Observao: O presente instrumento tem como finalidade coletar, objetivamente, dados referentes a variveis antropomtricas do cirurgio-dentista do municpio de Itaja (SC); e aos equipamentos odontolgicos principais e perifricos da sala clnica.

A - QUANTO AO CIRURGIO-DENTISTA 1 Sexo 1.1 Masc. [ ]

1.2 Fem. [ ]

2 - Idade (anos) 2.1 - [ ] 16-19 2.2 - [ ] 20-24 2.3 - [ ] 25-29 2.4 - [ ] 30-34 2.5 - [ ] 35-39 2.6 - [ ] 40-44 2.7 - [ ] 45-49 2.8 - [ ] 50-54 2.9 - [ ] 55-59 2.10 - [ ] 60-64 2.11 - [ ] 65-70 2.12 - [ ] Mais de 70 3 Tempo de Profisso (anos) 3.1 - [ ] Menos de 5 3.2 - [ ] 6-10 3.3 - [ ] 11-15 3.4 - [ ] 16-20 3.5 - [ ] 21-25 3.6 - [ ] 26-30 3.7 - [ ] 31-35 3.8 - [ ] 36-40 3.9 - [ ] Mais de 40

120

4 Dados Morfolgicos (Antropomtricos) 4.1 Incio das medidas:_____hs 4.2 Estatura:_____cm_____cm______cm Mdia:_____ 4.3 Massa Corporal:_____kg 4.4 Altura Tronco-Ceflica:____cm____cm_____cm Mdia:_____ 4.5 Medida Sacro-Popltea:____cm____cm____cm Mdia: _____ 4.6 Altura Popltea:_____cm_____cm_____cm Mdia:_____ 4.7 Assento-Cotovelo(esttica):____cm___cm___cm Mdia:____ 4.8 Assento-Cotovelo(dinmica):____cm___cm___cm Mdia:___ 4.9 Altura do joelho (esttica):____cm___cm____cm Mdia:_____ 4.10 Altura do joelho (dinmica):____cm___cm___cm Mdia:____ 4.11 Comprimento total de Brao e Antebrao (mo espalmada): _____cm_____cm_____cm Mdia:_____ B - QUANTO AOS EQUIPAMENTOS ODONTOLGICOS 5 Cadeira Odontolgica 5.1 Marca 5.1.1 [ ] Dabi Atlante 5.1.2 [ ] Kavo 5.1.3 [ ] Gnatus 5.1.4 [ ] Olsen 5.1.5 [ ] Outras ____________________ 5.2 Tempo 5.2.1 [ ] Zero a 4 anos 5.2.2 [ ] 5-9 5.2.3 [ ] 10-14 5.2.4 [ ] 15-19 5.2.5 [ ] 20-24 5.2.6 [ ] 25-29 5.2.7 [ ] 30-34 5.2.8 [ ] 35-39 5.2.9 [ ] 40 ou mais 5.3 Acionamento 5.3.1 [ ] Mecnica 5.3.2 [ ] Semi-automtica 5.3.3 [ ] Automtica 5.4 Controles 5.4.1 [ ] Controles manuais 5.4.2 [ ] Controles de p 5.4.3 [ ] Controles de mo e p 5.4.4 [ ] Controles bilaterais de mo e p 5.4.5 [ ] Controles digitais

121

5.5 Encosto de Cabea 5.5.1 [ ] Presente 5.5.2 [ ] Ausente Caso esteja presente realiza movimentos: 5.5.1.1 [ ] Para cima e para baixo 5.5.1.2 [ ] nteroposterior 5.5.1.3 [ ] Ambos 5.5.1.4 [ ] No funciona 5.6 Dimenses da cadeira 5.6.1 Encosto de cabea 5.6.1.1 Espessura:_____cm 5.6.1.2 Comprimento:_____cm 5.6.1.3 Largura:_____cm 5.6.2 Encosto (parte mais larga) 5.6.2.1 Espessura:_____cm 5.6.2.2 Comprimento:_____cm 5.6.2.3 Largura:_____cm 5.6.3 Assento 5.6.3.1 Espessura:_____cm 5.6.3.2 Comprimento: _____cm 5.6.3.3 Largura:_____cm 5.7 Revestimento 5.7.1 [ ] Com costura 5.7.2 [ ] Sem costura 6 Mocho Odontolgico 6.1 Marca 6.1.1 [ ] Dabi Atlante 6.1.2 [ ] Kavo 6.1.3 [ ] Gnatus 6.1.4 [ ] Olsen 6.1.5 [ ] Outras ____________________ 6.2 Tempo 6.2.1 [ ] Zero a 4 anos 6.2.2 [ ] 5-9 6.2.3 [ ] 10-14 6.2.4 [ ] 15-19 6.2.5 [ ] 20-24 6.2.6 [ ] 25-29 6.2.7 [ ] 30-34 6.2.8 [ ] 35-39 6.2.9 [ ] 40 ou mais 6.3 Nmero de rodas 6.3.1 [ ] 4 rodas 6.3.2 [ ] 5 rodas 6.4 Acionamento 6.4.1 [ ] Mecnico 6.4.2 [ ] Gs

122

6.5 Regulagem 6.5.1 [ ] Altura do assento 6.5.2 [ ] nteroposterior 6.5.3 [ ] Altura das costas 6.5.4 [ ] Todas 6.5.5 [ ] Itens 1 e 2 6.5.6 [ ] Itens 1 e 3 6.6 Regulagens funcionando 6.6.1 [ ] Sim 6.6.2 [ ] No 6.7 Nmero de mochos na sala clnica posto de trabalho 6.7.1 [ ] Operador 6.7.2 [ ] Operador e auxiliar 6.8 Dimenses 6.8.1 Altura mnima:_____cm 6.8.2 Altura mxima:_____cm 7 Equipo Odontolgico 7.1 Fixao 7.1.1 [ ] Mvel 7.1.2 [ ] Semi-mvel 7.1.3 [ ] Fixo 7.2 Mangueiras 7.2.1 [ ] Mangueiras lisas sem bandejas 7.2.2 [ ] Mangueiras espiraladas sem bandejas 7.2.3 [ ] Mangueiras lisas apoiadas por bandejas 7.2.4 [ ] Mangueiras espiraladas dentro de bandejas 7.2.5 [ ] Mangueiras suspensas por hastes 7.3 Nmero de equipos na sala clnica 7.3.1 [ ] Um 7.3.2 [ ] Dois 8 Perifricos 1 Presente 2 Ausente 8.1 [ ] Amalgamador 8.2 [ ] Autoclave 8.3 [ ] Aparelho de profilaxia (PROFI) 8.4 [ ] Bomba vcuo 8.5 [ ] Estufa 8.6 [ ] Fotopolimerizador 8.7 [ ] Aparelho de Raios X 8.8 [ ] Ultra-som para limpeza de instrumental 8.9 [ ] Negatoscpio 8.10 [ ] Bisturi eltrico

123

APNDICE B
Tabela 19 Medidas da cadeira odontolgica Geral
Amostra (89) Mdia Desviopad Mximo Mnimo LE (m) 0,457 0,047 0,560 0,393 CE (m) 0,508 0,040 0,593 0,460 EE (m) 0,087 0,016 0,118 0,063 LA (m) 0,453 0,023 0,493 0,422 CA (m) 1,156 0,032 1,202 1,103 EA (m) 0,087 0,017 0,121 0,063 LEC (m) 0,218 0,031 0,265 0,178 CEC (m) 0,226 0,027 0,265 0,187 EEC (m) 0,075 0,019 0,108 0,042

Observao: LE = largura do encosto; CE = comprimento do encosto; EE = espessura do encosto; LA = largura do assento; CA = comprimento do assento; EA = espessura do assento; LEC = largura do encosto de cabea; CEC = comprimento do encosto de cabea; EEC = espessura do encosto de cabea.

Tabela 20 - Medidas do mocho odontolgico Geral


Amostra (89) Mdia Desviopad Mximo Mnimo AM (m) 0,551 0,021 0,590 0,523 AMI (m) 0,449 0,021 0,485 0,420

Observao: AM = altura mxima do mocho odontolgico; AMI = altura mnima do mocho odontolgico.

Tabela 21 Medidas da cadeira odontolgica: Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters equipamentos odontolgicos)


Grupos G 01 (20) Mdia Desviopad G 02 (10) Mdia Desviopad G 03 (13) Mdia Desviopad G 04 (10) Mdia Desviopad G 05 (17) Mdia Desviopad G 06 (19) Mdia Desviopad LE (m) 0,438 0,059 0,433 0,024 0,437 0,016 0,528 0,085 0,432 0,021 0,475 0,079 CE (m) 0,492 0,026 0,553 0,102 0,494 0,026 0,500 0,030 0,491 0,021 0,520 0,036 EE (m) 0,094 0,024 0,086 0,011 0,076 0,016 0,083 0,017 0,088 0,010 0,093 0,018 LA (m) 0,443 0,019 0,440 0,018 0,448 0,021 0,487 0,034 0,440 0,013 0,457 0,033 CA (m) 1,150 0,035 1,145 0,035 1,147 0,028 1,169 0,033 1,180 0,026 1,143 0,033 EA (m) 0,094 0,024 0,086 0,011 0,078 0,021 0,083 0,017 0,089 0,009 0,093 0,018 LEC (m) 0,238 0,049 0,220 0,034 0,234 0,038 0,227 0,042 0,180 0,003 0,210 0,019 CEC (m) 0,236 0,035 0,231 0,029 0,235 0,029 0,235 0,033 0,182 0,008 0,235 0,030 EEC (m) 0,072 0,018 0,069 0,017 0,067 0,021 0,076 0,018 0,072 0,013 0,095 0,028

Observaes: G = grupos; LE = largura do encosto; CE = comprimento do encosto; EE = espessura do encosto; LA = largura do assento; CA = comprimento do assento; EA = espessura do assento; LEC = largura do encosto de cabea; CEC = comprimento do encosto de cabea; EEC = espessura do encosto de cabea.

124

Tabela 22 Medidas do mocho odontolgico: Grupos 01,02,03,04,05,06 (Clusters equipamentos odontolgicos)


Grupos G 01 (20) Mdia Desviopad G 02 (10) Mdia Desviopad G 03 (13) Mdia Desviopad G 04 (10) Mdia Desviopad G 05 (17) Mdia Desviopad G 06 (19) Mdia Desviopad AM (m) 0,553 0,019 0,571 0,030 0,547 0,021 0,543 0,012 0,540 0,014 0,553 0,029 AMI (m) 0,445 0,018 0,454 0,018 0,450 0,037 0,441 0,014 0,449 0,013 0,454 0,028

Observao: G = grupos; AM = altura mxima do mocho odontolgico; AMI = altura mnima do mocho odontolgico.

125

APNDICE C

Tabela 23 Anlise de clusters: variveis antropomtricas. Representantes dos grupos 01,02,03,04,05,06, por nmero de entrevista.
Amostra (89) Grupo 01 Mulheres 01,03,04,09,11,15,18,22,24,31 33,40,44,47,49,56,66,75,79,82 05,08,26,30,60,76,78 Homens 02,89

Grupo 02

06,07,14,25,27,32,37,42,55,62 65,69,71,77 19,21,35,54,61,67,85,88 10,13,16,20,28,38,39,41,43,48 51,53,57,59,70,73,83,84,87 29,45,50,52,68 17,64,80,86 52

Grupo 03 Grupo 04

12,34,36,46,58,63,72,74 23,81

Grupo 05 Grupo 06 (n)

37

Tabela 24 Anlise de clusters: equipamentos odontolgicos. Representantes dos grupos 01,02,03,04,05,06 que os utilizam, por nmero de entrevista.
Amostra(89) Grupo 01 Mulheres 01,08,15,31,36,63,74,75 Homens 16,20,27,28,41,48,51,54,55,62 69,88 02,10,21,32,53,68,70 17,37,43,50,52,61,65,71 35,42,45,57,59,73,80 06,14,19,25,64,77,83,84,86 07,13,29,38,39,67,85,87,89 52

Grupo 02 Grupo 03 Grupo 04 Grupo 05 Grupo 06 (n)

11,66,78 05,12,18,30,60 03,56,76 24,34,40,44,47,58,72,79 04,09,22,23,26,33,46,49,81,82 37

126

APNDICE D

Esto dispostos nas tabelas 25,26,27,28,29,30,31,32,33,34 e 35 os resultados das variveis antropomtricas dos cirurgies-dentistas, por tempo de profisso e amostra total, apresentando os valores de mdia e desvio padro. Muito embora em algumas categorias de tempo de profisso o nmero de representante seja extremamente pequeno, pode-se ter um desenho aproximado do que ocorre na prtica. Ainda em relao s tabelas supracitadas, se observa que em algumas delas as categorias de 31 a 35 e 30 a 40anos de tempo de profisso foram eliminadas, por no haver nenhum representante. E que a categoria amostra total no a somatria das categorias anteriores de tempo de profisso, mas sim se refere a valores mdios totais (89 profissionais), para facilitar a comparao com os das categorias de tempo de profisso.

127

Tabela 25 Estatura: por tempo de profisso e amostra total - Geral


E Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 1,630 (16) 0,065 06 10 1,643 (08) 0,091 11 15 1,623 (04) 0,026 16 20 1,599 (04) 0,050 21 25 1,597 (01) Homens (m) 1,751 (19) 0,069 1,731 (05) 0,033 1,756 (11) 0,041 1,766 (08) 0,072 1,739 (03) 0,143 26 30 1,565 (04) 0,088 Mais de 40 1,758 (03) 0,072 1,648 (03) 0,043 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 1,620 0,069

Homens 1,746 0,068 52

Geral 1,694 0,092 89

(n)
Observao: E = estatura.

37

128

Tabela 26 Massa corporal: por tempo de profisso e amostra total - Geral


MC Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (kg) 60,781 (16) 11,364 06 10 61,213 (08) 8,536 11 15 61,725 (04) 10,131 16 20 63,275 (04) 10,613 21 25 55,400 (01) Homens (kg) 81,789 (19) 13,953 76,820 (05) 6,251 87,136 (11) 14,369 86,663 (08) 11,770 80,200 (03) 17,987 26 30 64,500 (04) 14,614 Mais de 40 70,700 (03) 8,743 67,100 (03) 10,506 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 61,503 10,313

Homens 81,613 13,552 52

Geral 73,253 15,789 89

(n)
Observao: MC = massa corporal.

37

129

Tabela 27 ndice de massa corporal: por tempo de profisso e amostra total - Geral
MC Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (kg/m2) 21,648 (16) 6,967 06 10 20,488 (08) 7,750 11 15 19,301 (04) 9,524 16 20 20,647 (04) 10,127 21 25 21,722 (01) Homens (kg/m2) 26,713 (19) 4,579 25,690 (05) 2,703 28,258 (11) 4,568 27,757 (08) 2,723 26,229 (03) 1,539 26 30 22,220 (04) 10,092 Mais de 40 22,907 (03) 3,155 24,598 (03) 2,627 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 23,486 4,225

Homens 26,733 3,969 52

Geral 25,383 4,362 89

(n)

37

Observao: IMC = ndice de massa corporal.

130

Tabela 28 Altura tronco-ceflica: por tempo de profisso e amostra total - Geral


ATC Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,862 (16) 0,040 06 10 0,878 (08) 0,055 11 15 0,846 (04) 0,026 16 20 0,858 (04) 0,016 21 25 0,857 (01) Homens (m) 0,922 (19) 0,040 0,911 (05) 0,017 0,936 (11) 0,024 0,927 (08) 0,039 0,874 (03) 0,076 26 30 0,831 (04) 0,034 Mais de 40 0,911 (03) 0,048 0,849 (03) 0,039 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,860 0,040

Homens 0,917 0,042 52

Geral 0,893 0,050 89

(n)

37

Observao: ATC = altura tronco-ceflica.

131

Tabela 29 Medida sacro-popltea: por tempo de profisso e amostra total - Geral


SP Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,489 (16) 0,030 06 10 0,481 (08) 0,032 11 15 0,502 (04) 0,025 16 20 0,476 (04) 0,013 21 25 0,485 (01) Homens (m) 0,497 (19) 0,026 0,505 (05) 0,020 0,500 (11) 0,026 0,484 (08) 0,030 0,506 (03) 0,038 26 30 0,478 (04) 0,030 Mais de 40 0,519 (03) 0,030 0,471 (03) 0,007 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,486 0,028

Homens 0,496 0,027 52

Geral 0,492 0,028 89

(n)

37

Observao: SP = medida sacro-popltea.

132

Tabela 30 Altura popltea: por tempo de profisso e da amostra total - Geral


AP Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,432 (16) 0,022 06 10 0,442 (08) 0,017 11 15 0,427 (04) 0,017 16 20 0,425 (04) 0,018 21 25 0,431 (01) Homens (m) 0,454 (19) 0,023 0,450 (05) 0,019 0,447 (11) 0,016 0,463 (08) 0,020 0,449 (03) 0,012 26 30 0,418 (04) 0,019 Mais de 40 0,464 (03) 0,008 0,446 (03) 0,004 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,431 0,020

Homens 0,453 0,019 52

Geral 0,444 0,022 89

(n)
Observao: AP = altura popltea.

37

133

Tabela 31 Altura assento-cotovelo (esttica): por tempo de profisso e amostra total - Geral
ACE Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,218 (16) 0,018 06 10 0,221 (08) 0,029 11 15 0,220 (04) 0,017 16 20 0,203 (04) 0,012 21 25 0,195 (01) Homens (m) 0,229 (19) 0,029 0,230 (05) 0,022 0,244 (11) 0,025 0,240 (08) 0,028 0,238 (03) 0,029 26 30 0,201 (04) 0,024 Mais de 40 0,228 (03) 0,037 0,198 (03) 0,024 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,215 0,021

Homens 0,233 0,028 52

Geral 0,225 0,027 89

(n)

37

Observao: ACE = altura assento-cotovelo esttica.

134

Tabela 32 Altura assento-cotovelo (dinmica): por tempo de profisso e amostra total - Geral
ACD Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,299 (15) 0,066 06 10 0,253 (08) 0,054 11 15 0,246 (04) 0,023 16 20 0,280 (04) 0,050 21 25 0,270 (01) Homens (m) 0,272 (18) 0,062 0,273 (05) 0,053 0,284 (10) 0,071 0,278 (08) 0,070 0,254 (02) 0,005 26 30 0,382 (03) 0,009 Mais de 40 0,238 (02) 0,074 0,245 (02) 0,029 (02) (05) (03) (12) (14) (13) (33) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,287 0,063

Homens 0,272 0,061 47

Geral 0,278 0,062 82

(n)

35

Observao: ACD = altura assento-cotovelo dinmica.

135

Tabela 33 Altura do joelho (esttica): por tempo de profisso e amostra total Geral
AJE Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,494 (16) 0,026 06 10 0,496 (08) 0,026 11 15 0,480 (04) 0,021 16 20 0,492 (04) 0,028 21 25 0,463 (01) Homens (m) 0,527 (19) 0,031 0,512 (05) 0,019 0,527 (11) 0,016 0,526 (08) 0,041 0,531 (03) 0,053 26 30 0,474 (04) 0,023 Mais de 40 0,534 (03) 0,019 0,498 (03) 0,012 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,489 0,025

Homens 0,524 0,029 52

Geral 0,510 0,032 89

(n)

37

Observao: AJE = altura do joelho esttica.

136

Tabela 34 Altura do joelho (dinmica): por tempo de profisso e amostra total - Geral
AJD Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,516 (15) 0,045 06 10 0,503 (08) 0,022 11 15 0,512 (04) 0,020 16 20 0,506 (04) 0,033 21 25 0,430 (01) Homens (m) 0,540 (18) 0,030 0,529 (05) 0,027 0,531 (10) 0,037 0,542 (08) 0,049 0,447 (02) 0,053 26 30 0,532 (03) 0,056 Mais de 40 0,498 (02) 0,022 0,517 (02) 0,011 (02) (05) (03) (12) (14) (13) (33) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,510 0,039

Homens 0,531 0,039 47

Geral 0,522 0,040 82

(n)

35

Observao: AJD = altura do joelho dinmica.

137

Tabela 35 Comprimento total de brao e antebrao: por tempo de profisso e amostra total Geral
CTBA Categoria (anos) Tempo Profisso Menos de 5 Mulheres (m) 0,653 (16) 0,033 06 10 0,663 (08) 0,044 11 15 0,655 (04) 0,013 16 20 0,629 (04) 0,035 21 25 0,650 (01) Homens (m) 0,693 (19) 0,040 0,691 (05) 0,015 0,686 (11) 0,014 0,715 (08) 0,039 0,705 (03) 0,045 26 30 0,627 (04) 0,025 Mais de 40 0,709 (03) 0,025 0,643 (03) 0,003 (03) (07) (04) (12) (15) (13) (35) N de Profissionais

Amostra Total

Mulheres 0,650 0,034

Homens 0,693 0,034 52

Geral 0,675 0,040 89

(n)

37

Observao: CTBA = Comprimento total de brao e antebrao.

138

11 ANEXOS

Anexo A - Parecer do Comit de tica em Pesquisa

139

U76a

Uriarte Neto, Mrio Antropometria e prtica profissional do cirurgio-dentista / Mrio Uriarte Neto ; orientadora Maria de Ftima da Silva Duarte. Florianpolis, 2005. 139 f. : il. Tese (Doutorado) Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo, 2005. Inclui bibliografia 1. Antropometria. 2. Ergonomia. 3. Cirurgies-dentistas Itaja (SC). 4. Consultrios odontolgicos Equipamentos e acessrios Avaliao. I. Duarte, Maria de Ftima da Silva. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Ps-Graduao em Engenharia de Produo. III. Ttulo. CDU:65.015.11

Catalogao na fonte por: Onlia Silva Guimares CRB-14/071

Você também pode gostar