Trabalho de Climatogeografia
Trabalho de Climatogeografia
Trabalho de Climatogeografia
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2.4. Os efeitos do ENSO em Moçambique ............................................................... 15
3. Conclusão ................................................................................................................ 19
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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Este trabalho está dividido em três capítulos, dos quais o primeiro capítulo apresenta
a introdução, o problema de pesquisa, a justificativa, os objectivos e a metodologia
de pesquisa do trabalho. O Capitulo II, apresenta a Revisão Bibliográfica onde se
destaca alguns conceitos, importantes para o desenvolvimento desta pesquisa. No
Capitulo III, a conclusão e as referências bibliográficas.
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1.2. Objectivos da pesquisa
1.2.1. Geral:
• Analisar o impacto socioambiental do fenómeno Enso (El Nino e La Nina) em
Moçambique.
1.2.2. Específicos:
• Conceituar o fenómeno Enso;
• Abordar sobre o El Nino e La Nina;
• Identifica os principais conceitos do tema a ser desenvolvido na sua pesquisa.
1.3. Metodologia de Pesquisa
Há que ter em conta, em primeiro lugar, que a opção pelo tipos, método ou técnica de
pesquisa, depende muitas vezes, “da natureza do problema que preocupa o investigador,
ou do objecto que se deseja conhecer ou estudar (...) também, do domínio que o
pesquisador tem no emprego destas técnicas” (SANTOS & CLOS, 1998, cit in
TEIXEIRA: 2000, p. 120).
Isso significa que a escolha do tipo de abordagem nas pesquisas não é feita em vão, mas a
partir dos objectivos que o pesquisador pretende alcançar com a sua investigação.
Segundo Teixeira (2000) as pesquisas quantitativas são aplicáveis em situações nas quais
se exige um estudo exploratório, buscando-se um conhecimento mais profundo do
problema ou objecto de estudo. Por exemplo, na análise de desempenho, relação de causa
e efeito, incidências e índices.
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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2. Revisão da literatura
2.1. Análise do impacto socioambiental do fenómeno Enso (El Nino e La Nina) em
Moçambique
2.1.1. Clima e análise climática
Segundo Ferreira e Melo (2005, p. 42), o tempo e o clima estão interligados. Uma
ajuda a descrever e explicar o outro. Enquanto o Tempo refere-se às
condições atmosféricas que existem num dado momento, ou por um período de
tempo relativamente curto, e Clima refere-se às condições de longo termo descritas
pelas médias e extremos do tempo a longo termo. Clima, por isso, é mais do que
uma simples média do tempo. Monteiro (2012), refere que as descrições do clima
devem reconhecer os extremos, frequências, e a variabilidade dos elementos. Os
elementos são os mesmos ambos para o tempo e clima (temperatura, pressão do ar,
vento, humidade, precipitação, condições do céu, etc.).
Aos aspectos dos mecanismos e papel do controlo climático na influência e
explicação das condições do tempo foram preliminarmente abordados na
unidade anterior. Os mecanismos de controlo da latitude (relações terra-sol e radiação
solar), diferenças de terra e água (zonas continentais e marítimas), elevação
(altitude), formações terrestres, correntes oceânicas, padrões globais de
pressão, e a circulação geral da atmosfera (ventos), todos têm sido usados para
descrever as condições do tempo. Monteiro (2012). Este mesmo mecanismo de
controlo, quando suficientemente persistentes durante anos para ser factor
dominante para uma região, torna-se a base para a descrição do clima duma região.
Os termos comuns para climas, tais como tropical, temperado, polar,
árctico, subtropical e, latitude média todos sugerem ao principal
mecanismo de controlo de latitude sobre um elemento importante a temperatura.
Clima da montanha sugere o papel da elevação e relevo. Continental e marítimo
como termos para clima implicam que as massas da terra e massas de água
recebem e absorvem a radiação solar diferentemente.
Uma vez que o tempo está relacionado com o clima, assim o clima está relacionado
com a vegetação. As condições climáticas da temperatura, humidade, e o brilho
do sol têm uma influência esmagadora sobre a vegetação natural duma região. É
importante ver que muitos termos usados para descrever uma região climática são
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nomes para uma região de vegetação também. Tais termos de vegetação climática
incluem savana, floresta tropical, estepe, Mediterrâneo, deserto, pradaria, mata,
taiga, boreal e tundra. As definições usadas para determinar as fronteiras de alguns
tipos de clima são valores relacionados com a tolerância de vegetação. Ferreira e
Mello (2005, p. 43).
Os padrões da precipitação estão também estreitamente relacionados com
os limites de vegetação. A isoiética para a precipitação anual de 250 mm define
claramente as regiões áridas do mundo, e a isoiética para a precipitação anual de 500
mm é uma ligeira aproximação de regiões semi-áridas.
Muitos factores podem influenciar as mudanças no clima durante períodos de
centenas a dezenas de milhares de anos. Os níveis de mudança dos constituintes
atmosféricos (dióxido de carbono, ozono, matérias de partículas das actividades
humanas e actividades vulcânicas), os efeitos dos seres humanos e animais sobre o
solo e cobertura vegetal da terra (mudando os albedos da superfície), mudanças na
emissão solar (variações na actividade da mancha solar), e mudanças nos movimentos
e alinhamentos da terra como um planeta no sistema solar (variações orbitais e
deambulações polares) são todas possíveis causas das mudanças climáticas de longo
termo. Alguns destes factores de longo termo podem mesmo influenciar o tempo
actual, embora os problemas na justificação desta afirmação sejam formidáveis.
2.2. O fenómeno ENSO (El Niño e La Nña)
2.2.1. Caracterização do fenómeno
Através do Pacífico Tropical, a atmosfera e o oceano são associados
através da troca de calor, humidade e quantidade de movimento na junção. Os
Ventos Alíseos de leste conduzem a água de superfície quente na direcção oeste e
ambos intensificam o “thermocline” e alimentam energia à convecção, elevando
o ar sobre a Ásia e as ilhas da Indonésia. INPE (2016). O ar superior volta e a
penetrar no Pacífico oriental, completando deste modo um ciclo conhecido como a
Circulação de Walker. Durante um evento El Niño (esquerda) os Ventos
Alíseos enfraquecem, o foco da convecção e da precipitação muda para direcção
leste, as temperaturas da superfície do mar tornam-se mais quente no
Pacífico Leste equatorial e o “thermocline” torna-se menos inclinado. Durante as
condições de La Niña (à direita) os Ventos Alíseos fortificam-se, a convecção é
firmamente ancorada sobre a Ásia e as ilhas da Indonésia, as temperaturas da
superfície do mar arrefecem pelo Pacífico central e oriental. INPE (2016).
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Os ventos Alíseos fortificados penetram no termoclino no oeste mas causam a subida
mais forte de água fria profunda e um aumento do termoclina para a superfície no
leste. Condições normais (meio) representam a condição imediata entre os estados
El Niño e La Niña. INPE (2016).
2.2.2. O que são El Niño, La Niña e a Oscilação Sul?
Segundo Marcelino (2012, p. 60), a Oscilação Sul foi primeiro descrito e nomeado na
parte inicial do século 20 pelo Sir Gilbert Walker. Agora é normalmente definido em
outros termos das flutuações mensais e sazonais na diferença de anomalia de pressão
do ar entre Tahiti e Darwin (o Índice de Oscilação Sul-SOI). Para Marcelino
(2012, p. 60), o padrão de pressão do ar de superfície de grande escala balança
entre um extremo, com a pressão ao nível do mar acima do normal sobre a
Indonésia e norte da Austrália e pressão abaixo do normal sobre maior parte do
Pacífico oriental (SOI negativo), e vice-versa.
Por séculos pescadores das comunidades costeiras do norte de Perú e Equador têm
usado o termo El Niño para descrever um aquecimento anula das águas
do largo do oceano durante Dezembro (do Espanhol, o tempo de El Niño-o
menino ou menino Cristo). El Niño é agora usado para descrever o extenso
aquecimento da superfície do oceano pelo Pacífico oriental e central durando
três ou mais estações. Quando esta região muda de temperaturas para baixo do
normal, chama-se La Niña. Marcelino (2012, p. 60).
Entende o autor Ferreira (2011, p. 118), a Oscilação Sul e o El Niño estão
estreitamente ligados um com outro e são colectivamente chamados como o
fenómeno El Niño/Oscilação Sul. ENSO oscila entre condições quentes (El
Niño), com SOI negativo, e frias La Niña, com SOI positivo. No século XX
houve, usando uma definição para estes eventos, 23 eventos El Niño e 23 eventos
La Niña.
2.2.2.1. O que causa ENSO?
Na primeira descrição da circulação do ar zonal de grande escala pelo Pacífico (a
Circulação de Walker), Walker notou em particular os Ventos Alíseos Lestes a
levantar a humidade pelo Pacífico para alimentar as chuvas das monções da
Austrália e Índia. Ferreira (2011, p. 118). Na alta atmosfera, o ar que tiver
levantado nas tempestades convectivas volta para oeste e baixa sobre o Pacífico
oriental, completando assim esta circulação. Walker ligou a força de mudança
da circulação (A Oscilação Sul) com o comportamento das monções indianas.
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O pensamento moderno acerca do ENSO basea-se numa hipótese primeiro posta em
diante por Jacob Bjerknes nos meados da década 60. Ele notou que em condições
normais, os persistentes Ventos Alíseos tropicais ‘empurram’ a água de superfície
do oceano para oeste causando a subida da água fria da superfície ao largo da costa
do Perú. Durante um evento El Niño, o aparecimento da anomalia das temperaturas
de superfície do mar positiva no Oceano Pacífico equatorial e oriental é
acompanhada pela queda da pressão atmosférica e uma redução do gradiente da
pressão do nível do mar normal que conduz os Ventos Alíseos. Os ventos
Alíseos são enfraquecidos e a subida da água fria ao largo da costa do Perú é
reduzida, reforçando assim a anomalia da temperatura positiva inicial. Ferreira
(2011, p. 118).
O efeito final destas interacções dá o aparecimento de grandes quantidades de
água quente despejando lentamente para trás e para frente pelo Pacífico equatorial e
uma grande oscilação leste-oeste no fornecimento do calor à atmosfera a partir do
Oceano Pacífico. No pico dum evento El Niño, todo o Oceano Pacífico tropical fica
mais quente do que normal e a temperatura global do ar perto da superfície aquece
enquanto o oceano fornece calor à atmosfera. A enorme capacidade de calor do
oceano comparado com a atmosfera torna-a lenta para responder à forçantes
(estações por anos) das mudanças rápidas do sistema atmosférico (dias a
semanas). Ferreira (2011, p. 118).
Esta enorme diferença em tempos de resposta conduzem à oscilações auto-
sustentáveis no Pacífico tropical que atingem o ponto máximo cada 2-7 anos
produzindo o fenómeno El Niño/La Niña.
2.2.2.3. Implicações sobre clima no mundo
ENSO é a razão principal para anomalias climáticas que podem durar uma estação
ou mais em muitas partes do mundo. Sobre o Pacífico Tropical, o
enfraquecimento é até reverso do padrão normal da elevação do ar sobre a Ásia e o
ar penetrante no Pacífico oriental durante um evento El Niño altera a circulação das
regiões tropicais circunvizinhas, especialmente pelo Oceano Índico para África e
sobre América do Sul ao Oceano Atlântico. Met zger (2006, p. 214) aborda que
a mudança na convecção tropical, e deste modo os locais da atmosfera de
aquecimento dominante, provoca ondas ou impulsos longos nos ventos oeste das
latitudes altas e médias. Estas ondas e impulsos de grande escala na atmosfera mudam
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os locais das correntes de jacto e as trajectórias de tempestades, alterando padrões
de tempo em regiões muito distante.
2.2.2.4. Os efeitos do ENSO
2.2.2.4.1. Variabilidade climática nos trópicos
Para Drew (1986, p. 23), as regiões equatoriais recebem mais calor do sol do
que as latitudes médias e altas. Elas comportam-se bem, portanto, como a máquina
de calor para o sistema climático. Qualquer variabilidade tropical é limitada portanto
para ter repercussões fora nas latitudes mais altas.
O El Niño/Oscilação Sul domina a variabilidade climática tropical mas há
evidências emergentes de associação atmosfera-oceano similar algures nos
trópicos. Pesquisas recentes sugerem a possibilidade de ambos oceano Atlântico
e Índico comportarem de formas similares. Cardona (2001) diz que nenhuns padrões
de temperatura de superfície do mar (SST) tropical destes oceanos estão lado a lado
com o ENSO do Pacífico ou em força ou no alcance global. O Oceano Pacífico
tropical é duas vezes mais extenso do que qualquer um deles e há maior alcance
para áreas maiores de anomalia e maior deslocamento geográfico. Por
conseguinte, o Pacífico tem um impacto maior, e os modos de variabilidade
equatorial das outras bacias oceânicas têm consequências menos dramáticas
sobre o clima global. Entretanto, eles são uma importante parte da história. Cardona
(2001).
2.2.3. Padrões de Temperatura da Superfície do Mar (SST) do Oceano
Índico
Ao contrário do Oceano Pacífico, o vento de superfície que flui sobre o Oceano
Índico tropical não tem uma componente na direcção leste persistente. A subida
forte da água do mar costeira ao largo do Corno de África durante as monções do
verão fornecem arrefecimento sazonal das temperaturas de superfície do mar e
reforça os padrões da pressão da superfície que conduzem os ventos das
monções da Índia. Análise recente de histórico do oceano e dados atmosféricos
sugerem que cada poucos anos ou mais há uma oscilação Leste para Oeste de águas
quentes similares às dos eventos El Nlño e La Niña do Pacífico. Cardona (2001). Por
exemplo, quando a temperatura no Oceano Índico ocidental está muito acima do
normal, como foi em 1997, tende a produzir inesperadamente chuva muito
intensa na África Oriental, e condições mais secas na Indonésia e norte de Austrália.
Este comportamento envolve ambos a mudança na precipitação de larga escala
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e os Padrões de Temperatura da superfície do mar (SST). Estes padrões de
variabilidade estão ligados ao ENSO embora a associação ainda não esteja bem
compreendida. Eles podem, contudo, ajudar a explicar porque a força das
monções na Índia e a chuva na África Oriental têm, por anos, respondido às vezes
de forma inesperada aos eventos El Niño e La Niña no Pacífico. INPE (2016).
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2.3.1. ENSO-El Niño
2.3.1.1. Características
Para estes autores, Cavalcanti et al. (2009, p. 167), um evento de El Niño produz
um padrão consistente de temperaturas e precipitação acima e abaixo do normal
em todo o mundo que alteram com as estações. Nos estágios iniciais do seu
desenvolvimento (Junho-Agosto) os efeitos são mais fortes nos trópicos e nos
sistemas de tempo de inverno do hemisfério sul.Perto do pico do
desenvolvimento (Dezembro-Fevereiro) os impactos mantêm-se dentro dos
trópicos mas nas latitudes mais altas, mudam para afectar os sistemas de tempo
do inverno no hemisfério norte.
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Indonésia têm sido catalisadoras para grandes incêndios florestais e problemas
sérios de saúde provocados pelo fumo e nevoeiro. Cavalcanti et al. (2009, p. 167).
Uma outra consequência dos eventos El Niño é a influência sobre o desenvolvimento
de Ciclones Tropicais em todo mundo. O declínio da actividade dos furacões no
Atlântico tropical e as Caraíbas é mais óbvia. No oceano Pacífico Oeste, em
ambos os lados do equador, o número de tempestades tropicais não
varia apreciadamente com ENSO mas há uma tendência de eles formarem-se
e recurvarem para latitudes mais altas mais a leste do que o normal durante os
eventos EL Niño. Como resultado, algumas regiões como as Filipinas e as
ilhas do sudoeste do Pacífico, que dependem da passagem de tempestades tropicais
para chuvas de verão sofrem deficiências durante eventos de El Niño. Também a
actividade de ciclones tropicais normalmente aumenta no Pacífico oriental e no
sudoeste do Pacífico a leste da linha internacional de mudança de data, enquanto
em volta da Austrália a actividade declina. Cavalcanti et al. (2009, p. 168).
O elevado calor da atmosfera tropical no Pacífico central e oriental também afecta
padrões da circulação atmosférica nas altas latitudes. As correntes de jactos
mudam seus locais as depressões de latitudes médias são dirigidas ao longo de
diferentes cursos e tendências para serem mais vigorosas que normais no
Pacífico nordeste. Aquecimento anormal, humidade de ar é bombada no oeste de
Canadá, Alasca e o extremo norte dos EUA. Temporais tendem a ser mais
frequentes no norte do Golfo do México e ao longo da costa sudeste dos EUA,
resultando em condições mais húmidas que normal ali. Cavalcanti et al. (2009, p.
169).
2.3.2. ENSO-La Niña
2.3.2.1. Características
O INPE (2016) afirma que um evento La Niña também produz um padrão
consistente de temperaturas e precipitação acima e abaixo do normal em todo o
mundo que altera com as estações. Nos estágios iniciais do desenvolvimento
(Junho-Agosto) os efeitos são as mais fortes nos trópicos e nos sistemas de tempo
de inverno do hemisfério sul. Perto do pico do desenvolvimento (Dezembro-
Fevereiro) os impactos permanecem dentro dos trópicos mas nas latitudes mais
altas, mudam para afectar sistemas de tempo de inverno do hemisfério norte.
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2.3.2.2. Principais consequências
Segundo o INPE (2016), quando o Pacífico muda para um modo La Niña, o efeito é
para suprimir nebulosidade e chuva no Pacífico equatorial, central e oriental,
especialmente nas estações de inverno e primavera do hemisfério norte. Ao
mesmo tempo a chuva é elevada na Indonésia, Malásia e norte de Austrália durante o
verão austral, e nas Filipinas durante o verão do norte. Condições mais húmidas que a
média são também observadas na África Austral e o norte do Brasil durante a estação
de verão austral, enquanto o sul do Brasil e Argentina central tendem a ser mais
secas que o normal nas suas estações de inverno. Durante o verão do norte, as
Caraíbas e o norte da América do Sul são normalmente mais frias e húmidas
que o normal.
Os eventos La Niña têm uma influência pronunciada durante o inverno e
primavera austral na maior parte da Austrália, produzindo chuva bem acima da
média, especialmente no leste do continente. No verão nortenho, as monções na
Índia tendem a ser mais fortes que normal, especialmente no noroeste. INPE (2016).
Em muitos locais, o impacto de eventos La Niña sobre a actividade de tempestades
tropicais em todo o mundo tende a ser o reverso de eventos El Niño, com o número
de tempestades aumentando no Atlântico tropical e a região de génese no
Pacífico noroeste mudando para oeste. Ainda mais a norte, sistemas de baixas
pressões de latitudes médias tendem a ser mais fracas que normal na região do
Golfo de Alasca. Isto favorece o ar mais frio no Alasca e o Canadá ocidental,
que muitas vezes penetra no noroeste dos EUA. O sudeste dos EUA, pelo contrário,
torna-se mais quente e mais frio que normal. INPE (2016).
2.4. Os efeitos do ENSO em Moçambique
Vários estudos levados a cabo mostram que a variabilidade interanual da
precipitação é o factor determinante da variabilidade de colheitas e produção agrícola
nas regiões de clima tropical. Por outro lado, há provas que maior parte da
variabilidade interanual de chuva em Moçambique está associada à eventos de ENSO.
A fase fria (La Niña) causa chuva acima da média climatológica, enquanto a fase
quente (El Niño) origina chuva abaixo da média e consequentemente provoca
temporadas de seca. Ferreira e Mello (2005, p. 129).
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2.4.1. ENSO- El Niño em Moçambique
A influência do El Niño sobre os padrões de precipitação em Moçambique está
resumidamente ilustradas . As mesmas fornecem o espectro das anomalias observadas
nas regiões norte, centro e sul do país, como resultado do fenómeno, num
período e meses de estudo iguais. Ferreira e Mello (2005, p. 129).
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação normal durante
os eventos El Niño, na região central (JFM)
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Niña está associado ao aumento da frequência de ciclones tropicais que se formam
no Oceano Índico, atravessa o Madagáscar e atingem Moçambique. Um dos
efeitos imediatos dos tais ciclones são as cheias, que podem também ser causadas
pela actividade da ZCIT e pela chuva intensa além das fronteiras do país (uma
vez que maior parte dos rios de Moçambique nascem em países à montante e
fluem para o oceano Índico depois de atravessar o território nacional). Benessene, M.;
(2002).
Por exemplo, as cheias que tiveram lugar nos anos de 1965, 1971, 1974, 1984,
1989, e as mais recentes e devastadoras de 2000 e 2001, estavam associadas com
La Niña. As cheias de Janeiro e Fevereiro de 2000 danificaram e destruíram
muitos hectares de terra e culturas, causaram mortes e danos
incontáveis, principalmente nos rios Zambeze, Púnguè, Búzi, Save, Limpopo e
Incomáti, que inundaram vastas áreas das suas bacias e terras baixas perto da
costa.
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Niña. Pode-se observar que os valores registados estão grandemente acima da média
climatológica (631.2mm) nos anos dos eventos La Niña.
Precipitação actual registada (%) com relação a precipitação normal durante os
eventos La Niña, na região centro (JFM)
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CAPÍTULO III: CONCLUSÃO
3. Conclusão
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4. Referências bibliográficas
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