Petição Inicial DANO MORAL

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Samara Formiga

Manuela Abreu
Advocacia
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA DA


COMARCA DE SÃO JOÃO DO RIO DO PEIXE-PB

FRANCISCO ABREU DE ANDRADE, casado, agricultor, portador do documento


de identidade sob o n.º 483.752 - 2º via, CPF sob o n.º 601.402.164-72, residente e
domiciliada no Sitio Cabra-Assada, São João do Rio do Peixe-PB, CEP: 58910-000 por
meio de sua advogada infra-assinado, procuração em anexo, com endereço profissional
na Rua Jacob Guilherme Frantz nº 583, bairro centro, São João do Rio do Peixe/PB,
CEP: 58910-000, vem respeitosamente perante VOSSA EXCELÊNCIA propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS E MORAIS

em face da ENERGISA PARAÍBA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ


09095183000140, Rodovia BR 230 km 25 - s/n, Cristo Redentor - João Pessoa-PB,
CEP:58071-680, TELEFONE(S): (83) 2106-7000 | (83) 2106-7054, na pessoa de seu
representante legal, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.

I - PRELIMINARMENTE:
(83) 9 8197-535 (83) 9 9694-0776
[email protected]
[email protected]
@manuelaaabreu @samaralfalmeida
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1.1 DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:


Requer o Autor o benefício da gratuidade de justiça, nos termos da Legislação
Pátria, inclusive para efeito de possível recurso, tendo em vista ser o Autor
impossibilitado de arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio e de sua
família, conforme afirmação de hipossuficiência em anexo e artigo 4º e seguintes da lei
1.060/50 e artigo 5º LXXIV da Constituição Federal/98. (doc. 3)

II - DOS FATOS

O autor é usuário dos serviços de eletricidade sob a unidade consumidora


5/870853-9, no endereço acima citado onde possui residência.
Neste endereço a parte autora possui plantação em sua roça para sua
sobrevivência e de sua família.
Ocorre que desde o mês de junho de 2020 o requerente vem recebendo
cobranças indevidas de fatura de energia elétrica correspondente a maio de 2020,
Contudo, a fatura correspondente a esse mês cobrado foi paga desde o dia
XXX, como mostra o comprovante de pagamento (doc. 6). Além disso, o valor de
R$59,53, valor este que está sendo cobrado, não corresponde ao valor correspondente
ao mês que alegam está em débito, haja vista ter sido de R$68,76, conforme
comprovante em anexo (doc. 6).
Por estas razões, em decorrência dos aborrecimentos pelo desrespeito ao
consumidor, não restou outra solução a parte autora senão pleitear seus direitos.

III- DO DIREITO DO AUTOR DE SER INDENIZADO E DA REPETIÇÃO DO


INDÉBITO. DA INTELIGÊNCIA DO ART. 42, P. Ú., DO CDC C/C
ART. 940 DO CC/02.

(83) 9 8197-535 (83) 9 9694-0776


[email protected]
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Conforme já fora exposto, o autor é cobrado de maneira indevida sob a
alegação de débito da sua fatura de maio de 2020, sendo que à época foi paga no prazo
correspondente ao vencimento.
Nobre Julgador, o réu vem realizando uma cobrança indevida ao lançar nas
faturas subsequentes, o valor de um débito já pago ( doc.7) .
Portanto, a conduta do réu admite a caracterização de falha na prestação do serviço,
bem como atrai a inteligência dos arts. 14 e 42 do Diploma Consumerista.
Não obstante tais dispositivos, vejamos o que diz o Código Civil em vigência:

Art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo


ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir
mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor,
no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição”.
Diante do exposto, Nobre Julgador, requer a autora a
procedência da ação para condenação do réu ao pagamento
dobrado dos valores descontados, nos termos do parágrafo
único do art. 42 do CDC e do art. 940 do CC/02, incidindo
correção monetária (INPC) e juros de mora de 1% ao mês,
ambos a contar do vencimento da parcela já liquidada pela
sobra de crédito.

IV - DO DANO MORAL:

O dano moral foi inserido em nossa carta magna no art. 5º, inc. X, da
Constituição de 1998:
Art. 05º...
X são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano moral ou material decorrente dessa violação...

Seguindo a mesma linha de pensamento do legislador constituinte, o legislador


ordinário assim dispôs sobre a possibilidade jurídica da indenização pelos danos
morais, prescrevendo no art. 6º, VI, da Lei 8.078/90:

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:


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(...) VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais
e morais, individuais, coletivos ou difusos;

SAVATIER define o dano moral como:

Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda


pecuniária, abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à
sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e
tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua
inteligência, as suas afeições, etc...” (Traité de La
ResponsabilitéCivile, vol. II, nº 525, in Caio Mario da Silva
Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).

Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais
sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que
atenue, em parte, as consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a
reparação pecuniária de um dano moral imposta ao culpado representar uma sanção
justa para o causador do dano moral. A ilustre civilista Maria Helena Diniz, já
preceitua:

Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da


perda sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma
compensação pelo dano e injustiça que sofreu, suscetível de
proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com
a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações
materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim,
em parte seu sofrimento.
A reparação do dano moral cumpre, portanto, UMA FUNÇÃO
DE JUSTIVA CORRETIVA ou sinalagmática, por conjugar, de
uma só vez, a natureza satisfatória da indenização do dano
moral para o lesado, tendo em vista o bem jurídico danificado,
sua posição social, a repercussão do agravo em sua vida privada
e social e a natureza penal da reparação para o causador do
dano, atendendo a sua situação econômica, a sua intenção de
lesar, a sua imputabilidade etc. (DINIZ, Maria Helena. Curso de
Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 1999, v.2)

A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação, pois
o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende
de prova de prejuízo de ordem material.
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Evidentemente o resultado final também leva em consideração as possibilidades
e necessidades das partes de modo que não seja insignificante, a estimular a prática do
ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento indevido da vítima.
O dano moral sofrido pelo Autor ficou

V - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

Não pairam dúvidas que o fato narrado se classifica perfeitamente como relação
de consumo nos ditames do art. 2º e 3º do CDC, logo deve ser analisado à luz do
Código de Defesa do Consumidor.
Nota-se que equiparar os litigantes na lide é mera aplicação do princípio
constitucional da isonomia (art. 5º, caput- Todos são iguais perante a lei...), neste viés o
consumidor como parte reconhecidamente mais fraca é vulnerável na relação de
consumo, consoante preceitua o art. 4º, I do CDC.
Desta forma, tal legislação, faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus
da prova em favor do consumidor conforme seu artigo 6º, VIII:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiência" (grifamos).

Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o
legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de presentes
o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for
hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.
Assim, presentes a verossimilhança do direito alegado e a hipossuficiência da
parte autora para o deferimento da inversão do ônus da prova no presente caso, dá-se
como certo seu deferimento.

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VI - DO PEDIDO:

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que seja julgada PROCEDENTE


a presente ação, com:

a) requer a procedência do pedido quanto à gratuidade de justiça, inclusive para efeito


de possível recurso;
b) A inversão do ônus da prova;
c) A citação da empresa Ré para comparecer a audiência de conciliação a ser marcada,
podendo esta ser convolada em audiência de instrução e julgamento nos termos da
Lei 9.099/95, sob pena de revelia e confissão;
d) Que a empresa RÉ seja condenada ao pagamento em dobro e danos morais no valor
de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais);
e) requer ainda, que seja oficiado a Farmácia Dia e Noite, localizada na Rua
Jacob Guilherme Frantz, São João do Rio do Peixe-PB, CEP: 58910-000, próximo
à praça da matriz, para que apresente o comprovante de pagamento legível, haja
vista ter sido efetuado o pagamento nesta empresa.

Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos,


especialmente depoimento pessoal do representante legal da reclamada e juntada de
documentos.

Dá à causa o valor de R$ 1. 637, 52 (mil seiscentos e trinta e sete reais e


cinquenta e dois centavos).

Nestes termos,
Pede Deferimento.
São João do Rio do Peixe-PB, 27, janeiro de 2023.

Manuela Cosme De Abreu


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OAB/PB 27.356

Samara Lúcia Formiga de Almeida


OAB/PB 31.003

Rol dos documentos:

Doc. 1 Petição Inicial


Doc. 2 Procuração
Doc. 3 declaração de hipossuficiência
Doc. 4 documentos pessoais do autor
Doc. 5 Comprovante de residência do autor atual
Doc. 6 boleto do mês de maio de 2020 e comprovante de pagamento
Doc. 7 boleto mais recente que está vindo a cobrança do mês de maio de
2020

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