Apostila de Legislação Educacional
Apostila de Legislação Educacional
Apostila de Legislação Educacional
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3
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para usufruir dos seus direitos como cidadão, bem como trabalhar para que
seus alunos recebam a qualidade na educação prevista na Lei.
Além dos capítulos seguem anexos as cópias parciais dos dois
documentos mais relevantes para nosso estudo: o Capítulo III da Constituição
Federal de 1988 nas seções destinadas à da educação, da cultura e do
desporto e também o título IV da LDB 9394/96 que faz referência à
organização da educação nacional.
Desejamos que as reflexões trazidas lhes sejam úteis na caminhada
em busca da formação profissional que escolheram.
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1- AS LEIS QUE DIRECIONAM E AMPARAM A EDUCAÇÃO ATUALMENTE
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1.1. Constituição Federal de 1988 e a Educação
A chamada Constituição Cidadã foi fruto de longo debate e foi criada
após o nosso país ter passado por um período de governos dominados pelos
militares. Havia por todo Brasil, naquele período, manifestações por mais
liberdade democrática.
No Preâmbulo da Constituição de 1988 (p.1) temos os seguintes
dizeres :
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia
Nacional Constituinte para instituir um estado democrático, destinado a
assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional,
com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de
Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil.
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Acrescenta-se , como parágrafo único: " Todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição." Indo ao dicionário
Como você deve ter percebido havia à buscar o significado de
época da publicação da Constituição de 1988 Democracia
uma busca pela volta ao Regime Democrático. encontramos:
Constitucionalmente temos o direito de Governo do Povo;
participar ativamente da construção destes Soberania popular;
princípios fundamentais, porém constatamos, Regime político
ainda hoje, que não o utilizamos plenamente. baseado nos princípios
É muito comum que se critique o da soberania popular e
desenvolvimento das políticas públicas, mas as da
pessoas nem sempre buscam conhecer as equitativa do Poder.
formas de participação e transformação dessas
políticas em benefício de todos.
Para usufruir dos direitos previstos na Constituição é preciso bem
conhecê-los.
Na Constituição de 1988 há uma prerrogativa em seu artigo 3º onde
são citados 4 objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. O
primeiro deles apresenta-se assim:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
De que forma nós educadores podemos contribuir para a realização
desse objetivo? Converse com seus colegas em classe ou troque ideias on
line .
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Continuando a conhecer mais um pouco do texto constitucional, em
seu artigo 6º são instituídos como direitos sociais:
a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer,
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1.2. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/96
É muito importante que você tenha a íntegra da LDB em seu arquivo pessoal.
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aumento do Produto Interno Bruto (PIB) direcionado para a educação, em 3%.
No que se refere ao novo PNE, que abrange os anos de 2011 a 2020, teve
seu projeto de lei enviado pelo governo federal ao Congresso em 15 de
dezembro de 2010.
Este documento é mais sucinto, e apresenta sobre o
primeiro PNE a vantagem de ser quantificável por estatísticas,
podendo facilitar a sua execução e também fiscalização. Tal
fato também permite de acordo com o apresentado pelo site
canal do educador, no tópico de Políticas públicas (2014) , com
que ele seja discutido nas escolas, aum entando as chances de
seus objetivos serem, de fato, compreendidos e também alcançados. O PNE é
a Lei 13.005/2014.
Apresenta de forma sintética 20 metas e ainda vários subtópicos.
Destacamos 4 dessas metas
• Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os oito anos de
idade.
• Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de
4 e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de
forma a atender 50% da população de até 3 anos.
• Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou
mais para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo
absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
• Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir,
no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do
País no quinto ano de vigência desta Lei e, no mínimo, o
equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
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Para saber mais :
1- Documento digital sobre PNE 2011-2020
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A notícia se refere à sanção do PNE pela
presidente Dilma Rousseff. Não houve vetos. O PNE -
que tramitava no congresso há quase quatro anos traça
objetivos e metas para melhoria do ensino no País em
todos os níveis (infantil, básico e superior) para serem
cumpridos nos próximos dez anos. O plano prevê ainda
a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para
a área.
Segundo os estudiosos a maior dificuldade a ser
enfrentada será fazer cumprir essa destinação de 10%
do PIB para a Educação até o final da década atual, já
que a parte de investimentos na Educação tramita com
muita morosidade.
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1.4. O cuidado especial com a criança e o adolescente- o ECA e os Conselhos
Tutelares
local visível e acessível. A regra valerá para toda instituição de ensino pública
ou privada.
No âmbito dos municípios há também a ação dos Conselhos Tutelares.
O Conselho tutelar foi criado junto com o ECA e é um dos órgãos que
compõem o Sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente. É
de responsabilidade das prefeituras a criação e manutenção de pelo menos
um Conselho Tutelar em cada município brasileiro. O conselho é constituído
por cinco conselheiros escolhidos pela comunidade e têm como função tomar
providências em casos de ameaças ou violação dos direitos da criança e do
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adolescente. O conselho tem uma série de deveres mas primordialmente
deve atuar de forma a impedir a transgressão de um direito ou caso a
transgressão já tenha acontecido, atuar para que esse direito seja restaurado.
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2- ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO NACIONAL
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Será interessante verificar no Anexo 2 as incumbências de cada esfera
de governo. Para facilitar a sua análise posterior informamos que as
incumbências da União estão no Art. 9º, as dos estados no Art. 10º e as do
município no Art. 11º.
Apresentamos a seguir um quadro com aspectos que consideramos
muito relevantes relacionados a essas incumbências.
Tarefas da União
Plano Nacional de Educação em colaboração com os demais
componentes do sistema .
Assistência técnica e financeira em especial à escolaridade obrigatória.
Estabelecer as diretrizes curriculares mínimas e a Base
Nacional Comum Curricular norteadora da Educação Infantil,
Fundamental e Médio.
Garantir o processo nacional de avaliação.
Autorizar , reconhecer, credenciar,supervisionar e avaliar os cursos
superiores e os estabelecimentos do seu sistemas de ensino.
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O que é um sistema?
Considere como um conjunto integrado - que funciona com algum
objetivo específico. Pense nos sistemas de som ou nos sistemas do nosso
corpo como o sistema nervoso ou o digestivo.
Agora passemos à análise de funcionamento do ensino nos sistema.
De acordo com a LDB (Anexo 2 ) os Sistemas de Ensino apresentam de
forma resumida as seguintes responsabilidades:
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Como complemento o Art. 19 informa que as instituições de ensino dos
diferentes níveis classificam -se nas seguintes categorias administrativas:
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3- BNCC (Base Nacional Comum Curricular)1
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de
caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de
aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo
das etapas e modalidades da Educação Básica.
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Para começar os jesuítas se mantiveram, por 210 anos(1549 a 1759),
como os responsáveis pela educação no país. Eles tinham objetivos de
propagar a fé e educar,de acordo com a visão deles,"os gentios". Para isso
usavam um método abrangente de trabalho pedagógico e administrativo que
Ratio Studiorum foi o plano educacional que a Companhia de Jesus pôs à frente
dos seus colégios nas mais variadas partes do globo (da Europa à Ásia, do
Japão ao Brasil). Embora vulgarmente se traduza por código, ou método, a Ratio
Studiorum é mais do que o plano de estudos, ou curriculum escolar, ou o
regulamento dos colégios dos jesuítas. Ela é na verdade o regime escolar (e,
nessa medida, também o plano de estudos, o código e o regulamento) que
presidiu ao ensino nos colégios dos Jesuítas, desde que foi composto (no final
do séc. XVI) até à extinção da Companhia de Jesus, em 1773 .
Fonte : http://dererummundi.blogspot.com.br/Acesso em 3 de julho de 2014
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Em 1772 foi criado o Subsídio Literário, um imposto que incidia sobre a
produção do vinho e da carne, destinado à manutenção dessas aulas
isoladas,porém,os professores recebiam seus salários bem atrasados.
Na prática o sistema das Aulas Régias pouco alterou a realidade
educacional no Brasil, tampouco se constituiu numa oferta de educação
popular, ficando restrita às elites locais.
Com a vinda da Corte para o Brasil (1808) ocorreu a criação de escolas
técnicas e militares, sem preocupação com o ensino primário e médio.
Durante o Império, com a legislação do Ato Adicional de 1834, a
responsabilidade dos sistemas de ensino foram destinadas às províncias. No
tocante à formação de professores a primeira Escola Normal brasileira foi
criada em Niterói, Rio de Janeiro, no ano de 1835. O ano de 1837 marca um
passo importante em termos de ensino pois foi criado o Colégio Pedro II
considerado como modelo de ensino secundário, um colégio padrão.
Na cidade do Rio de Janeiro, foi criado em 1880, o Instituto de
Educação. Onde não havia escola normal, os professores eram formados em
serviço. O império fica marcado pela dicotomia- bom ensino para elite
(propedêutico) e profissional para os pobres. Ensino propedêutico é aquele
organizado com o único objetivo de levar o aluno a um nível mais adiantado. É
sempre um ensino preparatório.
Com a República gradativamente vão acontecendo mudanças
significativas. Nos primeiros anos houve melhora no curso técnico . O ensino
secundário continua tendo o Colégio Pedro II como modelo. No entanto, o
ensino primário, profissional e normal ligados ficam sob responsabilidade dos
estados.
Por bom tempo inexistiu a educação básica comum. À medida que a
república vai se sedimentando apareceram os decretos e leis para
estabelecer critérios e diretrizes para o primário, secundário e universitário
mas o ensino agrícola e industrial continuou destinado aos órfãos e
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desvalidos. A qualificação para os exames propedêuticos, sem seriação,
eram alternativa para o ensino regular até 1925.
Grandes mudanças ocorreram a partir de 1930 no perfil do
país(ROMANELLI,1999), que passou de agrário a urbano industrial, e
consequentemente trouxeram mudanças para o ensino com movimentos de
educadores se tornando mais expressivos.
Pode-se considerar que do ano 1930 em diante o governo central
passa a ser mais intervencionista, com por exemplo a criação do Ministério da
Educação logo após a chegada de Getúlio Vargas ao poder. Com o nome de
Ministério da Educação e Saúde Pública, a instituição desenvolvia atividades
pertinentes a vários ministérios, como saúde, esporte, educação e meio
ambiente. Até então, os assuntos ligados à educação eram tratados pelo
Departamento Nacional do Ensino, ligado ao Ministério da Justiça.
Daí em diante as mudanças na educação se aceleraram , com o
constante embate entre quantidade e qualidade, ideias estatizantes e ideias
liberalizantes mas podemos afirmar que as LDBs 4024/61 e 5692/71, foram
fontes muito importantes nessa trajetória .
A LDB 4024 /1961, foi a primeira Lei oficial a fixar
Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Nela foram
tomadas algumas providências de destaque como a
criação do Conselho Federal de Educação e o indicativo de criação
dos Conselhos Estaduais. Também devemos citar outra grande
contribuição da Lei 4024/61 que foi a estruturação da educação primária. Até
a Lei 4024/61, a política educacional não havia traçado planos e diretrizes
para esse nível de ensino. Podemos ainda considerar como tópico de
destaque a possibilidade de acesso ao nível superior para egressos do ensino
técnico, antes não havia a equivalência. Até hoje é ainda muito forte na fala
das pessoas, até as que trabalham com a educação a referência a
denominação dos sistemas de ensino como pré-primário, primário, e do ensino
médio como ginasial e colegial que são nomenclaturas citadas pela Lei.
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A segunda LDB- Lei 5692/1971 traz em seu texto várias mudanças
significativas. Verificamos que a forma denominação da estrutura do ensino é
alterada para 1º e 2º graus em lugar da antiga denominação como primário,
ginásio etc. O ano letivo foi fixado em 180 dias e o ensino de 1º grau fixado
como obrigatório dos 7 aos 14 anos.
É também instituído um núcleo comum para o currículo de 1º e 2º graus
e uma parte diversificada em função das peculiaridades locais . O currículo
trouxe como pressuposto proporcionar ao aluno a formação necessária ao
desenvolvimento de sua potencialidade como elemento de autorrealização,
qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da
cidadania. A terminalidade de cursos atrelada à formação profissional e o uso
do dinheiro público não exclusivo às instituições de ensino públicas se
tornaram pontos polêmicos na 5692/71.
A formação de professores para o ensino de 1º grau, da 1ª a 4ª séries,
é recomendada preferencialmente em habilitação específica no 2º grau(Curso
Normal) , enquanto que da 5ª série do ensino de 1º grau ao 2º grau a
formação preferencial do professor se propôs que fosse feita em curso de
nível superior ao nível de graduação.
Além de promover alterações na
estrutura organizacional da educação Para ter a íntegra
nacional, a 5692/71 é bastante clara dos textos das LDBs você
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Pense bem e identifique
1- Duas características marcantes na LDB 4024/61
2-Dois aspectos ligados à formação de professores de acordo com a
LDB 5692/71
Neste capítulo procuramos abordar aspectos da História da educação e
mostrar a ligação entre as modificações político e sociais ao longo do
tempo,culminando com as LDBs. Esses foram os marcos mais decisivos que
nos levaram às conquistas trazidas pela Constituição Cidadã de 1988 e a LDB
9394/96. Vivemos passados mais 25 anos da constituição de 1988 e quase 20
anos da LDB 9394/96 , a caminhada pelo alargamento das oportunidades que
buscam a Educação de Qualidade para todos de forma efetiva.
Terminamos nosso capítulo mas esta luta também é de sua
responsabilidade como futuro professor, aluno do CND do IECS.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO I - CAPÍTULO III DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CAPÍTULO III
Seção I
DA EDUCAÇÃO
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
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para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
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§ 2º - O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua
oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
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assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
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I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros
em educação;
I - erradicação do analfabetismo;
Seção II
DA CULTURA
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Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a
difusão das manifestações culturais.
I - as formas de expressão;
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IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados
às manifestações artístico-culturais;
Seção III
DO DESPORTO
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Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e
nãoformais, como direito de cada um, observados:
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