Avaliação na Orientação de Pais

Por: Manuella Bayma

 Oi pessoal!
Conforme conversamos na aula passada, na

Orientação de Pais as etapas de anamnese,

avaliação, devolutiva e intervenção se misturam todas!

Sim, é preciso saber ser dinâmico!

Bom, vamos lá, um bom

embasamento teórico será

"Mas Manu,
nodal para você articular todas
como eu posso ser

dinâmica?" as informações recebidas dos

pais, assim como para você ter

uma noção clara de qual é o

objetivo daquela orientação,

articulando a queixa e a

demanda dos pais e da

criança. Não adianta querer dar

conta de tudo, isso só irá gerar

frustração na orientação.

O segredo é ter foco!

Material produzido por Manuella Bayma - CRP:11/7962
Você precisa ter em mente que:

O Desenvolvimento humano reflete uma arquitetura

incompleta e em construção contínua, durante toda a vida.

O desenvolvimento humano não é teleológico e é

influenciado pela interação entre fatores biológicos e

ambientais.

A ontogênese (evolução do indivíduo) é caracterizada pelo

equilíbrio entre ganhos e perdas durante todo o percurso e

os fatores de crescimento, manutenção, resiliência e

administração de perdas relacionam-se com a forma como

os indivíduos alocam seus recursos psicológicos em

diferentes demandas e momentos da vida.

A integração entre múltiplas teorias que explicam desde o

desenvolvimento global até as peculiaridades do

desenvolvimento de aspectos psicológicos específicos.

(ex: personalidade, memória etc).

*Fonte do material supracitado: O pré-escolar (Miranda & Malloy-Diniz, 2018)

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Você também precisa entender e avaliar os fatores

que influenciam o exercício da

Parentalidade

História de vida dos pais

Recursos pessoais dos pais

Características da criança

Fontes sociais que os pais

possuem de estresse e apoio

A interação entre esses fatores vai modular a

competência da parentalidade, e essas competências

serão determinantes para promover um estilo de vida

saudável para os filhos.

Nós podemos ajudar os pais a promover estilos

de vida mais saudáveis com seus filhos.

Esse é um dos grande objetivos da Orientação de Pais!

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 Estilos Parentais

Autoritário Educação através do medo,

punição: "Eu quem mando!"

Permissivo Tudo é permitido na maior parte do

tempo. Tentativas de compensar?

Sentimento de culpa dos pais?

Delegam a educação à terceiros, na

Negligente maior parte do tempo. Sabem o que

é benéfico para a criança e não se

implicam!

Constantes agressões verbais,

Abusivo abusos psicológicos, morais, físicos.

"Os filhos estão sempre errados".

Positivo Gentileza, firmeza, afeto, respeito,

responsividade, presença, vínculo!

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Avaliar as estruturas de linguagem e comunicação!
Escolha dos significantes/palavras ao contar os fatos

Como e em que tom se fala o que se narra

Qual o lugar conferido à criança naquela família? (paciente

identificado, pedestal, frágil? etc)

Como essa criança é falada?

Quais fantasias os pais têm em relação a essa criança (de

como ela é/deveria ser, seu lugar no sistema familiar)?

Há espaço para as palavras e ações da criança (ela é ouvida,

respeitada, compreendida)?

Trabalhar com crianças e famílias é

constatar que às vezes (ou muitas vezes) o

psicólogo infantil é solicitado para

examinar uma criança que não precisa de

nada! Na verdade estão buscando eliminar

uma conduta que a família ou a escola

Importante! julgam inadequada com base em critérios

pessoais e adaptativos.

Por isso que a avaliação do psicólogo infantil deve ser

extremamente criteriosa e focada no que é mais interessante para a

criança, tendo em vista que ela é o ser mais frágil das relações em

que está inserida com adultos!

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 Critérios de normalidade e patologia na avaliação de

uma família devem ser cautelosamente significados,

pois se partirmos na OP com um fechamento bruto e

moralista entre o "certo" e o "errado", o "normal" e o

"patológico" podemos acabar não escutando a família

com a neutralidade desejada para esse tipo de

situação! Lembremos que nós possuímos um saber que

deverá ser agregado à experiência daquela família, e

não sobreposto!

Quais fatores de risco devo ir avaliando ao

escutar os pais na sessão de OP?
Fatores de risco ligados Fatores de risco ligados
à criança ao contexto

Prematuridade e/ou Família monoparental

problemas no nascimento; Pais que apresentam uma

Crianças com doenças patologia psiquiátrica

crônicas ou deficiências; Acontecimentos de vida

Atrasos no desenvolvimento traumáticos

Crianças que foram Condições socioeconômicas

institucionalizadas ou desfavoráveis.

separadas de seus próximos

Crianças maltratadas

Crianças do sexo masculino

etc etc

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 Dúvida frequente!
A Orientação de Pais

acontece só com os pais? Sim! Ela pode participar

A criança participa também? tanto em uma sessão só para

ela, como em uma sessão

com os pais! Veja abaixo!

A Observação Participante como um recurso de

avaliação na Orientação de Pais !

A Observação Participante pode ser uma parte (ou

toda) da sessão, em formato mais livre, em que o

terapeuta irá observar o momento lúdico e a relação

entre os familiares e a criança. Pode-se suscitar

estímulos ou brincadeiras.

Deve-se privilegiar técnicas projetivas (brincar na

casinha, desenhos, massinha, blocos de montar),

dramatizações, atividades de faz-de-conta

(facilitam a expressão da criança do seu psiquismo).

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 Mais pontos avaliativos na
Orientação de Pais!

Abaixo estarão alguns pontos do AP3 (Avaliação Psicanalítica aos 3 anos -

Estará em anexo no material para download de vocês). Colocarei alguns de

seus pólos avaliativos que podem ser utilizados com crianças de diferentes

faixas etárias.

Observe e Avalie!
1. Os pais falam dessa criança como uma criança singular com

suas particularidades, seus hábitos, suas preferências, sua

história singular?

2. Os pais contam histórias/episódios nas quais se expressam

as particularidades dessa criança?

3. Os sintomas/comportamentos levantados pelos pais são

motivos de incômodo claro ou sugerem algum enigma sobre o

que acontece com a criança ou ambos?

4. Qual o entendimento dos pais sobre aquilo que ocorre com a

criança?

5. Há implicação dos pais nos sintomas eventuais ou eles são

vistos simplesmente como falha da criança?

Continua..
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 Observe e Avalie!
6. Verificar como a criança é vista no cenário da filiação, se é

comparada com outros?

7. Os pais demonstram ter conhecimento sobre a criança (sobre

suas atividades lúdicas, preferências, sabem como ela se

comporta com outras crianças)?

8. A palavra da criança é ouvida?

9. Observar a coerência entre o que é dito e o comportamento

dos pais.

10. Observar o que os pais referem sobre os sinais de

independência da criança e como encaram isso.

11. Sobre o problema apresentado pelos pais, eles supõem algo

sobre o que pode estar ocorrendo ou apenas a descrevem?

12. Quão interessado os pais estão em PARTICIPAR da solução

do problema apresentado?

13. Os pais se entendem enquanto parte da solução do

problema?

14. O casal diverge quanto às coisas que a criança apresenta?

15. Um dos pais identifica no outro traços do problema que

está ocorrendo com a criança, de certa forma culpabilizando?

16. Avaliar a descrição dos pais quanto às mudanças de

comportamento da criança nos diferentes contextos e os

possíveis gatilhos disso.

17. Avaliar a presença dos pais no brincar com a criança.

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 Considerações Finais

E então, o que ficou para você do conteúdo que eu expliquei

acima? Você conseguiu entender que a sua avaliação vai girar em

torno da união de todas as informações colhidas?! Não existe um

resultado pré-fixado/esperado da avaliação, é tudo dinâmico

mesmo! Posso te dar uma dica? Procura sempre fazer um texto

seu (sem ser resumo, com suas ideias mesmo) depois de você

estudar e adquirir conhecimentos novos! Essa é uma forma de

você ajudar seu cérebro a fazer conexões diante do que foi

aprendido! E isso ajuda também na sua forma de integrar

conteúdos para avaliar.

Nesta semana sobre Avaliação, o meu intuito foi nortear você

dentro dos pontos que deverão ser analisados no caso de OP!

Mas isso não exclui o fato de que você pode e deve aprimorar a

sua avaliação! Por isso, caso você já tenha ideia de recursos que

poderiam complementar esse momento, compartilha conosco hoje

no plantão! Vamos crescer juntos!

Sugestões de Bibliografia

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