Manual GT Cancer 2017 Versa o Final Post
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Manual GT Cancer 2017 Versa o Final Post
São Paulo
2017
PREFEITO DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
João Doria
SECRETÁRIA ADJUNTA
Maria da Glória Zenha Wieliczka
CHEFE DE GABINETE
Daniel Simões de Carvalho Costa
Elaboração
Alex Barbosa Nunes – CEO Alfredo dos Reis Viegas
Ana Patricia Carneiro Goncalves Bezerra – CEO Lapa
Andrea Costa Moreira – CEO Jabaquara
Dárcio Kitakawa – CEO Itaim Paulista
Denise Cavalieri– CEO Alto da Boa Vista
Doralice Severo da Cruz – Área Técnica de Saúde Bucal da SMS
Gustavo Henrique C Rodrigues – CEO Vila Maria/Vila Guilherme
Maria Angela M Mimura – CEO Ipiranga
Marisa Cecília Meng – CEO M’Boimirim
Michel Figueiró Garcia – CEO São Mateus
Regina Auxiliadora de Amorim Marques – Área Técnica de Saúde Bucal da SMS
Rivaldo Ferreira Araujo – CEO Socorro
Sandra Alves Brasil – CEO Pirituba e CEO Freguesia do Ó / Brasilândia
Silmara Regina Silva – SAE/DST AIDS Shirlei Mariotti Gomes Coelho (STS Vila
Prudente)
Colaboração e Revisão
Doralice Severo da Cruz
Mario Nakanishi
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAUDE
COORDENAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA
ÁREA TÉCNICA DE SAÚDE BUCAL
Estomatologia para clínicos da Atenção Básica do Município de São Paulo
Ficha Técnica:
FICHA EDITORIAL
CDU 616.314
2 LESÕES FUNDAMENTAIS.................................................................................. 2
2.3 PÁPULA............................................................................................................. 3
2.6 BOLHA............................................................................................................... 4
4.5.2 LINFANGIOMA.......................................................................................... 47
5. BIÓPSIA ................................................................................................................ 53
6. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 56
1
1 INTRODUÇÃO
O significado de diagnóstico é ver através de, ou seja, por meio dos sinais e
sintomas, reconhecer a perda da normalidade. Para isso é necessário conhecer o
normal, usar o conhecimento empírico e o bom senso, além do conhecimento
científico nas diferentes áreas.
Para apoiar o profissional neste processo, o presente manual enfocará as
manifestações bucais mais prevalentes, que poderão chegar aos serviços de
atenção básica. Frente a alguma lesão oral o clínico deve conduzir o processo
diagnóstico e o devido encaminhamento aos serviços de atenção secundária ou
terciária.
A realização do exame clínico é inerente ao exercício profissional e precede
qualquer atendimento odontológico. Todo paciente encaminhado para avaliação
clínica, em qualquer ponto de atenção à saúde, deve ser submetido a um minucioso
exame clínico, composto por anamnese e exame físico.
Uma boa anamnese deve coletar o máximo de informações sobre a queixa
principal, história médica, odontológica, antecedentes familiares e demais dados
relevantes para a elaboração de uma hipótese diagnóstica.
Em seguida passa-se ao exame físico minucioso, intraoral e extraoral e, com
base em uma hipótese diagnóstica, a terapêutica pode ser instituída, exames
complementares solicitados ou o caso ser devidamente encaminhado a um serviço
especializado.
2
2 LESÕES FUNDAMENTAIS
2.2 PLACA
Alteração de cor com alteração de superfície, ou seja, com discreta elevação mais
ampla em largura que em altura.
Ex: queratose friccional, candidíase pseudomembranosa.
3
2.3 PÁPULA
2.4 NÓDULO
2.5 VESÍCULA
Lesão elevada com conteúdo líquido em seu interior com até 3 mm de diâmetro.
Ex: mucocele, herpes.
2.6 BOLHA
Lesão elevada com conteúdo líquido em seu interior com mais de 3 mm de diâmetro.
Ex: rânula, pênfigo vulgar.
2.7 EROSÃO
2.8 ÚLCERA
3 VARIAÇÕES DA NORMALIDADE
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não há necessidade de tratamento, a não ser por razões
exclusivamente estéticas.
Contudo, pelo fato de os grânulos de Fordyce terem sido relatados em mais de 80%
da população, a sua presença deve ser considerada uma variação anatômica
normal. Apresentam-se como múltiplas lesões papulares amareladas ou branco
amareladas, mais comumente localizadas na mucosa jugal e vermelhão do lábio
superior. Ocasionalmente, estas glândulas podem também, aparecer na área
retromolar e pilar amigdaliano anterior. São mais comuns em adultos do que em
crianças, provavelmente como resultado de fatores hormonais; a puberdade parece
estimular o seu desenvolvimento. Classicamente, as lesões são assintomáticas,
embora os pacientes sintam uma leve rugosidade da mucosa. Podem ter variações
clínicas consideráveis; alguns pacientes podem ter somente umas poucas lesões,
enquanto outros, apresentar centenas destes "grânulos".
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Como os grânulos de Fordyce representam uma variação anatômica
normal e são assintomáticos, não é indicado nenhum tratamento.
localizada na mucosa jugal, ao nível do plano oclusal dos dentes adjacentes. A linha
varia em proeminência e é restrita a áreas dentadas.
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não é necessário nenhum tratamento.
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: O tratamento não é necessário.
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não há necessidade de tratamento específico.
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Figura 13. Tórus mandibular - CEO Figura 14. Tórus Palatino - CEO Vila
Cidade Tiradentes Maria/Guilherme
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Ocasionalmente precisa ser removido para possibilitar a reabilitação
protética do paciente.
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não necessita de tratamento apenas se houver infecção secundária por
cândida. Nestes casos a terapêutica antifúngica é indicada.
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não necessita de tratamento
Diagnóstico: Clínico
Tratamento: Não necessita tratamento.
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Figura 18. Queratose irritativa/friccional química em gengiva vestibular inferior (A) e em fundo de
sulco vestibular superior (B) CEO Lapa.
toda a superfície afetada quatro vezes ao dia por 15 dias). Orientar o paciente a
remover as próteses no momento dos bochechos e a deglutição só está indicada
quando houver disseminação pela orofaringe,.
Em casos onde não há solução com antifúngico tópico, os antifúngicos
sistêmicos podem ser utilizados, mas não são primeira escolha, principalmente
devido a sua hepatotoxicidade. O uso e dosagem devem ser discutidos com o
médico (Fluconazol 100mg/dia, 7-14 dias de acordo com a severidade do caso).
4.1.1.7 LEUCOPLASIAS
4.1.2.1 CANDIDOSE
Diagnóstico: Clínico.
Tratamento: Corrigir fatores predisponentes locais ou sistêmicos; antifúngicos.
20
4.1.2.3 ERITROPLASIA
Dentre as lesões pigmentadas é a mais comum, não tendo predileção por sexo,
sendo mais comuns em pessoas da raça negra, asiática, mediterrânea e seus
descendentes. Pode-se apresentar clinicamente como pigmentações melânicas
multifocais e difusas. Acometem principalmente gengiva marginal livre e gengiva
inserida mas podem ser observadas nas demais mucosas.
Diagnóstico: Clínico através da observação das manchas multifocais.
Tratamento: Não há necessidade de tratamento, somente quando houver
queixa estética.
4.1.3.3 MELANOMA
Figura 28. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória em rebordo alveolar (A) – CEO Itaim Paulista e em palato
duro (B) – CEO Carrão
Figura 29. Hiperplasia Fibrosa Inflamatória por Câmara de Vácuo – CEO Cidade Tiradentes
Figura 30. Lesão periférica de células gigantes em rebordo alveolar inferior lado direito (A) – CEO
Lapa e em rebordo alveolar inferior lado esquerdo (B) CEO Alfredo Reis Viegas
Diagnóstico: Biópsia
.
Figura 31. Fibroma Ossificante Periférico – CEO M´Boi Mirim
Diagnóstico: Biópsia
Tratamento: excisão cirúrgica local, feito subperiosticamente, com raspagem
vigorosa dos dentes adjacentes e envio do material para exame histológico.
Figura 32. Fibromatose Gengival Hereditária (A) – CEO M´Boi Mirim e (B) CEO Cidade Tiradentes
Figura 33. Granuloma Piogênico, aspecto clínico (A) e aspecto radiográfico (B) – CEO M´Boi Mirim
Diagnóstico: Biópsia
Tratamento: Excisão cirúrgica com remoção de fatores irritativos locais e
envio do material para exame histológico.
4.2.2 NEOPLÁSICAS
4.2.2.1 BENIGNAS
4.2.2.1.1 LIPOMA
30
4.2.2.1.2 FIBROMA
4.2.2.1.3 PAPILOMA
possa ser induzida pelo papiloma vírus humano (HPV). Segundo pesquisas tem-se
evidenciado que 81% dos adultos normais contém nas células epiteliais da mucosa
a presença de pelo menos um tipo de HPV.
4.2.2.2 MALIGNAS
(A) (B)
(C) (D)
Figura 36. Carcinomas: (A) borda lateral da língua; (B) dorso e borda lateral da língua; (C) borda
lateral da língua; (D) assoalho bucal – CEO Socorro
(A) (B)
Figura 38. Úlcera Aftosa Recorrente tipo minor em mucosa labial superior (A) e em ventre lingual (B)
– CEO Ipiranga
Tipo major: de 10% a 15% dos casos, com diâmetro superior a 1 centímetro,
sendo mais profunda, com tempo de reparação podendo estender-se a meses e
frequentemente deixa cicatrizes.
(A) (B)
Figura 39. Líquen Plano Erosivo (A) - CEO Cidade Tiradentes e (B) – CEO Ipiranga
Diagnóstico: Biópsia
Tratamento:
- Corticóide de uso tópico;
- Corticóide de uso sistêmico (de forma criteriosa, nas manifestações mais
agressivas, que não respondem à medicação tópica)
4.3.4 INFECCIOSAS
4.3.4.1 TUBERCULOSE
(A) (B)
Figura 41. Lesão Oral de Tuberculose (A) e (B) – CEO Itaim Paulista
4.3.4.2 SÍFILIS
violeta. Outros fatores também podem ser aventados tais como a infecção por
alguns subtipos de HPV, deficiências nutricionais e predisposição genética.
O CEC normalmente é caracterizado por úlcera assintomática de bordas
elevadas e fundo necrótico podendo ou não ser circundada por áreas leucoplásicas
ou eritroleucoplásicas. Também pode ser representado por úlcera rasa, nódulo
ulcerado de crescimento exofítico.
Os locais de maior acometimento são a borda lateral da língua, assoalho
bucal e lábio inferior.
Sequelas do tratamento
Não podemos deixar de falar de algumas sequelas oriundas do tratamento do
CEC, tais como: xerostomia, cáries de radiação, mucosite nos seus variados graus e
osteorradionecrose. Sendo que todas essas sequelas irão resultar numa piora na
qualidade de vida do paciente e em dificuldades na reabilitação do mesmo.
4.4.1 MUCOCELE/RÂNULA
4.4.2 HERPES
inicial de bolha ou vesícula ocorre por um período muito curto de tempo pois estas
lesões se rompem facilmente.
Um sinal característico, mas não exclusivo desta patologia, é que a bolha pode ser
induzida na mucosa ou pele normais exercendo-se uma pressão firme lateral o que é
denominado de sinal de Nikolsky positivo.
Assim como o Pênfigo Vulgar o Penfigóide Benigno das Mucosas é uma patologia
imunologicamente mediada onde autoanticorpos atacam as proteínas de adesão
entre o epitélio e a membrana basal. Normalmente acomete pacientes adultos e do
sexo feminino.
As lesões orais apresentam-se como bolhas ou vesículas que podem ser detectadas
clinicamente já que não possuem a característica de se romperem facilmente como
no Pênfigo Vulgar pois são localizadas mais profundamente, na região subepitelial.
46
Figura 51. Lesão Oral de Penfigóide Benigno das Membranas Mucosas – CEO M´Boi Mirim
4.5.1 HEMANGIOMA
de consistência flácida sob pressão, superfície lisa pela distensão dos tecidos,
coloração eritematosa à arroxeada, de acordo com a sua localização e profundidade
no tecido adjacente. Existe diagnóstico diferencial para lago venoso
4.5.2 LINFANGIOMA
Figura 53. Lago venoso aspecto clínico pré e pós-tratamento – CEO Jabaquara
5. BIÓPSIA
5.1 MATERIAIS:
- Seringa carpule;
- Punch ou cabo de bisturi com lâmina;
- Porta-agulha;
- Agulha;
- Fio de sutura;
- Gaze;
- Agulha gengival;
- Anestésico;
- Recipiente para colocar o fragmento;
- Formol 10%.
5.2 INCISIONAL
Remoção parcial da lesão com o intuito de obter diagnóstico definitivo para traçar
estratégias para o tratamento (medicamentosa ou cirúrgica, agressiva ou não).
Indicações: hipótese diagnóstica de malignidade, lesões extensas ou difusas (não é
possível remover toda a lesão, é removido um fragmento representativo),
manifestação bucal de doença sistêmica.
É muito importante a escolha da área a ser biopsiada, pois determinado
fragmento da lesão pode não ser representativo, levando o indivíduo a sofrer várias
incisões cirúrgicas para obtenção da amostra perfeita.
Não se colhe material de área de necrose, pois o tecido é amorfo. O fragmento
não pode ser muito pequeno. Mesmo a lesão sendo pequena, é necessária biópsia
incisional quando há suspeita de malignidade.
Se retirar o fragmento de uma região próxima da normalidade é mais difícil ver
alterações.
Cuidado: O uso do bisturi elétrico pode afetar o epitélio e dificultar o diagnóstico.
5.3 EXCISIONAL
- Anestesia (deve ser na borda, cuidar para não anestesiar a lesão e criar
artefato);
- Pinçamento (pode desenvolver artefatos, abrir vasos fechados simulando
vascularização e infiltrar o epitélio no conjuntivo);
- Eletrocautério (queima o tecido e compromete o exame histopatológico);
- Peças finas e superficiais (material insuficiente para análise);
- Identificação;
- Fixação do material (o fixador deve estar num volume 10 a 20 vezes maior
que o volume da amostra):
- Formol a 10% (em concentrações maiores pode queimar o material
externamente e não fixar internamente), é o fixador ideal;
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6. REFERÊNCIAS