Tecnologia Do Vácuo.
Tecnologia Do Vácuo.
Tecnologia Do Vácuo.
ESTRUTURAÇÃO
ELABORAÇÃO
Ilo da Silva Moreira
COORDENAÇÃO EXECUTIVA
José Alberto Mejorado Cortijo Filho
COORDENAÇÃO GERAL
Milton Gava
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. FUNDAMENTOS FÍSICOS
3. VENTOSAS
5. ACESSÓRIOS
6. CILINDROS PNEUMÁTICOS
7. VÁLVULAS PNEUMÁTICAS
1. INTRODUÇÃO
A automação dos processos industriais de produção vem crescendo dia após dia
e, com ela, a necessidade do emprego de novas tecnologias cujo objetivo, na maior
parte das vezes, busca substituir a presença do homem, principalmente nos trabalhos
repetitivos ou naqueles que envolvem altos riscos de acidente para o operador.
Uma das tecnologias cuja aplicação vem crescendo nas atividades acima
mencionadas, substituindo com sucesso e segurança o operador, é a tecnologia do
vácuo a qual será detalhada nesta edição.
2. FUNDAMENTOS FÍSICOS
Pneumática
Ar
Ar Comprimido
Unidades de Pressão
O mundo em que vivemos está exposto à pressão exercida pelo peso do ar,
chamada de pressão atmosférica.
A pressão atmosférica não é sempre constante. Ela varia de acordo com a altitude
do local em observação e, também, com as condições meteorológicas. Se
considerarmos um ponto de observação ao nível do mar, zero metros de altitude, a
pressão atmosférica mede aproximadamente 1 Kgf/cm² em valor absoluto.
Vácuo
Outra forma muito utilizada para se obter vácuo é por meio da técnica do injetor
de ar, uma derivação do efeito Venturi visto acima.
Partindo desse princípio, se uma ventosa flexível for montada no pórtico de vácuo
parcial A, ao aproximá-la de um corpo qualquer, de superfície lisa, a pressão
atmosférica, agindo na face externa da ventosa, fará com que a mesma se prenda por
sucção à superfície do corpo.
3. VENTOSAS
Forças de Levantamento
∅ da Ventosa Área
Superfície Horizontal Superfície Vertical
em mm em cm²
em N em Kgf em N em Kgf
5,0 0,19 0,69 0,071 0,35 0,036
10,0 0,78 2,86 0,292 1,43 0,146
15,0 1,76 6,47 0,66 3,23 0,33
20,0 3,14 11,54 1,177 5,76 0,588
25,0 4,90 18,02 1,837 9,00 0,918
30,0 7,06 25,96 2,647 12,97 1,323
35,0 9,61 35,34 3,603 17,66 1,801
40,0 12,56 46,20 4,71 23,05 2,35
45,0 15,89 58,44 5,958 29,22 2,979
50,0 19,62 72,17 7,357 36,08 3,678
55,0 23,74 87,32 8,902 43,66 4,451
60,0 28,26 103,95 10,597 51,97 5,298
65,0 33,16 121,98 12,435 60,98 6,217
70,0 38,46 141,47 14,422 70,73 7,211
75,0 44,15 162,41 16,556 81,20 8,278
80,0 50,24 184,82 18,84 92,41 9,42
85,0 56,71 208,61 21,266 104,30 10,633
90,0 63,58 233,89 23,842 116,94 11,921
95,0 70,84 260,60 26,565 130,29 13,282
100,0 78,54 288,92 29,452 144,46 14,726
120,0 113,04 415,84 42,39 207,92 21,195
150,0 176,62 649,73 66,232 324,86 33,116
200,0 314,00 1155,12 117,75 577,56 58,875
300,0 706,86 2600,35 265,072 1300,17 132,536
Fl = P ⋅ A ⋅ ca
fs
Onde:
Fl = força de levantamento em Kgf
P = pressão absoluta do vácuo a 75% (0,75 Kgf/cm²)
A = área da ventosa em cm²
⎧ 1 para superfícies horizontais
ca = coeficiente de atrito ⎨
⎩ 0,5 para supefícies verticais
fs = fator de segurança = 2
A ventosa padrão é produzida com diferentes formas que variam de acordo com
sua aplicação. O tamanho, o tipo de material, as abas simples ou duplas para vedação,
as luvas de atrito e as molas de reforço são algumas características que podem se
alterar na fabricação da ventosa.
Caixa de Sucção
As caixas de sucção, ao contrário dos outros tipos de ventosa que geralmente são
circulares, apresentam um perfil oval, quadrado ou retangular, dependendo do formato
da peça a ser movimentada. Esses perfis oferecem uma vedação efetiva,
proporcionando mais força durante o transporte e grande estabilidade na movimentação
de peças finas e estreitas. Normalmente, utilizam-se as caixas de sucção no manuseio
de materiais longos, estreitos e planos ou ligeiramente curvos. O emprego das caixas de
sucção estende-se, também, no transporte de peças que apresentam superfícies
ásperas ou abrasivas.
NV = P
Fl
Onde:
NV = número de ventosas
P = peso da carga em Kgf
Fl = força de levantamento da ventosa em Kgf
Nos casos em que a movimentação da carga é feita por mais de uma ventosa,
estas normalmente deverão estar ligadas ao elemento gerador por meio de uma linha
de vácuo cuja área interna A2 deverá ser igual à soma das áreas internas das conexões
das ventosas A1.
20 9,00
30 6,00
40 4,50
60 3,00
120 1,50
180 1,00
240 0,75
360 0,50
420 0,45
720 0,25
A ventosa pode ser fixada diretamente no pórtico de vácuo A, por meio de uma
rosca, ou à distância, através da utilização de tubos ou mangueiras flexíveis.
Esse tipo de gerador pneumático de vácuo possui, integrada a seu corpo, uma
válvula de escape rápido cuja função é provocar um sopro para expulsão automática da
peça, quando o gerador é desativado.
Esse tipo de gerador pneumático de vácuo foi projetado com dois novos
componentes que, além de permitirem uma maior eficiência de operação por parte do
elemento gerador, reduzem consideravelmente o consumo de ar comprimido.
A válvula de alívio rápido, por sua vez, além de auxiliar a válvula de retenção a
manter o vácuo entre a ventosa e a carga mesmo quando é efetuado o corte de
5. ACESSÓRIOS
Unidade de Conservação
A unidade de conservação,
também conhecida como unidade
de manutenção ou conjunto
lubrefil, tem por funções reter
todas as impurezas contidas no ar
comprimido fornecido pela rede,
ajustar a pressão de alimentação
de ar de acordo com as
necessidades específicas de cada
máquina ou equipamento
pneumático, e pulverizar óleo
lubrificante na massa de ar
fornecida para o circuito, com o
intuito de reduzir o atrito entre as
partes móveis dos componentes
pneumáticos.
Vacuômetro
Filtros de Vácuo
Na maioria dos casos, uma peneira, confeccionada com tela de arame de aço
inoxidável e introduzida no pórtico de vácuo do elemento gerador, é o recurso mais
utilizado e suficiente para evitar a penetração de partículas sólidas no interior do sistema
de vácuo.
Existem, ainda, filtros de tela de nylon que podem ser montados na linha de
vácuo, entre as ventosas e o elemento gerador, nas situações onde se utiliza uma
central de vácuo e várias ventosas para movimentação de cargas de grandes
dimensões.
Silenciador
Válvula de Bloqueio
A válvula de alívio rápido, por sua vez, além de auxiliar a válvula de retenção a
manter o vácuo entre a ventosa e a carga mesmo quando é efetuado o corte de
alimentação de ar comprimido no gerador, ainda permite a expulsão instantânea da
peça quando o pórtico de alívio B é pressurizado.
Esse conjunto foi projetado para ser montado na linha de vácuo de elementos
geradores compactos que não possuem retenção integrada.
Este problema pode ser evitado montando-se uma válvula limitadora de vazão
para cada ventosa. Dessa forma, se ocorrer um fluxo excessivo de ar em uma das
Vacuostatos
O sinal de saída analógico pode ser usado, por exemplo, para monitoramento
remoto de vácuo ou pressão de controle na produção, por meio de um indicador
eletrônico.
Conector Giratório
Compensador de Altura
6. CILINDROS PNEUMÁTICOS
A camisa do cilindro pode ser fabricada de tubo de aço, bronze ou latão, sendo
que, os mais modernos tem a camisa em perfil de alumínio padronizado. Os cilindros
podem ter, ainda, um imã permanente montado ao redor do êmbolo para ser
detectado por sensores magnéticos de posicionamento.
A forma com que um cilindro pneumático pode ser fixado a uma máquina ou a um
conjunto mecânico também é bastante diversificada, dependendo do trabalho a ser
executado e do espaço disponível no equipamento industrial.
7. VÁLVULAS PNEUMÁTICAS
Válvulas Direcionais
Enquanto o came não for acionado, a válvula se mantém, pela ação de molas, em
sua posição NF, isto é, a entrada de ar P permanece fechada e a via de trabalho A pode
descarregar para a atmosfera, através do pórtico de exaustão R.
Outro aspecto a ser observado é que, nesta válvula, foi utilizada a Norma ISO na
identificação de seus pórticos. Essa Norma emprega números ao invés de letras para
diferenciar a entrada de pressão, a exaustão, as vias de trabalho e as linhas de
pilotagem.
Outro aspecto que merece destaque diz respeito ao número de vias. Embora esta
válvula possua 5 vias, uma a mais do que a válvula apresentada anteriormente, seu
funcionamento é praticamente idêntico. Na verdade, enquanto na válvula anterior as
duas vias de trabalho descarregavam para a atmosfera pelo mesmo pórtico de exaustão
3, nesta válvula as saídas são separadas. A via de trabalho 2 descarrega para a
atmosfera pelo pórtico de exaustão 3, enquanto que a via de trabalho 4 descarrega pelo
pórtico de exaustão 5. Como pode ser observado, a via que esta válvula tem a mais, em
relação a anterior, é um pórtico de exaustão separado para cada via de trabalho.
Outro recurso que esta válvula oferece é o acionamento manual auxiliar, utilizado
como acionamento de emergência nos casos de falta de energia elétrica momentânea.
Esta válvula foi projetada especialmente para montagem direta sobre os pórticos
dos atuadores, por meio de rosca. Desta forma, além de evitar um número maior de
conexões, esta válvula pode regular o fluxo de ar que sai do elemento pneumático de
trabalho com maior eficiência, oferecendo um controle mais preciso da velocidade.
De acordo com o que foi demonstrado nos capítulos anteriores, o vácuo é uma
tecnologia de ponta, empregada na automação dos processos industriais de produção,
principalmente no transporte e movimentação de cargas.
Um sistema básico de vácuo foi montado, como exemplo prático, a partir de uma
bancada de ensaios, apresentando a seguinte configuração mínima de componentes
pneumáticos:
- uma válvula direcional de 5/2 vias do tipo memória, com piloto duplo, para comando
principal dos atuadores;
- uma válvula direcional de 3/2 vias NF, acionada por botão com trava, para controle
da alimentação de ar do gerador de vácuo e pilotagem da válvula de comando
principal no retorno do cilindro;
1 – unidade de conservação
2 – cilindro de ação dupla com gerador de vácuo acoplado à haste
3 – válvula de comando principal (5/2 vias com piloto duplo)
4 – válvula direcional com botão pulsador e retorno por mola (3/2 vias NF)
5 – válvula direcional com botão com trava (3/2 vias NF)
6 – válvulas reguladoras de vazão unidirecionais
O circuito simulado é
representado graficamente por
meio de símbolos normalizados
que oferecem uma visão geral da
função de cada componente
pneumático, assim como a leitura
e interpretação do funcionamento
do sistema como um todo.
Apenas quando o cilindro 1.0 alcança o final de seu curso de avanço, o botão com
trava da válvula 1.3 é acionado. Dessa forma, o ar pode fluir pela válvula 1.3 de P para
A, tendo duas direções a percorrer: parte desse ar alimenta o gerador de vácuo 2.0 cuja
ventosa se fixa à peça a ser movimentada, enquanto que o restante do ar entra pelo
piloto y da válvula de comando 1.1, pilotando-a para a esquerda. Nessa posição, o ar
flui através da válvula 1.1 de P para B, passa livremente pela retenção da reguladora de
vazão 1.02 e entra no cilindro 1.0, fazendo com que este retorne. O ar acumulado na
câmara de avanço do cilindro 1.0, ao sair, passa restringido na reguladora de vazão
1.01 que controla a velocidade de retorno do cilindro. O ar que sai do pórtico B da
reguladora de vazão 1.01 descarrega para a atmosfera, passando pela válvula de
comando 1.1 de A para R.
Manipulador de 2 Eixos
No transporte de peças de
uma estação de usinagem a outra,
em uma célula de produção, é
muito comum a utilização de robôs
manipuladores os quais podem ter
até seis graus de liberdade de
movimentos.
O manipulador, apresentado
a seguir, possui dois eixos
pneumáticos e um gerador de
vácuo empregado para transportar
peças de um estágio a outro, no
processo de produção de uma
indústria de componentes
eletrônicos.
O eixo horizontal é acionado por um cilindro sem haste, do tipo rodless, com
acoplamento mecânico por cinta e êmbolo magnético, para detecção por sensores de
proximidade.
Tanto os eixos como o gerador de vácuo são comandados por válvulas direcionais
eletromagnéticas, controladas por um circuito elétrico de comando. O diagrama gráfico
pneumático do conjunto apresenta as seguintes características:
Na indústria do plástico: