Esboço Sobre o Livro de Apocalipse - v.1.0 - Bruce Anstey
Esboço Sobre o Livro de Apocalipse - v.1.0 - Bruce Anstey
Esboço Sobre o Livro de Apocalipse - v.1.0 - Bruce Anstey
APOCALIPSE
Bruce Anstey
ESBOÇO SOBRE O LIVRO DE APOCALIPSE – As Coisas que em Breve Devem Acontecer
Bruce Anstey
Título do original em inglês: THE BOOK OF REVELATION – Things Which Must Shortly Came to Pass
Terceira edição – julho 2016
Version 1.5
abril
Primeira edição em português – abril 2019
E-book v.1.0
Abreviaturas utilizadas:
ARC – João Ferreira de Almeida – Revista e Corrigida – SBB 1969
ARA – João Ferreira de Almeida – Revista e Atualizada – SBB 1993
TB – Tradução Brasileira – 1917
ACF – João Ferreira de Almeida – Corrigida Fiel – SBTB 1994
AIBB – João Ferreira de Almeida – Imprensa Bíblica Brasileira – 1967
JND – Tradução inglesa de John Nelson Darby
KJV – Tradução inglesa King James
Todas as citações das Escrituras são da versão ARC, a não ser que outra esteja indicada.
ESBOÇO SOBRE O LIVRO DE
APOCALIPSE
INTRODUÇÃO
O livro de Apocalipse se refere a “coisas que brevemente devem acontecer”, que é profecia – a revelação de eventos
futuros (v. 1). A profecia bíblica é realmente a história escrita antes de acontecer. Visto que todas as obras de Deus são conhecidas por
Ele desde a eternidade passada (At 15:18), não custa nada para Ele nos dizer o futuro antes que aconteça. Contudo, Deus não nos
revelou coisas futuras para despertar a curiosidade de nossas mentes inquisitivas, mas para que elas possam ter um efeito prático e
influenciar nossas vidas.
O Apocalipse é um livro de julgamento e bênção. Começa com o julgamento daqueles que compõem a casa de Deus hoje –
a igreja professa (1 Pe 4:17). Então, depois que a verdadeira Igreja é chamada para o céu no Arrebatamento, ele nos dá detalhes sobre o
julgamento daqueles que ficaram na Terra na Cristandade, em Israel e nas nações gentias. Encerra-se com bênção no céu e na Terra, e
todas as coisas sendo ordenadas de acordo com a mente de Deus, e Cristo tendo Seu lugar de direito sobre tudo (Ez 21:27).
Principais Divisões do Livro
O livro tem três divisões principais, conforme indicado pelas palavras do Senhor no capítulo 1:19. Elas são:
1) “As coisas que tens visto” – Capítulo 1.
2) “As coisas que são” – Capítulos 2-3.
3) “As coisas que depois destas hão de acontecer” – Capítulos 4-22
AS COISAS
QUE TENS VISTO
(Capítulo 1)
A Vinda do Senhor
O anúncio é feito: “Eis que vem”. Esta é a primeira menção da vinda do Senhor no livro. As Escrituras indicam que
existem duas fases distintas para a Sua vinda, as quais o estudioso de profecias deve tomar nota, se quiser entender a ordem dos
eventos proféticos na Bíblia. A principal diferença é:
A primeira fase de Sua vinda tem a ver com o Senhor levando Seus santos ao céu em um estado glorificado. Isto envolverá
ressuscitar dentre os mortos os santos do Novo e do Velho Testamento num estado glorificado, e transformar os santos vivos
nesse mesmo estado glorificado, e então levá-los todos juntos para o céu (Mt 25:6, 10-13; Jo 14:2-3; 1 Co 15:23, 51-56; Fp 3:20-
21; 1 Ts 4:15-18; 2 Ts 2:1, 3:5; Tt 2:13a; Hb 9:28, 10:37, 11:40; Ap 1:7, 3:10-11, 22:20). Isso tem sido chamado de Rapto – uma
palavra tirada do latim, significando “arrebatado”.
A segunda fase tem a ver com o Senhor trazendo do céu Consigo os santos glorificados quando Ele aparece para julgar o mundo
em justiça e estabelecer Seu reino milenar (Mt 24:27, 30, 36-41, 25:31, 26:64; 1 Ts 3:13, 4:14; 2 Ts 1:7-10, 2:8-9; Jd 14-15; Ap
11:15, 14:14-16, 16:15, 19:10-21). Isso é chamado de “a revelação de Jesus Cristo” (2 Ts 1:7; 1 Pe 1:13, 4:13) ou “a
Aparição” de Cristo (2 Ts 2:8; Mt 24:30; Cl 3:4; Tt 2:13; 2 Tm 4:1, 8; 1 Jo 3:2).
Os santos do Velho Testamento sabiam algo sobre a REVELAÇÃO (a Aparição – Is 30:27-28; Jd 14-15; Zc 14:5), mas eles
não sabiam sobre o ARREBATAMENTO e a glorificação dos santos. Esta última é algo que não foi revelado até os tempos do Novo
Testamento (1 Co 15:51-56; Fp 3:20-21; 1 Ts 4:15-18). Embora o Senhor venha do céu em ambas as ocasiões, essas duas fases são
muito diferentes. Algumas dessas diferenças são:
O Arrebatamento ocorrerá quando o Senhor vier para Seus santos (Jo 14:2-3); a Aparição de Cristo ocorrerá quando Ele vier
com Seus santos que foram levados ao céu no Arrebatamento (1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14; Zc 14:5).
O Arrebatamento ocorre antes do início do período de sete anos da tribulação (Ap 3:10), e a Aparição de Cristo ocorre “logo
depois da tribulação” (Mt 24:29-30 – AIBB).
O Arrebatamento pode acontecer a qualquer momento (Mt 25:13), mas a Aparição de Cristo não ocorrerá até sete anos após o
Arrebatamento (Cl 3:4).
No Arrebatamento, o Senhor virá secretamente, “num piscar de olhos” (1 Co 15:52 – JND); na Sua Aparição Ele virá
publicamente e todo olho O verá (Ap 1:7).
No Arrebatamento, Ele virá para libertar a Igreja (1 Ts 1:10); na Sua Aparição, Ele virá libertar Israel (Sl 6:1-4). A Igreja será
livrada de entrar na tribulação (Ap 3:10), enquanto os judeus passarão por ela, mas serão livrados no final, quando o Senhor
levar a tribulação ao seu fim.
No Arrebatamento, Ele virá nos ares para Sua Igreja porque é Seu povo celestial (1 Ts 4:15-18); na Sua Aparição, Ele voltará à
Terra (o Monte das Oliveiras) para Israel, porque é Seu povo terrenal (Zc 14:4-5).
No Arrebatamento, Ele tirará os crentes deste mundo e deixará o ímpio para trás (Jo 14:2-3); em Sua Aparição, os ímpios serão
tirados do reino dos céus em juízo e os crentes (aqueles que foram convertidos pelo evangelho do reino que será pregado durante
a tribulação) serão deixados para desfrutar da bênção na Terra (Mt 13:41-43, 25:41).
No Arrebatamento, Ele virá para liberar Seus santos (a Igreja) da “ira” vindoura (1 Ts 1:10); na Sua Aparição, Ele virá para
liberar a “ira” (Ap 19:15).
No Arrebatamento, o Senhor virá como “o Esposo” (Mt 25:10), mas na Aparição Ele virá como “o Filho do Homem” (Mt
24:30, 37, 39, 44, etc.).
No Arrebatamento, Ele virá como a “Estrela da Manhã” que surge um pouco antes do amanhecer (Ap 22:16); em Sua
Aparição, Ele virá como o “Sol da Justiça”, que é o alvorecer (Ml 4:2).
No Arrebatamento, Ele virá sem sinais, porque o Cristão caminha por fé e não por vista (2 Co 5:7); na Aparição, Sua vinda será
cercada por sinais, porque os judeus buscam um sinal (Lc 21:11, 25-27; 1 Co 1:22).
A Teologia Reformada vê o Arrebatamento e a Revelação (Aparição) como apenas um evento, e isto não trouxe nada além
de confusão a respeito de Israel e da Igreja. Esses dois eventos não poderiam acontecer ao mesmo tempo, porque há várias coisas que
as Escrituras indicam que ocorrem entre eles e que tornam isso impossível. Por exemplo, quando o Senhor vem e nos chama para fora
da Terra, Ele nos leva à “casa de Meu Pai” e nos introduz formalmente à cena celestial (Jo 14:2-3). Pouco depois disso, a revisão do
“tribunal de Cristo” ocorrerá (2 Co 5:10). Depois disso, haverá um tempo de adoração “diante do trono” no céu (Ap 4-5). Então,
depois disso, haverá as “bodas do Cordeiro” e “a ceia” que a segue (Ap 19:6-10). É somente depois destas coisas terem ocorrido que
o Senhor aparece do céu conosco na Sua Aparição (Ap 19:11-21). Se você fizer do Arrebatamento e da Aparição apenas um evento,
isso não deixará espaço para essas coisas ocorrerem.
O Juiz Fala
Vs. 17-20 – Ao ver o Senhor no caráter de um poderoso Juiz, João cai “a Seus pés”. É dessa postura que ele aprende sobre
o estado da Igreja – sua falha no testemunho público, como se encontra nos capítulos 2-3. Este é o lugar apropriado para aprendermos
sobre o verdadeiro estado da Igreja – sobre nossos rostos diante do Senhor. O testemunho Cristão está em ruínas, e todos contribuímos
para esse triste estado, e não podemos corretamente apontar um dedo condenador a ninguém na história ou nos dias atuais sem nos
condenar. Portanto, devemos ver o fracasso da Igreja no testemunho, em espírito de julgamento próprio.
Para dissipar o temor e tremor de João, o Senhor colocou Sua “mão direita” (JND) sobre ele, dizendo: “Não temas”. Isto
é consolação e fortalecimento divino para o trabalho que estava prestes a ser dado a João – a saber, “escrever” as mensagens proféticas
às sete igrejas (compare com Mateus 17:6-7).
O Senhor disse: “o que vivo; fui [Me tornei – JND] morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos, e tenho as
chaves da morte e do Hades” (TB). Nisto, o Senhor mostrou a João que Ele tinha o direito de agir como o Juiz de toda a Terra (Gn
18:25). O Senhor entrou na morte e Hades e conquistou a ambos. Ele agora tem “as chaves” dessas duas condições. “Morte” é o que
reivindica o corpo humano; “Hades” é o que reivindica a alma e o espírito. Tendo pago o preço pelo pecado ao ir à morte, Ele tem o
direito e o poder de exercer julgamento contra os pecadores, e assim consignar quem Ele levaria à morte e ao Hades. Ele também tem o
poder de ressuscitá-los da morte e enviá-los a uma eternidade perdida, como visto no final do livro.
É dito a João para “escrever” os assuntos proféticos que ele verá em três grandes seções (v. 19).
1) “As coisas que tens visto” – Capítulo 1.
2) “As coisas que são” – Capítulos 2-3.
3) “As que depois destas hão de acontecer” – Capítulos 4-22.
Isso mostra que essas profecias foram dadas a João de maneira ordenada e ele as escreveu pelo Espírito de uma maneira
ordenada. Algumas pessoas olham para o livro de Apocalipse como uma rede emaranhada de informações que apenas um estudioso
hábil das profecias poderia desvendar e explicar. No entanto, o livro só parece confuso; ele é realmente muito ordenado. Se
entendermos a maneira pela qual o Espírito de Deus apresenta profecia ao longo da Escritura e também reconhecer que há parênteses
em certos lugares neste livro, a confusão desaparecerá. Também é necessário um entendimento básico do significado dos símbolos
usados na profecia. Como o livro de Apocalipse foi colocado no final de nossas Bíblias, o Espírito de Deus supõe que estamos
familiarizados com esses símbolos, tendo-os visto em outras partes das Escrituras. O objetivo deste esboço de Apocalipse no qual
estamos prestes a embarcar é fornecer ao leitor um entendimento básico dessas coisas.
V. 20 – O Senhor explica a João o significado oculto das “sete estrelas” que estavam em Sua mão direita e dos “sete
castiçais de ouro”. As “estrelas” são os “anjos” das sete igrejas. Isso se refere à dupla responsabilidade que os líderes nas igrejas têm.
Como “estrelas”, devem ser portadores de luz dos princípios da Palavra de Deus. Eles devem fornecer luz para os santos a partir da
Palavra de Deus em assuntos que dizem respeito à assembleia local. Isso significa que eles devem estar bem fundamentados na verdade
(Tt 1:9). Como “anjos”, devem ser os mensageiros de Deus, assumindo a liderança na assembleia e cuidando para que esses princípios
sejam levados a cabo no temor de Deus (Ec 5:6; Ml 2:7 – Nota de rodapé da Tradução J. N. Darby: “mensageiro ou anjo”). É
significativo que o Senhor considere o anjo de cada igreja responsável pelo estado em que se encontrava a igreja na respectiva
localidade (caps. 2-3). Ele é visto andando no meio das sete igrejas, avaliando sua condição e aconselhando aqueles que estão no lugar
de responsabilidade, sobre o que eles podem fazer para ajudar a condição particular em que aquela igreja local estava (cap. 2:1).
Os “sete castiçais de ouro” são as sete igrejas. Eles falam da assembleia local como uma testemunha responsável na
comunidade onde estão situados
AS COISAS
QUE SÃO
(Capítulos 2-3)
Esses dois capítulos contêm os discursos do Senhor para as sete igrejas da Ásia. Essas igrejas, tomadas consecutivamente,
nos dão uma história profética do testemunho Cristão, retratando os vários estágios pelos quais a Igreja passaria. Essas particulares
igrejas na Ásia foram selecionadas para retratar as condições morais e espirituais que se desenvolveriam sucessivamente na profissão
Cristã, desde os dias dos apóstolos até a vinda do Senhor (o Arrebatamento). O fato de que o testemunho da Igreja para Cristo é
simbolizado pelos “castiçais” indica que o tempo desse testemunho é durante a ausência do Senhor deste mundo, quando é noite
espiritualmente (Ap 1:20; Jo 9:4-5).
O Senhor anda “no meio” dos sete castiçais de ouro. Ele não está lá como objeto de adoração (Jo 20:19-22; Ap 5:6-14), ou
para legitimar ações de assembleia feitas em Seu nome (Mt 18:20), mas como um Juiz avaliando o estado de coisas no testemunho
público da Igreja.
O aparecimento recorrente de “Satanás” e “o diabo” nesses dois capítulos indica que ele estava muito ativo em esmagar e
corromper o testemunho Cristão (caps. 2:9, 2:10, 2:13 (x2), 2:24, 3:9). Durante essas grandes perseguições em Esmirna, Satanás
trabalhou para afastar as Escrituras da Igreja. As autoridades romanas impuseram leis para confiscar todas as cópias da Palavra de
Deus. Este foi um passo gigantesco em direção à Igreja perdendo a verdade.
Ao vencedor é prometida “a coroa da vida”. Esta é uma coroa especial dada àqueles que são “fiéis até a morte”. Às vezes
é chamada de “a coroa de mártir”.
É significativo que o Senhor disse a esta assembleia: “Porque não achei as tuas obras perfeitas [completas]”.
2
Infelizmente, a energia espiritual que marcou os reformadores não continuou. O que começou no poder do Espírito caiu na ortodoxia
fria, formal e morta. Este foi o resultado de homens sem vida juntarem-se a este movimento da igreja católica romana. Os reis da
Europa estavam cansados de Roma os controlar e de bom grado ofereceram seu apoio ao movimento protestante, por causa de sua
animosidade natural contra o romanismo. Os reformadores aceitaram a proteção que os governos nacionais lhes deram contra a
perseguição da igreja de Roma e estabeleceram as grandes igrejas nacionais no protestantismo que ainda existem hoje.
A assembleia em Sardo representa a condição das coisas na Cristandade depois que o impulso da Reforma havia passado.
Isto é uma descrição do que os reformadores adotaram – o protestantismo. Enquanto a Reforma era uma poderosa obra de Deus –
energizada pelo Espírito, o protestantismo era uma obra dos homens – energizada pela carne. É triste dizer que os reformadores saíram
do romanismo, mas o romanismo não saiu completamente deles. Por isso, as igrejas protestantes têm muitas ideias e práticas
romanistas. Na idade das trevas, a igreja católica governava os governos do mundo, mas no protestantismo, vemos a Igreja e o Estado
governando conjuntamente. Isso não está de forma alguma de acordo com a mente de Deus. Como resultado, a recuperação da verdade
que Deus estava produzindo foi interrompida. Os “alguns” nomes em Sardo que “não contaminaram seus vestidos” seriam grupos
como os puritanos que viviam com grande devoção ao Senhor.
1) “Tendo pouca força” – isto é algo que flui da comunhão – de permanecer em Cristo (Jo 15:4-5). Eles tinham a mesma força que
a Igreja primitiva tinha (At 4:33), mas era “pouca”. Portanto, esse reavivamento não foi um movimento em grande escala; foi um
testemunho remanescente da verdade da assembleia. Não tinha um grande status mundano, assim como a igreja católica e as
igrejas nacionais do protestantismo.
2) “Guardaste a Minha Palavra” – Aqueles ligados a este movimento eram estudantes das Escrituras. Eles não eram apenas
ouvintes, mas eram praticantes da Palavra (Tg 1:22). Eles valorizaram Sua Palavra e a colocaram em prática e, portanto, foram
elogiados por guardarem Sua Palavra.
3) “Não negaste o Meu nome” – Um nome nas Escrituras muitas vezes implica caráter. Por isso, na vida prática, o próprio caráter
de Cristo marcou essas pessoas. Tudo o que tendeu a negar o caráter de Cristo foi recusado de maneira prática. Eles também
abandonaram todos os nomes e títulos denominacionais, e ficaram felizes em se reunir simplesmente em Seu nome apenas (Mt
18:20).
V. 9 – Houve reprovação relacionada à identificação com esse movimento. Andar no que eles apreenderam da Palavra de
Deus colocou-os em uma posição de grande censura por aqueles que não estavam dispostos a andar naquelas coisas (v. 9). Esse
reavivamento da verdade provocou um renascimento da oposição satânica. O ataque maligno do inimigo em Esmirna levantou
novamente sua horrível cabeça. Aqueles denominados como “a sinagoga de Satanás” são Cristãos professos governados por
princípios judaicos no Cristianismo eclesiástico organizado. Foram esses os opositores desse movimento divino, e o próprio Satanás
estava por trás disso.
V. 10 – Os filadelfienses foram elogiados por guardar a Palavra de Sua “paciência”, que é um aspecto da verdade que tem
a ver com a esperança da vinda do Senhor (v. 10). Guardar isso (não apenas saber isso) fez com que vivessem como estranhos celestiais
em separação do mundo. Por isso, como peregrinos, não se envolveram com a política do mundo ou com qualquer outro aspecto do
mundo. O Senhor prometeu guardá-los “da hora da tentação” (o período da tribulação) que estava chegando ao mundo. Note que o
Senhor diz: “Te guardarei da hora”, não “Te guardarei na” hora da tentação. Isso mostra que a Igreja não passará pela tribulação,
como os judeus passarão (compare Jeremias 14:8).
V. 11 – O Senhor promete vir “sem demora”. Isso se refere à iminência de Sua vinda, que estava particularmente diante
dessa igreja. Enquanto o Senhor não encontra nada para julgar em Filadélfia, Ele os adverte da possibilidade de deixar ir o que lhes foi
dado, e assim perder a sua “coroa”. Ele diz: “guarda bem o que tens” (TB). Note que eles são aconselhados não apenas a “guardar”,
mas a guardar “bem”. Isso indica a necessidade de determinação. O perigo sempre presente em Filadélfia era desistir das verdades que
haviam sido recuperadas, e se arrastar de volta à confusão da Cristandade da qual se haviam separado. A história nos diz que foi
exatamente isso o que aconteceu com muitos que estavam conectados com esse movimento. Eles abriram mão de partes da verdade que
foram recuperadas por este movimento, e foram levados em divisões entre os irmãos ou espalhados nas igrejas evangélicas. Hoje, a
energia espiritual conectada com esse movimento, que já foi considerável, está agora diminuindo ao ponto de um gotejar.
Vs. 12-13 – Como todas as outras igrejas, o Senhor também deu uma palavra ao vencedor. Podemos nos perguntar por que
haveria tal palavra dada a essa igreja, já que não havia nada fora de ordem a se exigir para se vencer. No entanto, um verdadeiro
vencedor na Filadélfia não é apenas ter estado nesse caminho de guardar Sua Palavra e não negar Seu nome, mas ter continuado nela
até o final da vida, ou até que o Senhor venha – o Arrebatamento.
1) “De Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças” (v. 18a). Isso satisfaria sua condição destituída de
“desgraçado”, “miserável” e “pobre”. Eles imaginavam que eram ricos (no sentido de ter muita verdade e grandes poderes
espirituais), mas na realidade precisavam de “ouro”. O ouro nas Escrituras fala da justiça divina. Isso significa que eles não
tinham uma base justa na qual pudessem estar diante de Deus. Isto mostra que a massa professa na Cristandade nos últimos dias
não será nem salva! “De Mim compres...” indica a necessidade de ter uma relação pessoal com o Senhor em fé.
2) “E vestidos brancos, para que te vistas” (v. 18b). Isso satisfaria sua condição de estar “nu”. Essa igreja não apresentava as
características morais de Cristo. Por isso, precisavam de uma vida de justiça moral e prática – da qual falam as vestes brancas.
3) “E que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas” (v. 18c). Isso satisfaria a condição de serem espiritualmente “cegos”.
Eles se enganavam. Eles se viam como algo que não eram, e precisavam desesperadamente abrir os olhos para sua verdadeira
condição; mas mais importante, ver o Senhor. O Senhor promete que, se eles se voltassem para Ele, Ele lhes daria o
discernimento espiritual que lhes faltava.
Ele diz: “a todos quantos amo...” (v. 19). Isso se refere aos verdadeiros crentes em meio à massa professa. Nos primórdios
da Igreja, ela havia deixado seu “primeiro amor”, mas agora, nos últimos dias, descobrimos que o Senhor não deixou o Seu amor por
ela! Por todos os longos anos de abandono a Cristo e à verdade, descobrimos que Ele não mudou! “Cristo amou a Igreja, e a Si
mesmo Se entregou por ela” (Ef 5:25).
Infelizmente, ao examinarmos as grandes pretensões dos laodicenses, vemos que o Senhor – no que diz respeito aos Seus
direitos – foi deixado de fora (v. 20). Assim, Laodiceia é retratada como uma igreja sem Cristo, tendo colocado o Senhor da glória fora
de sua porta. Essencialmente, eles (na prática) excomungaram a Cabeça da Igreja! Isto é marcado pela indiferença grosseira às
reivindicações de Cristo. Tal é a condição lamentável que marca a Cristandade moderna nestes últimos dias. Hamilton Smith disse:
“Como antigamente, a nação de Israel selou seu destino ao rejeitar seu Messias, e sua casa ficou desolada; assim, hoje, a Cristandade
está selando seu destino rejeitando a Cristo, e muito em breve será vomitada de Sua boca”. Este é o retrato solene que encerra o
capítulo 3 e, com ele, a história da Igreja na Terra.
A recuperação será apenas em uma base individual. Não podemos esperar ver uma recuperação em larga escala da Igreja.
Por isso, o Senhor diz: “se alguém ouvir a Minha voz...” (2 Tm 2:19-21). A única esperança é que alguns indivíduos sejam
recuperados desse estado desprezível.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
O fato de o Senhor mencionar Sua vinda em Seus discursos às últimas quatro igrejas indica que essas condições
eclesiásticas continuarão na Terra de algum modo observável até que Ele venha. Olhando para a vasta profissão Cristã hoje, podemos
ver o que “Tiatira” representa – o catolicismo. Então, podemos ver o que “Sardo” representa – as igrejas protestantes e os muitos
corpos dissidentes que saíram deles. E também há o que “Filadélfia” representa – um testemunho remanescente pequeno e
aparentemente insignificante no qual são praticados os primeiros princípios de ordem na assembleia. E, finalmente, podemos ver
“Laodiceia” – um grande setor no testemunho Cristão que é caracterizado pela grandeza autossuficiente e que se imagina dotado de
grandes riquezas espirituais e poderes miraculosos.
As duas últimas igrejas não são apenas posições eclesiásticas, mas são também estados morais nos quais os crentes são
encontrados. Por exemplo, pode ser possível estar eclesiasticamente em uma posição de Filadélfia, mas estar praticamente em um
estado de Laodiceia.
UM PARÊNTESE
Preparativos Celestiais Antes de os Juízos Caírem Sobre a Terra
Capítulos 4-5
Isto indica que esta companhia celestial de homens redimidos (os 24 anciãos) entende que Cristo está prestes a responder às
orações dos santos que por milhares de anos O chamaram para vir e endireitar o mundo para a glória de Deus (Lc 18:7). Porém, mais
especificamente, os santos que oram, com os quais a companhia celestial de anciãos está tão profundamente interessada, são aqueles
que sofrem na Terra por sua fé durante o tempo em que os juízos apocalípticos deste livro serão derramados. Esses santos são crentes
no evangelho do reino que será pregado naquele dia. Eles são aqueles a quem Deus redimiu da nação de Israel e das nações gentias
(cap. 7). Os anciãos no céu são vistos como sacerdotes e observadores celestiais em conexão com esses santos sofredores da Terra.
Contudo, antes de Cristo abrir os selos e ordenar que os juízos caiam sobre a Terra, todo o céu irrompe em louvor àqu’Ele
que é capaz e digno (vs. 9-14).
Cap. 6:1-2 – O primeiro selo aberto. O que é retratado no cavaleiro sobre “um cavalo branco” é a primeira coisa que
acontecerá na Terra após o Arrebatamento. O cavaleiro não é Cristo (cap. 19:11), nem é o anticristo (1 Jo 2:18). Refere-se à igreja de
Roma usando seu poder, influência e dinheiro para reunir dez nações na Europa Ocidental em uma federação chamada “a besta”. Este
é o renascimento do Império Romano indicado em Daniel 2:41-43 e 7:7-8. Apocalipse 17:1-6 também aponta para isso, indicando que
a igreja católica romana (sob a figura da prostituta) terá o controle dessa recém-formada federação de nações nos primeiros três anos e
meio da semana profética de Daniel 9:27. Para estar sob o controle desse sistema religioso durante esse tempo, o império romano
deverá necessariamente ter sido revivido antes.
O cavalo aqui no capítulo 6 é “branco”, significando a pretensão de retidão e pureza de propósito da Roma papal. O
cavaleiro tem um “arco” sem flechas, indicando que a conquista de Roma sobre as nações da Europa Ocidental e a sua união em uma
superpotência será algo sem sangue. Isso será conseguido por meio de reuniões e tratados de cúpula, e não por guerra. O governo da
igreja católica sobre o recém-revivido império será a sétima forma de governo do império em sua história – mas durará somente “um
pouco de tempo” – os primeiros três anos e meio da semana profética de Daniel (cap. 17:9-11).
Imediatamente após o surgimento deste novo império no Ocidente, o “príncipe” romano, à frente de suas operações
políticas sob a igreja católica, fará um “concerto [aliança]” com os judeus para “proteção” deles (a asa da abominação) contra as
nações islâmicas que os cercam (Dn 9:27a – JND). A profecia não nos dá mais detalhes sobre quem é esse homem. Ele é simplesmente
um testa-de-ferro político da igreja de Roma, que ocupará o cargo de “o príncipe” no início da última semana de anos. O príncipe é
identificado como “ele” em Daniel 9:27a.
Este homem não poderia ser o “chifre pequeno” (Dn 7:8, 20-21 – AIBB) – a “besta” em pessoa (Ap 13:4-7, 19:20, etc.)
porque tal homem sobe ao poder e apodera-se do ofício de príncipe romano no meio da semana. Sabemos disso porque Apocalipse 13:5
e Daniel 7:25 nos dizem que seu mandato será por “quarenta e dois meses” ou “um tempo, e tempos, e metade dum tempo”. Esses
períodos na profecia são medidos a partir do meio da semana até o final da semana (Dn 12:11). Assim, o reinado do “chifre pequeno”
ou da besta em pessoa será durante a segunda metade da semana – o tempo da grande tribulação. Quando tomar posse do ofício de
príncipe romano no meio da semana, ele violará os termos da aliança que terá sido feita com os judeus (Dn 9:27b – o segundo “ele” [e
na metade da semana ele fará...]). Assim, como L. Laurenson apontou, há a realização da aliança e há o rompimento da aliança; estas
são duas coisas diferentes feitas por dois homens diferentes (Messiah the Prince, pág. 160). (No livro de Daniel, as posições daqueles
que governam entre os reis gentios são ofícios que não necessariamente se referem a um indivíduo. Por exemplo, em conexão com o
império grego no capítulo 11, há nove ou dez homens diferentes mencionados no papel do rei do norte, que sucedem um ao outro
naquele ofício. Da mesma forma, com o rei do sul. É o mesmo em Daniel 9:27 em conexão com o império romano. O “príncipe” – o
primeiro “ele” e o segundo “ele” não são a mesma pessoa.)
A realização dessa aliança é significativa na profecia. Ela marca a retomada do ciclo das semanas (de anos) em Daniel
9:24-27, com a 70ª e última semana prestes a ser cumprida – após a qual, Deus introduzirá o reino como prometido em Daniel 9:24.
Como resultado deste pacto sendo feito com Israel, os judeus, que estão atualmente espalhados pelo mundo, se sentirão seguros para
retornar à sua terra natal, e o farão em massa, na primeira parte da semana (Is 18:1-4; Sl 73:10). Esta aliança permitirá que os judeus
pratiquem o judaísmo (“o sacrifício e a oferta de manjares” – Dn 9:27) de acordo com a Lei de Moisés, sem serem molestados.
Sacrificar seus animais e apresentá-los a Jeová é algo que eles não fazem há mais de 2.000 anos (Os 3:4).
Cap. 6:3-4 – O segundo selo aberto. A paz civil será tirada das nações da Europa ocidental (Mt 24:6-7a). O cavalo é
“vermelho”, indicando derramamento de sangue.
Cap. 6:5-6 – O terceiro selo aberto. A agricultura falhará e uma fome generalizada se seguirá (Mt 24:7b). O cavalo é
“preto”, indicando um tempo de lamentação e luto. “O vinho e o azeite” referem-se aos ricos da sociedade – particularmente os
judeus que retornaram em massa à sua pátria (Pv 21:17).
Cap. 6:7-8 – O quarto selo aberto. A peste (doença) se espalhará pela Europa ocidental (“a quarta parte da Terra”) e
muitos morrerão (Mt 24:7c). O cavalo é “amarelo [pálido]”, indicando doença e morte.
Cap. 6:9-11 – O quinto selo aberto. As autoridades de Roma começarão a martirizar as testemunhas judias que pregarão o
evangelho do reino (Mt 24:9). Este evangelho anuncia que há um Rei que virá e que derrubará todo o poder governamental e
estabelecerá o Seu próprio reino, no qual Ele reinará supremo (Sl 96). Isto será considerado subversivo para o regime católico (a
prostituta – cap. 17) que estará no controle do império (a besta) naquele tempo, e atrairá sua ira contra essas testemunhas, que serão
vistos como revolucionários. Assim, eles serão presos e executados pelas autoridades – martirizados (Ap 17:6). As almas destas
testemunhas permanecerão no estado separado (o Hades) até o final da semana profética, e então elas serão ressuscitadas (Ap 14:13).
Cap. 6:12-17 – O sexto selo aberto. Quando as coisas se aproximarem da metade da semana, Satanás será lançado na Terra
(cap. 12:7-9, 13), e imediatamente causará uma convulsão no governo das nações confederadas do Ocidente, sob a liderança do sistema
católico. Então, haverá um grande abalo político. Isto é apresentado simbolicamente sob a figura de “um grande terremoto” (TB).
Como resultado, os ofícios de governo no ocidente serão temporariamente lançados em um estado de confusão e anarquia. Não é
mencionado aqui, mas Satanás então energizará um homem (a besta em pessoa) que se levantará do caos e assumirá o controle da
liderança do império (Ap 13:1-10) e motivará os dez reis (nações) da federação a derrubar o regime católico – a prostituta (Ap 17:16-
17).
O coração dos homens desmaiará de terror, em vista do que está por vir (Lc 21:25-26). O fato de que eles falam da “ira do
Cordeiro” mostra que são pessoas esclarecidas que estão familiarizadas com o evangelho e certas verdades bíblicas, mas infelizmente
negligenciaram receber a Cristo como seu Salvador quando tiveram oportunidade de fazê-lo. Eles erroneamente pensam que Ele está
prestes a vir e julgar o mundo, mas isso acontecerá mais tarde.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
UM PARÊNTESE
Entre o Sexto e o Sétimo Selo
Capítulo 7
Cap. 8:8 – A segunda trombeta. João vê “um grande monte ardendo em fogo” se dissolver no “mar” – ou seja, uma
erupção vulcânica gigante. Isto se refere a uma grande e poderosa nação no ocidente se desintegrando e se dissipando no “mar” das
nações (Ap 17:15). Isto é um juízo de Deus, do qual “fogo” é um símbolo. O resultado é que muitos no ocidente abandonarão
formalmente sua profissão de fé em Deus e apostatarão (se tornarão “sangue”). Alguns pensam que este monte possa ser os Estados
Unidos da América. Se isso for verdade, explica por que esse grande poder militar não é mencionado como tendo parte nas guerras
vindouras do Armagedom.
O Sr. W. Kelly disse: “Os Estados Unidos da América submergirão em um pântano político; e como eles têm sido até aqui
um mero omnium gatherum – um conglomerado de pessoas e coisas de todas as partes do mundo, especialmente da Europa, composto
sem dúvida de uma vasta quantidade de competências, indústrias e empreendedorismo, mas também, não pouco da escória e do lixo de
todas as nações; então acredito que se dividirão em facções sob elementos primários de discórdia; e, após arrogante vanglória,
finalmente vão estourar como uma bolha... Assim, relativamente à América, eu imagino que a jovem potência gigante que cresceu tão
rapidamente, vai afundar ainda mais rapidamente, provavelmente por uma guerra civil, mas certamente de alguma forma antes desse
dia chegar. Os EUA vão se dividir em diferentes fragmentos. Seu principal objetivo é manter a unidade política. Esta é a sua grande
ambição, e embora pareça estar em pé e avançar, como tudo o que é ambicioso está apto a prosperar por um tempo, mas tudo será
derrubado em pouco tempo. Assim, é um fato notável que não haja lugar na profecia para um vasto poder de influência, como os
Estados Unidos da América naturalmente seriam, se por tanto tempo manteve sua coesão. É concebível que pudesse existir um tal
poder naquele dia, sem haver qualquer menção a ele? Poderia a omissão ser explicada a não ser por sua dissolução?” (Lectures on the
Minor Prophets, pág. 109-110).
Cap. 8:10-11 - A terceira trombeta. Uma grande pessoa em alta posição de influência no Ocidente (“uma grande estrela”)
renunciará formalmente sua declaração de conhecimento de Deus, e isso levará mais à apostasia.
Cap. 8:12 - A quarta trombeta. Muitos outros líderes influentes no Ocidente a quem os homens procuram orientação e
conselhos (“o Sol”, “a Lua” e “as estrelas”) também cairão em apostasia. Estes podem ser homens políticos respeitados, analistas
financeiros, etc.
Cap. 9:1-12 – A quinta trombeta. O anticristo, o falso messias do judeu (“uma estrela”), se manifestará em seu caráter
satânico completo. Ele terá permissão para abrir “o abismo” – a prisão de demônios (Lc 8:30-31) – e liberar sua influência cegante
(“fumaça” – ARA) na Terra. O símbolo de “gafanhotos” com “caudas” como um “escorpião” e com “aguilhões” de um escorpião
(v. 10) é usado para descrever a destruição espiritual da apostasia que esses agentes demoníacos causarão nas almas. A missão deles
será fazer com que a massa não selada de judeus na terra de Israel acredite na “mentira” do anticristo (v. 4). T. B. Baines ressalta que
uma vez que o selamento no capítulo 7 não foi para os gentios, mas para um número seleto das doze tribos, podemos deduzir que esse
juízo da quinta trombeta é particularmente relativo à massa de judeus reprovada na terra de Israel (The Revelation of Jesus Christ, pág.
120). Como um juízo retributivo, Deus permitirá que sejam cegados pela mentira (Is 8:21-22), porque se recusaram a crer no evangelho
de Sua graça quando foi pregado pela Igreja. Seu poder cegante também enganará a massa das nações ocidentais, outrora
Cristianizadas, e as levará à apostasia (2 Ts 2:9-10).
Cap. 9:13-21 – A sexta trombeta. A federação de dez nações do Ocidente (a besta), que terá o controle da terra de Israel
como parte de seu império, terá sua fronteira oriental (que “o grande rio Eufrates” simboliza) tomada por um grande exército de
soldados de infantaria. Estes serão os exércitos de outra confederação de dez nações muçulmanas, ao norte e leste de Israel. Eles serão
liderados pelo “rei do norte” – o assírio (Sl 83:1-8; Dn 11:40-41). Veja Apocalipse 16:12. Em questão de poucos dias, esses exércitos
varrerão a terra de Israel, destruindo a massa de judeus que receberam o anticristo e adoraram a imagem da besta. Esses ferozes
guerreiros são descritos como sendo movidos pelo poder satânico – “o poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas.
Porquanto as suas caudas são semelhantes a serpentes” (v. 19).
UM PARÊNTESE
Entre a Sexta e a Sétima Trombeta
Capítulos 10:1-11:14
Visto que os juízos que caíram até aqui nos levaram ao momento em que Cristo aparecerá pessoalmente do céu em juízo
(como indicado no soar da sétima trombeta – Ap 11:15-18), mais detalhes sobre esse monumental evento agora nos são dados entre
parênteses. Este parêntese consiste em dois assuntos.
“Aquilo que o detém” refere-se ao princípio da lei e ordem no governo humano que Deus colocou na mão do homem para
exercer após o dilúvio visando conter o mal (Gn 9:5-6; Ec 5:8; Rm 13:1-7). J. N. Darby disse: “‘Aquilo que o detém”, portanto, é o
poder de Deus agindo no governo aqui abaixo, conforme autorizado por Ele. O mais grosseiro abuso de poder ainda tem esse último
caráter. Cristo poderia dizer a Pilatos: ‘Nenhum poder terias contra Mim, se de cima te não fosse dado’. Por mais perverso que fosse,
seu poder é possuído como vindo de Deus” (Synopsis of the Books of the Bible, em 2 Tessalonicenses 2). O Sr. Darby também disse:
“‘Aquilo que o detém’ no grego significa uma coisa. O que é isso? Deus não nos disse o que é, e isto, sem dúvida, porque a coisa que
restringiu antes não é a mesma que restringe agora. Então, em certo sentido, era o Império Romano, como pensavam os pais, que viam no
poder do Império Romano um obstáculo à revelação do homem do pecado, e assim oravam pela prosperidade daquele império.
Atualmente, o obstáculo é a existência dos governos estabelecidos por Deus no mundo” (Collected Writings, vol. 27, págs. 302-303).
O segundo que restringe é “Aqu’Ele que agora o detém” (2 Ts 2:7 – TB). Isso se refere a uma Pessoa divina – o Espírito
Santo residindo na Terra na Igreja – agindo para conter o mal em várias esferas. O apóstolo Paulo diz que o Espírito irá restringir “até que
do meio seja tirado [até que Se vá – JND]”. Assim, haverá um tempo em que o Espírito Santo não mais residirá na Terra. Atualmente, o
Espírito habita na Igreja, mas quando a Igreja for chamada da Terra no Arrebatamento, o Espírito também “Se irá” da Terra naquele
momento, pois Ele habita na Igreja “para sempre” (Jo 14:16). Isso não significa que o Espírito deixará de trabalhar na Terra. Ele
continuará a trabalhar aqui, mas será do céu como fez nos tempos do Velho Testamento.
Após o Arrebatamento, o mal fluirá em um ritmo acelerado, porque os governos do ocidente apostatarão e o Espírito de Deus
não mais estará residindo na Terra para conter o mal. No entanto, a operação do mal será interrompida abruptamente na Aparição de
Cristo, que é o ponto diante de nós em Apocalipse 10.
Há uma correlação precisa entre os juízos das trombetas e os juízos das taças de ouro. A primeira trombeta e a primeira taça
têm a ver com a “terra”. A segunda trombeta e a segunda taça têm a ver com o “mar”. A terceira trombeta e a terceira taça têm a ver
com os “rios”. A quarta trombeta e a quarta taça têm a ver com o “Sol”. A quinta trombeta e a quinta taça têm a ver com a influência
das “trevas”. A sexta trombeta e a sexta taça têm a ver com “o rio Eufrates” e um exército invasor passando por ele. A sétima
trombeta e sétima taça têm a ver com a intervenção pessoal de Cristo – Sua Aparição em julgamento. É significativo que os juízos das
trombetas estejam na “terça parte” da terra, mar, rios, etc. – uma área restrita do mundo (a terra profética ocidental) – ao passo que os
juízos das taças não têm tal expressão. Isso indica que os juízos das taças são muito mais amplos em seu alcance.
Alguns pensaram que estes juízos das taças ocorreriam após os juízos das trombetas – apenas alguns dias antes da Aparição
de Cristo. Mas isso altera a linha do livro e contribui para problemas de interpretação. Por exemplo, a secagem do Eufrates ocorre duas
vezes e a terra de Israel será atacada e devastada pelos exércitos do nordeste duas vezes – a sexta trombeta e a sexta taça! Além disso, o
Senhor sairá do céu em julgamento (Sua Aparição) duas vezes! – a sétima trombeta e a sétima taça. A. C. Brown e outros ressaltaram
que faz muito mais sentido ver os juízos das trombetas e os juízos das taças como passando pelo mesmo terreno, mas de uma
perspectiva diferente. (Isso é indicado no gráfico colocado no início do sexto capítulo, na página 59).
Cap. 16:1-2 – A primeira taça. Seguidores individuais da besta em seu império (“a terra”) e também quaisquer seguidores
que possam estar em nações longínquas serão feridos com uma “chaga má e maligna” pela qual são afligidos por uma consciência
culpada, que lhes traz miséria constante.
Cap. 16:3 – A segunda taça. Aquelas nas nações longínquas (“o mar”) que rejeitaram o evangelho do reino (Mt 24:14),
apostatarão da luz que tiveram.
Cap. 16:4-7 – A terceira taça. As fontes naturais de alegria e bem-estar da vida (“os rios”) serão tiradas das nações
longínquas.
Cap. 16:8-9 – A quarta taça. Uma grande autoridade governante nas nações longínquas (“o Sol”) vai apostatar, causando
uma opressão assustadora sobre os homens.
Cap. 16:10-11 – A quinta taça. As “trevas” (TB) morais e espirituais varrerão os que se sujeitaram à besta, o que lhes dará
um profundo senso do abandono de Deus. Isso também será sentido por muitas nações longínquas.
Cap. 16:12-14 – A sexta taça. A fronteira oriental do império da besta (que simboliza a secagem do “o grande rio
Eufrates”) será invadida por um vasto exército de soldados de infantaria. Esta será uma confederação de nações muçulmanas, situada
ao norte e leste imediatos de Israel. É a mesma companhia mencionada no capítulo 9:13-21.
Esses exércitos confederados serão liderados pelo “rei do norte” (Sl 83:1-8; Dn 11:40-42). Eles varrerão a terra de Israel e
seguirão para o Egito, destruindo a massa dos judeus que receberam o anticristo. O diabo (“o dragão”) e seus dois agentes humanos
(“a besta” e “o falso profeta” – o anticristo) estarão por trás do ajuntamento dessas confederações para a batalha.
Esses “reis que vêm do lado do nascimento do sol” (ARA) não são a China nem a Índia, etc. W. Scott apontou que, se a
China estivesse em vista aqui, diria, “os reis do oriente”. Se essas nações do extremo oriente estiverem envolvidas nessas batalhas do
fim dos tempos, elas virão mais tarde com Gogue – a Rússia (Ez 38:6 – “muitos povos contigo”). Além disso, o rei do norte não é
Gogue. Gogue é dos “últimos confins do norte” (Ez 38:1-6 – TB).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
UM PARÊNTESE
Entre a Sexta e a Sétima Taças
(Capítulo 16:15)
Uma vez que as profecias até aqui nesta seção nos levaram ao momento em que o juízo será derramado sobre os exércitos
reunidos na terra de Israel, outro parêntese é aberto para explicar quem executará o julgamento – e quando. Será o próprio Senhor Jesus
Cristo Quem julgará esses exércitos na Sua Aparição. Sua voz pessoal agora é ouvida: “Eis que venho como Ladrão” (v. 15).
UM PARÊNTESE
O Juízo da Babilônia
(Capítulos 17-19:10)
Esses capítulos são dados para complementar as referências anteriores a “Babilônia” no capítulo 14:8 e no capítulo 16:19.
Foi feita menção a essa grande potência mundial e seu julgamento, mas agora é apresentada uma exposição completa do seu caráter e
suas formas. Esses detalhes extras nos ajudam a identificar quem é esse grande poder corrupto que desempenhará um papel tão
proeminente na profecia do fim dos tempos. O parêntese essencialmente apresenta uma comparação das duas mulheres proeminentes
no livro: a falsa igreja – “a grande prostituta” (cap. 17:1-19:5) e a verdadeira Igreja – “a esposa do Cordeiro” (cap. 19:6-10).
A Grande Prostituta
Cap. 17:1-6 – O capítulo começa com uma descrição de uma “grande prostituta” cavalgando a “besta de cor de
escarlata” com “sete cabeças e dez chifres”. Essa mulher corrupta é a Roma papal com todas as assim chamadas denominações
Cristãs sob suas asas – o estado final da Cristandade depois que a verdadeira Igreja for chamada para o céu. É a falsa igreja de Satanás.
A “prostituta” é, sem dúvida, a igreja católica romana. Isso é óbvio pela:
A Evidência Geográfica – ela é identificada com Roma –a cidade dos sete montes – “sete cabeças” (v. 9). Nenhuma outra cidade
notável do mundo foi assim descrita.
A Evidência Histórica – ela tem sido a grande perseguidora dos Cristãos ao longo da história. Nenhum outro sistema religioso na
Cristandade tem sido culpado de martirizar os santos, como Roma (v. 6).
A Evidência Política – ela controlou os governos da Europa na história. Nenhum outro sistema religioso na Cristandade quis
controlar os governos do mundo como Roma (vs. 1, 15, 18).
A Evidência Eclesiástica – a prostituição é uma figura usada nas Escrituras para aqueles que abandonam a Deus por idolatria.
Nenhum outro sistema religioso na Cristandade teve a extensão da idolatria como o catolicismo (v. 2).
As Evidências Mundanas – nenhum outro sistema religioso na Cristandade se revestiu de pompa e glória como a igreja católica
romana (v. 4).
A Evidência Comercial – nenhum outro sistema religioso na Cristandade teve tais conexões comerciais e acumulou tal riqueza
(cap. 18:9-19).
João é chamado para ver “o julgamento” (ARA) (não a glória) da grande prostituta. Sua destruição, que ocorre na metade
da semana profética, marca o fim da Cristandade. A influência da mulher corrupta sobre as multidões no ocidente é vista nela sentada
em “muitas águas” (vs. 1, 15). Sua culpa de prostituir a verdade e intoxicar os homens com suas más doutrinas e práticas, é retratada
em sua “fornicação” (v. 2 – TB).
Embora professe grandes posses espirituais, ela é espiritualmente destituída. Isto é indicado pelo lugar de seca em que
habita – “um deserto”. Ela se assenta na “besta”, indicando que ela terá o controle das nações confederadas do ocidente. Sua glória
mundana é vista em suas vestes de “púrpura e de escarlata” com “ouro, e pedras preciosas e pérolas” (v. 4). Ela é identificada
como “Mistério, a grande Babilônia”, indicando as profundezas de sua idolatria. Ela é “mãe das prostitutas” (TB). Isso significa
que ela tem muitas filhas sob suas asas, que têm seu caráter. Como uma “mãe”, ela deu origem a outras denominações na Cristandade,
pois todas elas saíram de sua corrupção clerical e, portanto, carregam as marcas de seu caráter em graus variados. Todas elas serão
reunidas sob suas asas na primeira metade da semana profética e constituirão a falsa igreja (v. 5).
A Queda da Babilônia
Cap. 17:15-18 – O instrumento de destruição da prostituta são os “dez reis”, a federação de dez nações sobre as quais ela
governará nos primeiros três anos e meio da semana profética. Essas nações terão tido o suficiente do catolicismo e “aborrecerão a
prostituta”. E, com a ajuda da besta em pessoa, que assumirá a liderança do império, eles “a porão desolada”. Essa é a “queda” da
Babilônia. Sabemos que isso acontecerá na metade da semana profética, porque o novo líder diabólico (a besta ou “ponta pequena [o
chifre pequeno]”) que sobe ao poder, continua no ofício de “príncipe” romano (Dn 9:27b – o segundo “ele”) por “quarenta e dois
meses”, que é a última metade da semana (cap. 13:5; Dn 7:25).
Cap. 18:1-8 – Segue-se neste capítulo uma descrição da falsa igreja sob o catolicismo (a prostituta) em seu estado decaído,
como tendo sido desolada pelos dez chifres. A proclamação: “Caiu, caiu a grande Babilônia” refere-se a isso. Como mencionado no
capítulo 14:8, isso refere-se ao lado religioso do império tornando-se extinto. No entanto, a Babilônia como um império (política e
militarmente) não terá desaparecido. Continuará sob uma forma satânica de governo sob a besta em pessoa e enfrentará sua completa e
final destruição no final da semana profética, quando Cristo aparece e a julga. Isso é descrito no final deste capítulo 18 sob a figura de
“uma pedra como uma grande pedra de moinho e lançou-a no mar” e “será precipitada Babilônia, a grande cidade” (cap.
18:21-24 – TB).
O que antes era a “morada de Deus em Espírito” (Ef 2:22) é agora visto como “morada de demônios, covil de toda
espécie de espírito imundo” (cap. 18:2 – ARA). Sua iniquidade é totalmente exposta por ter prostituído a verdade professada (que na
realidade é um erro) e intoxicado as nações com suas doutrinas e práticas. É retratada como “fornicação” (TB) espiritual, que é
idolatria (v. 3). Deus sempre chama Seus filhos para fora do que é corrupto e mau. Os santos dos séculos passados ouviram esse
chamado e se separaram das abominações romanas, e milhares deles selaram seu testemunho com seu sangue. Um grande número de
crentes tementes a Deus ouvirá esse chamado e se separará desse sistema iníquo nos primeiros 3 anos e meio da semana profética (v.
4). Eles sofrerão perseguição e martírio por causa de suas convicções (cap. 6:9-11, 17:6, 20:4a). Seus corruptos “pecados” de
comercializar e prostituir as coisas Cristãs, e exaltar-se em vez de exaltar a Cristo, a Quem ela professa como Senhor, “se acumularam
até ao céu” e exigiram o justo julgamento de Deus sobre ela (vs. 5-8).
Cap. 18:9-20 – É então dada uma explicação de seu mundanismo e mercantilismo. Uma lamentação universal é retratada a
partir das várias classes de empresários comerciais do mundo, que tiveram relações com esse sistema perverso e lucraram com isso
financeiramente. Os mercadores lamentam principalmente porque sua esperança de ganho desaparecerá. Parece que ela tem sido um
fator de controle no mercado mundial. Não menos de vinte e oito coisas são mencionadas as quais ela comercializa. É significativo que
o primeiro seja “ouro” e o último sejam “almas de homens”. “Deus julgou a vossa causa quanto a ela” (v. 20) significa que os
santos de coração reto, muito antes disso, julgaram esse sistema perverso em seus corações, e se separaram dele. Agora, Deus vindica
juízo sobre eles, por meio desta grande queda.
A Destruição da Babilônia
Cap. 18:21-24 – Outro golpe em juízo é dado à “grande cidade da Babilônia”. Esta não é a queda da Babilônia, que
acabamos de notar, mas a destruição da Babilônia. Como mencionado, sua queda ocorre na metade da semana profética, mas sua
destruição será no final da semana profética. Como resultado, esse grande poder “não será jamais” achado. O anjo lançando “uma
grande pedra de moinho” no “mar” indica o caráter definitivo desse juízo. Isso se refere ao derradeiro fim da Babilônia como um
grande poder político e militar – em sua forma final sob a pessoa da besta – sendo julgada por Cristo em Sua Aparição (cap. 16:15-21).
As figuras usadas aqui são semelhantes a Isaías 24:1-12, que também se referem ao julgamento do Senhor sobre Babilônia em Sua
Aparição.
Por isso, os detalhes neste parêntese nos trouxeram novamente a Aparição de Cristo.
A PRIMEIRA VISÃO –
Cristo, o Conquistador Vitorioso
Cap. 19:11-16 – A sequência dos eventos proféticos é agora retomada com um relato detalhado da Aparição de Cristo. Os
céus estão “abertos” porque o momento da Aparição de Cristo chegou. Isso é bem diferente do capítulo 4:1 onde uma porta no céu foi
aberta para que João entrasse; aqui está aberta para que Cristo e os exércitos do céu saiam. O Senhor Jesus disse que ninguém sabe a
hora exata em que isto será (Mt 24:36). A soberania da Terra é realmente a grande coisa em questão, e será decidida de uma vez por
todas nesse momento. O resultado é que os reinos deste mundo se tornarão o reino de nosso Senhor e do Seu Cristo (Ap 11:15). Este é
o caráter Davídico (guerreiro) do Senhor em julgamento.
Ele monta um “cavalo branco”. Isto não é literal, mas simbólico do Seu poder vitorioso (v. 11a). Nos antigos países orientais,
quando um rei chegava em um lugar montado num jumento, significava que ele estava vindo em paz (Zc 9:9), mas quando vinha
a cavalo, estava vindo em guerra. Este Cavaleiro não deve ser confundido com o cavaleiro em um “cavalo branco” do capítulo
6:1-2, que é a Roma papal professando pureza de motivos, ao reunir as nações da Europa ocidental em uma federação.
Ele é chamado de “Fiel e Verdadeiro” porque julga com justiça e de acordo com a verdade (v. 11b).
Seus olhos são “uma chama de fogo”, significando que Ele tem onisciência divina, que sonda todo o mal oculto e trata dele de
acordo com a justiça (v. 12a).
Ele usa “muitos diademas” referindo-se ao domínio universal que pertence a Ele (v. 12b).
Ter um “nome escrito, que ninguém sabia” fala da glória intrínseca de Sua Pessoa, que nenhum ser humano pode conhecer (v.
12c; Mt 11:27).
Ele está vestido com “uma veste salpicada de sangue”, significando que Ele vem em vingança (v. 13a). O sangue aqui não é o
Seu sangue que foi derramado pelos pecadores, mas o sangue dos Seus inimigos (Compare Is 34:6, 63:1-4).
Seu nome é “a Palavra de Deus” porque Ele é o expoente perfeito da mente de Deus, conforme expresso no juízo (v. 13b; Jo
1:1).
Os “exércitos” do céu que O seguem são os santos celestiais glorificados, do Velho Testamento e do Novo Testamento, que
comparecerão à Sua vinda (v. 14; 1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14; Zc 14:5; Ap 17:14). Eles não têm armas porque não precisam de
nenhuma; a batalha é do Senhor.
De Sua boca sai “uma aguda espada” (v. 15). Assim, Sua Palavra será o instrumento de destruição dos Seus inimigos (Hb 4:12;
Is 30:31). Há dois propósitos na Sua vinda em juízo: em primeiro lugar, “ferir as nações com vara de ferro” que se reúnem no
Armagedom – o juízo da colheita. Em segundo lugar, para pisar “o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-poderoso”
– o juízo da vindima (Is 63:1-6; Ap 14:18-20). (Este último juízo não é mencionado aqui porque o Espírito de Deus está focando
na Aparição de Cristo, e a vindima não acontece imediatamente, mas algum tempo depois.)
Seu nome (ou título) é “Rei dos reis, e Senhor dos senhores” (v. 16). Isso indica Seu direito soberano de governar todos os
reinos.
A SEGUNDA VISÃO –
A Convocação das Aves de Rapina Vorazes para a Ceia de Deus
Cap. 19:17-18 – Tão certo é o juízo dos exércitos que se reúnem para se oporem à intervenção de Cristo, que um anjo
convoca “todas as aves que voavam pelo meio do céu” para se alimentarem dos guerreiros abatidos. Esta é a segunda “ceia” neste
capítulo. “A ceia das bodas do Cordeiro” é uma cena de gozo e bênção no céu; “A ceia do grande Deus” é uma cena de juízo na
Terra. Esta ceia é dos que caíram mortos em batalha (vs. 17-18).
A TERCEIRA VISÃO –
O Julgamento no Armagedom
Cap. 19:19-21 – O julgamento que o Senhor executará neste momento é o primeiro de uma série de julgamentos. Quando
aparecer, Ele primeiro tratará das forças ocidentais no Armagedom. Estes são os exércitos confederados sob a besta (Babilônia
política), que virão para a terra de Israel, desde o oeste, com sua imensa marinha (Nm 24:24). Ao mesmo tempo, o Senhor enviará Seus
anjos, que irão pela terra profética e tomarão todos os que rejeitaram o evangelho e os lançarão no inferno (Mt 13:38-43, 24:40-41).
Este é o juízo da ceifa (colheita).
Vs. 20-21 – Não é dado aqui relato das batalhas no Armagedom, mas apenas o resultado. A besta (o líder da confederação
ocidental) é tomada com o anticristo e ambos são lançados vivos no lago de fogo. O anticristo não é chamado de “outra besta” ou “o
rei”, mas “o falso profeta”, porque neste ponto ele será reduzido a esse papel, tendo perdido seu lugar de governo na terra de Israel
como rei. Antes disso, ele terá fugido de seu posto na terra, quando o rei do norte e sua confederação árabe atacaram (Zc 11:17; Is
22:19; Jr 39:4; Jo 10:13).
A QUARTA VISÃO –
Satanás preso por 1.000 anos (o Milênio)
Cap. 20:1-3 – É desejo de Deus manifestar a glória de Cristo por meio da Igreja no exato lugar em que Ele foi rejeitado e
expulso e assim justificá-Lo diante dos olhos de todos (Mt 17:1-2; Jo 17:23; 2 Ts 1:10). Ele fará isso no Milênio – o reinado de 1.000
anos de Cristo. No entanto, toda a cena deve ser limpa antes que o palco possa ser montado para a manifestação de Sua glória real.
Como vimos nos capítulos anteriores, essa limpeza será por meio de julgamentos. Tendo julgado Seus inimigos, o Senhor fará “cessar
as guerras” (Sl 46:6-9; Is 2:4).
Para haver paz e benção na Terra, Satanás, que é o grande instigador de violência e corrupção, deve ser removido. O ato
final de preparação da cena para a manifestação da glória de Cristo será lançar Satanás e seus anjos, “no abismo”. Eles permanecerão
lá por “muitos dias” – a duração do Milênio (Is 24:21-22). A Terra estará livre de sua influência por 1.000 anos! Isso é algo que o
mundo nunca conheceu.
A esfera dos movimentos de Satanás será continuamente restringida, até que finalmente seja lançado no lago de fogo
(inferno). Ele uma vez teve o privilégio de estar no “jardim de Deus” (a morada de Deus), mas quando pecou, foi expulso (Ez 28:11-
19). Tendo sido expulso, ele rodeava os céus e a Terra, que ele procurou corromper (Jó 1:6-7, 15:15). Na época do dilúvio, alguns de
seus emissários foram confinados no abismo, devido à sua particular iniquidade de tentarem coabitar com as filhas dos homens (Gn
6:2; 2 Pe 2:5; Jd 6).
Então, na metade da vindoura semana profética de Daniel, ele será expulso dos céus “para a Terra” (Ap 12:7-9; Lc
10:18). Quando Cristo aparecer no final da semana profética, Satanás e seus anjos serão lançados no “abismo” por 1.000 anos.
Então, depois de sua última revolta (tendo sido solto do abismo após 1.000 anos), ele será lançado no “lago de fogo” – sua
eterna morada de juízo eterno (Ap 20:10; Mt 25:41).
A QUINTA VISÃO –
Os Santos Celestiais Reinam com Cristo por 1.000 Anos (o Milênio)
Cap. 20:4-10 – Depois de todos os poderes hostis serem abatidos, Cristo reinará sobre todas as obras das Suas mãos, com
os santos celestiais (Ap 20:4-6). A escritura nos diz que Deus “determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por
meio do Varão que destinou” (At 17:31). Este “dia” não é um único dia de 24 horas, mas todo o período de 1.000 anos – o Milênio.
É “o dia do Senhor” (2 Pe 3:8-10; 1 Ts 5:2; 2 Ts 2:2; Is 2:10-22; Jl 1:15; Sf 2:2; Ml 4:5). Antes disto os juízos da colheita e da
vindima, são juízos guerreiros Davídicos do Senhor, mas “o dia do Senhor” é o Seu reino Salomônico de paz (1 Rs 5:4; Sl 72:7-8,
147:14; Is 60:18).
Um resumo é dado daqueles que terão o privilégio de compartilhar o reinado de justiça de Cristo. Há três classes de santos
celestiais que se sentarão nos “tronos” na administração do reino. Esses tronos estão nos céus e não na Terra (Dn 7:22, 27 – “os santos
dos lugares altíssimos” JND). Assim, os santos vão auxiliar no julgamento vindouro do mundo (1 Co 6:2).
Os que “assentaram-se sobre eles” são os santos glorificados dos tempos do Novo e do Velho Testamento (v. 4a).
“As almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela Palavra de Deus” são os mártires da primeira
metade da semana profética, que serão ressuscitados e glorificados (Ap 6:9-11).
Aqueles que “não adoraram a besta, nem a sua imagem” são os mártires da última metade da semana profética que também
serão ressuscitados e glorificados (Ap 14:2-3, 15:2-4).
Cap. 20:7-10 – No final do milênio, Satanás “será solto da sua prisão”. Imediatamente ele fará uma tentativa final e
desesperada de recuperar o domínio sobre o mundo. Ele sairá a “enganar” aqueles que estão perdidos, e eles o seguirão em uma
audaciosa tentativa de derrubar os santos na “cidade amada”. Este é o último cerco de Jerusalém. Aqueles que o seguem são
chamados de “Gogue e Magogue”, mas eles não são as mesmas pessoas de Ezequiel 38-39. Aqueles que seguirem Satanás nesse
tempo são assim chamados porque têm o mesmo caráter ímpio da incredulidade. Deus usará esse evento para levar Satanás e todos os
que o seguem, para o seu fim definitivo. “Fogo” (um símbolo de juízo) descerá de Deus e os devorará. Satanás será lançado no lago de
fogo – sua eterna morada de juízo.
A SEXTA VISÃO –
O Grande Trono Branco
Cap. 20:11 – A sexta visão é de “um grande trono branco” e “aqu’Ele” (ARA) que Se senta nele. Assim, o Milênio
começa e termina com sessões de julgamento (vs. 4, 12-15). Quem é o ocupante deste trono? Não é Deus o Pai, mas Deus o Filho, pois
todo o julgamento foi confiado em Sua mão (Jo 5:22).
A SÉTIMA VISÃO –
O Juízo dos Mortos Ímpios
Cap. 20:12-13 – Esta cena final de julgamento é a dos mortos ímpios. O último ato registrado no tempo é o julgamento
daqueles que seguirem Satanás em sua revolta final; o primeiro ato registrado na eternidade é a ressurreição e julgamento dos mortos
ímpios. Entre esses dois eventos, a “terra e o céu” fugirão da “presença” daqu’Ele que está sentado no trono. Eles na verdade
acontecem ao mesmo tempo. Neste ponto, ocorrerá o derretimento dos elementos de toda a criação (2 Pe 3:7-12). Isso não incluirá a
morada de Deus (“o terceiro céu”), pois o fogo da purificação não pode tocá-la.
Não haverá uma ressurreição universal de todos os homens. A Escritura indica que há duas ressurreições: uma
“ressurreição da vida” e uma “ressurreição da condenação” (Jo 5:28-29; At 24:15). Este capítulo chama a ressurreição da vida de
“a primeira ressurreição” (v. 5). Ela envolve apenas os justos. O fato de que diz: “Mas os outros mortos não reviveram, até que os
mil anos se acabaram”, indica que há outra ressurreição após a primeira ressurreição – e compreende os ímpios. Por isso, poderia ser
chamada de “a segunda ressurreição”.
Os ímpios mortos desde o início dos tempos serão ressuscitados para receberem sua sentença eterna de juízo. Eles ficarão
suspensos no espaço, diante de seu Criador e serão sentenciados a uma eternidade perdida no “lago de fogo” – o inferno (Jó 14:12). Ao
contrário do ensino popular, não há ninguém no inferno ainda (o lago de fogo). Aqueles que morreram em seus pecados estão
atualmente em “prisão” no hades (1 Pe 3:19), que é um estado temporário de confinamento para espíritos desencarnados que estão
perdidos. As primeiras pessoas a serem lançadas no inferno (o lago de fogo) serão a besta e o anticristo, então, todos aqueles que
rejeitaram o evangelho da graça de Deus nas nações ocidentais serão colocados lá pelos anjos (o julgamento da colheita). Os ímpios
mortos serão os últimos a serem enviados para lá. Uma vez que essas pessoas serão ressuscitadas dos mortos para ficarem diante do
grande trono branco, elas serão lançadas vivas ao lago de fogo (espírito, alma e corpo) e sofrerão em interminável separação de Deus.
Todos os que não forem encontrados escritos no “livro da vida” serão julgados de acordo com suas obras, conforme
registrado nos “livros”. O fato de haver livros indica que Deus mantém registros das vidas dos homens. Cada pensamento, palavra e
obra são registrados lá. Lucas 12:47-48 indica que haverá vários graus de punição para os perdidos no inferno. Será um juízo justo, e
eles serão punidos “segundo as suas obras”. Ninguém sofrerá por algo que não fez.
Cap. 20:14-15 – “Morte e Hades” (TB) são personificados como poderes e são lançados no lago de fogo em derrota
eterna. Ambos passaram a existir porque o homem pecou, mas agora não haverá mais necessidade deles. “O lago de fogo” é o eterno
depósito dos perdidos onde eles sofrerão. Um “lago” denota um local de confinamento; águas de vários riachos e rios fluem para
dentro dele e são ali confinadas. “Fogo” é um símbolo de juízo em toda a Escritura. Portanto, os perdidos estão em um lugar de
confinamento eterno sob o juízo de Deus. Deus nunca pretendeu que nenhuma pessoa acabasse naquele terrível lugar de juízo; ele foi
preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25:41). Mas os homens iníquos que recusarem as manifestações do amor e da graça de Deus
para com eles, também acabarão lá.
O fato de que esse juízo de pessoas iníquas é chamado de “a segunda morte” mostra que elas não deixaram de existir
quando experimentaram a primeira morte (morte física). Se não restasse nada delas depois que morressem, como alguns falsamente
ensinam, então elas não vivenciariam esse juízo.
Alguns pensam que “eterna perdição” (2 Ts 1:9; Fp 3:19; Mt 7:13; 2 Pe 2:1, 12, 3:16, etc.) significa que as pessoas são
consumidas pelo fogo do juízo de Deus e deixam de existir depois disso. Essa falsa doutrina é chamada de aniquilacionismo. A Palavra
de Deus, no entanto, indica que a “eterna perdição” não tem a ver com a perda do seu ser, mas com a perda do seu bem-estar.
Está claro em Jó 30:24 que os perdidos ainda existem depois que morrem. Ali diz que eles “clamam” mesmo depois de
terem sido destruídos. Apocalipse 19:20 nos diz que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo. Então, no capítulo
20, somos informados de que o diabo é colocado no abismo durante o Milênio e depois solto. E depois de uma breve rebelião, lemos:
“E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta” (Ap 20:10). Observe: a
besta e o falso profeta ainda estavam lá no lago de fogo após o reinado de mil anos de Cristo! Eles não deixaram de existir. O Senhor
Jesus disse: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus
sobre ele permanece” (Jo 3:36). “Permanece” é algo em andamento. Se a ira de Deus permanece no incrédulo, deve haver a
existência do incrédulo para que ela permaneça sobre ele. Novamente, diz em Apocalipse 14:11, “E o fumo do seu tormento sobe
para todo o sempre”. O tormento significa uma condição que requer que uma pessoa viva o sofra. Você não pode atormentar o que
não existe. O Senhor também disse: “Onde o seu bicho não morre” (Mc 9:48). Isso indica que os tormentos de uma consciência
culpada não morrerão nos perdidos sob o castigo eterno. Além disso, várias passagens das Escrituras nos dizem que o fogo do juízo de
Deus “nunca se apagará” (Mt 3:12; Mc 9:43, 45; Lc 3:17). Que necessidade haveria dele se aqueles que são lançados ali fossem
aniquilados imediatamente? Alguns nos dizem que a morte em si é o juízo. Mas a Escritura diz: “Aos homens está ordenado
morrerem uma vez, vindo depois disso (da morte) o juízo” (Hb 9:27). Se “depois” da morte é o juízo, como poderia a morte ser o
juízo?
Mesmo em nossa linguagem comum, “perdição” não significa o fim da existência. Por exemplo, se pegássemos um
machado e destruíssemos uma linda mesa de madeira, haveria uma pilha inútil no chão, com o mesmo tanto de material de quando ela
era uma mesa bonita e útil. Uma vez que foi destruída, ela não é mais útil para o propósito para o qual foi feita. É o mesmo com a
destruição dos seres humanos. O homem foi feito para a glória de Deus (Is 43:21; Ap 4:11). Se ele entrar em “eterna perdição”, não
poderá mais ser ajustado, por meio da salvação, para o propósito para o qual ele foi criado.
A OITAVA VISÃO –
O Estado Eterno
Cap. 21:1-8 – A visão final é o Estado Eterno, que é o ápice dos santos desejos de Deus no mais pleno sentido. Isso nos
leva ao fim de todo o propósito de Deus em relação à glória de Cristo e à bênção do homem. Relativamente pouco nos é dado na
Escritura sobre o Estado Eterno. Há realmente apenas três passagens principais que falam sobre isso (Ap 21:1-8; 2 Pe 3:10-13; 1 Co
15:24-28).
É significativo que o número oito marque esta passagem. Isso fala de novo começo.
É a oitava visão.
Oito coisas são ditas já não existirem mais – o primeiro céu, a primeira Terra, o mar, lágrimas, morte, pranto, clamor e dor (vs. 1-
4).
Oito classes de pecadores são encontradas sob juízo eterno – os tímidos [medrosos – TB], os incrédulos, os abomináveis, os
homicidas, os fornicários, os feiticeiros, os idólatras e todos os mentirosos (v. 8).
Deus começará a “reconciliar todas as coisas” a Si mesmo no Milênio, mas isto não estará completo até que o Estado
Eterno seja alcançado (Cl 1:20). O pecado e a morte ainda existirão no Milênio (1 Co 15:25-26), mas no Estado Eterno todos os
vestígios de pecado, de Satanás e da morte terão desaparecido (Jo 1:29). Durante o Milênio, a justiça “reinará” (Is 32:1), mas no
Estado Eterno, a justiça “habita” (2 Pe 3:13). Em contraste com isso, aqueles que hoje defendem a justiça, “padecem” (1 Pe 3:14).
A justiça reinará no Milênio por meio de Cristo governando com “uma vara de ferro” (Sl 2:9; Ap 2:27). Mas no Estado
Eterno, não haverá necessidade de reinar, porque não haverá nada para subjugar, pois tudo será de Deus, e Ele será “tudo em todos” (1
Co 15:28). Cristo e os santos celestiais reinarão “para todo o sempre [para os séculos dos séculos – JND]” (o Estado Eterno), mas
não no século dos séculos (Ap. 22:5. Não há menção de um Rei reinando aqui nesta passagem, porque o Seu reino terá sido entregue ao
Pai (1 Co 15:24). Assim, o Milênio será para a vindicação do caráter santo de Deus, mas o Estado Eterno é para a satisfação de Seu
coração.
O grande ponto em relação ao Estado Eterno é que tudo será “novo” (v. 1). Os céus e a Terra permanecerão como lugares
distintos por toda a eternidade, mas estarão em uma condição inteiramente nova. Os “céus” mencionados aqui não são a morada de
Deus, que não precisa ser feita nova, mas sim os céus atmosféricos e estelares.
O fato de que “o mar já não existe” indica que não haverá mais separação nas circunstâncias, como as conhecemos. Um
“mar” é um elemento de separação na natureza e é usado para indicar separação de circunstâncias, idade, tempo, nacionalidade, etc.
Distinções de tempo, fronteiras geográficas, limitações e diferenças humanas então desaparecerão. Não haverá nada para separar os
homens da feliz comunhão uns com os outros e com Deus.
A Nova Jerusalém surge como a morada eterna da Igreja. Ela está “ataviada como noiva adornada para o seu esposo” (v.
2 – ARA). A Igreja é vista nos capítulos finais deste livro em seu caráter de “noiva” e em seu caráter de “esposa”. Como noiva, ela é
inteiramente para o gozo e satisfação do coração de Cristo. Como esposa, ela ajudará o Senhor na administração do mundo vindouro –
o Milênio (v. 9). É interessante notar que o seu caráter de esposa não continua no Estado Eterno, porque esse lado das coisas cessará.
No entanto, o lado de noiva continua para sempre.
É mencionada a nova Jerusalém “que de Deus descia do céu”, mas não há indicação de que ela toque a Terra e se faça
deles um só lugar. Os dois permanecerão lugares distintos do destino humano, mas na mais perfeita harmonia.
A declaração é feita: “Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará” (v. 3). Este é o grande
desejo de Deus – habitar em comunhão com “os filhos dos homens” (Pv 8:31). Isso será então perfeitamente realizado.
O versículo 4 indica uma condição de felicidade permanente. “Lágrima”, “morte”, “pranto”, “clamor”, “dor” são cinco
coisas que são resultado do pecado. Todas elas terão desaparecido para sempre, porque todas as coisas serão feitas novas (v. 5). Será
anunciado vitoriosamente: “Está cumprido”. Isso marca o cumprimento do propósito de Deus.
Os versículos 6-7 indicam que os homens redimidos sempre terão sede. Nossa sede no dia de Deus será por mais de Cristo
e de Seu amor. Ele é a “água da vida”, a única que pode satisfazer essa sede. Apesar de estar no Estado Eterno, ainda seremos
criaturas dependentes; nunca seremos autossuficientes. Deus atenderá a todos os nossos desejos perfeitamente e nos satisfará
eternamente com aqu’Ele que é “suficiente, para preencher a mente e o coração” (Hinário Little Flock nº 174).
O versículo 8 indica que não somente haverá um estado permanente de felicidade e bem-aventurança para os justos, mas
também haverá um estado permanente de condenação para os perdidos. Oito classes de pecadores são mencionadas como estando sob
juízo eterno no lago de fogo.
A IGREJA
NA ADMINISTRAÇÃO DO MUNDO VINDOURO
Capítulos 21:9-22:5
Esta seção é um apêndice do livro de Apocalipse. Ela nos leva de volta ao tempo do Milênio e nos fornece mais detalhes
sobre a administração do mundo vindouro, sob Cristo e a Igreja. Este é o momento em que a Igreja adequadamente participará de
governo. Muitos Cristãos pensam que deveriam estar envolvidos na política mundial e no governo hoje em dia, mas não é hora para
isso. Há grandes diferenças entre a falsa igreja (“a prostituta”) e a verdadeira (“a noiva, a esposa do Cordeiro”).
A prostituta é vista no “deserto” porque ela é espiritualmente destituída (Ap 17:3).
A noiva é vista de um “grande e alto monte” porque ela foi exaltada por Deus (Ap 21:10).
A prostituta é referida como uma “cidade” [sete montes] tendo nela tudo do homem (Ap 17:9).
A noiva é referida como uma “cidade” tendo nela tudo de Cristo (Ap 21:10).
A prostituta é mencionada como “grande” (sete vezes), mas não santa (Ap 17:1, etc.).
A noiva é dita como “santa”, mas não grande (Ap 21:10 – TB).
A prostituta glorifica a si própria (Ap 18:7).
A noiva é glorificada por Deus (Ap 21:11).
Ao olharmos para trás para os capítulos do livro de Apocalipse, podemos traçar a história da Igreja e seu destino final. Ela é
vista pela primeira vez na Terra no lugar do testemunho como “sete castiçais de ouro” e, infelizmente, falhando em sua
responsabilidade (caps. 2-3). Depois, ela é vista como parte dos “vinte e quatro anciãos” ao redor do trono no céu como observadores
inteligentes da sabedoria de Deus em Suas relações com os homens (caps. 4-5). Então, ela é vista como “a esposa do Cordeiro” nas
bodas do Cordeiro no céu (cap. 19:7-10). Depois disso, ela é vista como parte dos “exércitos” que seguem a Cristo do céu em Seus
juízos guerreiros (cap. 19:14). Então, ela é vista como a eterna “noiva” de Cristo, proporcionando eterno gozo e satisfação a Ele (cap.
21:2). Por fim, neste apêndice, ela é vista como uma “cidade” celestial na sede da administração no mundo vindouro (cap. 21:9-22:5).
Que história de divina graça!
A Cidade Celestial
Cap. 21:9-10 – A João é mostrada “a noiva, a esposa do Cordeiro” (TB), mas quando ele olha para ela, vê uma “cidade”,
não uma mulher. Essa alteração nas figuras é necessária porque uma mulher na Escritura não exerce assuntos administrativos. Isso está
consistente com o teor geral da Escritura. Portanto, a figura é alterada para uma “cidade” e é usada daqui em diante no capítulo.
Se o número oito marca o Estado Eterno, o número doze marca essa cena milenar no mundo vindouro. O número doze
significa perfeição administrativa.
Doze portas (cap. 21:12).
Doze anjos (cap. 21:12).
Doze tribos de Israel nas portas (cap. 21:12).
Doze fundamentos (cap. 21:14).
Doze apóstolos (cap. 21:14).
Doze mil estádios (cap. 21:16).
Doze vezes doze côvados (cap. 21:17).
Doze pedras preciosas (cap. 21:19-20).
Doze pérolas (cap. 21:21).
Doze tipos de frutas (cap. 22:2).
Doze meses do ano (cap. 22:2).
A “cidade” não é uma descrição do céu (como muitas vezes se pensava), mas da Igreja reinando com Cristo sobre a Terra
no Milênio. Não é uma cidade literal flutuando no céu. Apocalipse é um livro de símbolos e eles são usados para descrever a Igreja em
sua administração do mundo vindouro.
Uma cidade fala de um sistema organizado de vida sob um governo ordenado. Neste caso, ela é santa em natureza, celestial
em caráter e divina em origem.
EXORTAÇÕES DE ENCERRAMENTO
(Cap. 22:6-21)
Cap. 22:6 – Nestes últimos versículos, temos não apenas as exortações finais do livro de Apocalipse, mas também uma
conclusão apropriada para toda a Palavra de Deus.
3) O Esboço do Livro de Apocalipse Mostra que a Igreja Não estará na Terra Durante a Tribulação
Ao obter-se um simples traçado do livro de Apocalipse, percebemos vários pontos que mostram claramente que a Igreja
não estará na Terra quando os juízos da tribulação forem derramados.
Existem três divisões gerais no livro, dadas no capítulo 1:19:
“As coisas que tens visto” – referem-se ao que o apóstolo João viu no capítulo 1.
“As coisas que são” – referem-se aos capítulos 2 e 3, que contêm as cartas do Senhor às sete Igrejas, sendo uma história moral
da igreja professa na Terra, iniciada logo após o tempo dos apóstolos, até seus últimos dias.
“As coisas que depois destas hão de acontecer” – referem-se aos capítulos 4 a 22, em que a tribulação é descrita. Esta terceira
divisão é chamada “daqui em diante” (Ap 4:1 – KJV) porque trata de coisas que acontecerão depois que a Igreja terminar sua
história na Terra.
É instrutivo ver que depois dos capítulos 2 e 3, uma porta no céu se abre e João é chamado a “subir” (Ap 4:1). Esta é uma
pequena figura da Igreja sendo chamada para o céu depois de haver terminado o seu curso na Terra, pela vinda do Senhor (o
Arrebatamento). Do capítulo 4 até o final do livro, a Igreja não é mais vista na Terra como nos capítulos 1 a 3. Quando os juízos da
tribulação são derramados nos capítulos 6 a 19, a Igreja não é mencionada nenhuma vez!
Além disso, aqueles que serão martirizados por sua fidelidade durante a tribulação, indicado pelo caráter de suas orações,
não são Cristãos (Ap 6:9-10). Em primeiro lugar, a maneira pela qual se dirigem a Deus como “santo Dominador” mostra que eles
não são Cristãos. Os Cristãos não se dirigem a Deus dessa maneira; eles falam com Deus como Pai (Ef 1:2; Cl 1:2). Em segundo lugar,
eles oram por vingança sobre os habitantes da Terra que os perseguiram. Isso está correto e apropriado para um judeu (Salmos
imprecatórios), mas certamente não é a atitude de um Cristão. Os Cristãos abençoam aqueles que os amaldiçoam e oram por aqueles
que os caluniam (Lc 6:27-28), mas não invocam juízo sobre seus perseguidores (Rm 12:19-21).
No capítulo 7, nos é dito quem sai da tribulação no final. Os eleitos de Israel (vs. 1-8) e uma grande multidão de gentios
(vs. 9-17). Mas não há menção de Cristãos! Eles não saem da tribulação porque não entram na tribulação. Como já mencionado, eles
são chamados para o céu antes disso começar.
Note também, quando a Igreja é vista na Terra (nos capítulos 2 e 3) a expressão “Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas”, é repetida muitas vezes. Mas depois que a Igreja é vista como tendo sido levada (Ap 4:1), quando a tribulação
está ocorrendo, a expressão é ligeiramente alterada. Ela diz: “Se alguém tem ouvidos, ouça” (Ap 13:9). A frase “o que o Espírito diz
às igrejas” é propositadamente abandonada! A razão óbvia para isso é que a Igreja é considerada como já arrebatada. O Espírito não
está mais se dirigindo à Igreja porque a Igreja é vista como não estando mais na Terra.
Então finalmente no capítulo 19:11-21, no final da tribulação, vemos a Igreja como parte dos exércitos do céu (os santos
celestiais), vindo do céu com o Senhor em guerra. Para que ela possa vir do céu com o Senhor (1 Ts 3:13, 4:14; Jd 14, etc.), teve antes
que ser levada. A única coisa que se correlaciona com isso é o Arrebatamento que, como demonstramos, acontece antes de a tribulação
começar.
Além disso, se os santos fossem levados pelo Senhor ao céu no final da tribulação, então quem seria deixado para povoar a
Terra milenar? Com os ímpios sendo enviados para o castigo eterno, a Terra ficaria vazia de pessoas! (Os santos arrebatados para
estarem com o Senhor no ar, não voltam a viver na Terra. Eles reinarão sobre a Terra nos “lugares altíssimos” (JND) – Dn 7:18, 22,
27, 2 Co 5:1).
10) A Vinda de Cristo Para os Seus Santos Acontece Antes do Fim dos Tempos.
Primeira Coríntios 15:23-24 diz: “Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda; Depois virá o fim”.
Observe a ordem. Cristo é ressuscitado primeiro, seguido por aqueles que são Seus em Sua vinda (o que acontece no Arrebatamento –
1 Ts 4:15-18); então virá “o fim”. O “fim” refere-se de maneira geral a todos os eventos do fim dos tempos – incluindo, é claro, a
tribulação e o Milênio que a segue (Mt 13:39, 24:3-14; Dn 11:40, 12:4, 8, 9, 13). O que poderia ser mais claro? O povo do Senhor é
levado para o céu antes que venha o fim.
12) O Fato de que o Evangelho da Graça de Deus Não Será Pregado na Tribulação Mostra que o Arrebatamento
Terá Ocorrido
“O evangelho da graça de Deus” (At 20:24) que é pregado hoje e “o evangelho do reino” (Mt 4:23, 24:14) que será
pregado por aqueles na tribulação, são totalmente diferentes. São dois evangelhos distintos pregados por dois propósitos distintos. O
evangelho da graça de Deus chama as pessoas para o céu: o evangelho do reino chama as pessoas para bênção na Terra. O evangelho
que está sendo pregado hoje contém uma esperança, um chamado e um destino celestiais para aqueles que creem (Cl 1:5; 1 Pe 1:4; Fp
3:20; 2 Co 5:1-2; Hb 3:1), ao passo que o evangelho do reino que será pregado na tribulação contém uma bênção terrena sob o reinado
de Cristo no Milênio (Mt 24:14; Sl 96).
O evangelho do reino anuncia as boas novas de que o reino prometido no Velho Testamento (2 Sm 7:16; Dn 2:44-45, 7:9-
27) está prestes a ser estabelecido, e aqueles que receberem o Rei em fé terão uma parte em sua bênção terrena. Ele foi pregado
primeiro por João Batista no tempo da primeira vinda do Senhor (Mt 3:1-2). O Senhor e Seus discípulos também o pregaram (Mt 4:23,
10:7). Sua pregação era chamar a nação ao arrependimento, assim, estaria em condições de receber o Rei, e se O tivessem recebido, Ele
teria estabelecido o reino como prometido pelos profetas do Velho Testamento. Mas, infelizmente, Israel rejeitou seu Rei e, assim,
perdeu a oportunidade de ter o reino estabelecido em todo o seu poder e manifestação. Quando Israel rejeitou seu Rei, o evangelho do
reino não foi mais anunciado porque o reino não estava mais sendo oferecido a eles. Deus, em vez disso, enviou o evangelho da Sua
graça ao mundo gentio para chamar dele um povo para o Seu nome (At 13:44-48, 15:14; Rm 11:11). Este evangelho ainda está sendo
pregado hoje. O evangelho do reino será pregado novamente pelo remanescente judeu depois que a Igreja for chamada para o céu.
Naquele tempo Deus retomará Suas tratativas com Israel onde Ele parou, há quase 2.000 anos. Israel será salvo (isto é, um
remanescente entre eles – Rm 9:6-8, 11:26-27) naquele dia, e o reino será estabelecido em poder (Ap 11:15).
O ponto que precisamos ver nisto, é que não há menção do evangelho da graça de Deus sendo pregado durante a tribulação.
A razão óbvia é porque esse evangelho chama os crentes para fazerem parte da Igreja e, como a Igreja não estará na tribulação, ele não
será anunciado.
Deus não enviará dois evangelhos diferentes ao mesmo tempo. Seria confusão e confundiria o chamado celestial com o
chamado terrenal com suas respectivas esperanças e destinos. Se entendermos o evangelho da graça de Deus que é pregado hoje,
saberemos que é impossível ter ao mesmo tempo no período da tribulação, a Igreja e o remanescente judeu crente. As Escrituras
indicam que aqueles que creem no evangelho da graça de Deus são tirados de entre os judeus e os gentios (At 15:14, 26:17) e
colocados em algo completamente novo e celestial, “a Igreja de Deus”. Portanto, existem atualmente três grandes distinções entre os
homens na Terra; os judeus, os gentios e a Igreja de Deus (1 Co 10:32). A cruz de Cristo acabou com a distinção entre judeus e gentios
para os que creram no evangelho (Gl 3:28; Cl 3:11). Aqueles que creem nesse evangelho não fazem mais parte das duas companhias
em que antes estavam, mas agora fazem parte da Igreja. Quando um judeu crê no evangelho, ele se torna parte da Igreja (Rm 11:5; Gl
6:16 – “o Israel de Deus”). Como então poderia haver o remanescente crente de judeus ao mesmo tempo? Isso mostra que não pode
haver a Igreja e o remanescente judeu crente na Terra ao mesmo tempo.
TIPOS DO VELHO TESTAMENTO QUE CONFIRMAM QUE A IGREJA NÃO IRÁ PASSAR PELA
TRIBULAÇÃO
Há também muitos tipos do Velho Testamento que confirmam o fato de que a Igreja não irá passar pela tribulação. Ensinar
de outra maneira destrói a verdade que o Espírito de Deus pretende transmitir nestas belas imagens.
TRÊS ESCRITURAS EQUIVOCADAMENTE USADAS PARA APOIAR O ERRO DE QUE A IGREJA IRÁ
PASSAR PELA TRIBULAÇÃO
Em um esforço para ajudar aqueles que podem ter dificuldades neste ponto, selecionamos as três principais Escrituras que
levaram alguns a crer erroneamente que a Igreja passará pela tribulação. Em cada uma dessas passagens, nosso desejo é mostrar, com a
ajuda do Senhor, como ocorreu o erro e qual é o verdadeiro significado da passagem. Acreditamos que a maior parte da confusão sobre
este ponto tenha surgido dos Cristãos lendo as Escrituras descuidadamente e sem um espírito de oração.
2) Apocalipse 11:15
Outra Escritura alegada para provar que a Igreja deve passar pela tribulação é Apocalipse 11:15. “E tocou o sétimo anjo a
sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, e
Ele reinará para todo o sempre”. Este versículo mostra que quando a sétima e última trombeta for soprada no final da grande
tribulação, o Senhor aparecerá e tomará posse dos reinos deste mundo por meio de julgamentos. Foi suposto que esta é “a última
trombeta” mencionada no Arrebatamento (1 Co 15:51-52; 1 Ts 4:15-18). Portanto, a Igreja estaria na Terra para passar por aquela hora
de provação como descrito em Apocalipse 6-11, que precede a sétima trombeta em Apocalipse 11:15. É ensinado que a Igreja será
arrebatada para encontrar o Senhor nos ares, no mesmo momento Ele sai do céu para julgar o mundo.
Essa interpretação é muito problemática, porque a Palavra de Deus ensina que várias coisas devem acontecer entre o
momento em que a Igreja é levada ao céu, e quando o Senhor volta do céu para julgar o mundo, como Apocalipse 11:15 mostra. Seria
impossível que todas essas coisas acontecessem naquele curto espaço de tempo que essa interpretação sugere. Depois de levar Seu
povo ao céu no Arrebatamento, o Senhor os levará para sentar-se à Sua mesa, onde lhes servirá a bem-aventurança celestial e gozo
indescritível (Lc 12:37). Então, o tribunal de Cristo será estabelecido e a vida dos crentes passará em revisão e será recompensada
adequadamente (2 Co 5:10, etc.). Os santos também terão um tempo de louvor a Deus e ao Senhor Jesus Cristo ao redor do trono no
céu. Naquele tempo, eles lançarão suas coroas a Seus pés em humilde adoração a Ele (Ap 4-5). Então, o casamento do Cordeiro
ocorrerá no céu, que será seguido pela ceia das bodas com muitos convidados do céu (os amigos do Esposo) presentes (Ap 19:7-8).
Todas estas coisas devem acontecer depois que o Senhor levar Seu povo ao céu no Arrebatamento, e antes que Ele retorne em Sua
Aparição. Essas coisas não poderiam acontecer se os santos fossem levados para os ares e então, fossem imediatamente trazidos de
volta com o Senhor na Sua Aparição.
3) Mateus 24:29-31
Outra Escritura que é usada é Mateus 24:29-31. “E, logo depois da aflição daqueles dias, o Sol escurecerá, e a Lua não
dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do
Homem; e todas as tribos da Terra se lamentarão, e verão o Filho do Homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória. E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro
ventos”. Pensam que a vinda do Senhor nesta passagem se refere ao Arrebatamento. Consequentemente, eles equivocadamente
determinam o tempo do Arrebatamento como sendo “logo depois da aflição”. Eles concluem que a Igreja, portanto, passará pela
tribulação.
O problema aqui é que as pessoas estão confundindo o Arrebatamento e a Aparição. Algumas das principais diferenças são:
A vinda do Filho do Homem nunca é referida como o Arrebatamento. O Arrebatamento é a vinda do Senhor para os Seus: a
vinda do Filho do Homem é a vinda do Senhor com os Seus em Sua Aparição. O Arrebatamento é um mistério não feito
conhecido até que foi revelado por meio do apóstolo Paulo (1 Co 15:51-52). A vinda do Filho do Homem é algo conhecido
pelos santos do Velho Testamento, porque os profetas falaram disso. (Dn 7:13-14) O Filho do Homem é um título que o Senhor
toma quando Ele vem para julgar o mundo. No Arrebatamento, o Senhor não está vindo para julgar o mundo, mas para levar Sua
noiva ao céu. O fato de que o título do Filho do Homem é usado em Mateus 24:29-31 deve nos mostrar que Sua vinda nessa
passagem não é o Arrebatamento.
No Arrebatamento, o Senhor não envia Seus anjos para reunir Seus santos [a noiva] como esses versículos falam; Ele próprio
vem para levá-la para Si! (1 Ts 4:16; 2 Ts 2:1).
A trombeta que soa aqui não é a trombeta de Deus que aparece no Arrebatamento, mas a de Isaías 27:13, Salmo 81:3, etc.
Os eleitos aqui não são a Igreja, mas os eleitos de Israel. (Mt 24:24; Is 45:4, 65:9; Ap 7:1-8; Rm 11:28, etc.)
A Ideia do Arrebatamento Parcial
Embora alguns Cristãos acreditem na ideia de um Arrebatamento parcial, é algo tão absurdo que não é necessário que
comentemos sobre isso. Poderíamos imaginar o Senhor levando apenas parte de Sua noiva para o céu? O que Ele faria no céu com
meia noiva? Como poderia o casamento do Cordeiro acontecer com apenas metade da noiva presente? De qualquer forma, qual
Escritura sustenta isso?
“Provai todas as coisas. Retende o correto” (1 Ts 5:21 - JND).
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
CONTRACAPA
O Apocalipse é um livro de julgamento e bênção. Começa com o julgamento daqueles que compõem a casa de Deus hoje –
a igreja professa (1 Pe 4:17). Então, depois que a verdadeira Igreja é chamada para o céu no Arrebatamento, ele nos dá detalhes sobre o
julgamento daqueles que ficaram na Terra na Cristandade, em Israel e nas nações gentias. Encerra-se com bênção no céu e na Terra, e
todas as coisas sendo ordenadas de acordo com a mente de Deus.
O objetivo do livro é duplo: O primeiro é mostrar que toda a humanidade dará conta de si mesma a Deus quando Cristo
intervier no curso desse mundo em Sua Aparição. O segundo é mostrar como Deus irá trabalhar para alcançar o Seu fim último de
exaltar e glorificar Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo – o “Alfa e o Ômega” (o princípio e o fim) de toda a profecia (Apocalipse 1:8).
Ele é a fonte e o objetivo de todos os caminhos de Deus na criação, graça e julgamento. Sendo a figura central da profecia, Deus O
trará à vista para todos O verem em Sua Aparição (Apocalipse 1:7).
Notas
[←1]
N. do T.: Provém do grego doxologia, (doxa “glória” + logia “palavra” se referindo à expressão oral ou escrita. Portanto,
“doxologia” é uma expressão oral ou escrita de louvor e glorificação.
[←2]
N. do T.: Ortodoxia provém da palavra grega orthos que significa “reto” e doxa que significa “fé”. É o que está conforme com a
doutrina tida como verdadeira.
[←3]
N. do T.: A versão King James é a mais utilizada pelos povos de língua inglesa. Por isso os comentários de vários autores são
citados a seguir. Todavia, quase todas as traduções para o português estão como na versão de JND