Modulo 4

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RENDA FIXA O risco de mercado é o risco proveniente das oscilações de preços e

taxas, muito simples e fácil de perceber. Outro risco que comentamos é o risco de
liquidez, que é a dificuldade de transformar o seu ativo em dinheiro em tempo hábil e
pelo preço justo.

Por exemplo, imagine que eu estou colocando meu carro à venda pelo preço da tabela
FIPE, mas não aparece nenhum comprador. Com o tempo, vou baixando o valor até
encontrar um comprador, o que pode não acontecer pelo preço da tabela FIPE. Esse é o
risco de liquidez: não achar compradores para o ativo e não conseguir transformá-lo em
dinheiro em tempo hábil ou pelo preço justo.

Outro risco é o risco de crédito, que é a possibilidade de não receber o valor emprestado
de volta, ou seja, tomar calote. Esse risco pode ser minimizado pelo Fundo Garantidor
de Créditos (FGC), que é bancado pelas instituições financeiras. O FGC é um seguro
oferecido pelas instituições financeiras para cobrir o risco de crédito de determinados
títulos emitidos por essas instituições.

Entretanto, não são todos os títulos emitidos por instituições financeiras que têm a
cobertura do FGC. A cobertura do FGC é limitada a 250 mil reais por CPF/CNPJ e por
instituição financeira, com um limite total de um milhão de reais em um período de
quatro anos. Existe uma exceção para o DPGE (Depósito a Prazo com Garantia
Especial), que tem uma garantia de até 40 milhões de reais.

Quando falamos de tributação na renda fixa, lembramos do IOF e da tabela regressiva


do imposto de renda. O IOF é uma alíquota regressiva cobrada do primeiro ao vigésimo
nono dia. Após o trigésimo dia, a alíquota do IOF é zerada. O imposto de renda é
cobrado conforme uma tabela regressiva: 22,5% para investimentos de até 180 dias,
20% de 181 a 360 dias, 17,5% de 361 a 720 dias e 15% para investimentos acima de
720 dias.

Na renda fixa, também estudamos diferentes tipos de títulos emitidos por instituições
financeiras, como poupança, LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de
Crédito do Agronegócio), CDB (Certificado de Depósito Bancário) e RDB (Recibo de
Depósito Bancário). Todos esses títulos podem ter cobertura do FGC, dependendo do
tipo de emissão.

A poupança, por exemplo, tem FGC e é isenta de imposto de renda para pessoa física.
Sua rentabilidade está atrelada à SELIC: se a SELIC for maior que 8,5%, a rentabilidade
é de 0,5% + TR; se for 8,5% ou menor, a rentabilidade é de 70% da SELIC + TR.

Os títulos emitidos pelo governo, como os títulos públicos federais, também são
importantes na renda fixa. Esses títulos não têm cobertura do FGC e podem ser
divididos em letras e notas, onde as notas possuem cupom e as letras não. Exemplos
incluem NTN-B (Nota do Tesouro Nacional Série B) e LTN (Letra do Tesouro
Nacional).

Além disso, temos títulos emitidos por empresas S.A. não financeiras, como notas
promissórias e debêntures. As notas promissórias têm prazo de 30 a 360 dias, enquanto
as debêntures são de médio a longo prazo, com prazos mínimos de um ano. As
debêntures podem ser simples, conversíveis (em ações da empresa emissora) ou
permutáveis (em ações de outra empresa do mesmo grupo).

Por fim, temos os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de


Recebíveis do Agronegócio), emitidos por companhias securitizadoras. Esses títulos são
isentos de imposto de renda para pessoa física e não têm cobertura do FGC.

Contratação de Instituição Financeira

A empresa precisa contratar uma instituição financeira que pode ser:

 Corretora (CTVM)
 Distribuidora (DTVM)
 Banco de Investimento
 Banco Múltiplo com Carteira de Investimento

Processo de Emissão (IPO, Subscrição, Underwriting)

 IPO (Initial Public Offering): Oferta Pública Inicial de ações.


 Operação de Subscrição: Emissão de novas ações aos acionistas existentes.
 Operação de Underwriting: Colocação dos títulos no mercado, que pode ser
feita de três formas:
o Garantia Firme: A instituição financeira garante a venda de todos os
títulos. Se não conseguir, assume os não vendidos.
o Melhores Esforços: A instituição se esforça para vender, mas não
garante a venda total. Os títulos não vendidos são devolvidos à empresa.
o Standby/Residual: A instituição tenta vender novamente os títulos não
vendidos após um tempo e, se não conseguir, fica com uma parte e
devolve o restante à empresa.

Documentação Necessária

 Prospecto: Documento com informações detalhadas sobre a emissão.


 Formulário de Referência: Documento obrigatório conforme o Código
ANBIMA de Ofertas Públicas.

Exceções

 Oferta Pública para Lote Único


 Microempresa
 Esforços Restritos: Ofertas direcionadas a um grupo específico, como
investidores profissionais.

Tipos de Ações

 Ordinárias (ON): Dão direito a voto.


 Preferenciais (PN): Prioridade na distribuição de dividendos. Se a empresa não
distribuir dividendos por três exercícios consecutivos, essas ações ganham
direito a voto até que os dividendos sejam novamente distribuídos.
Ganhos com Ações

 Dividendos: Distribuição do lucro líquido. Isentos de IR, com mínimo de 25%


do lucro líquido distribuído.
 Juros sobre Capital Próprio: Incidência de IR de 15%, calculado sobre o lucro
retido.
 Ganho de Capital: Diferença entre o preço de compra e venda da ação. Day
Trade (compra e venda no mesmo dia) tem IR de 20%; Buy and Hold (compra e
venda em dias diferentes) tem IR de 15%.
 Bonificação: Recebimento gratuito de novas ações.
 Direito de Subscrição: Direito de comprar novas ações antes do mercado e por
um preço mais baixo.

Governança Corporativa

 Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado


 Free Float: Mínimo de 25%.
 Tag Along: Extensão da oferta de compra para todos os acionistas:
o Nível 1: 80% para ações ON.
o Nível 2: 100% para ON e PN.
o Novo Mercado: 100% para ON (único tipo de ação permitido).

ADRs e BDRs

 ADR (American Depositary Receipt): Certificados negociados nos EUA,


lastreados em ações estrangeiras.
 BDR (Brazilian Depositary Receipt): Certificados negociados no Brasil,
lastreados em ações estrangeiras.

Análises para Tomada de Decisão

 Análise Fundamentalista: Baseada em dados e indicadores da empresa.


 Análise Técnica/Grafista: Baseada em gráficos e padrões históricos de preço.

Derivativos

 Contrato a Termo: Negociado na bolsa ou balcão, sem ajuste diário, não


padronizado, permite liquidação antecipada.
 Contrato Futuro: Negociado na bolsa, com ajuste diário, padronizado, sem
risco de contraparte.
 Swap: Troca de indexadores, negociado em balcão, contratos não padronizados,
tributação conforme tabela regressiva.
 Opções: Contratos de compra (call) ou venda (put) de um ativo, negociados na
bolsa ou balcão, com prêmio pago pelo titular para adquirir o direito.

Estratégias em Opções

 Gráficos de Opções:
o Se a linha diagonal do gráfico vai para a esquerda, é uma Put.
o Se a linha diagonal vai para a direita, é uma Call.
o Vendedor/Lançador começa ganhando (acima da linha de ganho).
o Comprador/Titular começa abaixo da linha de ganho (pagou prêmio).

Estes conceitos e estratégias são essenciais para entender o processo de emissão de


títulos e as operações no mercado de renda variável.

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