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ORTOPEDIA

Medicamentos Espinosa:
● Dolamin flex - Tomar 1cp 3x ao dia

MEMBROS SUPERIORES

SÍNDROME DO MANGUITO ROTADOR

Definições:

● Manguito rotador é um grupo formado por 4 músculos e tendões que estabilizam a


articulação do ombro e também são o motor da articulação, permitindo uma grande
variedade de movimentos
○ Subescapular: rotação interna (puxa para dentro)
○ Supraespinhal: flexão e elevação
○ Infraespinhal: rotação externa (puxa o ombro para trás)
○ Redondo menor: rotação externa (puxa o ombro para trás)
– Todos se originam na escápula e se inserem na parte superior do úmero
● Síndrome é quando estas estruturas estão comprometidas, por rotura traumática ou
desgaste natural
○ Tendão mais afetado: supraespinhal (movimentos de elevação do ombro - esportes,
faxina, professor…)
○ Tipo de lesão mais frequente: parcial, ou seja, perda de parte das fibras não
chegando a causar uma descontinuidade no tendão

Fatores de risco:

● Idade
● Tabagismo
● Hipercolesterolemia
● História familiar

Quadro clínico: dor + limitação funcional


Anamnese:

● Fatores que afetam o quadro clínico:


○ Idade
◆ Mais frequente em > 50 anos - Relação com envelhecimento do aparelho
locomotor, com a diminuição da vascularização, atrofia e diminuição das
fibras colágenas destes tendões
○ Prática de esportes
○ Tamanho da lesão
○ Número de tendões envolvidos
● Características da dor:
○ Insidiosa, geralmente
○ Piora com atividade e esforço
○ Dor noturna - um dos fatores para não realizar tratamento cirúrgico
○ Limitação de amplitude de movimento (ADM) ativa (perde a força para elevar o
braço), mas a passiva pode estar presente ao pegar a mão e elevar o braço
○ Não há relação direta do tamanho da lesão com a dor ou sintomas
○ Dor na parte anterior do ombro, que irradia para o braço
◆ Pode estar presente nas atividades quando suspende o ombro, ou quando
levanta ele, ou quando dorme do mesmo lado, ou na execução de atividades
diárias (ex. pentear cabelos ou estender roupa)
○ Dor aguda: sensação de estalo e fraqueza imediata do braço, até não conseguir
mais levantar o braço ou ombro em alguns casos
○ Dor crônica: > 2 semanas

Exame físico:

● Testes de Impacto: Avaliam lesões inflamatórias que pioram com o impacto, quando a
cabeça do úmero impacta a região inferior do acrômio, com piora da dor

○ Teste de Neer: Elevação do membro superior provocando impacto da cabeça do


úmero com o acrômio -> paciente sentirá dor

○ Teste de Hawkins Kennedy: Avalia tuberosidade do úmero e atrito supraespinhal.


Médico faz o movimento de impacto com flexão do ombro e de cotovelo fazendo
rotação interna forcada -> paciente sentirá dor
○ Teste de Yokun: Paciente coloca a mão no ombro contra lateral e a elevação do
membro também causa impacto na cabeça do úmero com o acrômio -> paciente
sentirá dor

● Testes especiais:

○ Teste de Jobe - Supraespinhoso


◆ Paciente faz “joia” de cabeça para baixo, ou seja, rotação interna, seguida de
elevação de membro superior contra a resistência do examinador —> dor e
fraqueza, suspeita de lesão; apenas dor não fecha diagnóstico

○ Teste de Patte - Infraespinhoso


◆ Avalia rotação externa. Paciente faz resistência de rotação externa,
empurrando a mão do examinador para trás
○ Teste de Geber - Subescapular
◆ Avalia rotação interna. Paciente deve colocar a mão nas costas e tentar
empurrar a mão do examinador, afastando a mão das costas

○ Palm up Test ou Speed - Tendão da cabeça longa do bíceps


◆ Paciente com braço extendido e palma da mão para cima, examinador faz
força (com uma mão) para baixo no antebraço e coloca a outra mão na
cabeça do longa do bíceps

Diagnósticos: Quando os testes de Jobe ou Patte estão alterados, não se fecha diagnóstico,
deve pedir imagens para saber o quanto está lesado. Devido o acesso ao RNM ser dificultoso no
SUS, sempre pedir Radiografia e USG
● Radiografia:
○ AP, perfil transaxilar e incidência para túnel espinal
○ Achados possíveis: Tendinite calcária (calcificação do tendão); Calcificação
tendínea (não causa os sintomas, outras patologias); Calcificação do ligamento
coracohumeral; Ascensão da cabeça do úmero (se distância < que 7mm entre
cabeça do úmero e acrômio, é sinal de ascensão, que acontece em lesões crônicas)
○ Formato do acrômio: Curvo, Plano ou Ganchoso -> O último é o pior, pois propicia
maior atrito sobre os tendões, gerando uma lesão mais grave

● Ultrassonografia e RNM: podem detectar tendinites até roturas completas dos tendões e
outras patologias associadas (artrose, capsulite adesiva, tendinite calcárea ou

outras patologias associadas (artrose, capsulite adesiva, tendinite calcárea ou
osteonecrose)
○ USG: É possível visualizar tendões, bursas e articulações
◆ Pedido: Solicito USG; Colocar HD (ex. Tendinite/Tenossinovite em
supraespinhal)
○ RNM é o padrão ouro: Consegue ver todas as estruturas com muito detalhe;
Tamanho e localização da ruptura; Grau e profundidade da lesão; Presença de
cistos na cabeça do úmero; Presença de depósitos de cálcio; Lesões do labro da
glenoide; Grau de degeneração gordurosa da musculatura

Diagnósticos diferenciais:

● Neurológico:
○ Compressão da raiz nervosa cervical:
◆ Neurite/neuropatia na raiz do nervo C6 gera dor em ombro, mas vai estar
ligada a movimentos na cervical
○ Compressão do nervo supraescapular
◆ Nao há relação com a movimentação; quando dorme continua doendo
○ Lesões do plexo braquial:
◆ Ocorrem pós traumas; Atingem o braço como um todo, até a mão
○ Herpes zoster:
◆ Dor intensa no dermátomo correspondente ao nervo
◆ Presença de vesículas e bolhas que se ulceram
○ Lesão medular
○ Lesão na coluna cervical:
◆ Facetas degeneram-se nos idosos
◆ Discos degeneram-se nos adultos jovens
◆ Raizes ficam isoladas de tal forma que se deve ter noção da composição do
plexo braquial
◇ Raizes do plexo braquial: C5 (lateral do braço), C6 (dois primeiros
dedos, é a mais lesada), C7 (dedo médio), C8 (quarto e quinto dedos,
parte ulnar e metade do antebraço) e T1 (outra metade do antebraço e
braço
– Observações: Parestesias sao comuns nas dores neuropáticas
● Abdominal:
○ Doença hepatobiliar
○ Irritação diafragmática (ex. lesão esplênica, gravidez ectópica rompida, víscera
perfurada)
● Cardiovascular:
○ Isquemia do miocárdio
○ Trombose da veia axilar
○ Síndrome de compressão torácica
● Torácico:
○ Pneumonia do lobo superior
○ Tumor pulmonar apical
○ Embolia pulmonar
Plano:

● Tratamento Conservador:
○ Repouso e compressas: principalmente na fase aguda
○ Cessar movimentos que causam atritos: principalmente na fase crônica
○ Medicamentos:
◆ AINES
◆ Analgésicos
○ Fisioterapia:
◆ Principalmente tendinites e bursites
◆ Objetivo: diminuir inflamação, aumentar a flexibilidade e a resistência dos
tendões
◆ Cinesioterapia: melhora o movimento, alonga os músculos; Necessário
realizar, pelo menos, 30 sessões, podendo chegar a 60
○ Infiltração:
◆ Lidocaína e Dipropionato de Betametasona
◆ Principalmente na fase crônica
◆ Objetivo: diminuir a inflamação e acelerar a cicatrização através de
medicações colocadas em contato direto com as estruturas doentes
○ Acupuntura:
◆ Objetivo: diminuir a dor causada pela inflamação na região
○ Plasma rico em plaquetas (PRP):
◆ Infiltração de parte do sangue filtrado do próprio paciente em contato direto
com estruturas doentes
◆ Objetivo: melhorar a cicatrização
● Tratamento cirúrgico:
○ Reparo dos tendões rompidos
○ Indicação: Recomendada, principalmente, para atletas e pessoas com profissão que
exige muito dos braços
○ Opções: Desbridamento; Descompressão; Reparo da lesão aberta ou por
artroscopia; Reconstrução da cápsula; Transferências musculares; Artroplastia
(prótese) reversa

EPICONDILITE

Definição:

● Dor localizada na região do epicôndilo medial ou lateral, associada a presença de células


angiofibroblásticas na porção tendinosa da origem muscular no epicôndilo medial ou
lateral do úmero
Quadro clínico:

● Dor a palpação nítida, às vezes pequeno edema no local

Exame físico:

● Inspeção: edema
● Palpação: dor em epicôndilo lateral
● Testes: dor a movimentação passiva e ativa do antebraço e limitação de movimentos
○ Cozen: examina a epicondilite lateral -> Teste do Cotovelo de Tenista
○ Mill: examina epicondilite lateral
○ Teste da epicondilite medial -> Teste do Cotovelo de Golfista

Exames complementares:

● USG: visualiza a Síndrome compressiva do nervo ulnar

Tratamento:

● Repouso relativo
● Tipoia
● Crioterapia: faz vaconstricção; usar gelo por 20 minutos de 8 em 8 horas
● Analgésicos
● Fisioterapia elétrica
● AINES: pouco resultado

BURSITE OLECRANIANA

Definição:

● Inflamação da bursa olecraniana, localizada posteriormente ao olécrano (ulna)

Público de risco:

● Alcoólatras, balconistas, paraplégicos

Quadro clínico: Edema mole em região posterior do cotovelo

Anamnese:

● Características da dor: progressiva, repentina (traumas agudos ou infecções)


● Edema
● Limitação de movimentos

Exame físico:

● Inspeção
● Palpação

Exames complementares:

● Raio X
● Ultrassom
● RNM

Tratamento:

● Evitar apoio do cotovelo por 3 meses


● Aspiração do líquido e inserção de Beclometasona - duração de 2 semanas
● Gelo
● Gel de piroxicam
● Indicações de drenagem:
○ Obter material para saber sua composição
○ Injetar medicamentos
● Se infecção na punção: coloca dreno para aspirar secreção infectada
○ Realizar antibiograma para prescrição de ATB
○ Se Staphylococcus gram + -> reforço contra tétano
○ Se contato com animais/fezes/granjas -> ATB contra bactérias anaeróbia
● Crônico: retira toda a bursa

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

Definição:

● Neuropatia compressiva do nervo mediano, durante sua passagem pelo túnel do carpo,
que inerva quase toda parte da região volar (anterior) e uma parte do dorso dos dedos e
da polpa digital do polegar

Quadro clínico:

● Dor característica neuropática e parestesia (dormência ou formigamento) no punho e na


face dos I, II, e III e metade radial do IV quirodáctilo

Anamnese:

● Dor em punho e mão


● Verificar se os sintomas pioram a noite e afetam o sono

Exame físico:

● Tínel: Avalia o nervo mediano ao longo do túnel do carpo. Faz percussão digital ou com
martelo de reflexos sobre a face volar do punho -> Positivo se dor em choque na área
inervada pelo nervo mediano e/ou parestesia
● Phalen: Hiper flexão de ambos os punhos, obtida colocando os dedos das mãos em
contato por 1 minuto. Positivo se dor e/ou parestesia

● Durkan: Compressão contínua por 30 segundos, bem no trajeto do nervo ulnar,


provocando o sintoma de parestesia da área da palma da mão e dedos

-> Se o paciente tiver parestesia no dedo mínimo, o problema é no nervo ulnar (Túnel de Guyton)

Diagnósticos diferenciais:

● Radiculopatia cervical: Teste de Spurling com compressão da cabeça e manobra de


valsalva

● Neuropatia do nervo mediano no antebraco (pronar redondo)


● Mielopatia cervical e polirraculopatia cervical
● Neuropatia do plexo braquial
● Esclerose lateral amioatrófica
● Síndrome compartimental antebraco e mao
● Fibromialgia
● Osteoartrite
● Artrite reumatóide
● Fenômeno de Reynald: vasculopatia
Exames complementares:

● USG
● Eletroneuromiografia: realizada apenas se os tratamentos não resolverem e se o paciente
tiver de fazer a cirurgia

Tratamento:

● Fisioterapia
● Infiltração
● Cirurgia

TENDINITE DEQUERVAIN

Definição:

● Condição dolorosa, crônica, que afeta o abdutor longo e extensor curto do polegar, que
compõe o primeiro compartimento dos tendões extensores da mão

Quadro clínico:

● Dor no trajeto do tendão (região do punho)

Exame físico:

● Finkelstein: Dor quando abraça o polegar com os demais dedos da mão e realiza um
desvio ulnar passivo do punho -> Paciente queixa dor no processo estiloide do rádio
Tratamento:

● Analgésicos
● AINES
● Imobilização
● Fisioterapia
● Infiltração: com corticoide, mas pode causar discromia (mancha branca), devido morte
das células produtoras de melanina
● Cirurgia: risco de operação de cortar raiz do subcutâneo que inversa a parte superior da
mão

MEMBROS INFERIORES

QUADRIL

Funções e movimentos:

● Flexão:
○ Levantar perna para frente
○ Caminhar, correr, subir escadas
● Extensão:
○ Levar a perna para trás
○ Chute, correr em alta velocidade
● Abdução:
○ Afastar a perna para o lado
○ Abrir as pernas
● Adução:
○ Trazer a perna de volta para o centro do corpo
○ Fechar as pernas
● Rotação:
○ Interna: girar a perna para dentro
○ Externa: girar a perna para fora

Articulações e ossos:

● Osso ilíaco:
○ Cada osso ilíaco é formado pela fusão de 3 ossos - ílio, ísquio e púbis
○ Maior osso da pelve e forma a parte superior e lateral da pelve
● Osso sacro:
○ Formado pela fusão de 5 vértebras sacrais
○ Triangular, forma a parte posterior da pelve

● Osso cóccix:
○ Formado pela fusão de 4 vértebras coccígeas
○ Forma a parte inferior da pelve

Tendões e músculos:

● Músculos intrínsecos: Estão na região glútea profunda e sao responsáveis por movimentos
sutis da articulação do quadril, como rotação interna e externa e abdução
○ Piriforme

○ Obturador interno
○ Obturador externo

○ Músculos gêmeos

○ Quadrado femoral

● Músculos extrínsecos: Localizados ao redor da articulação do quadril e sao responsáveis


por movimentos poderosos da articulação do quadril, como flexão, abdução e adução
○ Glúteo máximo:
◆ Maior músculo do corpo
◆ Estende o quadril e ajuda abduzi-lo e girar externamente
○ Glúteo médio:
◆ Localizado na região glútea
◆ Abduz o quadril e ajuda a girá-lo externamente

○ Glúteo mínimo:
◆ Localizado na região glútea
◆ Abduz o quadril e ajuda a girá-lo externamente

○ Tensor da fáscia lata:


◆ Localizado na região lateral da coxa
◆ Abduz o quadril e ajuda a flexionar e girar externamente

○ Iliopsoas:
◆ Localizado na região anterior da pelve
◆ Flexiona o quadril e ajuda a girá-lo externamente
○ Reto femoral:
◆ Localizado na região anterior da coxa
◆ Flexiona o quadril e estende o joelho

○ Sartório:
◆ Localizado na região medial da coxa
◆ Flexiona o quadril e abduz e gira externamente o joelho

○ Adutores:
◆ Localizado na região medial da coxa
◆ Aduzem o quadril

Lesões comuns:

● Bursite trocantérica
● Síndrome do impacto do quadril
● Luxação
● Osteoartrite
● Fraturas do quadril

COXA POSTERIOR

TENDINITE DA PATA DE GANSO - TENSINOPATIA ANSERINA

Definições:

● Pata de ganso é o nome popular dos 3 tendões musculares presentes no joelho e que
podem desenvolver uma lesão de tendinite
○ Sartório
○ Grácil
○ Semitendíneo
● Cada um desses músculos faz parte de um compartimento diferente da coxa e se originam
de diferentes partes da pelve, mas se unem em um ponto de inserção comum abaixo do
joelho
● Tendinite da pata de ganso: Inflamação que acomete esses músculos que se inserem na
parte medial da metáfise tibial e realizam a flexão articular

Quadro clínico:

● Dor na face anterior e medial do joelho

Exame físico:

● Inspeção
● Palpação
Exames complementares:

● USG

Tratamento:

● Repouso do joelho
● Compressa de gelo
● Fisioterapia
● Infiltração com corticoide
● Cirurgia: para casos refratários

SÍNDROME DOLOROSA DO TROCÂNTER MAIOR

Definição:
● Desordens da região peritrocantérica lateral do quadril, entre elas, bursiste trocantérica,
lesões dos tendões glúteos médio e mínimo e ressalto externo da coxa

Quadro clínico:
● Dor a palpação do quadril

Anamnese:
● Queixa de dor na região lateral do quadril, que pode irradiar para glúteo e lateral da coxa

Exame físico:
● Inspeção: observar alteração da marcha
● Palpação:
○ Dor sobre o tricânter maior = bursite
○ Dor posterior ao trocânter maior (em direção a nádega) = tendinite (glúteo médio e
pisciforme)
● Trendelemberg: Usado se suspeita de fraqueza muscular relacionada ao quadril, desvios
da marcha no plano frontal, lesão nervosa. Paciente fica em pé em um pé só, se o quadril
cair ou abaixar é positivo de fraqueza do glúteo médio da perna de apoio no chão.

Exames complementares:
● USG: confirma bursite ou tendinite
Tratamento:
● Repouso
● AINES
● Fisioterapia com USG de ondas curtas
● Infiltração com corticoide: apenas se nao melhorar com as outras medidas

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